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DEPARTAMENTO DE LETRAS LIBRAS

FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA


DEISE FERNANDO DOS SANTOS

“Meus Deus, o que fiz para merecer esse castigo?” Será que você já ouviu alguém
expressar-se assim diante da constatação da deficiência de uma pessoa? O que pensa
sobre isso?
As expressões utilizadas para conceituar pessoa com deficiência são influenciadas pela
concepção de homem e de sociedade vigente em diferentes épocas. Comente.

Acredito que na gestação ou no percurso de desenvolvimento os pais são


informados que o filho desejado tem alguma deficiência física ou mental é esperado que
aja o processo de não aceitação, porque claro não foi aquele que desejaram e terão
dificuldades para se adaptarem a nova realidade. Realidade essa que traz consigo o
sentimento de culpa, tristeza, insegurança e rejeição.  É até esperado que aconteça na
fase inicial, mas entenda que tais sentimentos não devem permanecer por longo período,
mas pode ser transformado em busca por auxilio, informação e aceitação.

A tendência que temos é pensar que à pessoa deficiente é incapaz, mas


a rejeição ou negação da família, que é real e muito presente na vida dessas pessoas e
que atrapalha bastante o processo de desenvolvimento e adaptação. A rejeição são
atitudes em que a família desconsidera a deficiência e deixa a pessoa a mercê da própria
“sorte” e a negação é o processo de não aceitar a condição existente e passar a agir ou
exigir da pessoa como se ela não tivesse uma limitação.

Mas quando as famílias aceitam a deficiência da pessoa em quanto condição de


vida, passam a perceber que os resultados dos tratamentos (adequado a cada condição) e
dos esforços desprendidos para melhorar a qualidade de vida de seus filhos. Entendem
que terão sim uma deficiência, mas acima de tudo são capazes de serem melhores e
viver melhor. O caminho longo e árduo a ser percorrido, sobretudo quando as políticas
públicas não oferecem um serviço de qualidade para estas pessoas e muitas vezes as
famílias não tem condições de arcar com o necessário para melhorar a qualidade de
vida.
Referente aos conceitos de Deficiências, Por muito tempo, a sociedade, de um
modo geral, fez uso de um olhar depreciativo em sua direção. Essa situação vem
mudando e evoluindo para uma abordagem não excludente. A luta é contínua pela
conquista de condições que permitam uma real inclusão dessas pessoas e apresentam
inúmeras vertentes. Essas pessoas já foram referidas como incapacitadas, inválidas e
portadoras de deficiência, no entanto, hoje, essas terminologias já não são mais cabíveis.

A recente Lei No 13.146, de 6 de julho de 2015, conhecida como Estatuto da


Pessoa com Deficiência, assim conceitua a expressão “pessoa com deficiência”.
Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de
natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais
barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de
condições com as demais pessoas.

Mas nem sempre foi assim, após as duas Grandes Guerras Mundiais, o mundo
influenciado pela mídia passou a acostumar-se com as expressões, como: inválidos:
incapacitados; minorados; impedidos; descapacitados; excepcionais. No Brasil, a
Constituição Brasileira de 1967, a partir da Emenda Constitucional No 1/1969,
introduziu o uso do termo “deficiente”. Alguns anos mais tarde, ações específicas e
mais contundentes aparecem na Emenda Constitucional No 12/1978, como garantia de
acesso aos espaços públicos, além de proibir os preconceitos e as discriminações.

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