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Calculo Dos Chumbadores
Calculo Dos Chumbadores
ANCORAGENS
SÃO PAULO
2006
MÁRCIO CAMPOS CASTANHEIRA
ANCORAGENS
SÃO PAULO
2006
MÁRCIO CAMPOS CASTANHEIRA
ANCORAGENS
Trabalho___________________em:____de________________de 2006.
________________________________________
Antonio Rubens Portugal Mazzilli
________________________________________
Nome do professor da banca
Comentários:________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a minha mãe Maria e ao meu pai Fernando, que me deram
todo o apoio necessário para que eu pudesse concluir o curso de Engenharia Civil.
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao meu professor orientador Dr. Antonio Rubens Portugal Mazzilli, por ter
me ajudado a concluir esse trabalho.
RESUMO
As ancoragens são usadas em todas as etapas de uma obra, desde a fundação até
a fase de acabamento. As ancoragens têm muitas aplicações em obras, com elas
consegue-se fixar desde quadros até lajes de concreto armado em paredes de
diafragma. O trabalho é desenvolvido com base em uma aplicação que é mais
comum em obras comerciais, à fixação de painéis pré-moldados para fachada. No
trabalho foi mostrada toda a fase de instalação, desde a execução do furo até o
arrancamento do chumbador e ao final foi feita uma comparação entre a ancoragem
química e a ancoragem mecânica.
Anchors are used in every step of a construction work, from groundwork to interior
finishing. Anchors have many applications in construction work. They can be used in
the fixation of panels as well as concrete slabs in diaphragm walls. The assignment is
developed based on an application more common in commercial woks, ranging the
fixation of pre-molded panels to the façade of a building. The assignment shows all
the installation phase, from the drilling to the uprooting of the fastening system, and
in the end a comparison was made between chemical and metal anchors.
Figura 5-1 - Chumbador de expansão mecânica com rosca externa e rosca interna
(Hilti do Brasil, 2006) ..........................................................................................22
Figura 5-2 - Chumbador adesivo de material maciço e oco (Hilti do Brasil, 2006) ....23
Figura 5-3 - Chumbador de ampola que funciona por aderência (Hilti do Brasil, 2006)
...........................................................................................................................26
Figura 5-4 - Chumbadores que funcionam por base de suporte (Hilti do Brasil, 2006)
...........................................................................................................................26
Figura 5-5 – Chumbador tipo Bolt que funciona por atrito (Hilti do Brasil, 2006).......27
Figura 5-6 - Forças Atuantes em Chumbadores (Hilti do Brasil, 2005) .....................28
Figura 5-7– Força de Momento Fletor (Hilti do Brasil, 2005).....................................29
Figura 5-8 – Falha da Borda (Hilti do Brasil, 2005) ...................................................30
Figura 5-9 – Falha do Material do Chumbador (Hilti do Brasil, 2005)........................31
Figura 5-10 – Arrancamento do Chumbador (Hilti do Brasil, 2005)...........................31
Figura 5-11 – Cone de Arrancamento (Fisher Brasil, 2006) ......................................32
Figura 5-12 – Rachadura causada por um Chumbador (Hilti do Brasil, 2005) ..........32
Figura 5-13– Profundidade de Embutimento do Chumbador (Hilti do Brasil, 2005) ..35
Figura 5-14 – Espaçamento Crítico (Scr), entre Ancoragens (Hilti do Brasil, 2005)..36
Figura 5-15 – Cone de Arrancamento – Sobreposição (Hilti do Brasil, 2005) ...........37
Figura 5-16 – Distância da Borda (Hilti do Brasil, 2005)............................................38
Figura 5-17 – Cone de Arrancamento causado por falha do material base (Hilti do
Brasil,2005) ........................................................................................................38
Figura 5-18 – Gráfico que mostra o comportamento da carga estática e dinâmica
(Hilti do Brasil, 2005) ..........................................................................................40
Figura 6-1 - Chumbador de expansão por punção (Hilti do Brasil, 2005)..................42
Figura 6-2 - Chumbador de expansão por rosca (Ancora, 2006) ..............................43
Figura 6-3 - Chumbador com Rosca Externa (Hilti do Brasil, 2006)..........................44
Figura 6-4 – Modo de Instalação do Chumbador para cargas dinâmicas (Hilti do
Brasil, 2006) .......................................................................................................44
Figura 6-5 - Instalação de Resina Injetável (Hilti do Brasil, 2006) .............................45
Figura 6-6 – Colagem de vergalhões para a concretagem de viga em obra (Hilti do
Brasil, 2006) .......................................................................................................46
Figura 8-1 – Supermercado Baronesa em Mauá – SP (Leonardi Pré-Fabricados,
2006) ..................................................................................................................54
Figura 8-2 - Furação para a instalação dos chumbadores ........................................55
Figura 8-3 - Limpeza do furo com uma bomba de ar manual....................................56
Figura 8-4 - Término da limpeza do furo com uma escova de aço, com diâmetro um
pouco maior que o furo ......................................................................................56
Figura 8-5 - Desperdício do RE 500, para que a mistura fique 100% correta. ..........57
Figura 8-6 - Preenchimento do furo de dentro para fora até 2/3 de sua profundidade.
