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1. ÉTICA
1.1. ÉTICA
É preciso observar, no entanto, que há valores morais próprios de outras sociedades e que,
muitas vezes, são diferentes dos nossos. A intolerância de um povo em relação aos valores de outros
povos, frequentemente, acaba em luta, briga, ou guerra. Se olharmos à nossa volta e se
conversarmos com familiares, com pessoas de gerações passadas e de diferentes classes sociais,
vamos perceber que os valores e as regras do bem agir variam de lugar para lugar e se modificam ao
longo do tempo.
É interessante observar que as leis são pensadas, escritas e entram em vigor sempre depois
que uma determinada situação já se estabeleceu socialmente. Os valores morais se modificam no
tempo, e o que poderia ser visto como uma atitude inadequada – o mal agir – ontem pode ser hoje
interpretada como perfeitamente aceitável e de acordo com o bem agir. Há situações em que fica
fácil reconhecermos a falta de ética. Algumas são tão evidentes que existe uma unanimidade em
condená-las socialmente.
A nossa conduta ética está relacionada às proibições e às permissões dos grupos corporativos
aos quais pertencemos enquanto categoria profissional. Nesse caso estamos falando da ética das
profissões, que podemos definir como sendo um conjunto de regras que regem a conduta do
trabalho profissional. A ética de um grupo corporativo busca também a humanização do trabalho
organizado e se coloca a serviço da promoção social humana. Não está, portanto, relacionada
apenas a um conjunto de normas.
Os conselhos de classe, por exemplo, agrupam as pessoas de uma mesma profissão e definem
os limites de atuação profissional e as normas éticas para o exercício da profissão. É o caso dos
Conselhos de Enfermagem, Medicina, Engenharia, Serviço Social, Nutrição, dentre outros. É claro
que existem temas muito polêmicos, que acabam por misturar, no calor da discussão, valores
morais, com valores religiosos e culturais, sem que se estabeleça com clareza uma distinção entre
eles. Para exemplificar, basta lembrar-se de debates realizados em torno do aborto. Existem
situações que se repetem tanto em nossa vida profissional, que viram “lugar comum”. Tornam-se
situações “normais” e vão estar relacionadas com os conceitos ou (pré) conceitos que “moram” em
nós e na sociedade em que vivemos. Por exemplo: é comum considerar que as mães das crianças
atendidas por profissionais de saúde, ou as pessoas que acompanham os pacientes “só servem para
atrapalhar”, porque “perguntam demais”, ou “são nervosas demais”. Às vezes, nem se consegue
perceber que essas pessoas podem ser grandes aliadas na recuperação dos doentes e nas ações de
saúde que estão sendo realizadas ou propostas.
Outro padrão de comportamento bem familiar a todos nós, é a forma de tratamento empregada
no trato dos pacientes. Numa tentativa de conseguir uma relação próxima e carinhosa, muitas vezes,
são usados termos de parentesco ou diminutivos no lugar do nome próprio. É frequente chamar os
idosos de vovó ou de vovô, assim como, na pediatria, surgem as “mãezinhas”. Embora similar
situação bastante agressiva consiste no emprego de expressões depreciativas como “pé inchado”,
“pé sujo”, usadas nos serviços públicos de saúde como referência a pessoas das classes mais baixas.
Outro exemplo de descaracterização do paciente ocorre quando o profissional se refere a ele pela
sua patologia (o paciente da pneumonia, o da cirurgia de vesícula, etc.) ou pelo leito e/ou
enfermaria em que se encontra (o paciente do 3, paciente do leito 7, etc.). É preciso atenção. Pré-
conceitos podem interferir em nossa prática profissional ou orientá-la, muitas vezes magoando e
fazendo sofrer aqueles que esperam de nós o alívio para suas dores, ou as respostas para suas
necessidades e expectativas.
Às vezes também confundimos, na discussão sobre ética, questões relacionadas com as leis,
com o Direito. Podemos pensar nas leis que protegem determinados grupos na sociedade, como as
crianças. Existe uma legislação que pune com a prisão os homens que não pagam a pensão
alimentícia de seus filhos, estipulada depois de uma separação. Essa lei existe porque em nossa
sociedade há um acordo moral, isto é, ético, para garantir às crianças, filhos de pais que se
separaram a possibilidade de, pelo menos, ter o que comer, quando o homem (que é geralmente
quem contribui com o maior montante para o sustento da família) sai de casa. Então, acaba sendo
natural fazer certa confusão entre ética e Direito, visto que ao longo da história, a ética colaborou
muito para o desenvolvimento do Direito.
Assim, quando ouvimos falar, lemos ou discutimos sobre direitos humanos, estamos unindo
duas noções que andam muito próximas: a noção de ética e a noção do Direito. Estamos colocando
em prática, através de acordos - de leis - mundialmente estabelecidos, as ações que a sociedade
admite ou não admite como aceitáveis para uma vida digna dos seres humanos que vivem no
planeta. Alguns desses acordos, universalmente aceitos, condenam qualquer tipo de discriminação
de indivíduos, de grupos, ou de países, por motivos religiosos ou raciais. Outros também condenam
as discriminações pelo sexo, isto é, pelo fato de alguém ser mulher ou homem e também, aquelas
questões que dizem respeito à escolha sexual de cada um, como a opção pelo homossexualismo.
Como se vê, não devemos pensar na ética apenas em função de regulamentações e de leis. É
preciso pensá-la a partir da reflexão moral, reconhecendo sua função crítica e seu vínculo com as
emoções. Refletir sobre a ética é contribuir para aumentar a reflexão sobre a ação humana,
tornando-nos mais sensíveis e mais sensatos, porque ela nos aproxima da realidade e nos torna mais
conscientes das ações que praticamos em qualquer espaço da nossa vida. Somos responsáveis por
nossas escolhas.
1.2. VALORES
Para cada indivíduo, existe o que se acredita ser permitido, assim como existe o que se
acredita não ser permitido. O fazer e o não fazer determinadas coisas dependem de uma
“permissão” intrínseca, ou seja, que vem de dentro de nós. Depende da “permissão” que nós nos
damos ou não. Ou seja, nossas ações estão relacionadas com algo que nos foi transmitido desde
muito cedo, ainda na infância, pela família e pela sociedade em que vivemos. Essa permissão (ou
não) é resultado de valores morais que “moram” dentro de nós e que “aprovam” ou “reprovam”
nossas ações e nossas condutas. Assim, permitimo-nos (ou não) agir de uma determinada maneira.
Os Profissionais de Saúde convivem com pessoas que têm valores morais diferentes dos seus, isto é,
pensam e agem de forma diferente da nossa; no entanto, isso não pode nem deve definir nossa
forma de atendimento às pessoas. Estamos nos serviços com o propósito de realizar ações de saúde
em benefício de quem nos procura e, portanto,
não nos cabe (nem a ninguém) julgar seus atos.
Agindo de acordo com os princípios éticos da
profissão, portanto, com responsabilidade,
sabemos que não nos é permitido criticar
atitudes ou gestos de quem chega até nós. Temos
obrigação de não permitir que ninguém o faça.
Nós temos um compromisso com a confidencialidade. Todos os dias vemos e ouvimos coisas
que traduzem os sofrimentos e os conflitos mais íntimos das pessoas. Não temos o direito de revelar
o que vemos e ouvimos a quem quer que seja, nem dar ouvidos a boatos que podem prejudicar a
vida das pessoas, sejam elas famosas ou não.
