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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO

CURSO DE ENGENHARIA ELÉCTRICA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO PROFISSIONAL

ANALÍSE DO CIRCUITO DE CONTROLE E REGULAÇÃO DE


TENSÃO DO SISTEMA HVDC NA SUBESTAÇÃO DO SONGO

AUTOR: SUPERVISOR:

Sengiyunva Elie Eng.º Humberto M. Sede

CO – SUPERVISOR:

Eng.º Luís Simone

Songo, Junho de 2021


INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO

CURSO DE ENGENHARIA ELÉCTRICA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO PROFISSIONAL

ANALÍSE DO CIRCUITO DE CONTROLE E REGULAÇÃO DE


TENSÃO DO SISTEMA HVDC NA SUBESTAÇÃO DO SONGO

AUTOR: SUPERVISOR:

Sengiyunva Elie Eng.º Humberto M. Sede

CO – SUPERVISOR:

Eng.º Luís Simone

Songo, Junho de 2021


Sengiyunva Elie

ANALÍSE DO CIRCUITO DE CONTROLO E REGULAÇÃO DE TENSÃO DO


SISTEMA HVDC NA SUBESTAÇÃO DO SONGO

Trabalho de conclusão de curso apresentado para


aprovação pelos membros de júri como requisito
parcial à obtenção do grau de Licenciado em
Engenharia Eléctrica, pelo Instituto Superior
Politécnico de Songo.

O SUPERVISOR

________________________________________________

O CO – SUPERVISOR

________________________________________________

O EXAMINADOR

_______________________________________________

O PRESIDENTE DA MESA DE JURÍ

Songo, Junho de 2021


INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO

CURSO DE ENGENHARIA ELÉCTRICA

TERMO DE ENTREGA DO RELATÓRIO DE ESTÁGIO PROFISSIONAL

Declaro que, o estudante Sengiyunva Elie, entregou no dia ___/___/2021, as


cópias do seu Relatório de Estágio Profissional com a referência
__________________, intitulado: ANALÍSE DO CIRCUITO DE CONTROLO E
REGULAÇÃO DE TENSÃO DO SISTEMA HVDC NA SUBESTAÇÃO DO SONGO.

Songo,_____de________2021

O chefe da secretaria

____________________________________
ÍNDICE

DEDICATÓRIA ................................................................................................................ i

AGRADECIMENTOS ...................................................................................................... ii

EPÍGRAFE ..................................................................................................................... iii

RESUMO........................................................................................................................ iv

ABSTRACT..................................................................................................................... v

LISTA DE TABELAS ..................................................................................................... vi

LISTA DE FIGURAS ..................................................................................................... vii

LISTA DE ANEXOS ....................................................................................................... ix

LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS ................................................................... x

CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO......................................................................................... 1

1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 1

1.1 Problemática e Justificativa ............................................................................ 2

1.2 Objectivos ...................................................................................................... 3

1.2.1 Gerais ...................................................................................................... 3

1.2.2 Específicos .............................................................................................. 3

1.3 Metodologia .................................................................................................... 3

1.3.1. Tipo de Estudo......................................................................................... 4

1.3.2. Local de Estudo ....................................................................................... 4

1.4 Generalidades da Hidroeléctrica de Cahora Bassa ....................................... 5

1.4.1. Contextualização ..................................................................................... 5


1.4.1.1. Barragem.............................................................................................. 8

1.4.1.2. Central Hidroeléctrica ......................................................................... 10

1.4.1.3. Subestação Conversora ..................................................................... 11

CAPÍTULO II – REVISÃO TEÓRICA DO SISTEMA DE TRANSMISSÃO HVDC E


RECTIFICADORES TRIFÁSICOS ................................................................................ 19

2. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 19

2.1. Sistemas de Energia .................................................................................... 19

2.1.1. Sistema HVAC .......................................................................................... 21

2.1.2. Sistema HVDC .......................................................................................... 22

2.1.2.1. Constituição do Sistema HVDC .......................................................... 24

2.1.2.2. Tipos de Sistemas HVDC ................................................................... 28

2.2. Rectificadores Trifásicos .............................................................................. 31

2.2.1. Rectificador Trifásico Não Controlado ................................................... 32

2.2.2. Rectificador Trifásico Controlado ........................................................... 34

2.2.3. Configurações do Rectificadores ........................................................... 36

2.2.4. Rectificador Controlado de 6 Pulsos...................................................... 37

2.2.5. Rectificador Controlado a 12 Pulsos...................................................... 39

CAPÍTULO III – CONTROLO E REGULAÇÃO DE TENSÃO DO SISTEMA HVDC .... 42

3. INTRUDUÇÃO ....................................................................................................... 42

3.1. Controlo do Sistema HVDC .......................................................................... 42

3.1.1. Princípios Básicos de Controlo .............................................................. 42

3.2. Regulação de Tensão .................................................................................. 46


3.2.1. Regulação de Tensão do Sistema HVDC .............................................. 47

3.2.1.1. Controlo do Alfa ( Control) ............................................................... 48

3.2.1.2. Controlo da Tensão na Entrada do Rectificador ( Control)........... 48

3.2.2. Controlo da Tensão na Linha................................................................. 49

CAPÍTULO IV – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ............................................ 57

4.1. Conclusão .................................................................................................... 57

4.2. Recomendações .......................................................................................... 58

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 59

ANEXOS ....................................................................................................................... 62
DEDICATÓRIA

‘’À minha querida mãe Caritas Niyonzima (in memory), cujo empenho em me
educar sempre veio em primeiro lugar. Aqui estão os resultados dos seus esforços.
Com muita gratidão.’’

i
AGRADECIMENTOS

A Deus por me proporcionar perseverança durante toda a minha vida.

Ao meu pai Hermes Guirukwishaka pelo apoio e incentivo que serviram de alicerce
para as minhas realizações e também por me tornar quem eu sou.

Aos meus irmãos Nimpaye Derricky, Ancila Niyubunto, Irakoze Lydia, Uwimana
Graça G. Hermes, Girukwishaka Alain G. Hermes e Ineza Blessing G. Hermes pela
amizade e atenção dedicadas quando sempre precisei e por acreditarem em mim.

À minha namorada Felícia Lizeti da Graça Augusto pelo seu amor incondicional e
por compreender minha dedicação ao trabalho de final do curso.

Aos meus supervisores Eng.º. Humberto M. Sede e Eng.º. Luís Simone.

A todos os meus amigos em especial Samuel M. Sigauque, Eleutério da Fátima


Diamantino, Manuel A. Cabral, Firmino D. Mpuecha, Elsa A. Adamo, a ‘’Team
Lichinga’’ e a toda liga ‘’Ferro Quente’’.

Aos colegas do curso que compartilharam dos inúmeros desafios que enfrentamos,
sempre com o espírito colaborativo, de igual modo aos colegas de estágio Jeremias
M. Simbo, Jefté R. Vasco e Leonilde J. Langa.

Ao dr. André Raúl Seth Langa pela motivação e incentivo para encarar os desafios
do curso.

Também quero agradecer ao Instituto Superior Politécnico de Songo e o seu corpo


docente que demonstrou estar comprometido com a qualidade e excelência do
ensino.

ii
EPÍGRAFE

‘’O truque é nunca perder a esperança’’ (Tupac Amaru Shakur)

iii
RESUMO

Para que a instalação de geração possa transportar e distribuir a energia eléctrica,


seus impactos técnicos devem ser cuidadosamente estudados, sobretudo num
sistema robustos de transporte de energia eléctrica. Dentre esses impactos, a
influência da geração e transporte de energia eléctrica na regulação de tensão é um
aspecto muito importante, pois está directamente relacionada à qualidade do
fornecimento de energia aos seus receptores. Neste contexto, é de extrema
importância conhecer os meios para controlar a interacção entre a fonte, a carga e
os equipamentos de regulação de tensão (transformadores com comutadores de tap
em carga, banco de capacitares e reguladores de tensão) para que a tensão
permaneça dentro dos parâmetros admissíveis. Deste modo, este trabalho tem
como objectivo de analisar o circuito de regulação de tensão do sistema HVDC na
subestação de Songo. Para isso, serão implementados diagramas referentes às
diversas partes constituintes deste sistema e tabelas comparativas para identificar
os pontos de funcionamento normal e anormal do sistema.

Palavras-chave: Controlo, Regulação de tensão, Comutador de tap em carga,


Sistema HVDC, Subestação de Songo.

iv
ABSTRACT

In order for the generation installation to be able to transport and distribute electrical
energy, its technical impacts must be studied, especially in robust electrical energy
transmission systems. Among these impacts, the influence of electric energy
generation and transport on voltage regulation is a very important aspect, as it is
directly related to the quality of the energy supply to its receivers. In this context, it is
extremely important to know the means to control the interaction between a source,
the load and the voltage regulation equipment (transformers with on-load tap
changer, capacitor bank and voltage regulators) so that the permanent voltage of the
admissible parameters. Thus, this work aims to analyze the voltage circuit of the
HVDC system at Songo substation. For this, diagrams referring to the different
constituent parts of this system and comparative tables will be implemented to
identify the points of normal and abnormal functioning of the system.

Key-words: Control, Voltage regulation, On-load- tap changer, HVDC system,


Songo Substation.

v
LISTA DE TABELAS

Tabela 3.1 - Regulação de tensão com valores nominas de ,


e ................................................................................................ 51

Tabela 3.2 - Regulação de tensão com valores ajustados de ,


kV e ................................................................................................ 53

Tabela 3.3 - Regulação de tensão com valores ajustados de ,


e ................................................................................................ 54

Tabela 3.4 - Regulação de tensão com ajuste do controlador de com


, e ................................................................... 55

vi
LISTA DE FIGURAS

Figura 1.1 - Organograma do Departamento de Sistemas de Transporte -


Manutenção, Controlo e Protecção (DST-MCP) ......................................................... 6

Figura 1.2 - Organograma Geral da HCB ................................................................... 7

Figura 1.3 - Barragem de Cahora Bassa- Songo- Tete .............................................. 9

Figura 1.4 - Albufeira de Cahora Bassa – Songo – Tete .......................................... 10

Figura 2.1 - Diagrama de blocos de um sistema energético .................................... 20

Figura 2.2- Ilustração do sistema de energia eléctrica desde a produção, transporte


e distribuição. ............................................................................................................ 21

Figura 2.3 - Sistema de transmissão de energia eléctrica ........................................ 22

Figura 2.4 - Esquema de princípio para o transporte de energia em corrente


contínua .................................................................................................................... 23

Figura 2.5 - Unidades Conversoras da Subestação de Songo ................................. 25

Figura 2.6 - Transformadores Conversores da Subestação de Songo ..................... 26

Figura 2.7 - Banco de Filtros 3 AC da Subestação de Sogo .................................... 27

Figura 2.8 - Sistema de Elo Monopolar .................................................................... 29

Figura 2.9 - Sistema de Elo Bipolar .......................................................................... 30

Figura 2.10 - Sistema de Elo Homopolar .................................................................. 31

Figura 2.11 - Ponte de Greatz e Forma da tensão de entrada CA ........................... 33

Figura 2.12 - Forma de saída da tensão em CC Na ponte de Greatz ...................... 34

Figura 2.13 - Forma de saída da tensão em CC na ponte de Greatz com α=18°..... 36

Figura 2.14 - Forma de saída da tensão em CC na ponte de Greatz com α=90°.... 36

vii
Figura 2.15 - Configuração a 6 pulsos ...................................................................... 38

Figura 2.16 - Forma de distorção das harmónicas a 6 pulsos .................................. 39

Figura 2.17 - Configuração a 12 pulsos .................................................................... 40

Figura 2.18 - Forma de distorção das harmónicas a 12 pulsos ................................ 41

Figura 3.1 - Sistema de Transmissão HVDC ............................................................ 43

Figura 3.2 - Circuito Equivalente .............................................................................. 43

Figura 3.3 - Perfil da Tensão .................................................................................... 44

viii
LISTA DE ANEXOS

ANEXO 1 - Chapa característica de Mudança do Tap do Transformador Conversor


............................................................................................................................ A1.63

ANEXO 2 - Variação da Tensão CC com Parâmetros Ajustados (1) .................. A2.64

ANEXO 3 - Variação da Tensão CC com Parâmetros Ajustados (2) .................. A3.65

ANEXO 4 - Variação da Tensão CC com Parâmetros Ajustados (3) .................. A4.66

ANEXO 5 - Circuito TapChanger (360.1390) ...................................................... A5.67

ix
LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

ABREIATURAS

HVAC - High Voltage Alternat Current (Corrente alternada em alta tensão)

HVDC - High Voltage Direct Current (Corrente continua em alta tensão)

HCB - Hidroeléctrica de Cahora Bassa

CC - Corrente Continua

CA - Corrente Alternada

OLTC - On Load Tap Changer (Comutação do Tap em Carga)

EE - Energia Eléctrica

GG - Grupo Gerador

GMPC - Grid Master Power Control (Grelha Mestre de Controlo de potência)

SCR - Silicon Controled Rectifier (Rectificador de Silício Controlado)

Y - ∆ Ligação estrela - triângulo

Y - Y - Ligação estrela - estrela

ZAMCO - Zambeze Consórcio

ZESA - Zimbabwe Electricity Supply Autority (Autoridade de

Fornecimento de Electricidade do Zimbabwe)

ESKOM – Electricity Supply Commission (Comissão de Fornecimento de


Electricidade)

DST- MCP - Direcção de Sistemas de Transmissão – Manutenção,

Controlo e Protecção

x
VDCR – Voltage Dependent Current Regulation (Regulação de Corrente
Dependente da Tensão)

SIMBOLOS

Grandeza Unidade Símbolo


Corrente Ampere A
Energia Megawatt-hora MWh
Frequência Hertz Hz
Potência aparente Megavolt-amper MVA
Potência activa Kilowatt kW
Tempo Milissegundos ms
Temperatura Graus centígrados ℃
Tensão Volts V

xi
CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO

1. INTRODUÇÃO

A hidroeléctrica de Cahora Bassa é uma empresa Moçambicana de capital aberto


que atua no sector energético, cujo seu objectivo principal é a produção da energia
eléctrica e a comercialização da mesma para três países nomeadamente
Moçambique, África do Sul e Zimbabwe.

A energia produzida é enviada através de linhas aéreas de alta tensão a 220 kV


para a subestação de Songo, que contém dois parques: um de CA e outro de CC. A
Maior parte da energia eléctrica produzida pela HCB é comercializada para a
concessionária Eskom em Apollo na África Sul através de um sistema de
transmissão HVDC bipolar. O transporte de Energia Eléctrica pode realizar-se em
corrente alternada (CA) ou em corrente continua (CC) e pode ainda ser feito usando
cabos subterrâneos ou linhas aéreas, dependendo da distância e o nível de tensão
uma forma é mais viável que a outra, neste caso em análise o transporte é feito em
CC.

Este trabalho tem como foco o sistema HVDC, na análise do controlo e regulação de
tensão na saída do parque CC da subestação de Songo. Face a necessidade de
funcionamento contínuo do transporte de energia eléctrica, é preciso monitorar os
parâmetros da rede de forma rigorosa. Este procedimento aumenta a fiabilidade do
sistema como exigido pelo cliente.

