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Artigo – Agricultura Urbana

Agricultura urbana no entorno da CEASA –PE

“Uma iniciativa frustrada foi a formação de um grupo representativo dos agricultores, cujo objetivo era
fazer a comunicação dos agricultores com a coordenação e auxiliar a assessoria técnica do CEASA/PE.O.S
em manter a organização da área. Os integrantes do grupo seriam eleitos pelos próprios agricultores,
sendo composto por, pelo menos, um representante por alça. Além disso, esse grupo seria protagonista
em emitir as informações e conhecimentos repassados pelas extensionistas. As alças rodoviárias são
extensas, o que limita a convivência entre vizinhos mais próximos e o fato dos mesmos não disporem de
um espaço físico para se encontrar e discutir os interesses de todos. Assim, esta iniciativa foi
problemática, pois sem a intermediação dos técnicos, o grupo de representantes se dispersou. Por outro
lado, comparecem com frequência as reuniões no CEASA.”

Tensões – as tensões são evidentes nas falas dos agricultores, ou são tensões entre os próprios
agricultores, ou entre os agricultores e os que constroem residências, os dois grupos e o Estado. Pelo
menos desde que foram iniciados os estudos nessas áreas (2005), que em cada visita há sempre um
entrevistado comentando da insatisfação que permeia as atividades.

por fim, propôs-se aos agricultores um acordo para fixar laços de comprometimento mútuo. Os critérios
para o acordo, discutido entre os participantes foi: os agricultores serão responsáveis em auxiliar no
cuidado das “bordas” das alças, zelando as cercas e beiras da BR. Em troca, a instituição forneceria os
itens elencados por eles como prioridades: insumos e assistência técnica. A intenção do acordo foi
diminuir a incidência de plantas espontâneas que dificultam o trabalho dos agricultores com a capina.
Para isso, planejou-se uma barreira de feijão de porco (planta recuperadora do solo) e flores (para
equilibrar a biodiversidade). Por conseguinte, praticou-se um mutirão para o plantio de uma barreira de
flores e feijão de porco

gricultura na cidade do Recife PE : complementaridades rural-urbanas e dinâmica espacial

Autor(es): José Ferreira, Rubio

Palavras-chave: Agricultura urbana; Complementaridades rural-urbanas e dinâmica espacial

Data do documento: 31-Jan-2009

Editor: Universidade Federal de Pernambuco

Citação: José Ferreira, Rubio; Jorge Moura de Castilho, Claudio. Agricultura na cidade do
Recife PE : complementaridades rural-urbanas e dinâmica espacial. 2009. Dissertação (Mestrado).
Programa de Pós-Graduação em Geografia, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2009.

Abstract: Com este trabalho busca-se, em linhas gerais, compreender as ruralidades,


enquanto

rugosidades, estabelecidas a partir da agricultura urbana em espaços no município de Recife,


através da sua dinâmica sócio-espacial; visando contribuir para o reconhecimento da

importância da inclusão desta atividade no planejamento. Portanto, especificamente, tem-se o

intuito de apontar os fatores da pertinência social das atividades de agricultura na cidade;

identificar os papéis da agricultura urbana na dinâmica sócio-espacial local e refletir sobre a

significação das possíveis complementaridades entre o urbano e o rural em Recife. A

agricultura urbana é uma atividade com múltiplas funcionalidades, uma vez que serve, ao

mesmo tempo, para a sobrevivência de grupos de pessoas pobres na cidade, e para abastecer

os grupos sociais mais favorecidos economicamente. Portanto, o conceito dessa agricultura

deve ser pensado, levando em conta determinantes que influem na realidade: tipo de atividade

econômica, localização da atividade, tipos de áreas utilizadas para este fim, sistema e escala

de produção, tipos e destinação de produtos. Este trabalho foi realizado mediante uma rotina

que se inicia com um levantamento bibliográfico, com pesquisa em trabalhos relacionados ao

referencial teórico e à caracterização geográfica do espaço em estudo. Depois foi definida a

problemática a ser abordada e os conceitos e categorias de análise que se tornaram a base

conceitual para a pesquisa. A partir daí foram realizadas leituras de trabalhos mais específicos

a cada assunto a ser abordado. A partir de trabalho de campo e levantamento

aerofotogramétrico com a utilização do programa eletrônico Google Earth, foram

identificadas as áreas com usos, bem como os tipos de agricultura urbana produzidas no

município do Recife. Posteriormente, plotou-se os pontos onde a atividade é desenvolvida e

mapeou-se utilizando o software arcgis/arcmap. A agricultura urbana com suas engrenagens

permite a realização de fluxos que mostram, também, intensas relações entre o espaço rural e

a cidade. Sendo assim, essa forma de produzir e usar o espaço geográfico não pode deixar de

ser considerada pelos agentes da gestão e do planejamento das nossas cidades. Até porque, a

AU já construiu e articulou engrenagens cujas funcionalidades fazem-se inerentes no processo

permanente de reprodução do espaço urbano em todo o mundo. A agricultura urbana em

Recife acha-se integrada ao sistema urbano, e isto não somente pela sua localização no espaço

urbano ou periurbano, mas também pelo fato de produzir para atender a interesses das

populações que vivem na cidade. Portanto ela deve ser incluída no planejamento urbano no

sentido de promover desenvolvimento sócio-espacial


Através de políticas ambientais e de planejamento urbano, baseando-se em legislação ambiental,
onde desempenham um papel na gestão ambiental e oferecem outros serviços demandados pela
população urbana. Entre esses serviços está a compostagem e reutilização descentralizada dos
resíduos urbanos (lixo orgânico e águas cinzas ou de reúso), melhoramento do microclima e da
paisagem urbana, manejo paisagístico (parques, cinturões verdes, zonas propensas a inundações e
terremotos, áreas de particular valor ambiental e que não devem ser edificadas etc.), oferta de
oportunidades de lazer e recreação, armazenamento de água etc. Quando apoiadas em motivações
de cunho ambiental, a AUP terá que adotar métodos de produção agroecológicos, aliando-se à
gestão de resíduos sólidos e de fornecimento de água, e ao planejamento e à gestão de parques e
das áreas naturais e de recreação existentes na cidade.  Através de políticas sociais de promoção da
segurança alimentar e nutricional e combate à pobreza e de promoção de saúde. Esses sistemas
promovem as hortas domésticas e comunitárias, focando na produção de hortaliças, verduras e
plantas medicinais. São voltados mais para auto subsistência e não promovem altas lucratividades,
mas têm impactos sociais importantes como inclusão social, alívio da pobreza, promoção do
desenvolvimento comunitário, etc.  Através de políticas econômicas ou agrícolas com tipos de
agricultura que envolvem pequenas empresas, investidores ou associações de produtores, e têm 29
uma produção em larga escala, voltada prioritariamente para a comercialização dos produtos.  Ou
ainda através de legislações específicas de promoção da AUP, que criam programas voltados para o
desenvolvimento da AUP utilizando um ou mais desses âmbitos políticos citados acima.

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