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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO

CURSO DE LICENCIATURA EM ENGENHARIA ELÉCTRICA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO PROFISSIONAL

PROTÓTIPO PARA MONITORAMENTO DA CARGA DOS TRANSFORMADORES


DE DISTRIBUIÇÃO: CASO DA ELECTRICIDADE DE MOÇAMBIQUE - NAMPULA

Autor Supervisores
Anifo António Iavano Engº. Rogério Vaquina Tauancha (EDM)
Engª. Verónica Wamusse, MSc. (ISPS)

Songo, Março de 2023


CURSO DE LICENCIATURA EM ENGENHARIA ELÉCTRICA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO PROFISSIONAL

PROTÓTIPO PARA MONITORAMENTO DA CARGA DOS TRANSFORMADORES


DE DISTRIBUIÇÃO: CASO DA ELECTRICIDADE DE MOÇAMBIQUE - NAMPULA

Autor Supervisores
Anifo António Iavano Eng.º Rogério Vaquina Tauancha (EDM)
Engª Verónica Wamusse, MSc. (ISPS)

Songo, Março de 2023


Iavano, Anifo António

PROTÓTIPO PARA MONITORAMENTO DA CARGA DOS TRANSFORMADORES


DE DISTRIBUIÇÃO: CASO DA ELECTRICIDADE DE MOÇAMBIQUE – NAMPULA

Relatório de Estágio Profissional


apresentado ao Instituto Superior
Politécnico de Songo, como parte dos
requisitos necessários para a obtenção
do grau de Licenciado em Engenharia
Eléctrica.

Membros do júri:

OS SUPERVISORES
____________________________________
Engº. Rogério Vaquina Tauancha (EDM)

____________________________________

Engª. Verónica Wamusse, MSc. (ISPS)

O EXAMINADOR

____________________________________

O PRESIDENTE DA MESA DE JÚRI

____________________________________

Songo, Março de 2023


CURSO DE LICENCIATURA EM ENGENHARIA ELÉCTRICA

TERMO DE ENTREGA DE RELATÓRIO DO ESTÁGIO PROFISSIONAL

Declaro que o estudante Anifo António Iavano, entregou no dia ____/03/2023 as


cópias do seu Relatório de Estágio Profissional com referência: __________, intitulado:
PROTÓTIPO PARA MONITORAMENTO DA CARGA DOS TRANSFORMADORES
DE DISTRIBUIÇÃO: CASO DA ELECTRICIDADE DE MOÇAMBIQUE-NAMPULA.

Songo, aos ____de Março de 2023

O/A Chefe da Secretaria


_____________________________________
Protótipo para Monitoramento da Carga dos Transformadores
de Distribuição: Caso da Electricidade de Moçambique - Nampula 2023

DEDICATÓRIA

Aos meus pais António Iavano e Rosa

Henriques, que me ensinaram a acatar a lógica de qualquer assunto

quando em abordagem.
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i
Protótipo para Monitoramento da Carga dos Transformadores
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AGRADECIMENTOS

Louvado seja Deus, por guiar-me até este momento, e pelos bons e ruins momentos
que passei.

Agradeço imensamente aos meus pais, António Iavano e Rosa Henriques, por tudo que
me ensinaram desde sempre, pelo apoio e carinho, acima de tudo, pelo amor
incondicional.

Aos meus supervisores, o Engenheiro Rogério Tauancha e a Engenheira Verónica


Wamusse, pela colaboração em todos os aspectos que resultaram na existência deste
trabalho, sem me esquecer do Engenheiro Crespo José, o meu muito obrigado pela
sua colaboração.

Um agradecimento vai para a equipa do Departamento de Planificação Operacional e


Estatística, pelas inesquecíveis lições profissionais e de vida. À equipa da Divisão de
Transmissão Norte, obrigado pelo conhecimento adquirido.

Agradeço também a todos os docentes do ISPS, que contribuíram na minha formação,


particularmente aos Engenheiros Emílio Marra, Félix Mateus, Verónica Wamusse,
Camacho Aleixo, Martinho Gafur, Leonel Muthemba, Leonel Fanequiço, Daniel Mbanze
e Cláudio Nhumaio, pelas suas contribuições bastante significativas.

Aos amigos, colegas do ISPS e conhecidos em geral, obrigado pelo companheirismo.


Um agradecimento especial vai para o meu irmão e colega de curso, Abudo Iavano, o
admirador da informática.

Por último, mas não menos importante, um agradecimento e umas palavras de


satisfação, vão para os familiares, por tudo que cada um contribuiu, sobretudo o apoio
moral e financeiro, em todo o percurso da minha vida, em particular, durante a minha
formação. Aos meus irmãos, vai um particular e especial agradecimento pelo
indescritível gesto de generosidade.

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Protótipo para Monitoramento da Carga dos Transformadores
de Distribuição: Caso da Electricidade de Moçambique - Nampula 2023

EPÍGRAFE

“Eles disseram: Glorificado sejas, não temos conhecimento excepto o que

tu nos ensinaste, de facto, tu és o Omnisciente, o Sábio.”


(Qur’an 2:32)
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Protótipo para Monitoramento da Carga dos Transformadores
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RESUMO

Um transformador é um dispositivo que transforma, por meio da acção de um campo


magnético, a energia eléctrica CA de uma dada frequência e nível de tensão em
energia eléctrica CA de mesma frequência, mas outro nível de tensão. Portanto, um
transformador de distribuição é utilizado para transformar o nível de tensão na
distribuição de energia eléctrica em média tensão, ao nível de tensão para distribuição
em baixa tensão.

Este trabalho aborda sobre o desenvolvimento de um protótipo, um dispositivo


electrónico que tem por finalidade monitorar as cargas dos transformadores de
distribuição, como uma proposta para a concessionária local, a empresa Electricidade
de Moçambique, Nampula, visando auxiliar na gestão operacional para prevenir o
curto-circuito nos enrolamentos dos transformadores de distribuição por sobrecarga,
bem como maximizar a vida útil dos mesmos. O método tem o objectivo de melhorar o
actual processo de medição de cargas nos transformadores de distribuição,
contribuindo para o aumento da qualidade de distribuição da energia eléctrica. O
protótipo consiste em ler as amostras através dos sensores de tensão e de corrente em
cada fase secundária do transformador, calcular a potência aparente monofásica,
calcular o somatório das potências monofásicas, que constituem as potências
consumidas pelas cargas conectadas ao transformador, através de um
microcontrolador. A informação processada será visualizada numa página web, por
meio de um sistema de telecomunicação.

Palavras-chaves: Transformador de Distribuição; Protótipo; Monitoramento;


Sobrecarga; Sistema de Telecomunicação.

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Protótipo para Monitoramento da Carga dos Transformadores
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ABSTRACT

A transformer is a device that transforms, through the action of a magnetic field, AC


electrical energy of a given frequency and voltage level into AC electrical energy of the
same frequency but another voltage level. Therefore, a distribution transformer is used
to transform the voltage level in medium voltage electrical power distribution to the
voltage level for low voltage distribution.

This work deals with the development of a prototype, an electronic device that aims to
monitor the loads of distribution transformers, as a proposal for the local
concessionaire, the company Electricidade de Moçambique, Nampula, aiming to assist
in operational management to prevent short circuits in the windings of distribution
transformers due to overload, as well as how to maximize their useful life. The method
aims to improve the current process of measuring loads in distribution transformers,
contributing to an increase in the quality of electricity distribution. The prototype consists
of reading the samples through the voltage and current sensors in each secondary
phase of the transformer, calculating the single-phase apparent power, calculating the
sum of the single-phase powers, which constitute the powers consumed by the loads
connected to the transformer, through a microcontroller. The processed information will
be displayed on a web page, through a telecommunication system.

Keywords: Distribution Transformer; Prototype; Monitoring; Overload;


Telecommunication System.

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Protótipo para Monitoramento da Carga dos Transformadores
de Distribuição: Caso da Electricidade de Moçambique - Nampula 2023

ÍNDICE
DEDICATÓRIA ..................................................................................................................... i

AGRADECIMENTOS ........................................................................................................... ii

EPÍGRAFE.......................................................................................................................... iii

RESUMO ............................................................................................................................ iv

ABSTRACT .......................................................................................................................... v

LISTA DE FIGURAS ........................................................................................................... ix

LISTA DE TABELAS ............................................................................................................ x

LISTA DE ABREVIATURAS ............................................................................................... xi

LISTA DE SÍMBOLOS ....................................................................................................... xii

CAPÍTULO I ......................................................................................................................... 1

1. INTRODUÇÃO.............................................................................................................. 1

1.1. Estrutura do trabalho ............................................................................................. 2

1.2. Delimitação do Tema ............................................................................................. 3

1.3. Problemática e justificativa .................................................................................... 3

1.4. Hipóteses .............................................................................................................. 4

1.5. Objectivos .............................................................................................................. 5

1.5.1. Objectivo Geral ................................................................................................ 5

1.5.2. Objectivos Específicos ..................................................................................... 5

1.6. Metodologia ........................................................................................................... 5

CAPÍTULO II ....................................................................................................................... 6

2. DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO ...................................................................... 6

2.1. Informação histórica da empresa .......................................................................... 6

2.2. Caracterização da Rede da EDM, a Rede Nacional de Transporte ...................... 7

2.2.1. Produção de energia eléctrica.......................................................................... 8

2.2.2. Transporte de energia eléctrica........................................................................ 9

2.3. Divisão de Transmissão Norte (DTNO) ................................................................. 9

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2.3.1. Subestação Eléctrica de Nampula 220 kV ....................................................... 9

2.3.2. Subestação Central de Nampula 110 kV ....................................................... 10

CAPÍTULO III ..................................................................................................................... 12

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ....................................................................................... 12

3.1. Consumidor de energia eléctrica ......................................................................... 12

3.2. Concessão de energia eléctrica .......................................................................... 12

3.3. Fornecimento de energia eléctrica ...................................................................... 12

3.4. Rede Nacional de Energia Eléctrica .................................................................... 12

3.5. Sistema Eléctrico de Potência (SEP) .................................................................. 12

3.5.1. Geração de Energia Eléctrica ........................................................................ 13

3.5.2. Transporte de Energia Eléctrica ..................................................................... 14

3.5.3. Distribuição de Energia Eléctrica ................................................................... 14

3.6. Subestação Eléctrica (SE) ................................................................................... 14

3.6.1. Posto de Transformação (PT) ........................................................................ 15

3.6.1.1. Caixa de Baixa Tensão............................................................................ 16

3.6.1.2. Transformador de distribuição ................................................................. 17

3.7. Cargas em Transformadores de Distribuição ...................................................... 18

3.7.1. Tipos de cargas.............................................................................................. 18

3.7.2. Normas aplicáveis a cargas dos transformadores de distribuição ................. 20

3.8. Monitoramento..................................................................................................... 22

3.9. Sistemas eléctricos trifásicos............................................................................... 22

3.9.1. Potência em sistemas eléctricos equilibrados e desequilibrados ................... 23

3.10. Sequência de fases ........................................................................................... 24

CAPÍTULO IV .................................................................................................................... 25

4. PROTÓTIPO PARA MONITORAMENTO DA CARGA DOS TRANSFORMADORES


DE DISTRIBUIÇÃO: CASO DA ELECTRICIDADE DE MOÇAMBIQUE - NAMPULA ....... 25

4.1. Método de medição de carga em uso na EDM em Nampula .............................. 25

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4.2. Modelação do hardware do protótipo .................................................................. 25

4.2.1. Sensores ........................................................................................................ 26

