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RESUMO CRIMINOLOGIA II UNIDADE

A prevenção criminal é um conjunto de estratégias e ações destinadas a evitar a ocorrência


de crimes e a reduzir os fatores de risco associados à criminalidade.
Teorias Absolutas
Pena é retribuição, castigo.
A pena é um fim em si mesmo.
Não entende a pena como forma de prevenir crimes futuros, ou seja, não instrumentaliza o
condenado.
Teorias relativas
As penas possuem finalidade: prevenir outros delitos.
A pena deve ter um fim socialmente útil (também chamadas de teorias utilitaristas).
Há a instrumentalização do condenado.
Prevenção geral e especial.
--- Geral: dirige-se à coletividade.
Prevenção geral pode ser dividida em positiva e negativa
Prevenção geral positiva: entende que a pena reforça a confiança da população no sistema jurídico
como um todo. A pena promove integração social.
Prevenção geral negativa: baseia-se no medo da pena, ou seja, no temor causado à população.
Teorias mistas
Busca-se conciliar as finalidades retributivas e preventivas
Prevenção direta e indireta
◦ Prevenção indireta: atua nas causas que levam à delinquência (profilaxia).
Ex.: moradia, educação, planejamento familiar etc.
◦ Prevenção direta: interfere no iter criminis.
Ex.: intervenção policial em crime prestes a acontecer.
Prevenção primária
◦ Volta-se para as causa do cometimento do crime.
◦ Opera-se a médio e longo prazo, com custos elevados.
◦ Destina-se à coletividade.
◦ É considerado um meio muito eficaz.
◦ Ex.: educação, moradia, salários justos, lazer etc.
◦ Liga-se à prevenção indireta.
Pouco empregada na prática
Prevenção secundária (situacional)
◦ Atuação mais focada nas zonas de concentração de violência.
◦ Atua sobre os potenciais e eventuais criminosos, vítimas, locais e momentos em que os
crimes ocorrem.
◦ Objetiva neutralizar situações de risco.
◦ Ataca oportunidades atrativas ao criminoso.
◦ Atua a curto e médio prazo.
◦ Mais utilizadas, em que pese ser menos eficaz do que a prevenção primária.
Prevenção terciária
◦ Volta-se para o preso e para o egresso.
◦ Busca-se evitar a reincidência admitindo e tentando afastar a estigmatização.
◦ Opera tardiamente, pois o delito já aconteceu.
◦ Ex.: progressão de regime, livramento condicional, penas alternativas etc.
MODELOS DE REAÇÃO AO DELITO
Acredita-se que a pretensão punitiva do estado é realmente eficaz e produz o efeito de dissuadir as
pessoas à prática criminal.
São basicamente três modelos de resposta ao crime: dissuasório, ressocializador e integrador.
Os modelos são utilizados concomitantemente, variando apenas de acordo com o tipo de delito,
criminoso e vítima.
Modelo dissuasório (clássico) ou retributiva
Acredita-se que a pretensão punitiva do estado é realmente eficaz e produz o efeito de dissuadir as
pessoas à prática criminal. Tem como base a punição do delinquente que deve ser intimidatória e
proporcional ao dano causado.
Modelo de Reinserção Social (Reabilitação):
Princípio: A punição é vista como uma oportunidade de reformar o infrator.
Justificação: Acredita-se que os infratores podem ser reintegrados à sociedade por meio de
tratamento e educação.
Modelo Restaurativo: Modelo integrador (restaurador, consensual e reparador)
Princípio: O foco está na reparação do dano causado às vítimas e na restauração das relações sociais.
Justificação: Busca-se um processo de reconciliação entre infrator, vítima e comunidade.
◦ Reparador: reparação de danos causados. Ex.: composição civil por danos (lei
9099/95)
◦ Restaurador: objetiva-se recuperar vínculos, relações sociais envolvidos na base do
conflito.
Consensual: através do diálogo, as partes chegam a um denominador comum.
Política Criminal
Política criminal faz a ponte entre criminologia e direito penal, transformando os saberes em opções
concretas de atuação.
CORRENTES DE POLÍTICA CRIMINAL:
Abolicionismo;
- Minimalismo penal (garantismo ou direito penal mínimo);
- Direito Penal Máximo (eficientismo).
Defende o fim do sistema penal ou de alguns de seus aspectos, como pena de prisão, em razões de
seus efeitos deletérios.
--- Expoentes: Louk Hulsman (HOL), Thomas Mathiesen (NOR).
◦ Minimalismo (garantismo): o Direito Penal é um mal necessário, uma forma de reação social
dolorosa, porém imprescindível. É inafastável, então, que os direitos humanos sejam
fundamento de todo o sistema penal.
--- Expoentes: Luigi Ferrajoli (ITA), Alessandro Barata (ITA), Zaffaroi (ARG), Nils Christie (NOR
◦ Direito penal Máximo (eficientismo): Direito penal é instrumento capaz de combater o
crime, de modo que este deve ser forte e aparelhado.
--- Baseia-se na falência dos estados de bem-estar social e que, além de gastos, tal sistema não
resolve a criminalidade. Relaciona-se ao neoliberalismo.
Linhas de pensamento: tolerância zero, teoria das janelas quebradas, direito penal do inimigo
ABOLICIONISMO PENAL-defende o fim do sistema penal

Minimalismo penal (garantismo)


◦ O direito penal é um mal necessário, mas deve ser guiado pelos Direitos Humanos.
◦ O autor nega o abolicionismo: na ausência do sistema penal, uma reação desproporcional
(informal, selvagem, espontânea, arbitrária, punitiva, mas não penal) pode ter lugar.
◦ Entende que o abolicionismo vai na contramão da evolução histórica.
◦ O modelo penal garantista é idealista, pois nunca foi realizado e nem será realizável.

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