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DISCENTE: GUSTAVO ROBERTO DE SOUSA MENESES (171660218)

FICHAMENTO DE CAPÍTULOS

HARMONIZAÇÃO DO SORRISO – FRANCCI, C. E., et al.

 A busca pela harmonia estética é uma constante do ser humano, especialmente a harmonia
do sorriso tem sido foco nos países desenvolvidos e em países em desenvolvimento, tanto
pelo prazer pessoal, bem como pela busca da inclusão social;
 Cabe ao profissional diagnosticar o que está originando esta desarmonia e mostrar as
alternativas de tratamento previsíveis. Tanto arcadas dentárias naturais quanto arcadas
contendo restaurações, próteses ou dentes movimentados ortodonticamente, podem
apresentar algumas deficiências estéticas que requerem tratamento; entre elas, podem ser
citadas: anodontia, diastema, formas anômalas, discrepância de cor, abrasão, erosão ou
displasia;

COMUNICAÇÃO

 A comunicação entre o paciente e o cirurgião-dentista é fundamental para o sucesso de um


procedimento estético em Odontologia. Como sabemos, os temas beleza e estética são
muito pessoais, e o cirurgião-dentista precisa “escutar” o paciente, deixar que ele mostre da
sua forma o que lhe incomoda. O profissional deve orientar a discussão com o paciente no
sentido de obter o máximo de informações que irão direcionar o tratamento.

PROTOCOLO FOTOGRÁFICO

 Um protocolo fotográfico deve ser feito com o intuito de auxiliar no planejamento e, se


associado a um planejamento digital, será de grande valia para explicar e mostrar ao
paciente o que se deseja fazer com aumento significativo da previsibilidade clínica.

ANÁLISE DE HARMONIA FACIAL

 Entre diversos fatores, o resultado estético é a principal preocupação que o paciente possui
em um tratamento odontológico. Contudo, um diagnóstico cuidadoso deve ser a base do
tratamento garantindo assim que o aspecto funcional, associado aos parâmetros estéticos,
seja primordial para o cirurgião-dentista, tornando assim a solução para a harmonização um
sucesso no resultado final do tratamento;
 A estética é um fator subjetivo que pode ser influenciado por diversas variáveis. Possuindo
também suas variáveis (idade, sexo, cor da pele, etc.) foi criada uma lista de critérios que
aumentam o índice de sucesso na intervenção de um dentista em um indivíduo. Os critérios
são:
o Saúde gengival;
o Fechamento interdental (ameia interdental);
o Eixo dental;
o Limites de contornos gengivais;
o Equilíbrio do triângulo gengival;
o Nível de contato interdental;
o Dimensões dentais relativas;
o Características básicas de forma dental;
o Caracterização dental;
o Textura de superfície;
o Cor;
o Configuração da borda incisal;
o Linha baixa do sorriso;
o Simetria do sorriso.

Ao associar esses fatores, juntamente com as características individuais de cada pessoa,


fatores físicos e fatores psicológicos, podemos chegar a uma harmonização do sorriso
individual.

 Além das fotografias odontológicas, os exames radiográficos e as cefalometrias auxiliam no


diagnóstico e complementam um exame físico detalhado, permitindo que sejam verificados
fatores importantes como desequilíbrios e assimetrias;
 A proporcionalidade facial é determinada pelo equilíbrio entre o terço superior o médio e o
inferior. Uma face bem proporcionada deverá ter esses três terços equilibrados em tamanho.
A primeira linha traçada é a LINHA HORIZONTAL INTERPUPILAR – definida por uma reta
paralela ao solo e traçada entre as pupilas. A segunda linha é a LINHA VERTICAL ou LINHA
MÉDIA DA FACE. O terço superior tem seu limite superior definido pela terceira linha, que é
a LINHA DO CABELO. O limite inferior é definido pela LINHA OFRÍACA ou linha da
sobrancelha, em repouso ou estática;
 O terço médio tem como limite superior a LINHA OFRÍACA e como limite inferior a LINHA
INTERALAR, ou subnasal ou da asa do nariz. Outros detalhes que merecem atenção são
orelhas, olhos, nariz e bochechas. Uma distribuição relativamente simétrica desses
elementos ajuda a compor um perfil harmônico;
 O terço inferior é definido pela LINHA INTERALAR e pela LINHA DO MENTO. Ele deve ter
aproximadamente o mesmo comprimento do terço médio para que haja uma boa relação
estética. No terço inferior a avaliação do tamanho, do formato e da quantidade do mento é
importante para a harmonia do perfil;
 Um sorriso ideal exibe ¾ da altura da coroa clínica e 2 mm do contorno gengival. Esse valor
pode variar devido ao comprimento labial, comprimento maxilar vertical, comprimento da
coroa anatômica dos incisivos superiores e elevação do lábio superior no sorriso . A exposição
vertical dos incisivos centrais superiores com o lábio em repouso deve ser entre 1 a 5 mm;
 A exposição de dentes inferiores em repouso é rara e, quando ocorre, significa suporte pobre
do lábio inferior devido à deficiência mentual, hipotonicidade do lábio inferior ou protrusão
dentoalveolar mandibular.