4.2.1.1. Circuito Sensor de Corrente .................................................................... 27

4.2.1.1.1. Sensor de corrente proposto ............................................................. 27

4.2.1.2. Circuito Sensor de Tensão ...................................................................... 28

4.2.1.2.1. Optoacoplador 4N25 ......................................................................... 28

4.2.2. Microcontrolador ............................................................................................ 33

4.2.1.1. Conversor ADC ....................................................................................... 33

4.2.1.1.1. Tensão de referência e o valor digital ............................................... 33

4.2.2.1.1. Resolução do conversor .................................................................... 34

4.2.2.2. Rotina do Software .................................................................................. 35

4.2.3. Regulador de tensão ...................................................................................... 37

4.2.4. Circuito rectificador de tensão ........................................................................ 37

4.2.5. Modulo Wifi ESP8266-01 ............................................................................... 37

4.2.6. Sistema de telecomunicação ......................................................................... 38

4.2.6.1. Transmissão de dados via rádio .............................................................. 38

4.2.6.2. Transmissão de dados via Fibra Óptica .................................................. 38

4.2.6.2.1. Cabo OPDC ...................................................................................... 39

4.2.6.2.2. Fibra Óptica (DROP 1FO) ................................................................. 39

4.3. Monitoramento de carga no transformador de distribuição ................................. 41

4.4. Levantamento de custos previstos ...................................................................... 42

4.5. Proposta para melhoramento do processo de medição de cargas na EDM em


Nampula ......................................................................................................................... 44

4.5.1. Analise das hipóteses .................................................................................... 46

4.6. Resultados esperados ......................................................................................... 46

CAPÍTULO V ..................................................................................................................... 47

5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ..................................................................... 47

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5.1. Conclusões .......................................................................................................... 47

5.2. Recomendações.................................................................................................. 47

CAPÍTULO VI .................................................................................................................... 48

6. BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................... 48

6.1. Referências Bibliográficas ................................................................................... 48

6.2. Outras bibliografias consultadas.......................................................................... 49

ANEXOS ............................................................................................................................ 51

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LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1: A Rede Nacional de Transporte......................................................................... 7


Figura 2.2: Diagrama Unifilar das subestações de Nampula. ............................................ 11
Figura 3.1: Sistema Eléctrico de Potência ......................................................................... 13
Figura 3.2: Posto de transformação ................................................................................... 15
Figura 3.3: Caixa de Baixa Tensão .................................................................................... 16
Figura 3.4: Transformador de distribuição ......................................................................... 18
Figura 3.5: Tipos de curvas de carga. ............................................................................... 19
Figura 3.6: Curva de carga agregada no transformador de distribuição. ........................... 20
Figura 3.7: Gráfico de carga diária .................................................................................... 21
Figura 4.1: Diagrama de blocos do sistema de medição de cargas dos transformadores de
distribuição......................................................................................................................... 26
Figura 4.2: Circuito sensor de corrente .............................................................................. 27
Figura 4.3 Sensor de corrente proposto. ........................................................................... 28
Figura 4.4: Circuito sensor de tensão ................................................................................ 28
Figura 4.5: Modelo de díodo ideal. Polarização directa e inversa do díodo. ...................... 29
Figura 4.6: Modelo de díodo prático. Polarização directa e inversa, respectivamente. ..... 29
Figura 4.7: Modelo completo do díodo. Polarização directa e inversa. .............................. 30
Figura 4.8: Circuito e as curvas do colector de um fototransístor típico ............................ 31
Figura 4.9: Análise do circuito sensor de tensão. .............................................................. 32
Figura 4.10: Onda da tensão de entrada e de saída do optoacoplador, canal A e B. ........ 32
Figura 4.11 : O hardware do PIC18F4550 ......................................................................... 33
Figura 4.12: Etapas de conversão ADC desde a recolha da amostra ............................... 34
Figura 4.13: Modulo Wifi ESP8266-01Fonte: (Wia things, 2019)....................................... 37
Figura 4.14: Infraestrutura de comunicação via rádio ........................................................ 38
Figura 4.15: Cabo de fibra óptica ....................................................................................... 39
Figura 4.16: Cabo Óptico de Distribuição de Energia Eléctrica ......................................... 39
Figura 4.17: Fibra Óptica drop 1FO. Fonte: Adaptado de (ANATEL, 2018)....................... 40
Figura 7.1: Esquema – hardware do protótipo. .................................................................. 54
Figura 7.2: Diagrama de blocos do protótipo, constituído por Posto de Transformação 1, 2
e 3, identificados pelas cores laranja, preta e verde, respectivamente, e o terminal do
usuário (através do celular ou computador)....................................................................... 55

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LISTA DE TABELAS

Tabela 2.1: Parque produtor hidroeléctrico .......................................................................... 8


Tabela 2.2:Parque produtor termoeléctrico.......................................................................... 8
Tabela 2.3:Localização das linhas de transmissão por região ............................................. 9
Tabela 3.1:Cargas e tempos definidos num ciclo de 24 h ................................................. 21
Tabela 3.2: Tipo de carga utilizada na simulação do protótipo. ......................................... 22
Tabela 4.1: Comparação dos meios de transmissão internet à rádio e à fibra óptica ........ 40
Tabela 4.2: Lista de materiais ............................................................................................ 43
Tabela 7.1: Actividades participadas na DTNO e na ASC, EDM - Nampula...................... 52

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LISTA DE ABREVIATURAS

Abreviatura Significado
AC Alternate Current
ACCCS Arbitrary Current Controlled Current Source
ACS Área de Serviço ao Cliente
ADC Analog to Digital Converter
ANEEL Agencia Nacional de Energia Eléctrica
AT Alta Tensão
AT1 Auxiliar Transformer 1
AT2 Auxiliar Transformer 2
BT Baixa Tensão
CA Corrente Alternada
CC Corrente Continua
CTR Current Transfer Ratio
DC Direct Current (Corrente Contínua)
DEP Departamento dos Equipamentos de Potencia
DLI Departamento de Linhas e Infraestrutura
DPOE Departamento de Planificação Operacional e Estatística
DRN Direcção Regional Norte
DTNO Divisão de Transmissão Norte
EDM Electricidade de Moçambique
EP Empresa Pública
GM Governo de Moçambique
HCB Hidroeléctrica de Cahora Bassa
HTML Hyper Text Markup Language
HTTP HyperText Transfer Protocol
IoT Internet of Things
IP Internet Protocol
LED Light Emitted Diod
MT Média Tensão
OPDC Optical Distribution Cable
PIC Programmable Interface Controller
PT Posto de Transformação
REP Relatório de Estágio Profissional
RNT Rede Nacional de Transmissão
SC Sensor de Corrente
SEP Sistema Eléctrico de Potência
ST Sensor de Tensão
TCP Transmission Control Protocol
UART Universal Asynchronous Receiver/Transmitter

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LISTA DE SÍMBOLOS

Símbolo Designação Unidade


% Percentagem -
A Ânodo ---
A Ampére A
B Código de Linha de 220 kV ---
B08 Código de linha 08, Mólocuè – Nampula ---
C Código de Linha de 110 kV ---
C31 Código de Linha SE 220 kV – Subestação central ---
110 kV
C32 Código de Linha Nampula_Namialo ---
C34 Código de Linha Nampula-Moma ---
C35 Código de Linha Nampula_Namialo ---
D Código de Linha de 66 kV ---
E Código de Linha de 33 kV ---
F Código de Linha de 22 kV --
G Código de Linha de 11 kV ---
H Código de Linha de 6,6 kV ---
K Cátodo ---
f Frequência Hz
R Resistência Ω
s Segundo s
T101 Transformador 101 ---
T102 Transformador 102 ---
T31 Transformador 31 ---
T32 Transformador 32 ---
T33 Transformador 33 ---
T34 Transformador 34 ---
T35 Transformador 35 ---
Trafo Transformador ---
V Volt V
W Watt W
Ω Ohm -

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CAPÍTULO I

1. INTRODUÇÃO

De acordo com Energisa (2021, p. 20), transformador de distribuição é um transformador


de potência utilizado em sistemas de distribuição de energia eléctrica. Este equipamento
constitui o elemento chave no que diz respeito ao fornecimento de energia eléctrica aos
consumidores, pelo que, prevenir possíveis falhas, constitui um desafio para todo o sector
de distribuição de energia eléctrica.

Compreender o funcionamento e a dinâmica da inovação é fundamental para se


interpretar as possíveis tendências tecnológicas sectoriais, (IPEA, 2011). Neste contexto,
pode-se interpretar, que as empresas do sector de energia eléctrica, tendem a
acompanhar a evolução das tecnologias aplicadas no fabrico de seus equipamentos e nos
processos aplicados durante a produção, transporte e distribuição de energia eléctrica,
com vista a maximizar a produtividade, garantir a fiabilidade de seus equipamentos, a
redução de perdas, consequentemente aumentar a confiabilidade do sistema.

O processo de medição da carga nos transformadores de distribuição empregue na


Electricidade de Moçambique, Nampula, está sujeito a modernização, com vista a reduzir
o índice de desequilíbrio entre as fases, R, S e T, criar-se uma base de dados referente
ao histórico das cargas submetidas aos trafos, e optimizar a carga para evitar as
sobrecargas. Uma sobrecarga no transformador de distribuição, resulta na redução da
sua vida útil, frequentes interrupções na distribuição por disparo do disjuntor, e até mesmo
um curto-circuito nos enrolamentos, por sobrecorrente.

O presente trabalho, é um Relatório de Estágio Profissional (REP), cujo tema é “Protótipo


para Monitoramento da Carga dos Transformadores de Distribuição: Caso da
Electricidade de Moçambique-Nampula”, realizado na empresa EDM - Nampula, na Área
de Serviço ao Cliente (ASC), no Departamento de Manutenção de Redes, e de
Planificação Operacional e Estatística (DPOE), na Divisão de Transmissão Norte (DTNO),
no Departamento de Subestações, de Equipamentos de Potência (DEP), e de Linhas e
Infra-estruturas (DLI), com uma duração de 5 meses, no período compreendido entre 28
de Dezembro de 2021 e 28 de Maio de 2022.

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1.1. Estrutura do trabalho

Este trabalho é constituído por 7 capítulos a destacar:

Capítulo I: “Introdução”, delimitação do tema, formulação do problema, a problemática, os


objectivos e a metodologia usada para o alcance dos objectivos;

Capítulo II: “Descrição do local de estágio”, faz-se uma breve descrição das instalações
da empresa Electricidade de Moçambique em termos de localização, equipamentos
(transformadores de potência e as linhas de transmissão);

Capítulo III “Revisão Bibliográfica”, dá-se lugar à conceitos essenciais relacionados com
o sistema eléctrico de potência, com objectivo de situar o leitor sobre os aspectos aqui
abordados.

Capítulo IV: “Protótipo para monitoramento da carga dos transformadores de distribuição:


caso da Electricidade de Moçambique - Nampula”, é desenvolvido o protótipo, a criação
do código em linguagem C, especificação dos equipamentos necessários para simulação
e a implementação do protótipo, assim como a apresentação dos resultados da
simulação, bem como uma breve discussão dos mesmos em detrimento aos resultados
calculados pelas expressões matemáticas.

Capítulo V: “Conclusões e Recomendações”, Dá-se espaço às conclusões constatadas


no âmbito da realização deste trabalho, terminando com as recomendações, na sua
essência, correlacionadas com a implementação do protótipo.

Capítulo VI: Neste Capítulo são encontradas as bibliografias visitadas para o


desenvolvimento deste trabalho.

Capítulo VII: Anexos.

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1.2. Delimitação do Tema

A crescente quantidade de consumidores no nosso país, exige da concessionária local,


mais e novas estratégias para atender a demanda e garantir uma qualidade no
fornecimento de energia eléctrica. A satisfação dos consumidores de energia eléctrica é
um dos indicadores que ditam a qualidade no fornecimento desta electricidade. Sendo
assim, a disponibilidade contínua dos transformadores de distribuição é um factor
necessário para o fornecimento de electricidade de boa qualidade, dai que propõe-se em
monitorar a carga do transformador, para evitar a descontinuidade na distribuição de
energia por conta de sobrecargas.

