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ARTIGOS

O periódico científico como


veículo de comunicação:
uma revisão de literatura*

Dely Bezerra de Miranda INTRODUÇÃO que a informação acerca dos resultados


Maria de Nazaré Freitas Pereira seja aceita como constituinte do conhe-
Este trabalho não pretende realizar o cimento científico1".
mapeamento da extensa literatura de
comunicação na ciência, mas com- Como conjunto de atividades que inter-
preender o periódico científico como ferem na produção, pode-se entender:
veículo formal de comunicação em suas
duas vertentes - a de comunicação do - as que contribuem para viabilizar um
conhecimento e a de comunicação en- produto enquanto veículo (suporte físico)
tre os pares da comunidade científica. de comunicação do conhecimento;

A partir da comunhão destes dois as- - as que se refletem no produto e nos


pectos, o periódico científico é observa- dão elementos para inferir acerca da
do no que respeita à visibilidade e cre- comunicação entre os pares de uma
dibilidade. Complementando essa aná- comunidade científica (aqui a comu-
lise, traça-se um programa das práticas nicação não se infere pela interação,
e padrões de comportamento dos mas pelo produto desta - os artigos
pesquisadores (autores) diante do pro- científicos).
cesso de comunicação na ciência.
Por sua vez, como atividades associa-
Limita-se o estudo à análise do periódi- das à disseminação, pode-se entender
co em sua forma impressa tradicional e aquelas que conferem tanto ao produto
à situação vigente até o final dos anos quanto aos produtores a projeção ne-
80, quando o periódico eletrônico, que cessária à sua visibilidade no meio
não é o objeto desta pesquisa, ainda se social em que produto e produtores se
encontrava em seus primórdios. inserem.

O PERIÓDICO CIENTÍFICO Dois tipos particulares de produtos estão


sendo valorizados pela comunidade
A comunicação científica pode ser defi- científica desde os primórdios de sua
Resumo nida, segundo Garvey, como "o conjunto história: a) congressos e reuniões cientí-
de atividades associadas à produção, ficas; b) o periódico científico.
Estudo da participação do periódico no
processo de comunicação científica, suas disseminação e uso da informação,
características e os fatores que afetam esse desde o momento em que o cientista O periódico científico - objeto de inte-
processo. A análise é feita a partir do concebe uma idéia para pesquisar, até resse deste trabalho -, criado em 1665,
entendimento do periódico tanto como
transformou-se, de um veículo cuja
transferidor de conhecimento, quanto o de
oportunizar a comunicação entre os pares finalidade consistia em publicar notícias
de uma comunidade científica. A estes se * Este artigo origina-se da dissertação de científicas, em um veículo de divulgação
agrega a análise das atividades associadas mestrado em ciência da informação "O periódico do conhecimento que se origina das
à disseminação que conferem aos científico como veículo de comunicação do
conhecimento e entre os,pares: o caso da atividades de pesquisa.
periódicos e aos pares a projeção
necessária à sua visibilidade no meio social ciência econômica brasileira", apresentado em
em que eles se inserem. 1989 à Escola de Comunicação da Universidade Price, em seu livro O desenvolvimento
Federal do Rio de Janeiro, em convênio com o
da ciência2 , mostra que isso não se
Palavras-chave Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e
Tecnologia, sob a orientação acadêmica da deu automaticamente, e um longo
Comunicação científica; Periódico científico. professora Maria de Nazaré Freitas Pereira. caminho foi percorrido até que o