Tendo em vista a importância do controle e regulação de tensão no transporte de


energia eléctrica em CC na subestação de Songo, o circuito de Controlo e
Regulação de Tensão (Tap Changer Control) será analisado com possibilidade de
melhoria caso se justifique a sua implementação..

Sengiyunva Elie | Controlo e Regulação de Tensão do Sistema HVDC 1


1.1 Problemática e Justificativa

O sistema HVDC da subestação de Songo tem como objectivo principal converter a


energia eléctrica gerada em corrente alternada na central hidroeléctrica para
corrente contínua e depois transportada para uma concessionária sul-africana
(ESKOM) que dista a cerca de 1400km de Songo, através de um sistema de
conversão bipolar que é constituído por oito (8) pontes rectificadoras, duas (2) linhas
de transporte e dois (2) eléctrodos de terra com uma tensão total de 533 kV por pólo,
porém um dos pólos é negativo.

Em sistemas complexos de energia, que é o caso da interligação da subestação de


Songo com a rede nacional e redes internacionais em corrente alternada e corrente
continua e em níveis de tensões distintas, em caso de falha do sistema HVDC afecta
o sistema HVAC assim criando a instabilidade em toda a rede. Sendo assim
necessário que haja um controlo dos parâmetros do sistema para garantir a
estabilidade do mesmo.

O foco deste trabalho está baseado na análise do circuito de controlo e regulação de


tensão do sistema HVDC. Durante o funcionamento normal, o sistema HVDC está
sujeito a variações de tensão, que atentam ao seu bom funcionamento, caso a
regulação de tensão não seja bem sucedida haverá uma instabilidade na rede
causando a retirada de uma ou mais pontes, consequentemente haverá perda de
potência, desta maneira lesando financeiramente a empresa. Nessas variações de
tensão, a regulação de tensão é essencial para evitar danos ao sistema de
conversão de energia, bem como aos sistemas a montante e a jusante do mesmo.

Assim instala-se um circuito de controlo e regulação de tensão, para manter os


parâmetros desejados de tensão na rede e no sistema. E quando este controlo e
regulação de tensão for deficitário, o sistema entra em colapso, daí a importância do
desenvolvimento deste tema.

Sengiyunva Elie | Controlo e Regulação de Tensão do Sistema HVDC 2


1.2 Objectivos
1.2.1 Gerais

Em geral, o presente trabalho tem como objectivo analisar a importância que o


Circuito de Controle e Regulação de Tensão tem no sistema HVDC na subestação
do Songo.

1.2.2 Específicos

Para alcançar o objectivo geral, o trabalho terá os seguintes objectivos específicos:

 Descrever de forma genérica o empreendimento da HCB;


 Descrever a subestação de Songo, desde o barramento de chegada de
potência AC a 220kV;
 Apresentar as partes constituintes de um sistema HVDC e
 Analisar a regulação de tensão baseada no controlador HVDC.

1.3 Metodologia

Todas as ciências caracterizam-se pela utilização de métodos científicos; em


contrapartida, nem todos os ramos de estudo que empregam estes métodos são
ciências. Dessas afirmações podemos concluir que a utilização de métodos
científicos não é da alçada exclusiva da ciência, mas não há ciência sem o emprego
de métodos científicos. Assim, o método é o conjunto das actividades sistemáticas e
racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objectivo -
conhecimentos válidos e verdadeiros, traçando o caminho a ser seguido, detectando
erros e auxiliando as decisões do cientista. (LAKATOS e MARCONI, 2003)

A ciência utiliza-se de um Método que lhe é próprio, o Método científico, elemento


fundamental do processo do conhecimento realizado pela ciência para diferenciá-la
não só do conhecimento comum, mas também das demais modalidades de
expressão da subjectividade humana, como a filosofia, a arte e a religião.
(SEVERINO, 2007)

Sengiyunva Elie | Controlo e Regulação de Tensão do Sistema HVDC 3


1.3.1. Tipo de Estudo

Este estudo caracteriza-se como uma pesquisa indutiva com abordagem qualitativa,
como bases teóricas a pesquisa contou com dados quantitativos.

O método indutivo é um processo mental por intermédio do qual, partindo de dados


particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou universal,
não contida nas partes examinadas. Portanto, o objectivo dos argumentos indutivos
é levar a conclusões cujo conteúdo é muito mais amplo do que o das premissas nas
quais se basearam. (LAKATOS e MARCONI, 2003)

A indução e a dedução são duas formas diferentes de raciocinar. Na indução –


Método indutivo – o pensamento percorre um caminho partindo de fatos particulares
para fatos universais. Assim, a generalização é constatada após a observação dos
dados. Na indução o raciocínio, segundo (LAKATOS e MARCONI, 2003) passa por
três etapas:

 A observação dos fenómenos: o investigador parte da observação de fatos e


fenómenos, coma finalidade de descobrir as causas de sua manifestação.
 A descoberta da relação entre eles: a seguir, por meio da comparação, o
investigador aproxima os fatos para descobrira relação existente entre eles.
 Generalização da relação: com base na relação verificada, o investigador
generaliza a relação.

Usando o método indutivo para a realização do trabalho foi necessário fazer


pesquisas bibliográficas em livros e em arquivos técnicos da HCB; pesquisas on-line
em ficheiros digitais e em páginas de internet cujos links são apresentados na
bibliografia; conversas com trabalhadores da HCB com mais de 10 anos de
experiencia na área de controlo do sistema HVDC.

1.3.2. Local de Estudo

O presente relatório de estágio profissional será realizado com auxílio técnico de


colaboradores da HCB na unidade orgânica com a sigla (DST-MCP).

Sengiyunva Elie | Controlo e Regulação de Tensão do Sistema HVDC 4


1.4 Generalidades da Hidroeléctrica de Cahora Bassa
1.4.1. Contextualização

O complexo Hidroeléctrico de Cahora Bassa está a funcionar desde 1975 e


compreende diversas infra-estruturas de engenharia. Central Hidroeléctrica,
Subestação Conversora de Songo, Linhas de Transmissão HVDC e HVAC e
Subestação do Matambo - permitindo a produção, transporte e comercialização de
energia, com participações de Moçambicaque em 85% e com 15% de participações
de Portugal, isto desde a sua reversão a 27 de Novembro de 2007 A Hidroeléctrica
que leva o mesmo nome do Distrito, Cahora Bassa, provém de ``Kahoura Bassa´´da
língua local Cinyungue e significa ``Acabou Trabalho``. Esses elementos são
habilmente integrados e alinhados aos padrões operacionais globais, permitindo a
produção de energia limpa, fiável e qualidade.

Na figura 1.1 podemos ver o organograma do departamento especificamente onde o


estágio profissional foi realizado para a execução do presente trabalho denominado
Direcção de Sistemas de Transporte – Manutenção, Controlo e Protecção (DST-
MCP) e a figura 1.2 ilustra o organograma geral da HCB.

Sengiyunva Elie | Controlo e Regulação de Tensão do Sistema HVDC 5


Figura 1.1 - Organograma do Departamento de Sistemas de Transporte - Manutenção,
Controlo e Protecção (DST-MCP)

Fonte: HCB, 2021

Sengiyunva Elie | Controlo e Regulação de Tensão do Sistema HVDC 6


Figura 1.2 - Organograma Geral da HCB

Fonte: HCB, 2021

Sengiyunva Elie | Controlo e Regulação de Tensão do Sistema HVDC 7


Para que o empreendimento da HCB alcance os seus objectivos tem as seguintes
partes que o constituem:

 Barragem;
 Central Eléctrica;
 Subestação Conversora e
 Linhas de transporte.

1.4.1.1. Barragem

A barragem de Cahora Bassa situa-se no sul do Rio Zambeze, na província de Tete


a 120 km desta cidade de Tete, em Moçambique. Está instalada numa estreita
garganta do rio Zambeze, cujo corpo é de betão, do tipo abóbada de dupla curvatura
com uma altura a partir das fundações de 171 m, um comprimento no coroamento
de 303 m, uma espessura máxima nas fundações de 21,5 m, espessura mínima no
coroamento de 5 m.

O controlo das cheias é feito através dos órgãos de descarga da barragem, os


descarregadores de fundo em número de oito e um de superfície, cuja capacidade
máxima de escoamento é de 14000 m3/s. A construção da barragem iniciou em
1969 e terminou a 01 de Junho de 1974, dando início ao enchimento da albufeira, e
a obra estava encarregue a ZAMCO, que envolvia cinco países, designadamente, a
França, Alemanha, Itália, Portugal e África do Sul. A capacidade actual instalada de
produção de energia através da Central Hidroeléctrica Sul é de 2075 MW,
abastecendo a Moçambique cerca de 300 MW desde o acordo com os novos
contractos de concessão, África do Sul 1100 MW, Zimbabwe 400 MW e decorrem
negociações para o abastecimento do Malawi com energia eléctrica de Cahora
Bassa.

Sengiyunva Elie | Controlo e Regulação de Tensão do Sistema HVDC 8


Figura 1.3 - Barragem de Cahora Bassa- Songo- Tete

Fonte: HCB, 2021

A sua albufeira é a quarta maior de África depois de Assuão, Volta e Kariba, com
uma extensão máxima de 250 km em comprimento e 38 km de afastamento entre
margens, ocupando cerca de 2700 km² e tendo uma profundidade média de 26
metros.

Sengiyunva Elie | Controlo e Regulação de Tensão do Sistema HVDC 9


Figura 1.4 - Albufeira de Cahora Bassa – Songo – Tete

Fonte: HCB, 2021

1.4.1.2. Central Hidroeléctrica

A central da Hidroeléctrica de Cahora Bassa é uma das maiores cavernas


construídas pelo homem com 220 m de comprimento, 29 m de largura e 60 m de
altura situada na margem sul do Rio Zambezi. No interior da caverna estão
instalados 5 Grupos Geradores (GG) cada um destes GG é formado por uma turbina
tipo Francis, de fabrico europeu pelas companhias ALSTOM e ZOICO, acoplada
directamente a um alternador trifásico, fabricado pelas companhias ALSTOM, BBC,
SIEMENS e AEG com seguintes características:

 Potência da turbina……………………………….415 MW
 Potência do alternador……………………………480 MVA
 Velocidade nominal (rotação dos grupos) ……107,11 rpm
 Nível de descarga………………………………….452 m³/s
 Frequência…………………………………………..50 Hz
 Factor de potência (cosφ) ……………………….0,85 Indutivo
 Tensão nominal do alternador principal…………16 kV

Sengiyunva Elie | Controlo e Regulação de Tensão do Sistema HVDC 10


A energia eléctrica produzida por cada GG a uma tensão de 16 kV, é transformada e
elevada a um nível de 220 kV por um banco trifásico de transformadores de potência
monofásicos de 160 MVA ligados em estrela, e através de cabos 220 kV a óleo a
energia é transmitida até a plataforma de transição onde é seccionada e transmitida
para alimentar a subestação conversora de Songo. Cada GG possui uma tomada de
água, a qual se segue uma conduta forçada de secção circular 9,7 m de diâmetro,
170 m de comprimento e declive de 45º.

A central da HCB possui cinco (5) GG responsáveis pela geração de energia


eléctrica de 2075 MW para alimentação da subestação conversora de Songo através
de cinco (5) linhas trifásicas de transmissão aéreas a 220 kV suportadas por dois
tipos de torres, sendo duas (2) delas de linhas de transmissão dupla e uma (1) de
linha de transmissão de linha simples até o barramento de 220KV da subestação de
Songo.

1.4.1.3. Subestação Conversora

A subestação de Songo é uma estação do tipo conversora que possui dois parques
sendo CC e CA, recebe toda a energia gerada pelos cinco (5) GG da Central
Hidroeléctrica de Cahora Bassa no total de 2075 MW em demanda máxima, através
de cinco (5) linhas trifásicas que ligam ao barramento de 220KV.

 Parque de Corrente Alternada Parque CA

O parque CA é uma das partes da Subestação conversora de Songo que assegura


todos os equipamentos e dispositivos de corrente alterna, e estão subdivididos em
partes denominadas painéis que são:

 Painel de chegada do Grupo Gerador;


 Painel do transformador dos Serviços Auxiliares;
 Painel de transferência (Acoplamento de Barramentos);
 Painel da Ponte Conversora;
 Painel do Filtro AC;
 Painel de Saída Tete (linhas B01 e B02);

Sengiyunva Elie | Controlo e Regulação de Tensão do Sistema HVDC 11


 Painel de Saída Bindura.

 Painel de Chegada do Grupo Gerador

Chama-se Painel do Grupo Gerador a cada um dos cinco pontos terminais das
linhas de Alta Tensão, nos Barramentos de 220kV da subestação conversora do
Songo, provenientes da Central Hidroeléctrica de Cahora Bassa.

Estas linhas transportam, a partir da Plataforma de Transição, a energia eléctrica


produzida na Central após elevação do nível de tensão de 16kV para 220kV. O
Painel é também designado por “Travée” ou “Bay”.

 Painel do Transformador dos Serviços Auxiliares

Chama-se Painel do Transformador dos Serviços Auxiliares (TSA´s) ao conjunto de


equipamentos que ocupam os painéis com os nºs 19 (TSA1) e 20 (TSA2). Estes, são
alimentados a partir de duas chegadas provenientes dos barramentos de 220kV, da
Subestação Conversora do Songo, e apresentam uma tensão na saída de 20kV,
após passagem por um transformador de potência redutor 220/20kV. As suas saídas
alimentam o Quadro Geral de 20kV situados nos reis do chão do corpo A do Edifício
da Subestação.

 Painel de Transferência (Acoplamento de Barramentos)

A Travée Transferência, ou Acoplamento de Barramentos, tem como função


principal permitir a ligação eléctrica entre o jogo de Barras I e o jogo de Barras II, ou
como são vulgarmente designados, entre o barramento I e o barramento II.

Inicialmente os equipamentos que constituem este painel estavam instalados entre a


área A12 e A14 do parque de corrente Alternada. No entanto, devido à necessidade
de criar condições para a instalação futura dos painéis das Resistências de
Frenagem (Breaking Resistors), foi necessário redesenhar o painel inicial, estando
actualmente os equipamentos associados a este painel instalados entre a área A12
(Seccionadores a2), A14 (Disjuntores SF6) e A16 (Seccionadores a1).

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A necessidade de automatização de algumas funções de Controlo que antes eram
executadas manualmente pelos Operadores, e a implementação de um novo
sistema de Controlo via GMPC (exploração em modo ângulo), ditou a instalação de
um relé automático, para verificação das condições de sincronismo dos 2
barramentos, este relé da Siemens, designado por: “Syncro Check Relay” é
responsável pela verificação das condições de sincronismo pré - definidas para o
fecho do disjuntor.

Paralelamente, foi instalado na Travée Transferência um novo Disjuntor a SF6,


modelo 3AT2 da SIEMENS, em substituição do antigo Disjuntor PK4B, a ar
comprimido.