Ao longo dos últimos 15 anos, com o aparecimento da AIDS, temos sido levados a refletir
sobre nossa capacidade de discutir sobre situações que mobilizam os tabus mais antigos da
humanidade e enfrentá-las. A existência da AIDS impôs novos desafios a toda à sociedade,
colocando em evidência toda a incapacidade dos serviços de saúde para lidar principalmente com
questões relacionadas à sexualidade. E é claro que isso tinha que acontecer. Pense bem. Os serviços
de saúde fazem parte de uma sociedade que encontra muitas dificuldades em lidar com tabus e
preconceitos relacionados à sexualidade. Ora, esses serviços têm profissionais que pertencem à
coletividade. Sendo assim, somos obrigados a enfrentar questões que, por vezes, eram ignoradas, ou
nunca admitimos que existisse como o homossexualismo, as diversas práticas sexuais, que eram e
continuam sendo, para muitos, problemas dos outros.
uma mulher que sofreu uma cesariana, levantar-se sozinha, sem ajuda de um profissional, para ir ao
banheiro ou para tomar o bebê nos braços, seja para amamentar, ou para acalmá-lo? O que você
pensa de ter que esperar horas a fio numa sala de espera, aguardando por informações sobre a saúde
de um ente querido, principalmente nas antessalas das UTI?
É preciso responder a algumas perguntas que ficam no ar: se o trabalho que realizamos foi
uma escolha, quem ou o que nos obriga a cuidar dos outros? Existem vários trabalhos que não
requerem tanta proximidade com as pessoas. É importante que fiquemos atentos para a alegada
“falta de tempo para pensar nessas coisas”. A falta de reflexão deixa nosso trabalho muito
mecânico, automático. Acaba sendo, ao mesmo tempo, causa e consequência de um sentimento de
desvalorização do nosso trabalho, por nós mesmos.
Por fim, é preciso chamar sua atenção para o fato de que, se o profissional reconhece que
atende mal, expõe seus preconceitos com relação à clientela e está revelando o seu descompromisso
e descaso com Passividade - Quietude, ato de ficar passivo, quieto, não fazer nada em relação
àqueles a quem deveria dedicar sua atenção. Revela seu desprezo e desvalorização pelo outro. Ao
mesmo tempo, quando espera que a população obedeça, admite uma relação de autoritarismo e de
infantilização dos clientes. Ora, não temos que esperar a obediência de ninguém. As pessoas que
chegam até nós, devem ser bem informadas e entender o que falamos, para avaliar se concordam
com as ações que propomos ou se discordam delas.
É possível que você nunca tenha parado para pensar nisso. No entanto, há princípios básicos
de cidadania que precisam ser respeitados. As pessoas têm autonomia, isto é, têm independência,
têm liberdade para decidir o que querem para si, e têm o direito de serem bem informadas,
inclusive, para dizer não ao que está sendo proposto. Quando são privadas dessa autonomia, em
geral, terão um acompanhante para assumir as decisões (pais, filhos, irmãos, cônjuges). Então, não
há motivos para ficarmos aborrecidos pelo fato de nossos clientes fazerem perguntas. Uma
explicação que só use termos técnicos em nada ajuda. O seu questionamento sobre o medicamento
que lhe é oferecido, a necessidade de urinar na comadre, e não no vaso sanitário, o seu pedido de
informações sobre a realização ou o resultado de exames, etc.
É sempre bom ter em mente que o corpo com que estamos lidando ou sobre o qual estamos
falando, não nos pertence. Quando achamos que a clientela precisa se submeter a nossas ações
estamos, novamente, diante dos ingredientes básicos da violência: poder, arrogância e
autoritarismo.
Ética e moral em enfermagem tem ao longo dos tempos assumido significados diferentes. A
moral – enquanto normas que regulam as relações entre os indivíduos foi considerada da maior
importância na prática e formação dos profissionais de enfermagem, e a ética enquanto
fundamentação do agir, tendo em conta os princípios para a ação. A enfermagem, contudo, foi em
tempos vista predominantemente como uma ocupação da mulher: cuidados com o corpo,
alimentação, ajuda no parto, cuidados à criança, ajuda aos idosos e
cuidados aos doentes. Traduzir-se-ia de alguma forma numa
obrigação moral da mulher no seio das famílias e comunidades.
Este sentido de obrigação moral ou dever de serviço tem
acompanhado a história da enfermagem.
Outro passo importante foi a criação do Código de Deontologia da Enfermagem, este já bem
mais recente em 1998, mas não menos importante, pois mais do que um documento normativo,
situa o vértice da excelência no relacionamento pessoa a pessoa. Este pressupõe e exige a integração
de todos os saberes e competências próprias da enfermagem numa atenção pessoal e única a quem
precisa de cuidados de saúde, o qual se subdivide em quatro áreas temáticas: - Princípios e deveres
gerais; - Deveres com a comunidade; - Deveres com os clientes; - Deveres com o exercício
profissional.
A evolução nos diversos códigos, sendo embora importante, não será suficiente para
responder aos desafios de complexidade de situações com que os enfermeiros se defrontam no seu
dia a dia de trabalho. Existem assim dilemas diários, relacionados com o cuidar que exigem
tomadas de decisão constantes e frequentemente difíceis, embora por vezes não se dê conta que se
trata de questões éticas.
Sendo a enfermagem uma profissão que centra a sua atividade nas pessoas, deve basear-se
num discurso ético que encaminha a sua atividade para a sociedade como um bem para a mesma.
Em cada ato profissional, tem que se fazer escolhas, tomar decisões tendo em conta sempre a pessoa
a quem é dirigida a ação.
1.5. BIOÉTICA
Aborto;
A garantia da preservação das informações, além de uma obrigação legal contida no Código
Penal, no Código Civil e na maioria dos Códigos de Ética Profissional, é um dever de todos os
profissionais e também das instituições. A preservação da informação pode ser abordada tanto pela
questão da privacidade quanto pela da confidencialidade.
Podem existir, considerando-se como justa causa e com amparo na legislação vigente,
exceções legais à preservação da privacidade. No Brasil estas situações dizem respeito à
comunicação à autoridade competente, a ocorrência de doença de informação compulsória ou de
suspeita de maus-tratos em crianças, velhos ou adolescentes. Vale relembrar que em ambas as
situações a autoridade a ser comunicada tem igual dever de preservar estas informações que os
profissionais que as comunicam. Esta comunicação não deve ser confundida com uma denúncia,
pois visa instruir uma autoridade, vinculada a outra esfera de atividades, para que possa tomar
decisões com base nestas informações visando sempre proteger
pessoas em risco.
• um sério dano físico a uma pessoa identificável e específica tiver alta probabilidade de
ocorrência;
• for o último recurso, após ter sido utilizada persuasão ou outras abordagens;
• e, por último, este procedimento deve ser generalizável, sendo novamente utilizado em outra
situação com as mesmas características, independentemente de quem seja a pessoa envolvida.
Vale lembrar que, tanto nas exceções legais quanto na quebra de confidencialidade eticamente
admitida, a justa causa utilizada como justificativa para o não cumprimento do dever foi a
preservação da vida ou a proteção de outras pessoas.
Muitas vezes um profissional de saúde fica com um conflito interno entre contar ou não uma
má notícia para o seu paciente ou seus familiares. Na realidade, salvo algumas pouquíssimas
exceções, a questão que deve ser colocada é "qual a melhor
maneira de contar esta má notícia?" ou ainda "como vou
dividir estas informações?".
• Choque inicial;
• Negação e isolamento;
MÓDULO I – CAP. 1 – ÉTICA E HISTÓRIA DA ENFERMAGEM
ESCOLA TÉCNICA DE ENFERMAGEM “RAIMUNDA NONATA” 31
• Raiva;
• Barganha;
• Depressão;
• Aceitação.
O atendimento a pacientes terminais, ou melhor, a pessoas perto do final de suas vidas, pode
representar uma situação de extrema dificuldade para os médicos, apesar do fato da morte ser um
evento inexorável para os seres vivos.
