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Questões de Concurso – CRIMINOLOGIA

Atualização: 24/12/2020.

Fonte utilizada: Site Qconcursos + seleção dos melhores comentários

##Atenção: As questões que foram consideradas ERRADAS pelo gabarito oficial constam ao final
da questão a palavra [CORRIGIDA]

Material confeccionado por Eduardo Belisário S. Teixeira.

(DPEDF-2019-CESPE): A prevenção PRIMÁRIA do delito aponta suas diretrizes ao efetivo


implemento das políticas sociais pelo estado social de direito, consistindo em medidas mais eficazes
de prevenção ao delito.

##Atenção: PROCESSO DE PREVENÇÃO: Modelos/Tipos de Prevenção:

a) PRIMÁRIA (antes, atua ensinando): É tida como genuína prevenção. Tem-se a atuação positiva
do Estado afim de efetivar direitos sociais. O Estado busca atacar a etiologia do delito, adotando
medidas de longo e médio prazo que atuam na raiz do conflito. Orienta-se, portanto, às causas
delitivas, de forma a neutralizá-las antes da manifestação do problema (ataca o crime desde suas
raízes). Está voltada à segurança e qualidade de vida, atuando nas áreas da educação, do emprego,
da saúde e da moradia (exceto direito penal). Exemplo: investimento em
saúde/educação/trabalho/lazer e bem-estar (essa é a mais eficaz);

b) SECUNDÁRIA (durante, atua fiscalizando): Ela orienta as intervenções a determinados grupos


de risco. Está direcionada aos potenciais ou eventuais criminosos – determinada a setores da
sociedade. Reforça o sentimento de segurança cidadã por meio das políticas legislativas, ações
policiais, programas de apoio, controle das comunicações sociais e outros. Portanto, há o
reconhecimento de falhas na concretização de direitos sociais, advindo-se medidas paliativas
urgentes, atingindo-se grupos de risco de criminalidade havendo ações concretas em locais
específicos como forma de combater a criminalidade. É onde o crime se manifesta (zonas quentes da
criminalidade). Exemplo: UPPs no Rio de Janeiro;

c) TERCIÁRIA (depois, atua punindo e corrigindo): É aplicada após o fenômeno criminal. Orienta
os criminosos já punidos com o objetivo de reduzir a reincidência. Atua na ressocialização da
população carcerária. Está direcionada a um grupo determinado. Para haver progresso, tem que
existir ordem. Nesse contexto, trata-se da prevenção especial positiva, isto é, a ressocialização do
apenado. Em outros termos, é dirigida aos presos e ao egressos, buscando meios para a sua
ressocialização, de modo que eles não venham a praticar novos delitos. Exemplo: Programas de
atenção aos egressos.

(DPEDF-2019-CESPE): A Teoria da contenção preceitua que a sociedade produz uma série de


estímulos e pressões que impulsionam o indivíduo para uma conduta criminal, mas impedido por
fatores internos, como a personalidade forte, e externo, como a coação normativa exercida pela
sociedade. Por sua vez, a Teoria da conformidade diferencial, conforme Briar e Piliavin, defende a
existência de um grau variável de compromisso e aceitação dos valores convencionais que se estende
desde o mero medo do castigo até a representação das consequências do delito na própria imagem,
nas relações interpessoais, no status e nas atividades presentes e futuras. Isso significa que, em
situações equiparáveis, uma pessoa com elevado grau de compromisso ou conformidade com os
valores convencionais é menos provável que assuma comportamentos delitivos, em comparação com
outra de inferior nível de conformidade, e vice-versa.

##Atenção: Em resumo, pode-se afirmar que na Teoria da Conformidade Diferencial tem-se dois
indivíduos, em situações equiparáveis, que podem agir de forma DIFERENTE CONFORME seu
grau de compromisso com valores sociais (Briar e Piliavin). Já em relação à Teoria da Contenção,
tem-se que a sociedade produz uma série de estímulos, de pressões, que impelem o indivíduo para
a conduta desviada. Todavia, tais impulsos são impedidos por certos mecanismos, internos ou
externos, de contenção que lhes isolam positivamente.

##Atenção: ##MPGO-2010: Vejamos outras teorias sobre o controle social (control theorie):

a) Teoria do enraizamento social: De Travis Hirschi (1935) em que todo indivíduo é um infrator
potencial e só o medo do dano irreparável em suas relações interpessoais funciona como freio;

b) Teoria do controle interior: Sustentada por Reiss e tem inequívocas conexões com a psicanálise e
com a cibernética. Para o autor a delinquência é o resultado de uma relativa falta de normas e regras
internalizadas, do desmoronar de controles existentes com anterioridade e/ou de um conflito entre
regras e técnicas sociais. A desviação social é vista como a consequência funcional de controles
pessoais e sociais débeis (fundamentalmente pelo fracasso dos grupos primários);

c) Teoria da antecipação diferencial: para Glaser a decisão de cometer ou não um delito vem
determinada pelas consequências que o autor antecipa, pelas expectativas que derivam de sua
execução ou não-execução. O indivíduo se inclinaria pelo comportar delitivo quando de seu cometer
derivar mais vantagens do que desvantagens, de forma a considerar seus vínculos com a ordem
social, com outras pessoas ou suas experiências precedentes. E tais expectativas, por sua vez,
dependeriam do maior ou menor contato de cada indivíduo com os modelos delitivos, isto é, da
aprendizagem ou associação diferencial.

(DPEDF-2019-CESPE): O modelo dissuasório clássico ou retributivo estabelece que a existência de


leis que recrudescem o sistema penal faz com que previna a reincidência, uma vez que o infrator
racional irá sopesar o castigo com o eventual proveito obtido. O modelo integrador (consensual), por
seu turno, determina primordialmente que os envolvidos resolvam o conflito entre si, ainda que haja
necessidade de inobservância das regras técnicas estatais de resolução da criminalidade,
flexibilizando-se leis para se chegar ao consenso.