...........................................................................................................................57
Figura 8-7 - Colocação da barra roscada no furo, rosqueando a mesma em torno do
seu eixo..............................................................................................................58
Figura 8-8 - Chumbadores em processo de cura ......................................................59
Figura 8-9 - Colocação do Kwik Bolt III no furo. ........................................................60
Figura 8-10 - Expansão da ancoragem sendo feita com uma chave de boca...........60
Figura 8-11 - Ancoragens Kwik Bolt III, instaladas e prontas para receber cargas. ..61
9
Figura 8-12 - Carga atingida no primeir teste de arracamento da ancoragem Kwik
Bolt III .................................................................................................................61
Figura 8-13 - Chumbador arrancado no primeiro teste. ............................................62
Figura 8-14 - Carga atingida no segundo teste de arracamento da ancoragem Kwik
Bolt III .................................................................................................................62
Figura 8-15 - Ancoragem utilizada no segundo teste de arrancamento ....................62
Figura 8-16 – Colocação do macaco (1); começo do arrancamento (2); detalhe do
arrancamento (3); ancoragem arrancada (4). ....................................................63
LISTA DE QUADROS
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................16
2 OBJETIVOS .......................................................................................................18
2.1 Objetivo Geral ....................................................................................................18
2.2 Objetivo Específico ............................................................................................18
3 MÉTODO DE PESQUISA ..................................................................................19
4 JUSTIFICATIVA .................................................................................................20
5 ANCORAGENS..................................................................................................21
5.1 Tipos De Chumbadores .....................................................................................21
5.1.1 Chumbadores De Expansão Mecânica ............................................................21
5.1.2 Chumbadores Adesivos ...................................................................................22
5.1.3 Chumbadores Para Serviços Pesados.............................................................23
5.1.4 Chumbadores Para Serviços Médios ...............................................................23
5.1.5 Chumbadores Para Serviços Leves .................................................................24
5.1.6 Chumbadores De Tração. ................................................................................24
5.1.7 Chumbadores De Cisalhamento ......................................................................24
5.1.8 Chumbadores De Compressão ........................................................................25
5.2 Método De Fixação De Chumbadores ...............................................................25
5.2.1 Aderência .........................................................................................................25
5.2.2 Base De Suporte ..............................................................................................26
5.2.3 Atrito .................................................................................................................27
5.3 Tipos De Carga Exercida Nos Chumbadores ....................................................27
5.3.1 Tração E Cisalhamento ....................................................................................27
5.3.2 Cargas Últimas E Cargas Permissíveis............................................................28
5.3.3 Momento Fletor ................................................................................................29
5.4 Ocorrências De Falha Do Chumbador ...............................................................30
5.4.1 Falha Da Borda ................................................................................................30
5.4.2 Falha Do Material Do Chumbador ....................................................................31
5.4.3 Arrancamento Do Chumbador..........................................................................31
5.4.4 Cone De Arrancamento....................................................................................32
5.4.5 Rachaduras ......................................................................................................32
5.4.6 Falha De Adesão..............................................................................................33
5.4.7 Tempo De Gel ..................................................................................................33
5.5 Condições De Carga Do Chumbador.................................................................33
14
9 COMPARAÇÃO E CRÍTICA...............................................................................65
10 CONCLUSÃO ....................................................................................................66
16
1 INTRODUÇÃO
A ancoragem está cada vez mais presente no dia a dia de um engenheiro, seja ele
civil, mecânico, elétrico ou hidráulico. Através da ancoragem é possível:
- aumentar a produtividade;
- diminuir os custos;
- facilitar os serviços a serem executados.
