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RESUMO
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1. INTRODUÇÃO
Estima-se que a nível múndia a demanda de madeira tenha excedido a oferta, fazendo com que o
suprimento actual e futuro de madeira industrial dependessem do aumento das áreas de plantações
florestais (Lima, 1996). Segundo FAO (2011), a área de florestas plantadas na África está aumentando
com destaque para África Ocidental e do Norte. Nessas regiões, alguns programas de plantios foram
criados para combater a desertificação, enquanto outros para garantir a madeira industrial e fontes de
energia. Nesse caso, no país observa-se o incremento de investimentos do sector privado no
estabelecimento das plantações florestais.
Apesar do aumento e crescimento das plantações florestais no país, há uma limitação para o maneio
sustentável destas plantações florestais no país, a falta de informação detalhada sobre o seu crescimento
em diferentes pontos do país, incluindo as espécies mais plantadas, o Pinus spp e Eucalyptus spp. O
acompanhamento do crescimento é uma forma de caracterizar o desempenho de certas espécies
plantadas de Pinus spp e Eucalypto spp (Morais et al., 2003) e para a obtenção dos parâmetros de
avaliação são utilizados como ferramenta os inventários florestais (Neto, 2008).
A dinâmica de crescimento da floresta pode ser compreendida através de estudos de crescimento e
produção, os quais permitem relacionar característica dendrométrica (Diâmetro, Altura, e Volume) em
função da idade (Scheeren et al., 2004). Objectivou-se na Caracterização do crescimento e produção de
Pinus elliottii Engelm. e Pinus caribaea Morelet. IFLOMA – MANICA, como forma de conhecer o
estado do crescimento dos povoamentos.
2. MATERIAL E MÉTODOS
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referente as seguintes características: diâmetro à altura do peito (DAP), altura (H), características
qualitativas de Forma do tronco (FT), estado sanitário (ES) e ramificação e bifurcação (RB).
Análise de Dados
Os dados foram analisados na planilha electrónica Microsoft Office Excel 2010, onde para cada
parcela foram calculados os valores dos seguintes parâmetros: número de árvores por hectare
(N/ha); a área basal (G/ha); volume (V/ha), assim como o incremento médio anual (IMA) em
DAP, altura, área basal e volume para cada espécie e idade.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1.Densidade dos povoamentos
A densidade dos povoamentos foi expressa em termos de números de árvores por hectare, que
nos indica a quantidade média de indivíduos que podem ser encontrados em uma unidade de
área. Portanto, para o presente caso a densidade média inicial (densidade de plantio) foi de 1111
árvores por hectare, para povoamentos com espaçamento de 3x3m, 953 árvores por hectare para
espaçamento de 3x3,5 m e 1667 árvores por hectare para espaçamento de 3x2,5m. A tabela
abaixo mostra a densidade inicial e actual, assim como taxas de sobrevivência em cada
povoamento.
Tabela 1: Espécie, densidade média inicial (na época do plantio) e actual, e sobrevivência das
plantas em povoamentos de diferentes idades.
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De acordo com a tabela 1, é possível notar que a densidade actual e a taxa de sobrevivência
mostraram um elevado coeficiente de variação enquanto a densidade inicial apresentam um valor
baixo. Este comportamento é justificado pelo facto destes povoamentos serem de idades
diferentes e por beneficiarem de tratamentos diferentes na implantação dos povoamentos e ao
longo do seu crescimento, o que resulta numa alta variação dos valores de densidade devido à
tendência de redução do número de indivíduos por queda e mortalidade à medida que a idade
aumenta.
A densidade média inicial dos povoamentos foi de 1160.75 árvores por hectare, sendo que
actualmente conta com cerca de 690 árvores, o que corresponde a uma taxa de sobrevivência
média de aproximadamente 60.76%. A redução no número de árvores por hectare actual em
relação à população inicial deve-se a perdas ocorridas por danos de formigas e morte natural e
morte das árvores. Quanto à sobrevivência, é notável que as parcelas dos talhões 5.11, 1.10, 7.4
1.3A, e 24.1 apresentaram baixa sobrevivência (64,09, 62,65, 61.21, 44.63 e 19,44 %
respectivamente).
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Numero de arvores por hectar 450 500
450
Numero de arvoresporhectar
400
350 400
350
300
300
250
250
200
200
150
150
100
100
50
50
0
0
0-5 5-10 10-15 15-20 20-25 25-30 30-35 35-40
Com base nas figuras acima, observa-se a migração ou transição de indivíduos entre as classes
diamétricas menor para classes diamétricas maiores, é claramente observada no povoamento de
39,3 e 32.3 anos, pois as curvas de distribuição diamétrica destes povoamentos apresentam um
considerável deslocamento ao longo das classes diamétricas, em relação às curvas dos
povoamentos de idades mas jovem. Analisando as duas figuras, é notável que as curvas tendem a
achatar-se à medida que a idade aumenta, isto porque o número total de árvores por hectare tende
a reduzir na mesma escala.