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O periódico científico como veículo de comunicação: uma revisão de literatura

periódico assumisse sua feição atual. disseminação tornou-se cada vez mais Ilustram tal afirmação alguns exemplos
A publicação de artigos curtos por dependente das funções de recupe- cujo objetivo é destacar aspectos de
autores individuais foi uma evidente ração que passaram a ser desem- interesse para esta análise.
inovação na vida da ciência e, como penhadas pelos periódicos secundários
todas as inovações, encontrou nos (de alerta e de resumo). Para tanto, De um lado, tem-se o desenvolvimento
cientistas uma resistência considerável. desenvolveu-se uma organização para- de modelos mais abrangentes que
A transformação do artigo científico em lela em torno das revistas de resumos e agregam as características intrínsecas
sua forma atual não se completou senão de alerta que experimentam cresci- do periódico e o fator de impacto; de
acerca de um século atrás. O que havia mento exponencial proporcional ao dos outro, apenas a aplicação do fator de
anteriormente era muita publicação de periódicos primários37. impacto - um indicador de prestígio -
"notícias científicas". que se utiliza de opinion polis com
As funções de disseminação e de re- especialistas ou de análise de citações.
O periódico igualmente se diversificou cuperação desempenham papel impor- Este último é um dos aspectos de
e ao tradicional veículo de comunicação tante para a visibilidade tanto do razoável concentração na literatura3,8.
de artigos vieram juntar-se outros como periódico, quanto de seus autores e
o de resumo, o de alerta corrente, o de editores. Modelos que incorporam critérios de
cartas, e o de revisão e síntese da litera- qualidade operacionalizam-se pelo
tura. Outra transformação igualmente Para cumprimento de todas essas fun- exame direto do periódico e pela
significativa para a comunicação cientí- ções, é necessário, primeiro, que os freqüência de citação dos artigos aí
fica foi seu crescimento exponencial e periódicos se estabeleçam e, segundo, publicados, nele mesmo, ou em outros
fragmentação em áreas cada vez mais que se consolidem. Isso não se dá, toda- periódicos, seu fator de impacto.
especializadas3. via, sem a presença de uma comuni-
dade científica e sem o fomento das suas Os critérios que se originam da análise
Como veículo de comunicação do atividades de pesquisa. Portanto, o maior extrínseca incluem a publicação com
conhecimento, o periódico cumpre ou menor desenvolvimento desse veículo clareza, nos fascículos, os fundamen-
funções de registro oficial público da de comunicação dependem: tos do periódico, bem como os procedi-
informação mediante a reconstituição de mentos e normas que interferem no
um sistema de editor-avaliador e de um - do estágio de desenvolvimento da área controle de qualidade pelos pares. A na-
arquivo público - fonte para o saber cien- científica cujas idéias eles veiculam; tureza do editor- sociedade científica,
tífico34 . Segundo Merton, o registro do instituição de ensino/pesquisa, comer-
conhecimento cumpre ainda importante - de uma comunidade engajada na cial - é igualmente levantada e avaliada.
função de estabelecimento de prioridade atividade de pesquisa e da afluência de
da descoberta científica - fator impor- artigos para publicação; O trabalho de Anderson e Goldstein
tante na motivação do cientista5. demosntra que a aplicação desses
- da existência de grupos e instituições critérios de qualidade para exame de 88
Ele cumpre, entretanto, também outra que desempenham funções típicas de periódicos na área médica norte-
importantíssima função, qual seja, a de edição, avaliação, publicação, dissemi- americana é revelador: grande provi-
definir e legitimar novas disciplinas e nação e recuperação; mento de instruções aos autores (95%),
campos de estudos, constituindo-se em mas fraca descrição do funcionamento
um legítimo espaço para institucio- - da existência de mercado repre- do sistema de referee (26%) e das nor-
nalização do conhecimento e avanço de sentado por uma comunidade de mas de aceitação e rejeição de manus-
suas fronteiras6. usuários que o legitimem; critos para publicação (95%). A maioria
dos títulos (70%) é de responsabilidade
Como veículo de comunicação entre os - de infra-estrutura para distribuição, das sociedades científicas, e o maior
pares, Ziman afirma que o periódico recuperação e acesso às informações. fator de impacto ocorre entre os títulos
científico cumpre funções que permitem que declararam os critérios de aceita-
ascensão do cientista para efeito de É fato que tais condições encontraram- ção e rejeição de trabalhos9.
promoção, reconhecimento e conquista se presentes nos países de tradição
de poder em seu meio4. Por essas científica consolidada. A riqueza temá- Outros critérios têm sido sugeridos, por
razões e por outras que passaram a tica da literatura de pesquisa em exemplo, como a regularidade de
fazer parte da sociologia da ciência, o comunicação científica é um indicador publicação e a indexação em fontes
ato de publicar artigos é exigido pelos do que aqui se afirma. Estudos sobre secundárias10.
pares como prova definitiva de efetiva diversos componentes no processo de
atividade em pesquisa científica3,4,7. comunicação e dos fatores aí interve- Entretanto, como a avaliação de um
nientes são uma constante. periódico não se dá em seus primeiros
Outra importante função é a disse- anos de vida, a regularidade e a indexa-
minação de informações para os Em um quadro crescente de produção ção - duas constantes após seu esta-
cientistas: históricas, metodológicas, científica que se materializa principal- belecimento no mercado - não têm sido
pedagógicas etc. Porém, por conta da mente em artigos, a avaliação do perió- incluídas com freqüência.
explosão bibliográfica, Price e dico e da comunidade de pesquisa é
Herschman afirmam que a função de uma exigência de mercado.