- ganhar produtividade, pelo simples fato de não ter que quebrar a peça de concreto
e sim furar;
- a mão-de-obra não necessita de especialização, uma vez que uma pessoa com
pouco estudo pode facilmente fazer a instalação;
- a verificação pelo engenheiro responsável torna-se mais simples, fácil e rápida;
- o custo final da obra se torna bastante inferior comparado ao custo com o uso do
sistema tradicional, devido à redução gastos com a mão-de-obra.
17
Considerando que os engenheiros utilizam progressivamente sistemas de fixação
mais simples (no caso as ancoragens), e que a produtividade e redução de mão-de-
obra têm um peso considerável no custo total de um empreendimento, desenvolveu-
se uma pesquisa sobre esse tipo de fixação, que poderá facilitar e agilizar o trabalho
de muitos profissionais da área.
Este trabalho, aborda ancoragens químicas, mecânicas e plásticas que são usadas
na construção civil, para diversos tipos de aplicações.
O trabalho tem como objetivo geral, falar sobre as ancoragens usadas na construção
civil. Facilitar a ancoragem de vergalhões, ganchos e barras, quando não se é
possível deixar esses arranques no momento da execução dessas peças.
Ancoragens são elementos plásticos, químicos ou metálicos, que permitem fixar uma
peça a um tipo de material base, através de atrito ou adesão com as paredes do furo
ou base de suporte.
Para cada tipo de ancoragem existe um chumbador adequado de acordo, com o tipo
de material base, temperatura local, condições de carga, etc.
Figura 5-1 - Chumbador de expansão mecânica com rosca externa e rosca interna (Hilti do
Brasil, 2006)
Figura 5-2 - Chumbador adesivo de material maciço e oco (Hilti do Brasil, 2006)
São os chumbadores que tem carga permissível maior que 10 KN. Esses
chumbadores, destinam-se a fixações de alta qualidade, em concreto armado (Hilti
do Brasil, 2005).
São chumbadores que tem sua carga permissível entre 1 KN e 10 KN. Esses
chumbadores são usados em ampla escala, pois sua instalação é simples e rápida
(Hilti do Brasil, 2005).
24
5.1.5 Chumbadores para serviços leves
São chumbadores que tem sua carga permissível menor que 1 KN. Esse tipo de
chumbador, é bastante usado para a fixação de peças leves como: mão-francesa,
corrimãos, etc, e podem ser usados em diversos tipos de material base, seja ele de
base oca ou maciça, pois esses chumbadores funcionam, tanto como base de
suporte, quanto por atrito (Hilti do Brasil, 2005).
“No caso de um chumbador isolado, a carga deverá ser aplicada ao seu eixo e no
caso de um grupo de chumbadores a carga deverá ser aplicada ao seu centro de
gravidade”. (DNIT 2006, p. 3).
5.2.1 Aderência
“Obtém-se uma sustentação por aderência quando uma resina ou outro tipo de
material adesivo liga o chumbador ao material base” (Hilti do Brasil, 2005, p. 4).
26
A Figura 5-3, mostra como o chumbador químico age no material base.
Figura 5-3 - Chumbador de ampola que funciona por aderência (Hilti do Brasil, 2006)
A fixação por base de suporte dá-se em materiais ocos, isto é, quando o chumbador
é instalado em um bloco oco. Nesse caso ele se expande a um tamanho maior que o
do furo original (Figura 5-4). O principio de base de suporte é demonstrado ao
produzir-se uma força de sustentação no lado oposto do material base (Hilti do
Brasil, 2005).
Figura 5-4 - Chumbadores que funcionam por base de suporte (Hilti do Brasil, 2006)
27
5.2.3 Atrito
“Em uma sustentação por atrito, a pressão da expansão mecânica produz o atrito
entre o chumbador e os lados da superfície do furo” (Hilti do Brasil, 2005, p. 4).