O que o paciente sabe de seus diagnóstico e prognóstico? Esta primeira pergunta já nos
encaminha para uma questão básica que é a do exercício da autonomia neste momento. Só pode se
autodeterminar, de maneira adequada, aquela pessoa que tiver pleno conhecimento dos fatos
médicos ligados à sua doença. Para tanto, o acesso à verdade é essencial. Mas, o direito à verdade
cria uma obrigação para os médicos de sempre dizer a verdade para os pacientes? O profissional
prudente avaliará cada caso tentando pesar os prós e contras das duas alternativas: dizer a verdade
ou mentir para o paciente. Em seu julgamento, ele deverá levar em conta que somente um fato
moral muito relevante, em termos de beneficência, poderá justificar uma ação paternalística de
ignorar o direito do paciente à verdade e, consequentemente, de que o paciente defina os limites de
seu tratamento.
Devemos utilizar medidas ordinárias ou extraordinárias para manter o paciente vivo? O que
são medidas fúteis nestas circunstâncias? Medidas ordinárias são, geralmente, aquelas de baixo
custo, pouco invasivas, convencionais e tecnologicamente simples. As extraordinárias costumam
ser caras, invasivas, heróicas e de tecnologia complexa. Estas definições certamente simplificam
uma questão muito complexa. Por exemplo: a alimentação enteral por sonda na maioria das vezes é
uma medida ordinária, mas quando utilizada num paciente em estado vegetativo persistente
irreversível ela não passa a ser uma medida extraordinária para mantê-lo vivo? Neste sentido,
alternativamente, devemos pensar em que medida uma ação médica pode ser considerada
moralmente prescindível.
Medidas fúteis são aquelas com baixíssima chance de serem eficazes, não importando o
número de vezes em que são utilizadas. A obstinação terapêutica é condenada, inclusive por várias
correntes religiosas, que a caracterizam como
prolongamento indevido do sofrimento natural.
Pode, ou deve o profissional ajudar o paciente a morrer? Esta pergunta nos remete
imediatamente para o conceito de eutanásia. Com exceção da situação vigente no Uruguai, na
Holanda, Suíça e na Bélgica, a prática da eutanásia ativa não é aceita internacionalmente, nem pelos
médicos nem pela Igreja Católica.
As províncias do norte da Austrália também tiveram uma legislação neste sentido, mas foi
revogada. A eutanásia passiva ou indireta, assim como a eutanásia por duplo efeito, são moralmente
aceitas pela maioria das sociedades médicas e correntes religiosas dentro do princípio da “morte
com dignidade”.
É o suicídio assistido uma prática moralmente aceitável? É uma questão atual e controversa.
Representa claramente uma questão do limite operacional do princípio da autonomia e do direito do
paciente de dispor do seu corpo. Representa aquela ação na qual o profissional da saúde oferece os
meios para o paciente consumar a sua morte.
A maioria das sociedades médicas questiona a validade moral desta prática. A palavra
eutanásia tem sido utilizada de maneira confusa e ambígua, pois tem assumido diferentes
significados conforme o tempo e o autor que a utiliza. Várias novas palavras, como distanásia,
ortotanásia, mistanásia, têm sido criadas para evitar esta situação. Contudo, esta proliferação
vocabular, ao invés de auxiliar, tem gerado alguns problemas conceituais.
O termo eutanásia vem do grego, podendo ser traduzido como "boa morte” ou "morte
apropriada". O termo foi proposto por Francis Bacon, em 1623, em sua obra "Historia vitae et
mortis", como sendo o "tratamento adequado às doenças incuráveis". De maneira geral, entende-se
por eutanásia quando uma pessoa causa deliberadamente a morte de outra que está mais fraca,
debilitada ou em sofrimento. Neste último caso, a eutanásia seria justificada como uma forma de
evitar um sofrimento acarretado por um longo período de doença.
É fundamental que sejam definidos os conceitos pois que “eutanásia” significa, do ponto de
vista etimológico, uma “boa morte”.
Da mesma forma, a eutanásia, assim como o suicídio assistido, são claramente diferentes das
decisões de retirar ou de não implantar um tratamento, que não tenha eficácia ou que gere sérios
desconfortos, unicamente para prolongar a vida de um paciente. Ao contrário da eutanásia e do
suicídio assistido, esta retirada ou não implantação de medidas consideradas fúteis não agrega outra
causa que possa conduzir à morte do paciente.
Mistanásia: também chamada de eutanásia social. Leonard Martin sugeriu o termo mistanásia
para denominar a morte miserável, fora e antes da hora. Segundo este autor,
fertilização in vitro, da manipulação genética e do uso de células-tronco estão provocando nos dias
atuais.
Se aceita a prática médica como sendo “as intervenções planejadas visando somente o bem-
estar do paciente ou cliente individual e que
apresenta uma razoável expectativa de sucesso”.
Seguidamente novas tecnologias são testadas em outros centros e nos são oferecidas para
serem incorporadas na nossa atividade profissional. Neste momento deveremos questionar se o
novo procedimento seguro? É eficaz? Representa uma melhora real em relação ao “tradicional”?
Qual sua utilidade (relação custo/benefício)? É Seguro?
Podemos detectar que a introdução e a adoção de novas tecnologias trazem um problema que
exige uma abordagem ao mesmo tempo crítica e de busca de soluções criativas: existe uma
necessidade crescente de profissionais da saúde que sejam simultaneamente competentes do ponto
de vista científico, tecnológico e ético.
2. HISTÓRIA DA ENFERMAGEM
costumes locais.
No período antes de Cristo, a doença era considerada como castigo dos deuses ou efeito do
poder dos demônios; por isso recorriam a sacerdotes que acumulavam funções espirituais e
temporais, de médicos e enfermeiros. O tratamento consistia em afastar os maus espíritos através de
banhos, massagens, rituais religiosos, etc. No Egito praticava-se o hipnotismo. Na Assíria a
medicina era praticada através da magia.
Na Grécia foi onde a medicina surgiu de fato. O grego chamado Hipócrates é considerado por
muitos uma das figuras mais importantes da história da saúde, frequentemente considerado "pai da
medicina", apesar de ter desenvolvido tal ciência muito depois de Imhotep, do Egito antigo.
Hipócrates era um asclepíade, isto é, membro de uma família que durante várias gerações praticara
os cuidados em saúde. Hipócrates conhecia os sedativos, fortificantes, ossos, circulação e fazia
ataduras.
Se a doença acompanha o ser humano desde seus primórdios, a necessidade do cuidado ao ser
doente seguiu o mesmo trajeto. Assim, todas as cidades em todas as épocas, mobilizaram-se para
responder a essa necessidade. Templos, conventos e mosteiros já se prestaram a esse fim, recebendo
os doentes e providenciando-lhes atenções especiais, cujo intuito era, não apenas o cuidado com o
corpo, mas também com a alma do enfermo. Tal situação se mostrou particularmente presente
durante toda a Idade Média, quando se partilhava a convicção de que a assistência espiritual era o
remédio mais indicado em casos de doenças e de
outros infortúnios.
No Período Renascentista, o hospital aos poucos se desliga da influência religiosa para então
caracterizar-se como instituição social sob responsabilidade do Estado. Como fruto de diversas
transformações ocorridas, sobretudo no século XVIII, acreditou-se que os hospitais pudessem vir a
exercer uma ação terapêutica efetiva e potencialmente eficaz sobre os doentes internados caso
superassem suas condições insalubres, pois a sujeira, a promiscuidade e a mistura dos corpos em
camas coletivas, favoreciam toda ordem de contágios.
Assim, o hospital começa a transformar-se em local de cura, onde o médico exercerá seu
trabalho sobre o doente e a doença, buscando produzir a cura, e as práticas médicas e de
enfermagem, antes independentes, encontram-se a partir daí no mesmo espaço. Também se torna
inadiável a necessidade de anular os efeitos negativos da instituição hospitalar, para que a cura seja
favorecida. Dentro dessa perspectiva, o hospital sofre sérias e profundas mudanças, que ampliam
enormemente sua complexidade, até chegar neste hospital atual, onde a meta primordial é os
cuidados médicos, cuja provisão é norteada por normas científico-tecnológicas e por requisitos de
racionalidade e economia organizacional.
