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UFAL - UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

IQB - INSTITUTO DE QUÍMICA E BIOTECNOLOGIA


LABORATÓRIO DE QUIMICA

ENGENHARIA QUIMICA

JEISIEL ISVI AMORIM DA SILVA

PRÁTICA: DETERMINAÇÃO DA DENSIDADE


E DO TEOR DE ETANOL DA GASOLINA

MACEIÓ-AL
2014
Jeisiel Isvi Amorim da Silva

Prática: Determinação da Densidade e do Teor de Etanol da Gasolina

Relatório referente à prática em laboratório sobre a


determinação da densidade e do teor de etanol da
gasolina, da disciplina Laboratório de Química I,
apresentado como requisito para avaliação na
mesma, da grade do curso Engenharia Química, na
Universidade Federal de Alagoas.

Prof. Adeíldo

MACEIÓ-AL
2014
1. INTRODUÇÃO

A gasolina, com composição química entre C6 a C10 com uso maior do


composto C8H18, é um dos derivados do petróleo mais utilizado como combustível,
apenas como conhecimento adicional, a gasolina comum chegou a 41,3 bilhões de
litros consumidos, com aumento de 4,2% aqui no Brasil (ANP, 2013). Mas apesar
desse aumento do consumo é preciso analisar seu grau de pureza, e uma das
preocupações é o teor, a quantidade de etanol que deve respeitar um valor entre
22% a 26% do seu volume, segundo a Agência Nacional de Petróleo. O excesso ou
a falta de etanol, em relação aos limites descritos acima, compromete a qualidade
do produto e o seu uso poderá acarretar em sérios problemas para os veículos; por
exemplo, a oxidação de suas peças e danificação do motor.
A forma de obtenção da gasolina é através do refino do petróleo, com
destilação sob pressão atmosférica, num processo físico de desdobramento de
misturas homogêneas, no intervalo de ebulição entre 35 a 140 ºC. É constituída
tipicamente de hidrocarbonetos e com pequenas quantidades de oxigenados,
pertence aos alcanos, molécula orgânica e apolar, contêm compostos de enxofre,
nitrogênio e alguns metálicos, todos em baixa concentração.
O etanol (álcool etílico anidro) é misturado à gasolina como antidetonante
para aumentar a octanagem, resistência a altas temperaturas sem sofrer
autoignição, que varia de 0 a 100; ou seja, a molécula contém índice de octanos
igual à zero predominando o heptano normal (alcano de pior desempenho) e índice
igual a 100 pela predominância de isooctano (2,2,4-trimetil-pentano, dá melhor
desempenho ao motor). Outra forma de aumentar sua qualidade pode ser obtida
pelo cracking, um processo complexo de quebra de um alcano, é sabido que a
gasolina de boa qualidade deve ter densidade entre 0,700 e 0,750 g/mL (FELTRE,
2004).
A determinação da densidade da gasolina pode ser aferida por um
densímetro, muito utilizado em postos. Nesta prática vamos precisar calcula-la, mas
sem o uso desse aparelho, vamos usar a relação entre a massa e o volume da
solução a uma dada temperatura, através da fórmula (FELTRE, 2004, p. 18):
Na verificação do teor de álcool vamos utilizar o processo de separação de
mistura líquido-líquido, usando os funis de decantação (ou de separação, ou de
bromo) para separar os líquidos imiscíveis, que apresentam por essa razão
densidades diferentes; sistema no qual o líquido mais denso acumula-se na parte
inferior do recipiente (ver Figura 1.0).

Figura 1.0 – Separação de mistura líquido-líquido.

A separação da mistura, gasolina e cloreto de sódio a 10%, através da


decantação só é possível devido à solução ser imiscível, uma mistura heterogênea
por causa da diferença polaridade. A gasolina é apolar, enquanto que o NaCl é
polar, daí a regra prática: “semelhante dissolve semelhante”. Então isso é
aproveitado para que no final da decantação, quando obtiver duas fases nesse
processo, poderemos verificar o volume aquoso e orgânico da solução facilitando a
determinação do teor de etanol na gasolina, podemos aplicar a relação a seguir para
encontrarmos sua porcentagem:
2. OBJETIVO

A prática executada em laboratório para analisar a densidade e o teor de


etanol da gasolina; teve como objetivo demonstrar como aferir, através do uso de
equipamentos aparentemente simples e um processo de separação de mistura
líquido-líquido, a determinação da densidade da gasolina comercial (comum) e
verificar o teor de álcool segundo as normas da Agência Nacional de Petróleo, como
exposto anteriormente, pode variar entre 22% a 26% do volume da solução. É um
procedimento prático e rápido, mas devido a gasolina ser muito volátil, irá depender
das condições de temperatura para que não percamos seu volume durante o
processo e existam erros no resultado experimental.
O experimento estudado foi baseado na mistura de gasolina (C 8H18) e a
solução de cloreto de sódio (NaCl) a 10% para obtermos uma solução bifásica e
imiscível; proveniente disso, podemos fazer uma separação através do funil de
decantação de forma mais eficaz e aferimos os cálculos da densidade da gasolina e
teor do álcool. O objetivo foi alcançado quando verificamos a total separação das
fases, com as frações de volume aquoso e orgânico, devido a diferença de
polaridade que tornou a mistura heterogênea.

