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Ill.mos Snr.es (Illustrissimos Senhores) pg. 80

Ao officio que V.V. S.S. (Vossas Senhorias) me diregirão em data de 6 do Corrente, no qual
tiverão a bondade consultar-me, sobre as medidas que eu julgar mais convenientes para que
se comvertão em posturas, e serem incluidas mas que V.V. S.S. estão formulando para serem
levadas ao conhecimento da Assembléa Provincial em sua próxima reunião.

Cabe-me responder que alem das actuaes posturas só tenho a lembrar, as providencias que
este cobre, como mais concernentes ao bem publico afim de que V.V. S.S. em sua Sabedoria se
as acharem justas, as hajão de accrecentar ao corpo das respectivas.

Deos Guarde a V.V. S.S. Rio Pardo 18 de Junho de 1850.

Illmos. Snr.es Presidente e Vereadores da Camara Municipal desta Cidade

Patricio Antonio Alves

Delegado de Policia

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[...] pg. 83

Sobre escravos e mendigos

22 Alogar casa a escravos, não estando authorisado por seu senhor, com licença da
Camara e com a rubrica do Delegado ou Subdelegado:

Penas de dés a vinte mil reis ao dono da propriedade que alugar.

23 Andarem os escravos pelas rua de noite depois do toque de recolher sem bilhete de
seu Senhor ; ou procurador ou de pessoa à cujo cargo esteja:

Penas de ser recolhido a cadeia por hum a dois dias, e dono pagar a carceragem; e se o
escravo andar com Arma qualquer que seja, soffrerão sincoenta açoites.

24 Dar couto a escravos fugidos:

Penas de vinte a sesenta mil reis e de dois a seis dias de prisão e de pagar o jornal
d’elles desde o tempo que estiverem fora do dominio de seus Senhores.

25 Comprar qualquer cousa a escravo que não estiver authorisado por seu senhor.

Penas de vinte a vinte e quatro mil reis e de restituir o objecto comprado.

26 Receber aguardar, ou empenhado, qualquer objecto de escravo:

Penas de oito a doze mil reis.


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27 Consentir ajuntamento de escravo em qualquer casa para fins reprovados:

Penas de vinte a trinta mil reis ao dono da casa ou alugador em que nella morar, e de
quatro dias de prisão.

28 Abandonarem os Senhores os escravos, obrigando-os a viver de esmolas:

Penas de des a vinte mil reis, e obrigrados os Senhores alimentarem e vestirem o


escravo.

Nas mesmas penas incorrerão os Senhores que passaram carta de liberdade, em


estado grave de molestia ou cegueira com o fim de os não alimentar e vestir.

29 Andarem pelas ruas, pobres a pedir esmolas, uma ves que possão ser occupados:

Penas de quatro a oito dias de prisão.

Não se comprehendem neste artigo os q. estiverem alejados e inhabilitados para todo


e qualquer servisso, tendo licença da authoridade policial.

30 Dar asilo a desertor, ou criminozos, a homens reconhicidamente vadios, de


comportamento reprovados em prejuizo da Sociedade:

Penas de vinte a sesenta mil reis, e de oito dias de prisão.

Na desposição deste Artigo se comprehendem os aggregados das fasendas,


chacareiros do Municipio.

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31 As patrulhas receberão Ordem das Authoridades policiaes; quando estas julgarem


conveniente para apalparem os que encontrarem de noite.

32 Apitar de Noite, não sendo pessoa encarregada da segurança publica:

Penas de doze avinte mil reis, e de um a tres dias de prisão; e se for escravo soffrerá
vinte e sinco açoites.

33 Dar tiro de noite dentro da Cidade com qualquer Arma:

Penas de des a dezaseis mil reis, isto se comprehende mesmo nas Noites de Vesperas
ou dia de qualquer Santo.

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