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CURSO: Engenharia Hidráulica

H21, 2o ANO

Tema: Condutores e Dispositivos de Protecção

Discentes:
Angelina Matavele
Abílio Maitene
Gilberto Romao Tsambo
Lélio Lucas J. Gustavo

Songo, Maio de 2021


CURSO: Engenharia Hidráulica

H21, 2o ANO

Tema: Condutores e Dispositivos de Protecção

Discentes:
Angelina Matavele
Abílio Maitene
Gilberto Romao Tsambo
Lélio Lucas J. Gustavo

Songo, Maio de 2021


Dedicatória

Este trabalho é dedicado a todo estudante do ensino superior, em particular os que


estão cursando engenharia e que valorizam o conhecimento como algo sine qua non
para o desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem.

I
Agradecimento

Endereçamos a nossa profunda gratidão a Deus pela vida e saúde que nos tem
concedido, pois sem Ele nada seria possível o que hoje é notório. Sem deixar de lado
agradecemos ao Msc. Narciso Nota que de uma maneira incansável e assiduamente
partilhou connosco o suficiente do muito conhecimento que detém.

II
Resumo

O trabalho tem como temas condutores e dispositivos de protecção, com o


objectivo geral de explanar de uma forma sucinta o tema acima citado e especial
abordar desde os tipos até a sua aplicação e dar a conhecer a sua importância.
Em poucas palavras conceitua-se condutores como um produto metálico, com uma
determinada seção transversal geralmente circular, de comprimento bastante elevado.
E dispositivos de protecção como sendo dispositivos com finalidade de proteger a
instalação eléctrica e o próprio utente desta instalação.
Os condutores desde os tempos mais recuados enquadram-se na sociedade como
parte vital do desenvolvimento dela transportando a corrente eléctrica de um ponto
para o outro.
Os condutores assim como os dispositivos apresentam a sua classificação quanto ao
tipo, no que diz respeito aos condutores temos os cabos e os fios eléctricos e a
despeito dos dispositivos de protecção temos os fusíveis e os disjuntores, sendo estes
aplicado nas instalações residências e industria, cada tipo de condutor e dispositivo de
protecção a sua aplicação dependerá do tipo de instalação a que se destina.
 Metodologia
O método de compilação do trabalho esteve voltado em busca de informações em
fontes escritas especificamente nos livros, os quais foram notificados nas referências
bibliográficas
 Problemática
A problemática constatada durante a pesquisa foi a ignorância do uso correcto dos
condutores, uma vez que estes apresentam-se com cores próprias indicando a sua
função, o exemplo mais prático é o uso do fio eléctrico de cor preta aterramento em vez
de amarelo ou verde ou mesmo a mistura de ambas cores, mas também constatou-se
a ignorância do uso de dispositivos de protecção perigando assim a vida das pessoas.
 Recomendação
Recomenda-se a quem de direito a fazer constante fiscalização e sensibilização aos
utentes da corrente eléctrica, acreditasse que isso minimizará os problemas acima
apresentados.

III
Índice

1. Introdução............................................................................................................................ 1
2. Condutores........................................................................................................................... 2
2.1. Definição........................................................................................................................... 2
2.1.1. Classe 1........................................................................................................................ 2
2.2. Composição dos Condutores Eléctricos............................................................................2
2.2.4. Conforme o número de condutores...............................................................................3
2.3. Tipos dos Condutores Eléctricos.......................................................................................4
2.3.3. Classificação de cabos e fios........................................................................................4
2.3.3.1. Classificação quanto à tensão utilizada.....................................................................5
2.3.3.2. Classificação quanto à isolação.................................................................................5
2.4. Aspectos Construtivos......................................................................................................7
2.5.1. Comparação na aplicação.............................................................................................9
2.6. Secção nominal dos Condutores eléctricos....................................................................10
3. Dispositivos de Protecção..................................................................................................12
3.1. Considerações gerais.....................................................................................................12
3.2. Componentes dos sistemas de protecção......................................................................12
3.2.1. Transformadores de instrumentação...........................................................................13
3.2.2. Dispositivos electrónicos inteligentes (relés de protecção)..........................................13
3.2.3. Disjuntores.................................................................................................................. 13
3.2.4. Canais de comunicação .............................................................................................13
3.3. Funções de protecção.....................................................................................................14
3.4. Protecção de instalações eléctricas de baixa tensão......................................................14
2.4.1 Fusíveis............................................................................................................................ 15
3.4.1.1. Classes de Fusíveis.................................................................................................16
3.4.2. Disjuntores de baixa tensão........................................................................................18