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O PERIÓDICO CIENTÍFICO COMO A QUESTÃO DA AUTORIA Não deixa de ser sintomático que parte
INDICADOR DE PRESTÍGIO E dessa literatura se inscreva na tradição
RECONHECIMENTO Zuckerman apud Mulkay afirma que os mertoniana da sociologia da ciência.
artigos publicados em colaboração Crane afirma, por exemplo, que parte da
Outro aspecto sobre o qual a literatura conferem mais crédito ao autor citado produção dos anos 60 apontava para a
da área tem dedicado razoável atenção em primeiro lugar. Partindo de tal prevalência de instituições de grande
é o prestígio do periódico científico. pressuposto, o exame de publicações prestígio acadêmico sobre as de baixo
Segundo Arunachalan e Lancaster, de autoria coletiva de cientistas com prestígio, sugerindo que a avaliação de
tradicionalmente o prestígio tem sido Prêmio "Nobel" revela que, nos primei- artigos científicos poderia não ser
inferido a partir do fator de impacto do ros anos em que se estabelece a repu- totalmente objetiva. A revisão desses
periódico. Este último tem sido um dos tação acadêmica, tais cientistas ocupam estudos, acrescida de uma pesquisa
instrumentos mais empregados na atua- a primeira posição na autoria. Após o empírica sobre instituições de titulação
lidade - a própria base de dados do prêmio, a situação se transforma15,16. do Ph.D., tanto de autores quanto de
Institute for Scientific Information tem editores, reconhece que a avaliação dos
permitido o incremento desses estu- Tal fato, entretanto, parece ter muito artigos científicos é afetada pelo com-
dos -, e as pesquisas têm ido além do pouca influência sobre a incorporação partilhamento entre referees e autores.
fator de impacto como medida de das publicações dos "Nobel", via citação, Na maioria das vezes, ambos tinham as
visibilidade e de avaliação do periódico. nas contribuições de seus pares. mesmas instituições de origem de pós-
A avaliação da atividade científica em Segundo estudo realizado por Garfield, graduação - pontos de vista em comum
geral e das disciplinas ou grupos em entre os 125 cientistas ganhadores do baseados no treinamento, e não em la-
particular, isolada ou comparada entre "Nobel", 104 (83%) escreveram pelo ços pessoais19.
áreas, instituições e países, tem sido menos um artigo que recebeu 300
uma constante11,12. citações ou mais. Artigos com esse Entretanto, nos anos 80, boa parte da
volume de citações são considerados literatura tem investido contra o sistema
As pesquisas sobre a atividade acadê- clássicos e, no período 1965-1984, de revisão pelos pares e o próprio
mica registrada em periódicos apontam apenas 10 mil artigos (0,04% dos 23 establishment científico: a literatura
para um sistema altamente estratificado milhões de papers citados incluídos na prolifera em trabalhos com opiniões e
em que a produtividade e o prestígio estão base do ISI) receberam esse volume de experimentos negativos e aponta para