Este trabalho delimitou-se em criar um protótipo capaz de monitorar a carga dos


transformadores de distribuição, de forma a maximizar a sua vida útil e garantir a
disponibilidade do sistema de distribuição de energia, através da gestão operacional feita
com o auxilio deste protótipo em proposta, tendo como referência a concessionária local,
a empresa Electricidade de Moçambique, E.P., Direcção Regional Norte, Nampula,
vocacionada em Produção e / ou Compra, Transporte e Distribuição de energia eléctrica
em Moçambique.

A criação deste protótipo conta apenas com a fase da criação do esquemático do


hardware e do firmware, ou seja, não envolve a montagem final e os posteriores testes
finais do dispositivo.

1.3. Problemática e justificativa

Analisando o papel da medição de carga nos transformadores de distribuição, pode se


interpretar que esta, é uma actividade indispensável para produzir-se dados que
posteriormente são utilizados na gestão operacional deste equipamento à quando da
distribuição de energia eléctrica.

A EDM tem realizado esta actividade com recursos à multímetros, num período de uma
semana em cada três (3) meses. Cada técnico tem sido atribuído uma certa quantidade
de PTʼs por visitar e fazer as devidas medições de cargas nos transformadores, num
horário compreendido entre 17h e 19h, que julga-se ser um período de ponta em termos

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de consumo de energia eléctrica, e então, faz-se a avaliação para apurar se o


transformador está ou não em sobrecarga.

Os PTʼs estão munidos de disjuntores que interrompem o circuito diante de uma


sobrecarga nos transformadores em estágio avançado, porém estes estão sujeitos a
falhas por avaria ou mesmo por sobredimensionamento.

Assim, atendendo e considerando que a sobrecarga no transformador diminui a sua vida


útil conforme referido na introdução deste trabalho, a periodicidade da medição de cargas
nos transformadores de distribuição na EDM em Nampula, constitui um problema pela sua
pouca eficácia.

A possibilidade de não se visitar certos PTʼs longínquos ou aqueles com dificuldades de


acesso devido às frequentes degradações das vias de acesso naquela província,
principalmente nas épocas chuvosas (factor que pode contribuir para negligência nas
medições de cargas), é um outro problema levantado, sem excluir a possibilidade de
fazer-se medições de cargas nos instantes em que certos consumidores não estejam
activos, o que leva à leitura de valores de correntes que não correspondem à carga real
conectada ao transformador naquele instante, isto é, conduzindo à leitura de “pseudo-
carga” (falsa carga).

Deste modo, a criação deste protótipo, justifica-se pela necessidade de maximizar a vida
útil e garantir a fiabilidade dos transformadores de distribuição, optimizando-se a sua
carga, resultados estes que serão alcançados pela automatização do processo de
medição de cargas para monitorar a real carga conectada aos transformadores.

1.4. Hipóteses

 Controlo de carga através da corrente máxima admissível no cabo de baixada;


 Diminuir a periodicidade de medição de cargas; ou
 Uso de um Sistema Microcontrolado.

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1.5. Objectivos

1.5.1. Objectivo Geral

 Monitorar a carga dos transformadores de distribuição na Electricidade de


Moçambique-Nampula.

1.5.2. Objectivos Específicos

 Analisar o processo de medição de cargas nos transformadores de distribuição


utilizado na empresa EDM em Nampula;
 Avaliar o método utilizado na medição de cargas na empresa supracitada;
 Propor o monitoramento da carga dos transformadores de distribuição de energia
eléctrica na EDM em Nampula;
 Especificar os equipamentos (elementos sensores, microcontrolador, módulo wifi e
de telecomunicação) que irão constituir o sistema para monitorar a carga dos
transformadores de distribuição na EDM em Nampula;
 Desenvolver um algoritmo (script) em linguagem C, capaz de executar as funções
de leitura de tensões, de correntes e o processamento das amostras;
 Exibir e comparar os resultados obtidos na simulação do protótipo com os valores
reais da rede.

1.6. Metodologia

No âmbito da elaboração deste trabalho, fez-se o uso de fontes físicas e electrónicas.

Nas fontes físicas, foram consultados manuais de sistemas eléctricos de potência


utilizados na empresa, no âmbito de montagem, manutenção e operação de redes
eléctricas em Baixa, Média e Alta tensão.

Nas fontes electrónicas, foram consultados artigos técnicos e livros cujo conteúdo vai ao
encontro do tema em abordagem, disponíveis na internet.

O protótipo foi criado numa programação em linguagem C, através do ambiente editor de


código, o mikroC e o Visual Studio Code.

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Protótipo para Monitoramento da Carga dos Transformadores
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CAPÍTULO II

2. DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO

O Estágio Profissional, foi realizado na empresa Electricidade de Moçambique, E.P., na


Divisão de Transporte Norte (DTNO), a responsável pela gestão eficiente e eficaz das
actividades de Operação e Manutenção da Rede de Transmissão Norte, compreendendo
instalações de interconexão para produtores de energia, instalações de Infraestruturas de
Transporte de energia eléctrica, para fornecer consumidores de grande porte e Redes de
Distribuição conectadas à Rede de Transmissão Norte, e na Direcção Regional Norte
(DRN). A DRN é responsável pela gestão de todas as actividades referentes à operação e
manutenção das redes de distribuição nas regiões sob sua jurisdição, nas redes de média
e baixa tensão e instalações associadas de telecomunicações, telemetria e controlo
remoto, medidores de electricidade, visando receber a energia eléctrica da Rede Nacional
de Transporte para fornecimento aos clientes.

2.1. Informação histórica da empresa

De acordo com (EDM, 2018), a Electricidade de Moçambique foi criada em 27 de Agosto


de 1977 como uma Empresa Estatal, há sensivelmente dois anos depois da
independência de Moçambique, isto é, por coincidência, a empresa criou-se no exacto
ano que iniciou a guerra civil em Moçambique, que durou 16 anos, tendo terminado com o
acordo de paz em Roma, em 1992. O objectivo da criação da empresa era o
estabelecimento e a exploração do serviço de Produção, Transporte e Distribuição de
energia eléctrica. Foi dentro do contexto de reestruturação da economia do país, no
âmbito de reparo dos danos causados pela guerra que, em 1995, a EDM foi transformada
em Empresa Pública, tendo sido criadas as Direcções Regionais e Áreas Operacionais
para tornar mais transparentes as áreas, funções e responsabilidades, delegando maior
autonomia de decisão; os Departamentos comerciais e a expansão do sistema de
facturação em todas as áreas operacionais; e, para reduzir as perdas de energia ao longo
do sistema de Produção, Transporte, facturação e cobranças.

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Electricidade de Moçambique - Nampula 2023

2.2. Caracterização da Rede da EDM, a Rede Nacional de Transporte

A seguir, é caracterizada a rede nacional, em termos das fontes de geração de energia eléctrica, e as linhas de transmissão:

Figura 2.1: A Rede Nacional de Transporte

Fonte: (EDM, 2017)

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2.2.1. Produção de energia eléctrica

A EDM compra energia eléctrica da Hidroeléctrica de Cahora Bassa, HCB, numa


capacidade de 250MW à 220kV, (HCB, 2016). Segundo a (EDM, 2018), Para além da
energia recebida a partir da Hidroeléctrica de Cahora Bassa, a Electricidade de
Moçambique possui fontes de geração própria, que constituem os parques produtores da
Empresa, localizados nos vários pontos do país, como mostram as tabelas a seguir:

Tabela 2.1: Parque produtor hidroeléctrico

Energia Factor
Potência Potência Cota de pleno Volume de
firme do de
Central instalada produtível armazenamento armazenament
projecto carga 3
(MW) (MW) (masl) o (Mm )
(MWh) (%)
Corumana 16,6 16 33800 21 111 1200
Chicamba 44 44 48000 21 624,5 2000
Mavuzi 52 44 232000 73 345,6 2
Cuamba 1,09 0,9 5600 60 1001 2,6
Lichinga 0,73 0,5 4320 67 1280 0,66
TOTAL 144,42 105,4 328720
Fonte: (EDM, 2018)

Tabela 2.2:Parque produtor termoeléctrico

Potência Potência produtível à


Central instalada temperatura média Tipo de Central Combustível
(MW) ambiente (MW)
Emergência –
Pemba 1,2 1,2 Diesel
Turbina a Gás
Emergência –
Nampula 2 2 Diesel
Turbina a Gás
Emergência –
Quelimane 6,8 3 Diesel
Turbina a Gás
Emergência –
Inhambane 4,6 4,6 Diesel
Turbina a Gás
Emergência –
Xai – Xai 3,6 3,6 Diesel
Turbina a Gás
Emergência –
GTG3 Maputo 24 22 Diesel
Turbina a Gás

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Emergência –
GTG Beira 14 12 Diesel
Turbina a Gás
Carga base –
Termoeléctrica de
11,2 11,2 Motores de Gás Natural
Temane
Combustão
Termoeléctrica de Carga base – Ciclo
121 106 Gás Natural
Maputo combinado
TOTAL 188,4 165,6
Fonte: (EDM, 2018)

2.2.2. Transporte de energia eléctrica

Depois que a EDM compra (e / ou produz) a energia eléctrica, a mesma é levada para
pontos de consumo através de linhas de transporte em alta tensão. A seguir é mostrado o
resumo da rede de transporte da EDM em função da região por onde encontra-se
instalada, com um comprimento total de linhas de 5.249 km.

Tabela 2.3:Localização das linhas de transmissão por região

Nível de tensão eléctrica (kV)


Direcção
400/330 275 220 110 66
Regional
Comprimento da linha (km)
DTSUL 0 117 0 593 306
DTCE 0 0 320 603 194
DTCN 125 0 1436 256 0
DTNO 0 0 0 1299 0
TOTAL/região 125 117 1756 2751 500

Fonte: (EDM, 2018)

2.3. Divisão de Transmissão Norte (DTNO)

2.3.1. Subestação Eléctrica de Nampula 220 kV

A subestação 220 kV localiza-se no bairro de Muatala, arredores da cidade de Nampula.


A linha de transmissão B08 chega a subestação 220 kV de Nampula vindo da subestação
de Mólocuè, desde 1988.

A subestação conta com:


 Dois (2) transformadores de 220 kV/110 kV/33 kV, 100 MVA cada.

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 Um (1) transformador cuja função é de alimentar o Compensador Síncrono Estático


(STATCOM), para serviços de compensação da potência reactiva na linha, de
forma automática, de 220 kV/20 kV, MVAr.
 Um (1) transformador T5 (110/33) kV;
 Uma (1) linha, C31 para a subestação central;
 Uma (1) linha, C34 para Moma; e,
 Uma (1) linha, C35 que actualmente passa da subestação de Namialo, para
subestação de Metoro.

2.3.2. Subestação Central de Nampula 110 kV

Da subestação central chega a linha C31 anteriormente mencionada. Desta, actualmente,


sai uma linha C32 em paralelo com a C35 (que parte da subestação 220 kV), as duas
para subestação 110 kV de Namialo.

A subestação conta com:


 Um (1) transformador T102, (110/33/11) kV, 40 MVA;
 Um (1) transformador T103, (110/33/11) kV, 50 MVA.
Nas saídas destes dois transformadores T102 e T103, existem linhas de 33 kV que saem
para abastecer a Cidade de Nampula, em paralelo a estas linhas, estão os seguintes
transformadores:
 Um (1) transformador T31 (33/11) kV
 Um (1) transformador T32 (33/11) kV
 Um (1) transformador T33 (33/11) kV
 Um (1) transformador AT1 (11/0.4) kV
 Um (1) transformador AT2 (11/0.4) kV

É através das linhas de 11 kV e de 33 kV que a energia eléctrica é distribuída ao longo


dos Distritos daquela Cidade. As linhas de 11 kV são codificadas por “G”, as de 33 kV, por
“E”, as de 110 kV, por “C”, a de 220 kV, por “B”, e para linhas acima de 220, designadas
por “A”, de acordo com os códigos da Rede Nacional de Transporte (RNT) da EDM.

A seguir é mostrado o esquema unifilar da Subestação de Nampula 220 kV e da


Subestação Central 110 kV.