IV
Índice de Tabelas

Tabela 1.2. Temperaturas características dos condutores………..…………………….6

A tabela 2.2: compara as características físicas do cobre e do alumínio..…………….8

Tabela 3.2 Secções Nominais………………………………………………………..……10

V
1. Introdução
2. Condutores
2.1. Definição

O condutor eléctrico é um produto metálico, com uma determinada seção transversal


geralmente circular, de comprimento bastante elevado. O termo condutor eléctrico é
usado para designar um produto destinado a transportar corrente (energia) eléctrica,
sendo que os fios e os cabos eléctricos são os tipos mais comuns de condutores. O
cobre é o metal mais utilizado na fabricação de condutores eléctricos para instalações
residenciais, comerciais e industriais e de seguida o alumínio. Ainda que ambos os
metais tenham uma condutividade eléctrica excelente, o cobre constitui o elemento
principal na fabricação de condutores pelas suas notáveis vantagens mecânicas e
eléctricas

Um fio é um condutor sólido, maciço, provido de isolação, usado directamente como


condutor de energia eléctrica. Por sua vez, a palavra cabo é utilizada quando um
conjunto de fios é reunido para formar um condutor eléctrico.

Dependendo do número de fios que compõe um cabo e do diâmetro de cada um deles,


um condutor apresenta diferentes graus de flexibilidade. A norma brasileira NBR
NM280 define algumas classes de flexibilidade para os condutores eléctricos, a saber:

2.1.1. Classe 1

São aqueles condutores sólidos (fios), os quais apresentam baixo grau de flexibilidade
durante o seu manuseio.

2.1.2. Classes 2, 4, 5 e 6

São aqueles condutores formados por vários fios (cabos), sendo que, quanto mais alta
a classe, maior a flexibilidade do cabo durante o manuseio.

2.2. Composição dos Condutores Eléctricos

Os condutores eléctricos são compostos de três partes diferenciadas:

2
2.2.1. A alma ou elemento condutor que é fabricada de cobre e seu objectivo é
servir de caminho para a energia eléctrica desde suas centrais geradoras
para os centros de distribuição (subestações e redes de distribuição), para
alimentar aos diferentes centros de consumo (instalações industriais,
comerciais, residenciais, etc.).
2.2.2. A isolação que tem como objectivo do material isolante em um condutor é
evitar que a energia eléctrica que circula nele entre em contacto com as
pessoas ou com objectos. Do mesmo modo, a isolação deve evitar que
condutores em diferentes potenciais eléctricos possam fazer contacto entre
si.
2.2.3. As coberturas que tem como objectivo fundamental proteger a integridade
da isolação e da alma condutora contra danos mecânicos, tais como
atritos, golpes, etc. Normalmente, as coberturas são feitas em material
polimérico. No entanto, quando as protecções mecânicas são de aço, latão
ou outro material resistente, estas se denominam armaduras. A armadura
pode ser de fita, fio ou malha.

Figure1: Partes dos Condutores

2.2.4. Conforme o número de condutores

Dependendo da quantidade de condutores que podem trabalhar em forma


independente, estes se classificam em:

 Unipolar: É o condutor eléctrico que tem uma só alma condutora com


isolação e com ou sem cobertura.

3
 Multipolar: É o condutor eléctrico que tem duas ou mais almas
condutoras, envolvidas cada uma com sua respectiva isolação e com uma
cobertura comum.

Figura 3: Diferentes tipos de condutores de cobre

2.3. Tipos dos Condutores Eléctricos

Condutor eléctrico é utilizado para transportar energia eléctrica ou transmitir sinais


eléctricos, e pode ser:

2.3.1. Fio eléctrico: produto metálico maciço e flexível, com seção transversal
invariável, que pode ou não possuir isolação e/ou protecção mecânica;
2.3.2. Cabo eléctrico: produto metálico composto de fios eléctricos justapostos,
que pode ou não possuir isolação e/ou protecção mecânica.