Portanto, o P. elliottii aos 11 anos de idade apresentou um diâmetro médio de 16.47 cm, altura
total média de 13.26 m, área basal de 21.45 /ha e um volume de 184.90 /ha e, os valores
destes parâmetros mostraram tendência de crescer com a idade, sendo que aos 32.3 anos
apresentou uma média de 29.78 cm, 21.72 m, 15.22 /ha e 214.84 /ha para DAP, altura,
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área basal e volume, respectivamente. Em relação ao P. caribaea, aos 13 anos, esta espécie
apresentou uma média de 21.41 cm de diâmetro, 22.30m de altura, 29.39 /ha de área basal e
um volume de 425.977 /ha; e aos 39.3 anos apresentou uma média de 30.29 cm de diâmetro,
35.05 m de altura, 54.34 /ha de área basal e 1238.12 /ha de volume.
Tabela 2: Diâmetro médio (DAP), Altura média, Área basal (G/ha) e Volume por hectare dos
povoamentos de diferentes idades.
De acordo com os valores da tabela acima, pode se afirmar que o desenvolvimento em DAP e
altura destes povoamentos é considerado bom comparando com povoamentos da mesma idade na
África Sul, segundo os valores reportados por Poyton (1977), onde os povoamentos de Pinus
elliottii de 23 anos apresentou diâmetros médios de 24 cm e altura média de 18.9 m, e para Pinus
caribaea de 37 anos foi observado um diâmetro médio de 48 cm e altura média de 27,4 m,
respectivamente. Estes valores mostram que ambas espécies se adaptaram melhor às condições
do local de estudo.
Para ambas as espécies é notável que os valores do diâmetro e altura aumentam com a idade do
povoamento, e consequentemente aumenta também a área basal e o volume, já que dependem
principalmente destas variáveis. Por outro lado, o povoamento de 21.4 anos de idade (talhão
1.3A) foi implantado com uma densidade inicial superior a dos restantes povoamentos (1667
árvores por hectare), o que pode ter condicionado um menor crescimento em diâmetro, devido à
alta competição entre as plantas e por já estar na fase da colheita.
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Sanquetta et al. (2003) analisando a influência da densidade nas variáveis dendrométricas de
Pinus taeda observou que o diâmetro à altura do peito é significativamente influenciado pela
densidade, sendo que quanto mais amplo o espaçamento,
Na tabela 3 estão apresentados os valores de IMA em DAP, altura, área basal e volume por
hectare dos povoamentos de P. elliottii em cada idade, com as respectivas medidas de precisão.
Tabela 3: Incremento médio anual (IMA) do DAP, da altura, da área basal (G/ha) e do volume de P.
elliottii de diferentes idades e as respectivas medidas de precisão dos povoamentos.
Na tabela 4 estão apresentados os valores de IMA em DAP, altura, área basal e volume por hectare dos
povoamentos de P. caribaea em cada idade, com as respectivas medidas de precisão.
Tabela 4: Incremento médio anual (IMA) do DAP, da altura, da área basal (G/ha) e do volume de P.
caribaea de diferentes idades e as respectivas medidas de precisão.
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13 1.647 1.715 2.261 32.767
13.2 1.362 1.384 1.386 16.457
39.3 0.771 0.892 1.383 31.504
4. CONCLUSÃO
Com base nos resultados obtido neste inventário no presente estudo permitiu chegar as seguintes
conclusões:
As parcelas permanentes foram estabelecidas em povoamentos de P. elliottii de 11; 11.2; 12; 21.4 e 32.3
anos de idade e P. caribaea de 13; 13.2 e 39,3 anos de idade. A densidade de plantas por hectare dos
povoamentos com idade (11;11,2; 12; 13, 32,3 e 39,3), está elevada, pelo qual se recomenda o desbaste.
Houve uma redução do número de árvore devido a mortalidade (arvores seca ou caída). A distribuição
dimétrica de ambas espécies foi do tipo normal, o que é típico de plantações florestais.
O incremento médio anual (IMA) em DAP, altura área basal e volume de P. elliottii foi de 1.26
cm/ano, 1.002 m/ano, 1.37 /ha/ano, e 12.93 /ha/ano, respectivamente e para P. caribaea
foi de 1.26 cm/ano, 1.330 m/ano, 1.68 /ha/ano e 26.91 /ha/ano para DAP, altura área basal
e volume, respectivamente.
5. REFERENCIAS BIBLIOGRAFIA
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do Su - Ijuí.: Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul.
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Plantação de Inhamacari. Maputo.: Tese de Licenciatura - DEF-UEM..
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ESALQ-PIRACICABA.
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Provincia de Manica. Maputo.: Tese de Licenciatura em Engenharia Florestal. DEF- UEM..