ANÁLISE DO SORRISO

 Com relação à exposição gengival durante o sorriso, há controvérsias na literatura, que


consideram mais comum a linha inferior do lábio superior coincidir com o zênite gengival
dos incisivos centrais superiores, outros consideram mais frequente o sorriso mostrar até 2
mm de tecido gengival. Devido a essas controvérsias, adotaram-se uma classificação mais
ampla, baseada no tipo de sorriso:
o Baixo - menos de 75% de exposição da coroa clínica dos dentes anteriores, sem
exposição do tecido gengival, acometendo em torno de 20% da população;
o Médio - de 75 a 100% de exposição dental e apenas aparecendo a gengiva
interproximal, envolvendo cerca de 70% da população;
o Alto (gengival) - mostrando 100% da coroa clínica dos dentes anteriores e ainda uma
faixa de gengiva significativa, correspondendo a 10% da população.

Um estudo nacional mostrou resultados um tanto diferentes quando se separa em


sexos, reiterando o fato das mulheres mostrarem mais os dentes e a gengiva que os homens
no sorriso.

LÁBIO INFERIOR
 Devem estar simétricos: o lábio inferior e as bordas incisais e oclusais dos dentes superiores.
Formando arcos paralelos entre si, resultando em um sorriso harmonioso. A linha do sorriso
ou curva incisal deve ser avaliada, podendo ser classificada em convexa, plana ou reta ou
reversa, também chamada de sorriso invertido;
 A forma inicial de “prato fundo” vai dando lugar a uma nova forma que denuncia a idade, a
de “prato raso” ou até a de “prato invertido”. Ou seja, a linha que une as bordas incisais dos
caninos e incisivos vai se tornando mais plana ou côncava;
 Outro aspecto na análise do sorriso é o corredor bucal ou vestibular. Este espaço observado
entre ambos os lados da cavidade oral durante o sorriso, entre as paredes vestibulares dos
dentes superiores e o canto da boca, pode ser classificado em normal, amplo ou ausente.

ANÁLISE DENTAL

 O ponto de partida para a análise dental é traçar as referências faciais sobre a fotografia dos
dentes para definir as linhas de referências vertical e horizontal;
 A linha de referência vertical é a linha sagital mediana, traçada a partir de uma linha
vertical, que vai desde o centro da glabela, centro do nariz, filtrum labial e centro do mento.
As linhas de referências horizontais são definidas a partir da linha interpupilar. Traçada a
linha interpupilar, transfere-se a mesma para a linha das bordas incisais e para a linha dos
zênites gengivais dos incisivos e caninos.

SIMETRIA

 Em relação à simetria bilateral da linha sagital mediana, é importante salientar que um


incisivo central deve ser idêntico ao outro, uma vez que os incisivos são dominantes em
relação aos demais dentes anteriores; são os primeiros elementos a serem observados em
um sorriso. Qualquer diferença entre eles, desde forma, dimensões, textura, cor, etc., será
notada. Logo, o primeiro cuidado é colocar o ponto de contato entre os incisivos centrais na
linha sagital mediana;
 A simetria deve se repetir para os incisivos laterais e caninos, mas na medida em que se
afasta da linha média, pequenas diferenças entre pares são permissíveis, pois são menos
evidentes.

EIXOS DENTAIS

 A linha imaginária que se origina no centro da borda incisal e se direciona ao ápice radicular
é chamada de longo eixo dental. Os longos eixos dos dentes, em geral, têm uma inclinação
para mesial no sentido coronário, o que nos dentes anteriores é devido à inclinação mesial
de erupção dos dentes caninos. Assim os eixos dentais são coincidentes em relação à linha
média, e não paralelos.

CONTORNO GENGIVAL

 O ponto mais alto e distalizado, o zênite gengival;


 A relação gengival é denominada de Classe 1 gengival quando os contornos gengivais do
canino, do incisivo lateral e do incisivo central forma um triângulo, onde o incisivo lateral
encontra-se mais coronal comparado ao canino e ao incisivo central. Na Classe 2 gengival o
contorno gengival do incisivo lateral superior é mais apical em relação ao canino e ao incisivo
central, o que pode até exigir uma intervenção cirúrgica para correção, especialmente em
pacientes que têm sorriso gengival alto.

CONTATO INTERDENTAL

 O contato interdental nos dentes anteriores superiores tem seu ponto mais baixo entre os
incisivos centrais e progride de forma ascendente para distal.

MORFOLOGIA BÁSICA DOS DENTES ANTERIORES

o Faces proximais: o ângulo entre a face proximal mesial e a borda incisal, ângulo
mésio-incisal seja mais reto que o ângulo entre a face proximal distal e a borda
incisal, ângulo disto-incisal, que se apresenta mais arredondado;
o Bordas incisais: O contorno incisal dos centrais é o mais plano dos dentes anteriores
superiores, se arredondando nos laterais;
o Face vestibular: entre a superfície plana dessa face e as faces proximais temos as
transições lineares, pontos estratégicos para a reflexão de luz. Por delimitar a área
de reflexão de luz é um importante fator para a dimensão aparente do dente.