A enfermagem é uma atividade tão antiga quanto o ser humano, tendo nascido de suas
necessidades de cuidados com a saúde e a doença. Assim, nas comunidades primitivas, o cuidado de
enfermagem aparece intimamente relacionado à magia e ao sobrenatural, visto que as doenças eram
atribuídas aos deuses. Dentro dessa perspectiva, a enfermagem consistia na arte de manipular as
forças da natureza e das divindades para a saúde do homem e das comunidades. Nas civilizações
antigas ainda permanece o enfoque místico tanto para a doença como para o seu cuidado. À mulher,
por dar à luz, cuidar de sua prole, lidar com a agricultura e conhecer o segredo das plantas, cabia
assegurar a manutenção da vida e, consequentemente, cuidar dos doentes, idosos e moribundos.
Durante todo período cristão e medieval, o cuidado ao ser doente toma uma conotação de
atividade caritativa, com vistas ao salvamento da alma do doente e de quem dele cuidava. Assim,
juntamente com outros elementos das ordens religiosas, surgem as diaconisas, as quais eram
ordenadas para o serviço, o qual consistia em atender as necessidades de sobrevivência das pessoas
carentes e doentes.
Na idade moderna, a enfermagem assume dois rumos, ou seja, em um deles permanece ligada
à luz da caridade cristã e da vocação religiosa e em outro, pouco a pouco vai evoluindo para a
profissionalização, embora ambas se mantenham ainda dentro de bases empíricas, que persistirão
até a primeira metade do século XIX.
Os hospitais passam a ser considerados como espaço terapêutico para a cura, onde se
privilegia, principalmente, a relação médico-paciente, sendo que as demais profissões passam a ser
vistas como as que fornecem suporte infraestrutural para que o trabalho médico e,
consequentemente a cura, se deem. Assim, duas dicotomias importantes se fazem sentir nesse
momento: a separação entre cura (do médico) e cuidado (da enfermagem) e entre o administrar e o
cuidar, ambas com repercussões sérias para o futuro da enfermagem.
Para tanto, Florence legitima uma hierarquia institucional, preparando enfermeiras para
ocuparem posições de chefia em enfermarias e superintendência, bem como treinando aprendizes
para o cuidado propriamente dito, as primeiras sendo denominadas lady nurses por possuírem alta
posição social, e as que prestavam o cuidado direto as nurses, de nível social inferior.
ricos era diferente da dos pobres. Aos 24 anos quis trabalhar em um hospital, mas na época as
condições dos hospitais ingleses não eram recomendáveis, pois as pessoas que prestavam algum
tipo de cuidado ou assistência de enfermagem eram religiosas católicas ou anglicanas e, em muito
maior número, mulheres sem preparo nem princípios morais, que viviam embriagadas e, portanto,
eram mal vistas pela sociedade. Somente aos 31 anos conseguiu autorização dos pais para fazer
estágios na Alemanha, numa instituição de diaconisas, sob orientação do Pastor Fliedner, para
aprender a cuidar de doentes pobres. Por falar diversas línguas, pôde aproveitar-se não apenas dessa
viagem como também de uma estada no hospital Hôtel-Dieu, em Paris, na França, onde conheceu,
aprendeu e acompanhou por vários meses o tipo de trabalho assistencial e administrativo realizado
pelas Irmãs de Caridade de São Vicente de Paulo. Com elas aprendeu a importância de regras, sua
forma de cuidar dos doentes, de fazer anotações, gráficos e
listas das atividades desenvolvidas.
Lady Florence utilizou os dados estatísticos que coletara para montar o diagrama de área polar, o
coxcombs (cristas) como ela o chamava.
Após a Guerra da Criméia, Florence publicou dois livros: Notas sobre Hospitais, em 1858, e
Notas sobre Enfermagem, em 1859. Devido ao sucesso de sua missão, recebeu homenagens do
povo e do governo, além de um prêmio em dinheiro, utilizado para a organização da primeira
Escola de Enfermagem dos tempos modernos, no Hospital São Tomas, em Londres. Em 9 de julho
de 1860, matricularam-se as primeiras quinze alunas na escola recém-fundada por Florence, que
pretendia reformar a enfermagem, não apenas na Inglaterra, mas no mundo inteiro, selecionando as
candidatas ao curso apenas entre jovens educadas e de elevada posição social. Esse rigoroso critério
de seleção tinha a intenção de eliminar o baixo nível social das mulheres que, então, prestavam
assistência aos pacientes em hospitais. Mas os primeiros anos foram de grande luta, porque eram
poucos os que compreendiam a necessidade de enfermeiras cultas e com elevados dotes morais,
além disso, não se acreditava que fossem necessários estudos e especial preparação para cuidar de
doentes.
O sistema Nightingale tinha dois pontos centrais: em primeiro lugar, enfermeiras deveriam
assumir a direção das escolas de enfermagem assim como serem os principais responsáveis pelo
ensino metódico da profissão; em segundo, critérios de conduta moral, intelectual assim como de
aptidão deveriam ser usados na seleção de candidatas.
Outra figura de destaque é Frei Fabiano Cristo que, durante 40 anos exerceu atividades de
enfermeiro no Convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro.
A partir de então, Ana passou a se dedicar às ações sociais e, ao eclodir a Guerra do Paraguai
(1864-1870), seus dois filhos mais velhos se incorporam como voluntário às fileiras do exército, o
mesmo acontecendo mais tarde com seu herdeiro mais moço.
Diante da partida dos 3 filhos, Ana Néri escreveu em 8 de agosto de 1865 ao governador,
Manuel Pinto de Sousa Dantas, oferecendo-se para ajudar em qualquer hospital do Rio Grande do
Sul. Dois dias depois o governador deu ordens ao Comandante das Armas para que Ana Néri fosse
contratada para trabalhar na Guerra do Paraguai, o que a tornou a primeira enfermeira voluntária do
Brasil e precursora da Cruz Vermelha Brasileira
Ela seguiu imediatamente para o Rio Grande do Sul, aprendendo noções de enfermagem e
entregando-se com dedicação à tarefa de cuidar dos feridos de guerra, apesar das grandes
dificuldades que enfrentava para desempenhar suas atividades, tais como, a falta de condições de
trabalho, de higiene e de materiais, além do grande número de soldados necessitados de
atendimento médico.
e duzentos mil réis anuais. Pelos relevantes serviços prestados aos soldados brasileiros, Ana recebeu
uma coroa de ouro cravejada de diamantes, onde se lia: “À heroína da caridade, as baianas
agradecidas”. Essa coroa encontra-se hoje no Museu do Estado da Bahia. Ana também ganhou um
álbum com a seguinte dedicatória: “Tributo de admiração à caridosa baiana por damas patriotas”. E
Victor Meireles pintou seu retrato em tamanho natural, o qual se encontra exposto na Sede da Cruz
Vermelha Brasileira. No dia 5 de julho de 1870, Ana chegou à Bahia, indo ocupar um lugar de
honra na Câmara Municipal de Salvador.
Essa escola é a mais antiga do Brasil, data de 1890, foi reformada por Decreto de 23 de maio
de 1939. O curso passou há 3 anos de duração e era dirigida por enfermeiras diplomadas. Foi
reorganizada por Maria Pamphiro, uma das pioneiras da Escola Ana Néri.
A primeira diretora foi Miss Clara Louise Kienninger, senhora de grande capacidade e
virtude, que soube ganhar o coração das primeiras alunas. Com habilidade fora do comum, adaptou-
se aos costumes brasileiros. Os cursos tiveram início em 19 de fevereiro de 1923, com 14 alunas.
