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a) O argumento de direito material a ser utilizado é que não houve concurso de pessoas,
visto que os irmãos não sabiam da conduta uma do outro. Para haver concurso de pessoas é
necessária a pluralidade de pessoas, pluralidade de condutas, relevância causal das condutas,
liame subjetivo, e identidade das infrações penais. No caso concreto não houve liame
subjetivo, visto que as partes não tinham consciência que estavam se reunindo para a prática
da mesma infração.

Sendo assim, não há se falar em concurso de pessoas, em vista a ausência do liame subjetivo.

b) No caso concreto existe anotação na FAC de suposta prática de crime de estelionato, no


entanto, sem haver o trânsito em julgado. De acordo com a súmula 444, STJ as ações penais
em trânsito não podem agravar a pena base. Além disso, é possível no caso do furto
qualificado em que estiver presente a primariedade dos agentes, o pequeno valor da coisa e a
qualificadora for de ordem objetiva, o reconhecimento do furto privilegiado do artigo 155, §2º,
CP (Súmula 511, STJ). Sendo assim, tendo em vista a primariedade dos agentes do caso
concreto, o pequeno valor da coisa furtada e a qualificadora de ordem objetiva, é possível
reduzir a pena aplicada, tendo em vista a possibilidade da aplicação do furto privilegiado.

122. a) O argumento a ser utilizado para questionar as provas utilizadas é que estas são
inadmissíveis, devendo ser desentranhadas e inutilizadas do processo, visto que elas foram
obtidas com violação da norma prevista no artigo 5°, X, CF (artigo 5°, inciso LVI c/c artigo 157,
caput, CPP). Desta forma, no caso concreto a apreensão do celular de Wesley é uma prova
ilícita, visto que ela violou o artigo 5°, X, CF (violação da intimidade), além disso, as demais
provas derivaram desta prova ilícita, sendo estas também provas ilícitas, em razão da Teoria
dos frutos da árvore envenenada (artigo 157, parágrafo único).

Assim, ambas as provas deveriam ser desentranhadas e inutilizadas nos autos, uma vez que
todas elas restam-se ilícitas, em vista da violação da norma constitucional.

b) O argumento a ser apresentado para questionar a sanção penal imposta é que o crime de
associação para tráfico não é crime hediondo, muito menos equiparado a hediondo. Em vista
do princípio da legalidade, o rol do artigo 1°, da lei 8.078/90 é taxativo, sendo assim não há
que se fazer uma interpretação extensiva a outros crimes. Além disso, esse crime não é
previsto na constituição federal como crime equiparado a hediondo. Ademais, é possível
questionar o regime inicial de cumprimento de pena, visto que a posição majoritária entende
que não cabe o regime inicial de cumprimento de pena fechado, simplesmente pelo fato do
crime ser hediondo ou equiparado a hediondo, é necessário para a aplicação deste regime a
análise de outras circunstancias. Assim, no caso concreto o crime de associação para o tráfico
não deveria ter sido considerado como equiparado a hediondo e o juiz não deveria ter
aplicado o regime inicial de cumprimento de pena sendo o fechado, argumentando o fato do
crime imputado ao réu ser equiparado ao hediondo, por violar o princípio da individualização
da pena.

123. a) O advogado de Antônio poderá buscar a anulação do processo, a partir da audiência de


instrução (artigo 564, IV, CPP c/c artigo 5°, LIV), visto que a inversão da ordem na oitiva das
testemunhas. Conforme preconiza o artigo 400, CPP primeiro devem ser ouvidas as
testemunhas da acusação e depois da defesa, ocorre que no caso concreto, o advogado do réu
se insurgiu contra a inversão da oitiva das testemunhas, e mesmo assim, o juiz ouviu primeiro
as testemunhas de defesa e posteriormente as da acusação, acarretando assim, prejuízo ao
réu.

Assim, deve haver a anulação do processo a partir da audiência de instrução, artigo 564, IV,
CPP c/c artigo 5°, LIV, visto que a inversão da oitiva das testemunhas acarretou prejuízo ao réu.

b) Pablo veio a ser condenado pelo crime de falso testemunho, previsto no artigo 342, CP. Este
crime prevê o instituto da retratação, qual seja, o fato pode deixar de ser punível se o agente
antes da sentença do processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a
verdade. No caso concreto, Pablo veio confirmar na oitiva da nova audiência, que na anterior
ele veio a mentir em seu depoimento. Sendo assim, ele declarou a verdade antes da sentença
do processo em que ocorreu o ilícito devendo assim deixar o fato de ser punível. Ocorre que
no caso concreto, o juiz somente aplicou a atenuante do artigo 65, inciso III, alínea B, CP.

Assim, a defesa técnica de Pablo deveria argumentar que o fato do réu ter se retratado antes
da sentença do processo em que ocorreu o ilícito, extingue a sua punibilidade, nos termos do
artigo 107, VI, CP.

125. a) O recurso cabível contra a sentença que absolveu sumariamente o réu é a apelação,
prevista no artigo 416, CPP.

b) Para combater a decisão respectiva a defesa do Réu deve alegar que no caso de absolvição
sumária em que a imputabilidade do réu por doença mental (artigo 26, CP), não for a única
tese defensiva, não caberá a aplicação de medida de segurança. No caso concreto além do
exame de insanidade mental ter concluído que o réu encontrava-se na situação do artigo 26,
CP, o seu advogado alegou que ele agiu em legítima defesa, ou seja, o caso de
inimputabilidade do artigo 26, CP não era a única tese defensiva. Sendo assim, o juiz não
poderia ter aplicado a medida de segurança no caso concreto, mas sim ter absolvido o réu
sumariamente, em vista da excludente de ilicitude do crime.

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