 Painel de Saída Tete (linhas BO1 e BO2)

Chama-se Travée Tete 1 e Travée Tete 2 a cada um dos dois terminais das linhas
de Alta Tensão (B01 e B02), respectivamente, nos Barramentos de 220kV da
Subestação Conversora do Songo, que interligam a Subestação do Songo e a
Subestação de Matambo. A partir desta Subestação são alimentadas as zonas
Centro e Norte de Moçambique, através de linhas de alta tensão para Caia a 220kV,
Chibata a 110kV, Tete e Mutarara a 33kV.

As linhas B01 e B02, são constituídas por condutores “ACSR” do tipo ZEBRA, para a
linha B01, e CONDOR de 455 mm2, para a linha B02. Os condutores de fase são
constituídos por feixes duplos, para Tete 2, e feixe simples para Tete 1. As linhas
têm um comprimento aproximado de 120km.

 Painel de Saída Bindura

O Painel de Bindura é uma extensão do parque CA da Subestação de Songo, e é


assim designado por se tratar de um parque de onde sai a linha de 330 (400) kV que
transmite energia eléctrica à Subestação de Bindura no Zimbabwè. A energia é
recebida num dos barramentos do parque AC, a 220 kV, e é transmitida a um
transformador de três (3) enrolamentos 220/330(400)/33 kV, adstrito ao painel, onde
se dá a elevação da tensão para posterior transmissão de energia.

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O Painel de Bindura é constituído por seis (6) travées, nomeadamente, travée do
transformador – lado dos 220 kV, travée do transformador – lado dos (330) 400 kV,
travée da linha de Bindura, travée da futura linha, travée da reactância e travée do
transformador de serviços auxiliares. Para cada travée tem as suas respectivas
protecções.

 Painel do Filtro AC

Chama-se Painel dos filtros CA ao conjunto de equipamentos constituídos por 2


bancos de filtros designados por Filtros CA1 e Filtros CA2 que ocupam
respectivamente os painéis 10 e 18, e se encontram ligados aos Barramentos de
220kV da Subestação Conversora do Songo.

Os filtros CA, constituídos por equipamentos passivos, têm como funções principais,
a filtragem [eliminação] de harmónicos no barramento CA, produzidos no sistema de
rectificação CA/CC e o fornecimento energia reactiva para compensação da energia
reactiva consumida pelas pontes conversoras CA/CC. Cada ponte conversora
consome 140 MVAR que são fornecidos pelos GG e o banco de filtros. Estes valores
justificam a necessidade de se ter grandes bancos de condensadores associados
aos painéis dos Filtros CA.

 Parque de Corrente Contínua

O parque CC é uma das partes da subestação conversora de Songo que assegura


todos os equipamentos e dispositivos de corrente contínua, nos quais se destacam
os seguintes:

 Pontes Conversoras;
 Sala de Controlo de Válvulas;
 Filtros CC

 Pontes Conversoras

Designa-se uma Ponte conversora a um conjunto de equipamentos interligado para


a conversão da energia eléctrica em CA para CC. A cada uma das oito saídas

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existentes ligados aos Barramentos de 220kV, e, que alimentam os
Transformadores Conversores localizados no parque CC. Os Transformadores
Conversores fazem a separação galvânica entre os dois parques. As pontes
conversoras estão distribuídas pelos parques CA e CC, de uma forma simétrica,
tendo-se num dos lados as pontes conversoras de índice ímpar (1,3,5 e 7) e no
outro lado, as pontes conversoras de índice par (2,4,6 e 8), formando assim o pólo 1
e 2, respectivamente.

As pontes conversoras são compostas de equipamentos que garante o seu bom


funcionamento que são:

 Transformadores Conversores

Designa-se por transformadores conversores a um conjunto de 3 transformadores


monofásicos especiais alimentados a partir do barramento de 220kV, que produzem
no seu secundário, uma tensão de saída de 114kV, que é posteriormente utilizada
na alimentação da válvula conversora. Estes transformadores monofásicos
apresentam as seguintes características eléctricas:

 Potência nominal de 96,7 MVA


 Enrolamento primário: 230 kV/ 16%kV em 13 tomadas
 Enrolamento secundário: 114 kV/ 16%kV
 Impedância 16%

Os transformadores associados aos painéis conversores: 1, 2, 5 e 6 têm o seu


secundário ligado em estrela, portanto são, transformadores .

Os transformadores associados aos painéis conversores: 3, 4, 7 e 8 têm o seu


secundário ligado em triângulo, portanto são, transformadores .

Este tipo de ligação, do lado do secundário, possibilitará a exploração do sistema de


rectificação a 6 pulsos ou a 12 pulsos, conforme o tipo de associações que se
vierem a realizar.

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 Válvulas Conversoras

Cada um dos pólos é constituído por 4 pontes conversoras ligadas em série e


distribuídas de acordo com o nível de potencial correspondente a 133, 266, 400 e
533kV em CC. Cada ponte conversora consiste basicamente em 3 válvulas
conversoras, que por sua vez são constituídos por 2 ramos de válvulas.
Normalmente à válvula conversora estão associados os seguintes equipamentos:

 Tanque de Válvula

É constituída por dois módulos de válvulas de tirístores, onde cada módulo é


composto por 280 pares de tirístores ligados em série e que se encontram montados
num tanque de prata imersos em óleo de transformador.

O terminal CA está ao mesmo potencial da base do tanque de válvula, enquanto o


terminal CC é elevado ao topo do tanque através dos bushings de alta tensão,
também designadas por travessias.

O óleo de transformador desempenha uma dupla função que é de refrigeração


assim como de isolamento. O óleo circula dentro do tanque de válvula com um fluxo
de 5000 litros/minuto e a sua temperatura máxima no interior e no exterior da válvula
é de 40º e 47º, respectivamente.

 Transmissor Óptico

Os transmissores ópticos transmitem a informação digitalizada entre a sala de


controlo CC e a própria válvula rectificadora. Os canais de comunicação usados
apenas permitem uma comunicação num único sentido.

A transmissão dos sinais é feita com recurso a díodos do tipo Gás, enquanto a
recepção é por meio de díodos fotoeléctricos. A parte interior do isolador está a uma
pressão de 5 bar, com objectivo de aumentar o nível de isolamento.

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 Curto Circuitadores

Estes são instalados na ponte conversora como elementos de protecção e servem


para curto circuitar o lado CA da ponte em casos de ocorrência de um curto-circuito
interno a nível da própria válvula, e assim reduz o valor de tensão até zero.

 Amplificador de Impulsos

A função de amplificador de impulso é de aumentar o nível de potência de sinais


recebidos via transmissores ópticos de maneira a propiciar o disparo de tirístores na
válvula.

 Sistema de Refrigeração

As perdas de calor geradas no tanque de válvulas de tirístor são transmitidas ao


exterior por meio do óleo que circula nos tanques de válvulas. O óleo quente
encontra-se a uma temperatura de 45.1 °C e é bombeado para o interior do
permutador de calor por meio de bombas de óleo. Depois de passar pelo
permutador de calor, o óleo frio atinge a temperatura de 40 °C. As perdas de calor
são transferidas ao circuito de água através do permutador de calor. A água quente
a temperatura de 37 °C flui de volta a bacia de água quente através de um canal
aberto de concreto, comum para todas as pontes conversoras. A água quente é
bombeada para o interior das celas na torre de refrigeração e colectadas para a
bacia de água fria após a refrigeração. A água fria a temperatura de 34 °C é
recirculada para o interior do permutador de calor através das bombas de água fria
por meio de tubagens.

As perdas de calor a serem dissipadas são de 15,5x106 Kcal/h, e que em cada


ponte conversora é composta por 4 permutadores de calor e que estes
permutadores são de cascos e tubos com o fluxo cruzado. Cada permutador é
constituído por 1500 tubos no seu interior, cujo diâmetro é de 12 milímetros que
fazem parte do sistema de refrigeração dos transformadores conversores.

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 Sala de Controlo de Válvulas

Os equipamentos electrónicos para regulação, controlo e protecção das válvulas


conversoras e da subestação de corrente contínua encontra-se localizado em
armários numa sala blindada e preparada para o efeito, este local é chamado Sala
de Controlo de Válvulas. Esta sala alberga todos os armários de Controlo e medida
das pontes, dos polos e de Estação.

A electrónica empregue nos elementos/componentes electrónicos é analógica, como


tal muito sensível a perturbações exteriores, daí a criação duma parede blindada e
montagem de filtros separando o interior da sala do exterior.

 Filtros CC

Na saída de um sistema rectificador obtemos corrente contínua pulsante, ou seja,


formada pelos semicíclos da corrente alternada que são conduzidos pelas válvulas
conversoras (tirístores). Esta corrente contínua não é pura, não servindo para
alimentar a maioria dos circuitos electrónicos. A corrente contínua pulsante da saída
de um sistema rectificador precisa passar por um processo de filtragem que,
dependendo da aplicação, deve ser o mais eficiente quanto seja possível.

A filtragem da corrente contínua pulsante pode ser realizada de diversas formas. A


mais simples é a obtida com a utilização de um circuito capacitivo ligado em paralelo
com a saída do sistema de conversão e também o filtro CC é conectado entre o
barramento de pólo e o barramento neutro para desviar os harmónicos CC para a
terra e assim os impedindo de entrar nos sistemas CC.

Sengiyunva Elie | Controlo e Regulação de Tensão do Sistema HVDC 18


CAPÍTULO II – REVISÃO TEÓRICA DO SISTEMA DE TRANSMISSÃO HVDC E
RECTIFICADORES TRIFÁSICOS

2. INTRODUÇÃO

Neste capítulo abordar-se-á a cerca dos sistemas de transmissão HVDC e as teorias


relacionadas aos conversores de energia eléctrica CA/CC, limitando-se apenas para
aos rectificadores trifásicos.

2.1. Sistemas de Energia


A transmissão de energia eléctrica é feita em dois modos, em corrente contínua
(HVDC) e em corrente alternada (HVAC). Este capítulo dará ênfase ao sistema de
transmissão HVDC. A transmissão de energia eléctrica em corrente contínua é uma
alternativa de transmissão de energia eléctrica interessante para o transporte de
grandes quantidades de energia através de longas distâncias. Também utilizada
para conectar dois sistemas CA de frequências diferentes, para isso são utilizados
conversores CA/CC e CC/CA.

Como nota introdutória serão revistos os conceitos teóricos de um sistema de


energia eléctrica no geral e dos sistemas HVAC e HVDC.

A energia eléctrica é uma forma de energia universal. Ela pode ser transformada de
uma maneira simples e económica, em outras formas de energia como a térmica,
luminosa, mecânica, etc. A energia eléctrica é a base para um considerável número
de sistemas como os de electrónica, automação, controle, comunicações que,
mesmo nos casos em que consomem pouca energia, são essenciais numa série de
equipamentos e técnicas modernas. A electricidade é usada na maioria dos
processos tecnológicos industriais e agrícolas, e na vida corrente de toda a
população. Hoje pode-se dizer sem dúvidas que o grau de electrificação de um país
é uma medida do seu desenvolvimento técnico, económico e social.

A energia eléctrica produzida nas centrais, é na realidade um resultado da


transformação de outras formas primárias de energia, como a energia hídrica,

Sengiyunva Elie | Controlo e Regulação de Tensão do Sistema HVDC 19


térmica dos combustíveis gasosos, líquidos e sólidos, a energia eólica do vento, a
energia solar, a energia nuclear. A figura 2.1 apresenta, em forma de diagrama de
blocos, a estrutura de um sistema energético.

Figura 2.1 - Diagrama de blocos de um sistema energético

Fonte: Power System, (UEM, pág.1)

O sistema de energia eléctrica é o conjunto de todas as instalações e equipamentos


destinados à:

 Geração;
 Transporte e
 Distribuição de energia eléctrica.

 Geração

Este subsistema é responsável pela produção de energia eléctrica, que consiste na


transformação de outras formas de energia em energia eléctrica, que se cumpre por
vários processos. Em função do tipo de energia a transformar, existe e define-se
diferentes tipos de centrais.

 Transporte

Atendendo a distância a que se encontram as centrais em relação aos centros de


consumo, torna-se necessário efectuar o transporte de energia para estes centros.
Para a interligação das subestações transporte é feito em alta tensão que pode ser

Sengiyunva Elie | Controlo e Regulação de Tensão do Sistema HVDC 20


em corrente alternada (HVAC) se for numa distância curta e em corrente contínua
(HVDC) se for em distâncias longas.

 Distribuição

Pelo facto de o consumidor não utilizar a energia a tensões tão elevadas, por razões
de segurança e económicas, torna-se necessário junto dos centros ou locais de
consumo, reduzir a tensão para níveis adequados, isto é, em média tensão (MT)
para consumidores industriais, e em baixa tensão (BT) para a generalidade dos
consumidores domésticos.

Figura 2.2- Ilustração do sistema de energia eléctrica desde a produção, transporte e


distribuição.

Fonte: Electronics Hub, pág.19

2.1.1. Sistema HVAC


As centrais eléctricas são instalações responsáveis pela transformação dos recursos
energéticos primários em energia eléctrica. Habitualmente, a tensão de produção de
energia eléctrica situa-se entre os 6 e 20 kV, mas por razões técnicas e económicas
o transporte é feito em tensões mais elevadas cujos limites actuais se situam nos
1000 kV.

Sengiyunva Elie | Controlo e Regulação de Tensão do Sistema HVDC 21


A corrente alternada em alta tensão foi adoptada para o transporte de energia
eléctrica para interligação de subestações devido à facilidade relativa que esta
apresenta para ter o valor de sua tensão alterada por intermédio de
transformadores.

O sistema HVAC é basicamente composto por:

 Linhas de transmissão;
 Transformadores de potência;
 Compensadores estáticos de energia reactiva e
 Dispositivos de medição e protecção.
A ligação entre barramentos das centrais ou subestações e os consumidores é feita
pelas linhas transporte. Esta inclui os transformadores elevadores, as linhas de alta
tensão e os transformadores abaixadores mudando os seus parâmetros
nomeadamente tensão e corrente. É também nas subestações que se localizam os
compensadores estáticos de energia que servem para corrigir as quedas de tensão
ao longo da linha de transporte e diversa aparelhagem de manobra e protecção
como disjuntores, seccionadores, relés, entre outros. A figura apresenta
esquematicamente um sistema simples de transmissão de energia eléctrica em alta
tensão em corrente alternada desde a central até a subestação e posteriormente até
ao consumidor.

