A prevenção criminal é um conjunto de estratégias e ações destinadas a evitar a ocorrência
de crimes e a reduzir os fatores de risco associados à criminalidade. Teorias Absolutas Pena é retribuição, castigo. A pena é um fim em si mesmo. Não entende a pena como forma de prevenir crimes futuros, ou seja, não instrumentaliza o condenado. Teorias relativas As penas possuem finalidade: prevenir outros delitos. A pena deve ter um fim socialmente útil (também chamadas de teorias utilitaristas). Há a instrumentalização do condenado. Prevenção geral e especial. --- Geral: dirige-se à coletividade. Prevenção geral pode ser dividida em positiva e negativa Prevenção geral positiva: entende que a pena reforça a confiança da população no sistema jurídico como um todo. A pena promove integração social. Prevenção geral negativa: baseia-se no medo da pena, ou seja, no temor causado à população. Teorias mistas Busca-se conciliar as finalidades retributivas e preventivas Prevenção direta e indireta ◦ Prevenção indireta: atua nas causas que levam à delinquência (profilaxia). Ex.: moradia, educação, planejamento familiar etc. ◦ Prevenção direta: interfere no iter criminis. Ex.: intervenção policial em crime prestes a acontecer. Prevenção primária ◦ Volta-se para as causa do cometimento do crime. ◦ Opera-se a médio e longo prazo, com custos elevados. ◦ Destina-se à coletividade. ◦ É considerado um meio muito eficaz. ◦ Ex.: educação, moradia, salários justos, lazer etc. ◦ Liga-se à prevenção indireta. Pouco empregada na prática Prevenção secundária (situacional) ◦ Atuação mais focada nas zonas de concentração de violência. ◦ Atua sobre os potenciais e eventuais criminosos, vítimas, locais e momentos em que os crimes ocorrem. ◦ Objetiva neutralizar situações de risco. ◦ Ataca oportunidades atrativas ao criminoso. ◦ Atua a curto e médio prazo. ◦ Mais utilizadas, em que pese ser menos eficaz do que a prevenção primária. Prevenção terciária ◦ Volta-se para o preso e para o egresso. ◦ Busca-se evitar a reincidência admitindo e tentando afastar a estigmatização. ◦ Opera tardiamente, pois o delito já aconteceu. ◦ Ex.: progressão de regime, livramento condicional, penas alternativas etc. MODELOS DE REAÇÃO AO DELITO Acredita-se que a pretensão punitiva do estado é realmente eficaz e produz o efeito de dissuadir as pessoas à prática criminal. São basicamente três modelos de resposta ao crime: dissuasório, ressocializador e integrador. Os modelos são utilizados concomitantemente, variando apenas de acordo com o tipo de delito, criminoso e vítima. Modelo dissuasório (clássico) ou retributiva Acredita-se que a pretensão punitiva do estado é realmente eficaz e produz o efeito de dissuadir as pessoas à prática criminal. Tem como base a punição do delinquente que deve ser intimidatória e proporcional ao dano causado. Modelo de Reinserção Social (Reabilitação): Princípio: A punição é vista como uma oportunidade de reformar o infrator. Justificação: Acredita-se que os infratores podem ser reintegrados à sociedade por meio de tratamento e educação. Modelo Restaurativo: Modelo integrador (restaurador, consensual e reparador) Princípio: O foco está na reparação do dano causado às vítimas e na restauração das relações sociais. Justificação: Busca-se um processo de reconciliação entre infrator, vítima e comunidade. ◦ Reparador: reparação de danos causados. Ex.: composição civil por danos (lei 9099/95) ◦ Restaurador: objetiva-se recuperar vínculos, relações sociais envolvidos na base do conflito. Consensual: através do diálogo, as partes chegam a um denominador comum. Política Criminal Política criminal faz a ponte entre criminologia e direito penal, transformando os saberes em opções concretas de atuação. CORRENTES DE POLÍTICA CRIMINAL: Abolicionismo; - Minimalismo penal (garantismo ou direito penal mínimo); - Direito Penal Máximo (eficientismo). Defende o fim do sistema penal ou de alguns de seus aspectos, como pena de prisão, em razões de seus efeitos deletérios. --- Expoentes: Louk Hulsman (HOL), Thomas Mathiesen (NOR). ◦ Minimalismo (garantismo): o Direito Penal é um mal necessário, uma forma de reação social dolorosa, porém imprescindível. É inafastável, então, que os direitos humanos sejam fundamento de todo o sistema penal. --- Expoentes: Luigi Ferrajoli (ITA), Alessandro Barata (ITA), Zaffaroi (ARG), Nils Christie (NOR ◦ Direito penal Máximo (eficientismo): Direito penal é instrumento capaz de combater o crime, de modo que este deve ser forte e aparelhado. --- Baseia-se na falência dos estados de bem-estar social e que, além de gastos, tal sistema não resolve a criminalidade. Relaciona-se ao neoliberalismo. Linhas de pensamento: tolerância zero, teoria das janelas quebradas, direito penal do inimigo ABOLICIONISMO PENAL-defende o fim do sistema penal
Minimalismo penal (garantismo)
◦ O direito penal é um mal necessário, mas deve ser guiado pelos Direitos Humanos. ◦ O autor nega o abolicionismo: na ausência do sistema penal, uma reação desproporcional (informal, selvagem, espontânea, arbitrária, punitiva, mas não penal) pode ter lugar. ◦ Entende que o abolicionismo vai na contramão da evolução histórica. ◦ O modelo penal garantista é idealista, pois nunca foi realizado e nem será realizável.