2.3.3. Classificação de cabos e fios

Existem vários critérios para a classificação dos cabos e fios, vamos considerar
apenas alguns deles:

2.3.3.1. Classificação quanto à tensão utilizada.

Os cabos de potência classificam-se quanto à tensão em que vão operar, em 3


categorias:

 Cabos de baixa tensão: para operação em tensões inferiores ou iguais a


1000V;
 Cabos de média tensão: para operação em tensões maiores que 1000V e
iguais ou inferiores a 35000V;
 Cabos de alta tensão: para operação em tensões maiores que 35000V.

4
2.3.3.2. Classificação quanto à isolação.

Quanto à isolação, os cabos ou fios eléctricos podem ser nus ou isolados.

 Os cabos nus - são fios e cabos sem isolação nenhuma, normalmente


aplicados em redes eléctricas de distribuição ou de transmissão aéreas, são
geralmente de alumínio, por possuir em menor densidade que o cobre; (AC –
aluminum cable, AAAC – all aluminum alloy conductor, ACSR – aluminum cable
steel reinforced e ACAR – Aluminum conductor alloy reinforced).

 Os cabos nus podem ser, ainda, de três tipos:


 Cabos de alumínio - normalmente utilizados em rede de
distribuição urbana onde os vãos (distâncias entre os postes) são
pequenos (da ordem de 50 metros).O alumínio utilizado é o
alumínio electrolítico, têmpera dura;
 Cabo de alumínio – liga utilizados em aplicações especiais onde
se requer características como alta resistência à corrosão ou
resistência mecânica superior em relação aos demais cabos de
alumínio;
 Cabos de alumínio - com alma de aço (ACSR): utilizados em
linha de transmissão onde os vãos são superiores a 200m.

 Cabos Isolados - são aqueles cujo condutor é revestido por um material para
isolá-lo do meio que o circunda. Usualmente são cobre por apresentar facilidade
na execução das conexões aos terminais de equipamento, que geralmente são
de cobre, não havendo presença de pilhas electrolíticas. Os matérias mais
utilizados como isolação, além de alta resistividade devem possuir alta rigidez
dielétrica ou seja, deve ter características que permitam que suporte as
temperaturas de operação do cabo, sem haver degradação física ou química do
material e, ainda apresentar resistência mecânica suficiente para não se
danificar diante dos esforços mecânicos presentes na instalação (puxamento), e

5
mesmo na operação (quando o aquecimento produz dilatações e contracções
periódicas), sobre tudo quando empregados em tensões superiores a 1KV.

 Tipos de Capas de cabos Isolados


 Não-metálicas - geralmente externas, são escolhidas em função da
resistência mecânica e/ou química, e são compostas por PVC,
neoprene, PC, etc.; e
 Metálicas - empregadas na forma de armação, quando os cabos são
solicitados mecanicamente. A armação pode ser radial (fitas de aço
ou alumínio) ou tangencial (fios de aço).
 Outros materiais papel impregnado, fibra de vidro, etc.

Figure 3: Cabos com isolante e cobertura PVC

Tabela 1.2. Temperaturas características dos condutores.

Tipo de Isolação Temperatura máxima para Temperatura limite de Temperatura Limite


serviço contínuo sobrecarga (Condutor) de Curto-Circuito
(Condutor) - ºC - ºC (Condutor) - ºC
Clorecto de Polivinila 70 100 160
(PVC)
Borracha etileno- 90 130 250
propileno (EPR)
Polietileno-Reticulado 90 130 250
(XLPE)

2.4. Aspectos Construtivos


2.4.1. Materiais utilizados na fabricação de fios e cabos condutores.

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Os materiais utilizados na fabricação de condutores, em quase sua totalidade, são:

2.4.1.1. Cobre - É um metal preferentemente utilizado para a construção de


condutores eléctricos, já que é muito dúctil e maleável. Deve ser electrolítico,
ou seja, refinado por electrólise, de pureza mínima 99,9%, recozido, têmpera
mole, de condutibilidade mínima 100% IACS a 20°C, ou seja, de resistividade
eléctrica máxima ρ 20 °=0,017241 Ω x mm2 /m. Somente em aplicações
especiais torna-se necessária a utilização de cobre de têmpera meio-dura e
dura.
.
2.4.1.2. Alumínio - É um metal que apresenta uma pequena resistência mecânica
e grande ductilidade e maleabilidade. O alumínio puro utilizado em
condutores isolados é, normalmente de têmpera dura e de condutibilidade
61% IACS a 20°C, ou seja, de resistividade eléctrica máxima de
ρ 20 °=0.02828 Ω x mm2 /m . O alumínio é o metal mais abundante na crosta
terrestre, e na escala de utilização encontrasse em 2º lugar, tanto na
indústria como na área eléctrica (indústria: 1º lugar – ferro e aço; e na área
eléctrica: 1º lugar – cobre).
2.4.1.3. Prata - É o melhor condutor de electricidade, têm uma condutividade
relativa superior ao do cobre. É muito maleável e dúctil.
2.4.1.4. Platina - possui alta temperatura de fusão e, além disso, é utilizada em
contactos por ser um metal “inerte”; e
2.4.1.5. Não oxida e, portanto, pode ser utilizado para proteger outros metais.

Em algumas aplicações especiais, outros metais com ligas metálicas são utilizados
como condutores. São eles: mercúrio, Bronze, latão, etc.

2.5. Comparação entre Cobre e Alumínio:

Cobre é utilizável em qualquer tipo de instalação, principalmente naquelas em


interiores de edificações (distribuição interna). O alumínio, de acordo com a NBR-
5410/90 pode ser utilizado nas seguintes condições:

 Uso em instalações industria;

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 Seção nominal igual ou superior a 10 mm2;
 Potência instalada igual ou superior a 50 kW;
 Instalação e manutenção feitas por pessoas qualificadas.

A tabela 2.2: compara as características físicas do cobre e do alumínio.

Características Cobre recozido Alumínio

Densidade ( g/cm2) 8.89 2.70


Ponto de fusão (oC) 1083 652.6
Calor especifico volumétrico (J/K.m3) 3.45x106 2.5x106
Coeficiente de expansão limean (oC-1
a 20oC) 16.8x106 23.6x106
Condutividade térmica
(cal/cm.seg.oC) 0.934 0.56
Carga de ruptura (Kgf/mm2) …… 20.3
Alongamento a ruptura (%) 2.5 1.2
Resistividade eléctrica (

mm2
Ω× a 20 ℃ )
m 0,017241 0.02828
Condutividade eléctrica (% IACS a
20oC) 100 61

2.5.1. Comparação na aplicação


 Do ponto de vista eléctrico - a comparação, entre a aplicação de um condutor
de cobre ou de alumínio, se faz através de determinação das secções para um
condutor de cobre ou de alumínio, necessárias alternativamente em um
segmento da rede, apresentem a mesma resistência eléctrica.

ρCu × L ρ ×L
RCu = e R Ai = Ai
SC u S Ai

Onde:

L- Comprimento do condutor;

S -Área da seção transversal do condutor;

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ρ- Resistividade do condutor.

Igualando as duas resistências, tem-se:

ρCu × L ρ Ai × L 0 , 017241 0 . 02828


= e SCu
=
S Ai
S Cu S Ai

SCu =0 , 610 ×S Ai e d Cu =0 , 781× d Ai

Portanto, conclui-se que para se obter a mesma queda de tensão em um trecho de


rede constituído alternativamente por condutor de cobre ou de alumínio, necessita-se
aplicar um condutor de cobre que tenha cerca de 61% da secção do de alumínio, ou
78% do diâmetro.

 Do ponto de vista mecânico - a comparação consiste em determinar a relação


entre as massas desses condutores.

M AI =γ Ai × S Ai × L e M Cu=γ Cu × S Cu × L

Onde:

γ- Densidade do condutor;

S -Área da seção transversal do condutor;

L- Comprimento do condutor;

M- Massa do condutor.

