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CURSO TECNICO EM ELETROELETRÔNICA

COMANDOS ELÉTRICOS APLICADOS

Anotações de Aulas
aplicadas aos Cursos Técnico
em Eletroeletrônica e
Eletromecânica ministradas
pelo Professor Sinésio
Raimundo Gomes.

Araraquara
2014
Sinésio Raimundo Gomes
Engenheiro Eletricista - sinesiogomes@yahoo.com.br

© SINÉSIO RAIMUNDO GOMES – 2014.

Resumo de aulas aplicadas aos cursos Técnicos em Eletroeletrônica e Eetromecânica


ministradas pelo Professor Sinésio Raimundo Gomes.

G61P Gomes, Sinésio Raimundo;


Comandos Elétricos Aplicado. Araraquara, 2014.
54 p.:il.
.
1. Eletromecânica. 2. Dispositivo Eletromecânico.
3. Comandos Elétricos Aplicado. Titulo

CDU 621

Comandos Elétricos Aplicado.


Sinésio Raimundo Gomes
Engenheiro Eletricista - sinesiogomes@yahoo.com.br

SUMÁRIO
1 EQUIPAMENTOS Á MOTOR .................................................................................... 8
1.1 Características dos motores de indução.................................................................... 10
1.2 Formulas e cálculos utilizadas nos Motores AC ...................................................... 12
2 COMPONENTES DE COMANDOS ELÉTRICOS .................................................. 14
2.1 Tomadas industriais com bloqueio mecânico .......................................................... 14
2.2 Chaves seccionadoras ................................................................................................. 16
2.3 Fusíveis Diametral (Diazed) e NH ............................................................................ 17
2.4 Disjuntor Motor .......................................................................................................... 20
2.5 Botoeiras e Chaves de Comando ............................................................................... 21
2.6 Interruptores de limite de curso ................................................................................ 24
2.7 Dispositivos de Sinalização ........................................................................................ 26
2.8 Interfaces de Relés ...................................................................................................... 27
2.9 Relés temporizados..................................................................................................... 28
2.10 Contator de comando ................................................................................................. 29
2.11 Relé Térmico................................................................................................................ 31
3 DIAGRAMA DE COMANDOS ................................................................................ 34
3.1 Projeto de Diagrama de Comandos .......................................................................... 37
3.2 Diagrama de Comandos com Software CADe Simu ............................................... 38
4 PARTIDA DE MOTORES POR CHAVES MECÂNICAS ....................................... 40
4.1 Diagrama elétrico de Partida de Motor com Chave Manual .................................. 40
4.2 Partida Manual de Motores ....................................................................................... 41
4.3 Partida e Reversão com Chave Seccionadora ........................................................... 42
4.4 Partida Estrela Triângulo com Chave Seccionadora................................................ 42
5 PARTIDA DE MOTORES POR COMANDOS ELÉTRICOS .................................. 44
5.1 Acionamentos por Botoeiras e Contator ................................................................... 44
5.2 Partida Direta de Motor ............................................................................................. 44
5.3 Partida e Reversão de Motor...................................................................................... 45
5.4 Partida, Reversão e Freio CC de Motor .................................................................... 46
5.5 Partida Estrela Triângulo de Motor .......................................................................... 47
5.6 Partida Compensadora de Motor .............................................................................. 47
5.7 Semáforo de Pedestre por Temporizador ................................................................. 48
6 PARTIDA DE MOTORES POR SOFT-STARTER .................................................... 50
6.1 Diagrama de Partida com Soft-Starter ...................................................................... 51
7 PARTIDA DE MOTORES POR INVERSORES ........................................................ 54
7.1 Parâmetros de um inversor de Inversores de frequência ........................................ 56

Comandos Elétricos Aplicado.


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1 EQUIPAMENTOS Á MOTOR
Os equipamentos á motor constituem cargas em que a corrente elétrica durante a
partida é bastante superior á de
funcionamento normal. A potência elétrica em
funcionamento é determinada pela potência
mecânica no eixo. Estas características podem
resultar em sobrecarga á instalação se não
houver proteção adequada. Os circuitos que
alimentam equipamentos á motor devem
possuir proteção contra correntes de
sobrecargas que suportem a corrente de
partida do motor.
As quedas de tensão entre a origem (QD) e os terminais dos motores não devem
ultrapassar 4% nos circuitos alimentados por rede pública em baixa tensão e 7% nas redes
com alimentadas com transformador próprio durante o funcionamento normal do motor.
Durante a partida a queda máxima admitida é de 10%.
Os motores elétricos são máquinas que recebem energia elétrica da rede e fornecem
energia mecânica através da movimentação de seu eixo. Quando um motor é energizado,
este exige uma corrente (corrente de partida) extremamente elevada, podendo atingir
valores de 6 a 10 vezes o valor nominal especificado.
Se o motor é
energizado em vazio
(sem carga) ele
adquire rapidamente
sua velocidade
nominal e a
diminuição da
corrente de partida
será rápida também.

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Porém, se o motor partir “em carga” a situação é mais complicado, pois as correntes serão
maiores e as solicitações elétricas dos dispositivos de acionamento também serão elevadas.
Os componentes utilizados no circuito á motor devem possuir as funções de
seccionamento, proteção contra correntes de curto-circuito e sobrecarga além de comando
funcional. A potência elétrica do motor em CV é essencial para a seleção do dispositivo de
partida, ela indica a "força" disponível para executar o trabalho (girar o eixo do motor,
elevar um peso, etc.).
A categoria de emprego determina exatamente para que finalidade possa ser
aplicada um equipamento em função da corrente e tensão nominal. Cargas indutivas tais
como motores de anéis sem reversão, sem frenagem por contracorrente ou com partida em
estrela-triângulo se enquadram na categoria AC2. Já cargas fortemente indutivas, tais
como partida direta de motores de gaiola em onde ocorre desligamento com carga se
enquadram na categoria AC3. E finalmente cargas fortemente indutivas constituídas por
motores de gaiola com frenagem por contracorrente e reversão na categoria AC4.
Para estas situações a utilização de componentes elétricos com o correto
dimensionamento e instalação são fundamentais para um desempenho satisfatório e não
sobrecarregar a rede e os componentes elétricos. A capacidade elétrica dos componentes
utilizados deve ser maior ou no mínimo igual à potência do motor e/ou equipamento a
ser comandado. É recomendável que os dispositivos operem a 75% da potência nominal
especificada pelo fabricante.

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1.1 Características dos motores de indução


Os motores de indução trifásicos do tipo gaiola de esquilo são os mais comuns na
indústria. Este nome é dado devido ao
formato do seu rotor. Algumas
características são interessantes ao estudo
dos comandos elétricos. Basicamente os
motores do tipo gaiola são compostos por
dois subconjuntos: Estator: com
enrolamento montado na carcaça do motor,
fornecendo o campo girante e Rotor:
enrolamento constituído por barras curto-circuitadas, a sua corrente é induzida pela ação
do campo girante, provocando uma rotação do rotor e o fornecimento de energia mecânica
ao eixo do motor.
Quando o motor é energizado, ele funciona como um transformador com o
secundário em curto-circuito, portanto exige da rede elétrica uma corrente muito maior
que a nominal, podendo atingir cerca de sete vezes o valor da mesma.
As altas correntes de partida causam inconvenientes, pois exigem um dimensionamento
de cabos com diâmetros bem maiores do que o necessário. Além disso, pode haver quedas
momentâneas do fator de potência, que é monitorado pela
concessionária de energia elétrica, causando multas a
indústria.
Para evitar estas altas correntes na partida, existem
algumas estratégias em comandos. Uma delas é alimentar o
motor com 50% ou 65% da tensão nominal, é o caso da
partida estrela-triângulo, que será vista neste curso. Outras estratégias são: Resistores ou
indutores em série; Transformadores ou autotransformadores; Chaves série-paralelo e
Chaves compensadoras, etc.
Os motores de indução podem ser comprados com
seis pontas e 12 pontas. No caso do motor de seis pontas

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existem dois tipos de ligação: Triângulo: a tensão nominal é de 220 V e Estrela: a tensão
nominal é de 380 V.
No caso do motor de 12 pontas, existem quatro tipos possíveis de ligação: Triângulo
em paralelo: a tensão nominal é 220 V; Estrela em paralelo: a tensão nominal é 380 V;
Triângulo em série: a tensão nominal é 440 V e Estrela em série: a tensão nominal é 760 V.
Nota-se que nas figuras são
mostradas as quantidades de bobinas
constituintes de cada motor. Assim um
motor de seis pontas tem três bobinas e um
de 12 pontas tem seis bobinas. Como cada
bobina tem duas pontas, a explicado o
nome é explicita.
A união dos contatos segue uma determinada ordem padrão. Existe uma regra
prática para fazê-lo: numeram-se sempre os
terminais de fora com 1, 2 e 3 e ligam-se os
terminais faltantes. No caso do motor de 12
pontas deve-se ainda associar o série
paralelo com as bobinas correspondentes,
como por exemplo. Deixa-se a cargo do
aluno, a título de exercício a identificação
dos terminais na ligação estrela em série.
Uma última característica importante do motor de indução a ser citada é a sua placa
de identificação, que traz informações importantes, listadas a seguir:
• CV: Potência mecânica do motor em cv;
• Ip/In: Relação entre as correntes de partida e nominal;
• Hz: Frequência da tensão de operação do motor;
• RPM: Velocidade do motor na frequência nominal de operação;
• V: Tensão de alimentação;
• A: Corrente requerida pelo motor em condições nominais de operação;
• F.S.: Fator de serviço, quando o fator de serviço é igual a 1,0, isto implica que o
motor pode disponibilizar 100% de sua potência mecânica.