Instalou-se pequeno internato próximo ao Hospital São Francisco de Assis, onde seriam os
Por decreto nº 10.925, de 7(sete) de junho de 1933 e iniciativa de Dr. Ernani Agrícola, diretor
de Saúde Pública de Minas Gerais, foi criada pelo Estado a Escola de Enfermagem “Carlos
Chagas”, a primeira a funcionar fora da capital da República. A organização e direção dessa escola
coube à Laís Netto dos Reys, sendo inaugurada em 19 de julhos do mesmo ano. A escola além de
pioneira entre as escolas estaduais foi a primeira a diplomar religiosas no Brasil.
Fundada com a colaboração da Fundação de Serviços de Saúde Pública (FSESP) em 1944, faz
parte da Universidade de São Paulo. Sua primeira diretora foi Edith Franckel, que também prestou
serviços como superintendente do Serviço de Enfermeiras do Departamento de Saúde. A primeira
turma diplomou-se em 1946.
ANEXOS
O Presidente da República
Art. 1º. São criados o Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) e os Conselhos Regionais de
Enfermagem (COREN), constituindo em seu conjunto uma autarquia, vinculada ao Ministério do
Trabalho e Previdência Social.
Art. 2º. O Conselho Federal e os Conselhos Regionais são órgãos disciplinadores do exercício da
profissão de enfermeiro e das demais profissões compreendidas nos serviços de Enfermagem.
Art. 3º. O Conselho Federal, ao qual ficam subordinados os Conselhos Regionais, terá jurisdição em
todo o território nacional e sede na Capital da República.
Art. 4º. Haverá um Conselho Regional em cada Estado e Território, com sede na respectiva capital,
e no Distrito Federal.
Art. 5º. O Conselho Federal terá nove membros efetivos e igual número de suplentes, de
nacionalidade brasileira, e portadores de diploma de curso de Enfermagem de nível superior.
Art. 6º. Os membros do Conselho Federal e respectivos suplentes serão eleitos por maioria de votos,
em escrutínio secreto, na Assembleia dos Delegados Regionais.
Art. 7º. O Conselho Federal elegerá dentre seus membros, em sua primeira reunião, o Presidente, o
Vice-presidente, o Primeiro e o Segundo Secretários e o Primeiro e o Segundo Tesoureiros.
XIII - exercer as demais atribuições que lhe forem conferidas por lei.
Art. 9º - O mandato dos membros do Conselho Federal será honorífico e terá a duração de três anos,
admitida uma reeleição.
IV - doações e legados;
V - subvenções oficiais;
VI - rendas eventuais.
Parágrafo único. Na organização dos quadros distintos para inscrição de profissionais o Conselho
Federal de Enfermagem adotará como critério, no que couber, o disposto na Lei nº 2.604, de 17 de
setembro 1955.
Art. 11. Os Conselhos Regionais serão instalados em suas respectivas sedes, com cinco a vinte e um
membros e outros tantos suplentes, todos de nacionalidade brasileira, na proporção de três quintos
de Enfermeiros e dois quintos de profissionais das demais categorias do pessoal de Enfermagem
reguladas em lei.
Parágrafo único. O número de membros dos Conselhos Regionais será sempre ímpar, e a sua
fixação será feita pelo Conselho Federal, em proporção ao número de profissionais inscritos.
Art. 12. Os membros dos Conselhos Regionais e respectivos suplentes serão eleitos por voto
pessoal, secreto e obrigatório, em época determinada pelo Conselho Federal, em Assembléia Geral
especialmente convocada para esse fim.
§ 1º. Para a eleição referida neste artigo serão organizadas chapas separadas, uma para enfermeiros
e outra para os demais profissionais de Enfermagem, podendo votar, em cada chapa,
respectivamente, os profissionais referidos no artigo 11.
§ 2º. Ao eleitor que, sem causa justa, deixar de votar nas eleições referidas neste artigo, será
aplicada pelo Conselho
Art. 13. Cada Conselho Regional elegerá seu Presidente, Secretário e Tesoureiro, admitida a criação
de cargos de Vice-presidente,
Art. 14. O mandato dos membros dos Conselhos Regionais será honorífico e terá duração de três
anos, admitida uma reeleição.
VI - elaborar a sua proposta orçamentária anual e o projeto de seu regimento interno e submetê-los
à aprovação do Conselho Federal;
VII - expedir a carteira profissional indispensável ao exercício da profissão, a qual terá fé pública
em todo o território nacional e servirá de documento de identidade;
XII - apresentar sua prestação de contas ao Conselho Federal, até o dia 28 de fevereiro de cada ano;
XIV - exercer as demais atribuições que lhes forem conferidas por esta Lei ou pelo Conselho
Federal.
IV - doações e legados;
VI - rendas eventuais.
Art. 17. O Conselho Federal e os Conselhos Regionais deverão reunir-se, pelo menos, uma vez
mensalmente.
Parágrafo único. O Conselheiro que faltar, durante o ano, sem licença prévia do respectivo
Conselho, a cinco reuniões perderá o mandato.
Art. 18. Aos infratores do Código de Deontologia de Enfermagem poderão ser aplicadas as
seguintes penas:
I - advertência verbal;
II - multa;
III - censura;
§ 1º. As penas referidas nos incisos I, II, III e IV deste artigo são da alçada dos Conselhos Regionais
e a referida no
§ 2º. O valor das multas, bem como as infrações que implicam nas diferentes penalidades, serão
disciplinados no regimento do Conselho Federal e dos Conselhos Regionais.
Art. 19. O Conselho Federal e os Conselhos Regionais terão tabela própria de pessoal, cujo regime
será o da Consolidação das Leis do Trabalho.
Art. 20. A responsabilidade pela gestão administrativa e financeira dos Conselhos caberá aos
respectivos diretores.
Art. 21. A composição do primeiro Conselho Federal de Enfermagem, com mandato de um ano,
será feito por ato do Ministro do Trabalho e Previdência Social, mediante indicação, em lista
tríplice, da Associação Brasileira de Enfermagem.
Parágrafo único. Ao Conselho Federal assim constituído caberá, além das atribuições previstas
nesta Lei:
b) promover as primeiras eleições para composição do Conselho Federal, até noventa dias antes do
termino do seu mandato.
Art. 23. Esta Lei entrará em vigor na data da sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
Brasília, 12 de julho de 1973.
EMILIO G. MÉDICI
Júlio Barata
O presidente da República.
Art. 2º - A Enfermagem e suas atividades Auxiliares somente podem ser exercidas por pessoas
legalmente habilitadas e inscritas no Conselho Regional de Enfermagem com jurisdição na área
onde ocorre o exercício.
Art. 5º - (vetado)
§ 1º - (vetado)
§ 2º - (vetado)
I - o titular do diploma de enfermeiro conferido por instituição de ensino, nos termos da lei;
IV - aqueles que, não abrangidos pelos incisos anteriores, obtiverem título de Enfermeiro conforme
o disposto na alínea “d” do Art. 3º. do Decreto nº 50.387, de 28 de março de 1961.
III do Art. 2º. da Lei nº 2.604, de 17 de setembro de 1955, expedido até a publicação da Lei nº
4.024, de 20 de dezembro de 1961;
VI - o titular do diploma ou certificado conferido por escola ou curso estrangeiro, segundo as leis do
país, registrado em virtude de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como
certificado de Auxiliar de Enfermagem.
Art. 10 - (vetado)
I - privativamente:
b) organização e direção dos serviços de Enfermagem e de suas atividades técnicas e auxiliares nas
empresas prestadoras desses serviços;
d) - (vetado)
e) - (vetado)
f) - (vetado)
g) - (vetado)
i) consulta de Enfermagem;
f) prevenção e controle sistemático de danos que possam ser causados à clientela durante a
assistência de Enfermagem;
Parágrafo único - às profissionais referidas no inciso II do Art. 6º desta Lei incumbe, ainda:
Art. 14 - (vetado)
Art. 15 - As atividades referidas nos arts. 12 e 13 desta Lei, quando exercidas em instituições de
saúde, públicas e privadas, e em programas de saúde, somente podem ser desempenhadas sob
orientação e supervisão de Enfermeiro.