A relação entre massas pode ser obtida pela divisão de ambas as expressões,
considerando que: SCu =0 , 610 ×S Ai

Portanto:

M Cu 8 ,89 × 0 ,610
= ≈ 2 ,0
M AI 2 ,70 ×1

Sendo assim, um condutor de cobre com o mesmo comprimento do condutor de


alumínio e a mesma resistência eléctrica possui o dobro de massa.

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2.6. Secção nominal dos Condutores eléctricos

Os fios e cabos são caracterizados por sua seção recta nominal, grandeza referente ao
condutor respectivo (ou aos condutores respectivos, no caso de cabos com mais de um
condutor). A seção nominal não corresponde a um valor estritamente geométrico (área
da seção transversal do condutor) e, sim, a um valor determinado por uma medida de
resistência. É o que se poderia chamar de “seção eléctrica efectiva”.

Até a alguns anos atrás, a designação pela seção transversal era feita em AWG ou
MCM. No entanto, hoje os condutores são designados em escala milimétrica (mm2) de
acordo com uma série definida pela IEC, internacionalmente aceita, e reproduzida na
Tabela 3 abaixo:

Tabela 3.2 Secções Nominais

Série Numérica IEC (Seccçoes Nominais em mm2)


0,5 16 185
0,75 25 240
1 35 300
1,5 50 400
2,5 70 500
4 95 630
6 120 800
10 150 1000

3. Dispositivos de Protecção
3.1. Considerações gerais

A passagem de corrente eléctrica por um condutor provoca o seu aquecimento


(efeito Joule). Nas instalações eléctricas o aumento da temperatura, devido a
circulação de corrente projectada para o funcionamento normal, é tal que não afecta
qualquer elemento do sistema.

Entretanto, a corrente pode atingir valores muitas vezes maior do que aqueles
projectados para condição normal de operação, quando houver alguns tipos de
defeito nos circuitos, nos aparelhos ligados na rede eléctrica ou mesmo, quando
ocorrer situações de utilização indevida de rede.

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Essa sobrecarga produz sobreaquecimento nos condutores, podendo provocar,
inclusive, incêndios. Há possibilidade, de se fundir o condutor, ocasionando faíscas
que podem incendiar materiais inflamáveis próximos, ou mesmo inflamar materiais
constituintes da isolação presentes em alguns tipos de condutores. Torna-se
evidente, portanto, que toda instalação eléctrica deve ser convenientemente
protegida contra os efeitos citados. Emprega-se, para tanto, dispositivos de
protecção, em número tal a garantir o perfeito suprimento da carga que está sendo
alimentada (equipamentos eléctricos) além da função de protecção dos condutores.
Estes dispositivos devem interromper o circuito, automaticamente, sempre que a
intensidade de corrente atingir valor que poderá causar danos.

3.2. Componentes dos sistemas de protecção

Os elementos dos sistemas de protecção mais complexos em linhas de transmissão


são:

3.2.1. Transformadores de instrumentação -São responsáveis por adequar os


valores dos sinais de tensões e correntes, que circulam no sistema
protegido, a valores que podem ser lidos pelos dispositivos electrónicos
inteligentes. Dos quais se destacam:
 Transformador de corrente: responsável por adequar os valores dos
sinais de corrente;
 Transformador de potencial: responsável por adequar os valores dos
sinais de tensão.
3.2.2. Dispositivos electrónicos inteligentes (relés de protecção) - São
responsáveis por avaliar se o sistema eléctrico encontra-se operando
normalmente ou se há alguma condição anormal de operação (sobrecarga
ou curto-circuito). Dos quais se destacam os seguintes dipositivos:
 Relés de protecção electromecânicos: são equipamentos utilizados
amplamente, cujo princípio de operação é mecânico;
 Relés de protecção electrónicos: são equipamentos utilizados durante um
curto período, cuja operação é baseada em componentes electrónicos
analógicos;

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 Dispositivos electrónicos inteligentes (relés numéricos ou relés digitais):
são equipamentos desenvolvidos concomitantemente ao desenvolvimento
dos processadores digitais, cuja operação é baseada em rotinas de
software
3.2.3. Disjuntores - São elementos capazes de seccionar o circuito eléctrico que
se encontra operando fora das condições anormais de operação, mesmo
quando a magnitude da corrente é elevada e há a formação de arco
eléctrico.
3.2.4. Canais de comunicação - São compostos pelo meio físico de
comunicação e pelos equipamentos capazes de proporcionar a troca de
informações entre os relés de protecção, de modo a melhorar o
desempenho global do sistema de protecção como um todo.