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1.2 Formulas e cálculos utilizadas nos Motores AC


Está abaixo as principais fórmulas que abrangem a rede trifásica e motores AC,
independentemente de o motor ser síncrono ou assíncrono. Em um motor trifásico
projetado corretamente, a tensão e a corrente será igual entre as fases. Isso significa Vf1 =
Vf2 = VF3; If1 = IF2 = IF3. O mesmo
fenômeno ocorre quando falamos de
tensões de linha e correntes. VL1 = VL2 =
VL3; IL1 = IL2 = IL3.
A relação entre as tensões de linha e
tensões de fase dependem inteiramente do
sistema de conexão que encontramos instalado, ou estrela ou triangulo.
A potência mecânica é definida como sendo a força aplicada sobre um corpo, para
deslocá-lo certa distância em um determinado intervalo de tempo. James Watt foi um
engenheiro que se celebrizou por seu trabalho a respeito e foi o criador dos termos watts e
hp (Horse Power). Em avaliações que ele realizou junto aos cavalos que retiravam carvão
das minas, Watt concluiu que em média,
cada cavalos era capaz de içar dos fundos
das minas, cerca de 330 libras (149.7 kg) de
carvão, por uma distância de 100 pés (30.48
metros) em um intervalo de 1 minuto (60
Segundos), ou seja, 33000 lb.ft/min (746,7
W). Tal potência ficou conhecida e é
utilizada até hoje, como sendo o
equivalente a 1 hp.
O Trabalho e Potência Mecânica de
um motor é definido pela força do motor. A Força é o produto da massa pela aceleração,
peso é uma força que age sobre a massa pela aceleração da gravidade (g = 9,81 m/s2), sua
unidade é N ou Kgf. Define-se como trabalho mecânico o produto da força aplicada a um
determinado corpo pelo deslocamento do mesmo, sua unidade é o [Nm] ou [J]. O trabalho
necessário para elevar um corpo de 150 kgf a uma altura de 30 m é: 4500 Kgf.m.

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A potência mecânica é o trabalho mecânico realizado na unidade de tempo (1 j/s =


1 watts). A potência mecânica necessária para elevar um corpo de 150 kgf a uma altura de
30 m em 60 segundos é: 75 Kgf.m/s. Como a força (da gravidade) que se opõe ao
movimento é de 9,81 m/s2, temos 75 x 9,81 = 736 Watts = 1 cv.
Para movimentos circulares, a distância é substituída pela velocidade periférica, isto é,
pelo caminho percorrido em metros na periferia da peça girante em um segundo.
Onde: v = Velocidade angular em m/s, d = Diâmetro da peça em metros e n =
Velocidade em rpm.
A potência elétrica (P) é calculada pela fórmula
ao lado que representa o consumo de energia. Onde: U
= tensão da rede em volts; I = intensidade da corrente
em amperes e cos* é o fator de potência.
Já o rendimento é calculado é calculada pela
fórmula abaixo. Onde: Pu = Potência mecânica e Pa =
Potência elétrica.
A rotação do motor é calculada pela fórmula ao
lado que representa o as rotações por minuto do rotor. Onde: n = velocidade nominal do
eixo do motor assíncrono; F. frequência da rede; P.
pares de pólos do motor e S o escorregamento do rotor.

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2 COMPONENTES DE COMANDOS ELÉTRICOS


Estão listados abaixo alguns dos principais componentes utilizados em comandos
elétricos.

2.1 Tomadas industriais com bloqueio mecânico


Quando se insere ou se retira um plugue na relativa tomada, ou durante as
operações de manutenção, corremos o risco de contato elétrico direto e o operador pode
ser submetido aos efeitos do arco elétrico que se produz ao estabelecer interromper a
corrente na manobra sob carga.

A tomada e plugue para uso industrial possuem


uma geometria tal que o arco elétrico entre pino e alvéolo
se desenvolve dentro de uma câmara fechada e pode
provocar para o exterior a emissão de gases ionizados com
partículas incandescentes.
O efeito resulta particularmente danoso para o
operador se a jusante da tomada existe um defeito de
curto-circuito. A corrente de curto-circuito é interrompida
pelos dispositivos de proteção (fusíveis ou disjuntores) no
tempo previsto pela característica de intervenção. A
energia do arco que se desenvolve depende então do tipo de proteção do circuito de
alimentação da tomada. Quando as correntes de curto-circuito superam os 5 kA as
manifestações do arco podem se tornar muito perigosas (expulsão violenta de gás com
fenômeno explosivo).
Quando se insere ou se retira o plugue, a presença de partículas sólidas e a sujeira
determinam o percurso do arco elétrico, que se pode manifestar entre o pino e o alvéolo,
antes do contato galvânico, com grande perigo ao operador que nesse momento está
executando a operação de conexão. O arco que se manifesta durante as operações
indicadas pode ser também a causa de incêndios se a tomada estiver posta em ambientes
com risco de incêndio devido à presença de substâncias inflamáveis, muito freqüentes no
âmbito industrial.

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Nas instalações alimentadas por uma cabina própria de transformação (instalações


TN) freqüentemente ocorre que a corrente de curto-circuito, mesmo ao nível de tomadas e
plugues, sejam superiores a 5 kA , então
par evitar os riscos descritos acima é
aconselhável efetuar a inserção e a retirada
dos plugues sem tensão nos contatos.
As tomadas e plugues com
interbloqueio mecânico garantem essa
característica. A inserção e a retirada sem
tensão podem ser asseguradas por meio
de uma tomada com dispositivo de bloqueio. As figuras indicam o princípio de
funcionamento do bloqueio mecânico que impede a inserção ou a retirada do plugue com
os contatos sob tensão .
Inserindo o plugue, por meio da
alavanca (cor vermelha) libera-se o
comando do seccionador que pode ser
fechado. Com o interruptor fechado, o
plugue não pode ser extraído da tomada
graças ao bloqueio mecânico que atua sobre
um pedúnculo do plugue (parte vermelha).
Para garantir o fechamento/abertura dos
contatos da tomada sem tensão, é posto no
interior das tomadas interbloqueadas um
órgão de comando: interruptor de comando ou seccionador.
No invólucro da tomada interbloqueada é possível instalar também dispositivos de
proteção (fusíveis ou disjuntores) obtendo dessa maneira uma solução compacta tanto
para o comando funcional (seccionador) quanto para a proteção termo-magnética ou
diferencial.
Além disso, para garantir a segurança dos operadores também em caso de
manutenção, as tomadas interbloqueadas podem ser dotadas de cadeado que impede o

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fechamento do interruptor com o plugue inserido o que impede a retirada do plugue com
o interruptor fechado.

2.2 Chaves seccionadoras


Seccionadores são dispositivo de manobra que assegura, na posição aberta, uma
distância de isolamento que satisfaz requisitos de segurança. A finalidade principal dessa
abertura é a manutenção da instalação desligada. A chave seccionadora deve suportar,
com margem de segurança, a tensão e corrente nominais da instalação.
A seccionadora tem, por norma, seu
estado ligado ou desligado visível
externamente com clareza e segurança.
Esse dispositivo de comando é
construído de modo a ser impossível que se
ligue (feche) por vibrações ou choques
mecânicos, só podendo portanto ser ligado
ou desligado pelos meios apropriados para
tais manobras. No caso de chave
seccionadora tripolar, esta deve garantir o
desligamento simultâneo das três fases.
É utilizado para abertura sem carga. O acionamento pode ser rotativo com
travamento para impedir a abertura da porta com o seccionador na posição ligado e com
bloqueio por até 3 cadeados na posição desligado. Para o dimensionamento da
seccionadora a corrente máxima da chave deve ser maior que a corrente nominal do
motor.
É um dispositivo que tem por função a manobra de abertura ou desligamento dos
condutores de uma instalação elétrica. A chave seccionadora deve suportar, com margem
de segurança, a tensão e corrente nominais da instalação.
A seccionadora tem, por norma, seu estado -ligada ou desligada- visível
externamente com clareza e segurança.

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As seccionadoras podem ser construídas de modo


a poder operar: Sob carga - então denominada
interruptora. A chave é quem desligará a corrente do
circuito, sendo por isso dotada de câmara de extinção do
arco voltaico que se forma no desligamento e de
abertura e fechamento auxiliados por molas para elevar
a velocidade das operações. Sem carga – neste caso o
desligamento da corrente se fará por outro dispositivo, um disjuntor, de modo que a chave
só deverá ser aberta com o circuito já sem corrente. Neste caso a seccionadora pode ter
uma chave NA auxiliar que deve desliga o disjuntor antes que a operação de abertura da
chave seja completada.
Os seccionadores fusíveis sob carga são utilizados para manobra e proteção de
circuitos tripolares, permitindo um seccionamento seguro mesmo. Há acessórios tais como
terminais de conexão diversos, contatos auxiliares, capa protetora de terminais ,
adaptadores de espessura de barras , molduras isolantes.

2.3 Fusíveis Diametral (Diazed) e NH


A principal função do fusível é a proteção contra curto-circuito. Sua operação
ocorre baseado em um elemento fusível devidamente projetado que abre o circuito,
interrompendo-o na ocorrência de uma falha. As possíveis causas do curto circuito são:
Falta de aperto de componentes; - Ruptura
ou falha de isolação de condutores ou
cabos; Penetração de água ou outros
líquidos condutores, etc.
Diazed é o modelo de fusível
utilizado em circuitos com motores. Seu funcionamento é do tipo retardado e é fabricado
para correntes de 2 a 63 A (Vmax = 500V e Icc = 50 kA).

