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Calor
1. Introdução
Um trocador de calor é um equipamento onde ocorre uma troca térmica entre
dois fluidos, normalmente separados por uma parede. Há diversos tipos
construtivos, dentre os quais, um dos mais usados industrialmente é o de feixe
tubular, constituído por um conjunto de tubos envolto por um casco. Um dos
fluidos circula no interior dos tubos e o outro fluido escoa no lado externo. No
presente artigo, serão apresentadas algumas considerações a respeito das
condições de processo nesse trocador de calor.
3. Temperaturas de Operação
As temperaturas de entrada e saída de um fluido num trocador de calor,
chamadas de temperaturas terminais (nos extremos do trocador), dependem
das exigências do processo. Elas, portanto, são em geral especificadas e vão
determinar o valor do potencial térmico (a força motriz térmica) para
promover a troca térmica. É importante especificar, além do valor nominal
desejado, qual a faixa de tolerância dentro da qual o valor pode flutuar sem
prejuízos ao processo, o que se reflete diretamente nos aspectos de operação,
instrumentação e controle do processo.
Por outro lado, se os valores das temperaturas terminais (ou os valores das
diferenças entre elas) forem muito elevados, devem ser seguidas
recomendações sobre o assunto: por exemplo, o uso de materiais de
construção mais nobres, uso de juntas de expansão etc.
4. Pressões de Operação
Como o trocador de calor é sempre um equipamento inserido numa unidade
de processo, as pressões dos fluidos também dependem do resto do sistema.
5. Velocidade de Escoamento
A velocidade de escoamento influi em quatro aspectos fundamentais: a
eficiência de troca térmica, a perda de carga, a erosão e o depósito de sujeira.
Mas essa turbulência intensa também implica num atrito maior e uma perda de
carga maior, podendo até ultrapassar valores máximos admissíveis (a ser visto
no item 6). Nesse aspecto, não é desejável uma velocidade de escoamento
exagerada.
Os valores acima devem ser tomados como orientativos: dependendo do caso específico, pode-se justifcar
a adoção de valores diferentes.
7. Fator de Sujeira
O depósito de materiais indesejáveis na superfície de um trocador de calor
aumenta a resistência à transferência de energia, diminuindo a eficiência de
troca térmica e pode obstruir a passagem do fluido, aumentando a sua perda
de carga.
Faixas de valores típicos desse fator podem ser encontrados na literatura para
diversos casos de operação comuns.
Esses valores são interessantes e úteis porque servem de orientação geral. Mas
como o depósito é um processo complexo, depende de uma série de variáveis
e portanto difícil de ser previsto, os valores típicos da literatura devem ser
usados com muita reserva e cuidado, pois nunca vão refletir a realidade
específica de um processo. Os valores mais confiáveis são os obtidos
experimentalmente para um dado caso particular.
Por outro lado no casco, devido aos desvios, a velocidade não é regular em
todo o trajeto; pode haver regiões no casco com velocidades bem pequenas ou
até zonas mortas.
Vale lembrar que a água de resfriamento é um dos fluidos industriais com alto
fator de sujeira e portanto, de modo geral, circula preferencialmente pelos
tubos.
Mesmo para a água de resfriamento tratada, cujo fator de sujeira já não é tão
elevado, recomenda-se em geral a sua circulação pelos tubos.
É melhor circular o fluido corrosivo no lado dos tubos. Pois, assim, "só se
corrói" o tubo, que pode ser protegido com uso de material de construção mais
resistente ou até ser revestido internamente, se for o caso. O material de
construção e o grau de acabamento do casco poderão então ser diferentes e
mais brandos.
Vale ressaltar que o critério exposto não implica em que o fluido com maior
temperatura ou maior pressão do que o outro necessariamente deve ser locado
nos tubos. Mas se o valor da temperatura ou da pressão for significativamente
apreciável, requerendo material de construção especial ou outros cuidados
especiais, então esse fluido merece uma preferência de circular pelos tubos.
Uma prioridade que serve de orientação é dada pela seguinte relação onde o
fluido de posição anterior é em geral alocado nos tubos:
Água de resfriamento;