AMEIAS CERVICAIS E INCISIVAS

 Além do ponto de contato interdental é importante ter a ameia cervical preenchida pela
gengiva. O contorno dos ângulos incisais normalmente é mais fechado entre os incisivos
centrais, e mais aberto entre centrais e laterais.

PROPORÇÃO DENTAL
o Proporção interdental anterior: A proporção áurea é uma fórmula matemática que é
utilizada por cirurgiões-dentistas para buscar a harmonia nas proporções dentais e
da face.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 O conceito de Odontologia Restauradora é englobado no conceito da Odontologia


Estética/Cosmética. Restaurando forma e função.

RESTAURAÇÕES ESTÉTICAS DIRETAS EM DENTES ANTERIORES - QUAGLIATO, P. S., et al.

 Características desejadas em resinas compostas: propriedades ópticas, as propriedades


mecânicas e a longevidade adesiva;
 Conhecer o fenômeno da dinâmica da luz e as propriedades ópticas a das estruturas dentais
previamente à sua reabilitação. Partículas nomeadas por fótons são os principais
componentes da energia luminosa, a percepção humana de luz visível está entre 400nm a
700nm, ao colidir com matéria (esmalte, dentina e restauração), cria-se três fenômenos:
reflexão, transmissão e absorção.
o Reflexão: ângulo de reflexão de mesma magnitude em raios paralelos em superfícies
lisas/polidas. Em superfícies rugosas, acontece de forma difusa, irregular com raios
emitidos em diversas direções;
o Transmissão: ocorre pela alteração da direção, intensidade e velocidade da luz
quando esta atravessa um objeto.
o Absorção: a redução da radiação luminosa quando a luz colide com estruturas
opacas.
 A soma destes eventos ópticos irá determinar várias etapas do planejamento estético como a
caracterização da cor (matiz, croma e valor), textura de superfície, opalescência,
translucidez e opacidade;
 Uma estrutura pode ser classificada como cromática ou acromática, ou seja, que permite a
percepção da cor do objeto quando observado ou não permite, respectivamente;
 Materiais translúcidos são modulados por quatro fatores: presença ou ausência de cor,
espessura do material, grau de translucidez e textura de superfície;
 Um material pode ser denominado translúcido-acromático quando permite a passagem de
luz no seu interior e esta passagem ocorre na ausência de qualquer variação de cor;
 Por outro lado, um material pode ser classificado como translúcido-cromático quando
permite a passagem de luz no seu interior, mas só reflete um comprimento de onda que
vai ser a cor emitida pelo corpo.
o Esmalte: translúcido-acromático, transmissão 70,1% da luz;
o Dentina: translúcida-cromática, transmissão 52,6% de luz;
 A espessura de esmalte tem aumento gradativo no sentido do terço cervical para o terço
incisal. Com isso, o esmalte é mais translúcido no terço cervical;
 A textura de superfície também é uma característica importante, pois pode alterar a
translucidez do material de maneira significativa. Em uma superfície lisa e polida temos altos
índices de reflexão, absorção seletiva não ocorre e a transmissão é reduzida.

PROPRIEDADES MECÂNICAS

 Vai ser definida a partir da composição química das resinas compostas, tem como base
matriz polimérica, tipicamente um dimetacrilato, reforçado por partículas de vidros
radiopacos silanizados e agentes químicos que promovem e modulam a reação de
polimerização.
o Resinas macroparticuladas: partículas de reforço de 10 a 50 micrômetros;
o Resinas micropartículas: partículas com diâmetro menor que 10 micrômetros;
o Resinas microhíbridas: partículas variam de 0,6-1,0 até 40 micrômetros;
o Resinas nanoparticuladas: 5 a 100 nanômetros.
 As alterações químicas na fase orgânica da resina composta (bis-GMA, TEGDMA e UDMA)
têm como objetivo permitir maior estabilidade ao material, reduzindo os níveis de infiltração
marginal, degradação e tensões geradas pela contração de polimerização;
 Além do uso da canforoquinona, a adição de outros fotoiniciadores como PPD, Lucirin TPO,
OPPI e Iguacure 819, tem permitido maior estabilidade de cor, melhor efeitos ópticos;

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 A resina composta e a técnica restauradora ideal podem ser definidas óptica e


mecanicamente por possuírem ou apresentarem ótima translucidez e opacidade,
estabilidade de cor, ótimo polimento, ausência de manchamento, espessura correta, alta
resistência à fratura, tenacidade à fratura, dureza superficial, módulo de elasticidade
similar à estrutura dental, alta resistência ao desgaste, baixa sorção de água, baixa
solubilidade, ausência de tensões de contração, baixos níveis de degradação, alta
radiopacidade, ótima biocompatibilidade, ausência de sensibilidade pós-operatória e
hipersensibilidade, altos índices de polimerização, manutenção da integridade da camada
adesiva ao longo do tempo, habilidade de inibição de cárie, ausência de infiltração
marginal e manutenção da morfologia anatômica.

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