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O conjunto de proteção Diazed é formado por: tampa, anel de proteção, fusível,


parafuso de ajuste e base unipolar ou tripolar (com fixação rápida ou por parafusos). Os
parafusos de ajuste, impedem a mudança
equivocada de fusíveis com valores
superiores de corrente, preservando as
especificações do projeto. Permitem fixação
por engate rápido sobre trilho ou parafusos.
Os fusíveis DIAZED são utilizados na
proteção de curto-circuito em instalações
elétricas residenciais, comerciais e
industriais, quando corretamente
instalados, permitem o seu manuseio sem riscos de toque acidental. Possuem categoria de
utilização gL/gG, em três tamanhos (DI, DII e DIII) atendem as correntes nominais de 2 a
100A. A fixação do parafuso de ajuste é feita com uma chave especial chamada de chave
para parafuso de ajuste (chave rapa). Na base, a conexão do fio fase deve ser no parafuso
central, evitando que a parte roscada fique energizada quando sem fusível. O fusível
possui na extremidade um indicador que tem a cor correspondente à sua corrente
nominal, que é a mesma cor do parafuso de ajuste. A lista abaixo relaciona cor com
capacidade de corrente no fusível diametral. ROSA = 2A; MARRON = 4A; VERDE =
6A; VERMELHO = 10A; CINZA = 16A; AZUL = 20A; AMARELO = 25A; PRETO =
35A; BRANCO = 50A e LARANJA = 63A.
O fusível NH (N-baixa tensão; H-alta capacidade) é usado nos mesmos casos do
Diazed, porém é fabricado para correntes de 4 a 630 A (Vmax = 500V e Icc = 120 kA). O
conjunto é formado por fusível e base. A
colocação e/ou retirada do fusível é feita
com o punho saca-fusível. Existe nele um
sinalizador de estado (bom/queimado),
porém não em cores diferentes, como no
Diazed. No fusivel aparecem as letras gL -
gG que significam: proteção total de cabos e linhas.

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O fusíveis Ultra-rápidos são indicados para a proteção de diodos e tiristores, ou


seja, para retificadores e conversores de freqüência. A atuação dos fusíveis pode-se dar por
três fatores: Curto-circuito interno provocado por um componente defeituoso (dentro do
conversor). Curto-circuito externo: uma falha no consumidor. Defeito durante a frenagem
(frenagem regenerativa): falha no sistema de controle (comutação) a ponte retificadora
funciona como um curto. A instalação deve ser feita entre o ramal de alimentação e os
dispositivos a serem protegidos.
No dimensionamento dos fusíveis
retardados, deve-se levar em consideração
os seguintes aspectos: Tempo de fusão
virtual (tempo e corrente de partida) pois
os fusíveis devem suportar, sem fundir, o
pico de corrente de partida (Ip) durante o
tempo de partida do motor (Tp), com os
valores de Ip e Tp entramos na curva para
dimensionar o fusível. Devemos considerar
também a I fusivel>=1,2*Inominal onde deve-se dimensionar para uma corrente no
mínimo 20% superior a corrente nominal (In) do motor.
Quanto ao critério dos contatores e relés, os fusíveis de um circuito de alimentação
devem também proteger os contatores e relés de sobrecarga. Essa verificação é feita em
catálogos de fabricantes de contatores e relés de sobrecarga.
Exemplo de aplicação: Dimensionar
os fusíveis para proteger o motor de
2CV,220V/60Hz, supondo que o seu tempo
de partida seja de 4 segundos.
Solução: Pelo catálogo temos ( Ip/In = 4,4);(
In=9 A). Ip= 9 x 4,4 A = 39,6 A.
Seguimos a curva característica do fusível
de posse dos valores de Ip e Tp: Com o
valor de 39,6 A e o tempo de partida de 4
segundos, observamos que o valor do fusível é de 10 A.

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2.4 Disjuntor Motor


Disjuntores motor são dispositivos de proteção para o circuito principal. Eles
combinam controle e proteção do motor em um único dispositivo. São basicamente
utilizados para ligar e desligar os motores manualmente e protege
os motores e as instalações sem fusíveis contra curto circuito,
sobrecarga e falta de fase. Proteção sem fusível com um disjuntor
motor economiza custos, espaço e assegura uma reação rápida em
condições de curto circuito, através do desligamento do motor em
milisegundos.
O Disjuntor Motor possui a função de proteção e de
seccionamento. Interrompe a passagem de corrente ao ocorrer uma sobrecarga através do
disparo térmico ou curto-circuito através do disparo eletromagnético.
Sobrecarga é uma corrente superior a corrente nominal que durante um período
prolongado pode danificar o cabo condutor e o equipamento. Esta proteção baseia-se no
princípio da dilatação de duas lâminas de
metais distintos com coeficientes de dilatação
diferentes.
Uma pequena sobrecarga faz o sistema de
lâminas deformarem-se (efeito térmico) sob o
calor desligando o circuito. A proteção contra
curto-circuito se dá através de dispositivo
magnético, desligando o circuito quase que
instantaneamente (curva de resposta do
dispositivo).
Os disjuntores possuem algumas
vantagens pois são religáveis e não precisam
de elemento de reposição e pode
eventualmente serem utilizados como chave
de secionamento.

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O disjuntor motor deve ser ajustado ao valor nominal do motor. São necessárias
correntes maiores na partida do motor. Durante o período de partida, o disjuntor motor
deixará a corrente passar e não disparará, seguindo os padrões internacionais e as curvas
para partida de motor e operação.

2.5 Botoeiras e Chaves de Comando


Botoeiras são elementos de comando que servem para energizar ou desenergizar
contatores, sendo que comutam seus
contatos normal aberto ou normal fechado
através de acionamento manual. Podem
variar quanto às cores, formato e proteção
do acionador, quantidade e tipos de
contatos, e reação ao acionamento.
Quanto ao formato e proteção do
acionador temos desde as botoeiras tipo soco, que têm o acionador grande na forma de
“cogumelo”, sendo de fácil acionamento, destinadas à situações de emergência; até as
botoeiras com acionador protegido por tampa, que evitam o acionamento por toque
acidental e somente devem ser operadas conscientemente.
A variação quanto à reação ao
acionamento consiste de dois tipos: as de
retenção que trocam a condição do contado
normal aberto ou fechado toda vez que são
operadas e permanecem na nova posição
até o próximo acionamento e as pulsantes,
que trocam a condição do contato somente
enquanto existir a pressão externa,
voltando às condições iniciais assim que
cesse a mesma.
As botoeiras possuem cores definidas por norma norma IEC73 E VDE 0199 de
acordo com sua função: Vermelho: Parar, desligar ou botão de emergência; Amarelo:

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Iniciar um retorno, eliminar uma condição perigosa; Verde ou preto: Ligar,


partida; Azul ou branco: Qualquer função diferente das anteriores.
Quanto à instalação, devem estar dispostas com espaçamento correto e padrão e o
botão “desliga”, deve ficar sobre o botão “liga” na posição vertical. Na posição horizontal,
o botão “desliga” geralmente está à direita do botão “liga”.
Contatos de alta capacidade de
corrente de comutação são chamados de
contatos de carga, contatos de força ou
contatos principais. São destinados a
aplicação em ramais de motores ou de
carga, onde exista alta intensidade de
corrente elétrica. Os contatos a serem usados nos próprios comandos são chamados
auxiliares. Eles suportam baixas intensidades de corrente e não podem ser aplicados em
circuitos de carga.
Dentro das chaves existem dois tipos de contato: normalmente aberto e
normalmente fechado.
Contato normalmente aberto (NA): Sua posição original é aberta, ou seja,
permanece aberto até que seja aplicada uma força externa.
Também é freqüentemente chamado, na maioria das aplicações industriais, de
contato NO (do inglês, normally open). A
sua marcação é feita por meio de dois
dígitos. O primeiro dígito representa o
número sequencial do contato, o segundo
representa o código da função, que no caso
dos contatos auxiliares NA são 3 e 4.
Contato normalmente fechado (NF):
Sua posição original é fechada, ou seja, permanece fechado até que seja aplicada uma força
externa. Também é freqüentemente chamado, na maioria das aplicações industriais, de
contato NC (do inglês, normally closed). No caso dos contatos NF, a marcação é feita por
meio de dois dígitos. O primeiro dígito representa o número seqüencial do contato, o
segundo representa o código da função, que no caso dos contatos auxiliares NF são 1 e 2.

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As Botoeiras Pulsadoras invertem seus contatos mediante o acionamento de um


botão e, devido a ação de uma mola, retornam à posição
inicial quando cessa o acionamento.
Essa botoeira possui um contato aberto e um contato
fechado, sendo acionada por um botão pulsador liso e
reposicionada por mola. Enquanto o botão não for acionado,
os contatos 11 e 12 permanecem fechados, permitindo a
passagem da corrente elétrica, ao mesmo tempo em que os
contatos 13 e 14 se mantêm abertos, interrompendo a passagem da corrente. Quando o
botão é acionado, os contatos se invertem de forma que o fechado abre e o aberto fecha.
Soltando-se o botão, os contatos voltam à posição inicial pela ação da mola de retorno.
As botoeiras com trava também invertem seus contatos mediante o acionamento de
um botão, entretanto, ao contrário das botoeiras pulsadoras,
permanecem acionadas e travadas mesmo depois de cessado
o acionamento. Esta botoeira é acionada por um botão
giratório com uma trava que mantém os contatos na última
posição acionada.
Esta botoeira apresenta um contato fechado nos bornes
11 e 12 e um aberto 13 e 14. Quando o botão é acionado, o
contato fechado 11/12 abre e o contato 13/14 fecha e se mantêm travados na posição,
mesmo depois de cessado o acionamento. Para que os contatos retornem à posição inicial é
necessário acionar novamente o botão, agora no sentido contrário ao primeiro
acionamento.
Outro tipo de botoeira com trava, muito usada
como botão de emergência para desligar o circuito de
comando elétrico em momentos críticos, é acionada por
botão do tipo cogumelo.
O botão do tipo cogumelo, também conhecido como
botão soco-trava, quando é acionado, inverte os contatos da
botoeira e os mantém travados. O retorno à posição inicial se

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faz mediante um pequeno giro do botão no sentido horário, o que destrava o mecanismo e
aciona automaticamente os contatos de volta a mesma situação de antes do acionamento.
Chave seletora: Possui duas ou mais posições e permite selecionar uma entre várias
posições em um determinado processo com (C) ponto de contato comum. Também pode
ser chamada de chave comutadora, contato three-way ou contato paralelo. Esse tipo de
chave representa uma função composta, sendo a parte superior um contato NF e a parte
inferior um contato NA.
As chaves seletoras também são conhecidas como
chaves rotacionais. Elas utilizam os contatos NA ou NF para
sua representação, idênticos às botoeiras, essas têm a
mesma funcionalidade.
Existem as chaves seletoras que funcionam com
duas, três ou mais posições. Não há interligações elétricas
entre os contatos das diferentes posições. Caso as
interligações sejam necessárias, o projetista deverá prever essas ligações.