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Figura 2.2: Diagrama Unifilar das subestações de Nampula.

Fonte: (O Autor, 2023)

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CAPÍTULO III

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1. Consumidor de energia eléctrica

Consumidor de energia eléctrica é a pessoa ou entidade a quem é fornecida energia


eléctrica para uso doméstico, industrial ou comercial, (GM, 1997a)

3.2. Concessão de energia eléctrica

A concessão significa autorização atribuída pela entidade competente para a produção,


transporte, distribuição e comercialização, incluindo a importação e a exportação de
energia eléctrica, bem como a construção, operação e gestão de instalações eléctricas,
conjunta ou separadamente, por entidade pública ou privada, (GM, 1997b).

3.3. Fornecimento de energia eléctrica

Trata-se de activdade de abastecimento de energia eléctrica aos consumidores,


compreendendo, conjunta ou separadamente, a produção, o transporte, a distribuição e a
comercialização, incluindo a importação e exportação de energia eléctrica, (GM, 1997c).

3.4. Rede Nacional de Energia Eléctrica

É o conjunto de sistemas utilizados para transporte de energia eléctrica entre regiões,


dentro do país ou para fora do país, para a alimentação de redes subsidiárias e inclui os
sistemas de ligação entre redes, entre centrais ou entre redes e centrais. Equivale a Rede
Nacional de Transporte (RNT), (GM, 1997d).

3.5. Sistema Eléctrico de Potência (SEP)

Um sistema eléctrico de potência é constituído por c de geração, linhas de


alta tensão de transmissão de energia e sistemas de distribuição, conforme a Figura 3.1 a
seguir, (ZANETTA, 2006a).

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Figura 3.1: Sistema Eléctrico de Potência

Fonte: (UTFPR, 2021)

3.5.1. Geração de Energia Eléctrica

Geração ou produção de energia eléctrica é a conversão em eléctrica de qualquer outra


forma de energia, seja qual for a sua origem, (GM, 1997e).
As centrais para produção de energia eléctrica ficam localizadas próximo dos recursos
naturais energéticos, como as centrais hidroeléctricas estabelecidas nos pontos
favoráveis para o aproveitamento dos desníveis e quedas de água dos rios, assim como
locais propícios para a formação de lagos e o armazenamento da água, (ZANETTA,
2006b).

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3.5.2. Transporte de Energia Eléctrica

Transporte de energia eléctrica é a transmissão eléctrica de tensão igual a ou acima de


uma tensão de 66 kV, abrangendo o estágio que vai desde os bancos de transformadores
das subestações elevadoras ligados à centrais geradoras até às subestações abaixadoras
ligadas à distribuição, (GM, 1997f).

3.5.3. Distribuição de Energia Eléctrica

A Distribuição de energia eléctrica é a transmissão de energia eléctrica com uma tensão


abaixo de 66 kV a partir das subestações abaixadoras, dos postos de transformação ou
dos pontos de seccionamento às instalações que recebem e transmitem a corrente
eléctrica aos consumidores, (GM, 1997g).

A distribuição é aparte do sistema eléctrico já dentro dos centros de utilização (cidades,


bairros, indústrias). A distribuição começa na subestação abaixadora, onde a tensão da
linha de transmissão é baixada para valores padronizados nas redes de distribuição
primária, (Creder, 2007a).

3.6. Subestação Eléctrica (SE)

Subestação eléctrica é um conjunto de condutores, aparelhos e equipamentos destinados


a modificar as características de energia eléctrica (tensão e corrente), permitindo a sua
distribuição aos pontos de consumo em níveis adequados de utilização, (Filho, 2001a)

a) Corrente Eléctrica
Corrente eléctrica é o deslocamento de cargas dentro de um condutor quando existe uma
diferença de potencial eléctrico entre as suas extremidades. Tal deslocamento procura
restabelecer o equilíbrio desfeito de um campo eléctrico ou outros meios (reacção
química, atrito, luz, etc.), (Creder, 2007b).

b) Tensão Eléctrica
De acordo com (Creder, 2007c), a diferença de potencial, ou então a tensão eléctrica
entre dois pontos de um campo electrostático é de 1 volt, quando o trabalho realizado
contra as fontes eléctricas ao se deslocar uma carga entre esses dois pontos é de 1joule
por coulomb.

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c) Potência Eléctrica
Em electricidade, a potência é o produto da tensão pela corrente, (Creder, 2007d).

3.6.1. Posto de Transformação (PT)

É designado posto de transformação àquele local destinado à instalação de transformador


de distribuição e os outros equipamentos eléctricos destinados a protecção do
transformador e dos cabos de saída para a distribuição de energia em baixa tensão,
(Filho, 2001b).

Figura 3.2: Posto de transformação

Fonte: (EDM, 2022)

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3.6.1.1. Caixa de Baixa Tensão

A caixa de baixa tensão abriga as protecções das saídas do transformador. No caso da


necessidade de medição de energia fornecida ao consumidor, é montado nela um
contador de energia, como mostra a figura que se segue.
A medição de carga é geralmente feita numa caixa de baixa tensão, através da saída
trifásica do transformador, disponível na caixa.

Figura 3.3: Caixa de Baixa Tensão

Fonte: (EDM, 2022)

Onde:

De 1 a 3_São os barramentos das fases R, S e T; e

4 _ Barramento de neutro.

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3.6.1.2. Transformador de distribuição

Um transformador é um dispositivo que transforma, por meio da acção de um campo


magnético, a energia eléctrica (em corrente alternada, CA) de uma dada frequência e
nível de tensão em energia eléctrica CA de mesma frequência, mas outro nível de tensão,
(CHAPMAN, 2013, p. 66). Assim, um transformador de distribuição é utilizado para
transformar o nível de tensão da distribuição de energia eléctrica em média tensão, ao
nível de tensão para distribuição em baixa tensão.

De acordo com (PAPALÉO, 2017a), os transformadores de distesibuição recebem na


entrada, em maior nível de tensão que vem das linhas de distribuição em média tensão de
energia elétrica, reduzem a tensão para ser distribuída em baixa tensão. O transformador
é constituído por uma peça de ferro, denominada de núcleo do transformador, ao redor do
qual são enroladas duas bobinas.

As partes fundamentais do transformador incluem a bobina primária, bobina secundária,


núcleo magnético e tanque. Além disso, há também as partes secundárias e acessórias
do transformador como buchas primárias (buchas de alta tensão), secundárias (buchas de
baixa tensão), suporte para pára-raio, dispositivo de aterramento, comutador externo,
radiadores e estrutura de apoio. A bobina primária é composta de fio de cobre revestido
com esmalte e fica sobre o núcleo magnético. Em sua entrada recebe alta tensão e baixa
corrente que percorre seus fios gerando um fluxo magnético. Este fluxo gerado pela
bobina primária faz gerar um campo magnético na bobina secundária.
A bobina secundária é composta de alumínio ou de cobre através de uma fita de
espessura fina, com um isolamento feito de resina impregnada em papel. Estas fitas são
enroladas em torno de um imã e faz com que o campo magnético gerado induza uma alta
corrente, de baixa tensão alternada.
O núcleo magnético é feito de pilhas de lâmina de chapa de aço, utilizando fitas de aço
ou resina e é responsável por gerar o campo magnético na bobina secundária através do
fluxo magnético da bobina primária.
A Figura 3.4 mostra um transformador de disrtribuição montado num posto de
transformação.

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Figura 3.4: Transformador de distribuição

Fonte: (EDM, 2022)

O tanque do transformador é feito de aço e possui suas paredes seladas com um


revestimento para a proteção das partes ativas do equipamento, e é nele que também são
encontradas as partes acessórias do transformador como as buchas de alta e de baixa
tensão.

O conjunto de bobina e núcleo do transformador está submerso em óleo isolante. Este


óleo isolante pode ser de origem mineral ou vegetal (óleo verde), tem a função de
isolamento, atuando como um dielétrico ou extintor de arco, e a função de refrigeração
permitindo que o calor gerado pela parte ativa, através do campo magnético gerado, seja
trocado com o meio ambiente, (PAPALÉO, 2017b).

3.7. Cargas em Transformadores de Distribuição

De acordo com (GM, 1997h), a carga nos transformadores de distribuição resulta do


consumo de energia eléctrica através do uso doméstico, industrial e comercial.

3.7.1. Tipos de cargas

Conforme mencionado anteriormente, as cargas submetidas aos transformadores de


distribuição, são do tipo domésticas, industriais e comerciais. É de acrescentar que a
EDM, tem se dedicado para dispor a iluminação pública, o que leva a menção de mais um
tipo de carga. Habitualmente, uma rede de baixa tensão é composta de três fases e um

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neutro. Nos casos onde há necessidade de disponibilizar a iluminação pública, vulgo “IP”,
é derivada mais uma fase a partir de um dos barramentos. Assim:
 Cargas residenciais – são as que resultam do uso doméstico, de energia
eléctrica, tais como: lâmpadas, televisão, fogão, liquidificador, chuveiro, torneira
eléctrica, ar condicionado, etc.;
 Cargas comerciais – são as que resultam do uso comercial, de energia eléctrica,
tais como: condicionamento de ambientes, conservação de alimentos, etc.;
 Cargas industriais – são as que resultam do uso industrial, de energia eléctrica,
tais como: motor, furadeira, forno, etc.;
 Cargas de iluminação pública – Lâmpadas.

Existe um período do dia, no qual uma determinada carga fica predominante activa,
consumindo energia eléctrica. A titulo de exemplo, para a carga de iluminação pública,
faz-se sentir desde ao anoitecer até ao amanhecer. A Figura 3.5 que se segue, mostra um
modelo típico das curvas de cargas submetidas aos transformadores de distribuição, de
acordo com o tipo de carga, num período de 24 horas:

Figura 3.5: Tipos de curvas de carga.

Fonte: (ABAIDE, BRONDANI e SAUSEN, 2021)

Segundo (ABAIDE, BRONDANI e SAUSEN, 2021), devido a aleatoriedade de algumas


cargas, por exemplo, numa residência, como chuveiro, iluminação, máquinas de lavar
roupa, etc., ocorre a dispersão no consumo de energia eléctrica. Essa dispersão é

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reflectida ao transformador de distribuição, porém, em menor escala, pois o transformador


abriga um agrupamento de variedades de cargas.

Assim, mediante à estas cargas, os transformadores estão sujeitos a variações em termos


de estados operacionais, visto que as cargas neles submetidas não são constantes,
havendo necessidade de conhecer a real carga conectada com vista a fazer-se a gestão
operacional deste activo físico.

Como a maioria dos estudos sobre o consumo de energia na distribuição trata de


agregados de consumidores, a utilização da curva de carga com valores médios é
suficiente para perceber a carga do transformador. A Figura 3.6 que se segue, mostra
uma típica curva de carga média e a curva de dispersão em um transformador de
distribuição que atende um conjunto de consumidores, (ABAIDE, BRONDANI e SAUSEN,
2021).

A curva do desvio padrão, indica o quão dispersas foram as cargas submetidas ao


transformador num certo intervalo de tempo.

Figura 3.6: Curva de carga agregada no transformador de distribuição.


Fonte: (ABAIDE, BRONDANI e SAUSEN, 2021)

3.7.2. Normas aplicáveis a cargas dos transformadores de distribuição

O critério que estabelece a carga e a respectiva duração nos transformadores de


potência, é mostrado na Tabela 3.1 para redes 230 kV, (BATISTA, ROCHA, et al.,
2020).

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Tabela 3.1:Cargas e tempos definidos num ciclo de


24 h

Transformad Duração
Tipo de Carga
or > 100 MVA (horas)
Condição Normal 100 % 19,5
Emergência
120 %
Longa Duração 4
Emergência
140 % ½
Curta Duração
Figura 3.7: Gráfico de carga diária
Fonte adaptada de (BATISTA, ROCHA, et al., 2020)
Fonte: (BATISTA, ROCHA, et al., 2020)

O critério referido na Tabela 3.1, estabelece que em um ciclo de 24 horas, os


transformadores são projectados para atender a carga de 19,5 horas com 100% da carga,
4 horas com 120% da carga e 30 minutos com 140% da carga, sem exceder a perda de
vida por ciclo de 24 h cujo valor é 0,0369%. Na Figura 3.7, é mostrado o ciclo de carga
diário de um transformador de potência, tensão 230 kV.

