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TRANSFORMADAS DE LAPLACE
2020
FÍSICA MATEMÁTICA 1
Transformadas de Laplace
1 Introdução
Boa parte das aulas até o momento foram dedicadas ao estudo de métodos para so-
lução de equações diferenciais. Foram estudados o método de expanção em sérires de
potências e em algumas situações, através do método do desenvolvimento de soluções
em séries de Fourier. Mais uma técnica será estudada agora. Trata-se das transforma-
ções de Laplace para solução de equações diferenciais. A formulação da técnica está
baseada em uma propriedae notável envolvendo o operador D = d/dx de uma equação
do tipo (ver Física Matemática, Butkov)
dF (x)
= DF (x) = f (x).
dx
pode-se calcular a derivada de qualquer polinômio. Foi sugerido por Heaviside que
D pudesse ser considerado, sob muitos aspectos, como números. Considere-se como
exemplo a equação diferencial
y 00 − 3y 0 + 2y = x2
x2
DDy − 3Dy + 2y = x2 → (D2 − 3D + 2)y = x2 → y= →
D2 − 3D + 2
x2 x2 x2
y= → y= −
(D − 1)(D − 2) D−2 D−1
Mas
1 1
=− = −1 − D − D2 − D3 − ......,
D−1 1−D
1 1 1 1 D D2 D3
=− =− − − − − .....
D−2 2 1 − D/2 2 4 8 16
FÍSICA MATEMÁTICA 2
e portanto
1
x2 = −(1 + D + D2 + D3 + ......, )x2 = −x2 − 2x − 2
D−1
1 1 D D2 D3 x2 x 1
x2 = (− − − − − ....)x2 = − − −
D−2 2 4 8 16 2 2 4
que fornece
x2 x2 x2 x 1 2 x2 3 7
y= − = (− − − ) − (−x − 2x − 2) = + x + !!!!!!!
D−2 D−1 2 2 4 2 2 4
2 A transformada de Laplace
Dada uma função f (t), definida na região 0 ≤ t < ∞, onde f (t) e t são reais, então a
função F (s) definida pela integral
Z ∞
F (s) = e−st f (t)dt
0
A variável s será adotada como complexa, mesmo que em muitas aplicações ela deva
ser real.
Alguns exemplos:
1.) f (t) = 1 Z ∞
1
F (s) = e−st dt = , <{s} > 0
0 s
2.) f (t) = t ∞
∞
1 ∞ −st
Z Z
−st 1 −st
F (s) = te dt = − te + e dt
0 s 0 s 0
1
F (s) = , <{s} > 0
s2
FÍSICA MATEMÁTICA 3
onde M é uma constante real e positiva. Em outras palavras, f (t) não cresce mais
rapidamente do que eα0 t quando t → ∞. Destas definições, pode-se enunciar o terorema
da existência das transformadas de Laplace.
Teorema 2 Seja f (t) uma função que é contínua por pedaços para 0 ≤ t ≤ ∞ e é
exponencial de ordem σ0 , então a integral de Laplace
Z ∞
F (s) = L{f (t)} = e−st f (t)dt
0
converge para <{s} > σ0 . Além disso, a integral é absoluta e uniformemente conver-
gente para <{s} ≥ σ1 (σ1 real), se σ1 ≥ σ0 .
e claramente se vê que
L{f 0 (t)} = sL{f (t)} − f (0)
Se esta operação for realizada suscessivamente, então chega-se a uma fórmula geral
dada por
n
X
(n) n
L{f } = s L{f (t)} − sk−1 f (n−k) (0)
k=1
(m) (m)
onde f é a m−ésima derivada de f e f (0) e seu valor em t = 0.
Considere-se novamente a equação diferencial cuja solução foi desenvolvida consi-
derando o operador D = d/dx e certas liberdades nas operações, apresentada como
tema motivacional logo na introdução do tema transformada de Laplace
y 00 − 3y 0 + 2y = t2
F (s) = L{y(t)}
no espaço s. Determina-se neste espaço a função F (s). A etapa final é fazer a trans-
formação inversa de f (s) para y(t). O fluxograma da figura ilustra bem os passos do
procedimento que foi utilizado para resolver a equação do exemplo discutido..
ou
L{f (t − a)S(t − a)} = e−as L{f (t)}, a > 0.
q(t)
Ri(t) + = v(t)
C
Considerando as transformadas,
Z t
1
RL{i(t)} + L i(τ )dτ = L{v(t)}.