concentrados em uma pequena, mas domi- citações17. o funcionamento do sistema de revisão
nante, elite de autores e instituições13. pelos pares contra os autores de
Contudo, o estudo do periódico cien- instituições de baixo prestígio1720.
É preciso que se considere que este tífico via seus artigos pode mostrar
quadro é influenciado por duas sín- ainda que, por trás da prática de Ainda com respeito à autoria coletiva,
dromes: a do "publique ou pereça" e a autoria coletiva, outros fatores, e não Giambiagi e Giambiagi alertam que é
sua contraparte, "seja citado ou desa- apenas o reconhecimento, estejam-na preciso que se atente para o fato de que
pareça", duas constantes na "indústria influenciando. sua prática nem sempre revela a maneira
dos papers". compartilhada de se fazer ciência.
Uma mudança na forma de autoria foi Algumas vezes "essa pluralidade traduz
Para Hagstrom, a influência da busca detectada por Gupta em estudo bi- apenas uma troca de favores que têm
do reconhecimento entre os pares na bliométrico sobre a Aids, que pretendeu pouco a ver com umacooperação"21.
carreira de um cientista é algo que tem estudar as tendências da produtividade
sido avaliado indiretamente. Dificilmen- de autores dessa especialidade, A ÉTICA PROFISSIONAL
te o cientista reconhece que ele busca considerando que fatores como o
o reconhecimento, preferindo apontar a interesse inicial dos pesquisadores e o Uma questão candente na atualidade
busca do conhecimento e a solução de crescimento de financiamento governa- tem sido a fraude científica, tanto por
problemas concretos como suas mental para esse gênero de pesquisa parte de autores quanto de seus avalia-
maiores recompensas14. proporcionaram o aparecimento de dores. A imprensa e periódicos espe-
grande número de trabalhos de autoria cializados têm dedicado espaço ao
Nesse sentido, o estudo das publi- conjunta. A contagem da freqüência de exame do assunto.
cações científicas pode revelar situa- autores é feita para estudar as ten-
ções em que a busca de reconhecimen- dências de colaboração: somente 25% Casos de fraude ocorrem até em insti-
to se faz deliberadamente presente. dos trabalhos (de um total de 316) são tuições de grande prestígio acadêmico,
Mais uma vez, é o estudo da produção de autoria única e os 75% restantes são como Harvard e Cornell, e a área médica
da elite científica que pode indicar a de autoria institucional ou coletiva. Isto tem sido uma das mais expostas. Em
presença ou não de tal influência. revela que o trabalho de pesquisa é ba- razão disso, a questão ética tem fun-
seado quase que exclusivamente em damentado a revisão de novos proce-
obras institucionais e em colaboração, dimentos. Uma reconsideração signifi-
parecendo estar se revertendo o padrão cativa para os pesquisadores de Harvard
de autoria anteriormente existente na é que os pesquisadores evitem a "autoria
área18. honorária", pela qual cientistas que tive-
ram pouquíssimas ou mesmo nenhuma