2.6 Interruptores de limite de curso


Os interruptores de limite de curso(chave fim de curso) são instalados em posições
que não são normalmente acessíveis pelo
operador durante o funcionamento da
máquina. Desse modo, os interruptores de
limite são acionados pelas partes móveis da
máquina.
Usualmente, os interruptores de
limite são dispositivos mecânicos. Os
interruptores de limite podem ser
encontrados também com contatos NA ou
NF. Há vários tipos de interruptores de
limite, que abrangem quase todos os tipos
de aplicações imagináveis.

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As chaves fim de curso são comutadores elétricos de entrada de sinais acionados


mecanicamente. As chaves fim de curso são, geralmente, posicionadas no decorrer do
percurso de cabeçotes móveis de máquinas e equipamentos industriais, bem como das
hastes de cilindros hidráulicos e ou pneumáticos.
O acionamento de uma chave fim de
curso pode ser efetuado por meio de um
rolete mecânico ou de um rolete
escamoteável (gatilho). Existem, ainda,
chaves fim de curso acionadas por uma
haste apalpadora, do tipo utilizada em
instrumentos de medição como, por
exemplo, num relógio comparador.
Esta chave fim de curso é acionada
por um rolete mecânico e possui um
contato comutador formado por um borne comum 11, um contato fechado 12 e um aberto
14. Enquanto o rolete não for acionado, a corrente elétrica pode passar pelos contatos 11 e
12 e está interrompida entre os contatos 11 e 14. Quando o rolete é acionado, a corrente
passa pelos contatos 11 e 14 e é bloqueada entre os contatos 11 e 12. Uma vez cessado o
acionamento, os contatos retornam à posição inicial, ou seja, 11 interligado com 12 e 14
desligado.
Chave fim de curso acionada por
um rolete mecânico. Apresenta dois
contatos independentes sendo um fechado,
formado pelos bornes 11 e 12, e outro
aberto, efetuado pelos bornes 13 e 14.
Quando o rolete é acionado, os contatos 11
e 12 abrem, interrompendo a passagem da
corrente elétrica, enquanto que os contatos
13 e 14 fecham, liberando a corrente.

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Roletes Escamoteáveis são chaves de roletes que somente comutam os contatos das
chaves se forem acionados num determinado sentido de direção. Os roletes escamoteáveis,
também conhecidos na indústria como gatilhos.
Esta chave fim de curso, somente inverte seus contatos quando o rolete for atuado
da esquerda para a direita. No sentido contrário, uma articulação mecânica faz com que a
haste do mecanismo dobre, sem acionar os contatos comutadores da chave fim de curso.
Dessa forma, somente quando o rolete é acionado da esquerda para a direita, os contatos
da chave se invertem permitindo que a corrente elétrica passe pelos contatos 11 e 14 e seja
bloqueada entre os contatos 11 e 12. Uma vez cessado o acionamento, os contatos
retornam à posição inicial, ou seja, 11 interligado com 12 e 14 desligado.

2.7 Dispositivos de Sinalização


Dispositivos de Sinalização são componentes utilizados para indicar o estado em
que se encontra um painel de comando ou processo automatizado. As informações mais
comuns fornecidas através destes dispositivos são: ligado, desligado, falha e emergência.
Os Dispositivos de Sinalização podem ser do tipo Visual ou Sonoro. Os indicadores
visuais fornecem sinais luminosos indicativos de estado, emergência e falha. São os mais
utilizados devido à simplicidade, eficiência (na indicação) e baixo custo. São fornecidos
por lâmpadas ou LEDs.
As cores indicadas são: Vermelho fixo - Máquina operando energizada - Perigo.
São reservadas para indicações o estado de alimentação elétrica geral ou equipamento
ligado. A cor Verde - Máquina pronta para Operar - desligada. É a cor usada para
caracterizar “segurança” e é utilizada para
indicar máquinas em estado seguro, ou
desligada. Vermelho Piscante
ou Alaranjada - é a cor empregada para
indicar “falha”. São reservadas para
indicações estado crítico ou falha. A
cor Amarela indica situação importante,
porém sem perigo, bem como alarme de nível baixo, ou máquina aguardando. Branco -
Máquina em movimento. E a cor Azul - Comando remoto ou preparação de Máquina.

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Os símbolos elétricos e cores utilizadas em um indicador luminoso estão


representadas ao lado.
Os indicadores acústicos fornecem sinais audíveis indicativos de estado, falha e
emergência. São as sirenes e buzinas elétricas. Utilizados em locais de difícil visualização
(para indicadores luminosos) e quando se deseja atingir um grande número de pessoas em
diferentes locais.
Outras cores são definidas pelo projetista, ou conforme a padronização que cada
empresa adota para indicações.

2.8 Interfaces de Relés


As interfaces de relés auxiliares são utilizados para a proteção tanto das entradas
quanto da saídas do CLP, pois
assim qualquer imprevisto
pode vir a danificar o relé
primeiro ao invés da saída do
CLP que possui um custo
muito maior.
Utilizando como exemplo um sensor, a saída NA do sensor acionaria a entrada do
CLP, porém entre o CLP e o sensor
adiciona-se um relé auxiliar que terá a
função de proteger a entrada do CLP neste
caso o relé poderá ter apenas um contato
NA ou 1 Reversível.
O mesmo aplica-se a saída do CLP,
onde pode-se utilizar um relé para como
interface para acionamentos de cargas
indutivas e/ou cargas eletromagnéticas,
contatores de potência, válvulas solenoides,
eletroímãs, etc. O relés de interface são
projetados para receber 24 V dc fornecidos pelo CLP para operar as bobinas de contatores
que trabalham com 220 volts.

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Por receber baixa tensão na bobinas as interfaces de relés podem serem utilizadas
juntamente com botões de comando para controlar bobinas de contatores de potência cuja
tensão da bobina é de 220 volts.
A bobina do relê interface é controlado pelo CLP ao passo que o contato normal
aberto do relé garante o acionamento do contator. A comutação da bobina dá origem a
sobretensões que têm efeitos adversos sobre os dispositivos eletrônicos, geralmente os relé
de interface são equipados com supressores de surtos composto de um diodo, em
antiparalelo com a bobina do relé.
Os relês de interface possuem um baixo consumo de energia no contexto dos
sistemas eletrônicos. A ligação de limitadores de sobretensão eleva a vida útil de relês
acopladores.

2.9 Relés temporizados


É possível construir um relé com um dispositivo
temporizador que atrasa o acionamento da bobina. Este tipo de
relé é conhecido como TDR (time delay relay – relé com atraso
de tempo).
A representação do relé temporizado no diagrama elétrico
é idêntica ao relé, porém leva internamente, ou próximo à
bobina, a denotação TDR ou TR. Há dois tipos de relés
temporizados: um deles é conhecido como TON, e o outro, como TOF. Vamos ver a
diferença entre os dois.
Relé TON (on delay) - É utilizado em
um circuito em que se deseja que a bobina
seja acionada após certo tempo (ajustado
pelo operador). Nesse exato momento,
todos os contatos da bobina, que são do
tipo NF, passam a abrir, e os contatos do
tipo NA passam a fechar, até que as
condições de energização sejam desativadas.

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Quando este evento ocorrer, o relé temporizado desligará e seu ajuste de tempo
normalizará, zerando o valor da contagem. Este temporizador é muito útil quando
precisamos atrasar a ativação de algum equipamento, como, por exemplo, quando
partimos um motor de uma máquina. Nesse caso, muitas vezes necessitamos que alguns
equipamentos fiquem desligados por um pequeno intervalo de tempo até que o motor
chegue à sua velocidade de trabalho.
Relé TOF (off delay) - É utilizado quando necessitamos deixar um equipamento
ligado durante certo tempo, mesmo após a condição de ativação ser desligada.
Como exemplo de aplicação
podemos citar um sistema de refrigeração
em que a ventilação precisa ficar acionada
mesmo após a máquina ter sido desligada.
Existem no mercado consumista os
mais diversos e variados tipos
temporizadores, cada um com um
determinado meio de utilização.

