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“Produção baseado em um conceito sustentável para desenvolvimento de

produtos inovadores do couro que atendam a demanda local e


internacional”

A Norma Brasileira de Sustentabilidade em Curtume

MSc. Angela Strottmann


2017 – Colômbia
SEMINARIO INTERNACIONAL PARA EMPRESARIOS DE CURTIEMBRES Y
PROCESADORES DE CUERO EN COLOMBIA

ACICAM - ASOCIACIÓN COLOMBIANA DE INDUSTRIALES


DEL CALZADO, EL CUERO Y SUS MANUFACTURAS
Associação Brasileira de Empresas de Componentes para
Couro, Calçados e Artefatos.

Associação de Indústrias de
Curtume do Rio Grande do
Sul

ABICALÇADOS - Associação Brasileira de Calçados das


Indústrias de calçados
Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e
equipamentos para os Setores de Couros, Calçados e
Afins.

Associação Brasileira dos


Químicos e Técnicos da
Indústria do Couro

Instituto SENAI de Tecnologia em Calçado e


Logística
Instituto SENAI de Tecnologia em Couro e
Meio Ambiente
A CERTIFICAÇÃO DE
SUSTENTABILIDADE DO COURO
BRASILEIRO.

COMO TUDO COMEÇOU!


O Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil - CICB
é uma pessoa jurídica de direito privado, criada sob a
forma de Associação sem fins lucrativos tendo sido
fundada em 1957 na cidade do Rio de Janeiro, hoje
com sede em Brasília.
O que é Sustentabilidade?
É o uso dos recursos naturais de maneira
ambientalmente responsável, socialmente justa e
economicamente viável, de forma que o atendimento
das necessidades atuais não comprometa a
possibilidade de uso pelas futuras gerações.
Tripé da Sustentabilidade
1ª. Etapa

Avaliação do Estado da Arte da Certificação


Mundial e de Couros

De setembro de 2012 a janeiro de 2013


Algumas referências
2ª Etapa - Definição dos requisitos de
sustentabilidade

3ª Etapa – Criação da Comissão de Estudo


Especial de Processos de Produção de Couros –
Sustentabilidade da ABNT
4ª Etapa - Elaboração do Projeto de Norma
4ª. Etapa - Publicação como Norma Brasileira - Maio de
2014
• ABNT NBR 16.296 - Couro – Princípios,
critérios e indicadores para produção sustentável

• ABNT NBR 16.297 - Couro – Diretrizes para


implementação da ABNT NBR 16.296.

• ABNT NBR 16.346 – Diretrizes para auditoria


em curtumes – Procedimentos de auditoria – Critérios
de qualificação para auditores de curtumes
5ª. Etapa – Publicação da Portaria INMETRO
número 314 de 30/06/2015 reconhecendo o
Processo de certificação
Instituto SENAI de Tecnologia em Couro e
Meio Ambiente
NÚMERO DE INDICADORES A SEREM ATENDIDOS

Resumo
GESTÃO ECONÔMICA AMBIENTAL SOCIAL TOTAL
Geral
Nº de
21 29 68 55 173
indicadores
NÍVEIS DE CERTIFICAÇÃO
% de indicadores Atendidos em cada Dimensão
SELO BRONZE: Mínimo de 50%
SELO PRATA: Mínimo de 75%
SELO OURO: Mínimo de 90%
SELO DIAMANTE: 100%
Em Outubro de 2017 o primeiro curtume foi certificado pela

Norma de Sustentabilidade do Couro Brasileiro.

Outros 14 Curtumes estão se preparando para a certificação.


Dimensão Ambiental
4.3 Dimensão Ambiental
Princípio I – Legislação Ambiental
Princípio II – Rastreabilidade
Princípio III – Controle de substâncias restritas
Princípio IV – Gerenciamento do consumo de água
Princípio V – Gerenciamento do consumo de energia
Princípio VI – Processos de produção
Princípio VII – Gerenciamento de resíduos
Princípio VIII – Tratamento de efluentes líquidos
Princípio IX – Gerenciamento de emissões atmosféricas
4.3.1 Princípio I – Legislação Ambiental (ao curtume e
seus subcontratados)
 Licença de Operação fornecida pelo órgão ambiental;

 Licenciamento Ambiental Federal, expedido pelo Instituto Brasileiro do Meio


Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA);

 Licença de Funcionamento, expedido pela Polícia Federal para o uso de


produtos químicos restritos;

 Certificado de Registro Cadastral expedido pelo Ministério da Defesa para


uso de produtos químicos controlados;