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O periódico científico como veículo de comunicação: uma revisão de literatura

participação em uma pesquisa assinem O PAPEL DO EDITOR sua função de professor e pesquisador
artigos para engordar seus currículos - com as funções típicas de edição de
uma síndrome que no Brasil os econo- A literatura sobre os editores enquanto periódicos6.
mistas conhecem como a "síndrome do agentes do processo de comunicação
cogumelo". é atualmente representativa, segundo O COMPORTAMENTO DO PERIÓDICO
Balaban, principalmente se conside- CIENTÍFICO NAS CIÊNCIAS SOCIAIS
Segundo Garfield, alguns autores, ao rarmos artigos que se fundam na prática
distinguirem entre fraude e outras editorial, e não, propriamente, na A literatura de pesquisa científica privi-
atitudes desonestas, parecem atri- pesquisa. Dos encontros especializa- legia as áreas de big science e as de orien-
buir um peso maior à fraude e enfatizam dos e que reúnem cientistas e pro- tação hard, afirma Mulkay, sem falar na
que a pesquisa científica sobre a fissionais, tem-se originado grande concentração em características do
matéria não é freqüente e o que pro- parte das contribuições27. processo nos países desenvolvidos30.
lifera são editoriais, cartas, comentários
e trabalhos opinativos22. Trata-se de Editores desempenham papel central Nesse sentido, estudos de caso e de
claro indicador de que o compor- no processo de comunicação na ciên- situações peculiares dos países em
tamento científico está longe de cia. A maior parte das decisões a desenvolvimento são importantes, por
pautar-se pelo modelo normativo respeito do conteúdo dos periódicos questionarem o modelo geral.
mertoniano. científicos é tomada pelos editores, e
muito se têm indagado a respeito do seu Três importantes contribuições afloram
O SISTEMA DE AVALIAÇÃO PELOS papel. na área de ciências sociais: as
PARES resultantes dos projetos Desing of
Um dos papéis mais discutidos é o de Information Sistem in the Social
Ante os últimos acontecimentos, que gatekeeper da ciência. Esse papel, se- Sciences (DISISS) e Information
não são assim tão recentes, Bourdieu gundo Crane, é aquele que se traduz Requirements of the Social Sciences
e Magala mostram que a comunidade pela função intermediária desem- (INFROSS), 1968-1970, de caráter
científica apresenta-se, isso sim, enga- penhada pelo editor entre autores e primário, em que, ao conhecimento da
jada em uma luta concorrencial na qual leitores no que concerne à seleção do oferta de informação em ciências
está em jogo o monopólio da autoridade que o público vai ler28. O papel de sociais, juntou-se o de sua demanda,
científica, considerada ao mesmo tempo gatekeeper é mais difícil de desem- conforme demonstra Haart31. A outra,
como capacidade técnica (competência) penhar nas ciências sociais, em que as de caráter secundário, de Lindsey, é útil
e poder social (reconhecimento, status, decisões e as normas são mais subje- na compreensão do sistema de publica-
origem social)23,24. tivas. É difícil decidir o que é qualidade ção científica nas ciências sociais32.
e o que não é. Para Munters, qualidade E a última, de Altbach, sobre periódicos
Tal fato tem levado editores, avaliadores não é apenas uma questão de exati- nos países em desenvolvimento6.
e representantes de agências de fomen- dão29. Eles funcionam não apenas como
to à busca de saídas para o sistema de intermediários entre autores e o público- O projeto DISISS (1973-1975) mapeou,
avaliação pelos pares à luz do novo alvo, mas, principalmente, como inte- pela primeira vez e em nível mundial, o
quadro antiético, pequeno diante da gradores de interesses diversos: de tamanho e a composição da literatura
magnitude do empreendimento cientí- autores, do público, do publicador, da em ciências sociais comparativamente
fico, mas nem por isso menos chocante gráfica, do periódico, da disciplina cien- a áreas de ciência e tecnologia.
e preocupante. Questões morais não tífica e dele mesmo.
podem ser apreciadas matemati- Tomando por base o ano de 1970 e as
camente. Neste processo, editores são igualmen- estatísticas da Unesco - problemáticas
te assessorados por seus pares algumas vezes -, os índices encontra-
Entretanto, ao lado das questões da enquanto membros do corpo editorial na dos revelam que monografias e artigos
avaliação dos periódicos, do que eles e forma de referees ou de outras posições nas ciências sociais têm praticamente
seus autores produzem e da reavalia- que complementem o papel do editor. a mesma expressão quantitativa: a
ção do sistema de avaliação - quem Nesse sentido, o editor não é um livre média é de 1.08 artigos para uma
avalia os avaliadores? O outro tópico empreendedor. monografia. Muito diferente da ciência
de grande interesse diz respeito aos e tecnologia, que apresenta a média de
editores, seu perfil profissional, intera- A formação dos editores é provida pela oito artigos por monografia.
ção com autores, avaliadores e suas própria prática, e o importante é o
posições de mercado. Levithan e conhecimento da área de pesquisa, e Outro dado igualmente significativo é o
Singleton discutem, por exemplo, a não o profissional relativo à publicação, que diz respeito às publicações perió-
importância da presença no mercado pois sua principal tarefa é o controle de dicas nas ciências sociais:
das sociedades científicas e de seu alta qualidade. O tempo necessário para
perfil complementar ante os editores obter experiência é longo, cerca de oito • A literatura primária apresenta-se com
privados, custos, enfim, aspectos de anos29. 2 670 títulos correntes, e há grande
economia da publicação periódica25,26. descontinuidade na edição, contra 123
A atividade raramente é remunerada e, mil na ciência e tecnologia.
na maioria das vezes, o editor concilia