C 0
Observando que
L{i(t)} = I(s)
Z t
1
L i(τ )dτ = I(s)
0 s
e−as e−bs
L{v(t)} = V0 [L{S(t − a)} − L{S(t − b)}] = V0 [ − ]
s s
e levando na equação do circuito chega-se a
1 e−as e−bs
RI(s) + I(s) = V0 [ − ]
sC s s
ou
s CV0 e−as e−bs CV0 1 −as
I(s) = [ − ]= 1 [e − e−bs ]
sRC + 1 s s RC s + RC
−as
e−bs
V0 e
I(s) = 1 − 1
R s + RC s + RC
FÍSICA MATEMÁTICA 10
Mas
1 1
− RC t
1 = L{e }
s + RC
de modo que
V0 h −as 1
− RC t −bs 1
− RC t
i
I(s) = e L{e } − e L{e }
R
e utilizando a propriedade de deslocamento,
V0 h (t−a)
− RC
(t−b)
− RC
i
I(s) = L{e S(t − a)} − L{e S(t − b)}
R
V0 (t−a) V0 (t−b)
= L{ e− RC S(t − a) − e− RC S(t − b)}
R R
e invertendo,
V0 − (t−a) V0 (t−b)
i(t) = e RC S(t − a) − e− RC S(t − b).
R R
5 Inversão
Como foi visto no exemplo da solução de uma equação diferencial, talvez a parte mais
difícil no método de solução aplicando a transformada de Laplace é o problema da
inversão, isto é, conhecida a função F (s), como invertê-la para chegar a f (t). A tarefa
pode ser simplificada explorando algumas propriedades, como a linearidade, que já foi
vista, mas relembrando-a na forma
Levando-se isto em consideração, espera-se que se uma transformada pode ser de-
composta em duas partes
F (s) = F1 (s) + F2 (s)
onde
F1 (s) = L{f1 (t)} e F2 (s) = L{f2 (t)} .
Assim,
L−1 {F1 (s) + F2 (s)} = L−1 {F1 (s)} + L−1 {F2 (s)}
Na grande marioria dos casos, a função F (s) é uma função racional de s e este fato
permite manipulações como a decomposição em frações para fazer a inversão de F (s).
Exemplo: Ache f (t) se F (s) = 1/(s2 − 5s + 6).
A fração pode ser reescrita como
1 1 1
= − .
s2 − 5s + 6 s−3 s−2
Um olho bem treinado perceberia essa decomposição rapidamente. Mas se isto não
for o caso, essa decomposição pode ser feita identificando inicialmente as raízes de
s2 − 5s + 6, ou seja r1 = 3 e r2 = 2 . Logo após exigir que
O valor de s pode ser qualquer, mas não nulo. Logo, uma possibilidade é propor que
A = −B e assim fazendo, automaticamente leva a B = −1. E daí a razão para que
1 1 1
= − .
s2 − 5s + 6 s−3 s−2
Portanto
1 1 1
L−1 { } = L−1 { } − L−1 { }.
s2 − 5s + 6 s−3 s−2
Consultando a tabela de exemplos no início do texto,
1 1
L−1 { } = e3t e L−1 { } = e2t
s−3 s−2
o que leva a
1
L−1 { } = f (t) = e3t − e2t
s2 − 5s + 6
FÍSICA MATEMÁTICA 13
Este exemplo passa a idéia de que, se F (s) puder ser decomposta em frações como
a efetuada no exemplo acima, o procedimento adotado no exemplo é uma boa receita
a ser explorada para inverter transformadas de Laplace.
Considere-se então que F (s) possa ser escrita na forma F (s) = P (s)/Q(s) onde P (s)
e Q(s) são polinômios em s e que Q(s) tem grau maior do que P (s). A decomposição
em frações está baseada nas raízes de Q(s). Se os coeficientes de Q(s) são reais, então
Q(s) pode ser fatorizado em fatores de dois tipos:
A1 A2 A3 Am
+ 2
+ 3
+ ..... + + ..., Ak = constante
s − r (s − r) (s − r) (s − r)m
Se
1
f (t) = 1 → L{ert } =
s−r
1
f (t) = t → L{ert t} =
(s − r)2
2
f (t) = t2 → L{ert t2 } =
(s − r)3
..........................................................................................
(k − 1)!
f (t) = t(k−1) → L{ert t(k−1) } =
(s − r)k
e consequentemente
1 t(k−1 ) rt
Fk (s) = = L{ e }
(s − r)k (k − 1)!
FÍSICA MATEMÁTICA 14
ou ainda
t(k−1 ) rt
L−1 {Fk (s)} = e .