Art. 16 - (vetado)
Art. 17 - (vetado)
Art. 18 - (vetado)
Art. 19 - (vetado)
Parágrafo único - Os órgãos a que se refere este artigo promoverão as medidas necessárias à
harmonização das situações já existentes com as diposições desta Lei, respeitados os direitos
adquiridos quanto a vencimentos e salários.
Art. 21 - (vetado)
Art. 22 - (vetado)
Parágrafo único - A autorização referida neste artigo, que obedecerá aos critérios baixados pelo
Conselho Federal de Enfermagem, somente poderá ser concedida durante o prazo de 10 (dez) anos,
a contar da promulgação desta Lei.
Art. 24 - (vetado)
Art. 25 - O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de 120 (cento e vinte) dias a contar da
data de sua publicação.
JOSÉ SARNEY
PREÂMBULO
O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem está organizado por assunto e inclui princípios,
direitos, responsabilidades, deveres e proibições pertinentes à conduta ética dos profissionais de
Enfermagem.
O presente Código teve como referência os postulados da Declaração Universal dos Direitos do
Homem, promulgada pela Assembléia Geral das Nações Unidas (1948) e adotada pela Convenção
de Genebra da Cruz Vermelha (1949), contidos no Código de Ética do Conselho Internacional de
Enfermeiros (1953) e no Código de Ética da Associação Brasileira de Enfermagem (1975). Teve
como referência, ainda, o Código de Deontologia de Enfermagem do Conselho Federal de
Enfermagem (1976), o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem (1993) e as Normas
Internacionais e Nacionais sobre Pesquisa em Seres Humanos [Declaração Helsinque (1964),
revista em Tóquio (1975) e a Resolução 196 do Conselho Nacional de Saúde, Ministério da Saúde
(1996)].
CAPÍTULO I
Art. 2º - O profissional de Enfermagem participa, como integrante da sociedade, das ações que
visem satisfazer às necessidades de saúde da população.
CAPÍTULO II
Dos Direitos
Art. 7º - Recusar-se a executar atividades que não sejam de sua competência legal.
Art. 8º - Ser informado sobre o diagnóstico provisório ou definitivo de todos os clientes que estejam
sob sua assistência.
Parágrafo único - Ao cliente sob sua responsabilidade, deve ser garantida a continuidade da
assistência de Enfermagem.
Art. 12 - Receber salários ou honorários pelo seu trabalho que deverá corresponder, no mínimo, ao
fixado por legislação específica.
Art. 15 - Apoiar as iniciativas que visem ao aprimoramento profissional, cultural e a defesa dos
legítimos interesses de classe.
CAPÍTULO III
Das Responsabilidades
Art. 17 - Avaliar criteriosamente sua competência técnica e legal e somente aceitar encargos ou
atribuições, quando capaz de desempenho seguro para si e para a clientela.
Art. 19 - Promover e/ou facilitar o aperfeiçoamento técnico, científico e cultural do pessoal sob sua
orientação e supervisão.
CAPÍTULO IV
Dos Deveres
Art. 24 - Prestar à clientela uma assistência de Enfermagem livre dos riscos decorrentes de
imperícia, negligência e imprudência. Ética Profissional.
Art. 27 - Respeitar e reconhecer o direito do cliente de decidir sobre sua pessoa, seu tratamento e
seu bem-estar.
Art. 29 - Manter segredo sobre fato sigiloso de que tenha conhecimento em razão de sua atividade
profissional, exceto nos casos previstos em Lei.
Art. 30 - Colaborar com a equipe de saúde no esclarecimento do cliente e família sobre o seu estado
de saúde e tratamento, possíveis benefícios, riscos e consequências que possam ocorrer.
Art. 31 - Colaborar com a equipe de saúde na orientação do cliente ou responsável, sobre os riscos
dos exames ou de outros procedimentos aos quais se submeterá.
Art. 33 - Proteger o cliente contra danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência por
parte de qualquer membro da equipe de saúde.
Art. 35 - Solicitar consentimento do cliente ou do seu representante legal, de preferência por escrito,
para realizar ou participar de pesquisa ou atividade de ensino em Enfermagem, mediante
apresentação da informação completa dos objetivos, riscos e benefícios, da garantia do anonimato e
sigilo, do respeito a privacidade e intimidade e a sua liberdade de participar ou declinar de sua
participação no momento que desejar.
Art. 39 - Alertar o profissional, quando diante de falta cometida por imperícia, imprudência e
negligência.
Art. 41 - Comunicar formalmente ao Conselho Regional de Enfermagem fatos que envolvam recusa
ou demissão de cargo, função ou emprego, motivados pela necessidade do profissional em preservar
os postulados éticos e legais da profissão.
CAPÍTULO V
Das Proibições
Parágrafo único - Nos casos previstos em Lei, o profissional deverá decidir, de acordo com a sua
consciência, sobre a sua participação ou não no ato abortivo.
Art. 47 - Ministrar medicamentos sem certificar-se da natureza das drogas que o compõem e da
existência de risco para o cliente.
Art. 51 - Prestar ao cliente serviços que por sua natureza incumbem a outro profissional, exceto em
caso de emergência.
Art. 54 - Publicar trabalho com elementos que identifiquem o cliente, sem sua autorização. Ética
Profissional
Art. 55 - Publicar, em seu nome, trabalho científico do qual não tenha participação ou omitir em
publicações, nomes de colaboradores e/ou orientadores.
Art. 56 - Utilizar-se, sem referência ao autor ou sem autorização expressa, de dados, informações ou
opiniões ainda não publicados.
Art. 58 - Determinar a execução de atos contrários ao Código de Ética e demais legislações que
regulamentam o exercício profissional da Enfermagem.
Art. 59 - Trabalhar e/ou colaborar com pessoas físicas e/ou jurídicas que desrespeitem princípios
éticos de Enfermagem.
Art. 61 - Pleitear cargo, função ou emprego ocupado por colega, utilizando-se de concorrência
desleal.
Art. 62 - Aceitar, sem anuência do Conselho Regional de Enfermagem, cargo, função ou emprego
vago em decorrência do previsto no Art. 41.
Art. 63 - Permitir que seu nome conste no quadro de pessoal de hospital, casa de saúde, unidade
sanitária, clínica, ambulatório, escola, curso, empresa ou estabelecimento congênere sem nele
exercer as funções de Enfermagem pressupostas.
Art. 64 - Assinar as ações de Enfermagem que não executou, bem como permitir que outro
profissional assine as que executou.
Art. 65 - Receber vantagens de instituição, empresa ou de cliente, além do que lhe é devido, como
forma de garantir assistência de
Art. 67 - Usar de quaisquer mecanismos de pressão e/ou suborno com pessoas físicas e/ou jurídicas
para conseguir qualquer tipo de vantagem.
Art. 68 - Utilizar, de forma abusiva, o poder que lhe confere a posição ou cargo, para impor ordens,
opiniões, inferiorizar as pessoas e/ou dificultar o exercício profissional.
Art. 69 - Ser conivente com crime, contravenção penal ou ato praticado por membro da equipe de
trabalho que infrinja postulado ético profissional.
Art. 70 - Denegrir a imagem do colega e/ou de outro membro da equipe de saúde, de entidade de
classe e/ou de instituição onde trabalha.
CAPÍTULO VI
Art. 74 - Manter-se regularizado com suas obrigações financeiras com o Conselho Regional de
Enfermagem.
Art. 78 - Não apropriar-se de dinheiro, valor ou qualquer bem imóvel público ou particular de que
tenha posse, em razão do cargo, ou desviá-lo em proveito próprio ou de outrem.