2.10 Contator de comando


Contator é um dispositivo mecânico de manobra, que pode estabelecer, conduzir e
interromper correntes elétricas em condições normais de cargas como motores,
iluminação, banco de capacitores, resistências e circuitos auxiliares. Assim, a partir de um
circuito de comando, ele faz o controle de cargas em um circuito de potência.
Os contatores são
compostos por contatos móveis,
e podem ser divididos em dois
tipos principais: os contatores
auxiliares e os de potência,
classificação relacionada à
disposição de seus contatos no dispositivo. O primeiro é utilizado para ligar e desligar
circuitos de comando, sinalização, controle, interface com processadores eletrônicos, etc.,

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enquanto o de potência é usado como chave de ligação e desligamento de motores e outras


cargas elétricas.
O funcionamento padrão dos contatores
dá-se da seguinte forma: quando a bobina
eletromagnética é energizada, forma-se um
campo magnético que se concentra na parte fixa
do dispositivo e atrai o núcleo móvel, onde
estão localizados os contatos móveis, que, por
consequência, também são deslocados. O
comando da bobina é feito por meio de uma
botoeira com duas posições, que tem seus
elementos ligados à bobina. A velocidade de
fechamento dos contatos é uma junção da força
proveniente da bobina e da força mecânica das molas de separação que atuam em sentido
contrário. As molas de compressão são também as responsáveis pela velocidade de
abertura do circuito, quando a alimentação da bobina cessa.
Os contatos principais tem como função estabelecer e interromper correntes
elétricas de motores e chavear cargas
resistivas ou capacitivas. No contato são
utilizadas placas de prata. Enquanto isso, os
contatos auxiliares são utilizados para
comutar circuitos auxiliares de comando,
sinalização e intertravamento elétrico. Esses
contatos podem ser normalmente aberto, ou
NA, ou normalmente fechado, chamado de
NF, assim como nos relés.
As vantagens de utilização de
contatores ficam por conta do comando à
distância, do elevado número de manobras,
da grande vida útil mecânica. Mas assim como qualquer outro dispositivo elétrico, sua
seleção para uma dada instalação deve levar em conta as particularidades do circuito.

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Para especificar um contator, é preciso considerar a corrente nominal do


dispositivo, a tensão e a frequência da rede, a tensão e frequência de acionamento e a
quantidade de contatos auxiliares, fazendo uma previsão de que como o contator irá
operar.
Um exemplo de um contator, com uma vista explodida de imagem é mostrado. O
contator tem partes básicas. A seção principal do contator consiste em placa de montagem,
base, contatos estacionários, e câmara de extinção de arco. A segunda seção do contator
inclui a transportadora de contato, contatos móveis, armadura, e mola de retenção. A
terceira seção do contator é a tampa da câmara de extinção de arco. A quarta parte do
contator é a bobina. A quinta seção do contator inclui o "caixa" que ajuda a manter a
bobina na sua posição adequada. A sexta parte do contator é a capa da bobina.

2.11 Relé Térmico


Esse tipo de relê, atua
como dispositivo de proteção,
controle ou comando do circuito
elétrico, atua por efeito térmico
provocado pela corrente
elétrica. O elemento básico dos
reles térmicos é o Bimetálico. O
bimetal é um conjunto formado
por duas lâminas de metais
diferentes Ferro (normalmente e
níquel), sobrepostas e soldadas, estes dois metais de coeficientes de dilatação diferentes,
formam um par metálico. Por causa da diferença de coeficiente de dilatação, se o par
metálico submetido a uma temperatura elevada, um dos metais irá se dilatar mais que o
outro, por estarem unidos fortemente, o metal de menor coeficiente de dilatação provoca o
encurvamento do conjunto para o seu lado, afastando o conjunto de um determinado
ponto. Causando assim o desarme do mesmo.
São usados para proteger os motores elétricos contra sobrecargas. Essas sobrecargas
são elevações de corrente por tempo prolongado, devido a um trabalho acima do previsto

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que pode ultrapassar a corrente nominal do motor. Pode ser também, ocasionada por falta
de uma das fases, num motor trifásico ou uma elevação de corrente devido a deficiências
mecânicas na instalação, como alinhamentos, acoplamentos, etc.
Quando o sistema é trifásico existem
três conjuntos desse montados num mesmo
invólucro e atuam sobre um único piloto de
forma que qualquer das três fases que
apresentar sobre-corrente, pode fazer
acionar o contato elétrico de comando, que
é único, embora possam haver dois conjuntos de contatos(comum, normal aberto e normal
fechado).
Os relés térmicos possuem curvas características que relacionam os múltiplos da
corrente de ajuste e o tempo de desarme, alem de ter curvas a frio, tendo a temperatura
ambiente sem carga como referencia e curvas a quente, com as lâminas aquecidas com a
corrente de ajuste.
Na figura 1 a seguir está o símbolo de um relé térmico trifásico, com contatos de
comando: Comum, Aberto e fechado.
De acordo com a curva, com 1,5 x a corrente de ajuste o relé desarmaria com 200 s,
na curva a quente com a mesma corrente o desarme ocorre com 50 s. Ou seja, a cada vez
que se rearma após uma sobrecarga que permanece, o rele desarma cada vez mais cedo.
Isso serve para proteger o motor de partidas sucessivas com sobrecarga, ainda mais que o
calor é cumulativo na carcaça do motor.

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3 DIAGRAMA DE COMANDOS
Para poder analisar um circuito elétrico industrial deve ter em mente um conceito
fundamental: tratar o circuito em duas partes separadas
(circuito de comando, e circuito de força). O circuito de
comando mostra a “lógica” com que o circuito de força deve
operar e é composto porBotoeiras que realizam juntamente
com os Contatores o comando funcional do motor. O circuito
de força, por sua vez, estabelece ou não a energia para a carga
e é composto por Fusíveis, Relé Térmico e Contatores .
Botoeiras São elementos de comando que servem para
energizar ou desenergizar contatores, sendo que comutam seus contatos NA ou NF
através de acionamento manual.
Podem variar quanto às cores, formato e proteção do acionador, quantidade e tipos
de contatos, e reação ao acionamento. Quanto ao formato e
proteção do acionador temos desde as botoeiras tipo soco,
que têm o acionador grande na forma de “cogumelo”, sendo
de fácil acionamento, destinadas à situações de emergência;
até as botoeiras com acionador protegido por tampa, que
evitam o acionamento por toque acidental e somente devem
ser operadas conscientemente.
A variação quanto à reação ao acionamento consiste de dois tipos: as de
posição mantida que trocam a condição do contado NA ou NF toda vez que são operadas
e permanecem na nova posição até o próximo acionamento; e as pulsantes, que trocam a
condição do contato somente enquanto existir a pressão
externa, voltando às condições iniciais assim que cesse a
mesma.
Fusíveis são elementos de proteção contra curto-
circuito que operam pela fusão de seu elo, que é o elemento
especialmente projetado para se fundir com o aquecimento
provocado pela passagem de corrente elétrica acima de
determinado valor.

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Os Fusíveis Diazed cujas características são do elo ser feito de cobre e a fusão se dar
em um ambiente cheio de areia, o que propicia fácil extinção do arco, fazendo com que
cortem correntes de até 100 kA com segurança. Possuem também a sinalização de queima
e são feitos nas versões rápido e retardado, sendo este último utilizado em circuitos de
motores, não atuando indevidamente durante a partida, dos mesmos, instante no qual é
solicitada uma corrente de 8 vezes a corrente nominal do motor.
Contatores são dispositivos que permitem basicamente ligar/desligar qualquer
dispositivo elétrico sem que seja necessário conectar/desconectar a rede elétrica
manualmente, isto é possível pois os contatores são produzidos com uma bobina interna,
que ao ser acionada cria um campo magnético que inverte todos os contatos de um
contator, realizando assim a ação de ligar/interromper o circuito, além da função básica
de realizar o trabalho de ligar/desligar o circuito, os contatores possuem contatos
auxiliares, e são estes contatos que utilizamos para realizar circuitos lógicos com os
contatores.
Os contatos terminados em 1 e 2, por exemplo 11, 12,
21, 22, etc são os contatos normalmente fechados, que se
tornam abertos quando o contator é acionado. Já os contatos
terminados em 3 e 4, por exemplo 33, 34, 23, 24, etc são os
contatos normalmente abertos, que se tornam fechados
quando o contator é acionado. Sendo assim, você pode
utilizar todos estes contatos para realizar qualquer tipo de lógica.
Relé térmico é um relé de sobrecorrente de atuação temporizada efetuada por um
bimetal. O bimetal consiste de duas lâminas, de dois matérias com coeficientes de
dilatação diferentes, coladas longitudinalmente, e sendo enrolado sobre elas um condutor,
no qual passa a corrente da carga .
Com a passagem desta corrente, o calor dissipado faz
com que estas duas lâminas se dilatem de forma desigual,
fazendo uma deflexão, responsável pela
abertura/fechamento de contatos auxiliares, localizados na
sua extremidade livre. A atuação da proteção, com
consequente parada do motor, se dá através da bobina do

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contator. Esta proteção é usada como sobrecarga e é normalmente regulada para um


aumento de corrente da ordem de 20 a 60%. É temporizada por ser realizada através de
efeito térmico, o qual leva um tempo para se propagar/estabilizar.
O diagrama trifilar e o funcional para a ligação básica de um motor, a qual deverá
atender os seguintes requisitos: Ligar e desligar um motor através de um contator e
botoeiras pulsantes; Utilizar fusíveis para proteção de curto-circuito e relé térmico para
sobrecarga; A atuação do térmico deverá parar o motor através do contator e sinalizar a
sua atuação; Sinalizar também as condições de motor ligado e desligado e Medir a
corrente da fase V, e as tensões entre as fases utilizando uma chave de transferência
voltimétrica.
A figura mostra um dos
circuitos mais elementares: a
partida direta de motores. À
esquerda podemos ver o
circuito de força, onde temos 3
fusíveis (um para cada fase), um
contator tripolar (que liga ou
desliga o motor), o relé térmico,
e o motor de indução trifásico.
Nesse exemplo o único componente de manobra é o contator K1. Imaginem ainda
que desejamos ligar esse motor através de um botão (botoeira), e desligá-lo através de
outro botão. Ora, o circuito de comando direto mostra exatamente isso. As linhas da
esquerda e da direita estabelecem os limites do circuito de comando. Caso esse contator
tivesse a bobina alimentada por 24 Vcc (por exemplo), a linha da esquerda seria +24 Vcc e
a da direita 0 V (ou terra).
Notem que temos os contatos do relé térmico (proteção) em série com uma botoeira
de desligamento (tipo NF), uma botoeira de “liga” (NA) e, finalmente, a bobina do
contator. Em paralelo com a botoeira “liga” temos um contato K1, esse contato é chamado
auxiliar ou “de selo”.
O contato de selo serve para manter o contator fechado na ausência da atuação da
chave liga, após o sistema ter sido acionado. Em outras palavras, quando acionamos L o

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contator “entra” e o contato de selo também. Como ele está em paralelo com a chave liga
(L), mesmo após tirarmos o “dedo”, o sistema continuará ligado. Para desligar, basta
pressionarmos a chave desliga (D) que, por ser normalmente fechada (uma vez acionada),
interromperá o processo.