Figura 2.3 - Sistema de transmissão de energia eléctrica

Fonte: Power System, (UEM, pág.4)

2.1.2. Sistema HVDC


Corrente contínua em alta tensão (HVDC), é uma tecnologia comprovada, usada
para transportar electricidade por longas distâncias por linhas de transporte, aéreas
ou cabos submarinos, também é usado para interligar sistemas de energia

Sengiyunva Elie | Controlo e Regulação de Tensão do Sistema HVDC 22


separados, onde as conexões tradicionais de corrente alternada (CA) não podem ser
usadas. “A tecnologia de corrente contínua de alta tensão (HVDC) oferece várias
vantagens em comparação com os sistemas de transporte de corrente alternada.”.
(JONNSTONE, JOHNSON e HILBURN, 2007)

O aumento das distâncias de transporte de energia eléctrica acompanhado do


aumento de potências e tensões de transmissão veio levantar novos problemas nos
sistemas de corrente alternada trifásica. Estes problemas estão associados com a
estabilidade dos geradores e perdas de tensão, que resultam da acção da indutância
e capacitância das linhas de transporte e, ainda, o elevado custo das instalações.
Em corrente continua as reactâncias indutiva e capacitiva deixam de ter efeito
resultando em menores perdas de tensão. Além disso, em iguais condições de
isolamento (mesma tensão máxima em relação à terra), as perdas de potência em
corrente contínua são muito inferiores as do transporte da mesma potência em
corrente alternada trifásica.

Portanto, nas mesmas condições de transporte o sistema em corrente alternada tem


perdas por efeito Joule pelo menos duas vezes mais em relação ao sistema de
corrente contínua. Estas menores perdas de potência na linha, ou a consequente
economia de condutores para perdas iguais, apresenta grandes vantagens para
transporte de energia de grandes potências para grandes distâncias. O esquema de
princípio do transporte em corrente contínua é mostrado na figura 2.4.

Figura 2.4 - Esquema de princípio para o transporte de energia em corrente contínua

Fonte: Power System (UEM, pág.11)

O processo envolvido é simples teoricamente, só que, na prática, é muito complexo,


pois envolve altas tensões e dispositivos semicondutores de potência. A energia de
dois ou mais sistemas vizinhos é primeiro convertida em CC com a ajuda do sistema

Sengiyunva Elie | Controlo e Regulação de Tensão do Sistema HVDC 23


rectificador de potência. Após a soma, a potência resultante é novamente convertida
em CA com a ajuda do inversor de potência e fornecida a diferentes redes.

2.1.2.1. Constituição do Sistema HVDC


O sistema HVDC é constituído pelos seguintes componentes:

 Unidade de Conversão
 Transformadores Conversores
 Filtros
 Filtros AC
 Filtros CC
 Filtros de alta frequência
 Capacitores de derivação ou compensação reactiva
 Reactor de suavização
 Linhas de Transporte

 Unidade Conversora

A unidade conversora também chamada de ponte conversora, é o conjunto de


componentes destinados a fazer a rectificação CA para CC, esta rectificação é feita
com base em módulos de tirístores mergulhados num tanque de preenchido por óleo
designado por tanque de válvulas como descrito no cap.3.

Sengiyunva Elie | Controlo e Regulação de Tensão do Sistema HVDC 24


Figura 2.5 - Unidades Conversoras da Subestação de Songo

Fonte: Autor. 2021

 Transformadores Conversores

Os transformadores usados antes da rectificação de CA no sistema HVDC são


transformadores fabricados especialmente para conversão e esses são chamados
de transformadores conversores.

Os enrolamentos do lado da válvula dos transformadores são ligados em estrela e


triângulo com neutro não aterrado e os enrolamentos do lado da alimentação CA são
ligados em paralelo com o neutro aterrado.

O projecto do transformador conversor é um pouco diferente daquele usado em


sistemas CA. Eles são projectados para suportar tensões CC e maiores perdas de
correntes parasitas devido a correntes harmónicas.

O conteúdo de harmónicas num transformador conversor é muito maior em


comparação com o transformador convencional, o que causa fluxo de vazamento
adicional e resulta na formação de pontos de acesso locais nos enrolamentos que
causa aquecimento dentro da cuba do transformador. Para evitar esses pontos

Sengiyunva Elie | Controlo e Regulação de Tensão do Sistema HVDC 25


quentes, shunts magnéticos adequados e arranjos de refrigeração eficazes são
necessários.

Figura 2.6 - Transformadores Conversores da Subestação de Songo

Fonte: Autor, 2021

 Filtros

Devido ao disparo repetitivo de tirístores, harmónicas são geradas no sistema


HVDC. Essas harmónicas são transmitidas para a rede CA que levarão ao
sobreaquecimento de equipamentos e também à interferência no sistema de
comunicação. Para reduzir as harmónicas, são usados filtros e técnicas de filtragem.

Sengiyunva Elie | Controlo e Regulação de Tensão do Sistema HVDC 26


Figura 2.7 - Banco de Filtros 3 AC da Subestação de Sogo

Fonte: Autor, 2021

Aos tipos de filtros incluem:

• Filtros AC

Eles são feitos com componentes passivos e fornecem baixa impedância e


caminhos de shunt para correntes harmónicas CA. Os arranjos de filtros
sintonizados e amortecidos são geralmente usados no sistema HVDC.

• Filtros DC

Semelhante aos filtros CA, eles também são usados para filtrar as harmónicas.
Filtros usados no lado CC, geralmente menores e mais baratos do que os filtros
usados no lado CA. Os filtros CC modernos são do tipo activo em que a parte
passiva é reduzida ao mínimo.

Filtros CC especialmente projectados são usados em linhas de transporte HVDC


para reduzir os distúrbios causados em sistemas de telecomunicações devido a
harmónicas.

Sengiyunva Elie | Controlo e Regulação de Tensão do Sistema HVDC 27


• Filtros de alta frequência

Eles são fornecidos para suprimir as correntes de alta frequência e são conectados
entre o transformador do conversor e o barramento CA da estação. Às vezes, eles
são conectados entre o filtro DC e a linha DC e também no lado neutro.

 Linhas de Transporte

As linhas aéreas actuam como um meio de interligação mais frequente para o


transporte de energia. Dois condutores com polaridade diferente são usados em
sistemas HVDC para transferir a energia da extremidade de envio para a
extremidade de recepção.

O tamanho dos condutores necessários no transporte CC é pequeno para a mesma


capacidade de manuseio de energia no transporte de energia CA. Devido à ausência
de frequência, não há efeito pelicular nos condutores.

Cabos CC de alta tensão são usados em caso de transmissão submarina. A maioria


desses cabos são cabos a óleo. O seu isolamento consiste em fitas de papel
impregnadas com óleo de alta viscosidade

2.1.2.2. Tipos de Sistemas HVDC


Existem basicamente três tipos de sistemas HVDC e são mostrados abaixo:

 Link Monopolar

Neste sistema DC, os conversores de envio e recepção são conectados por um


único condutor (ou linha) com polaridade positiva ou negativa. Principalmente a
polaridade negativa é preferida em linhas aéreas devido à menor interferência de
rádio frequência. (KIMBARK, 1971)

Ele usa a terra previamente preparada como caminho de retorno. Às vezes, um


retorno metálico também é usado. Deve-se notar que o aterramento oferece menos
resistência a CC em comparação com CA. A figura 2.8 mostra um link monopolar.

Sengiyunva Elie | Controlo e Regulação de Tensão do Sistema HVDC 28


Figura 2.8 - Sistema de Elo Monopolar

Fonte: Autor, 2021

 Link Bipolar

Esta é a configuração mais/comummente usada do sistema HVDC. Ele usa dois


condutores, um condutor é o pólo positivo e o outro condutor é o negativo e da
mesma magnitude (caso da HCB a tensão nos polos é de ± 533KV).

Cada terminal possui dois conjuntos de conversores de classificações idênticas


conectados em série no lado CC. Os pontos neutros (junção entre os conversores)
são aterrados numa ou ambas as extremidades e, portanto, os pólos operam de
forma independente.

Normalmente, os dois pólos são operados com a mesma corrente e, portanto, não
há corrente de terra fluindo nessas condições. Em caso de falha num condutor, o
outro condutor com retorno à terra pode fornecer metade da carga nominal e, assim,
aumentar a fiabilidade do sistema. O link bipolar possui dois circuitos independentes
e pode ser operado como um link monopolar numa situação de emergência.
(KIMBARK, 1971)

Sengiyunva Elie | Controlo e Regulação de Tensão do Sistema HVDC 29


Figura 2.9 - Sistema de Elo Bipolar

Fonte: Autor, 2021

 Link Homopolar

Este link possui dois ou mais condutores com a mesma polaridade, geralmente
negativa e estão operando com retorno à terra. Se ocorrer uma falha num condutor,
o equipamento conversor pode ser conectado a um polo saudável e pode fornecer
mais de 50% da potência nominal por sobrecarga às custas de aumento da perda de
linha. (KIMBARK, 1971)

Isso não é possível no caso de link bipolar, onde isolamento graduado é usado para
pólos negativos e positivos. Este sistema é preferido quando as correntes contínuas
de terra são inevitáveis.

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Figura 2.10 - Sistema de Elo Homopolar

Fonte: Autor, 2021

2.2. Rectificadores Trifásicos

Um rectificador ou conversor é um circuito que converte corrente alternada em


corrente contínua por meio de chaves electrónicas semicondutoras denominadas
como válvulas electrónicas, as válvulas electrónicas podem ser não controladas e
controladas destacando-se o díodo e tirístores (SCR – Silicon Controlled Rectifier).
Neste trabalho destacar-se-á a válvula rectificadora controlada de silício e os
conversores trifásicos controlados.

Os rectificadores podem ser classificados segundo a sua capacidade de ajustar o


valor da tensão de saída, sendo controlados ou não controlados. E também de
acordo com o número de fases da tensão alternada de entrada (monofásico,
trifásico, hexafásico, etc.). Em função do tipo de conexão dos elementos
rectificadores pode ser em meia onda ou onda completa, neste trabalho só os de
onda completa serão objecto de análise no tema em questão.

Sengiyunva Elie | Controlo e Regulação de Tensão do Sistema HVDC 31


2.2.1. Rectificador Trifásico Não Controlado

Os rectificadores não controlados são na base do semicondutor díodo, este


semicondutor é um componente que pode comportar-se como condutor ou isolante
eléctrico, dependendo da forma como a tensão é aplicada aos seus terminais. Essa
característica permite que o díodo semicondutor possa ser utilizado em diversas
aplicações, destacando-se na rectificação da corrente alternada para corrente
contínua.

O rectificador de onda completa não controlado, é composto por seis (6) válvulas de
díodos ligados em ponte (chamada ponte de Greatz). Estes apenas conduzirão a
corrente se polarizados directamente, mas bloquearão sob condições de tensão
reversa. Nesta configuração a rectificação é feita por um (1) par de díodos ou seja
conduzem dois a dois usando a tensão de linha, a cada intervalo de 60 graus, por
apenas 2 das 3 fases. Poderão conduzir aquelas fases que tiverem, em módulo, as
duas (2) maiores tensões. Ou seja, a fase que for mais positiva, poderá levar o díodo
nela conectada à condução, grupo de válvulas superior. No grupo de válvulas
inferior poderá conduzir o díodo conectado às fases com tensão mais negativa. Na
fase com tensão intermediária não haverá corrente.

Na figura abaixo, é notório que a válvula 5 na metade superior da ponte está no seu
estado de condução, o que significa que tanto o ânodo quanto o cátodo dessa
válvula têm potencial UT. Neste momento UT é a mais positiva das tensões trifásicas
e, portanto, as duas outras válvulas na parte superior da ponte estão sob condição
de tensão reversa. Na parte inferior da ponte, a válvula 6 está conduzindo, portanto,
a tensão de fase mais negativa, US, aplica-se tanto ao ânodo quanto ao cátodo
dessa válvula.

Sengiyunva Elie | Controlo e Regulação de Tensão do Sistema HVDC 32


Figura 2.11 - Ponte de Greatz e Forma da tensão de entrada CA

Fonte: Hunderstandig HVCD, 2021 (HCB)

As três válvulas superiores da ponte actuam como uma porta que passa a maior das
três tensões de fase para o ponto comum que conecta os cátodos. Para a parte
inferior da ponte, a mais negativa das tensões das três fases para o ponto comum
que conecta os cátodos é a que passa servindo como retorno para a fonte. Isso
significa que a cada momento a ponte não controlada passa a maior tensão de linha
possível através de sua saída, essa diferença de tensão é denominada na figura
2.11.

O valor médio desta tensão é obtido integrando a tensão de composta de entrada do


rectificador como mostrado na figura 2.12, depois de simplificada a equação temos a
seguinte expressão:

Onde é a tensão eficaz de linha no lado secundário do transformador conversor


e é chamada de tensão continua na saída em vazio.

Sengiyunva Elie | Controlo e Regulação de Tensão do Sistema HVDC 33


Figura 2.12 - Forma de saída da tensão em CC Na ponte de Greatz

Fonte: Hunderstandig HVCD, 2021 (HCB)

2.2.2. Rectificador Trifásico Controlado

Os circuitos rectificadores controlados constituem a principal aplicação dos tirístores


em conversores estáticos. Possuem vasta aplicação industrial, no accionamento de
motores de corrente contínua, em estações rectificadoras para alimentação de redes
de transporte CC, no accionamento de locomotivas, etc.

Em circuitos rectificadores controlado, é comummente usado o tirístor que possui


três conexões: ânodo, cátodo e gate (também chamado de gatilho). A gate é
responsável por determinar a passagem de corrente entre os terminais principais do
tirístor, ou seja, entre o ânodo e o cátodo. Se a gate não for accionada, o tirístor não
conduz e se accionada o tirístor conduz caso esteja directamente polarizado. Em
corrente alternada, a cada alternância de semiciclo da tensão, o tirístor comuta. A
comutação ocorre quando o tirístor pára de conduzir, voltando ao estado de bloqueio
da corrente, até ser disparado outra vez (aplicação de pulso de corrente na gate).

Analogamente aos rectificadores não controlados, este tipo de rectificador tem a


particularidade de controlar a condução ou a não condução do circuito de
rectificação. Isto é, o rectificador controlado para estar no seu estado de condução é
necessário que esteja directamente polarizado e que tenha uma corrente na sua
porta (gate) para o início de condução.

Sengiyunva Elie | Controlo e Regulação de Tensão do Sistema HVDC 34


O rectificador controlado é composto por seis (6) tirístores ligados em ponte
(chamada ponte de Greatz). Os dispositivos de chaveamento na ponte não são mais
díodos, mas válvulas conversoras contendo tirístores. Tal que, eles bloquearão a
tensão directa até a chegada de um pulso de disparo, e então conduzirão até que a
corrente seja zero. Na ponte de díodo, a condução começa numa válvula quando a
tensão ânodo-cátodo passa de negativa para positiva. Numa ponte controlada, esse
cruzamento marca o primeiro instante em que um pulso de disparo pode iniciar a
condução. O ponto onde ocorre a polarização directa é o ponto de medição inicial
para o ângulo de disparo de uma válvula, conhecido como alfa (α). Quando alfa é
definido com um valor superior a zero, a corrente em cada válvula é retardada de
acordo com o ângulo de disparo.