Portanto, de acordo com a mesma fonte, nas empresas de distribuição de energia


eléctrica, (cujo nível de tensão é menor ou igual a 138 kV), não há regulamento para
aplicação de cargas nos transformadores. Os critérios são definidos pela própria
empresa, sendo que uma grande parte delas utiliza como critérios os que se seguem:

 A carga em regime normal é até 100 % da potência nominal;


 A carga em emergência e / ou contingência vai até 120% da potência nominal, com
uma duração de 2 horas de operação (ou carga até 150% da potência nominal por
30 minutos na minoria das empresas).

A Electricidade de Moçambique em Nampula, com o nível de tensão nas redes de


distribuição de 33 kV e 11 kV, também implementou um procedimento idêntico ao descrito
anteriormente para a análise de carga nos seus transformadores de distribuição, depois
que os dados são colhidos nos postos de transformação.

Neste protótipo, foram utilizados três estágios para emissão de alerta na eventualidade de
os limites de cargas serem atingidos, em função do gráfico de carga diária num
transformador de distribuição (Figura 3.6):

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 A carga normal de funcionamento é até 100% da potência nominal ( ;


 Para a carga entre acima de 100 % e inferior ou igual a 120 %, designou-se por
sobrecarga do primeiro estágio, ( ;e
 Acima de 120%, designada por sobrecarga de segundo estágio. ( .

Tabela 3.2: Tipo de carga utilizada na simulação do protótipo.

Designação da Carga Carga no Trafo Descrição


Carga Normal
Primeiro Estágio [ ( ]
Sobrecarga
Segundo Estágio [ ( ]
Fonte: (O Autor, 2022)

Foi adoptada a designação para dar menção a corrente de carga, , corrente nominal
do transformador de distribuição, e a desigualdade para indicar uma
sobrecorrente, no sentido de que a sobrecarga causa uma sobrecorrente no secundário
do transformador.

3.8. Monitoramento

Segundo a (ISO, 2022), monitorar é determinar a situação de um sistema, um processo,


um produto ou uma actividade, verificando, supervisionando e observando criticamente.
Isto é, monitoramento é a determinação da situação de um objecto, realizada em estágios
ou em diferentes momentos.

3.9. Sistemas eléctricos trifásicos

De acordo com (ALEXANDER e SADIKU, 2013), um sistema eléctrico trifásico é


constituído por uma fonte trifásica de energia, alimentando uma carga trifásica, ligados
em estrela ou em triângulo, através de linhas trifásicas.

Segundo a mesma fonte, um sistema eléctrico trifásico pode ser equilibrado ou


desequilibrado.

a) Um sistema equilibrado é constituído por fonte equilibrada e cargas equilibradas.


 Uma fonte trifásica equilibrada é constituída por tensões de fase equilibradas, isto
é, iguais em magnitude e estão desfasadas entre si por 120º;

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 Uma carga equilibrada é aquela na qual as impedâncias por fase são iguais em
magnitude e fase.
b) Um sistema é dito desequilibrado quando a fonte é desequilibrada e / ou a carga é
desequilibrada.

O sistema de distribuição de energia eléctrica na EDM em Nampula, é constituído por


transformadores ligados em triângulo-estrela e cargas ligadas em estrela e em triângulo.
Como uma parte dos consumidores estão sendo supridos por sistemas monofásicos, os
transformadores de distribuição estão sujeitos a submissão de cargas desequilibradas.

3.9.1. Potência em sistemas eléctricos equilibrados e desequilibrados

A potência eléctrica aparente de um transformador trifásico é expressa pela equação 3.1.

√ ( 3.1)

Potência eléctrica aparente;

Tensão eléctrica de linha;

Corrente eléctrica de linha;

 Potência em sistemas equilibrados

Em sistemas eléctricos trifásicos equilibrados, a potência eléctrica aparente é calculada


pela Equação 3.2.
( 3.2)

Onde
é a potencia aparente por fase;
é a potencia aparente total consumida pela carga.

 Potência em sistemas desequilibrados

Em sistemas eléctricos trifásicos desequilibrados, a potência eléctrica aparente é


calculada pela equação 3.3.

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( 3.3)

Onde os índices representam as designações das fases R, S e T,


respectivamente, tal que:
( 3.4)

 Tensão da fase, lida pelo sensor de tensão;


Cargas ligadas em triângulo;
( 3.5)

Cargas ligadas em estrela;



( 3.6)

 Corrente aparente da fase;

Cargas ligadas em triângulo; ( 3.7 )


( 3.8 )
Cargas ligadas em estrela;

3.10. Sequência de fases

Segundo (ALEXANDER e SADIKU, 2013), chama-se sequência de fase a ordem


cronológica na qual as tensões passam através de seus valores máximos. É designado
fasímetro o dispositivo que detecta a sequência de fases.

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CAPÍTULO IV

4. PROTÓTIPO PARA MONITORAMENTO DA CARGA DOS TRANSFORMADORES


DE DISTRIBUIÇÃO: CASO DA ELECTRICIDADE DE MOÇAMBIQUE - NAMPULA

4.1. Método de medição de carga em uso na EDM em Nampula

Na EDM em Nampula, a equipa técnica tem-se dirigido aos postos de transformação para
medir a carga. Depois que a medição é feita, os dados colhidos são introduzidos numa
planilha excel previamente formatada, e depois são apurados os resultados referentes ao
estado de cada um dos transformadores em relação a sua carga actual.

Para os transformadores sobrecarregados, é feita uma análise para transferir-se uma


parte da carga ao transformador mais próximo. Caso todos os outros transformadores
mais próximos não possam receber mais carga, então, faz-se avaliação das hipóteses,
entre a substituição do transformador sobrecarregado por outro de maior capacidade e a
montagem de um novo posto de transformação que possa abrigar a carga em excesso.

Os transformadores supostamente não sobrecarregados, nestes, é de salientar, que a


próxima medição de carga é feita três meses depois, conforme explicado no capítulo 1
deste trabalho. Se considerar-se a hipótese de ter sido negligenciada a medição de carga,
ou se tiver sido feita a medição de pseudo-carga, então, estes transformadores podem
operar em sobrecarga até que a próxima medição seja feita, e se a sobrecarga for
extrema, haverá a frequente interrupção no fornecimento de energia aos consumidores,
dentre outros eventos que poderão ocorrer em consequência desta sobrecarga

Deste modo, a cada três meses, a planilha excel é reutilizada com a introdução de novos
dados de medição de carga, perdendo-se o histórico das cargas anterior de cada
transformador.

4.2. Modelação do hardware do protótipo

A Figura 4.1 que se segue, apresenta um diagrama de blocos simplificado de hardware


do protótipo, a parte responsável por medição de cargas dos transformadores de
distribuição da EDM-Nampula.

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Figura 4.1: Diagrama de blocos do sistema de medição de cargas dos transformadores de distribuição.

Fonte: (O Autor, 2022)

O transformador a ser monitorado é modelado pelas fontes de tensão alternada “ ”,


“ ”e“ ”, que representam as tensões simples na saída do transformador. A medição
de carga (Carga) será feita através do sensor de tensão (ST) e de corrente (SC)
representados respectivamente pelos blocos, na Figura 4.1

Um microcontrolador é mostrado no bloco µC PIC18F4550 o qual é responsável pela


aquisição dos sinais dos sensores e processamento destes, obtendo-se como resultados
os valores de tensão, de corrente, de potência calculada por fase assim como a soma das
potências monofásicas que constitui a carga total do transformador monitorado.

O PIC18F4550 em conjunto com o módulo ESP8266-01 representado no bloco, envia os


resultados já anteriormente lidos e os calculados, para a página web. Através de um
computador ou de um celular far-se-á o interface do sistema e poder-se-ão visualizar
todas as informações na página web. O módulo ESP8266-01 é responsável por fazer a
conexão do microcontrolador com uma rede wifi provida através de um roteador.

4.2.1. Sensores

Para o monitoramento da potência, são necessários os sensores de corrente e de tensão,


de acordo com o diagrama de blocos da Figura 4.1.

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4.2.1.1. Circuito Sensor de Corrente

O circuito sensor de corrente foi modelado através da componente do proteus, ACCCS,


do inglês Arbitrary Current Controlled Current Source. O seu modo de operação é através
de uma função transferência (0.02/1000) *I (A,B), Figura 4.2. Assim, para uma corrente de
entrada igual a 1000 A, haverá uma corrente de saída correspondente, de 20 mA.

Figura 4.2: Circuito sensor de corrente

Fonte: (O Autor, 2022)

Através do potenciómetro (RV) de 500 Ω é criada uma queda de tensão fazendo com que
um dos pólos seja Vout, e é através da Vout que o microcontrolador recebe um sinal de
tensão correspondente à uma dada corrente proveniente do circuito sensor de corrente.

4.2.1.1.1. Sensor de corrente proposto

O circuito sensor de corrente anteriormente apresentado, foi criado para servir de modelo
para a simulação no protótipo, pois este sensor em proposta assim como as outras
variedades de sensores de corrente existentes, não apresenta um modelo que sirva para
simulações, na biblioteca do simulador utilizado, o proteus.

O JXK-7 é um transdutor de corrente produzido pela empresa chinesa Anhui Qidian


Automation Technology Co.,Ltd, que opera em AC ou DC numa faixa de até 1500 A. A
vantagem deste sobre outras variedades de sensores, é o facto de este puder ser
alimentado em tensão AC de 220 V, sendo esta, disponível na rede eléctrica.

Uma outra característica do JXK-7 é a possibilidade de emitir na sua saída, uma tensão
proporcional de até 5 V, que é a faixa de operação do microcontrolador seleccionado, e
ainda mais, a abertura de possibilita a sua montagem sem precisar de se
desconectar o condutor de fase no transformador.

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Figura 4.3 Sensor de corrente proposto.

Fonte: Adaptada de (ANHUI QIDIAN, 2022)

4.2.1.2. Circuito Sensor de Tensão

O sensor de tensão utilizado neste protótipo, é um modelo baseado no optoacoplador


4N25, um dispositivo constituído por um díodo emissor de luz (LED) e um fototransístor
de 3 terminais, Colector (C), Emissor (E) e a Base (B).

B 6
220k 1 A C 5
VCC
2 4
K E Saida
4N25

8k3
Figura 4.4: Circuito sensor de tensão

Fonte: (O Autor, 2022)

4.2.1.2.1. Optoacoplador 4N25

De acordo com (Floyd, 2008a), utiliza-se optoacoplador para isolar secções de um circuito
que são incompatíveis em termos de níveis de tensão ou correntes necessárias para
alimentar o circuito, como também para oferecer um isolamento galvânico entre as ambas
partes do circuito.

A rede da concessionária local é de 220 V por fase. O microcontrolador seleccionado,


opera com tensão máxima de 5 V, pelo que foi necessário o uso de um optoacoplador,
pois, através da Relação de Transferência de Corrente (CTR) entre o LED e o

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fototransístor, a variação da tensão na rede provoca a variação da tensão lida pelo


microcontrolador, através da Equação 4.3.

1. Díodo Emissor de Luz (LED)

De acordo com (Floyd, 2008b), existem 3 aproximações operacionais de um díodo a


saber:

i. Modelo ideal do díodo

O modelo ideal de um díodo é a aproximação menos precisa e pode ser representado


por um interruptor simples. Quando o díodo está polarizado de forma directa, actua
idealmente como um interruptor fechado. Quando o díodo está polarizado de forma
inversa, actua idealmente como um interruptor aberto, conforme a Figura 4.5.