##Atenção: ##TJCE-2018: ##CESPE: MODELOS DE REAÇÃO AO DELITO – Modelos de Justiça


Criminal: a) Dissuasório (Clássico ou Retributivo): Foca-se na repressão por meio punição do
agente criminoso, mostrando a todos que o crime não compensa e gera castigo (direito penal
clássico); b) Ressocializador: Visa-se não apenas se aplicar uma punição ao delinquente, mas
também é essencial a possibilidade de reinserção social, isto, a ressocialização (Prevenção Especial
Positiva); c) Integrador (Consensual): Tem como objetivo gerar sua restauração, mediante a
reparação do dano causado, isto é, baseia-se na formação de acordo, surgindo a Justiça Consensual.

##Atenção: Cumpre ressaltar ainda que o Modelo Integrador se subdivide em: i) Restaurador: busca
a reparação do dano à vítima e; ii) Negociado, que almeja a confissão do delinquente.

(MPSC-2019): A criminologia crítica é elaborada com base em uma interpretação da realidade


realizada a partir de um ponto de vista marxista. Trata-se de uma proposta política que considera
que o sistema penal é ilegítimo, e seu objetivo é a desconstrução desse sistema.

##Atenção: Teoria crítica ou radical ou “nova criminologia”: A origem histórica dessa teoria de
conflito se encontra no início do século XX, com o trabalho do holandês Bonger, que, inspirado
pelo marxismo, entende ser o capitalismo a base da criminalidade, na medida em que promove o
egoísmo; este, por seu turno, leva os homens a delinquir. Afirma ainda que as condutas delitivas dos
menos favorecidos são as efetivamente perseguidas, ao contrário do que acontece com a
criminalidade dos poderosos. Portanto, essa teoria, de origem marxista, entende que a realidade não
é neutra, de modo que se vê todo o processo de estigmatizacão da população marginalizada, que se
estende à classe trabalhadora, alvo preferencial do sistema punitivo, e que visa criar um temor da
criminalização e da prisão para manter a estabilidade da produção e da ordem social. As principais
características da corrente crítica são: a) a concepção conflitual da sociedade e do direito (o direito
penal se ocupa de proteger os interesses do grupo social dominante); b) reclama compreensão e até
apreço pelo criminoso; c) critica severamente a criminologia tradicional; d) o capitalismo é a base da
criminalidade; e) propõe reformas estruturais na sociedade para redução das desigualdades e
consequentemente da criminalidade. Por outro lado, essa teoria é criticada por apontar problemas
nos Estados capitalistas, não analisando o crime nos países socialistas. Destacam-se as correntes do
neorrealismo de esquerda; do direito penal mínimo e do abolicionismo penal, que, no
fundo, apregoam a reestruturação da sociedade, extinguindo o sistema de exploração econômica.
(Fonte: Comentários do Site Qconcursos).

(MPSC-2019): O garantismo penal de Ferrajoli é contrário à proposta de eliminação do Direito Penal,


que é denominada como abolicionismo. O motivo dessa posição é a consideração de que a aplicação
do Direito Penal pelo Estado pode ser um instrumento para a garantia do respeito aos direitos do
acusado.

##Atenção: O jurista Luigi Ferrajoli, como o principal expoente do Garantismo Penal, compreende
um modelo universal, e por essa razão, transforma-se em uma meta a ser alcançada pelos operadores
do Direito, destinado a contribuir com a moderna crise que assola os sistemas penais. Engloba, desse
modo, diversas fases: criação da lei penal, com eleição dos bens jurídicos tutelados, validade das
normas e princípios do direito e do processo penal, respeito pelas regras e garantias inerentes à
atividade jurisdicional, a regular função dos sujeitos processuais etc. Além disso, Ferrajoli assenta
seu sistema garantista (cognitivo ou de legalidade estrita) em dez axiomas ou princípios
axiológicos fundamentais: princípio da retributividade ou da consequencialidade da pena em
relação ao delito; reserva legal; princípio da necessidade ou da economia do direito penal; princípio
da lesividade ou ofensividade do resultado; princípio da materialidade ou exterioridade da ação;
princípio da culpabilidade ou da responsabilidade pessoal; princípio da jurisdicionalidade; princípio
acusatório; princípio do ônus da prova; princípio da defesa ou contraditório. Trata-se, portanto, de
um modelo-limite para o Direito Penal. Por outro lado, temos o Abolicionismo Penal, uma teoria
criminológica relacionada à descriminalização, isto é, a retirada de determinadas condutas de leis
penais; e a despenalização, extinção da pena quando da prática de determinadas condutas. Sua
origem é fruto de estudos de Louk Hulsman (Holanda), Thomas Mathiesen e Nils Christie (Noruega)
e Sebastian Scheerer (Alemanha). Trata-se de um novo método de vida posto apresentar uma nova
forma de pensar o direito penal, uma vez que se questiona o verdadeiro significado das punições e
das instituições, com o objetivo de construir outras formas de liberdade e justiça. Defendia-se,
portanto, uma mudança radical e profunda das formas de controle social, chegando ao ápice de
abandono do cárcere.

(MPSC-2019): A política de repressão implementada nos anos 90 pelo então Prefeito de Nova York,
Rudolph Giuliani, orientada pelo chamado “movimento da lei e da ordem”, embora tenha sido um
modelo de política criminal que tenha obtido uma impressionante redução dos níveis de
criminalidade na cidade, foi bastante criticada, pois houve um aumento considerável de sua
população carcerária, punindo-se os delitos menores com mais rigor; legitimou-se a ação dos
policiais perante a população, ocasionando um retrocesso aos direito fundamentais e; não se evitou a
desordem e nem a efetividade do ius puniendi, já que o direito penal deveria ser visto como ultima
ratio. [CORRIGIDA]

(TJPA-2019-CESPE): O movimento Tolerância Zero parte da ideia de que o Estado não deve
negligenciar fatos criminosos, por mais insignificantes que sejam, já que esses fatos contêm em si
uma fonte de irradiação da criminalidade.

##Atenção: O movimento Tolerância Zero parte da ideia de que os pequenos delitos devem ser
rechaçados, o que acabaria inibindo os mais graves (fulminar o mal em seu nascedouro), atuando,
assim, como prevenção geral. Em outras palavras, o Estado não deve negligenciar fatos criminosos,
por mais insignificantes que eles representem, já que tais fatos contêm em si uma fonte de irradiação
da criminalidade.