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O periódico científico como veículo de comunicação: uma revisão de literatura

• A literatura secundária (índices e buem substantivamente para a área e As maiores dificuldades dizem respeito
bibliografias) apresenta-se com grande são igualmente muito citados, exceção à ausência de uma cultura acadêmica
número de pequenos serviços cujo para a área de serviço social. de publicação. Nesse sentido, os perió-
crescimento é maior do que o da lite- dicos precisam primeiro estabelecer nor-
ratura primária; na ciência e tecnologia Os referees são escolhidos com base mas e valores culturais, criando condições
há um pequeno número de grandes na excelência acadêmica, e isso se institucionais para sua sobrevivência.
serviços. reflete no engajamento do controle de
qualidade. A elite dos referees, por estar Um grave problema é a tendência que
• A literatura terciária - artigos de revi- muito envolvida com suas pesquisas, têm as instituições acadêmicas de
são - apresenta apenas 2% de toda a aparece no corpo de avaliadores, confe- estabelecer seus próprios periódicos,
literatura; a relação é de um artigo de rindo prestígio ao periódico, mas não trazendo como conseqüência baixa
revisão para 133 artigos primários. Em julga os trabalhos. afluência de artigos e circulação
áreas de ciência e tecnologia, a relação reduzida. Um aspecto a ser conside-
é de 1 para 45. Em 17 artigos, 16 refe- A aceitação de trabalhos de autores de rado é o de sua orientação para áreas
rem-se a áreas de ciências e tecnologia instituições de grande prestígio acadê- disciplinares com base nacional ou até
e uma às ciências sociais. mico também ocorre nas ciências mesmo regional, entre vários países.
sociais.
Quanto ao uso de informação - projeto A literatura sobre comunicação científi-
INFROSS - os resultados revelam baixo Contrastando com a física, em que a ca nos países em desenvolvimento, em
uso de fontes secundárias e de aceitação e publicação de artigos se geral, e a brasileira, em particular, estão
bibliotecas e pouca citação de artigos fazem muito rapidamente, o prazo entre longe de cobrir a variedade de aspectos
comparativamente a seu uso. A princi- a submissão e publicação é de cerca de discutidos até aqui por Lindsay.
pal dificuldade é a de acesso físico aos dois anos. A incorporação imediata dos
documentos. seus resultados de pesquisa é larga- Primeiro, por se entender que seu
mente prejudicada por tão longa espera. estágio de desenvolvimento acompanha
Ainda tendo como foco as ciências o desenvolvimento científico, em geral,
sociais e compartimentais, a síntese de Os pareceres de rejeição dos trabalhos, e sua colocação em frente da atividade
vários estudos realizada por Lindsay altamente elaborados, cumprem impor- científica internacional. Não parece ha-
demonstra o quanto o sistema de tante função pedagógica. Mas a rejei- ver muito sentido, na atualidade, tentar
publicação segue padrões próprios no ção pode ser prejudicial à ciência na correlacionar-se o prestígio com a