(k − 1)!
Para o segundo tipo de raízes, a decomposição de P (s)/Q(s) terá termos do tipo
B1 s + C1 B2 s + C2 B3 s + C3 Bn s + Cn
2
+ 2 2
+ 2 3
+ .......... + 2
(s + as + b) (s + as + b) (s + as + b) (s + as + b)n
s2 + as + b = (s + a/2)2 + b − a2 /4
e fazendo c2 = b − a2 /4
s2 + as + b = (s + a/2)2 + c2 .
Desta forma,
Bs + C (s + a/2) [C − (a/2)B]
=B + .
s2 + as + b 2
(s + a/2) + c 2 (s + a/2)2 + c2
e
−1 [C − (a/2)B] C − (a/2)B −(a/2)t
L = e sen ct .
(s + a/2)2 + c2 c
Inversões para transformadas to tipo
são menos frequentes. Mas apesar de bastante trabalhoso, vale a pena considerar o
caso k = 2, pois algumas propriedades interessantes das transformadas de Laplace
serão utilizadas para esse fim. Assim, ao invés de encarar a tarefa como enfadonha,
acompanhe ou reproduza as passagens para praticar as transforamdas.
FÍSICA MATEMÁTICA 15
Considere então
ou equivalentemente
B ∂ 1 [C − (a/2)B]
F2 (s) = − +
2 ∂s (s + a/2)2 + c2 [(s + a/2)2 + c2 ]2
então
−1 (s + a/2) 1 ∂ 1 1
L = − L−1 = t e−(a/2)t sen ct .
[(s + a/2)2 + c2 ]2 2 2
∂s (s + a/2) + c 2 2c
1 ∞ −(s+a/2)t
Z
1
e sen ct dt =
c 0 (s + a/2)2 + c2
1 ∞ −(s+a/2)t
Z
2(s + a/2)
te sen ct dt =
c 0 [(s + a/2)2 + c2 ]2
FÍSICA MATEMÁTICA 16
de modo que
Z ∞
1 2(s + a/2)2
e−st t e−(a/2)t cos ct dt = −
+
0 (s + a/2)2 + c2 [(s + a/2)2 + c2 ]2
ou
∞
c2 − (s + a/2)2
Z
e−st t e−(a/2)t cos ct dt = −
0 [(s + a/2)2 + c2 ]2
e a forma conveniente
Z ∞
1 2c2
e−st t e−(a/2)t cos ct dt =
− .
0 (s + a/2)2 + c2 [(s + a/2)2 + c2 ]2
Portanto
−1 1 1 −1 1 1
− 2 t e−(a/2)t cos ct
L 2 2 2
= 2L 2 2
[(s + a/2) + c ] 2c (s + a/2) + c 2c
ou
−1 1 1 −(a/2)t 1
sen ct − 2 t e−(a/2)t cos ct
L = e
[(s + a/2)2 + c2 ]2 2c3 2c
Assim
Teorema 3 Se todas as raízes ri de Q(s) forem simples, e se o grau de P (s) for menor
do que o grau de Q(s), então
n
−1 P (s) X P (ri ) ri t
L = e
Q(s) i=1
Q0 (ri )
Este teorema está baseado no fato de que, se Q(s) tem raízes simples, então Q(s) pode
ser escrita na forma
n
Y
Q(s) = A(s − r1 )(s − r2 )....(s − rn ) = A (s − ri )
i=1
FÍSICA MATEMÁTICA 17
s2 − 6s + 7
F (s) =
(s2 − 4s + 5)2
s2 − 4s + 5 = (s − 2)2 + 1
e assim
1 2(s − 1) 1 2(s − 2) + 2
F (s) = 2
− 2 2
= −
(s − 2) + 1 [s − 2) + 1] (s − 2) + 1 [s − 2)2 + 1]2
2
1 2(s − 2) 2
= 2
− 2 2
−
(s − 2) + 1 [s − 2) + 1] [s − 2)2 + 1]2
Portanto é preciso calcular
2
−1 s − 6s + 7 −1 1 −1 2(s − 2)
L = L −L
(s2 − 4s + 5)2 (s − 2)2 + 1 [s − 2)2 + 1]2
2
−L−1 .