Na figura 5-5 pode ser visto um chumbador que funciona por atrito.
Figura 5-5 – Chumbador tipo Bolt que funciona por atrito (Hilti do Brasil, 2006)
“A tração é a força que tenta puxar o chumbador para fora do furo”. (Hilti do Brasil,
2005, p. 5). A direção da seta “N”, na figura 5-6, é a carga de tração. O cisalhamento
é a força que tenta cortar o chumbador em direção perpendicular ao seu
comprimento. A direção da seta “V”, na figura 5-6, é a carga de cisalhamento (Hilti
do Brasil, 2005).
28
“A carga combinada ocorre quando a tração e o cisalhamento agem ao mesmo
tempo no chumbador. A seta “F” é um exemplo da carga combinada” (Hilti do Brasil,
2005, p. 5).
Esse tipo de falha costuma ocorrer nos chumbadores mecânicos que trabalham por
atrito. O arrancamento se dá quando a força exercida é maior que o atrito produzido
pelo mecanismo de expansão. (Hilti do Brasil, 2005).
A Figura 5-10, mostra um chumbador mecânico sendo arrancado por uma força
maior que sua capacidade.
Esse tipo de falha ocorre quando a carga “z” mostrada na figura 5-11, é exessiva, a
resistência da base de concreto é insuficiente e a profundidade de ancoragem é
insuficiente. (Fischer Brasil, 2006).
5.4.5 Rachaduras
Veja a figura 5-12, que mostra uma rachadura causada por um chumbador.
O tempo de gel, existe somente nas ancoragens químicas. Esse é o tempo que se
tem para fazer qualquer tipo de acerto na barra roscada ou vergalhão fixado sem
que a fixação fique comprometida.
Caso não se respeite o tempo de gel de uma ancoragem química, a mesma tem
grandes probabilidades de falhar.
- a profundidade de embutimento;
- o espaçamento;
- as distâncias das bordas;
- o fck do concreto;
34
- o diâmetro do chumbador. (Hilti do Brasil, 2005).
Figura 5-14 – Espaçamento Crítico (Scr), entre Ancoragens (Hilti do Brasil, 2005)
A figura 5-15, mostra o cone de arracamento causado por dois chumbadores que
foram instalados muito próximos.
A figura 5-17, mostra o cone de arrancamento causado por falha do material base
devido à instalação de um chumbador com a capacidade de carga maior.
Figura 5-17 – Cone de Arrancamento causado por falha do material base (Hilti do Brasil,2005)
39
5.6 Influência na Escolha do Chumbador.
Figura 5-18 – Gráfico que mostra o comportamento da carga estática e dinâmica (Hilti do
Brasil, 2005)
6 Modos de Instalação
O chumbador de expansão por punção tem uma espera interna, que expande
através de um golpe de punção.
Nesse chumbador existe um cone em uma de suas extremidades com uma rosca
interna.
43
A instalação é feita do mesmo modo que o chumbador de expansão por punção, a
única diferença é o tempo de instalação, pois para a expansão desse tipo de
chumbador ficar correta, tem que se rosquear a barra roscada que fica no cone do
chumbador, fazendo com que o cone se encaixe no chumbador, causando o atrito
entre o chumbador e as paredes do furo. (Figura 6-2).
Os chumbadores com rosca externa, são utilizados para serviços que se requer
desde, cargas médias até cargas altas, pois, estão disponíveis em diversos
diâmetros e sua instalação é simples, porém, requer alguns cuidados.
Para instalação desse tipo de chumbador, existe um fator importantíssimo para que
a capacidade de carga na fique prejudicada. O diâmetro do furo tem que ser
exatamente o mesmo diâmetro do chumbador, pois se o furo for maior que o
chumbador, o mesmo tende a rodar dentro do furo não havendo o atrito necessário
entre o chumbador e as paredes do furo.
44
Conseqüentemente haverá diminuição da carga do chumbador. (Figura 6-3).
A instalação desse chumbador requer cuidados para que sua capacidade de carga
não seja afetada causando a falha do chumbador. Esse chumbador normalmente é
usado para fixação de barras roscadas.