que respeita a vários aspectos32. medida em que inviabiliza novas facilidade de leitura dos artigos. É preci-
submissões de artigos. so que se indague primeiro se nossos
O processo de controle de qualidade, periódicos têm prestígio. A qualidade
por exemplo, é mais afetado por Os padrões de autoria dos artigos apon- dos periódicos que emanam dos países
critérios não científicos do que o de tam para o isolamento dos pesquisado- em desei ivolvimento é pobre e está mui-
outras áreas científicas, contradizendo res e para a falta de financiamento de to abaixo das normas internacionais,
o modelo normativo mertoniano. A falta grandes projetos. Na área de econo- segundo Gupta e Nathau. É fato que
de paradigma e de consenso dificulta o mia, o índice de artigos de autoria única existem exceções, e os autores apon-
julgamento, além do fato de essas é de 83% contra 19% da bioquímica. tam nos países tropicais as áreas de
ciências terem como objeto de suas química e medicina como as que mais
investigações a realidade social, o que Porém, os periódicos nas ciências so- se aproximam dos padrões estrangei-
pode introduzir o viés ideológico no ciais e nos países em desenvolvimento ros. O motivo relaciona-se com o teor
julgamento. cumprem um importante papel, qual originalidade da pesquisa nessas áreas:
seja, o de institucionalizar o próprio doenças e plantas típicas desses
A taxa de rejeição é em torno de 80% e sistema acadêmico de pesquisa, por ser países. Outro aspecto é a tendência
também é afetada por falta de espaço esta área orientada para questões e de os autores desses países publi-
nas revistas, conseqüência do pouco problemas diretamente relacionados carem no exterior para conseguir visi-
apoio financeiro do governo para pro- com esses países levados à ne- bilidade entre seus pares33.
gramas de publicações da área: os arti- cessidade de publicar no idioma local.
gos na sociologia e na economia são 30% Os editores das revistas estrangeiras Segundo, por ser esta área muito depen-
mais longos que nos outros campos. não estão orientados para as questões dente de dados secundários. Uma base
desses países, e são poucos os autores de dados como a do ISI é imprescindível
A falta de paradigma e de consenso, de projeção internacional. para estudos de avaliação em seus
aliada à falta de espaço nas revistas e mais variados aspectos. No Brasil, nem
à grande competição, torna as ciências Nas ciências sociais, os custos, compa- mesmo as bibliografias são instru-
sociais mais vulneráveis a atitudes rativamente ao de outras áreas, não são mentos correntes. As bases de dados
antiéticas. tão caros e a tecnologia em que se da Coordenação de Aperfeiçoamento
apóiam é relativamente simples. É de Pessoal de Ensino Superior (Capes)
Os corpos editoriais das revistas de fundamental o apoio das agências de e do Conselho Nacional de Desenvol-
sociologia e de psicologia são com- fomento, nos primeiros anos de funcio- vimento Científico e Tecnológico
postos por especialistas que contri- namento dos periódicos. (CNPq) nem sempre estão atualiza-

