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ENUNCIADO DE AVALIAÇÃO

DE COMPETÊNCIAS INDIVIDUAL

CURSO: CURSO DE FORMAÇÃO DE CRIMINOLOGIA ACÇÃO N.º E-LEARNING

MÓDULO: TRABALHO Nº 1
CRIME ORGANIZADO E CRIMINOLOGIA ECONÓMICA
FORMADOR: GILDA REIS CUNHA

DATA: 02/12/2022 CLASSIFICAÇÃO:

Nome do formando: Edmilson Mendes

1. Uma perspetiva que tem sido encarada para o estudo e compreensão do crime
organizado é a empresarial e de mercado.
Tal perspetiva faz a ligação do crime organizado a operações em três domínios
específicos. Assinale-os.
R: A perspetiva de verdadeira empresa do crime, faz a ligação com operações em
três domínios específicos: a criminalidade organizada violenta, tráficos ilícitos de
várias naturezas que são altamente lucrativos e, por último, a criminalidade de
“colarinho branco” (mas sem negligenciar os laços que existem com a
microcriminalidade do dia-a-dia).

2. O significado de «crime organizado» fica balizado pelo conteúdo de uma norma do


Código Penal. Indique qual e refira-se ao bem jurídico tutelado por essa norma
R: Ao balizarmos o conceito de “crime organizado” pelo conteúdo do artigo 299º CP,
estamos a vincular o conceito de criminalidade organizada ao crime de associação
criminosa. Tal pode propiciar um cenário de insegurança jurídica já que definir o que é
criminalidade organizada funcionará como pressuposto de aplicação de um regime
processual mais restritivo de direitos e liberdades. Este ilícito constitui um crime de perigo
abstrato. Relativamente à consumação, a associação criminosa é um crime de mera
atividade e a tentativa não é punível dado que o crime consubstancia já uma antecipação
da tutela do bem jurídico. O legislador faz recuar a proteção do bem jurídico a momentos
anteriores nos quais o perigo se manifesta.

3. Do ponto de vista penal, as políticas de good governance e de compliance devem ser


levadas em conta para a delimitação da responsabilidade empresarial? Fundamente a
sua resposta.
R: De um ponto de vista penal, as políticas de good governance e de compliance devem
ser levadas em conta para a delimitação da responsabilidade empresarial. Com efeito, a
questão da responsabilidade penal no âmbito da prática de crimes económicos conhece um
aspeto nevrálgico na atribuição dessa responsabilidade às chamadas pessoas coletivas. E
levou, como é sabido, a propostas que pretendem fazer dos órgãos de direção – dos
administradores ou dirigentes – das empresas garantes dos atos ilícitos cometidos pelos
seus empregados. No cenário económico contemporâneo, as empresas estão obrigadas a
novas formas de atuação no mercado e à adoção de estratégias de autorregulação para
prevenção de comportamentos contrários às normas pelos seus administradores, dirigentes

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e empregados. É neste contexto, como já se viu, que surgem os programas de compliance,


com a rede de deveres que daí resultam para todos os que as integram.

4. A Convenção de Viena das Nações Unidas é o primeiro instrumento internacional que


prevê a criminalização do branqueamento, referindo-se a três fases de execução que
descrevem os comportamentos que configuram a prática deste crime.
Enuncie essas três fases.
R: A Convenção de Viena das Nações Unidas é o primeiro instrumento internacional onde
se prevê a criminalização do branqueamento, impondo aos Estados Partes um dever
jurídico internacional de intervenção penal neste domínio. Ela contem, na verdade, a
primeira definição de branqueamento, sem o nomear expressamente, enunciando os
comportamentos que o configuram e que podem descrever-se de acordo com três fases de
execução: ❶ A primeira, de conversão, transferência ou colocação de bens – o chamado
placement stage -, em que quem a efetua sabe que estes provêm (de crimes que relevam
do âmbito) do tráfico de estupefacientes, com o objetivo de ocultar ou dissimular a origem
ilícita dos bens ou de auxiliar qualquer pessoa que esteja implicada no cometimento de um
daqueles crimes a eximir-se às consequências jurídicas dos seus atos; ❷ A segunda fase é
a de ocultação ou dissimulação da natureza, da origem, da localização, disposição,
movimentação ou titularidade ou outros direitos respeitantes aos bens - o chamado
layering stage -, sabendo o autor que estes provêm (de crimes que relevam do âmbito) do
tráfico de estupefacientes; ❸ A terceira e última fase é descrita como a aquisição,
detenção ou utilização (integração) de bens – o chamado integration stage – por parte de
quem sabe, no momento em que os recebe, detém ou utiliza que provêm (de crimes de
relevam do âmbito) do tráfico de estupefacientes.

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