1º Semestre – Pós Graduação – Direito do Trabalho e Processo do Trabalho
1ª Aula – 01/09/2018
Professor Márcio Granconato (Juiz do Trabalho) – Coordenador do Curso
Caracterização da Relação de Emprego (Requisitos):
Definição de “empregadores” e “empregados” (requisitos de configuração) -
artigos 2º e 3º da CLT.
*Termo correto é “empregado” (espécie do gênero trabalhador), não utilizar
termos “colaborar” ou “funcionário”;
- Ser pessoa física (há entendimento no sentido de quer pessoa física/natural,
é um pressuposto de existência);
*Importante requisito, visto que reporta há ideia de ser humano, e evoca
garantias constitucionais e direitos fundamentais. A ideia transcende até a definição engessada de pessoa física, é importantíssimo enxergar o empregado como humano, que deve ser sempre o foco na análise dos direitos trabalhistas.
*Pessoa física a partir de 14 anos, na condição de aprendiz, e a partir de 16
anos na condição de empregado;
*Normas de proteção não podem agravar a condição do trabalhador
(entendimento aplicado quando um menor de 14 anos na prática é empregado, nestes casos, deve ser proposta Reclamação Trabalhista, pleiteando reconhecimento de vínculo trabalhista, anotação na carteira de trabalho e reconhecimento da condição de segurado, o mesmo se aplica aos estrangeiros em condições ilegais no país);
*Uma maneira do empregador tentar driblar as regras atinentes ao requisito de
pessoa natural, é tornar o empregado como pessoa jurídica (pejotização), mas o vínculo de emprego pode ser reconhecido nestes casos.
- Habitualidade (expectativa que quando não era cumprida, gera
frustração) ou não eventualidade: *Habitualidade envolve a ideia de expectativa, que quando frustrada, gera prejuízo;
*Habitualidade afasta a ideia de reajuste/repactuação, a cada nova prestação.
*Trabalho em regime de tempo parcial – Gera relação de emprego (alterou a o
entendimento sobre eventualidade, mitigando-a);
*Faxineira que vai duas vezes por semana, é empregada, pelo requisito da habitualidade;
*Trabalhador intermitente é empregado (com a reforma trabalhista)
*Habitualidade caracteriza uma relação de trabalho, mas não descaracteriza;
*Lei do doméstico fala em continuidade (definida como mais de duas vezes na
semana) e não habitualidade;
*Artigo 442 – B da CLT;
*Habitualidade está num momento de crise;
*O que provavelmente permaneça em relação a habitualidade, é dispensa da
necessidade de repactuação.
-Subordinação (estar sob ordem):
*Um dos requisitos que ensejam a ocorrência de danos morais;
*Antigamente se falava em subordinação técnica, em razão do empregador ser
o detentor da técnica de produção – Falha disso é que as vezes o empregado tem um conhecimento técnico maior;
*Subordinação econômica – O empregado “manda” por ter mais capacidade
econômica – Falha: As vezes o empregado tem mais dinheiro.
*Atualmente Subordinação jurídica (subordinação decorre de contrato de
trabalho);
*Artigo 483 – Os limites da subordinação e do poder do empregador estão
previstos no contrato de trabalho *MP 808 – “Presente a subordinação jurídica está presente o vínculo de emprego;
* O objeto da subordinação é a prestação de sérvio (forma como o trabalho
será realizado). A subordinação é objetiva e não subjetiva (Não se tem direito sobre a pessoa e sobre os direitos da personalidade, ou seja, sobre fatos externos à produção do empregdo, por exemplo, “não poder ter cabelo cumprido ou relacionamento entre funcionários”, sendo que tal subordinação subjetiva implica no abuso do poder de direção, o que pode ensejar na configuração de danos morais. O que é permitido, segundo a jurisprudência, é a transferência de um dos “envolvidos” quando a relação se dá entre um chefe e um subordinado);
*Subordinação estrutural ou reticular – Presume uma relação terceirizada, em
que a estruturação do tomador é o que subordina o empregado, a estrutura em si é subordinante (a forma de realização do emprego), ainda que não tenha uma pessoa dando ordem (Exemplo: telemarketing de banco), o que pode gerar um vínculo de emprego diretamente com o tomador – Com o entendimento que permite que a atividade fim seja terceirizada, este tipo de subordinação pode ficar abalada.
*Pessoalidade e subordinação direta, enseja no reconhecimento de vínculo
(isso se acentua mais, com a possibilidade de terceirização da atividade fim).
*Pedido de vínculo, ou, sucessivamente, diferenças salariais decorrentes da
*A alteridade está dentro da caracterização de empregado (trabalho tem que
ser por conta alheia, e não por conta própria) e trata-se trabalho por conta alheia (os riscos, prejuízos e lucros são do outro, no caso, do empregador).