No ponto de vista da tensão de saída CC, a é tomada como a diferença entre as


tensões de fase no secundário do transformador conversor conectados à válvula
conversora, que no caso de uma ponte não controlada é sempre a máxima diferença
de tensão possível, sendo . Mas numa ponte de tirístor onde um pulso de
disparo é necessário para uma válvula começar a conduzir, a tensão de saída
desliza para baixo na curva sinusoidal até a próxima válvula, por exemplo, mudando
de UT para UR conectado ao lado positivo da ponte. Quanto mais tempo o disparo é
retardado (maior α), menor será o valor médio da tensão CC. A tensão CC nos
terminais de saída do rectificador é dada pela equação:

Onde

é a tensão eficaz de linha no lado secundário do transformador conversor;

é chamada de tensão continua na saída em vazio e

é o ângulo de disparo.

Sengiyunva Elie | Controlo e Regulação de Tensão do Sistema HVDC 35


Como mostra a figura abaixo, quanto maior foi o ângulo de disparo ( ) a tensão
média de saída CC tende a baixar de amplitude e, quando o ângulo de disparo é
igual a 90º a tensão de saída é igual a zero (0 V).

Figura 2.13 - Forma de saída da tensão em CC na ponte de Greatz com α=18°

Fonte: Hunderstandig HVDC, 2021 (HCB)

Figura 2.14 - Forma de saída da tensão em CC na ponte de Greatz com α=90°

Fonte: Hunderstandig HVDC, 2021 (HCB)

2.2.3. Configurações do Rectificadores

Os rectificadores trifásicos controlados assim como os não controlados, podem ser


configurados ou conectados de modo obter-se uma tensão de saída a 6, 12, 18 ou
mais pulsos. Os rectificadores de 6/12 pulsos são os mais usados.

Sengiyunva Elie | Controlo e Regulação de Tensão do Sistema HVDC 36


Os rectificadores a díodo ou tirístor introduzem harmónicas de corrente na fonte
alternada de alimentação. Essas harmónicas são indesejáveis, pois além de
representarem circulação de potência reactiva nos geradores, transformadores e
cabos de alimentação, ao circularem nas linhas provocam interferências
electromagnéticas. Tais interferências provocam o mau funcionamento de
dispositivos, equipamentos e sistemas alimentados pela mesma fonte ou instalados
em regiões próximas das linhas de alimentação. Essas harmónicas também causam
distorção da tensão da fonte, e que por sua vez provocam perdas adicionais nas
mais diversas cargas alimentadas pela mesma fonte.

Na rectificação são geradas harmónicas que são injectadas na rede, dependendo da


configuração podemos obter harmónicas de determinadas ordens. A aplicação de
rectificadores de múltiplos pulsos surge como mais uma técnica de correcção do
factor de potência aplicada aos conversores CA-CC trifásicos. Esta técnica utiliza as
características próprias de cada topologia em benefício da qualidade da corrente da
rede, elevando o factor de potência, são técnicas estritamente passivas ou híbridas
(activas mais passivas) com uso de rectificadores estáticos que se têm destacado
cada vez mais na recente literatura. Conversores de múltiplos pulsos podem ser
gerados a partir do agrupamento de conjuntos de conversores de seis pulsos
desfasados entre si. A desfasagem dos conjuntos deve ser de 60º / número de
conjuntos, sendo que o número de pulsos destes conversores é dado por seis vezes
o número de conjuntos.

2.2.4. Rectificador Controlado de 6 Pulsos

O rectificador de 6 pulsos é basicamente a ligação em ponte de Greatz, o conversor


de seis pulsos pode ser obtido pela conexão directa do rectificador à rede trifásica
de alimentação, porém este tipo de conexão não isola o conversor da rede. Para
isolar o conversor, geralmente é empregue um transformador com conexão ,
este isomento também pode ser feita a partir de conexões e
Na figura 2.15 abaixo é mostrada a configuração a 6 pulsos .

Sengiyunva Elie | Controlo e Regulação de Tensão do Sistema HVDC 37


Figura 2.15 - Configuração a 6 pulsos

Fonte: Rashid, 1999. (adaptado pelo autor)

A corrente CA do lado do conversor de seis pulsos não é uma corrente de formato


sinusoidal, mas é composta de partes quadradas da corrente CC. Pode ser
matematicamente demonstrado pela análise de Fourier que eles são compostos por
um componente fundamental e componentes harmónicos da ordem .

A figura 2.16 mostra a corrente de saída num conversor a 6 pulsos e a sua forma de
tensão de saída sem/com harmónicas.

Sengiyunva Elie | Controlo e Regulação de Tensão do Sistema HVDC 38


Figura 2.16 - Forma de distorção das harmónicas a 6 pulsos

Fonte: Hunderstandig HVDC – HCB, 2021 (adaptado pelo autor)

2.2.5. Rectificador Controlado a 12 Pulsos

Os rectificadores de 12 pulsos, são dois rectificadores de 6 pulsos ligados em série,


a soma deles forma 12 pulsos. Os rectificadores de 12 pulsos apresentam apenas
as harmónicas de ordens na corrente da rede, elevando o factor de
potência ainda mais se comparado ao de seis pulsos. Obtemos um conversor de 12
pulsos a partir de dois conjuntos de seis pulsos, desfasados entre si em 30°.

Para se obter o desfasamento de 30° é necessário que um dos rectificadores


através do seu transformador conversor tenha uma ligação e o outro rectificador
também através do seu transformador conversor tenha uma ligação e os dois
rectificadores estejam ligados em série como é mostrado na figura 2.17.

Sengiyunva Elie | Controlo e Regulação de Tensão do Sistema HVDC 39


Figura 2.17 - Configuração a 12 pulsos

Fonte: Rashid, 1999 (Adaptado pelo autor)

Nesta configuração são produzidas as harmónicas da 11ª, 13ª ordem e passa alto, a
figura abaixo mostra a distorção da tensão em função as harmónicas produzidas na
configuração a 12 pulsos.

Sengiyunva Elie | Controlo e Regulação de Tensão do Sistema HVDC 40


Figura 2.18 - Forma de distorção das harmónicas a 12 pulsos

Fonte: Hunderstandig HVCD – HCB, 2021 (Adaptado pelo autor)

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CAPÍTULO III – CONTROLO E REGULAÇÃO DE TENSÃO DO SISTEMA
HVDC

3. INTRUDUÇÃO

O sistema HVDC é concebido normalmente para transportar energia eléctrica em


distâncias longas, o controlo deste sistema deve ser rápido e preciso. Neste é
analisado o sistema HVCD da subestação de Songo em particular.

3.1. Controlo do Sistema HVDC


Um sistema de transmissão HVDC altamente controlável e eficaz depende da
utilização adequada desta controlabilidade para garantir o desempenho desejado do
sistema de potência. Com o objectivo de fornecer operação eficiente e estável e
maximizar a flexibilidade de controlo de potência sem comprometer o equipamento
de segurança, vários níveis de controlo são utilizados de forma hierárquica. Nesta
secção, analisar-se-á os princípios de operação desses controles, sua
implementação e desempenho durante condições normais e anormais do sistema.
(KUNDUR, 1993)

Os sistemas de controlo aplicado em elos HVDC têm como objectivos:

 Manter o efectivo controlo da potência transmitida;


 Limitar a máxima corrente CC, para fins de protecção das válvulas
coonversoras;
 Minimizar o consumo de potência reactiva nos conversores;
 Minimizar o risco de ocorrência de falhas de comutação;
 Auxiliar os sistemas CA na preservação da estabilidade e controlo de carga –
frequência.

3.1.1. Princípios Básicos de Controlo


Considerando o link HVDC mostrado na figura 3.1, representa uma ligação
monopolar ou um pólo de uma ligação bipolar. O circuito equivalente e o perfil de
tensão correspondentes são mostrados nas figuras 3.2 e 3.3 respectivamente.

Sengiyunva Elie | Controlo e Regulação de Tensão do Sistema HVDC 42


Figura 3.1 - Sistema de Transmissão HVDC

Fonte: Autor, 2021

Figura 3.2 - Circuito Equivalente

Fonte: Autor, 2021

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Figura 3.3 - Perfil da Tensão

Fonte: Autor, 2021

O controlo no sistema HVDC é praticamente o controlo de corrente na linha. O lado


rectificador sempre tem o controlo de corrente até haver uma variação anormal de
tensão, quando isso acontece o lado rectificador perde o controlo de corrente para o
lado inversor assume, neste caso o sistema entra em colapso porque o lado inversor
tem o controlo de tensão e assumindo o controlo corrente o sistema fica indefinido.
Sendo a corrente constante no sistema, o controlo é feito regulando a tensão do lado
rectificador e inversor.

A corrente contínua que flui do lado rectificador para o lado inversor é calculada pela
equação (3.1).

Onde:

é a resistência interna do rectificador;

é a resistência da linha de transporte e

é a resistência interna do inversor.

A potência vista no lado rectificador é dada por:

Sengiyunva Elie | Controlo e Regulação de Tensão do Sistema HVDC 44


E nos terminais do inversor é:

A tensão CC em qualquer ponto na linha e a corrente (ou potência) podem ser


controlados, controlando as tensões internas no rectificador ( ) e inversor
( ). Isso é realizado pelo controle do ângulo de disparo da válvula ou
controle da tensão a através da mudança de tap do transformador do conversor. O
controlo de gate, que é rápido (1 a 10 ms), e a comutação, que é lenta (5 a 6 s por
tap), são usados de forma complementar. O controlo do ângulo de disparo é usado
inicialmente para acção rápida, seguido pela comutação para restaurar as
grandezas do conversor ( para rectificador e para inversor) para sua faixa
normal.

A inversão de potência é obtida pela inversão da polaridade das tensões contínua


em ambas partes do sistema, assim o lado rectificador passa a ser inversora e o
lado inversor passa a ser rectificador. As seguintes considerações influenciam a
selecção das características de controlo:

 Prevenção de grandes flutuações na corrente contínua devido a variações na


tensão alternada do sistema.
 Manter a tensão contínua próxima ao valor nominal.
 Manter factores de potência na extremidade de envio e recebimento os mais
altos possíveis.
 Prevenção de falha de comutação em inversores e arco voltaico em
rectificadores usando válvulas de arco de mercúrio.
O controlo rápido dos conversores para evitar grandes flutuações na corrente
contínua é um requisito importante para a operação satisfatória do sistema HVDC.
Pela equação (3.1), as resistências da linha e do conversor são pequenas, portanto,
uma pequena mudança na tensão ou causa uma grande mudança na
corrente . Por exemplo, uma mudança de 25% na tensão no rectificador ou no
inversor pode fazer com que a corrente contínua mude em até 100%. Isso implica
que, se e forem mantidos constantes, a corrente contínua pode variar em uma

Sengiyunva Elie | Controlo e Regulação de Tensão do Sistema HVDC 45


ampla faixa para pequenas mudanças na magnitude da tensão alternada em cada
extremidade.

Essas variações são geralmente inaceitáveis para o desempenho satisfatório do


sistema de potência. Além disso, a corrente resultante pode ser alta o suficiente para
danificar as válvulas e outros equipamentos do sistema. Contudo, o controle rápido
do conversor para evitar flutuações de corrente contínua é essencial para a
operação adequada do sistema, sem esse controle, o sistema HVDC seria
impraticável. Para uma dada potência transmitida, o perfil de tensão contínua ao
longo da linha deve ser próximo ao valor nominal. Isso reduz a corrente contínua e
as perdas na linha.

3.2. Regulação de Tensão


A empresa transmissora de energia eléctrica exerce um papel muito importante no
sector energético Moçambicano, o que implica na necessidade de transporte de
grandes quantidades de energia a grandes distâncias, necessitando assim de altos
níveis de tensão.

O controlo de tensão no barramento de saída da subestação é uma tarefa


importante e com certo grau de complexidade, particularmente nas subestações que
não estão automatizadas, onde os operadores têm um papel fundamental para o
desempenho eficiente deste serviço.

A regulação da tensão tem como função garantir que a tensão de saída na


subestação esteja dentro dos limites aceitáveis. Para mante-la dentro dos limites, o
sistema deve estar adoptado de meios capazes de satisfazer essa necessidade
durante uma situação transitória, como por exemplo: nível de geração de potência
reactiva na rede, a ligação de compensadores síncronos e banco de capacitores, o
uso de reactores de barra e ajuste de tap´s dos transformadores conversores, essa
regulação de tensão pode ser feita em vazio ou em carga.

O objecto de estudo deste trabalho é a regulação de tensão em carga no sistema


HVDC que interliga a subestação do Songo como Rectificadora e a de Apollo como
Inversora, onde o ajuste para a tal regulação pode ser feita de forma automática

Sengiyunva Elie | Controlo e Regulação de Tensão do Sistema HVDC 46


através da actuação do controlador do alfa (ângulo de disparo) e o da tensão,
actuando directamente na variação do angulo alfa em consonância com a variação
do tap.

O OLTC é um dispositivo utilizado para mudanças de derivações de enrolamento do


transformador (tap), adequado para operação com o transformador energizado, em
vazio ou em carga. (TRINDADE e MARTINS, 2004)

A variação do tap dá a possibilidade de variar a tensão no secundário do


transformador, através da variação da relação de espiras do transformador.

3.2.1. Regulação de Tensão do Sistema HVDC

O Subestação do Songo está dotado de um sistema de dois barramentos


denominados barramento 1 (HVDC) e 2 (HVAC), interligados entre si através de um
disjuntor de acoplamento.

O sistema HVDC instalado na subestação do Songo está ligado ao barramento de


220 kV HVAC através de transformadores conversores. Os transformadores
conversores fazem um isolamento galvânico entre os dois sistemas, o sistema
HVDC por sua natureza necessita da energia reactiva, por isso no barramento
HVDC é conectado os bancos de filtro AC para o fornecimento duma parte da
energia reactiva (cujo a outra é fornecida pelos GG´s) e filtragem das harmónicas.

A regulação da tensão do sistema HVDC é feita automaticamente na sala de


controlo de válvulas por um circuito denominado Trasnformer Tap Changing
(360.1390) que é ilustrado pelo anexo A5.67, este tap é controlado por dois
controladores, o controlador de ângulo alfa emite a ordem de subida ou descida de
acordo com a variação de tensão no sistema com propósito de manter o sistema
estável, e o controlador de Tensão ( ) que apenas emite a ordem de descida e o
bloqueio da subida via regulador do alfa. De salientar que o tap têm uma ligação
directa com a tensão à saída no secundário dos transformadores conversores, e que
está tensão e o ângulo alfa têm uma influência directa na tensão , com isso, dizer
que a variação do ângulo alfa é a reacção electrónica (rápida) do sistema e o tap é a

Sengiyunva Elie | Controlo e Regulação de Tensão do Sistema HVDC 47


reacção electromecânica (lenta). Este circuito Tap Changer Control está instalado no
armário do polo.

3.2.1.1. Controlo do Alfa ( Control)


Na estação conversora do Songo, dado que está estação controla a corrente, e que
o ângulo alfa é função dessa corrente, no estado estacionário é admitido a variação
do ângulo alfa de ± 3° tendo como nominal 18°. No caso em que houver uma
variação na corrente e que torna o alfa abaixo de 15° o controlador do alfa emitirá
uma ordem de subida, e no caso em que o mesmo se torna acima dos 21° este
controlador emite a ordem de descida do tap. Como se pode ver os comandos são
feitos para ajuste muito fino e dentro dum intervalo que não contribua de certa forma
com a presença de harmónicas no sistema.