Figura 1.2: Ilustra os elementos dos sistemas de protecção em linhas de transmissão.

Fonte: Júnior, G. M. 2013 - Dispositivos De Protecção (Conceitos básicos e aplicações).

3.3. Funções de protecção

Existem diversas funções de protecção, que foram desenvolvidas para a protecção dos
equipamentos dos sistemas eléctricos de potência (geradores, transformadores, linhas
de transmissão, alimentadores de distribuição, etc.);

Dentre as diversas função de protecção pode-se destacar as funções de sobre


corrente, largamente empregadas em instalações eléctricas de baixa tensão:
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3.3.1. Sobre corrente instantânea e temporizada (ANSI 50/51);
3.3.2. Sobre corrente direccional instantânea e temporizada (ANSI 67).

3.4. Protecção de instalações eléctricas de baixa tensão

Sistemas de protecção para instalações eléctricas de baixa tensão normalmente são


mais simples e apresentam um custo menor do que os sistemas de protecção para
instalações eléctricas mais sofisticadas;

Nesse caso, os dispositivos que discernem as situações normais das situações de


sobrecarga e/ou curto-circuito (relés de protecção) confundem-se com os dispositivos
que efectuam o desligamento do circuito (disjuntores);

Os dispositivos de protecção podem-se classificar quanto a operação, em dois tipos:

 Elementos fusíveis: rompem o circuito pela fusão de determinado elo;


 “No-fuse”: interrompem o circuito por acção mecânica não destrutiva.

2.4.1 Fusíveis
São constituídos por elemento condutor, de composição especial, dimensionados de
modo a fundir quando submetidos a correntes especificadas durante períodos de
tempo bem determinados. É considerado como elo fraco do circuito pois, sempre que a
corrente torna-se perigosa para qualquer elemento do circuito, o fusível rompe-se.

O elo de rompimento é geralmente de chumbo, estanho, prata ou ligas desses com


outros materiais. Sendo o calor necessário à fusão fornecido por efeito Joule (RI2),
resultante da corrente que atravessa o fusível, existe um valor mínimo da corrente,
abaixo da qual não ocorre a fusão.

Define-se para os dispositivos de protecção as seguintes grandezas típicas:

 Corrente Nominal
É definida como sendo o máximo valor eficaz da intensidade de corrente que
pode circular por um dispositivo de protecção sem causar seu desligamento
automático.
I Dispositivos I
De 13
Protecção
I ≤ Inom - não ocorre desligamento automático.

I> Inom - ocorre desligamento ∆t = f (I).

 Curva Tempo-Corrente
É definida como sendo a curva que fornece o tempo gasto pelo dispositivo abrir
electricamente o circuito em função da corrente que o percorre. A curva tempo-
corrente de um fusível é mostrada na figura 2.2.

Figura 2.2: Curva “Tempo-Corrente”


Fonte: Júnior, G. M. 2013 - Dispositivos De Protecção (Conceitos básicos e aplicações).

 Capacidade Disruptiva
É definida como o máximo valor eficaz da corrente que pode ser interrompida
pelo dispositivo de protecção. Pode ser expressa em termos de corrente ou de
potência aparente:
 Circuito Trifásico: SDIS = √3 VNOM IDIS;
 Circuito Monofásico: SDIS = VNOM IDIS.
Sendo: VNOM - tensão nominal entre linhas (kV)
IDIS - corrente disruptiva (kA)

3.4.1.1. Classes de Fusíveis

Há três classes principais de fusíveis aplicados em instalações comerciais e


residenciais, que são:

 Fusíveis tipos rolha, cartucho ou faca

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São de concepção muito simples e de fácil aquisição no comércio, os fusíveis
do tipo rolha, usualmente, cobrem a faixa de 6 a 30A; os fusíveis do tipo
cartucho são encontrados de 10A até 60A, e do tipo faca apresentam
correntes nominais de até 600A.