(TJPA-2019-CESPE): Os defensores do movimento Lei e Ordem acreditam que os criminosos apenas


poderão ser controlados por meio de leis severas, que imponham a pena de morte e longas penas
privativas de liberdade. Segundo o movimento Lei e Ordem, estes seriam os únicos meios eficazes
para intimidar e neutralizar os criminosos e, além disso, capazes de fazer justiça às vítimas.
[CORRIGIDA]

(TJPA-2019-CESPE): A Nova Defesa Social é considerado um movimento com traços de uma política
criminal humanista, na busca de um Direito Penal de caráter preventivo e protetor da dignidade
humana. Em sentido oposto ao da Defesa Social, existem os denominados Movimentos de Lei e
Ordem, cuja ideologia estabelecida é a repressão, pautada no regime punitivo-retributivo. Por outro
lado, a Despenalização das Contravenções não é considerada como instrumento de endurecimento
do Estado no combate ao crescimento da criminalidade. [CORRIGIDA]

(TJRO-2019-VUNESP): Dentre as escolas e doutrinas penais apresentadas a seguir, a que adota como
finalidade da pena exclusivamente a prevenção geral positiva é: o Funcionalismo de Gunther Jakobs.

##Atenção: ##MPF-2012: Recentemente, pensadores do direito estão atribuindo maior valor à


perspectiva funcional da pena, qual seja, consequência social da punição, a função real da sanção.
Dá-se maior valor aos efeitos sobre as pessoas que confiam no Direito Penal (prevenção geral
positiva), seja pela proteção dos bens jurídicos (Claus Roxin), seja pela confirmação absoluta dos
preceitos incriminadores (Günther Jakobs). Legitimam, ainda, a aplicação da prevenção especial
positiva, ressocializando o autor do fato delituoso, e negativa, mantendo-o longe das influências que
o levariam a delinquir).

##Atenção: ##MPGO-2010: ##TJRO-2019: ##VUNESP: ESCOLA CORRECIONALISTA (de Karl


David August Roeder): a função principal, e única, da pena é a correção do indivíduo. A finalidade
da pena é trabalhar sobre a causa do delito, isto é, a vontade defeituosa, procurando convertê-la
segundo os ditames do direito. O criminoso é um ser limitado por uma anomalia de vontade,
encontrando no delito o seu sintoma mais evidente, e, por isso, a sanção penal é vista como um bem.
O importante não é a punição do delito, mas sim a cura ou emenda do delinquente. A pena serve
como meio de controle social, e não mais uma mera retribuição ao crime praticado.  Portanto, temos
que a pena idônea, para essa escola, é a privação de liberdade. A função do direito penal é
preventiva e de controle social e a responsabilidade penal deve ser entendida como uma
responsabilidade coletiva, solidária e difusa.

##Atenção: ##TJRO-2019: ##VUNESP: ESCOLA TÉCNICO-JURÍDICA (de Vicenzo


Manzini): aponta o fenômeno do crime como sendo o verdadeiro objeto do Direito Penal. Para
essa Escola: a) o delito é pura relação jurídica, de conteúdo individual e social; b)  a pena constitui
uma reação e uma consequência do crime (tutela jurídica), com função preventiva geral e especial,
aplicável aos imputáveis; c) a medida de segurança – preventiva – deve ser aplicada aos
inimputáveis; d) responsabilidade moral (vontade livre); e) método tecno-jurídico; e f) recusa o
emprego da filosofia no campo penal.

##Atenção: ##TJCE-2018: ##CESPE: ##TJRO-2019: ##VUNESP: ESCOLA CLÁSSICA (de Paul


Feuerbach e Francesco Carrara): o crime é um ente jurídico; não é uma ação, mas sim uma infração
(Carrara) – é uma criação jurídica; a punibilidade deve ser baseada no livre-arbítrio; a pena deve ter
nítido caráter de retribuição pela culpa moral do delinquente (maldade), de modo a prevenir o
delito com certeza, rapidez e severidade e a restaurar a ordem externa social; método e raciocínio
lógico-dedutivo (em que se partia de algumas premissas para chegar a determinadas conclusões).

(TJSC-2019-CESPE): Com relação às escolas e tendências penais, julgue o item seguinte: O


movimento de defesa social sustenta a ressocialização do delinquente, e não a sua neutralização.
Nesse movimento, o tratamento penal é visto como um instrumento preventivo.

##Atenção: O movimento surge após a Segunda Guerra Mundial, liderado por Fillipo Gramatica e
Marc Ancel. O Direito Penal deve ser um instrumento preventivo, tendo como foco evitar que o
criminoso volte a delinquir, rejeitando-se o viés meramente retributivo
(TJSC-2019-CESPE): Com relação às escolas e tendências penais, julgue o item seguinte: De acordo
com a escola clássica, a responsabilidade penal é lastreada na imputabilidade moral e no livre-
arbítrio humano.

##Atenção: ##TJCE-2018: ##CESPE: ##TJRO-2019: ##VUNESP: A Escola Clássica teve como seus
principais adeptos Paul Feuerbach e Francesco Carrara. Tinha o livre arbítrio como seu fundamento
indeclinável, sendo o homem moralmente imputável em razão dos seus atos externos, que podem
ser praticados por ação ou omissão.

(TJBA-2019-CESPE): A explicação do crime como fenômeno coletivo cuja origem pode ser
encontrada nas mais variadas causas sociais, como a pobreza, a educação, a família e o ambiente
moral, corresponde à perspectiva criminológica denominada sociologia criminal.

(MPSC-2016): O italiano Cesare Lombroso, autor da obra “L’Uomo delinquente”, foi um dos
precursores da Escola Positiva de Criminologia, a qual admitia a ideia de que o crime é um ente
jurídico - infração - e não ação.

##Atenção: ##TJRO-2019: ##VUNESP: ESCOLA POSITIVA: o direito penal é obra humana; a


responsabilidade social decorre do determinismo social; o delito é um fenômeno natural e social
(fatores biológicos, físicos e sociais); a pena é um instrumento de defesa social (prevenção
geral); método indutivo-experimental; os objetos de estudo da ciência penal são o crime, o criminoso,
a pena e o processo; justifica-se a intervenção estatal em razão da periculosidade do indivíduo; a
medida decorrente de um crime não possui um prazo determinado, pois deve perdurar enquanto
não cessada a periculosidade.