Primeiro se faz um furo do mesmo diâmetro da ampola, limpa-se muito bem o furo,
coloca-se a ampola dentro do furo, e com um assessório de colocação, engata-se a
barra roscada no martelete. Depois a barra é colocada no furo, fazendo com que a
barra triture a ampola fazendo a mistura dos componentes químicos de dentro do
mesmo. (Figura 6-4).
Figura 6-4 - Modo de Instalação do Chumbador para cargas dinâmicas (Hilti do Brasil, 2006)
45
6.6 Chumbadores Adesivos Injetáveis
- a limpeza do furo;
- a ausência de umidade ou água;
- o diâmetro do furo correto.
Para a instalação, se faz o furo no material base, se limpa o furo, coloca-se a resina
de dentro do furo para fora, até que o furo esteja preenchido em 2/3 de sua
profundidade, para que na hora da colocação da barra ou vergalhão, a resina não
seja desperdiçada. (Figura 6-5).
Esses chumbadores são bastante utilizados para situações onde, se precisa atingir
cargas altas, mas não se tem boa condição na hora da instalação, como por
exemplo, obras onde não se tem uma mão de obra especializada, as condições de
execução nem sempre são adequadas e não se está livre da presença de água ou
umidade. (Figura 6-6).
- a limpeza do furo;
- o diâmetro do furo, que tem que ser um diâmetro acima do diâmetro do vergalhão;
A grande vantagem desse tipo de resina, é que, a aplicação pode ser feita com o
furo úmido ou submerso.
Figura 6-6 - Colagem de vergalhões para a concretagem de viga em obra (Hilti do Brasil, 2006)
47
6.9 Chumbadores Adesivos não injetáveis.
Como esse tipo de adesivo não é injetável, a colocação dele no furo torna-se difícil,
pois o operador tem que “derramar” a resina, dentro do furo, o que ocasiona muita
perda. Também existe o problema de o vergalhão não estar totalmente envolvido
pela resina dentro do furo, pois o furo não fica totalmente preenchido no momento
da colocação da resina, isso acaba reduzindo os valores de carga do chumbador.
48
7 Ensaios em Chumbadores Químicos.
Os ensaios são feitos com o objetivo de obter dados para a especificação e projeto
de um determinado tipo de ancoragem. (ABNT 2004).
7.3 Ensaios
Para garantir que a falha ocorra no adesivo, deve-se utilizar um aço de resistência
superior a da resina, para evitar que o aço falhe ante da resina. O embutimento deve
ser de 115 mm +/- 2,5 mm. (ABNT 2004).
Cobrir a superfície da placa de concreto com uma lâmina d´ água potável com uma
altura mínima de 12mm em torno dos chumbadores, com um raio mínimo de 76mm.
Fazer o carregamento do chumbador com uma carga de tração constante e igual a
40% da carga última média do ensaio de referência, no mínimo. A carga deve ser
51
mantida durante os ciclos de congelamento e descongelamento. No final de 50
ciclos completos dos ensaios de tração, comparar os resultados com os ensaios de
referência. (ABNT 2004).
O ensaio é feito com os furos no material base submersos durante 7 (sete) dias,
depois desse período a água do material base é retirada antes da instalação dos
chumbadores, ficando assim as paredes dos furos úmidas. Conduz-se o ensaio de
tração até a falha do chumbador e então se compara os resultados com o ensaio de
referência. (ABNT 2004).
Este ensaio serve para avaliar o desempenho do chumbador durante sua cura em
regiões ou estações muito frias.
O caso estudado foi um ensaio feito numa fábrica de pré-moldados. Neste caso, o
chumbador foi usado para fixação de painéis pré-moldados, através de barras
roscadas, que serviram para o fechamento externo do Supermercado Baronesa
localizado no município de Mauá / SP.
A fixação desses painéis, foi executada com chumbadores, já que na fabricação das
peças da estrutura (pilares e vigas), não foi possível deixar os elementos para a
fixação dos painéis.
Foram feitos os devidos furos no material base, com o diâmetro especificado pelo
fabricante e profundidade calculada pelo projetista ou especificada pelo fabricante.
(Figura 8-2)
Figura 8-4 - Término da limpeza do furo com uma escova de aço, com diâmetro um pouco
maior que o furo
57
A próxima etapa foi o desperdício da resina química nesta situação, o RE 500,
para que a mistura do produto ficasse homogênea, pois tratava-se de um produto bi-
componente. (Figura 8-5).