 Cadastro Técnico Florestal para o uso da lenha


 Autorização para o Uso da Água fornecida pela Secretaria
Estadual do Meio Ambiente;

 Alvará de Funcionamento fornecido pela Prefeitura Municipal;

 Alvará do Plano de Prevenção Contra Incêndios, (PPCI) expedido


pelo Corpo de Bombeiros;
4.3.2 Princípio II – Rastreabilidade

 Sistema físico de rastreabilidade;

 Comprovação da Origem dos animais abatidos;


a) Controle de Área de desmatamento do bioma amazônico;
b) Controle do Trabalho Infantil, forçado ou análogo ao trabalho escravo.
4.3.3 Princípio III – Controle de Substâncias Restritas
 Atendimento de requisitos legais e de clientes
a) Especificações do cliente – Exemplo Grupo Arezzo
b) Especificações próprias

Baseado na Diretiva REACH


Elaboração de projeto de Norma brasileiro para Substâncias Restritas

 Avaliação das substâncias restritas


a) Frequência para a realização dos ensaios
b) Relatórios de ensaios – SENAI, IBTec e outros
c) Retenção das amostras de
 Monitoramento das matérias-primas e insumos químicos
a) Avaliação de matérias-primas e insumos por fornecedores
4.3.4 Princípio IV – Gerenciamento do Consumo de Água
 Monitoramento da quantidade de água utilizada
a) Quantidade por fonte de abastecimento (rio, poço, nascente,
água de chuva)

 Medidas de racionalização
a) Quantidade de água captada
b) Variação no consumo
c) Monitoramento do desempenho

Melhor Prática: RECICLO DOS BANHOS


Tabela LWG – pg 38
Tabela LWG – pag 39
 Monitoramento da quantidade de energia utilizada
a) Energia consumida em função da fonte (Energia Elétrica, Gás, óleo,
Lenha)
b) Relação entre a energia renovável e o consumo de energia total
c) Consumo total de energia por unidade produzida (MJ/m² de couro)

 Medidas de racionalização
a) Variação no consumo
b) Monitoramento do desempenho
TABELA LWG – Pg 32
Princípio VI Processos de Produção
perações de Ribeira

Operações de Ribeira

a) Tipo de matéria-prima (fresca ou salgada), destinação do sal?


Melhor Prática:
Bater o sal e reutilização do sal limpo
Utilizar o processo de conservação a frio – choque térmico
Uso de Biocida para pequenas distancias (frigorífico – curtume)

b) Tensoativos biodegradáveis e sem NPE


perações de Ribeira

Operações de Ribeira
c) Redução do impacto de remolho e caleiro
Conservação do pêlo para venda para fabricação de pincel
Reutilização deste banho - reciclagem
Utilização de auxiliares para reduzir a carga poluidora
Controle de banho – Análise de sulfeto, DBO, DQO e outros

d) Redução de sais amoniacais na desencalagem e purga


Utilização de desencalantes isento ou com baixo teor de nitrogênio
Análise periódica do banho – teor de Nitrogênio

Prática para destinação deste banho: uso como fertilização do solo


perações de Ribeira

Operações de Curtimento

a) Redução de sal no píquel


Utilização de ácidos não inchantes
Análise periódica do teor de Cloreto de Sódio no banho
b) Eficiência do curtimento ao cromo
Utilização de processos de curtimento de alto esgotamento
Reciclagem do banho e recuperação do cromo
Análises periódica do banho e do couro
Cálculo de eficiência do curtimento
c) Curtimento isento de cromo
Os curtentes utilizados devem ter o controle das
substâncias restritas
Operações de Acabamento Molhado - Recurtimento

a) Uso de insumos químicos biodegradáveis e isentos de NPE nos processos de


reumectação, enxugamento e na limpeza dos equipamentos.

b) Minimização do uso de insumos químicos


Esgotamento do banho – controle de processo pH, temperatura e tempo

c) Processo de secagem controlado


Operações de Acabamento Final

a) Exaustão de poeira no lixamento


Operações de Acabamento Final

b) Técnicas de aplicação
Utilização de sistemas de alto desempenho – HVLP Alto volume e baixa
pressão;
Limpeza regular dos bicos
Controle de sobras de tintas
Operações de Acabamento Final