(MPSC-2016): Teoria da Subcultura Delinquente: Desenvolvida por Wolfgang e Ferracuti (1967), esta
teoria defende a existência de uma subcultura da violência, que faz com que alguns grupos passem a
aceitar a violência como um modo normal de resolver os conflitos sociais. Mais que isso, sustenta que
algumas subculturas, na verdade, valorizam a violência, e, assim como a sociedade dominante impõe
sanções àqueles que deixam de cumprir as leis, a subcultura violenta pune com o ostracismo, o
desdém ou a indiferença os indivíduos que não se adaptam aos padrões do grupo. [CORRIGIDA]

(MPSC-2016): Enquanto a criminologia pode ser identificada como a ciência que se dedica ao estudo
do crime, do criminoso e dos fatores da criminalidade, a vitimologia tem por objeto o estudo da
vítima e de suas peculiaridades, sendo considerada por alguns autores como ciência autônoma.

(MPSC-2016): O Minimalismo Penal NÃO tem o condão de segregar INTEGRALMENTE o Sistema


Penal do ordenamento jurídico, mas torná-lo de aplicabilidade mínima e de extrema
excepcionalidade, já que na maioria dos casos outros ramos do Direito resolveriam a situação. Em
sentido oposto, o Abolicionismo Penal tem o propósito de afastar INTEGRALMENTE o Sistema
Penal do ordenamento jurídico com base na premissa que traz mais prejuízos do que benefícios.
[CORRIGIDA]

##Atenção: Para retratar esta assertiva, vale destacar uma passagem do grande criminólogo
ZAFFARONI: A corrente abolicionista radical sustenta que a pena e o sistema de justiça criminal
possuem efeitos mais nefastos que positivos; por isso mesmo, propõem os abolicionistas a eliminação
total de qualquer espécie de controle “formal” decorrente do delito, que deve dar lugar a outros
modelos informais de solução de conflitos. (ZAFFARONI, Raúl. En busca de las penas perdidas. 2.
ed. Bogotá: Ed. Temis, 1990).

##Atenção: Fundamentos do abolicionismo:

 Anomia do sistema penal


 Seletividade do sistema penal
 O Direito Penal estigmatiza o condenado
 O Direito Penal marginaliza a vítima

##Atenção: Vertentes abolicionistas:

 Abolicionismo imediato – Defendido, dentre outros, por LOUCK HULSMAN, prega a


imediata supressão do Direito Penal e sua substituição imediata do Direito Penal por outros
métodos de solução de conflitos (composição civil dos danos, etc.).
 Abolicionismo mediato – Também conhecido como minimalismo radical, prega que o
ideal seria a abolição do Direito Penal, mas a realidade impõe a manutenção de tal sistema,
já que seria impossível sua supressão sem que houvesse um abalo social considerável, com
possível transmutação da violência estatal para a vingança privada sem qualquer
regulamentação estatal (THOMAS MATHIESEN é um dos principais defensores). (Fonte:
Estratégia Concursos - DPE-ES)

(MPSC-2016): O Conselho Nacional de Justiça, através de seu Departamento de Monitoramento e


Fiscalização do Sistema Carcerário, publicou no ano de 2014 diagnóstico de pessoas presas no Brasil,
posicionando-nos em terceiro lugar no ranking dos dez países com maior população prisional do
mundo, com cômputo das pessoas que se encontram em prisão domiciliar no Brasil. Outras
constatações relevantes e retratadas no referido diagnóstico foram o considerável déficit de vagas
prisionais e o elevado número de mandados de prisão em aberto.

##Atenção: "Ranking – Com as novas estatísticas, o Brasil passa a ter a terceira maior população
carcerária do mundo, segundo dados do ICPS, sigla em inglês para Centro Internacional de Estudos
Prisionais, do King’s College, de Londres. As prisões domiciliares fizeram o Brasil ultrapassar a
Rússia, que tem 676.400 presos. " fonte: http://www.cnj.jus.br/noticias/cnj/61762-cnj-divulga-
dados-sobre-nova-populacao-carceraria-brasileira

(MPSC-2016): No âmbito das teorias criminológicas, a teoria da subcultura delinquente,


desenvolvida por Wolfgang e Ferracuti (1967), defende a existência de uma subcultura da violência,
que faz com que alguns grupos passem a aceitar a violência como um modo normal de resolver os
conflitos sociais. Mais que isso, sustenta que algumas subculturas, na verdade, valorizam a violência,
e, assim como a sociedade dominante impõe sanções àqueles que deixam de cumprir as leis, a
subcultura violenta pune com o ostracismo, o desdém ou a indiferença os indivíduos que não se
adaptam aos padrões do grupo. [CORRIGIDA]

(MPSC-2016): Em sua obra "O Novo em Direito e Política", José Alcebíades de Oliveira Júnior cita
interessante trecho da doutrina de Luigi Ferrajoli: "a sujeição do juiz à lei já não é de fato, como no
velho paradigma juspositivista, sujeição à letra da lei, qualquer que seja o seu significado, mas sim
sujeição à lei somente enquanto válida, ou seja, coerente com a Constituição". A interpretação da
frase em destaque nos remete ao conteúdo do modelo garantista.

##Atenção: A questão é correto, uma vez que o garantismo prega uma atuação do juiz em
conformidade com a lei, de acordo com uma interpretação que respeite a Constituição, ou seja, deve
ir além da interpretação literal.

##Atenção: Garantismo - Sistema jurídico-penal que respeite os direitos e garantias


fundamentais. Três prismas (Ferrajoli):

 Modelo normativo – Limites formais à atuação punitiva do Estado-legislador.


 Teoria Jurídica – Necessidade de que o garantismo, assim entendido como o respeito aos
direitos e garantias fundamentais, não fique apenas no plano normativo, mas também seja
verificado quando da operacionalização do sistema.
 Filosofia Política – Limites materiais à atuação punitiva do Estado, que deve saber separar
direito e moral, criminalizando apenas aquilo que for capaz de atentar seriamente contra a
vida em sociedade. (Fonte: Estratégia Concursos - DPE-ES)
(MPSC-2014): Em "Direito e Razão: teoria do Garantismo Penal", Luigi Ferrajoli observa que é
possível distinguir três significados diversos para a palavra "garantismo". Em primeiro lugar,
designa um modelo normativo de direito. Em um segundo significado, designa uma teoria jurídica
da validade e da efetividade como categorias distintas não só entre si mas, também pela existência
ou vigor das normas. Segundo um terceiro significado, designa uma filosofia política que requer do
direito e do Estado o ônus da justificação externa com base nos bens e nos interesses dos quais a
tutela ou a garantia constituem a finalidade.