3.2.1.2. Controlo da Tensão na Entrada do Rectificador (


Control).
O controlador denominado Regulator tem como função proteger os tirístores
contra tensões elevadas, através do bloqueio da subida do tap via contolo do alfa e
emissão da ordem da ordem descida do tap. Isto porque, o valor de entrada desse
controlador é o valor da tensão de linha no secundário do transformador conversor
( ), dependente de enumeras variáveis como a seguir se identifica , ,
Posição do Tap e Estado dos Filtros AC. Portanto, este controlador tem a sua
entrada um comparador, que faz a comparação entre o valor estimado ou calculado
no lado secundário ( ) vs um valor de referência, caso o valor da seja superior
a este valor de referência, o controlador Udi entra em serviço, para emitir a ordem de
baixar o tap afim de reduzir a tensão nos tirístores, protegendo-os contra
sobretensões.

O circuito de controlo do Tap changer tem mais outras funções para além de emitir
ordem de subida ou descida através dos dois reguladores acima descritos. No
entanto, também faz a supervisão da presença da 11ª e 13ª harmónica, dos filtros
AC, quando o alfa é maior que 10º é possível enviar a corrente de referencia ( )
para Apollo com margem de corrente definido pelo sistema, tal como bloquear a

Sengiyunva Elie | Controlo e Regulação de Tensão do Sistema HVDC 48


subida de potência via operador quando ambos polos em Apollo estiverem com o
controlo de corrente.

3.2.2. Controlo da Tensão na Linha


Como visto anteriormente, a variação da corrente na linha irá mexer com o ângulo
alfa, mediante a variação deste haverá uma ordem para subir ou descer o tap
Changer. No entanto, a variação do tap Changer têm um impacto directo na tensão
no lado secundário do transformador conversor que de sobremaneira essa tensão
influencia directamente na tensão da ponte, como se pode ver na expressão (3.4). O
polo esta composto por 4 pontes ligados em série, cada ponte é composto por banco
de condensadores monofásicos.

Onde:

é a tensão contínua em cada ponte conversora ou na linha;

é a tensão alternada no secundário do transformador conversor;

é o ângulo de disparo;

é o reactância de comutação dos transformadores conversores e

é a corrente contínua na linha.

Através de relação de transformação linearizada dos transformadores conversores


dada pela equação (3.5) podemos obter o valor da tensão no secundário do
transformador em função tap. Pode-se dizer que este valor também influencia o
valor da reactância de comutação, que pode ser obtida através da equação (3.6).

Sengiyunva Elie | Controlo e Regulação de Tensão do Sistema HVDC 49


Como pode se perceber a regulação da tensão através do tap changer no estado
estacionário é controlado pela variação do ângulo alfa, que por sua vez este é
função da variação da corrente no sistema e por fim irá impactar directamente na
tensão de linha. No entanto, este circuito faz parte do controlo do polo e as ordens
geradas são emitidas para todas pontes em serviço nesse polo. De salientar que
numa situação dinâmica o alfa têm uma reacção rápida para garantir a estabilidade
do sistema, mas assim que for atingido o seu limite mínimo o lado rectificador perde
o controlo de corrente e este perde toda autonomia, ficando o controlo da
estabilidade do sistema aos cuidados do Tapchanger. Caso a estabilidade não seja
retornada dentro dum determinado período o mesmo entra em colapso, gerando
assim a actuação dos circuitos de protecção (VDCR e ).

O comutador de tap do rectificador é controlado de forma que se o valor de α for


menor que 15 °, o sistema aumenta a tensão contínua aumentando a relação do
transformador conversor, caso contrario, ou seja α maior que 21 °, o sistema diminui
a tensão continua diminuindo a relação de transformação do transformador
conversor. (KIMBARK, 1971)

Como resultado, α fica entre 15 e 21° no estado estacionário, a menos que o


comutador tenha atingido um de seus limites do comutador do tap. O comutador do
transformador conversor é controlado de forma que a tensão contínua em algum
ponto designado da linha, de preferência na extremidade de envio, esteja próxima
de seu valor nominal. Declarado com precisão, o comutador aumenta a tensão
contínua ao aumentar a relação de transformação se a tensão for menor que o valor
desejado em mais do que um valor especificado, diminui a tensão continua
diminuindo a relação de transformação se a tensão for maior do que o valor

Sengiyunva Elie | Controlo e Regulação de Tensão do Sistema HVDC 50


desejado dum valor especificado. A tensão contínua no ponto da linha onde deve ser
mantida constante, é calculada adicionando à tensão contínua medida na estação
conversora, a queda na linha, obtido em escala pelo envio da saída da corrente no
transformador conversor através duma resistência que representa a impedância da
linha. Esse arranjo pode ser chamado de compensador de queda de linha. Para
evitar a oscilação do comutador, a banda morta deve ser mais larga do que o
tamanho do passo de tap. Caso contrário, a tensão pode estar muito alta em um
degrau de tap e muito baixo no degrau adjacente, com o resultado de que o controle
forçaria o comutador a oscilar entre os dois degraus adjacentes.

No rectificador, a faixa de tensão está entre que resulta em


. Os transformadores inversores têm
o mesmo passo de tap que o transformador rectificador, especialmente porque a
maioria das linhas CC são projectadas para transmitir em qualquer direcção. Com a
devida tolerância para erros na medição de tensão e na compensação da queda de
tensão na linha, a faixa de tensão deve ser de pelo menos +1,3 a 2,0%, dependendo
do tamanho do passo de tap. Da tabela (3.1) podemos ver a regulação de tensão
para valores nominais, calculados e mudança de tap do transformador.

Tabela 3.1 - Regulação de tensão com valores nominas de , e

1,00 94,00 126,95 5,06 111,19


2,00 95,01 128,31 5,17 112,28
3,00 96,04 129,70 5,28 113,39
4,00 97,09 131,12 5,40 114,52
5,00 98,17 132,57 5,52 115,67
6,00 99,27 134,06 5,64 116,85
7,00 100,39 135,58 5,77 118,05
8,00 101,54 137,13 5,90 119,28
9,00 102,72 138,72 6,04 120,53
10,00 103,93 140,35 6,18 121,81

Sengiyunva Elie | Controlo e Regulação de Tensão do Sistema HVDC 51


11,00 105,16 142,02 6,33 123,12
12,00 106,42 143,72 6,48 124,45
13,00 107,72 145,47 6,64 125,81
14,00 109,04 147,26 6,81 127,21
15,00 110,40 149,10 6,98 128,63
16,00 111,80 150,98 7,15 130,08
17,00 113,22 152,91 7,34 131,57
18,00 114,69 154,89 7,53 133,09
19,00 116,19 156,92 7,73 134,65
20,00 117,74 159,00 7,93 136,24
21,00 119,32 161,14 8,15 137,87
22,00 120,95 163,34 8,37 139,54
23,00 122,63 165,60 8,61 141,25
24,00 124,35 167,93 8,85 143,00
25,00 126,12 170,32 9,10 144,80
26,00 127,94 172,78 9,37 146,64
27,00 129,81 175,31 9,65 148,52
Fonte: Autor, 2021

Da equação (3.4) obtém-se a tensão de saída na ponte conversora:

Em condições nominais a tensão de saída , pelo que a posição do


tap é ajustada para garantir que a tensão nominal de saída da ponte conversora não
varie. Na tabela (3.1) pode-se notar que para a tensão nominal de saída o tap é
ajustado para posição 18, se a tensão síncrona por algum motivo cair para
o controlador ajusta o ângulo de disparo para , como é mostrado na
tabela (3.2) a tensão de saída mantem e a posição do tap, o ângulo de disparo é
ajustado até ao mínimo.

Sengiyunva Elie | Controlo e Regulação de Tensão do Sistema HVDC 52


Tabela 3.2 - Regulação de tensão com valores ajustados de , kV e

1,00 92,72 125,22 4,92 111,66


2,00 93,72 126,56 5,03 112,76
3,00 94,73 127,93 5,14 113,88
4,00 95,77 129,33 5,25 115,02
5,00 96,83 130,77 5,37 116,18
6,00 97,92 132,23 5,49 117,37
7,00 99,03 133,73 5,61 118,58
8,00 100,16 135,26 5,74 119,82
9,00 101,32 136,83 5,88 121,08
10,00 102,51 138,44 6,02 122,37
11,00 103,73 140,08 6,16 123,68
12,00 104,97 141,76 6,31 125,03
13,00 106,25 143,49 6,46 126,40
14,00 107,56 145,25 6,62 127,80
15,00 108,90 147,06 6,79 129,24
16,00 110,27 148,92 6,96 130,71
17,00 111,68 150,82 7,14 132,21
18,00 113,13 152,77 7,33 133,74
19,00 114,61 154,78 7,52 135,31
20,00 116,13 156,83 7,72 136,92
21,00 117,70 158,95 7,93 138,56
22,00 119,30 161,12 8,15 140,25
23,00 120,95 163,35 8,37 141,97
24,00 122,65 165,64 8,61 143,74
25,00 124,40 168,00 8,86 145,55
26,00 126,19 170,42 9,12 147,41
27,00 128,04 172,92 9,38 149,31
Fonte: Autor, 2021

Sengiyunva Elie | Controlo e Regulação de Tensão do Sistema HVDC 53


Esta regulação de é muito fina e tem uma tolerância de , com a variação deste
ângulo é possível manter a tensão de saída sem o ajuste do tap, e se, a
variação de não mantiver a tensão de saída no parâmetro nominal ele emite uma
ordem de subida ou descida do tap, variando a tensão no secundário do
transformador conversor que é directamente proporcional à tensão de saída na
ponte conversora, na tabela (3.3) pode-se notar que para manter a tensão de saída,
o tap sobe para posição 19 por consequência da diminuição da tensão síncrona
para e com o ângulo mínimo de disparo .

Tabela 3.3 - Regulação de tensão com valores ajustados de , e

1,00 91,44 123,49 4,79 110,25


2,00 92,42 124,81 4,89 111,33
3,00 93,42 126,16 5,00 112,44
4,00 94,45 127,55 5,11 113,56
5,00 95,49 128,96 5,22 114,71
6,00 96,56 130,40 5,34 115,89
7,00 97,66 131,88 5,46 117,08
8,00 98,78 133,39 5,58 118,31
9,00 99,92 134,94 5,72 119,56
10,00 101,09 136,52 5,85 120,83
11,00 102,29 138,14 5,99 122,13
12,00 103,52 139,80 6,13 123,46
13,00 104,78 141,50 6,28 124,82
14,00 106,07 143,24 6,44 126,21
15,00 107,39 145,03 6,60 127,63
16,00 108,75 146,86 6,77 129,08
17,00 110,14 148,74 6,94 130,56
18,00 111,56 150,66 7,12 132,08
19,00 113,02 152,64 7,31 133,63
20,00 114,53 154,67 7,51 135,22

Sengiyunva Elie | Controlo e Regulação de Tensão do Sistema HVDC 54


21,00 116,07 156,75 7,71 136,85
22,00 117,65 158,89 7,92 138,52
23,00 119,28 161,09 8,14 140,23
24,00 120,96 163,35 8,37 141,98
25,00 122,68 165,67 8,61 143,77
26,00 124,45 168,07 8,87 145,61
27,00 126,27 170,53 9,13 147,49
Fonte: Autor, 2021

Quando chega ao mínimo ou máximo da sua variação emite uma ordem de subida
ou descida do tap por ele não conseguir ajustar a tensão de saída, portanto é desta
forma que funciona o control.

A regulação não é feita apenas pelo controlador , o controlador também


controla a tensão na linha, quando a tensão no secundário do transformador for
elevada ele tem a função de baixar apenas o tap para proteger os tirístores de
sobretensões, em casos de sobretensão o controlador bloqueia o controlador .
Quando há um aumento de tensão síncrona o controlador dá
ordem de descida do tap para uma posição que pode garantir a tensão definida no
secundário do transformador que é de . Na tabela (3.4) podemos observar
que o tap desce para posição 16 saindo da zona dos parâmetros nominais por causa
da sobretensão no primário do transformador.

Tabela 3.4 - Regulação de tensão com ajuste do controlador de com ,


e

1,00 96,57 130,41 5,34 113,95


2,00 97,60 131,81 5,45 115,07
3,00 98,66 133,24 5,57 116,20
4,00 99,74 134,70 5,69 117,36
5,00 100,85 136,19 5,82 118,54
6,00 101,98 137,72 5,95 119,74
7,00 103,13 139,28 6,09 120,97

Sengiyunva Elie | Controlo e Regulação de Tensão do Sistema HVDC 55


8,00 104,31 140,87 6,23 122,22
9,00 105,52 142,51 6,37 123,50
10,00 106,76 144,18 6,52 124,81
11,00 108,03 145,89 6,68 126,14
12,00 109,33 147,64 6,84 127,50
13,00 110,66 149,44 7,01 128,89
14,00 112,02 151,28 7,18 130,32
15,00 113,41 153,16 7,36 131,77
16,00 114,84 155,09 7,55 133,25
17,00 116,31 157,08 7,74 134,77
18,00 117,82 159,11 7,95 136,33
19,00 119,36 161,20 8,16 137,91
20,00 120,95 163,34 8,37 139,54
21,00 122,58 165,54 8,60 141,20
22,00 124,25 167,80 8,84 142,91
23,00 125,97 170,12 9,08 144,65
24,00 127,74 172,51 9,34 146,44
25,00 129,56 174,96 9,61 148,27
26,00 131,43 177,49 9,89 150,14
27,00 133,35 180,09 10,18 152,06
Fonte: Autor, 2021

Este controlador actua em caso de sobretensão dando apenas a ordem de


descida do tap. A restante regulação de tensão é feita pelo controlador que da as
ordens de subida e descida do tap. Através dos anexos (A2.64 e A3.65 pode-se
notar a variação de tensão de saída na ponte conversora feita pelos dois
controladores já descritos.

Sengiyunva Elie | Controlo e Regulação de Tensão do Sistema HVDC 56


CAPÍTULO IV – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

4.1. Conclusão

A realização do estágio profissional na subestação de Songo (HCB) na DST – MCP


completa um dos requisito para adquirir o grau de licenciatura em Engenharia
Eléctrica no ISPS, dando ao autor também a oportunidade de se integrar no
ambiente industrial, consolidar os conhecimentos teóricos adquiridos durante a
formação e no desenvolvimento de competências técnico – profissionais e sociais.
Neste mesmo âmbito despertou interesse no autor de analisar o circuito de controlo
e regulação do sistema HVDC da subestação de Songo.

Com o desenvolvimento do trabalho, chegou-se às seguintes conclusões:

De forma geral conclui-se que um sistema de transmissão de Corrente Contínua em


Alta Tensão (HVDC) apresenta um modo de operação em que o controle de
potência é feito de forma constante. Dessa maneira, existem diversos métodos de
controlo para esses sistemas, sendo que todos apresentam como objectivo final
manter a estabilidade durante a operação, assim como oferecer um nível aceitável
de confiabilidade, garantindo segurança ao sistema ao qual está conectado.