c) Captação de particulados e gases


Princípio VII – Gerenciamento de Resíduos
 Gestão de Resíduos
a) Diretrizes de recolhimento, armazenamento e destinação de resíduos – Plano de
Gerenciamento de Resíduos Sólidos
- Lodo – Aterro sanitário
- Aparas sem cromo – antes do curtimento para fábrica de gelatina
- Aparas com cromo – Aterro sanitário
- Farelo rebaixadeira – Coprocessamento – Empresa ILSA
- Embalagem – Logística reversa, venda para reciclagem
- Cinza da Caldeira – fertilização do solo
- Pneus – Logística reversa
- Restos de comida do refeitório - empresas autorizadas a receber
- Pilhas, lâmpadas e baterias – empresas autorizadas a receber
- Papel – para reciclagem
- Papelão – para reciclagem
- Plástico – para reciclagem
- Lixo eletrônico – para empresas autorizadas a receber
- Cartucho de impressora - reaproveitamento
 Armazenagem dos resíduos
 Armazenagem dos resíduos
Princípio VIII – Tratamento de Efluentes
Líquidos
 Sistema de tratamento de efluentes líquidos
a) Separação antes do tratamento – Banhos da Ribeira
b) Monitoramento e Análises
c) Desempenho com base em referências setoriais
Modelo de Fluxograma do Tratamento de
Efluentes
Princípio IX – Gerenciamento de Emissões
Atmosféricas
 A emissão de fumaça ou fuligem não poderá ultrapassar, para a densidade
colorimétrica, o máximo de 20% (vinte por cento), equivalente ao Padrão
01 da Escala de Ringelmann.

 Monitorar e controlar os odores – não podem ser perceptíveis fora dos


limites do curtume

 Ações para a minimização de VOC’s - o padrão de emissão para VOC´s


é de 50 mg/Nm3.

 Medição regular de níveis de ruído externo


Dimensão Econômica
4.2 Dimensão Econômica

4.2.1 Princípio I – Desempenho da produção


4.2.2 Princípio II – Desempenho do produto
4.2.3 Princípio III – Impactos econômicos
4.2.1 Princípio I – Desempenho da Produção
 Desempenho da produtividade
b) Produtividade de máquinas e equipamentos
c) Retrabalho na produção

 Condições das instalações gerais da organização


a) Medição de insumos químicos – Manual ou Automatizado
b) Calibração dos equipamentos de medição – precisão das medidas
 Controle operacional
a) Existência de procedimento de medição, monitoramento e controle
operacional – Ordem de produção com o fluxo operacional, formulações
b) Informação sobre características de produtos – Ficha Técnica e
cartelas
c) Instrução de trabalho para os processos – Modelo de IT
d) Acompanhamento da produção - PCP

 Desempenho dos trabalhadores


a) Procedimento para avaliação do desempenho dos trabalhadores
b) Mão de obra qualificada
d) Controles sobre as horas extras
Princípio II – Desempenho do Produto
 Controle da qualidade
a) Procedimentos de verificação, monitoramento, inspeção e ensaios
 Avaliação e análise do desenvolvimento de produto

b) Controle do desenvolvimento
Acerto de Artigos
Taxa de conversão de desenvolvimento em pedido

c) Investimento em pesquisa e desenvolvimento


Princípio III – Impactos Econômicos
 Metas e indicadores para Vendas
Em valor monetário
Em m2 produzido
Qual o ponto de equilíbrio

 Resultados econômicos alcançados - Lucratividade

 Crescimento do Curtume
4.4 Dimensão Social
4.4 Dimensão Social
4.4.1 Princípio I – Cumprimento dos requisitos legais aplicáveis
4.4.2 Princípio II – Público interno
4.4.3 Princípio III – Fornecedores
4.4.4 Princípio IV – Práticas leais de concorrência
4.4.5 Princípio V – Clientes
4.4.6 Princípio VI – Envolvimento com a comunidade, governo e
sociedade
Princípio I – Cumprimento dos
Requisitos Legais Aplicáveis
NR 4 – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do

Trabalho

NR 5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

NR 6 – Equipamentos de Proteção Individual (EPI)

NR 7 – Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO)