3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Equipamentos, Utensílios e Materiais:


 01 – Proveta ou cilindro graduado (25 mL);
 01 – Proveta com tampa (100 mL);
 01 – Pisseta com água destilada;
 01 – Suporte Universal;
 01 – Funil de Decantação;
 01 – Béquer.

3.2 Reagentes:
 Gasolina (C8H18);
 Cloreto de Sódio (NaCl).
3.3 Metodologia:

1º Procedimento: Determinação da Densidade. Primeiramente pesamos uma


proveta de 25 mL e anotamos o sua massa, depois aferimos 20 mL de gasolina
comercial, na mesma proveta previamente pesada, e anotamos sua massa. Através
dessa diferença mássica registramos os dados para obtermos a densidade da
gasolina.

2º Procedimento: Determinação do Teor de Etanol. Nesse procedimento


adicionamos em uma proveta de 100 mL, com tampa, 50 mL de gasolina comum e
completamos o volume com 50 mL de solução aquosa de cloreto de sódio (NaCl) a
10%. Após essa etapa, agitamos a mistura, para uma homogeneização dos líquidos.
Aguardamos a total separação das fases, tornando uma solução bifásica e imiscível.
Então ao verificarmos a separação das frações, com a formação do volume da fase
aquosa e orgânica, anotamos o acontecido. Esses dados, obtidos anteriormente,
foram usados posteriormente para efetuarmos os cálculos para a determinação do
teor de etanol na mistura em discussão.

3º Procedimento: Separação das Fases da Mistura. Nesta última fase,


transferimos o conteúdo da proveta (mistura cloreto de sódio aquoso e gasolina)
para um funil de separação e aguardamos novamente a separação das fases e, em
seguida, abrimos a torneira do funil de bromo e esperamos a transferência da fase
mais densa para um béquer e recolhemos a fração de hidrocarbonetos (gasolina)
para outro recipiente.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 Resultados obtidos no procedimento 1:

 Massa da proveta:
mi (proveta) = 48,83 g
mf (proveta com gasolina) = 63,73 g
Obs.: aferidos 20 mL de gasolina, ou seja, V = 20 mL

 Massa da gasolina (C8H18):


M (massa da solução) = mf – mi = 63,73 – 48,83 = 15.40 g

 Densidade da gasolina (C8H18):


massa da solução M 15,40 g
d= = = =0,77 g . mL−1
volume da solução V 20,00 mL

De acordo com o resultado obtido da determinação da densidade da


gasolina, descobrimos que o valor encontrado ultrapassa a densidade de uma
gasolina com qualidade, segundo Feltre (2004), que varia entre 0,700 a 0,750 g/mL.

4.2 Resultados obtidos no procedimento 2:

 Volume das fases aquosa e orgânica:


VT (volume da solução) = 96 mL
V1 (fase com hidrocarbonetos) = 35 mL
V2 (fase com NaCl) = 61 mL

 Teor de Etanol na solução:


V = 61 mL – 50 mL = 11 mL

50 mL 100 %
= (regra de tr ê s simples)
V X%

50 mL 100 %
=
(11 mL) X %

1100 (%) = 50 X(%)


X(%) = 22 % (Teor de álcool)

Neste procedimento, apesar de ter obtido um valor da densidade acima de


uma gasolina com boa qualidade, o valor da teor de etanol na gasolina está dentro
dos limites permitidos pela legislação, que é entre 22% a 26% do volume, segundo
ANP.
5. CONCLUSÃO
Então, de acordo com todos os dados obtidos no laboratório, através da
prática de determinação da densidade da gasolina e do teor de etanol na mesma
solução, podemos verificar a importância de realizar análises para controlar a
qualidade dos produtos e com a comparação do teor de álcool obtido experimentos
e aqueles expressos na legislação vigente da ANP; podemos perceber que o teor de
etanol correspondente à densidade aferida estava acima do valor médio de uma
gasolina com boa qualidade, com 0,77 g.mL -1, mas o seu teor de etanol estava no
padrão da Agência Nacional de Petróleo, com 22%.
Portanto com esse relatório, percebemos o porquê da preocupação com a
pureza e qualidade da gasolina vendida nos postos, pois o uso deste produto com
má qualidade é prejudicial para os transportes que usam sua combustão como meio
de obtenção de energia cinética para seus movimentos, pois danificam o motor e
oxidam suas peças internas.
REFERÊNCIAS

 Bodipassa; Artigo, documentário sobre os Segredos da Gasolina


http://www.bodipasa.com.br/dicas/detalhe/ac/42.
 FELTRE, Ricardo. Química: Química Geral. Vol. 1, 6ª ed. São Paulo:
Moderna, 2004. p.384.
 FELTRE, Ricardo. Química: Físico-Química. Vol. 2, 6ª ed. São Paulo:
Moderna, 2004. p.417.
 FELTRE, Ricardo. Química: Química Orgânica. Vol. 3, 6ª ed. São Paulo:
Moderna, 2004. p.427.
 Química Nova na Escola; Artigo: Determinação do Teor de Etanol na
Gasolina; http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc17/a11.pdf.

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