##Atenção: Garantismo é uma teoria jusfilosófica, cunhada por Luigi Ferrajoli no final do Século XX,
mas com raízes no Iluminismo doSéculo XVIII, que pode ser entendido de três formas distintas, mas
correlacionadas: como um modelo normativo de Direito, como uma teoria crítica do Direito, e como
uma filosofia política. No primeiro sentido, é um sistema de vínculos impostos ao poder estatal em
garantia dos direitos dos cidadãos, sendo possível falar-se em níveis de efetividade do garantismo
normatizado na Constituição de um determinado Estado nas práticas judiciárias desse Estado.2 Na
segunda forma, é uma teoria jurídica da validade e da efetividade do Direito, fundando-se na
diferença entre normatividade e realidade, isto é, entre Direito válido (dever ser do Direito) e Direito
efetivo (ser do Direito), ambos vigentes. Neste segundo significado, permite a identificação das
antinomias do Direito, visando a sua crítica. Por último, garantismo é uma filosofia política que
impõe o dever de justificação ético-política (dita, também, externa) ao Estado e ao Direito, não
bastando a justificação jurídica (também chamada de interna). Neste último sentido, pressupõe a
distinção entre Direito e moral, entre validade e justiça, tão cara ao positivismo, e a prevalência desta
última, a justificação externa.

(MPSC-2014): Contrariamente ao classicismo, que não visualizou no criminoso nenhuma


anormalidade - e dele não se ocupou - o positivismo reconduziu-o para o centro de suas análises,
apreendendo nele estigmas decisivos da criminalidade.

##Atenção: ##TJCE-2018: ##CESPE: ##TJRO-2019: ##VUNESP: A Escola Positiva surge, então, em


meados do Século XIX, como uma alternativa crítica à Filosofia Clássica do Século XVIII. Ao
contrário da Escola Clássica, centra suas ideologias na figura do criminoso. Desloca o objeto de
estudo para o desviante, tendo por objetivo precípuo descobrir as motivações do crime, com a
finalidade última de atuar sobre elas na busca da diminuição da criminalidade. O primeiro que tenta
identificar o criminoso é Lombroso, em sua obra “O Homem Delinquente”, na qual sustenta a tese
do criminoso nato, baseando suas teorias no estereótipo do criminoso. Para esse autor, o criminoso já
nasce com essa característica. Nesse momento, há o surgimento da Criminologia como ciência, que
nasce como antropologia criminal. Nasce aqui, também, o Paradigma Etiológico, que domina o
pensamento criminológico até da primeira metade do Século XX, o qual aduz a divisão dos
indivíduos em normais e anormais. Contrariamente, pois ao classicismo, que não visualizou no
criminoso nenhuma anormalidade – e dele não se ocupou – o positivismo reconduziu-o para o centro
de suas análises, apreendendo nele, estigmas decisivos da criminalidade.

(MPSC-2014): A "Nova Defesa Social" é um movimento de política criminal surgiu após a Segunda
Grande Guerra Mundial. Iniciado em 1945, graças aos esforços intelectuais e lutas de Fillipo
Gramatica. A princípio, este movimento foi denominado Defesa Social, tendo, em 1954, recebido o
novo nome de Nova Defesa Social, cujos fundamentos estão inseridos no livro de Marc Ancel,
denominado La Defense Sociale Nouvelle. Cumpre registrar que Marc Ancel considerava o movimento
não como um simples programa, mas sim uma "tomada de consciência acerca de necessidades
sociais e éticas novas, em face das antigas estruturas e de tradições obsoletas". Nas palavras de
João Marcello de Araújo Junior, "o programa, em sua versão original, representou a vitória do
pensamento moderado sobre as ideias extremadas de Gramatica e seus seguidores, que pugnavam
pela abolição do Direito Penal, que deveria ser substituído por outros meios não punitivos, de
garantia da ordem social" [CORRIGIDA]

(MPSC-2014): Conforme a teoria da prevenção especial, a finalidade da pena consiste em fazer com
que o autor desista de cometer novas infrações (prevenção especial negativa), assumindo assim
caráter ressocializador e pedagógico (prevenção especial positiva). [CORRIGIDA]
(MPSC-2014): No paradigma etiológico, modelado segundo uma matriz positivista derivada Das
Ciências Naturais, a Criminologia é definida como uma Ciência causal-explicativa da criminalidade,
isto é, que investiga as causas da criminalidade (seu objeto) segundo o método experimental.

##Atenção: A etiologia é uma disciplina dentre as relacionadas à realidade criminal que procura
esclarecer as causas do crime e da criminalidade, em outros termos, ocupa-se da compreensão das
causas que conduzem ao comportamento desviante.

##Atenção: Outras disciplinas relacionadas àrealidade criminal são:

 Fenomenologia criminal: ocupa-se da analise das formas de surgimento da criminalidade,


elaborando classes de execução do crime e tipologia de autores.
 Biologia criminal: compreende o crime como produto da personalidade de seu autor.
 Geografia criminal: é uma subespecialidade da sociologia criminal e tem como objeto
investigar a criminalidade nas diferentes regiões geográficas.
 Ecologia criminal: estuda a influência criminógena nos lugares.