[s − 2)2 + 1]2
1
L−1 { } = e2t sen t
(s − 2)2 + 1
FÍSICA MATEMÁTICA 18
−12(s − 2)
L = t e2t sen t
[s − 2)2 + 1]2
−1 2
L = e2t sen t − t e2t cos t
[s − 2)2 + 1]2
que finalmente resulta em
s2 − 6s + 7
−1
L = t e2t (cos t − sen t)
(s2 − 4s + 5)2
6 Convolução
Outra propriedade importante das transformadas de Laplace está relacionada a produto
de transformadas. Se as transformadas inversas f (t) de F (s) e g(t) de G(s) forem
conhecidadas, pode-se calcular a partir de f (t) e g(t), a trasformada inversa do produto
F (s)G(s). Essa transformação inversa é tradicionalmente representada por (f ∗ g)(t),
na verdade a notação padrão, e é denominada de convolução de f e g.
A demonstração do teorema pode ser encontrada nos livros textos de Física Mate-
mática. A despeito do rigor exigido na demonstração usualmente requisitado, é mais
ilustrativo uma aplicação na solução de um problema de Física.
Considere-se como exemplo o problema das oscilações forçadas de um oscilador
harmônico amortecido. A equação de movimento é dada por
onde as condições iniciais são x(0) = x0 e ẋ(0) = v0 . Aplicando o método das trans-
formadas de Laplace, tem-se
Como
(s + λ)
q
−1 −λt
L = e cos ω02 − λ2 t
(s + λ)2 + (ω02 − λ2 )
1 1
q
−1 −λt
L =p 2 e sen ω02 − λ2 t
(s + λ)2 + (ω02 − λ2 ) ω0 − λ2
então
v0 + λx0 −λt
q q
−λt 2
x1 (t) = x(0)e 2
cos ω0 − λ t + p 2 e sen ω02 − λ2 t
ω0 − λ2
Esta parte da solução corresponde à solução da equação homogênea (quando f (t) =
0), e obedece ao comportamento esperado que deve ser oscilatória e amortecida.
A segunda parte da solução deve ser obtida com a inversão de
F (s) F (s)
X2 (s) = 2
= = F (s)G(s)
s2 + 2λs + ω0 (s + λ)2 + (ω02 − λ2 )
onde foi considerado que
1
G(s) = .
(s + λ)2 + (ω02 − λ2 )
cuja transformada inversa é conhecida e dada por
1
q
g(t) = L−1 {G(s)} = p e−λt sen ω02 − λ2 t .
ω02 − λ2
Agora, a conveniência do teorema da convolução:
Z t
−1 −1
x2 (t) = L {X2 (s)} = L {F (s)G(s)} = (f ∗ g)(t) = f (τ )g(t − τ )dτ.
0
Portanto
t Z
1
q
−λ(t−τ )
x2 (t) = p f (τ )e sen ω02 − λ2 (t − τ ) dτ
ω02 − λ2 0
A solução completa do problema é
v0 + λx0 −λt
q q
−λt 2
x(t) = x0 e cos ω0 − λ t + p 22 e sen ω02 − λ2 t +
ω0 − λ2
Z t
1
q
−λ(t−τ )
+p 2 f (τ )e sen ω02 − λ2 (t − τ ) dτ
ω0 − λ2 0
FÍSICA MATEMÁTICA 20
7 Funções Periódicas
Funções periódicas são muito frequêntes e o cáculo de suas transformadas pode ser
uma ferramenta muito útil. Assi, seja f (t) uma função periódica de período T , ou
f (t + T ) = f (t).
A transforamda de Laplace de uma função destas pode ser calculada através da soma
Z ∞ Z T Z 2T Z 3T
−st −st −st
L{f (t)} = e f (t)dt = e f (t)dt + e f (t)dt + e−st f (t)dt + .....
0 0 T 2T
É importante perceber que f (t) em todas as integrais são exatamente iguais já que
8 Aplicações
di(t) q(t)
L + Ri(t) + = V (t).
dt C
di(t) 1
LL{ } + RL{i(t)} + L{q(t)} = L{V (t)}.
dt C
Lembrando que Z t
q(t) = i(τ )dτ
0
1 q(0) I(s)
L{q(t)} = L{i(t)} − =
s s s
di
L = sL{i(t)} − i(0) = sI(s)
dt
1 e−T s
L{V (t)} = e0 [L{S(t)} − L{S(t − T )}] = e0 [ − ]
s s
Portanto
1 e−T s
I(s)
LsI(s) + RI(s) + = e0 − →
sC s s
→ LCs2 + RCs + 1 I(s) = e0 C 1 − e−T s →
e0 C e0 Ce−T s
→ I(s) = −
LCs2 + RCs + 1 LCs2 + RCs + 1
ou ainda
e0 /L (e0 /L)e−T s
I(s) = − .
s +R
2
L
s+ 1
LC
s2 + RL
1
s + LC
Completando o quadrado do denominador obtem-se:
2
R2
2 R 1 R 1
s + s+ = s+ + − .