3.1 Projeto de Diagrama de Comandos


O projeto de um diagrama é essencial para a montagem dos circuitos, auxilando o
eletricista corretamente. A atenção é indispensável durante o projeto do diagrama de
comando e potência, garantindo assim a segurança na prática.
O Diagrama de Comando representa
a parte elétrica do circuito responsável pelo
acionamento e desligamento de um ou
mais componentes. Na Partida Direta os
contatos de acionamento são identificados
por números, sendo 1 e 2 para contatos
normalmente fechados, e 3 e 4 para
contatos normalmente abertos.
O primeiro algarismo identifica o
número do contato, por exemplo: contato
13 14: contato número 1, normalmente
aberto.
As indicações superiores e laterais esquerda (1, 2, 3... e A, B, C...) informam a
localização dos contatos na cruzeta (C5,
indicando o contato de K1, normalmente
aberto - NA - como mostra na figura
acima).
F21/F22 protegem o circuito de
comando contra anomalias, como curtu-
circuito.
F7 é um contato NF do relé térmico,

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que desliga o comando se o motor aquecer demais (corrente de sobrecarga).


S0 e S1 são as botoeiras para desligar e acionar o comando, respectivamente.
K1, representada por um retangulo, é a bobina do contator 1. K1, localizado em C5,
é um contato auxiliar do contator K1, este fará com que o comando permaneça ligado,
mesmo quando o operador aliviar (soltar) a botooeira S1, ou seja, quando o operador
prescionar S1, K1 liga, alterando o estado dos seus contatos, inclusive K1, 13 14. Com este
fechado, note que K1 está em paralelo com S1, neste caso, estando fechado, S1 poderá estar
tanto aberto como fechado, que K1 continuará ligado.

3.2 Diagrama de Comandos com Software CADe Simu


Para realizar a construções de
diagramas elétricos no CADe Simu antes de
qualquer coisa, é necessário que vocês tenham
um conhecimento mínimo de Comandos
Elétricos.
O CADe Simu possui sua interface
muito amigável, para desenvolver desenhos
elétricos. Sua ampla biblioteca é dividida em
grupos: Alimentações: Rede trifásica RST,
Neutro, Aterramento, Tensões + e - tipo
VCC; Fusíveis : tipo NH e tipo
seccionadora; Disjuntores: disjuntores do tipo unipolar, bipolar, tripolar, disjuntor-
motor. Contatores, botoeiras, botões pulsador e fixo, contatos auxiliares. Motores: motores
trifásico, dahlander, monofásico ,motores com rotor-bobinado, motores corrente-
continua. Dispositivos : fim de curso, sensores, auto-transformador , reles temporizadores
( on-delay / off-delay ). O melhor de tudo isso é você pode fazer a simulação do seu
circuito corrigindo possíveis erros e falhas na elaboração do
desenho.

Primeiramente temos que executar o CADe_Simu.exe e em

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seguida colocar a senha (Digite: 4962) na caixa “Clave de acesso a CADe_SIMU”. Tendo
feito isso a tela do software irá abrir e está tudo pronto para começar.
Na barra de ferramentas há ícones que abrem a biblioteca de símbolos elétricos que
estão agrupados por funções de: Alimentações, Fusíveis, Proteções, Contatores, Motores,
etc...
Vamos então inserir a rede trifásica para podermos alimentar nossas cargas
(Motor). Vamos selecionar a rede trifásica. Depois é só clicar sobre a área onde é
desenhado o diagrama e arrastar o mouse.
Pronto, criamos a rede trifásica, você
pode criar com este ícone de três linhas ou
uma a uma (você é quem escolhe). Vamos
adicionar os fusíveis, o contator, o relé
térmico e o motor.
OBS: Clicando duas vezes sobre o
contato é possível alterar as TAG`s
(nomenclaturas) destes, faça isto para
melhor organizar seu diagrama.
Utilize as linhas para interligar os
componentes e não se esqueça de colocar os
nós em todos os cruzamentos das linhas. Com todos os componentes identificados vamos
incluir a alimentação na linha. Vamos montar o diagrama de comando, encontre os
contatos necessários para satisfazer sua necessidade. No meu exemplo estarei utilizando a
partida direta de motor trifásico. Execute os mesmos procedimentos do diagrama de
potência, colocando os contatos e nomeando-os.
OBS: Não se esqueça da alimentação do diagrama de comando e também coloque
os “nós” em cada intersecção de fases.
Vamos à simulação: Com o diagrama pronto click no botão de PLAY, Acione os
disjuntores, Acione os botões para começar a simulação. Veja se o comando corresponde
ao que se espera.

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4 PARTIDA DE MOTORES POR CHAVES MECÂNICAS


A partida de motores pode ser executada por chaves mecânicas. O acionamento da
chave pode energizar um motor trifásico em partida direta.

4.1 Diagrama elétrico de Partida de Motor com Chave Manual


É o método mais simples utilizado para partida de motores, em que não são
empregados dispositivos especiais de
acionamento. A chave de comando direto existe
em grande número de modelos e diversas
capacidades de corrente.
Para uma maior segurança são utilizadas
apenas para comandar equipamentos de
pequenas correntes como motores sem carga (a
vazio), circuitos de sinalização e dispositivos de
baixa potência.
As chaves podem ser simples ou com
reversão, nesse caso existe mais um banco de
bornes na parte inferior. Por representar riscos ao
operador seu uso é restrito e deve ser evitado.
Existem outro tipos de chaves blindadas,
cada uma para um tipo de aplicação, mas todas são dotadas de um mecanismo de
desligamento, que é em sua maioria uma mola colocada sob tensão mecânica. Esta mola é
tencionada no momento do acionamento e retorna a posição normal quando desacionada,
fazendo com isso que os contatos móveis também sejam deslocados simultaneamente. A
velocidade de abertura/fechamento é função única do mecanismo de desligamento, esse é
o item mais importante nas chaves blindadas, pois, já tem definida pelo fabricante sua
capacidade de ruptura e seu valor é praticamente inalterado.

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4.2 Partida Manual de Motores


O dispositivo de atuação consiste simplesmente de uma chave monofásica ou
trifásica, de acordo com o caso. Temos como vantagem o custo pois basicamente utiliza
uma chave. No entanto esta partida é indicada somente para motores de pequena
capacidade, não reduz o pico de corrente na partida e de acordo com a potência, o
comando à distância se torna inadequado.
Na partida direta
manual de motores o motor
pode partir a plena carga e
com a corrente de pico
elevando-se de 6 a 10 vezes a
nominal, conforme o tipo e
número de pólos. Os
seccionadores também podem
ter fusíveis e são fabricados
em 5 tamanhos diferentes,
para fusíveis desde tamanho
000 até tamanho 3. Oferecem
segurança ao operador e às áreas vizinhas do seu ponto de instalação.
Os seccionadores fusíveis sob carga são utilizados para manobra e proteção de
circuitos tripolares, permitindo um seccionamento seguro mesmo. Há acessórios tais como
terminais de conexão diversos, contatos auxiliares, capa protetora de terminais ,
adaptadores de espessura de barras , molduras isolantes.

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4.3 Partida e Reversão com Chave Seccionadora


A Partida direta e
reversão, coordenada com
fusível e Chave seccionadora
ainda é encontrada
em máquinas que partem em
vazio ou com carga e
permitindo a inversão do
sentido de rotação em partidas
normais (< 10 s). O fusível deve
ser escolhido para a corrente
nominal do motor.

4.4 Partida Estrela Triângulo com Chave Seccionadora


A Partida estrela
triângulo com chave
seccionadora é aplicada a
motores de até 10 CV. O motor
parte em configuração estrela,
onde cada enrolamento
receberá a uma tensão mais
baixa. Após o motor vencer a
sua inércia e atingir cerca de
90% da rotação a seccionadora
é atuada, convertendo a
configuração para triângulo,
aumentando a tensão nos
enrolamentos. Logo, para um
sistema trifásico 220/ 380 V,
cada enrolamento do motor inicia com 220 V e termina a partida em 380 V, no qual será

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sua tensão nominal. Através desta manobra o motor realizará uma partida mais suave,
reduzindo sua corrente de partida em aproximadamente 1/3 da que seria se acionado em
partida direta. O uso de Partida Estrela-triângulo exige que o motor tenha disponível pelo
menos seis terminais e que a tensão nominal seja igual à tensão de triângulo do motor. O
fechamento para triângulo só deverá ser feito quando o motor atingir pelos menos
noventa por cento da rotação nominal. Logo a mudança estrela-triângulo deverá estar
baseado neste fato.