(MPSC-2013): Em sede de Política Criminal, o Direito Penal de terceira velocidade, identificado, por
exemplo, quando da edição das Leis dos Crimes Hediondos e do Crime Organizado, compreende a
utilização da pena privativa de liberdade e a permissão de uma flexibilização de garantias materiais
e processuais. [CORRIGIDA]

##Atenção: Segundo Rogério Greco, podemos, “(...) seguindo as lições de Jésus-Maria Silva Sánchez,
visualizar três velocidades, três enfoques diferentes que podem ser concebidos ao Direito Penal. A primeira
velocidade seria aquela tradicional do Direito Penal, que tem por fim último a aplicação de uma pena
privativa de liberdade. Nessa hipótese, como está em jogo a liberdade do cidadão, devem ser observadas todas as
regras garantistas, sejam elas penais ou processuais penais. Numa segunda velocidade, temos o Direito Penal
à aplicação de penas não privativas de liberdade, a exemplo do que ocorre no Brasil com os Juizados Especiais
Criminais, cuja finalidade, de acordo com o art. 62 da Lei no 9.099/95, é, precipuamente, a aplicação de penas
que não importem na privação da liberdade do cidadão, devendo, pois, ser priorizadas as penas restritivas de
direitos e a pena de multa. Nessa segunda velocidade do Direito Penal poderiam ser afastadas algumas
garantias, com o escopo de agilizar a aplicação da lei penal. Embora ainda com certa resistência, tem-se
procurado entender o Direito Penal do Inimigo como uma terceira velocidade. Seria, portanto, uma
velocidade híbrida, ou seja, com a finalidade de aplicar penas privativas de liberdade (primeira velocidade), com
uma minimização das garantias necessárias a esse fim (segunda
velocidade).” (Fonte: http://www.rogeriogreco.com.br/?p=1029)

(MPSC-2013): Os principais postulados do labelling approach são o interacionismo simbólico e


construtivismo social; a introspecção simpatizante como técnica de aproximação da realidade
criminal para compreendê-la a partir do mundo do desviado e captar o verdadeiro sentido que ele
atribui a sua conduta; a natureza “definitorial” do delito; o caráter constitutivo do controle social; a
seletividade e discriminatoriedade do controle social; o efeito criminógeno da pena e o paradigma do
controle.

##Atenção: Os principais postulados do labelling aproach são:

1) Interacionismo simbólico e construtivismo social (o conceito que um indivíduo tem de si


mesmo, de sua sociedade e da situação que nela representa, é ponto importante do
significado genuíno da conduta criminal);
2) Introspecção simpatizante como técnica de aproximação da realidade criminal para
compreendê-la a partir do mundo do desviado e captar o verdadeiro sentido que ele atribui
a sua conduta;
3) Natureza “definitorial” do delito (o caráter delitivo de uma conduta e de seu autor
depende de certos processos sociais de definição, que lhe atribuem tal caráter, e de seleção,
que etiquetaram o autor como delinquente);
4) Caráter constitutivo do controle social (a criminalidade é criada pelo controle social);
5) Seletividade e discriminatoriedade do controle social (o controle social é altamente
discriminatório e seletivo);
6) Efeito criminógeno da pena (potencializa e perpetua a desviação, consolidando o desviado
em um status de delinquente, gerando estereótipos e etiologias que se supõe que pretende
evitar. O condenado assume uma nova imagem de si mesmo, redefinindo sua personalidade
em torno do papel de desviado, desencadeando-se a denominada desviação secundária.
7) Paradigma de controle (processo de definição e seleção que atribui a etiqueta de
delinquente a um indivíduo)." (Fonte:
http://www.investidura.com.br/sobre-investidura/3368)

(MPSC-2013): A política criminal do Direito Penal Funcional sustenta, como modernização funcional
no combate à “criminalidade moderna”, uma mudança semântico-dogmática, tal como: “perigo” em
vez de dano; “risco” em vez de ofensa efetiva a um bem jurídico; “abstrato” em vez de concreto;
“tipo aberto” em vez de fechado; e “bem jurídico coletivo” em vez de individual.

##Atenção: O Direito Penal Funcional é uma tendência do direito penal contemporâneo, oposta ao
Direito Penal da Culpabilidade, e que visa possibilitar a efetiva punição de crimes de natureza
econômica e financeira, cuja dinâmica é fluida e de difícil comprovação pelos meios tradicionais
de obtenção de prova. Esse modelo vem sendo criticado por diversos juristas, tanto no âmbito
brasileiro como no plano internacional, uma vez que, segundo os críticos, violaria garantias
individuais, porquanto a responsabilização seria mais ampla do que a pessoal e subjetiva. É nesse
contexto que Cezar Roberto Bittencourt faz a crítica transcrita no enunciado da questão e que integra
o artigo “Princípios Garantistas e a Delinqüência do Colarinho Branco”, publicado na Revista
Brasileira Ciências Criminais, n° 11, jul-set de 1995, p. 123.

(MPSC-2013): A teoria do self-control, como teoria geral da criminalidade, despertou um grande


interesse nos últimos anos. Parte de uma determinada imagem do delito e do delinquente elaborada
sobre a base de investigações empíricas. Segundo estas, o delito - em geral - é um comportamento
que requer escassa elaboração e esforço; e devem ser mais produtos do aproveitamento de uma
oportunidade própria que de um meticuloso planejamento. Contra a crença muito disseminada, o
crime organizado seria um fenômeno excepcional e superdimensionado, por que o delinquente, por
seu baixo autocontrole e desconfiança com relação a terceiros, exibe atitudes marcadamente
individualistas, obstinadas a sua integração em grupos e organizações. No que tange ao infrator,
sugere-se que se trate de um indivíduo impulsivo, orientado às gratificações imediatas, muito
versátil (isto é: tende a cometer uma rica e heterogênea gama de infrações penais, não se especializa)
e que, ademais do comportamento criminal, realiza outras muitas condutas desviadas não delitivas
(ex: consumo de álcool e outras drogas). (Fonte: "Criminologia", dos professores Antonio García-
Pablos de Molina e do Dr. Luiz Flávio Gomes (5.ed.rev. e atual.- São Paulo: Revista dos Tribinais,
2007) [CORRIGIDA]

(MPSC-2013): A descriminalização formal ou em sentido estrito por vezes representa o total


reconhecimento, legal ou social, do comportamento descriminalizado; a descriminalização
substitutiva consiste na transformação de tipos penais em infrações administrativas ou fiscais; e a
descriminalização de fato é aquela que ocorre quando o sistema penal deixa de funcionar sem que
formalmente tenha sido perdido competência para tal.

(MPSC-2013): A criminalização primária, realizada pelos legisladores, é o ato e o efeito de sancionar


uma lei penal material que incrimina ou permite a punição de determinadas pessoas; enquanto a
criminalização secundária, exercida por agências estatais como o Ministério Público, Polícia e Poder
Judiciário, consistente na ação punitiva exercida sobre pessoas concretas, que acontece quando é
detectado uma pessoa que se supõe tenha praticado certo ato criminalizado primariamente.