Capítulo VII
Art. 80 - Considera-se infração ética a ação, omissão ou conivência que implique em desobediência
e/ou inobservância às disposições do Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem.
Art. 81 - Considera-se infração disciplinar a inobservância das normas dos Conselhos Federal e
Regionais de Enfermagem.
Art. 82 - Responde pela infração quem a cometer ou concorrer para a sua prática, ou dela obtiver
benefício, quando cometida por outrem.
Art. 83 - A gravidade da infração é caracterizada através da análise dos fatos e causas do dano, suas
consequências e dos antecedentes do infrator.
Art. 84 - A infração é apurada em processo instaurado e conduzido nos termos deste Código.
I - Advertência verbal.
II - Multa.
III - Censura.
Parágrafo terceiro - A censura consiste em repreensão que será divulgada nas publicações oficiais
dos Conselhos Federal e Regionais de Enfermagem.
Parágrafo único - Na situação em que o processo tiver origem no Conselho Federal de Enfermagem,
terá como instância superior a Assembleia dos Delegados Regionais.
IV - Os antecedentes do infrator.
Art. 88 - As infrações serão consideradas leves, graves ou gravíssimas, conforme a natureza do ato
e a circunstância de cada caso.
Parágrafo primeiro - São consideradas infrações leves as que ofendam a integridade física, mental
ou moral de qualquer pessoa, sem causar debilidade.
Parágrafo segundo - São consideradas infrações graves as que provoquem perigo de vida,
debilidade temporária de membro, sentido ou função em qualquer pessoa.
Parágrafo terceiro - São consideradas infrações gravíssimas as que provoquem morte, deformidade
permanente, perda ou inutilização de membro, sentido, função ou ainda, dano moral irremediável
em qualquer pessoa.
I - Ter o infrator procurado, logo após a infração, por sua espontânea vontade e com eficiência,
evitar ou minorar as consequências do seu ato.
MÓDULO I – CAP. 1 – ÉTICA E HISTÓRIA DA ENFERMAGEM
ESCOLA TÉCNICA DE ENFERMAGEM “RAIMUNDA NONATA” 66
I - Ser reincidente.
VII - Cometer a infração com abuso de autoridade ou violação do dever inerente ao cargo ou
função.
Capítulo VIII
Art. 91 - As penalidades previstas neste Código somente poderão ser aplicadas, cumulativamente,
quando houver infração a mais de um artigo.
Art. 92 - A pena de Advertência Verbal é aplicável nos casos de infrações ao que está estabelecido
nos artigos: 16 a 26; 28 a 35; 37 a 44; 47 a 50; 52; 54; 56; 58 a 62 e 64 a 78 deste Código.
Art. 93 - A pena de Multa é aplicável nos casos de infrações ao que está estabelecido nos artigos: 16
a 75 e 77 a 79, deste Código.
Art. 94 - A pena de Censura é aplicável nos casos de infrações ao que está estabelecido nos artigos:
16; 17; 21 a 29; 32; 35 a 37; 42; 43; 45 a 53; 55 a 75 e 77 a 79, deste Código.
Art. 95 - A pena de Suspensão do Exercício Profissional é aplicável nos casos de infrações ao que
está estabelecido nos artigos: 16; 17; 21 a 25; 29; 32; 36; 42; 43; 45 a 48; 50 a 53; 57 a 60; 63; 66;
67; 70 a 72; 75 e 79, deste Código.
Art. 96 - A pena de Cassação do Direito ao Exercício Profissional é aplicável nos casos de infrações
ao que está estabelecido nos artigos: 16; 24; 36; 42; 45; 46; 51 a 53; 57; 60; 70 e 79, deste Código.
CAPÍTULO IX
Art. 98 - Este Código poderá ser alterado pelo Conselho Federal de Enfermagem, por iniciativa
própria e/ou mediante proposta de Conselhos Regionais.
Parágrafo único - A alteração referida deve ser precedida de ampla discussão com a categoria.
Art. 99 - O presente Código entrará em vigor na data de sua publicação, revogando as demais
disposições em contrário.
O Plenário do Conselho Federal de Enfermagem – COFEN, no uso das suas atribuições legais e
regimentais,
RESOLVE:
Parágrafo único: Não se aplica ao disposto no caput deste artigo as situações de urgência, na qual,
efetivamente haja iminente e grave risco de vida, não podendo tal exceção aplicar-se a situações
previsíveis e rotineiras.
Art. 2º - Ocorrendo o previsto no parágrafo único do artigo 1º, obrigatoriamente deverá ser
elaborado Relatório circunstanciado e minucioso, onde devem constar todos os aspectos que
envolverem a situação de urgência, que levou a ser praticado o ato, vedado pelo artigo 1º.
Art. 4 – Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogando-se disposições em
contrário.
O Plenário do Conselho Federal de Enfermagem – COFEN, no uso das suas atribuições legais e
regimentais,
CONSIDERANDO a Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, em seu artigo 2º, parágrafo único, c.c. o
Decreto 94.406/87, art. 1º;
CONSIDERANDO o resultado final dos Seminários ocorridos no ano de 2004, nas cinco regiões do
País, com a finalidade de definir data específica para a celebração do Dia Nacional dos Técnicos e
Auxiliares de Enfermagem;
CONSIDERANDO que os citados Seminários contaram com a participação dos vários segmentos
representativos das categorias profissionais in comento;
CONSIDERANDO deliberação do Plenário em sua 323ª Reunião Ordinária, bem como, tudo que
mais consta do PAD-COFEN nº 035/2000;
RESOLVE:
Art. 1º - Instituir o Dia 20 de Maio, como data consagrada nacionalmente a celebração do “Dia
Nacional dos Técnicos e Auxiliares de Enfermagem”.
Art. 2º - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação na Imprensa Oficial.
CONSIDERANDO o art. 196 da Constituição Federal, que garante o acesso universal e igualitário a
ações e serviços para promoção, proteção e recuperação da saúde.
CONSIDERANDO a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, que dispõe sobre as condições para
a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços
correspondentes.
I. O acesso se dará prioritariamente pelos Serviços de Saúde da Atenção Básica próximos ao local
de moradia.
III. Em caso de risco de vida ou lesão grave, deverá ser assegurada a remoção do usuário em
condições seguras, que não implique maiores danos, para um estabelecimento de saúde com
capacidade para recebê-lo.
VI. As informações sobre os serviços de saúde contendo critérios de acesso, endereços, telefones,
horários de funcionamento, nome e horário de trabalho dos profissionais das equipes assistenciais
devem estar disponíveis aos cidadãos nos locais onde a assistência é prestada e nos espaços de
controle social.
VII. O acesso de que trata o caput inclui as ações de proteção e prevenção relativas a riscos e
agravos à saúde e ao meio ambiente, as devidas informações relativas às ações de vigilância
sanitária e epidemiológica e os determinantes da saúde individual e coletiva.
O SEGUNDO PRINCÍPIO assegura ao cidadão o tratamento adequado e efetivo para seu problema,
visando à melhoria da qualidade dos serviços prestados. É direito dos cidadãos ter atendimento
resolutivo com qualidade, em função da natureza do agravo, com garantia de continuidade da
atenção, sempre que necessário, tendo garantidos:
II. Informações sobre o seu estado de saúde, extensivas aos seus familiares e/ou acompanhantes, de
maneira clara, objetiva, respeitosa, compreensível e adaptada à condição cultural, respeitados os
limites éticos por parte da equipe de saúde sobre, entre outras:
a) hipóteses diagnósticas;
b) diagnósticos confirmados;
c) exames solicitados;
d) objetivos dos procedimentos diagnósticos, cirúrgicos, preventivos ou terapêuticos;
e) riscos, benefícios e inconvenientes das medidas diagnósticas e terapêuticas propostas;
f) duração prevista do tratamento proposto;
g) no caso de procedimentos diagnósticos e terapêuticos invasivos ou cirúrgicos, a necessidade ou
não de anestesia e seu tipo e duração, partes do corpo afetadas pelos procedimentos, instrumental a
ser utilizado, efeitos colaterais, riscos ou consequências indesejáveis, duração prevista dos
procedimentos e tempo de recuperação;
h) finalidade dos materiais coletados para exames;
i) evolução provável do problema de saúde;
j) informações sobre o custo das intervenções das quais se beneficiou o usuário.