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5 PARTIDA DE MOTORES POR COMANDOS ELÉTRICOS


A partida de motores pode ser executada por um comando simples, que pode
acionar um motor trifásico em partida direta. O Diagrama de Potencia é a parte elétrica
responsável por alimentar a carga, objetivo do circuito. No momento em que o circuito de
comando e de potencia serem alimentados e S1 acionado, K1 altera o estado de seus
contatos, alimentando M1 (motor Trifásico - 3 ~) acionando-o em partida direta.
5.1 Acionamentos por Botoeiras e Contator
Botoeiras são chaves
elétricas acionadas manualmente
que apresentam, geralmente, um
contato aberto e outro fechado.
De acordo com o tipo de sinal a
ser enviado ao comando elétrico,
as botoeiras são caracterizadas
como pulsadoras ou com trava e
podem ser usadas para
acionamento direto ou indireto.

5.2 Partida Direta de Motor


Na partida direta de motor via contator o comando é executado através de uma
botoeira de baixa potência, que energiza um contator, que por sua vez aciona o motor. A
capacidade elétrica do conjunto botoeira Contator dependerá das características do motor
utilizado. Esta partida possibilita o comando à distância de motores, baixo custo pois
utiliza basicamente uma botoeira de comando e um contator, permite a conexão de
dispositivos de proteção térmica contra sobreaquecimento. No entanto é indicada para
motores de pequena capacidade e não atenua o pico de partida.
A Partida direta, coordenada com fusível destina-se a máquinas que partem em
vazio ou com carga em partidas normais (< 10 s). O Relé de sobrecarga deve ser ajustado
para a corrente de serviço (nominal do motor) e a freqüência de manobras é de até 15

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manobras por hora. Este tipo de partida esta previsto na norma de proteção IEC 60.947-4,
que visa a eliminar os riscos para as pessoas e instalações, ou seja, desligamento seguro da
corrente de curto-circuito. Não pode haver danos ao relé de sobrecarga ou outro
dispositivo, com exceção de leve fundição dos contatos do contator e estes permitam fácil
separação sem deformação significativa.
Funcionamento do
circuito de Partida Direta de
motor por contator protegido
por fusível e relé térmico.
LIGAR: Estando sob
tensão os bornes R,S ,T e o
circuito de comando.
Apertando-se o botão S2 a
bobina do contator KM1 ( A1,
A2) será energizada, esta ação faz fechar os contatos principais do contator KM1 (1 com 2;
3 com 4; 5 com 6) e o contato de selo KM1 (13,14). A bobina se mantém energizada através
do contato de selo KM1 (13,14) e o motor funcionará.
DESLIGAR: Para interromper o funcionamento do contator, pulsamos o botão S1;
este se abrirá, eliminando a alimentação da bobina, o que provocará a abertura do contato
de selo KM1 (13,14) e, consequentemente, dos contatos principais de KM1 ocasionando a
parada do motor.

5.3 Partida e Reversão de Motor


A Partida direta com
reversão, coordenada com
disjuntor destina-se a máquinas
que partem em vazio ou com
carga e permitindo a inversão
do sentido de rotação em
partidas normais (< 10 s). O

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Relé de sobrecarga deve ser ajustado para a corrente de serviço (nominal do motor). Este
tipo de partida esta previsto na norma de proteção IEC 60.947-4, que visa a eliminar os
riscos para as pessoas e instalações, ou seja, desligamento seguro da corrente de curto-
circuito. O conjunto estará incapaz de continuar funcionando após o desligamento,
permitindo danos ao contator e o relé de sobrecarga ou outro dispositivo.

5.4 Partida, Reversão e Freio CC de Motor


Uma das técnicas ainda usada para parar o motor é a frenagem por corrente
contínua, que consiste em retirar a corrente alternada que alimenta o motor e injetar uma
corrente contínua no motor e com isso provocando a frenagem do motor. Nesta partida,
será implementada, além do freio, a reversão do motor.
A sequência operacional:
Ao pressionar S1, o contator K1
é energizado, fornecendo ao
motor uma corrente alternada.
Quando o motor é desligado
por S2 energizará os contatores
K3 e K4 que injetará no motor
uma contente contínua, que
criará um campo magnético
estacionário (fixo) no estator.
Este campo se opõe ao movimento do eixo do motor, o que fará com que ocorra a
frenagem. Ao pressionar S2, o contator K2 é energizado, e seus contatos principais
invertem a alimentação das bobinas fazendo com que o motor inverta seu sentido de
rotação. Quando o motor é desligado energizará os contatores K3 e K4 o que freará o
motor.
A tensão DC injetada do motor deve ser de aproximadamente 20% da tensão de
alimentação do motor, pois este procedimento provoca um aquecimento do motor.

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5.5 Partida Estrela Triângulo de Motor


A Partida estrela triângulo automática aplicada ,a motores de até 10 CV. O motor
parte em configuração estrela, aonde cada enrolamento receberá a uma tensão mais baixa.
Após o motor vencer a sua inércia, o contator é atuado, convertendo a configuração
para triângulo, aumentando a tensão nos enrolamentos.
Logo, para um sistema
trifásico 220/ 380 V, cada
enrolamento do motor inicia
com 220 V e termina a partida
em 380 V, no qual será sua
tensão nominal. Através desta
manobra o motor realizará uma
partida mais suave, reduzindo
sua corrente de partida em
aproximadamente 1/3 da que seria se acionado em partida direta. O uso de Partida
Estrela-triângulo exige que o motor tenha disponível pelo menos seis terminais e que a
tensão nominal seja igual à tensão de triângulo do motor. O fechamento para triângulo só
deverá ser feito quando o motor atingir pelos menos noventa por cento da rotação
nominal. Logo, o ajuste de tempo de mudança estrela-triângulo deverá estar baseado neste
fato.

5.6 Partida Compensadora de Motor


A chave de partida
compensadora alimenta o
motor com tensão reduzida em
suas bobinas na partida. Essa
redução é feita através da
ligação de um
autotransformador em série
com as bobinas do motor, após
o motor ter acelerado, elas

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voltam a receber tensão nominal.


A redução da corrente de partida depende do TAP em que estiver ligado o
autotransformador: TAP 65% - Redução para 42% do seu valor de partida direta ; TAP
80% - Redução para 64% do seu valor de partida direta. A chave de partida compensadora
é utilizada em motores que partem sob carga; o conjugado resistente de partida da carga
deve ser inferior à metade do conjugado de partida do motor.

5.7 Semáforo de Pedestre por Temporizador


Comando de um
semáforo para um cruzamento
simples que entra em operação
ao acionar S2 ( Botoeira Verde) e
fica no ciclo automático (verde -
3 segundo, amarelo - 2
segundos e vermelho - 5
segundos). O desligamento do
semáforo ocorre por pressão em
S1 ( Botoeira Vermelha).

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6 PARTIDA DE MOTORES POR SOFT-STARTER


As soft-starters são equipamentos eletrônicos destinados ao controle da partida de
motores elétricos de corrente alternada. As soft-starters são utilizados basicamente para
partidas de motores de indução CA (corrente alternada) tipo gaiola, em substituição aos
métodos estrela-triângulo, chave compensadora ou partida direta. Tem a vantagem de
não provocar trancos no sistema, limitar a corrente de partida, evitar picos de corrente e
ainda incorporar parada suave e proteções.
Essas chaves contribuem para a
redução dos esforços sobre dispositivos de
transmissão durante as partidas e para o
aumento da vida útil do motor. O soft-
starter é um equipamento eletrônico capaz
de controlar a potência do motor no
instante da partida, bem como sua
frenagem. Ao contrário dos sistemas
convencionais utilizados para essa função
(partida com autotransformador, estrela-
triângulo).
Seu princípio de funcionamento baseia-se em componentes estáticos, os tiristores. O
esquema genérico de um soft-starter está ilustrado na Figura abaixo.
Os soft-starters podem ser
configurados para operarem somente se a
seqüência de fase estiver correta. Esse
recurso assegura a proteção,
principalmente mecânica, para cargas que
não podem girar em sentido contrário
(bombas, por exemplo). Quando há a
necessidade de reversão, podemos fazê-los
com contatores externos ao soft-starter.
O plug-in é um conjunto de

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facilidades que podem ser disponibilizadas no soft-starter por meio de um módulo extra,
ou de parâmetros, como relé eletrônico, frenagem CC ou CA, dupla rampa de aceleração
para motores de duas velocidades e realimentação de velocidade para aceleração
independente das flutuações de carga.
A maioria dos soft-starters modernos têm um circuito de economia de energia. Essa
facilidade reduz a tensão aplicada para motores a vazio, diminuindo as perdas no
entreferro, que são a maior parcela de perda nos motores com baixas cargas. Uma
economia significante pode ser experimentada para motores que operam com cargas de
até 50% da potência do motor.
São vários os processos de se realizar a partida nos motores de indução trifásica.
Cada um desses processos apresenta suas vantagens e desvantagens, dependendo do
aspecto particular ou do parâmetro que se quer considerar.
São muitas as grandezas envolvidas,
tais como corrente de partida, torque
inicial, tempo de aceleração, números de
operações consecutivas, etc, que o
engenheiro projetista deve conhecer em
detalhes cada processo, para o dimensionamento e parametrização dos vários
componentes.

6.1 Diagrama de Partida com Soft-Starter


Durante muitos anos foram utilizados exclusivamente os dispositivos
eletromecânicos, com uso de
contatores e relés, para partida
dos motores de indução.
Somente em algumas pequenas
aplicações, como no caso de
bombas de recalque com vazão
ajustável, é que se utilizavam
equipamentos para a variação

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da velocidade do motor de indução trifásico. Nesse caso, a variação de velocidade era feita
por meio de dispositivos com embreagens, com grande perda de energia.
O aparecimento de circuitos eletrônicos controlados por tiristores veio permitir, não
só o controle de variação da velocidade do motor de indução trifásico em serviço, como
também o controle de realizar partidas e paradas suaves da máquina. Esses dispositivos
eletrônicos representam uma nova era no campo de aplicação do motor de indução
trifásico, são os conversores de freqüência e soft-starters que trazem grandes vantagens no
controle de partida e parada nos motores de indução trifásicos.
A conciliação do aproveitamento das vantagens ocasionadas, com a necessidade de
se eliminar alguns inconvenientes, é um apelo à capacidade dos engenheiros eletricistas no
sentido de se aperfeiçoar cada vez mais, os dispositivos de partida em motores de
indução.
A IHM é uma interface simples que permite a operação e programação da soft-
starter. Suas principais indicações são: 1- Indicação do Estado de operação da soft-starter,
bem como as variáveis principais. 2- Indicação e reset dos erros. 3- Visualização e alteração
dos parâmetros ajustáveis. 4- Operação da soft-starter.