Figura 4.5: Modelo de díodo ideal. Polarização directa e inversa do díodo.


Fonte: (FLOYD, 2008)

ii. Modelo prático do díodo

Quando o díodo está polarizado de forma directa, actua como um interruptor fechado em
série com uma pequena fonte de tensão ( , igual a potencial de barreira de 0,7 V.
Quando o díodo está polarizado de forma inversa, actua como um interruptor aberto, tal
como um díodo ideal, Figura 4.6.

Figura 4.6: Modelo de díodo prático. Polarização directa e inversa, respectivamente.


Fonte: (FLOYD, 2008)

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iii. Modelo completo do díodo

O modelo completo do díodo é a aproximação mais precisa e inclui o potencial da


barreira, a resistência dinâmica de polarização directa ( ) e a resistência de polarização
inversa ( . Quando polarizado de forma directa, actua como um interruptor fechado em
série com a tensão da barreira de potencial ( e a resistência dinâmica de polarização
directa. Quando o díodo está polarizado inversamente, actua como um interruptor aberto
em paralelo com a resistência interna de polarização inversa ( , como mostra a Figura
4.7

Figura 4.7: Modelo completo do díodo. Polarização directa e inversa.


Fonte: (FLOYD, 2008)

Assim, quando o díodo está polarizado directamente, a tensão em seus terminais é dada
pela equação 4.1, em volts, e a corrente que circula por ele é dada pela equação 4.2, em
amperes.

( 4.1)

( 4.2)

Segundo (Floyd, 2008c), o modelo ideal e o modelo prático são utilizados para uma breve
contextualização sobre os diodos, ao passo que o modelo completo do díodo, devido a
sua complexidade, é apenas usado para análise de circuitos electrónicos que envolvem a
simulação computacional. Assim, a análise do circuito sensor de tensão utilizado na
criação deste protótipo que encolve a simulação de um díodo emissor de luz, foi feita com
base no modelo completo.

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2. Fototransístor

Para (Floyd, 2008d), um fototransístor converte a energia luminosa em um sinal eléctrico


e funciona da seguinte forma:

A corrente na base se produz quando a luz choca com a região da base semicondutora
fotosensível. Quando não há luz incidente, apenas há uma pequena corrente gerada
termicamente do colector ao emissor, ; esta corrente em geral se encontra na ordem
de nA. Quando a luz choca com a união pn colector-base, é produzida uma corrente na
base, , que é direntamente proporcional a intensidade da luz, deste modo, produz-se
uma corrente no colector que varia com , cuja relação de proprcionalidade é dada pela
equação 4.3.
( 4.3)
Onde:

– Corrente do colector;
– Corrente da base;
– Ganho de corrente.

A seguir, é apresentado um circuito e as curvas do colector de um fototransístor típico.

Figura 4.8: Circuito e as curvas do colector de um fototransístor típico

Fonte: (FLOYD, 2008)

O circuito sensor de tensão da Figura 4.9, tem como objectivo demostrar a funcionalidade
e também para mostrar as formas de ondas de entrada e de saída do optoacoplador.

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Figura 4.9: Análise do circuito sensor de tensão.

Fonte: (O Autor, 2022)

O aparelho V1 do circuito, mostra o nível da tensão da fonte. Foi necessária uma


resistência limitadora de corrente de 220 kΩ para que o optoacoplador emita na sua saída
uma réplica da onda de entrada, porém, apenas o semicíclo positivo.
Como a é desconhecida, partindo da equação 4.2 e utilizando o valor da corrente que
circula no LED, de 0,7 mA, é possível determinar a resistência dinâmica.

Assim, a tensão nos terminais do LED é calculada pela equação 4.1.

Observa-se na Figura 4.9, que o voltímetro em paralelo com o LED, V2, mede a tensão a
montante do voltímetro, 154 V, isto é, .

Figura 4.10: Onda da tensão de entrada e de saída do optoacoplador, canal A e B.

Fonte: (O Autor, 2022)

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4.2.2. Microcontrolador

O microcontrolador utilizado no protótipo foi PIC18F4550. De acordo com a Microchip


(2006), este microcontrolador é de 8 bits, possui conversor analógico digital (ADC) com
resolução de 10 bits e 13 canais de entradas analógicas, a tensão máxima de entrada é
de +5 V. A Figura 4.11 mostra a configuração dos pinos do microcontrolador da família
18, série 4455 e 4550.

Figura 4.11 : O hardware do PIC18F4550


Fonte: (MICROCHIP, 2003)

No microcontrolador da Figura 4.11, os pinos com a designação AN, representam as


entradas analógicas do conversor ADC, que vão desde AN0 até AN12.

4.2.2.1. Conversor ADC

De acordo com (FLOYD, 2007), uma grandeza analógica é aquela que apresenta valores
contínuos e uma grandeza digital é aquela que apresenta valores discretos, pelo que o
Conversor Analógico para Digital (ADC), é um dispositivo, neste caso em análise,
embutido no microcontrolador PIC18F4550, responsável pela leitura das amostras de
tensão e de corrente, (valores analógicos) e fazer a conversão para códigos binários
correspondentes.

4.2.2.1.1. Tensão de referência e o valor digital

A tensão de referência está relacionada com o valor mínimo e máximo admissível nas
entradas analógicas. Isso significa que, se for aplicado um valor de tensão Vref-, o valor a

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ser convertido para digital será 0, e será convertido um valor digital 1023 (para conversor
de 10 bits de resolução), quando for aplicado um valor de tensão Vref+.

Na Figura 4.11 pode se notar que Vref- encontra-se no pino 4 e Vref+, no pino 5. Durante
a programação do protótipo, foi definido Vref- igual a 0 V e Vref+ igual a +5 V, sendo o
valor mínimo e o máximo admissível nas entradas analógicas de acordo com a ficha de
dados do microcontrolador. Assim, a conversão é feita a partir de correspondências
mostradas na Figura 4.12.

Figura 4.12: Etapas de conversão ADC desde a recolha da amostra


Fonte: (O Autor, 2022)

Em cada uma das fases do transformador, o Sensor de Tensão (ST) e o Sensor de


Corrente (SC), são os responsáveis pela leitura e conversão de corrente e de tensão da
rede para um valor correspondente entre 0 V e +5 V. Posteriormente, o conversor ADC
faz a correspondência entre o valor do pino analógico (0 V a +5 V) à um valor decimal por
converter em binário (0 a 1023). A título de exemplo, quando o sensor lê 400 V ou 1000
A, será lido +5 V no pino do conversor, permitindo que seja convertido 1 para
2.

4.2.2.1.2. Resolução do conversor

O microcontrolador PIC18F4550 utiliza como método de conversão A / D a aproximação


sucessiva, com uma resolução de 10 bits, (MICROCHIP, 2003). Esta resolução indica o

1
Notação do número 1023 na base decimal.
2
Notação do número 1023 na base binária.

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número de níveis ou intervalos em que o sinal de entrada pode ser dividido. Neste caso, o
mínimo valor de tensão que será percebido pelo conversor será 4,8 mV resultante da
razão 5 V /1023. Isto é, nos pinos analógicos, 4,8 mV será detectado como 1.

Será detectado como 2 quando for aplicada uma tensão de 9,6 mV, e de modo análogo
quando for 14,4 mV como 3, e assim por diante até 1023, detectado através de 4,9 V. Isto
significa que qualquer valor de tensão abaixo de 4,8 mV será detectado como 0.

4.2.2.2. Rotina do Software

A seguir, está mostrado o fluxograma da rotina executada pelo microcontrolador.

Início.

Ler sensores. Calcular a soma


das 3 potências.

Não
Ler módulo
Leu-se 6
sensores? ESP8266-01.

Sim
Não
Endereço
Calcular
potências. IP confere?

Sim.

Não. Transmitir as
Calculou-se
grandezas eléctricas
3 potências?
para a página web.

Sim.

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 Descrição do algorítmo

O microcontrolador é alimentado através do circuito regulador de tensão. Depois que ele


inicializa, as etapas seguintes são procedentes:
 Leitura de sensores - consiste em colher três amostras de tensões e três de
correntes, disponíveis nos pinos do conversor analógico para digital. Os circuitos
sensores de tensão e sensores de corrente, estão sujeitos a falhas. Caso pelo
menos uma das leituras falhar, é repetido o loop de leitura que tenha falhado, por
duas tentativas, a cada 100 ms. Se até na segunda tentativa não houver sucesso,
então o microcontrolador encerra o processamento das etapas seguintes. Caso as
6 amostras sejam colhidas com sucesso, a etapa seguinte é iniciada.
 Cálculo de potências – depois que a tensão e corrente em cada fase são lidas, as
potências monofásicas são calculadas. Caso ocorra um erro de programação que
impossibilita o cálculo das potências, ocorrem duas tentativas de cálculo, e se
procede de forma análoga a etapa anterior.
 Cálculo da soma de potências – As potências monofásicas calculadas na etapa
anterior, nesta etapa, elas são adicionadas, resultando na potência total submetida
ao transformador.
 Leitura do modo ESP8266-01 – o módulo wifi em referência interage de forma
serial com o microcontrolador, pelo que é imprescindível que a conexão esteja
firme e segura. Neste contexto, o microcontrolador reconhece a conexão e
transmite os comandos de inicialização do módulo wifi a partir do microcontrolador.
 Aferição do endereço IP – Uma parte dos comandos enviados na etapa anterior
para o módulo wifi, são responsáveis por fazer a conexão entre o microcontrolador
e a rede wifi local, e o microcontrolador com a página web, através dos endereços
IP. Assim com o módulo wifi já inicializado, é necessário averiguar se os endereços
IP definidos no microcontrolador conferem com os endereços reais, pois há
possibilidade de cometer-se algum erro de distracção durante a definição no
microcontrolador. Caso haja falhas na conexão com os endereços IP’s, ocorrem
cinco tentativas de conexão, num intervalo de 100 ms. Não havendo sucesso
depois das tentativas de conexão, então ee reiniciado o ciclo, pois terá passado
muito tempo.

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 Transmissão de dados para a página web – com todas as condições anteriores


satisfeitas, então, são transmitidas as correntes, tensões e as potências para a
página web, completando-se o ciclo e iniciando-se um novo.

4.2.3. Regulador de tensão

De forma a garantir uma tensão constante de alimentação ao microcontrolador, foi


utilizado um regulador de tensão, um dispositivo que a partir da tensão de entrada na
faixa entre 5 V e 36 V, emite 5 V na saída.

4.2.4. Circuito rectificador de tensão

O regulador de tensão descrito anteriormente é alimentado a partir da rede eléctrica. Para


garantir a sua segurança, foi utilizado um transformador monofásico de 220 / 13 V. A
tensão alternada de 13 V que sai do transformador, é rectificada para uma tensão
aproximadamente de 12 V dc.

4.2.5. Modulo Wifi ESP8266-01

O módulo Wifi ESP8266 é um dispositivo SOC3 com o protocolo TCP/IP que pode
fornecer ao microcontrolador seleccionado, acesso à uma rede wifi. (ESPRESSIF, 2021).
O código “8266” que aparece no nome do dispositivo, faz menção à série do dispositivo,
ao passo que o número “01”, diz respeito a versão do dispositivo.

Especificações Técnicas:

 Tensão de operação: 3,3V;


 Alcance de 90m aproximadamente;
 Suporta comunicação TCP/IP;
 Conexão entre microcontrolador e o
Figura 4.13: Modulo Wifi ESP8266-01Fonte: (Wia
things, 2019) esp8266: UART.

3
Do inglês “System_On_a_Chip”, "Sistema em um Chip". Um SoC é um circuito integrado que contém
todos os circuitos e componentes necessários de um sistema electrónico em um único chip, (LIB TECH).

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4.2.6. Sistema de telecomunicação

Os transformadores a serem monitorados estão localizados ao longo das linhas de


distribuição de energia eléctrica. No âmbito de aplicação deste modelo de medição de
carga, haverá uma necessidade de disponibilizar internet em cada PT de modo que o
módulo EPS8266-01 possa se conectar à ela e fazer a transmissão de dados. Foram
consideradas certas hipóteses em relação a forma que a internet pode ser provida à PT.