Figura 2.3: Fusíveis tipo rolha, cartucho ou faca.

Fonte: Júnior, G. M. 2013 - Dispositivos De Protecção (Conceitos básicos e aplicações).

 Fusível Diazed
São utilizados em instalações onde a protecção requer maior cuidado, por
apresentar maior precisão de actuação

Figura 2.4: Fusível Diazed.


Fonte: Júnior, G. M. 2013 - Dispositivos De Protecção (Conceitos básicos e aplicações).

 Fusível tipo NH

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São aplicados em situações onde há presença de altos níveis de correntes a serem
interrompidas que carecem de atenção especial na interrupção do arco.

Figura 2.5: Fusível Nh em corte.


Fonte: Júnior, G. M. 2013 - Dispositivos De Protecção (Conceitos básicos e aplicações).

Esses fusíveis geralmente têm um botão sinalizador que, por simples inspecção visual,
permite a identificação da ocorrência de queima.

3.4.2. Disjuntores de baixa tensão

Dentro dos elementos “no fuse” para a protecção de circuitos, vamos estudar os
disjuntores de baixa tensão, muito utilizado nas instalações prediais.
Entende-se por disjuntor o dispositivo capaz de interromper um circuito quando em
carga ou quando em condições anormais de corrente, sem que dessa interrupção lhe
advenha dano. Entende-se por condições anormais de corrente, a ocorrência de uma
sobrecarga ou de um curto-circuito após o disjuntor, isto é, aquela condição na qual o
disjuntor é atravessado por intensidade de corrente superior ao seu valor nominal.

Os componentes principais de um disjuntor podem ser vistos na figura 2.6.

16
Figura 2.6: Disjuntor de baixa tensão com seus componentes principais.
Fonte: Júnior, G. M. 2013 - Dispositivos De Protecção (Conceitos básicos e aplicações).

A câmara de extinção destina-se a confinar, dividir e extinguir o arco eléctrico formado


entre os contactos do disjuntor quando o mesmo interrompe uma corrente eléctrica.

Os disjuntores de baixa tensão interrompem a continuidade metálica do circuito por


acção térmica, magnética ou termo-magnética.

O dispositivo de acção termo-magnética destina-se a interromper sobrecargas de


pequena intensidade e longa duração, enquanto a magnética interrompe sobrecargas
de grande intensidade e curta duração. De fato, o elemento térmico, devido a sua
inércia, leva um certo tempo para aquecer, enquanto com a protecção magnética isto
não se dá, pois tão logo circule pela bobina intensidade de corrente suficiente a atrair o
núcleo de ferro, a chave é desligada.

Nos circuitos de iluminação, um dos disjuntores mais empregados é do tipo “quick-lag”.


Na posição “ligado” os contactos são mantidos sob pressão por meio de um gatilho,
suportado por um par bimetálico. No caso de uma sobrecarga, há o aquecimento da
lâmina bimetálica (relé de sobrecarga) e a consequente accionamento do gatilho que,
por acção de uma mola, provoca o desarme dos contactos, interrompendo o circuito.

No caso de curto-circuito deve funcionar a protecção magnética, constituída por um


núcleo de ferro (relé de curto circuito) que, quando percorrido por uma corrente muito
grande, exerce uma força suficiente para accionar o gatilho da mesma forma que na

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protecção térmica. Para rearmar o disjuntor, quando opera a protecção térmica, deve-
se esperar um certo tempo pois o engate não se realiza devido à deformação do par
bimetálico. Na figura 2.7, apresenta-se a curva tempo-corrente de um disjuntor de baixa
tensão.

Figura 2.7: Curva descreve o comportamento genérico de um dispositivo de protecção do tipo disjuntor.
Fonte: Júnior, G. M. 2013 - Dispositivos De Protecção (Conceitos básicos e aplicações).

4. Conclusão

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5. Referencias Bibliográficas

 Depto. de Engenharia de Energia e Automação Eléctricas, Escola Politécnica da USP,22


De Novembro de 2016
 Instalações eléctricas residenciais; São Paulo, Julho de 2003
 Instalações Eléctricas I - Prof. Flávio Vanderson

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