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O periódico científico como veículo de comunicação: uma revisão de literatura

das e, no mais das vezes, só coletam, O exame do corpo editorial também OBSERVAÇÕES FINAIS
mas não processam informações e nem integra sua contribuição: a presença
daí derivam dados estatísticos. significativa de membros da própria A principal motivação para este estudo
instituição editora da revista aponta decorre da necessidade de se conhecer
É verdade que elas possuem um inesti- para a falta de clareza entre os editores, o sistema de publicações periódicas que
mável acervo de informações sobre a do papel que estes devem desempe- deve ser compreendido por todos
pós-graduação no país. É fato também nhar quanto ao controle de qualidade. aqueles que integram a comunidade de
que essas informações não estão pesquisa em cada área acadêmica em
sendo sistematicamente trabalhadas O exame de práticas adotadas por edi- particular: autores, editores, avaliado-
para fornecimento de indicadores tores de revistas das ciências sociais é res e bibliotecários.
quantitativos por área. objeto do estudo de Pereira e Gomes.
As taxas de rejeição de artigos entre A necessidade de tal compreensão
OS ESTUDOS SOBRE O PERIÓDICO as revistas que contam com um sistema deve-se a dois fatores: o periódico é o
CIENTÍFICO NO BRASIL de avaliação aberta são maiores do que meio primário de disseminar os
entre as de sistema fechado36. resultados de pesquisa e de contribuir
É com a pós-graduação em ciência da para desenvolver o conhecimento; os
informação, em 1970, que os estudos Costa ainda afirma, em sua pesquisa, cientistas são treinados nos métodos
em comunicação científica se iniciam, que, às dificuldades até aqui apontadas, de pesquisa mais sofisticados, mas
fundamentalmente a partir dos resulta- aliam-se outras que certamente inter- desconhecem como os resultados
dos de pesquisa para fins de suas ferem no conteúdo do que se publica, de seus trabalhos são distribuídos
dissertações de mestrado. Mas espe- como é o caso do alto índice de revistas e qual seu impacto na comunidade
cialistas de outras áreas têm igualmente editadas por instituições governamen- científica.
contribuído para o exame da matéria, tais, principalmente instituições de
principalmente com trabalhos de refle- ensino e pesquisa. Entre cerca de mil
xão e de pequenas análises sobre o títulos editados na área biomédica, 60%
periódico científico. são de responsabilidade destas, contra
apenas 30% de sociedades científicas,
Estudos sobre periódicos científicos no situação bastante diferente dos países
país encontram-se sistematicamente de tradição científica consolidada e que
analisados na contribuição de Costa a certamente se reflete no alto índice de
respeito da produção editorial de artigos domésticos, isto é, de autores
periódicos biomédicos brasileiros. Sua filiados às próprias instituições editoras
revisão de literatura destaca os pro- dos periódicos34.
blemas enfrentados pela editoração de
periódicos científicos no pais, em seus O conhecimento produzido no país, na
aspectos de qualidade, normalização, forma de dissertações e teses, que em
comercialização e distribuição, falta de muitas áreas de pesquisa ainda é mais
apoio institucional e de recursos finan- substantivo, não se faz representar nos
ceiros, descontinuidade de suas edi- periódicos nacionais com a freqüência
ções e ausência de recursos humanos necessária á incorporação de novas
na área, com o conseqüente amado- contribuições. Os estudos de Pereira e
rismo presente em sua editoração34. Souza mostram a baixa participação do
conhecimento produzido em engenha-
Outra pesquisa praticamente confirma ria química e odontologia, respectiva-
os problemas apontados por Costa. mente na forma de artigos e periódicos
Trata-se de Oliveira, que faz um estudo em revistas especializadas37,38.
detalhado sobre os periódicos apoiados
pelo Programa de Publicações do CNPq/ O fator de impacto dos periódicos
Finep. Essas revistas, apesar de serem nacionais espelha os problemas até aqui
consideradas as melhores em suas apontados, aos quais se aliam a falta
áreas de especialização, igualmente de tradição científica no país.
apresentam problemas de normaliza-
ção, de falta de apoio financeiro e de Duas análises, a de Lemos e a de Yahn,
pouca afluência de originais para apontam para o baixo impacto dos pe-
publicação. Esses últimos repercutem riódicos de radiologia e agricultura res-
na regularidade das edições, pois as pectivamente, entre os periódicos nacio-
revistas nem sempre cumprem a perio- nais, e confirmam ainda que a situação
dicidade adotada35. é peculiar à América Latina.

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O periódico científico como veículo de comunicação: uma revisão de literatura

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Scientific journal as
communication channel:
a literature review

Abstract

Study of the scientific journal within the


process of scientific comunication, in order
to get acquainted with the characteristics Dely Bezerra de Miranda
sand facts that affects this process.
The analysis is done considehng two points Diretora da Divisão de Desenvolvimento das
of view: the understanding of the journal as a Bibliotecas
communicator of knowledge and, as a UFRJ/Sistema de Bibliotecas e Informação/
communicator among peers. Biblioteca Central
To this, an anlysis.of the dissemination of e-mail: dely@forum.ufrj.br
these journals among the public which takes
into account visibility in the social Maria de Nazaré Freitas Pereira
enviroment is inserted.
Professora/pesquisadora do Programa de Pós-
Keywords Graduação em Ciência da Informação
CNPq/IBICT-UFRJ/Escola de Comunicação
Scientifical Communication; Scientific
Journal

382 Ci. Inf., Brasília, v. 25, n. 3, p. 375-382, set./dez. 1996

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