4.2.6.1. Transmissão de dados via rádio

A transmissão de dados é feita através de torres, por onde são instaladas as antenas
para a captação da rede. Durante a transmissão do sinal, a propagação ocorre ao pulso
das ondas de rádio, Figura 4.14, (Furukawa Electric, 2019a). Na Figura 4.14, é mostrado
um modelo de infra-estrutura para transmissão de dados via rádio.

Figura 4.14: Infraestrutura de comunicação via rádio

Fonte: adaptado de (FURUKAWA ELECTRIC, 2019)

4.2.6.2. Transmissão de dados via Fibra Óptica

Fibras Ópticas são guias de onda cilíndricos feitos de vidro ou plástico, utilizadas como
um meio para a transmissão de luz. Em um sistema básico de comunicação óptica, tem-
se o transmissor, que é constituído por um dispositivo que converte o sinal do domínio
eléctrico para o domínio óptico (meio de transmissão), que guia a luz até o receptor (fibras
ópticas), e o próprio receptor, que é responsável por converter o sinal do domínio óptico
para o domínio eléctrico (DE MELO e NÚNES, 2011).

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Figura 4.15: Cabo de fibra óptica


Fonte: (GDOOR, 2022)

Com base nas necessidades, foram criadas variedades versões de cabos em torno desta
tecnologia de transmissão de dados, como é o caso da fibra óptica drop 1fo, o cabo
OPDC, entre outras versões.

4.2.6.2.1. Cabo OPDC

O cabo OPDC (Optical Distribution Cable), fabricado pela Furukawa, é um cabo híbrido,
metálico com fibra óptica no interior, capaz de conduzir energia eléctrica em média tensão
e, ao mesmo tempo, fazer a transmissão de dados em banda larga, (FURUKAWA, 2019).

Figura 4.16: Cabo Óptico de Distribuição de Energia Eléctrica

Fonte: (FURUKAWA ELECTRIC, 2019)

4.2.6.2.2. Fibra Óptica (DROP 1FO)

O DROP 1FO, é um cabo que usa a tecnologia de fibra óptica para a transmissão de
dados, porém, é constituído por apenas uma fibra óptica (1fo), que é a responsável por
transmitir o sinal óptico até o seu terminal, sem oferecer o retorno do terminal ao central
de telecomunicação.

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Figura 4.17: Fibra Óptica drop 1FO. Fonte: Adaptado de (ANATEL, 2018)

Uma análise comparativa foi feita, na Tabela 4.1, em relação as formas que a internet
pode ser disponibilizada nos postos de transformação de energia eléctrica, na EDM em
Nampula, tendo em conta a fiabilidade do sistema de telecomunicação e o custo do
mesmo.

Tabela 4.1: Comparação dos meios de transmissão internet à rádio e à fibra óptica
Meio para
transmissão de Vantagens Desvantagens Observação
dados
 Conexão instável;
 Velocidade variável;
Fácil configuração do  Obstruções pelas árvores, Não
Rádio frequência
equipamento. edifícios; seleccionado
 Custo alto na aquisição de
equipamentos e na instalação.
Fibra -Sem interferência no - Fragilidade dos cabos;
óptica campo eléctrico; -precisa de muitos repetidores de
DROP
-Custo de cabo mais sinais para reforçar as perdas da Seleccionado
1FO
baixo em relação ao cabo luz;
de cobre. - Manutenção continua;
-Manutenção quase
inexistente;
Cabo -Fiabilidade da internet; -Alto custo na aquisição do cabo; Seleccionado
OPDC -Oportunidade de (alternativo)
expandir os serviços
prestados pela EDM.
Fonte adaptado de (FURUKAWA ELECTRIC, 2019)

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A aplicabilidade do cabo OPDC trás consigo uma oportunidade por ser aproveitada pela
empresa, visto que possui um máximo de 48 fibras ópticas, pelo que a EDM para além de
fornecer energia eléctrica, fornecerá também serviços de internet de alta qualidade para
fins lucrativos. Nesta eventualidade, um outro cabo, OPDC-N, poderá ser utilizado para
transmitir dados a partir do PT até à residência de cada consumidor de energia eléctrica,
pois este, desempenha um duplo papel, como um neutro (N) e como cabo de fibra óptica,
em baixa tensão, (FURUKAWA ELECTRIC, 2019).

A desvantagem de se utilizar o cabo DROP 01FO em relação ao cabo OPDC, é pelo facto
de romper-se facilmente, podendo romper sempre que o poste de média tensão sofrer
uma queda durante as tempestades, por exemplo, diante de maus tempos que se tem
registado ao longo dos últimos anos.

4.3. Monitoramento de carga no transformador de distribuição

Nesta secção do trabalho, será mostrada a simulação do protótipo, levando-se em


consideração os parâmetros de cargas da Tabela 3.2, para um transformador de 500
kVA, , ligação . Também foram consideradas as seguintes impedâncias
de cargas, no simulador proteus, através dos potenciómetros: , ,
, impedância da fase R, S e T, respectivamente, carga ligada em estrela.

A tensão de fase é
√ √

Como a distribuição de carga é desequilibrada, a potência consumida na carga é a


resultante da soma das potências monofásicas. Através da equação 4.4, são calculadas
as potências aparentes monofásicas.

(| |) | | ( 4.4)

Fase R:

(| | | | ( (
Fase S:

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(| | | | ( (

Fase T:

(| | | | ( (

A potência total consumida na carga trifásica é:

A potência medida pelo protótipo é (Anexo 1), tendo-se como


erro o valor a seguir calculado:

Da equação 3.1, √ :

( ) Corrente nominal por fase, que quando atingido e


√ √

ultrapassado durante a carga, a fase do transformador é considerada em sobrecarga.

4.4. Levantamento de custos previstos

Um aspecto fundamental a perceber numa primeira fase, é que um protótipo difere de um


projecto, pelo facto de um projecto apresentar dentre outras componentes, a descrição
detalhada das etapas e dos equipamentos necessários para a sua implementação, ao
passo que um protótipo é nada mais que uma ideia em teste.

Assim, neste trabalho, tratando-se de um protótipo, a lista de material a seguir está sujeita
a alterações, de acordo com as possíveis necessidades ou uma remodelação do protótipo
para uma ideia muito mais elaborada. Foi considerada uma taxa de 17% do IVA na
aquisição de cada equipamento.

Custo Estático (CE) por PT

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Na tabela que segue, está a lista prevista de equipamentos necessarios para criacao do
hardware do protótipo em desenvolvimento.

Tabela 4.2: Lista de materiais

Equipamento. Unidade. Custo (MZN).

Microcontrolador PIC18F4550 1 1000

Modulo wi-fi esp8266-01 1 500

Oscilador de cristal, 20 MHz 1 350

Regulador de tensão LM7805 1 370

Resistências (saco plástico) 1 200

Transformador monofásico 220 Vca / 12 Vca 1 350

Optoacoplador 4N25 3 320

Roteador wi-fi 1 2600

Endereço IP fixo 1 500

Sensor de corrente JXK-7 3 6000

Caixa plástica para abrigo do dispositivo –


1 950
IP67

TOTAL --- 13.140,00

Fonte: (O Autor, 2023)

 Mão-de-obra para produção de um circuito impresso = 50 % do CE.


 Mão-de-obra para instalação de um dispositivo no PT= 25 % do CE.

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 Custos adicionais previstos = 25 % do CE.

Custo Mensal (CM) por PT

 Pacote de internet numa velocidade entre 3 MB/s = 3.700,00 MZN.

4.5. Proposta para melhoramento do processo de medição de cargas na EDM em


Nampula

Após a análise feita em relação ao método de medição de carga em uso na EDM,


Nampula, levantou-se as seguintes propostas hipotéticas.

Hipótese 1: Controlo de carga dos transformadores através da corrente máxima


admissível nos cabos de baixadas

Em cada PT, há um quadro que abriga as protecções das saídas trifásicas para
distribuição em baixa tensão. É ao longo dos cabos de distribuição que são feitas as
derivações, vulgo “baixadas”, monofásicas e / ou trifásicas para alimentação de
residências, estabelecimentos comerciais ou industriais, com a excepção dos
consumidores que são alimentados directamente ao PT, ou aqueles que possuem postos
de transformação particulares.

Os cabos de baixadas monofásicas e trifásicas são seleccionados de acordo com as suas


capacidades máximas admissíveis de condução da corrente eléctrica, em função da
potência da carga a ser alimentada, isto é, em cada baixada, existe uma potência máxima
disponível já conhecida, através dos cabos utilizados para baixadas.
Assim, propõe-se que se faça um levantamento da quantidade dos consumidores
alimentados por um dado transformador, com o objectivo de conhecer a carga conectada
àquele transformador.
A seguir, encontram-se as vantagens e desvantagens associadas a este método de
medição de carga.

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Desvantagens
 Com a possibilidade de sobredimensionamento das protecções, a segurança
operacional dos transformadores é ameaçada;
 Falta de controlo do índice de desequilíbrio nas saídas trifásicas dos
transformadores;
 Como a maioria dos consumidores não explora a potência concedida, há
possibilidade de os transformadores operarem com a potência mínima.

Vantagens
 Com o levantamento de consumidores feito rigorosamente, não haverá a
necessidade de dirigir-se ao PT para fazer as medições de carga;
 Não há custos monetários envolvidos;

Hipótese 2: Diminuição da periodicidade na medição de cargas

A medição de carga é feita com uma periodicidade de três meses, pelo que propõe-se a
redução da mesma para uma (1) medição de cargas por mês em cada transformador.

Desvantagens
 Possíveis negligências nas medições de carga;
 Possíveis negligências na conservação de dados anteriores, o histórico das cargas
de cada transformador;
 Possibilidade de medição da pseudo-carga;
 Mais carga horária para a equipa técnica nos trabalhos fora do horário de
expediente normal.

Vantagens
 Sem custos monetários envolvidos;

Hipótese 3: Uso de um Sistema Microcontrolado

Com dispositivos de medição de carga instalados em cada PT, através da rede wifi
disponibilizada no local, as informações sobre o carga do transformador são enviadas
para uma página web, podendo-se ter acesso através de um celular ou computador.

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Vantagens
 Oferece a possibilidade de criar uma base de dados referente ao histórico das
cargas dos transformadores;
 Eliminação completa do trabalho fora do período de expediente normal por conta
das medições de carga;
 Confiabilidade nos resultados de medição;
 Redução do índice de desequilíbrio nas saídas trifásicas dos transformadores;
 Optimização das cargas dos transformadores;

Desvantagens
 Custos monetários envolvidos;

4.5.1. Análise das hipóteses

O controlo de carga dos transformadores através da corrente máxima admissível nos


cabos de baixadas e a diminuição da periodicidade na medição de cargas, são métodos
económicos, porém, mostram indiferença diante das necessidades levantadas, tais como,
a criação de uma base de dados, fidelidade nos resultados de medição de carga,
confiabilidade do processo de medição, a redução do índice de desequilíbrio de cargas
entre as fases e a optimização da carga dos transformadores, pelo que constituem
hipóteses inviáveis.

Apesar da necessidade de investimento, o uso de um sistema microcontrolado atende


todas as necessidades levantadas. Assim, o uso de um sistema microcontrolado torna-se
a hipótese viável para o melhoramento do processo de medição de cargas.

4.6. Resultados esperados

Com o uso de um sistema microcontrolado, espera-se uma melhoria em relação ao


processo actual na medição de cargas nos transformadores de distribuição, na EDM,
Nampula, visando garantir a fiabilidade na distribuição de energia eléctrica, redução do
índice de desequilíbrio de cargas, redução perdas, optimização das cargas dos
transformadores e menos esforço físico na medição de cargas.

