Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
net/publication/327703765
CITATIONS READS
0 41
5 authors, including:
Vitor Vasconcelos
Universidade Federal do ABC (UFABC)
175 PUBLICATIONS 166 CITATIONS
SEE PROFILE
Some of the authors of this publication are also working on these related projects:
Governança ambiental da macrometrópole paulista face à variabilidade climática. - Temático FAPESP View project
Carta Geotécnica de aptidão à urbanização: Instrumento de planejamento para prevenção de desastres naturais nos municípios de Caieiras, Itapecerica da Serra,
Itapevi e Santana de Parnaíba, no Estado de São Paulo View project
All content following this page was uploaded by Vitor Vasconcelos on 17 September 2018.
Leonardo Santos Salles Varallo 1 ; Sandra Momm2 ; Vitor Vieira Vasconcelos 3; Luiz Felipe Silva 4;
Katia Canil 5; Maíra Feijó Ottoni Sousa6
Abstract - Wet zones have environmental attributes that are relevant to urban land occupation,
regarding provision of ecosystem services, flood risk, and structural instability of civil constructions.
This paper discusses about how these attributes could lead to a more sustainable land use with
less risk for the population, if certain land use guidelines are followed. Plain and hillslope wet
zones a distinguished from each other, because they have distinct hydro-ecological contexts,
leading to distinct land use guidelines. The proposed land use guidelines are useful for
development, interpretation and utilization of geotechnical maps of suitability for urbanization.
Quadro 1. Parâmetros de cruzamento para zoneamento das áreas úmidas. Fonte: elaborado pelos autores
Figura 1. ZUE de relevo côncavo com potencial de acúmulo de umidade e de escoamento superficial em
Santana do Parnaíba. Fonte: elaborado pelos autores
No âmbito da bacia hidrográfica, estas zonas consistem no canal por onde os fluxos de água e
sedimentos se concentram, o que torna necessário serem mais severas as diretrizes e restrições
à urbanização frente ao restante da bacia. Devido apresentarem maior proximidade vertical do
nível freático e das vertentes côncavas, essas zonas tornam-se terrenos de maior fragilidade
ambiental. O quadro 2 a seguir apresenta suas principais características.
Figura 2. Planície de inundação do Rio Tietê em Santana do Parnaíba. Fonte: elaborado pelos autores
Quadro 3. Caracterização das Zonas Úmidas de Planície - ZUP. Fonte: elaborado pelos autores
Diretrizes de mitigação e
Zonas Medidas estruturais Medidas não estruturais
adaptação
Realizar estudos
geotécnicos sobre o
comportamento dos solos
e riscos associados;
Desenvolver projetos de
Considerar no uso e ocupação educação ambiental para
do solo dessa zona: percepção de risco da
comunidade do entorno;
A existência de processos
hidrodinâmicos associados às Promover fiscalização dos
encostas, como acúmulo de sistemas de
umidade no solo, relativos ao abastecimento de água,
excesso ou falta de esgoto e drenagem para
precipitação (situações de Implantar sistemas de reparo de vazamentos;
escassez e enxurrada); drenagem, obras de
Promover a fiscalização
As funções hidroecológicas redução da energia de
por órgão responsáveis
para preservar a qualidade e escoamento (escadas
(se possível com
quantidade dos recursos hidráulicas e caixas);
participação da
hídricos, a paisagem, a Implantar sistemas de comunidade) de áreas
estabilidade geológica e a piscininhas e para evitar sua ocupação;
biodiversidade, facilitar o fluxo aproveitamento de água
gênico de fauna e flora e Promover a sinalização
pluvial.
ZUE proteção do solo; dessas áreas sujeitas a
Autorizar novas riscos geotécnicos e de
com Os riscos às edificações e ocupações somente inundação rápida;
urbanização riscos difusos (agravamento mediante medidas de
em dos eventos de escassez e de Congelar uso e ocupação
retenção de água em
consolidação inundação a jusante da atual dos lotes;
lote;
encosta) devido a consolidação Reduzir a Taxa de
e adensamento da urbanização Estimular implantação de
Ocupação (TO) dos
nessas zonas; áreas permeáveis com
terrenos;
usos econômicos como
O aumento na frequência e na hortas Reduzir o Coeficiente ou
intensidade de eventos Índice de Aproveitamento
extremos, associados aos (CA ou IA) dos terrenos;
cenários de mudanças
climáticas, potencializando Não permitir novos
riscos urbanos ao excesso ou desmembramentos de
escassez de precipitação glebas de terra bem como
(secas, inundações lentas e implantação de novos
rápidas, temporais); loteamentos;
Promover a transferência
do direito de construir
(instrumento do Estatuto
da CIdade) para terrenos
aptos a ocupação.
4 - Conclusão
A incorporação do conceito de zonas úmidas traz avanços as cartas geotécnicas de aptidão à
urbanização, pois considera os serviços ecossistêmicos dessas zonas e as demais restrições à
ocupação do solo, incluindo, por exemplo, os períodos de escassez e seus riscos associados. A
diferenciação entre áreas úmidas de planície e de encosta permite fornecer diretrizes distintas,
apropriadas às especificidades na microbacia e aos diferentes níveis de urbanização (não
urbanizada e urbanização em consolidação). A conjugação entre o modelo HAND, o mapeamento
geomorfológico de planícies fluviais de inundação e a topologia de adjacência à áreas côncavas
permitiu avançar na metodologia de mapeamento das zonas úmidas. Os resultados são
relevantes para a gestão ambiental e para o planejamento territorial considerando, principalmente,
as medidas de prevenção frente aos cenários das mudanças climáticas e de eventos extremos.
Referências:
ATTANASIO, C. M.; GANDOLFI, S.; ZAKIA, M. J.; VENIZIANI JUNIOR, J. C. T.; LIMA, W. P. (2012). A
importância das áreas ripárias para a sustentabilidade hidrológica do uso da terra em microbacias
hidrográficas. Bragantia, v. 71, pp. 493 - 501.
GREGORY, S.V.; F.J. SWANSON; W.A. McKEE; K.W. CUMMINS, 1992. An ecosystem perspective of
riparian zones. BioScience, 41 (8):540-551.
INAU – Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Áreas Úmidas (Mato Grosso) (Ed.). Definição e
classificação das áreas úmidas (AUs) brasileiras: Base científica para uma nova política de proteção e
manejo sustentável. Cuiabá, 2013. 67 p. Disponível em:
<http://www.inau.org.br/classificacao_areas_umidas_completo.pdf>. Acesso em: 29 jun. 2017.
RENNÓ, C. D., NOBRE, A. D., CUARTAS, L. A., SOARES, J. V., HODNETT, M. G., TOMASELLA, J., &
WATERLOO, M. J. HAND, a new terrain descriptor using SRTM-DEM: Mapping terra-firme rainforest
environments in Amazonia. Remote Sensing of Environment, v. 112, n. 9, 2008, pp. 3469-3481.
RESENDE, M., CURI, N. RESENDE, S.B., CORRÊA, G.F. Pedologia: Base para a Distinção de Ambientes -
6ª ed. Editora UFLA, 2014.