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7 PARTIDA DE MOTORES POR INVERSORES


Um inversor de frequência é um equipamento eletrônico capaz de variar
a velocidade de giro de motores elétricos trifásicos. O nome “inversor de frequência” é
dado pela sua forma de atuação no controle de velocidade de um motor de indução
trifásico. A tensão alternada da rede elétrica passa pelas bobinas do motor e forma um
campo giratório e o motor tende a segui-lo, então, quanto mais alta for a frequência, mais
rápido será esse campo e mais rápido o motor tenderá a girar.
O inversor de frequência tem como
principal função alterar a frequência da
rede que alimenta o motor, fazendo com
que o motor siga frequências diferentes das
fornecidas pela rede, que é sempre
constante. Desta forma podemos facilmente
alterar a velocidade de rotação do motor de
modo muito eficiente.
O uso de inversores de frequência é
responsável por uma série de vantagens,
dependendo dos modelos oferecidos pelos
fabricantes, são unidas a capacidade de variar a velocidade com controles especiais já
implantados no equipamento. Esses controles proporcionam além da total flexibilidade de
controle de velocidade sem grande perda de torque do motor, aceleração suave através de
programação, frenagem direta no motor sem a necessidade de freios mecânicos além de
diversas formas de controles preferenciais e controles externos que podem ser até por
meio de redes de comunicação. Tudo isso com excelente precisão de movimentos.
Além destas vantagens, os inversores ainda possuem excelente custo-benefício, pois
proporcionam economia de energia elétrica, maior durabilidade de engrenagens, polias e
outras transmissões mecânicas por acelerar suavemente a velocidade. A possibilidade de
eliminar reduções mecânicas do projeto também é possível, assim mais economia será
possível.

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A figura abaixo mostra


resumidamente o diagrama em
blocos de um inversor de
freqüência escalar. Seção
Retificadora: Os seis diodos
retificadores situados no circuito
de entrada do inversor, retificam a
tensão trifásica da rede de entrada
(L1, L2 e L3). A tensão DC resultante é filtrada pelo capacitor C e utilizada como entrada
para a Seção Inversora.
Seção Inversora: Na seção inversora, a tensão retificada DC é novamente convertida
em Trifásica AC. Os transistores chaveiam várias vezes por ciclo, gerando um trem de
pulsos com largura variável senoidalmente (PWM). Esta saída de tensão pulsada, sendo
aplicada em um motor (carga indutiva), irá gerar uma forma de onda de corrente bem
próxima da senoidal através do enrolamento do motor.
Se variarmos a freqüência da tensão de saída no inversor, alteramos na mesma
proporção, a velocidade de rotação do motor. Normalmente, a faixa de variação de
freqüência dos inversores
fica entre 0,5 e 400 Hz,
dependendo da marca e
modelo. (Obs: para
trabalhar em freqüências
muito altas, o motor deve
ser “preparado”). A
função do inversor de
freqüência, entretanto,
não é apenas controlar a
velocidade de um motor
AC. Ele precisa manter o torque (conjugado) constante para não provocar alterações na
rotação quando o motor estiver com carga.

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Para que o inversor funcione a contento, não basta instalá-lo corretamente. É preciso
"informar" a ele em que condições de trabalho irá operar. Essa tarefa é justamente a
parametrização do inversor. Quanto maior o número de recursos que o inversor oferece,
tanto maior será o número de parâmetros disponíveis.
Veremos os principais parâmetros com os endereços e particularidades do inversor
SIMOVERT. MICROMASTER do fabricante SIEMENS, porém um mesmo parâmetro, com
certeza, muda de endereço de fabricante para fabricante. Isso não deverá dificultar o
trabalho com inversores de outras marcas e modelos, pois basta associarmos com os
indicados pelo manual do fabricante especifico.

7.1 Parâmetros de um inversor de Inversores de frequência


Para acessar os parâmetros e parametrizar um inversor devemos: Normalmente
devemos seguir os seguintes passos: 1° passo: Acionamos a tecla P e as setas . ou . até
acharmos o parâmetro desejado. 2° passo: Agora aciona-se P novamente, e o valor
mostrado no display será o valor do parâmetro, e não mais a ordem em que ele está. 3°
passo: Acionamos as teclas . ou . até acharmos o valor desejado ao parâmetro. 4°
passo: Basta acionar P novamente, e o novo parâmetro estará programado. Cerca de 90%
dos inversores comerciais funcionam com essa lógica. Os principais parâmetros de um
inversor são mostrados a seguir.
Parâmetro P009: Liberação de alteração de parâmetros
• Ajuste = 0 : somente os parâmetros P001 a P009 podem ser alterados.
• Ajuste = 1 : os parâmetros P001 a P009 podem ser alterados e todos os demais
podem ser somente lidos.
• Ajuste = 2 : todos os parâmetros podem ser alterados porém P009 retorna
automaticamente a 0 na próxima vez que o inversor for desenergizado.
• Ajuste = 3 : todos os parâmetros podem ser alterados indefinidamente.
Esse parâmetro é uma proteção contra "curiosos". Para impedir que alguém,
inadvertidamente, altere algum parâmetro da máquina, utiliza-se um ajuste específico
como proteção.
Parâmetro P084 - Tensão nominal do motor: Esse parâmetro existe na maioria dos
inversores comerciais, 1embrando que não necessariamente como P084, e serve para

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informarmos ao inversor qual é a tensão nominal em que o motor irá operar. Suponha que
o motor tenha tensão nominal 220VCA.
Parâmetro P083 - Corrente nominal do motor: Esse parâmetro determina o valor de
corrente que será utilizado nos cálculos que serão feitos pelo inversor, como por exemplo
para protegê-lo de sobrecargas.
Parâmetro P003 - Frequência mínima de saída: Esse parâmetro determina a
velocidade mínima do motor. Pode variar de 0,0Hz a 650Hz, porém deve ser sempre
menor que a frequência máxima.
Parâmetro P013 - Frequência máxima de saída: Esse parâmetro determina a
velocidade máxima do motor. Pode variar de 0,0Hz a 650Hz, porém deve ser sempre
maior que a frequência mínima.
Parâmetro P031 - Frequência de JOG: JOG (impulso) é um recurso que faz o motor
girar com velocidade bem baixa. Isso facilita o posicionamento de peças antes da máquina
funcionar em seu regime normal. Por exemplo: Encaixar o papel em uma bobinadeira,
antes do papel ser bobinado efetivamente.
Parâmetro P002 - Tempo de partida (rampa de aceleração): Esse parâmetro indica
em quanto tempo deseja-se que o motor chegue a velocidade programada, estando ele
parado. Pode variar de 0 a 650 segundos. Você pode pensar: "Quanto mais rápido melhor".
Mas, caso o motor esteja conectado mecanicamente a cargas pesadas ( Ex: placas de tornos
com peças grandes, guindastes, etc...), uma partida muito rápida poderá “desarmar"
disjuntores de proteção do sistema. Isso ocorre, pois o pico de corrente, necessário para
vencer a inércia do motor, será muito alto. Portanto, esse parâmetro deve respeitar a massa
da carga, e o limite de corrente do inversor.
Parâmetro P003 - Tempo de parada (rampa de desaceleração): O inversor pode
produzir uma parada gradativa do motor. Essa facilidade pode ser parametrizada
variando de 0 a 650 segundos, e, como a anterior, deve levar em consideração a massa
(inércia) da carga acoplada.
Parâmetro P006 - Tipo de referência de entrada: • Ajuste = 0 a entrada significativa
é digital. • Ajuste = 1 a entrada significativa é analógica. • Ajuste = 2 a velocidade é fixada
dependendo da programação das entradas binárias (P051 a P055).

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Esse parâmetro diz ao inversor como vamos controlar a velocidade do motor. Caso
esteja em 1 , a velocidade será proporcional a tensão analógica de entrada. A entrada
digital será ignorada. Caso o parâmetro esteja em 0, a velocidade será controlada por um
sinal digital (na entrada digital), e o sinal analógico não mais influenciará.
Parâmetro P076 - Frequência de chaveamento PWM: Esse parâmetro determina a
frequência de PWM do inversor. Para este modelo, a mesma pode ser 2KHz, 4KHz, 8KHz
ou 16KHz. Para evitarmos perdas no motor, e interferências eletromagnéticas (EMI),
quanto menor essa frequência, melhor.
O único inconveniente de parametrizarmos o PWM com frequências baixas (2 ou 4
kHz) é a geração de ruídos sonoros, isto é, a máquina fica mais “barulhenta”. Portanto,
devemos fazer uma "análise crítica" das condições gerais do ambiente de trabalho, antes de
optarmos pelo melhor PWM. Como dito anteriormente, existe uma infinidade de
parâmetros nos inversores. Nesta aula, foram mostrados apenas os 10 principais, que já
serão suficientes para "colocar para rodar" qualquer máquina.
Para parametrizar um inversor diferente do estudado, basta consultar o manual do
fabricante, e fazer uma analogia com este artigo.

Referência: << http://www.comandoseletricosii.blogspot.com.br >>


Revisão: 01 de Novembro de 2014. Professor Sinésio Raimundo Gomes

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