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CAPÍTULO V

5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

5.1. Conclusões

Este relatório abordou sobre o desenvolvimento do protótipo para monitorar a carga dos
transformadores de distribuição, na Electricidade de Moçambique, em Nampula, como
proposta para melhorar o processo de medição de cargas, de onde pode-se concluir que
os objectivos do trabalho foram alcançados.

Durante a análise do actual processo de medição de cargas, foi possivel constatar que o
processo consiste em dirigir-se aos postos de transformação com recursos a multímetro,
por volta das 18h, para fazer as medições das correntes e das tensões nas fases
secundárias do transformador, numa periodicidade de três (3) meses. Através dos dados
colhidos, é analisada a carga de cada transformador, numa planilha excel. Em seguida,
avaliou-se o processo, tendo-se concluido que o método utilizado é menos eficaz, pois
proporciona resultados menos confiáveis.

Assim, o uso de um sistema microcontrolado para o monitoramento da carga dos


transformadores de distribuição, mostra-se ser tecnicamente viável, porque as duas
primeiras hipóteses apresentadas mostram indiferença em relação ao atendimento das
necessidades levantadas, como é o caso da criação de uma base de dados, e pela falta
de confiabilidade dos metodos propostos naquelas hipóteses.

5.2. Recomendações

No âmbito da implementação deste protótipo, recomenda-se:


 Ciar o modelo físico (a montagem final do protótipo) e realizar os respectivos testes
laboratoriais;
 Criar a página web para visualizar os resultados processados; e,
 Criar a base de dados, para fazer a gestão dos históricos das cargas dos
transformadores.

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CAPÍTULO VI

6. BIBLIOGRAFIA

6.1. Referências Bibliográficas

[1] ABAIDE, D. R.; BRONDANI, G. B.; SAUSEN, P. J. UNESP. SISTEMA DE


DISTRIBUIÇÃO, Janeiro 2021. Disponivel em:
<https://www.google.com/url?sa=t&source=web&rct=j&url=https://www.feis.unesp.br/Hom
e/departamentos/engenhariaeletrica/apostila_sdee_01&ved=2ahUKEwiD3Y_KiLX6AhVm
Q0EAHV9GA7cQFnoECAcQAQ&usg=AOvVaw0P4uOkgJwMRx-AVE_jTTPG>. Acesso
em: 27 set. 2022.
[2] ALEXANDER, K.; SADIKU, M. N. O. Fundamentos de Circuitos Eléctricos. 5. ed.
Porto Alegre: [s.n.], 2013.
[3] BATISTA, R. D. P. et al. Controle e Supervisão de Carregamentos Aplicados a
Transformadores de Potência. [S.l.]. 2020.
[4] CHAPMAN, S. J. Fundamentos de Máquinas Eléctricas. 5a. ed. Porto Alegre: AMGH
Editora Ltda, 2013.
[5] CREDER, H. Instalacoes Eléctricas. 15. ed. [S.l.]: Grupo Editorial Nacional, 2007.
[6] DE MELO, G.; NÚNES, A. L. PROJETO DE REDE VIA FIBRA ÓPTICA – FTTH.
UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA. Palhoça. 2011.
[7] EDM. ESTRATÉGIA DA EDM 2018-2028. Electricidade de Moçambique.
Moçambique. 2018.
[8] FILHO, J. M. Projecto de Sebestação de Consumidor. In: ______ Instalações
Eléctrica Industriais. 7. ed. [S.l.]: [s.n.], 2001.
[9] FLOYD, T. L. Sistemas Digitais: fundamentos e aplicações. São Paulo: Laser House,
2007.
[10] FLOYD, T. L. Dispositivos Electrónicos. 8. ed. México: [s.n.], 2008.
[11] FURUKAWA ELECTRIC. Infraestrutura de Comunicação para Redes de Energia.
[S.l.]. 2019.
[12] GM. Lei de Electricidade. Moçambique: [s.n.]. 1997.
[13] HIDROELÉTRICA DE CAHORA BASSA. Relatório e contas. Songo. 2016.
[14] IPEA. Inovacao Tecnologica No Sector Elétrico do Brasil: uma avaliação do
programa de P&D regulado pela Aneel. Brasília: [s.n.], 2011.

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de Distribuição: Caso da Electricidade de Moçambique - Nampula 2023

[15] MICROCHIP. PIC18F2455/2550/4455/4550. [S.l.]. 2003.


[16] MICROCHIP. Data Sheet. Microchip Technology Inc. [S.l.]. 2006.
[17] PAPALÉO, R. A. C. Método para Assertividade na Troca e Identificação dos
Transformadores de Distribuição Sobrecarregados. Universidade Estadual Paulista.
Guaratinguetá. 2017.
[18] ZANETTA, L. C. Fundamentos de Sistemas de Potência. 1a. ed. São Paulo:
Livraria da Fisica, 2006. 1 p.

6.2. Outras bibliografias consultadas

[19] ANATEL, 2018. Disponivel em:


<https://www.google.com/amp/s/shopee.com.br/amp/Cabo-De-Fibra-%25C3%2593ptica-
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[20] ANHUI QIDIAN. Disponivel em: <https://es.made-in-
china.com/co_ahqidian/product_Jxk-7-Open-Loop-Hall-Current-Sensor-0-500A-1500A-
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[21] EDM. Informação Histórica, 2018. Disponivel em:
<https://www.edm.co.mz/pt/website/page/informa%C3%A7%C3%A3o-hist%C3%B3rica>.
Acesso em: 30 Agosto 2022.
[22] EDM. Geração de Energia Elétrica, 2018. Disponivel em:
<https://www.edm.co.mz/pt/website/page/gera%C3%A7C3%A3o>. Acesso em: 17 Abril
2022.
[23] EDM. Direcção Regional Norte, 2018. Disponivel em:
<https://www.edm.co.mz/pt/organization-chart/regional-direction-north >. Acesso em: 29
out. 2022.
[24] ESPRESSIF, 2021. Disponivel em: <https://www.wia.io/things/espressif-esp8266>.
Acesso em: 06 set. 2022.
[25] FURUKAWA. FURUKAWA ELECTRIC, 22 out. 2019. Disponivel em:
<https://furukawabrasil.secure.force.com/pt-br/conexao-furukawa-detalhes/distribuidoras-
de-energia-desenvolvem-projeto-usando-cabo-opdc-furukawa-em-rede-optica-de-
altissima-confiabilidade>. Acesso em: 07 set. 2022.

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Protótipo para Monitoramento da Carga dos Transformadores
de Distribuição: Caso da Electricidade de Moçambique - Nampula 2023

[26] GDOOR, 10 out. 2022. Disponivel em: <https://gdoor.com.br/mitos-e-verdades-


internet-fibra-optica/ >. Acesso em: 26 out. 2022.
[27] GOLD ENERGY, 2022. Disponivel em: <https://goldenergy.pt/glossario/sobrecarga-
eletrica/>. Acesso em: 16 set. 2022.
[28] ISO. portaISO, 2022. Disponivel em: <https://faq-iso9001.portaliso.com/o-que-e-
monitoramento/>. Acesso em: 10 jan. 2023.
[29] LIB TECH. Disponivel em: <https://techlib.wiki/definition/soc.html>. Acesso em: 06
set. 2022.
[30] MERCADO LIVRE, 2020. Disponivel em: <https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-
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em: 26 nov. 2022.
[31] UTFPR, 2021. Disponivel em: <http://paginapessoal.utfpr.edu.br/raphaelbenedito >.
Acesso em: 27 201 2023.
[32] WIA THINGS. Disponivel em:
<https://res.cloudinary.com/developerhub/image/upload/v1560949084/prod_15889/u2lfbqz
raa4ljxcs2w1i.jpg>. Acesso em: 06 set. 2022.

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ANEXOS

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ANEXO 1: Actividades realizadas durante o Estagio Profissional na EDM,


Nampula

Tabela 7.1: Actividades participadas na DTNO e na ASC, EDM - Nampula

Período Actividades realizadas

 Regularização do Seguro de Vida na empresa emose;


 Aquisição dos Equipamentos de Protecção Individual;
 Apresentação do Departamento de Manutenção de Redes de Média Tensão;
 Manutenção preditiva dos postes e dos Postos de Seccionamentos da linha
GL04;
1º mês
 Inserção de óleo no transformador de distribuição do PTS 05;
 Substituição dos drop-outs e do disjuntor, no PT 19;
(Janeiro de 2022)
 Reposição de aterramento nos PTʼs da linha EL02;
 Diagnóstico dos danos causados pela descarga atmosférica no condomínio
Modern Town;
 Montagem da linha de Média Tensão, no Polígono;
 Reposição da linha de Media Tensão no troço de Nametil a Chalaua;

 Manutenção programada na linha GL04

2º mês  Manutenção programada na linha GL08


 Estudo do perfil geográfico para extensão 500 metros da linha EL02 / GL01,
(Fevereiro de Quinta Nasa;
2022)  Montagem de Posto de Seccionamento na linha de Liúpo;
 Montagem de espias no PT 147;

 Apresentação ao Departamento de Planificação Operacional e Estatística;


 Assessoria para montagem de PT Particular na escola de Mulhaco;
 Estudo do perfil geográfico para afastamento do posto de seccionamento em
frente duma loja, na zona da Padaria Nampula;
 Assessoria para montagem de PT Particular num posto de venda de
3º mês combustível;
 Estudo para o aumento de potência fornecida à fábrica de processamento de
(Março de 2022) castanhas;
 Assessoria para corte de energia para manutenção programada no PTP da
Vodacom;
 Assessoria para a montagem da linha de 8 km, média tensão, para alimentar
uma portagem, na estraga que liga a cidade de Nampula ao distrito de Nametil;
 Diagnóstico dos impactos causados pelas descargas atmosféricas, no PTP

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do Novos Horizontes, em Rapale;


 Levantamento dos bens dos consumidores, danificados pela instabilidade da
rede eléctrica devido à descargas atmosféricas, para o ressarcimento;

 Medição de cargas nos PTʼs 34, 89 e 293;


 Estudo do perfil geográfico e elaboração do orçamento para fornecimento de
energia eléctrica à localidade de Chéquele;
4º mês
 Assessoria para o aumento da potência fornecida à empresa Quick;

(Abril de 2022)  Estudo de viabilidade para fornecimento de energia eléctrica à novos


consumidores;
 Estudo para reposição de baixadas vandalizadas, nas residências e nos
estabelecimentos comerciais;

 Apresentação ao Departamento de Subestações;


 Indução em Higiene e Segurança no Trabalho;
 Apresentação à Sala de Controlo e Comando da Subestação Central
Nampula 110 kV e da Subestação de Nampula 220 kV;
 Apresentação do Parque da Subestação Central Nampula 110 kV e da
Subestação de Nampula 220 kV;
 Supervisão, Controlo e Comando do SEP pelo SCADA;
 Análise do fluxo de potência recebida e distribuída a nível da província de
5º mês
Nampula;
 Round report;
(Maio de 2022)
 Comissionamento da Subestação Eléctrica de Nampula 220kV, Subestação
Central 110kV, e da Subestação de Namialo 110kV, realizado junto com a
equipa técnica japonesa da Siemens.
 Apresentação ao Departamento de Equipamentos de Potência (DEP);
 Manutenção dos mecanismos de accionamento dos seccionadores na
Subestação Nampula 110 kV;
 Apresentação ao Departamento de Linhas e Infra-estruturas (DLI).
 Inspecção da linha de alta tensão C35S.
Fonte: (O Autor, 2022)

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ANEXO 2: Esquema- hardware do protótipo

Figura 7.1: Esquema – hardware do protótipo.

Fonte: (O Autor, 2022)

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ANEXO 3: Diagrama de blocos do protótipo para monitoramento, com três (3) Postos de Transformação

Figura 7.2: Diagrama de blocos do protótipo, constituído por Posto de Transformação 1, 2 e 3, identificados pelas cores laranja, preta e verde, respectivamente, e o terminal do usuário (através do celular ou computador)
Fonte: (O Autor, 2022)

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