O fluxo de potência pode ser controlado em um valor específico, pois o sistema


HVDC possui um sistema de controlo que consegue manter a corrente na linha de
transmissão em um valor fixo. Para a corrente se manter no valor predefinido
depende da tensão entre o conversor e inversor.

Na análise verificou-se que o controlo da linha transmissão depende da regulação


efectiva de tensão através dos controladores α e , este tem a função de ajustar a
tensão na saída do conversor, para que não se perca o controlo de corrente com
uma margem suficiente de velocidade e estabilidade para lidar com mudanças no
valor de referência ou perturbações no sistema.

Sengiyunva Elie | Controlo e Regulação de Tensão do Sistema HVDC 57


4.2. Recomendações

Com base na análise feita ao circuito de controlo e regulação de tensão, notou-se


que o sistema usado é antigo e funciona de forma analógico , por esta via, o autor
recomenda para trabalhos futuros/projectos, a implementação da lógica Fuzzy que
consiste num sistema computacional inteligente, desenvolvido em linguagem C,
capaz de actuar sobre os elementos de uma subestação de energia, relacionados ao
processo de ajuste de tap dos transformadores, com vista ao controle de tensão da
subestação, através do monitoramento e controle on-line.

Sengiyunva Elie | Controlo e Regulação de Tensão do Sistema HVDC 58


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Pearson Educacíon, S.A, 2001.

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Científica. 5ª. ed. São Paulo: Atlas S.A, 2003.

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and Design. 2ª. ed. New York: Jhon Wiley & Sons, Inc, 1989.

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por Emissão Acústica. 1ª. ed. São Paulo: Nais do T&D IEEE/PES, 2004.

Sengiyunva Elie | Controlo e Regulação de Tensão do Sistema HVDC 60


[22] ZANELLA, L. C. H. Metodlogia de Pesquisa. 2ª. ed. Florianóplis:
Departamento de Ciêcias e Administração/UFSC, 2013.

Sengiyunva Elie | Controlo e Regulação de Tensão do Sistema HVDC 61


ANEXOS

Sengiyunva Elie | Controlo e Regulação de Tensão do Sistema HVDC 62


ANEXO 1 - Chapa característica de Mudança do Tap do Transformador Conversor

ENROLAMENTO DO LADO DA REDE


Ligação Tensão Ligações Ligação do
Posição
Termiais Volts do Selector Pre-Selector
266800/√3 1 1
263969/√3 2 2
261138/√3 3 3
258307/√3 4 4
255476/√3 5 5
252646/√3 6 6
249815/√3 7 14-15 7
246984/√3 8 8
244153/√3 9 9
241323/√3 10 10
238492/√3 11 11
235661/√3 12 12
232830/√3 13 13
230000/√3 15 ____________ 14
227169/√3 1 15
224338/√3 2 16
221507/√3 3 17
218676/√3 4 18
215846/√3 5 19
213015/√3 6 20
210185/√3 7 14-16 21
207353/√3 8 22
204523/√3 9 23
201692/√3 10 24
198861/√3 11 25
196030/√3 12 26
193200/√3 13 27
ENROLAMENTO DO LADO DO CONVERSORE
LIGAÇÃO TENSÃO CORRENTE
TERMINAIS V A

114000/√3 1470

Sengiyunva Elie | Controlo e Regulação de Tensão do Sistema HVDC A1.63


ANEXO 2 - Variação da Tensão CC com Parâmetros Ajustados (1)

Usync 197,00 Usync 198,00 Usync 215,00


ᾳ 15,00 Id 2,25 ᾳ 15,00 Id 2,25 ᾳ 15,00 Id 2,25
Tap Usl (kV) Ud0 (kV) Xc Ud (kV) Tap Usl (kV) Ud0 (kV) Xc Ud (kV) Tap Usl (kV) Ud0 (kV) Xc Ud (kV)
1,00 84,18 113,68 4,06 100,23 1,00 84,60 114,25 4,10 100,69 1,00 91,87 124,06 4,83 108,44
2,00 85,08 114,90 4,14 101,21 2,00 85,51 115,48 4,19 101,67 2,00 92,85 125,39 4,94 109,48
3,00 86,00 116,14 4,23 102,20 3,00 86,44 116,73 4,28 102,66 3,00 93,86 126,75 5,04 110,54
4,00 86,94 117,41 4,33 103,20 4,00 87,38 118,01 4,37 103,68 4,00 94,89 128,14 5,15 111,62
5,00 87,91 118,71 4,42 104,23 5,00 88,35 119,32 4,47 104,71 5,00 95,94 129,56 5,27 112,72
6,00 88,89 120,04 4,52 105,28 6,00 89,34 120,65 4,57 105,76 6,00 97,01 131,01 5,39 113,84
7,00 89,90 121,41 4,63 106,35 7,00 90,35 122,02 4,67 106,84 7,00 98,11 132,50 5,51 114,98
8,00 90,93 122,80 4,73 107,45 8,00 91,39 123,42 4,78 107,94 8,00 99,24 134,02 5,64 116,15
9,00 91,98 124,22 4,84 108,56 9,00 92,45 124,85 4,89 109,05 9,00 100,39 135,57 5,77 117,34
10,00 93,06 125,68 4,96 109,70 10,00 93,53 126,32 5,01 110,20 10,00 101,57 137,16 5,90 118,56
11,00 94,17 127,17 5,08 110,86 11,00 94,64 127,81 5,13 111,36 11,00 102,77 138,79 6,05 119,80
12,00 95,30 128,70 5,20 112,05 12,00 95,78 129,35 5,25 112,55 12,00 104,01 140,46 6,19 121,06
13,00 96,46 130,26 5,33 113,26 13,00 96,95 130,92 5,38 113,77 13,00 105,27 142,16 6,34 122,35
14,00 97,64 131,86 5,46 114,50 14,00 98,14 132,53 5,51 115,01 14,00 106,57 143,91 6,50 123,67
15,00 98,86 133,51 5,59 115,76 15,00 99,36 134,19 5,65 116,28 15,00 107,89 145,71 6,66 125,02
16,00 100,11 135,19 5,74 117,05 16,00 100,62 135,88 5,79 117,58 16,00 109,25 147,55 6,83 126,40
17,00 101,39 136,92 5,88 118,37 17,00 101,90 137,62 5,94 118,90 17,00 110,65 149,43 7,01 127,80
18,00 102,70 138,69 6,04 119,72 18,00 103,22 139,40 6,10 120,26 18,00 112,08 151,37 7,19 129,24
19,00 104,05 140,51 6,20 121,10 19,00 104,57 141,22 6,26 121,64 19,00 113,55 153,35 7,38 130,71
20,00 105,43 142,38 6,36 122,52 20,00 105,96 143,10 6,43 123,06 20,00 115,06 155,39 7,58 132,21
21,00 106,85 144,30 6,54 123,96 21,00 107,39 145,03 6,60 124,51 21,00 116,61 157,48 7,78 133,75
22,00 108,31 146,27 6,71 125,44 22,00 108,86 147,01 6,78 126,00 22,00 118,20 159,63 8,00 135,32
23,00 109,81 148,29 6,90 126,95 23,00 110,36 149,04 6,97 127,52 23,00 119,84 161,84 8,22 136,93
24,00 111,35 150,37 7,10 128,51 24,00 111,91 151,14 7,17 129,07 24,00 121,52 164,11 8,45 138,58
25,00 112,93 152,51 7,30 130,09 25,00 113,51 153,29 7,37 130,67 25,00 123,25 166,45 8,70 140,26
26,00 114,56 154,71 7,51 131,72 26,00 115,15 155,50 7,59 132,30 26,00 125,03 168,85 8,95 141,99
27,00 116,24 156,98 7,73 133,39 27,00 116,83 157,78 7,81 133,97 27,00 126,86 171,33 9,21 143,75

Usync 217,00 Usync 218,00 Usync 220,00


ᾳ 15,00 Id 2,25 ᾳ 15,00 Id 2,25 ᾳ 15,00 Id 2,25
Tap Usl (kV) Ud0 (kV) Xc Ud (kV) Tap Usl (kV) Ud0 (kV) Xc Ud (kV) Tap Usl (kV) Ud0 (kV) Xc Ud (kV)
1,00 92,72 125,22 4,92 109,34 1,00 93,15 125,79 4,97 109,79 1,00 94,00 126,95 5,06 110,69
2,00 93,72 126,56 5,03 110,39 2,00 94,15 127,14 5,07 110,84 2,00 95,01 128,31 5,17 111,75
3,00 94,73 127,93 5,14 111,45 3,00 95,17 128,52 5,18 111,91 3,00 96,04 129,70 5,28 112,82
4,00 95,77 129,33 5,25 112,54 4,00 96,21 129,93 5,30 113,00 4,00 97,09 131,12 5,40 113,92
5,00 96,83 130,77 5,37 113,65 5,00 97,28 131,37 5,42 114,11 5,00 98,17 132,57 5,52 115,04
6,00 97,92 132,23 5,49 114,78 6,00 98,37 132,84 5,54 115,25 6,00 99,27 134,06 5,64 116,18
7,00 99,03 133,73 5,61 115,93 7,00 99,48 134,35 5,66 116,40 7,00 100,39 135,58 5,77 117,35
8,00 100,16 135,26 5,74 117,11 8,00 100,62 135,89 5,80 117,58 8,00 101,54 137,13 5,90 118,54
9,00 101,32 136,83 5,88 118,31 9,00 101,79 137,46 5,93 118,79 9,00 102,72 138,72 6,04 119,75
10,00 102,51 138,44 6,02 119,53 10,00 102,98 139,07 6,07 120,01 10,00 103,93 140,35 6,18 120,98
11,00 103,73 140,08 6,16 120,78 11,00 104,20 140,73 6,22 121,27 11,00 105,16 142,02 6,33 122,24
12,00 104,97 141,76 6,31 122,05 12,00 105,46 142,42 6,37 122,54 12,00 106,42 143,72 6,48 123,53
13,00 106,25 143,49 6,46 123,35 13,00 106,74 144,15 6,52 123,85 13,00 107,72 145,47 6,64 124,84
14,00 107,56 145,25 6,62 124,68 14,00 108,05 145,92 6,68 125,18 14,00 109,04 147,26 6,81 126,18
15,00 108,90 147,06 6,79 126,04 15,00 109,40 147,74 6,85 126,54 15,00 110,40 149,10 6,98 127,55
16,00 110,27 148,92 6,96 127,42 16,00 110,78 149,60 7,02 127,93 16,00 111,80 150,98 7,15 128,95
17,00 111,68 150,82 7,14 128,84 17,00 112,19 151,52 7,21 129,35 17,00 113,22 152,91 7,34 130,38
18,00 113,13 152,77 7,33 130,29 18,00 113,65 153,48 7,39 130,81 18,00 114,69 154,89 7,53 131,84
19,00 114,61 154,78 7,52 131,76 19,00 115,14 155,49 7,59 132,29 19,00 116,19 156,92 7,73 133,34
20,00 116,13 156,83 7,72 133,28 20,00 116,67 157,56 7,79 133,81 20,00 117,74 159,00 7,93 134,86
21,00 117,70 158,95 7,93 134,82 21,00 118,24 159,68 8,00 135,36 21,00 119,32 161,14 8,15 136,42
22,00 119,30 161,12 8,15 136,40 22,00 119,85 161,86 8,22 136,94 22,00 120,95 163,34 8,37 138,02
23,00 120,95 163,35 8,37 138,02 23,00 121,51 164,10 8,45 138,57 23,00 122,63 165,60 8,61 139,65
24,00 122,65 165,64 8,61 139,68 24,00 123,22 166,40 8,69 140,23 24,00 124,35 167,93 8,85 141,33
25,00 124,40 168,00 8,86 141,37 25,00 124,97 168,77 8,94 141,93 25,00 126,12 170,32 9,10 143,04
26,00 126,19 170,42 9,12 143,11 26,00 126,78 171,21 9,20 143,67 26,00 127,94 172,78 9,37 144,79
27,00 128,04 172,92 9,38 144,89 27,00 128,63 173,72 9,47 145,45 27,00 129,81 175,31 9,65 146,58

Sengiyunva Elie | Controlo e Regulação de Tensão do Sistema HVDC A2.64


ANEXO 3 - Variação da Tensão CC com Parâmetros Ajustados (2)

Usync 197,00 Usync 198,00 Usync 215,00


ᾳ 18,00 Id 1,80 ᾳ 18,00 Id 1,80 ᾳ 18,00 Id 1,80
Tap Usl (kV) Ud0 (kV) Xc Ud (kV) Tap Usl (kV) Ud0 (kV) Xc Ud (kV) Tap Usl (kV) Ud0 (kV) Xc Ud (kV)
1,00 84,18 113,68 4,06 100,46 1,00 84,60 114,25 4,10 100,93 1,00 91,87 124,06 4,83 108,87
2,00 85,08 114,90 4,14 101,45 2,00 85,51 115,48 4,19 101,93 2,00 92,85 125,39 4,94 109,94
3,00 86,00 116,14 4,23 102,47 3,00 86,44 116,73 4,28 102,95 3,00 93,86 126,75 5,04 111,03
4,00 86,94 117,41 4,33 103,50 4,00 87,38 118,01 4,37 103,98 4,00 94,89 128,14 5,15 112,14
5,00 87,91 118,71 4,42 104,56 5,00 88,35 119,32 4,47 105,04 5,00 95,94 129,56 5,27 113,28
6,00 88,89 120,04 4,52 105,63 6,00 89,34 120,65 4,57 106,13 6,00 97,01 131,01 5,39 114,43
7,00 89,90 121,41 4,63 106,73 7,00 90,35 122,02 4,67 107,23 7,00 98,11 132,50 5,51 115,61
8,00 90,93 122,80 4,73 107,85 8,00 91,39 123,42 4,78 108,36 8,00 99,24 134,02 5,64 116,82
9,00 91,98 124,22 4,84 109,00 9,00 92,45 124,85 4,89 109,51 9,00 100,39 135,57 5,77 118,05
10,00 93,06 125,68 4,96 110,17 10,00 93,53 126,32 5,01 110,68 10,00 101,57 137,16 5,90 119,30
11,00 94,17 127,17 5,08 111,37 11,00 94,64 127,81 5,13 111,88 11,00 102,77 138,79 6,05 120,59
12,00 95,30 128,70 5,20 112,59 12,00 95,78 129,35 5,25 113,11 12,00 104,01 140,46 6,19 121,90
13,00 96,46 130,26 5,33 113,83 13,00 96,95 130,92 5,38 114,36 13,00 105,27 142,16 6,34 123,23
14,00 97,64 131,86 5,46 115,11 14,00 98,14 132,53 5,51 115,64 14,00 106,57 143,91 6,50 124,60
15,00 98,86 133,51 5,59 116,41 15,00 99,36 134,19 5,65 116,95 15,00 107,89 145,71 6,66 126,00
16,00 100,11 135,19 5,74 117,75 16,00 100,62 135,88 5,79 118,29 16,00 109,25 147,55 6,83 127,43
17,00 101,39 136,92 5,88 119,11 17,00 101,90 137,62 5,94 119,66 17,00 110,65 149,43 7,01 128,89
18,00 102,70 138,69 6,04 120,51 18,00 103,22 139,40 6,10 121,06 18,00 112,08 151,37 7,19 130,38
19,00 104,05 140,51 6,20 121,94 19,00 104,57 141,22 6,26 122,50 19,00 113,55 153,35 7,38 131,91
20,00 105,43 142,38 6,36 123,40 20,00 105,96 143,10 6,43 123,97 20,00 115,06 155,39 7,58 133,48
21,00 106,85 144,30 6,54 124,90 21,00 107,39 145,03 6,60 125,47 21,00 116,61 157,48 7,78 135,08
22,00 108,31 146,27 6,71 126,43 22,00 108,86 147,01 6,78 127,01 22,00 118,20 159,63 8,00 136,72
23,00 109,81 148,29 6,90 128,01 23,00 110,36 149,04 6,97 128,59 23,00 119,84 161,84 8,22 138,40
24,00 111,35 150,37 7,10 129,62 24,00 111,91 151,14 7,17 130,21 24,00 121,52 164,11 8,45 140,13
25,00 112,93 152,51 7,30 131,27 25,00 113,51 153,29 7,37 131,87 25,00 123,25 166,45 8,70 141,89
26,00 114,56 154,71 7,51 132,96 26,00 115,15 155,50 7,59 133,57 26,00 125,03 168,85 8,95 143,70
27,00 116,24 156,98 7,73 134,70 27,00 116,83 157,78 7,81 135,31 27,00 126,86 171,33 9,21 145,55