Figura 8-5 - Desperdício do RE 500, para que a mistura fique 100% correta.
Figura 8-6 - Preenchimento do furo de dentro para fora até 2/3 de sua profundidade.
58
Em seguida, procedeu-se à colocação das barras roscadas no furo, sempre
rosqueando a barra em torno de seu eixo, para que a barra fique totalmente
envolvida pela resina. (Figura 8-7).
Figura 8-7 - Colocação da barra roscada no furo, rosqueando a mesma em torno do seu eixo.
59
Após essa seqüência de procedimentos os chumbadores estão instalados. É
importante não movimentar as barras depois que o tempo de gel da resina estiver
esgotado, pois se isso acontecer a fixação ficará prejudicada, podendo muitas vezes
não atingir os valores de cargas desejados. (Figura 8-8).
No caso da ancoragem mecânica, o Kwik Bolt III, foi necessária uma marreta para a
sua instalação a fim de colocar o chumbador dentro do furo, e uma chave de boca
para fazer a expansão do mesmo. (Figura 8-9 e Figura 8-10).
60
Para esse tipo de ancoragem, não é necessário o tempo de cura e não existe
tempo de gel, podendo assim ser carregada imediatamente após a instalação.
Figura 8-10 - Expansão da ancoragem sendo feita com uma chave de boca.
61
Feita a expansão dos chumbadores, estes estão prontos para receber suas
respectivas cargas. (Figura 8-11).
Figura 8-11 - Ancoragens Kwik Bolt III, instaladas e prontas para receber cargas.
Figura 8-12 - Carga atingida no primeiro teste de arracamento da ancoragem Kwik Bolt III
62
Na segunda tentativa obteve-se um valor de carga de 9710 Kgf e ocorreu o
escoamento e ruptura do material do chumbador. (Figura 8-14 e Figura 8-15).
Figura 8-14 - Carga atingida no segundo teste de arracamento da ancoragem Kwik Bolt III
Neste caso foram feitos seis testes de arrancamento, três deles com barras
roscadas de 5/8” e os restantes três com barras roscadas de 3/4".
O arrancamento das barras de 5/8”, atingiram uma carga superior ao que a barra
comportaria, pelo qual o resultado foi o escoamento e ruptura do aço. A Figura 8-16,
ilustra o procedimento adotado, desde a colocação do macaco até o arrancamento.
Figura 8-16 – Colocação do macaco (1); começo do arrancamento (2); detalhe do arrancamento
(3); ancoragem arrancada (4).
64
“Nas ancoragens de 3/4”, não foi possível fazer o arrancamento, uma vez que o
macaco atingiu a sua capacidade máxima e na ausência de necessidade de ocorrer
o arrancamento, devido ao fato de as cargas especificadas no projeto serem
menores do que as dos testes realizados adotou-se como carga atingida, 12.000
quilogramas força. O resultado final para essa ancoragem foi o macaco ter atingido
sua capacidade máxima.
A ancoragem química deve ser usada sempre que for necessário atingir altas
cargas, pois além de terem custos mais elevados, é também necessário um certo
tempo para que a sua cura ocorra. Nesses casos, não é possível o recurso a uma
ancoragem mecânica, uma vez que sua capacidade de carga é inferior a ancoragem
química. Acresce ainda o fato de que as ancoragens mecânicas não podem ser
usadas nos casos em que o elemento de fixação é um vergalhão, porque se trata de
um tipo de ancoragem que está disponível somente em barras roscadas, e no caso
dos vergalhões deseja-se que eles sejam embutidos no furo, o que não pode ser
feito quando se usa uma ancoragem mecânica, pois, o furo já está preenchido pela
barra roscada.
66
10 CONCLUSÃO
Como visto, as ancoragens hoje em dia são fundamentais para uma obra. Com elas
os engenheiros economizam tempo e conseqüentemente diminuem o custo da obra
não prejudicando a qualidade do serviço. Os operários também trabalham de uma
forma mais profissional não se expondo tão facilmente a acidentes de trabalho.
AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. ASTM 370. Standard test
methods of steel product.: 1992.