III. Registro em seu prontuário, entre outras, das seguintes informações, de modo legível e
atualizado:
a) motivo do atendimento e/ou internação, dados de observação clínica, evolução clínica, prescrição
terapêutica, avaliações da equipe multiprofissional, procedimentos e cuidados de enfermagem e,
quando for o caso, procedimentos cirúrgicos e anestésicos, odontológicos, resultados de exames
complementares laboratoriais e radiológicos;
b) registro da quantidade de sangue recebida e dados que permitam identificar sua origem,
sorologias efetuadas e prazo de validade;
c) identificação do responsável pelas anotações.
IV. O acesso à anestesia em todas as situações em que for indicada, bem como a medicações e
procedimentos que possam aliviar a dor e o sofrimento.
VI. O acesso à continuidade da atenção com o apoio domiciliar, quando pertinente, treinamento em
autocuidado que maximize sua autonomia ou acompanhamento em centros de reabilitação
psicossocial ou em serviços de menor ou maior complexidade assistencial.
II. Profissionais que se responsabilizem por sua atenção, identificados por meio de crachás visíveis,
legíveis ou por outras formas de identificação de fácil percepção.
a) integridade física;
b) privacidade e conforto;
c) individualidade;
d) seus valores éticos, culturais e religiosos;
e) confidencialidade de toda e qualquer informação pessoal;
f) segurança do procedimento;
g) bem-estar psíquico e emocional.
IV. O direito ao acompanhamento por pessoa de sua livre escolha nas consultas, exames e
internações, no momento do pré-parto, parto e pós-parto e em todas as situações previstas em lei
(criança, adolescente, pessoas vivendo com deficiências ou idoso). Nas demais situações, ter direito
a acompanhante e/ou visita diária, não inferior a duas horas durante as internações, ressalvadas as
situações técnicas não indicadas.
VI. A informação a respeito de diferentes possibilidades terapêuticas de acordo com sua condição
clínica, considerando as evidências científicas e a relação custo-benefício das alternativas de
tratamento, com direito à recusa, atestado na presença de testemunha.
VIII. O recebimento, quando internado, de visita de médico de sua referência, que não pertença
àquela unidade hospitalar, sendo facultado a esse profissional o acesso ao prontuário.
I. Escolher o tipo de plano de saúde que melhor lhe convier, de acordo com as exigências mínimas
constantes na legislação, e ter sido informado pela operadora da existência e disponibilidade do
plano referência.
II. O sigilo e a confidencialidade de todas as informações pessoais, mesmo após a morte, salvo
quando houver expressa autorização do usuário ou em caso de imposição legal, como situações de
risco à saúde pública.
III. Acesso a qualquer momento, do paciente ou terceiro por ele autorizado, a seu prontuário e aos
dados nele registrados, bem como ter garantido o encaminhamento de cópia a outra unidade de
saúde, em caso de transferência.
VI. Não ser submetido a nenhum exame, sem conhecimento e consentimento, nos locais de trabalho
(pré-admissionais ou periódicos), nos estabelecimentos prisionais e de ensino, públicos ou privados.
VII. A indicação de um representante legal de sua livre escolha, a quem confiará a tomada de
decisões para a eventualidade de tornar-se incapaz de exercer sua autonomia.
IX. Ter liberdade de procurar segunda opinião ou parecer de outro profissional ou serviço sobre seu
estado de saúde ou sobre procedimentos recomendados, em qualquer fase do tratamento.
X. Ser prévia e expressamente informado quando o tratamento proposto for experimental ou fizer
parte de pesquisa, decidindo de forma livre e esclarecida, sobre sua participação.
XI. Saber o nome dos profissionais que trabalham nas unidades de saúde, bem como dos gerentes
e/ou diretores e gestor responsável pelo serviço.
XII. Ter acesso aos mecanismos de escuta para apresentar sugestões, reclamações e denúncias aos
gestores e às gerências das unidades prestadoras de serviços de saúde e às ouvidorias, sendo
respeitada a privacidade, o sigilo e a confidencialidade.
XIII. Participar dos processos de indicação e/ou eleição de seus representantes nas conferências, nos
conselhos nacional, estadual, do Distrito Federal, municipal e regional ou distrital de saúde e
conselhos gestores de serviços.
O QUINTO PRINCÍPIO assegura as responsabilidades que o cidadão também deve ter para que seu
tratamento aconteça de forma adequada. Todo cidadão deve se comprometer a:
I. Prestar informações apropriadas nos atendimentos, nas consultas e nas internações sobre queixas,
enfermidades e hospitalizações anteriores, história de uso de medicamentos e/ou drogas, reações
alérgicas e demais indicadores de sua situação de saúde.
II. Manifestar a compreensão sobre as informações e/ou orientações recebidas e, caso subsistam
dúvidas, solicitar esclarecimentos sobre elas.
III. Seguir o plano de tratamento recomendado pelo profissional e pela equipe de saúde responsável
pelo seu cuidado, se compreendido e aceito, participando ativamente do projeto terapêutico.
IV. Informar ao profissional de saúde e/ou à equipe responsável sobre qualquer mudança inesperada
de sua condição de saúde.
VI. Contribuir para o bem-estar de todos que circulam no ambiente de saúde, evitando
principalmente ruídos, uso de fumo, derivados do tabaco e bebidas alcoólicas, colaborando com a
limpeza do ambiente.
VII. Adotar comportamento respeitoso e cordial com os demais usuários e trabalhadores da saúde.
VIII. Ter sempre disponíveis para apresentação seus documentos e resultados de exames que
permanecem em seu poder.
IX. Observar e cumprir o estatuto, o regimento geral ou outros regulamentos do espaço de saúde,
desde que estejam em consonância com esta carta.
X. Atentar para situações da sua vida cotidiana em que sua saúde esteja em risco e as possibilidades
de redução da vulnerabilidade ao adoecimento.
XI. Comunicar aos serviços de saúde ou à vigilância sanitária irregularidades relacionadas ao uso e
à oferta de produtos e serviços que afetem a saúde em ambientes públicos e privados.
XII. Participar de eventos de promoção de saúde e desenvolver hábitos e atitudes saudáveis que
melhorem a qualidade de vida.
O SEXTO PRINCÍPIO assegura o comprometimento dos gestores para que os princípios anteriores
sejam cumpridos. Os gestores do SUS, das três esferas de governo, para observância desses
princípios, se comprometem a:
II. Adotar as providências necessárias para subsidiar a divulgação desta carta, inserindo em suas
ações as diretrizes relativas aos direitos e deveres dos usuários, ora formalizada.
III. Incentivar e implementar formas de participação dos trabalhadores e usuários nas instâncias e
nos órgãos de controle social do SUS.
IV. Promover atualizações necessárias nos regimentos e estatutos dos serviços de saúde,
adequando-os a esta carta.
REFERÊNCIAS
FONTINELE JUNIOR, K. Ética e Bioetica em Enfermagem. AB. 3ª Ed. São Paulo, 2007.
OGUISSO, Z. Ética e Bioetica: Desafios para a Enfermagem e a Saúde. Manole. 1ª Ed. São
Paulo, 2006.
SANTOS, E. F. et. al. Legislação em Enfermagem. Atheneu Rio. 1ª Ed. Rio de Janeiro, 2010.
ANOTAÇÕES
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