L LC 2L LC 4L2
e0 1 e0 e−T s
I(s) = −
L (s + α)2 L (s + α)2
Sabe-se que
−1 1
L = te−αt ,
(s + α)2
−T s
−1 e
L = S(t − T )(t − T )e−α(t−T )
(s + α)2
de forma que
e0 −αt e0
i(t) = te − S(t − T )(t − T )e−α(t−T ) .
L L
Sejam então
L{i1 (t)} = I1 (s) e L{i2 (t)} = I2 (s)
FÍSICA MATEMÁTICA 24
e consequentemente
di1 (t)
L = sL{i1 (t)} − i1 (0) = sI1 (s)
dt
di2 (t)
L = sL{i2 (t)} − i2 (0) = sI2 (s)
dt
1
L{S(t)} =
s
onde se tomou i1 (0) = i2 (0) = 0 como condições iniciais.
Portanto
1
L1 sI1 (s) + M sI2 (s) + R1 I1 (s) = e0
s
M sI1 (s) + L2 sI2 (s) + R2 I2 (s) = 0
ou
1
(sL1 + R1 )I1 (s) + sM I2 (s) = e0
s
sM I1 (s) + (sL2 + R2 )I2 (s) = 0.
Para se obter I1 (s) e I2 (s), pode-se utilizar o método de Cramer. Mas, adote-se u
caminho alternatido e isole I2 (s) na segunda equação obtendo
sM
I2 (s) = − I1 (s)
sL2 + R2
s2 M 2
1
(sL1 + R1 ) − ] I1 (s) = e0
sL2 + R2 s
ou ainda
1 sL2 + R2
I1 (s) = e0 .
s (sL1 + R1 )(sL2 + R2 ) − s2 M 2
Consequentemente, I2 (s) pode ser obtida de
1
I2 (s) = −e0 M .
(sL1 + R1 )(sL2 + R2 ) − s2 M 2
Trabalhando o denominador,
L1 R2 + L2 R1 R1 R2
s2 + 2
s+ =0
L1 L2 − M L1 L2 − M 2
e0 sL2 + R2
I1 (s) = 2
L1 L2 − M s(s − s1 )(s − s2 )
e0 M 1
I2 (s) = − 2
L1 L2 − M (s − s1 )(s − s2 )
a.) Cálculo de i2 (t): Este é o caso mais simples, já que I2 (s) pode ser reescrita
facilmente como
e0 M 1 1 1
I2 (s) = − 2
−
L1 L2 − M s1 − s2 s − s1 s − s2
e0 M 1
es1 t − es2 t
i2 (t) = − 2
L 1 L 2 − M s1 − s2
e0 M 1 −αt
i2 = − 2
e senh ωt
L1 L2 − M ω
FÍSICA MATEMÁTICA 26
e0 sL2 + R2
I1 (s) = 2
L1 L2 − M s(s − s1 )(s − s2 )
Observe-se que neste caso, o denominador tem uma raiz a mais, que é s0 = 0.
Como o denominador possui raízes simples, trata-se de um caso em que se pode
aplicar o teorema de Heaviside. Seja P (s) = sL2 + R2 e Q(s) = s(s − s1 )(s − s2 ).
A derivada de Q(s) é
de modo que
e0 R2 s1 L2 + R2 s1 t s2 L2 + R2 s2 t
i1 (t) = + e + e .
L1 L2 − M 2 s1 s2 s1 (s1 − s2 ) s2 (s2 − s1 )
1 L1 R2 + L2 R1
α=
2 L1 L2 − M 2
s 2
1 L1 R2 + L2 R1 4R1 R2
ω= −
2 L1 L2 − M 2 L1 L2 − M 2
R1 R2
s1 s2 = α 2 − ω 2 =
L1 L2 − M 2
s 2
L1 R2 + L2 R1 4R1 R2
s1 − s2 = 2ω = 2
−
L1 L2 − M L1 L2 − M 2
então pode-se chegar a,
A corrente i1 (t) é a que se estabelece no circuito 1 com o chaveamento. Note-se que ela
se mantém constante quando t → ∞. A corrente i2 é induzida devido ao acoplamento
dos indutores. A corrente será não nula enquanto a corrente i1 variar com o tempo.
Mais ainda, ela circula no sentido tal que minimiza o efeito de indução da corrente i1 ,
como estabelecido pela lei de Lenz.