Usync 217,00 Usync 218,00 Usync 220,00


ᾳ 18,00 Id 1,80 ᾳ 18,00 Id 1,80 ᾳ 18,00 Id 1,80
Tap Usl (kV) Ud0 (kV) Xc Ud (kV) Tap Usl (kV) Ud0 (kV) Xc Ud (kV) Tap Usl (kV) Ud0 (kV) Xc Ud (kV)
1,00 92,72 125,22 4,92 109,80 1,00 93,15 125,79 4,97 110,26 1,00 94,00 126,95 5,06 111,19
2,00 93,72 126,56 5,03 110,88 2,00 94,15 127,14 5,07 111,34 2,00 95,01 128,31 5,17 112,28
3,00 94,73 127,93 5,14 111,98 3,00 95,17 128,52 5,18 112,45 3,00 96,04 129,70 5,28 113,39
4,00 95,77 129,33 5,25 113,10 4,00 96,21 129,93 5,30 113,57 4,00 97,09 131,12 5,40 114,52
5,00 96,83 130,77 5,37 114,24 5,00 97,28 131,37 5,42 114,72 5,00 98,17 132,57 5,52 115,67
6,00 97,92 132,23 5,49 115,40 6,00 98,37 132,84 5,54 115,89 6,00 99,27 134,06 5,64 116,85
7,00 99,03 133,73 5,61 116,59 7,00 99,48 134,35 5,66 117,08 7,00 100,39 135,58 5,77 118,05
8,00 100,16 135,26 5,74 117,80 8,00 100,62 135,89 5,80 118,30 8,00 101,54 137,13 5,90 119,28
9,00 101,32 136,83 5,88 119,04 9,00 101,79 137,46 5,93 119,54 9,00 102,72 138,72 6,04 120,53
10,00 102,51 138,44 6,02 120,31 10,00 102,98 139,07 6,07 120,81 10,00 103,93 140,35 6,18 121,81
11,00 103,73 140,08 6,16 121,60 11,00 104,20 140,73 6,22 122,11 11,00 105,16 142,02 6,33 123,12
12,00 104,97 141,76 6,31 122,92 12,00 105,46 142,42 6,37 123,43 12,00 106,42 143,72 6,48 124,45
13,00 106,25 143,49 6,46 124,27 13,00 106,74 144,15 6,52 124,78 13,00 107,72 145,47 6,64 125,81
14,00 107,56 145,25 6,62 125,64 14,00 108,05 145,92 6,68 126,17 14,00 109,04 147,26 6,81 127,21
15,00 108,90 147,06 6,79 127,05 15,00 109,40 147,74 6,85 127,58 15,00 110,40 149,10 6,98 128,63
16,00 110,27 148,92 6,96 128,49 16,00 110,78 149,60 7,02 129,02 16,00 111,80 150,98 7,15 130,08
17,00 111,68 150,82 7,14 129,96 17,00 112,19 151,52 7,21 130,50 17,00 113,22 152,91 7,34 131,57
18,00 113,13 152,77 7,33 131,47 18,00 113,65 153,48 7,39 132,01 18,00 114,69 154,89 7,53 133,09
19,00 114,61 154,78 7,52 133,01 19,00 115,14 155,49 7,59 133,56 19,00 116,19 156,92 7,73 134,65
20,00 116,13 156,83 7,72 134,59 20,00 116,67 157,56 7,79 135,14 20,00 117,74 159,00 7,93 136,24
21,00 117,70 158,95 7,93 136,20 21,00 118,24 159,68 8,00 136,76 21,00 119,32 161,14 8,15 137,87
22,00 119,30 161,12 8,15 137,85 22,00 119,85 161,86 8,22 138,42 22,00 120,95 163,34 8,37 139,54
23,00 120,95 163,35 8,37 139,55 23,00 121,51 164,10 8,45 140,12 23,00 122,63 165,60 8,61 141,25
24,00 122,65 165,64 8,61 141,28 24,00 123,22 166,40 8,69 141,85 24,00 124,35 167,93 8,85 143,00
25,00 124,40 168,00 8,86 143,06 25,00 124,97 168,77 8,94 143,64 25,00 126,12 170,32 9,10 144,80
26,00 126,19 170,42 9,12 144,88 26,00 126,78 171,21 9,20 145,46 26,00 127,94 172,78 9,37 146,64
27,00 128,04 172,92 9,38 146,74 27,00 128,63 173,72 9,47 147,34 27,00 129,81 175,31 9,65 148,52

Sengiyunva Elie | Controlo e Regulação de Tensão do Sistema HVDC A3.65


ANEXO 4 - Variação da Tensão CC com Parâmetros Ajustados (3)

Usync 197,00 Usync 198,00 Usync 215,00


ᾳ 21,00 Id 1,80 ᾳ 21,00 Id 1,80 ᾳ 21,00 Id 1,80
Tap Usl (kV) Ud0 (kV) Xc Ud (kV) Tap Usl (kV) Ud0 (kV) Xc Ud (kV) Tap Usl (kV) Ud0 (kV) Xc Ud (kV)
1,00 84,18 113,68 4,06 98,47 1,00 84,60 114,25 4,10 98,93 1,00 91,87 124,06 4,83 106,71
2,00 85,08 114,90 4,14 99,44 2,00 85,51 115,48 4,19 99,91 2,00 92,85 125,39 4,94 107,75
3,00 86,00 116,14 4,23 100,44 3,00 86,44 116,73 4,28 100,91 3,00 93,86 126,75 5,04 108,82
4,00 86,94 117,41 4,33 101,45 4,00 87,38 118,01 4,37 101,92 4,00 94,89 128,14 5,15 109,90
5,00 87,91 118,71 4,42 102,48 5,00 88,35 119,32 4,47 102,96 5,00 95,94 129,56 5,27 111,01
6,00 88,89 120,04 4,52 103,54 6,00 89,34 120,65 4,57 104,02 6,00 97,01 131,01 5,39 112,14
7,00 89,90 121,41 4,63 104,61 7,00 90,35 122,02 4,67 105,10 7,00 98,11 132,50 5,51 113,30
8,00 90,93 122,80 4,73 105,71 8,00 91,39 123,42 4,78 106,20 8,00 99,24 134,02 5,64 114,48
9,00 91,98 124,22 4,84 106,83 9,00 92,45 124,85 4,89 107,32 9,00 100,39 135,57 5,77 115,68
10,00 93,06 125,68 4,96 107,97 10,00 93,53 126,32 5,01 108,47 10,00 101,57 137,16 5,90 116,91
11,00 94,17 127,17 5,08 109,14 11,00 94,64 127,81 5,13 109,65 11,00 102,77 138,79 6,05 118,16
12,00 95,30 128,70 5,20 110,34 12,00 95,78 129,35 5,25 110,85 12,00 104,01 140,46 6,19 119,44
13,00 96,46 130,26 5,33 111,56 13,00 96,95 130,92 5,38 112,07 13,00 105,27 142,16 6,34 120,75
14,00 97,64 131,86 5,46 112,81 14,00 98,14 132,53 5,51 113,33 14,00 106,57 143,91 6,50 122,09
15,00 98,86 133,51 5,59 114,08 15,00 99,36 134,19 5,65 114,61 15,00 107,89 145,71 6,66 123,45
16,00 100,11 135,19 5,74 115,39 16,00 100,62 135,88 5,79 115,92 16,00 109,25 147,55 6,83 124,85
17,00 101,39 136,92 5,88 116,72 17,00 101,90 137,62 5,94 117,26 17,00 110,65 149,43 7,01 126,28
18,00 102,70 138,69 6,04 118,09 18,00 103,22 139,40 6,10 118,63 18,00 112,08 151,37 7,19 127,74
19,00 104,05 140,51 6,20 119,48 19,00 104,57 141,22 6,26 120,03 19,00 113,55 153,35 7,38 129,23
20,00 105,43 142,38 6,36 120,91 20,00 105,96 143,10 6,43 121,47 20,00 115,06 155,39 7,58 130,76
21,00 106,85 144,30 6,54 122,38 21,00 107,39 145,03 6,60 122,94 21,00 116,61 157,48 7,78 132,33
22,00 108,31 146,27 6,71 123,88 22,00 108,86 147,01 6,78 124,44 22,00 118,20 159,63 8,00 133,93
23,00 109,81 148,29 6,90 125,41 23,00 110,36 149,04 6,97 125,99 23,00 119,84 161,84 8,22 135,58
24,00 111,35 150,37 7,10 126,99 24,00 111,91 151,14 7,17 127,57 24,00 121,52 164,11 8,45 137,26
25,00 112,93 152,51 7,30 128,60 25,00 113,51 153,29 7,37 129,19 25,00 123,25 166,45 8,70 138,98
26,00 114,56 154,71 7,51 130,26 26,00 115,15 155,50 7,59 130,85 26,00 125,03 168,85 8,95 140,75
27,00 116,24 156,98 7,73 131,96 27,00 116,83 157,78 7,81 132,55 27,00 126,86 171,33 9,21 142,56

Usync 217,00 Usync 218,00 Usync 220,00


ᾳ 21,00 Id 1,80 ᾳ 21,00 Id 1,80 ᾳ 21,00 Id 1,80
Tap Usl (kV) Ud0 (kV) Xc Ud (kV) Tap Usl (kV) Ud0 (kV) Xc Ud (kV) Tap Usl (kV) Ud0 (kV) Xc Ud (kV)
1,00 92,72 125,22 4,92 107,61 1,00 93,15 125,79 4,97 108,07 1,00 94,00 126,95 5,06 108,97
2,00 93,72 126,56 5,03 108,67 2,00 94,15 127,14 5,07 109,12 2,00 95,01 128,31 5,17 110,03
3,00 94,73 127,93 5,14 109,74 3,00 95,17 128,52 5,18 110,20 3,00 96,04 129,70 5,28 111,12
4,00 95,77 129,33 5,25 110,83 4,00 96,21 129,93 5,30 111,30 4,00 97,09 131,12 5,40 112,23
5,00 96,83 130,77 5,37 111,95 5,00 97,28 131,37 5,42 112,42 5,00 98,17 132,57 5,52 113,36
6,00 97,92 132,23 5,49 113,09 6,00 98,37 132,84 5,54 113,56 6,00 99,27 134,06 5,64 114,51
7,00 99,03 133,73 5,61 114,25 7,00 99,48 134,35 5,66 114,73 7,00 100,39 135,58 5,77 115,69
8,00 100,16 135,26 5,74 115,44 8,00 100,62 135,89 5,80 115,92 8,00 101,54 137,13 5,90 116,89
9,00 101,32 136,83 5,88 116,65 9,00 101,79 137,46 5,93 117,14 9,00 102,72 138,72 6,04 118,11
10,00 102,51 138,44 6,02 117,89 10,00 102,98 139,07 6,07 118,38 10,00 103,93 140,35 6,18 119,36
11,00 103,73 140,08 6,16 119,15 11,00 104,20 140,73 6,22 119,65 11,00 105,16 142,02 6,33 120,64
12,00 104,97 141,76 6,31 120,44 12,00 105,46 142,42 6,37 120,94 12,00 106,42 143,72 6,48 121,94
13,00 106,25 143,49 6,46 121,76 13,00 106,74 144,15 6,52 122,26 13,00 107,72 145,47 6,64 123,27
14,00 107,56 145,25 6,62 123,11 14,00 108,05 145,92 6,68 123,62 14,00 109,04 147,26 6,81 124,63
15,00 108,90 147,06 6,79 124,48 15,00 109,40 147,74 6,85 125,00 15,00 110,40 149,10 6,98 126,02
16,00 110,27 148,92 6,96 125,89 16,00 110,78 149,60 7,02 126,41 16,00 111,80 150,98 7,15 127,45
17,00 111,68 150,82 7,14 127,33 17,00 112,19 151,52 7,21 127,85 17,00 113,22 152,91 7,34 128,90
18,00 113,13 152,77 7,33 128,80 18,00 113,65 153,48 7,39 129,33 18,00 114,69 154,89 7,53 130,39
19,00 114,61 154,78 7,52 130,31 19,00 115,14 155,49 7,59 130,84 19,00 116,19 156,92 7,73 131,91
20,00 116,13 156,83 7,72 131,85 20,00 116,67 157,56 7,79 132,39 20,00 117,74 159,00 7,93 133,46
21,00 117,70 158,95 7,93 133,42 21,00 118,24 159,68 8,00 133,97 21,00 119,32 161,14 8,15 135,06
22,00 119,30 161,12 8,15 135,04 22,00 119,85 161,86 8,22 135,59 22,00 120,95 163,34 8,37 136,69
23,00 120,95 163,35 8,37 136,69 23,00 121,51 164,10 8,45 137,25 23,00 122,63 165,60 8,61 138,36
24,00 122,65 165,64 8,61 138,38 24,00 123,22 166,40 8,69 138,95 24,00 124,35 167,93 8,85 140,07
25,00 124,40 168,00 8,86 140,12 25,00 124,97 168,77 8,94 140,69 25,00 126,12 170,32 9,10 141,82
26,00 126,19 170,42 9,12 141,90 26,00 126,78 171,21 9,20 142,47 26,00 127,94 172,78 9,37 143,62
27,00 128,04 172,92 9,38 143,72 27,00 128,63 173,72 9,47 144,30 27,00 129,81 175,31 9,65 145,46

Sengiyunva Elie | Controlo e Regulação de Tensão do Sistema HVDC A4.66


ANEXO 5 - Circuito TapChanger (360.1390)

Sengiyunva Elie | Controlo e Regulação de Tensão do Sistema HVDC A5.67

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