##Atenção: Cleber Masson explica: “Criminalização primária é o ato e o efeito de sancionar de uma lei
primária material, que incrimina ou permite a punição de determinadas pessoas. Trata-se de ato
formal, fundamentalmente programático, pois, quando se estabelece que uma conduta deve ser punida,
enuncia-se um programa, o qual deve ser cumprido pelos entes estatais (polícias, Ministério Público,
Poder Judiciário e etc). De seu turno, criminalização secundária é a ação punitiva exercida sobre
pessoas concretas. Verifica-se quando os órgãos estatais detectam um indivíduo, a quem se atribui a
prática de um ato primariamente criminalizado, sobre ele recaindo a persecução penal. Para
Zaffaroni, a criminalização secundária possui duas características: seletividade e vulnerabilidade, pois há
forte tendência de ser o poder punitivo exercido precipuamente sobre pessoas previamente escolhidas em face de
suas fraquezas, a exemplo dos moradores de rua e usuários de drogas.(...) ” (Fonte: MASSON, Cleber.
Direito Penal Esquematizado - Parte Geral. 13 ed. São Paulo: MÉTODO, 2019, p. 05).

(MPMG-2013): É característica da chamada “nova criminologia”: O deslocamento do interesse


cognoscitivo das causas do desvio criminal para os mecanismos sociais e institucionais através dos
quais é construída a “realidade social” do desvio.

##Atenção: Criminologia Critica, também conhecida como Nova Criminologia, é o movimento


criminológico que se levantou, na segunda metade do século XX, contra o romantismo da
Criminologia Tradicional, que prosperou a partir do século XIX. As legiões de conflitos e os recém-
chegados modos de comportamento registrados no mundo, ao longo da década de sessenta,
mormente nos Estados Unidos e na Europa Ocidental, são as marcas dos abalos sociais que
estimularam o aparecimento da Criminologia Critica. São memoráveis, nesse quadro, as mudanç as
nas formas de Governo, as campanhas dos direitos cívicos, as desavenças raciais, a revolta estudantil
contra as mazelas do ensino, a proliferação do uso das drogas, a guerra do Vietnã̃, a revoluç ão da
música jovem e o surgimento de um novo estilo de conduta, como a afluência dos Hippies. Em todos
esses acontecimentos foram detectadas fontes de antagonismos a exigir não s ó́ respostas satisfatórias
à sociedade por parte do Estado, como a tomada de inusitados posicionamentos do homem, nos
vários setores da vida comunitária. A obra The New Criminology: For a Social Theory of Deviance,
publicada em primeira edição na Inglaterra, em 1973, por IAN TAYLOR, PAUL WALTON e JOCK
YOUNG, simboliza a inauguração do movimento critico no campo criminológico, porque abriu a
discussão sobre pioneiras vertentes em torno do processo de criminalização e sobre a legitimação e
funcionamento da Justiça Penal, como sistema dinâmico do controle social. Assim, imediatamente,
floresceram as teses progressistas com delineamentos ideológicos e indicações metodológicas que
constituíram um agrupamento de críticas ao tradicionalismo criminológico, em face da indispensável
criação de uma cultura de política criminal com apropriadas medidas alternativas.

(MPMG-2012): De acordo com a vertente criminológica do “etiquetamento” (labeling approach), é


CORRETO afirmar que a Criminologia deve: estudar o efeito estigmatizante da atividade da polícia,
do Ministério Público e dos juízes.

##Atenção: Para Hassemer (2005), o labeling approach significa enfoque do etiquetamento, e tem
como tese central a ideia de que a criminalidade é resultado de um processo de imputação, “a
criminalidade é uma etiqueta, a qual é aplicada pela polícia, pelo ministério público e pelo tribunal
penal, pelas instâncias formais de controle social”(HASSEMER, 2005, p. 101-102, grifo do autor). “[...]
o labeling approach remete especialmente a dois resultados da reflexão sobre a realização concreta
do Direito: o papel do juiz como criador do Direito e o caráter invisível do ‘lado interior do ato’”.
(HASSEMER, 2005, p. 102, grifo do autor). Segundo Baratta (2002), o labeling approach parte da
consideração de que para se compreender a criminalidade deve-se estudar a ação do sistema penal,
“que a define e reage contra ela, começando pelas normas abstratas até a ação das instâncias oficiais
(política, juízes, instituições penitenciárias que as aplicam)” (BARATTA, 2002, p. 86). (Fontes:
BARATTA, Alessandro. Criminologia Crítica e crítica do direito penal: introdução à sociologia do
direito penal. Tradução de Juarez Girino dos Santos. 3. ed. Rio de Janeiro: Revan, 2002.; HASSEMER,
Winfried. Introdução aos fundamentos do Direito Penal. Tradução de Pablo Rodrigo Aflen da Silva.
Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris, 2005).

(MPSC-2012): KARL BINDING (1841-1920), em sua mais famosa obra “As normas e sua
contravenção”, desenvolve a definição de normas como proibições ou mandatos de ação.
(MPSC-2012): FRANZ VON LISZT, ao desenvolver o Programa de Marburgo (1882), criou um
modelo integrado e relativamente harmônico entre dogmática e política criminal, postulando ser
tarefa da ciência jurídica estabelecer instrumentos flexíveis e multifuncionais, com escopo de
ressocializar e intimidar as mais diversas classes de delinquentes.

##Atenção: ##MPF-2012: A teoria defendida por Von Liszt é a da prevenção especial ou individual,
direcionada à pessoa do condenado e aplicada de acordo com as características de sua
personalidade.

