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FORÇAS DE SEGURANÇA –
ESTRATÉGIAS E TÁTICAS
EM SEGURANÇA PÚBLICA
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políticas de Segurança Pública o Ministério da Justiça e as Secretarias de
Segurança Pública dos Estados.
O Ministério da Justiça, inclusive, criou um órgão específico para tratar
dessas questões: o Conselho Nacional de Segurança Pública, o qual possui como
principal objetivo o combate à criminalidade.
Sobre o Conselho Nacional de Segurança Pública, Valter Foleto Santin
(2013, p. 66) ressalta que: “[...] também é encarregado de estabelecer diretrizes,
elaborar normas e articular a coordenação da política nacional de segurança
pública e desenvolver estudos e ações visando aumentar a eficiência dos serviços
policiais, além de outras finalidades”.
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deve ser instituída para vantagem da sociedade como um todo e não apenas para
a utilidade do particular daqueles aos quais foi confiada. Veja-se o que dispõe seu
art. 12: “A garantia dos direitos do Homem e do Cidadão carece de uma força
pública; esta força é, pois, instituída para vantagem de todos, e não para utilidade
particular daqueles a quem é confiada”.
Depois disso, a Constituição Mexicana de 1917 e a Constituição Russa de
1919 também abordaram as políticas de Segurança Pública ao citarem e
valorarem os direitos sociais, a educação, os direitos trabalhistas, e os direitos
econômicos e culturais.
Em âmbito internacional, posteriormente, a Declaração Universal dos
Direitos Humanos de 1948 (BRASA, 2013) destacou a necessidade de
salvaguardar os direitos dos povos e da sociedade, bem como os direitos coletivos
e difusos. Essa declaração, em seu art. 3º, preceitua que “todo ser humano tem
direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal” (BRASA, 2013).
Internacionalmente, portanto, já se via a preocupação dos governos com a
Segurança Pública.
No Brasil, no entanto, somente no ano 2000 é que o Governo Federal
divulgou o Plano Nacional de Segurança Pública. Naquela oportunidade, os
holofotes se voltaram para a Segurança Pública, que passou a ser vista como um
dos setores mais importantes da sociedade.
Conforme se extrai da introdução daquele plano,
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eixo orientador IV, diretrizes 11 a 16. Em especial trata da
democratização e modernização do sistema de segurança pública
(diretriz 11), transparência e participação popular no sistema de
segurança pública e justiça criminal (diretriz 12), prevenção de violência
e criminalidade e profissionalização da investigação de atos criminosos
(13), combate a violência institucional, com ênfase na erradicação da
tortura e na redução da letalidade policial e carcerária (14), garantia dos
direitos das vítimas de crimes e de proteção das pessoas ameaçadas
(15) modernização da política de execução penal, priorizando a
aplicação de penas e medidas alternativas à privação de liberdade e
melhoria do sistema penitenciário (16).
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A melhoria da eficiência dos serviços de segurança pública passa por
uma série de providências administrativas, que vão desde a modificação
social e educacional do povo até o melhor aparelhamento estrutural,
material e tecnológico dos órgãos policiais. Também contribuem para a
eficiência o maior desenvolvimento da polícia comunitária, a ampliação
da polícia municipal e o necessário intercâmbio entre órgãos policiais,
de todas as esferas de poder.
Um serviço policial que se aproxime das pessoas, com nome e cara bem
definidos, com um comportamento regulado pela frequência pública
cotidiana, submetido, portanto, às regras de convivência cidadã, pode
parecer um ovo de Colombo (algo difícil, mas não é). A proposta de
Polícia Comunitária oferece uma resposta tão simples que parece irreal:
personalize a polícia, faça dela uma presença também comum.
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regiões das favelas e a criação de canais de comunicação, sem sombra de
dúvidas, auxilia no combate à criminalidade, bem como faz surgir uma situação
de confiança mútua, com interesse recíproco no combate aos crimes.
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114).
A questão da necessidade de controle efetivo aos condenados no Brasil,
todavia, já está no radar do governo. Tanto é que em setembro de 2018 foi
aprovada pelo Plenário do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) uma resolução
que institui e regulamenta o Cadastro Nacional de Presos (Banco Nacional de
Monitoramento de Prisão – BNMP 2.0), com o objetivo fazer o mapeamento da
população carcerária brasileira de acordo com as informações prestadas pelo
Judiciário.
Acerca do tema, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ, 2018) bem
ponderou o seguinte: “[...] Com base nas ações criminais a que presos provisórios
respondem e nos processos de execução penal dos presos definitivos, inseridos
pelos juízes criminais em tempo real, o BNMP fornecerá um quadro dinâmico da
realidade prisional do país”.
O CNJ enfatiza ainda que com o Banco Nacional de Mandados de Prisão
(BNMP), a sociedade ganha na Segurança Pública, uma vez que há integração
de dados dos detentos em nível nacional, e o Poder Judiciário ganha na eficiência
da jurisdição criminal e da execução de penas.
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mundo contemporâneo.
Para garantir essa iteratividade e dar efetividade à Segurança Pública, o
governo já atua na implantação de alguns projetos.
Um exemplo real desses projetos que visam a Segurança Pública – assim
como muitos outros semelhantes – é o Projeto Bom Vizinho, que foi idealizado
pela Secretaria de Segurança Pública do Estado do Paraná e vigora desde 2010,
quando se implementou a ideia de a população resguardar a sua casa e a casa
de seus vizinhos.
Segundo Rogério Antonio Lopes (2009, p. 122),
COMO FUNCIONA
O bom vizinho é sistematizado a partir de células compostas de quatro
elementos, ou seja, quatro vizinhos, os quais terão a responsabilidade
solidária de se “monitorar”. Funciona assim (1) vizinho “a” incumbirá
cuidar das casas de outros três vizinhos “b”, “c” e “d”: seus dois vizinhos
de lado e do vizinho da frente”.
COMO e ONDE DEVE SER IMPLEMENTADO
Seria interessante um local (ou vários locais) determinado para a
implantação do “projeto piloto”, o qual será avaliado periodicamente.
Posteriormente, o projeto será estendido gradativamente para outros
locais e outros bairros, aproveitando as experiências obtidas e evitando
os erros eventualmente cometidos. [Especificamente, os vizinhos
deverão se conhecer, trocar telefones (fixos e móveis) acertando o
seguinte: “SEMPRE” que um sair, deve avisar os demais e o período que
deverá permanecer fora. Ao retornar, deve avisar que retornou. Muitos
vizinhos já conhecem relativamente a rotina do outro. Estamos falando
de gente que já mora perto um do outro e, que, bem ou mal, já se
conhecem.
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comunidade.
Portanto, denota-se que o Projeto Bom Vizinho tem como principal objetivo
regular, normatizar e despertar a solidariedade entre pessoas que moram
próximas umas às outras com o intuito de evitar a prática de diversos crimes
naquela região em que moram.
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REFERÊNCIAS
DECLARAÇÃO dos Direitos da Virgínia [de 1776]. DHnet, S.d. Disponível em:
<http://www.dhnet.org.br/direitos/anthist/dec1776.htm>. Acesso em: 10 fev. 2020.
DECLARAÇÃO Universal dos Direitos Humanos [de 1948]. BRASA, 6 set. 2013.
Disponível em: <https://brasa.org.br/declaracao-universal-dos-direitos-
humanos/>. Acesso em: 10 fev. 2020.
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WADMAN, R. C. In: TROJANOWICZ, R.; BUCQUEROUX, B. Policiamento
comunitário: como começar. Trad. Mina Seinfeld de Carakushanski. Rio de
Janeiro: Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, 1994.
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