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Curso de Especialização em Educação e Saberes para os Anos

Iniciais do Ensino Fundamental


Aluna: Sabrina Herrmann
Professora: Naiara Dal Molin
Disciplina: Aspectos Sócio-Históricos e Políticos da Educação

Texto sobre a Educação no Brasil do período da Ditadura Militar

Nos anos que precederam a Ditadura Militar o Brasil foi governado por
pessoas que apoiavam a educação e acreditavam no seu poder para melhorar
o país, tornando-o mais justo e com mais igualdade. Estavam sendo pensadas
e debatidas mudanças significativas, que pudessem diminuir o índice alarmante
de analfabetos, quando foram obrigados a deixar os cargos de liderança para o
início de um dos períodos mais difíceis para o país: a Ditadura Militar.
Muitos professores já visionavam para um futuro construído no diálogo,
na modificação da realidade através de ações coletivas, possuíam
pensamentos e ações que, de acordo com o governo, iam contra interesses
nacionais. Por este e muitos outros motivos passaram a ser perseguidos, de
maneira sistemática e violenta, sendo que muitos escritores como Paulo Freire
e Anísio Teixeira tiveram que se asilar para manter sua vida a salvo.
Portanto, juntamente com a Ditadura, iniciou-se um período onde as
escolas não podiam mais estimular seus alunos a pensar, refletir e discutir
sobre o que concordavam ou não. Precisavam seguir as orientações dadas
pelo governo, que eram tidas como corretas. Caso alguém se opusesse ou
contrariasse o que lhe era imposto, era perseguido, violentado e, muitas vezes,
morto.
O índice de analfabetos continuou muito grande em todo o país e os
governantes estimularam os cidadãos a estudarem, abrindo vagas em escolas
e apoiando a criação de escolas particulares. Entretanto, isto não significa que
houve preocupação com a educação. Aconteceu um aumento significativo do
número de matrículas na Educação Básica, mas sem preocupação com a
qualidade. O Ensino Fundamental I tornou-se obrigatório, porém sem
qualidade, com estrutura precária, professores leigos, que recebiam salários
baixos.
Esta situação reforçou ainda mais as desigualdades educacionais, pois
as pessoas que tinham condições de pagar escolas particulares para seus
filhos garantiram uma educação de qualidade, o que não acontecia nas escolas
públicas, que eram frequentadas pela grande maioria da população em idade
escolar. Também foi retirada a obrigatoriedade da União e dos estados a
investirem um mínimo na educação, sucateando ainda mais as escolas e
deixando de lado milhares de alunos e professores que lutavam para manter as
instituições abertas.
No aspecto curricular, foram excluídas a Sociologia e Filosofia, alteradas
História e Geografia, pois havia uma grande preocupação em ressaltar o
nacionalismo e em não estimular os alunos a refletirem sobre a situação e,
dessa forma, confrontarem o poder. Assim também foi tirada a liberdade de
organização dos estudantes.
A educação voltou-se ainda mais para o tecnicismo, pois um dos
maiores objetivos na época era formar pessoas que estivessem aptas a
trabalharem nas indústrias, seguindo ordens, cumprindo rigorosos horários e
obedecendo às ordens. O sistema educacional tornou-se autoritário e
domesticador, ocorrendo até a padronização dos livros didáticos, como forma
de controlar o que era ensinado nas escolas.
Aos poucos, conforme o país foi derrubando a Ditadura Militar, a
maneira com que se olhava para a educação também modificou-se e houveram
mais investimentos, melhorou-se a qualidade das escolas, dos professores, da
educação como um todo. Sabemos que ainda hoje são necessárias inúmeras
melhorias no setor educacional, muitos professores ainda não atualizaram seu
modo de trabalhar e ver a educação. Porém, um longo caminho já foi
percorrido, diversas conquistas alcançadas e inúmeros desafios superados.
Enquanto profissional da educação, nosso papel é continuar buscando cada
vez mais melhorar, se aperfeiçoar e transformar um cenário de desigualdade e
dificuldades em um de esperança e luta por uma sociedade cada vez melhor.

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