NR 9 – Programas de Prevenção de Riscos Ambientais

NR 10 – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade

NR 11 – Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais

NR 12 – Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos

NR 13 – Caldeiras, Vasos de Pressão e Tubulações

NR 15 – Atividades e Operações Insalubres

NR 16 – Atividades e Operações Perigosas


NR 17 – Ergonomia

NR 24 – Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho

NR 26 – Sinalização de Segurança

NR 33 – Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados

NR 35 – Trabalho em Altura


Análise de Potabilidade da água para beber

Análise da qualidade do ar em ambientes com ar condicionado

 Não utilização de trabalho infantil, forçado ou semelhantes ao

trabalho escravo. No curtume e em seus subcontratados


4.4.2 Princípio II – Público interno
 Saúde e a segurança

a) Inventário e armazenamento adequado de insumos químicos


b) Acesso dos funcionários a FISPQ - Ficha de Informações de
Segurança de Produtos Químicos
c) Campanhas de conscientização
d) Orientação alimentar ou nutricional
e) Programa de prevenção de acidentes de trabalho
 Ambiente saudável e em boas condições de trabalho

a) Condições de limpeza e higiene


b) Condições de trabalho adequadas
c) Existência de instalações e áreas adequadas
d) Promover a acessibilidade a áreas comuns

 Direito de associação
a) Associação a sindicatos de trabalhadores
b) Participação em negociação coletiva
c) Representantes não sujeitos a discriminação
 Promoção da diversidade
a) Contratação de pessoas com deficiência
b) Monitoramento da diversidade
c) Igualdade de oportunidades

 Desenvolvimento profissional e capacitação


a) Incentivos para os estudos
b) Treinamentos ou cursos específicos
c) Mapeamento do grau de escolaridade
d) Mapeamento para identificação de competências potenciais
e) Funcionários treinados para manuseio de insumos químicos
 Remuneração e benefícios
a) Plano de cargos e salários

 Programas de conscientização da responsabilidade social


4.4 Dimensão Social
4.4.3 Princípio III – Fornecedores
A empresa deve estabelecer e manter procedimentos
apropriados para avaliar e selecionar fornecedores e
subcontratados de forma que atendam aos critérios de
responsabilidade social estabelecidos.
Princípio III – Fornecedores

 Avaliação e seleção de fornecedores e subcontratados


Qualificação
Comprometimento com a Responsabilidade Social
Princípio IV – Práticas Leais de Concorrência

A organização deve estabelecer práticas de preço e concorrência no


mercado, de acordo com o cumprimento da legislação e em busca de
um posicionamento leal e significativo no setor.
Princípio IV – Práticas Leais de Concorrência

Critério I – Princípios de concorrência leal


a) Princípios de concorrência leal
b) Política no combate a concorrência desleal
Princípio V – Clientes
 Comunicação e informação ao cliente
a) Ouvidoria ou atendimento ao cliente
b) Treinamento dos envolvidos – Código de Dessa do Consumidor
c) Registros da comunicação. SAC – Serviço de Atendimento ao Cliente

 Qualidade das relações comerciais


a) Política comercial
b) Fidelização de clientes
c) Avaliação da satisfação do cliente
4.4.6 Princípio VI – Envolvimento com a Comunidade,
Governo e Sociedade
 Relações com a comunidade local

 Envolvimento com o governo

 Atendimento a reclamações e relações públicas


Programa ABVTEX
 Trabalho digno na cadeia produtiva dos
artigos de moda;
 desenvolvimento sustentável da cadeia de
valor e a aplicação das regras de
compliance junto à cadeia de fornecimento.
Couro Sustentável
 Rentável;

 Produzido por mão de obra contratada legalmente;


 Produzido em ambiente seguro;

 Matéria prima de procedência conhecida;


 Insumos químicos controlados;

 Uso consciente de recursos naturais;


 Gestão de resíduos sólidos e líquidos;

 Produção com controle do impacto ambiental;


 Não esgota fonte de recursos.
Sustentabilidade Empresarial
 Um diferencial competitivo;
 Clientes e consumidores valorizam cada vez mais o atributo de
sustentabilidade na aquisição dos produtos;
 Barreira seletiva para introdução e permanência em alguns mercados;
Por quê?  Valorização da marca ou produto no mercado;
 Demanda do consumidor final;
 Crescimento de oportunidades;
 Exigências de grandes marcas internacionais.
 Aspecto relevante para o futuro do planeta e das relações de trabalho
Programa ABVTEX

 O Programa de Qualificação de Fornecedores


para o Varejo. Tem por objetivo aplicar uma
qualificação única que permita aos varejistas
desenvolver, monitorar e apoiar seus
fornecedores e respectivos subcontratados
quanto ao cumprimento dos aspectos ligados a
regulamentação.
Origem Sustentável

 Diferencial competitivo;
 Demandas de grandes marcas internacionais
que já incorporaram a sustentabilidade em
seus processos/produtos;
 Valorização da marca no mercado
internacional;
Perguntas e questionamentos
Obrigado pela atenção!

mercadointerno@assintecal.org.br

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