(MPSC-2012): A Teoria da Anomia trata da ausência de reconhecimento dos valores inerentes a uma
norma, fazendo com que esta perca sua coercibilidade quando o agente não reconhece legitimidade
na sua imposição. Ela considera o crime como um fenômeno normal na sociedade, pois sempre, em
determinado momento, haverá alguém que não conheça a autoridade da norma. Isto acaba sendo
funcional, pois é necessário constantemente se analisar e refletir sobre os valores normatizados face
às mudanças sociais. [CORRIGIDA]

(MPSC-2012): Segundo o abolicionismo, todo o sistema penal deve ser abolido para que a sociedade
possa solucionar seus próprios conflitos através de juntas de conciliação, associações de bairro e lides
na esfera civil. Buscando um meio termo, é edificada uma teoria chamada garantismo penal, dizendo
que, apesar da crise do sistema penal, sua inexistência seria muito mais prejudicial. O garantismo
penal defende que, para se legitimar o sistema penal, este deve estar fundamentado segundo os
princípios de um Estado Democrático de Direito e segundo os preceitos contratualistas do
iluminismo, tendo como fim limitar o seu poder punitivo através de um direito penal mínimo.
Zaffaroni é um garantista. [CORRIGIDA]

(MPF-2012): Na discussão sobre a finalidade da pena, qualifica-se como teoria exclusiva de


prevenção geral negativa: a teoria de Ferrajoli para quem "a pena não serve apenas para prevenir os
delitos injustos, mas, igualmente, as injustas punições".

##Atenção: Segundo Ferrajoli, o direito penal possui dupla função preventiva de natureza negativa:
a prevenção geral dos delitos e a prevenção geral das penas arbitrárias ou desproporcionais.

(MPGO-2010): Assinale a alternativa correta: O controle social pode ser difuso ou institucionalizado.
O sistema penal compõe o controle social punitivo institucionalizado e formalmente punitivo.

##Atenção: O controle social deve ser compreendido como um conjunto de instituições, estratégias e
sanções (legais e/ou sociais), cuja função principal é promover e garantir a submissão do indivíduo
aos modelos e normas sociais. O controle social poderá ser: i) difuso ou informal ou; ii)
institucionalizado ou formal. Denomina-se de controle social difuso ou informal aquele de conteúdo
não punitivo, oriundo da própria coletividade, até mesmo, da educação formal que recebemos. Por
outro lado, o controle social institucionalizado ou formal é aquele previamente constituído para ter
um caráter punitivo. Concretiza-se, por exemplo, pela criação de regras de Direito Penal e das
instituições policiais. Perceba que eles diferem entre si em razão do modus operandi e das sanções por
eles preconizadas. Estas últimas, quando decorrentes do controle social formal, são sempre negativas
e, frequentemente, também, estigmatizantes.

(MPSC-2010): Sustentando que a prisão poderia se constituir num instrumento de transformação dos
indivíduos a ela submetidos, Michel Foucalt (Vigiar e Punir, 1975) a considerou um "mal necessário".

##Atenção: Segundo Foucault desde seu nascimento a prisão deveria ser um instrumento tão
aperfeiçoado de transformação e ação sobre os indivíduos como a escola, o exército ou o hospital.
Foucault chama-as de "instituições de seqüestro", em razão de que a reclusão submetida, não
pretende propriamente "excluir" o indivíduo recluso, mas, sobretudo, "incluí-lo" num sistema
normalizador. (Fonte: https://jaderresende.blogspot.com/2011/10/michel-foucault-principais-
ideias.html).

(MPSC-2010): Podemos identificar Enrico Ferri (1856-1929) como o principal expoente da "sociologia
criminal", tendo através da sua escola definido o trinômio causal do delito (fatores antropológico,
social e físico).

(MPSC-2010): Segundo a posição de Garófalo (Criminologia, 1885) o delito é fenômeno natural, e não
um ente jurídico, devendo ser estudado precipuamente pela antropologia e pela sociologia criminal.

(MPSC-2010): Lombroso (O Homem Delinqüente, 1876), como estudioso de formação médica,


promoveu análises craniométricas em criminosos, com o objetivo de comprovar uma das bases de
sua teoria, qual seja, a "regressão atávica" do delinquente (retrocesso ao homem primitivo). Seus
estudos, despidos da necessária abordagem científica, tiveram como mérito incontestável o
questionamento ao "livre arbítrio" na apuração da responsabilidade penal (marco teórico da escola
clássica do direito penal).

(MPSC-2010): Considerando o modelo tradicional da arquitetura prisional, destaca-se em Santa


Catarina, fugindo do convencional, a técnica denominada "cela prisional móvel", consistente no
reaproveitamento de "conteiners" adaptados para uso na condição unidades celulares.

##Atenção: "Módulos de aço com capacidade para oito detentos estão sendo adotados como celas no
sistema prisional de Santa Catarina. A medida está causando polêmica, e a OAB local entrou na
Justiça para pedir a interdição do que o órgão considera um "contêiner desumano". (Fonte:
https://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u50351.shtml).

(MPSC-2010): Não é errado afirmar-se que o programa "Tolerância Zero", executado em Nova Iorque
sob a chefia do policial Willian Bratton, teve como base teórica o estudo formulado por Kelling e
Wilson (a referida Teoria das Janelas Quebradas).

(MPSC-2010): Na verdade, tal programa (tolerância zero) se fundamentou na repressão integral ao


crime, sem retirar a importância de se punir também os delitos considerados mais leves, a exemplo
do salto às catracas do metrô de Nova Iorque.

(TRF4-2009): Os novos paradigmas da sociedade moderna, com riscos técnicos ou não,


desconhecidos e incontroláveis, trazem a sensação coletiva de insegurança, em fenômeno designado
por Ulrich Beck como da sociedade do risco.

(TRF4-2009): O funcionalismo serve como forma de satisfação às valorações da sociedade de risco.

(TRF4-2009): Na tutela dos grandes e novos riscos que ameaçam a sociedade presente e as gerações
futuras têm surgido legislações penais de diferenciado e gravoso tratamento, penal e processual-
penal, em crimes econômico-tributários, ambientais e os imputáveis a organizações criminosas.

##Atenção: ##MPSC-2013: Luis Martin Gracia explica: "O direito penal moderno é próprio e
característico da "sociedade de risco". O controle, a prevenção e a gestão de riscos gerais são tarefas que o
Estado deve assumir, e assume efetivamente de modo relevante. Para a realização de tais objetivos o legislador
recorre ao tipo penal de perigo abstrato como instrumento técnico adequado por excelência. Por ele, o direito
penal moderno, ou ao menos uma parte considerável dele, se denomina "direito penal do risco". (Fonte:
GRACIA MARTIN, Luis. Modernización del derecho penal penal y derecho penal del enemigo.
Lima: IDEMSA, 2007. p. 45).

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