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AULAS INTRODUÇÃO ÀS LEIS DE NEWTON

23 E 24
COMPETÊNCIAS: 5e6 HABILIDADES: 17 e 20

1. AS LEIS DE NEWTON
Os estudos de dinâmica e de mecânica clássica se desen-
volveram baseados principalmente nos trabalhos de Isaac
Newton. Em 1687, foi publicada a obra Princípios Mate-
máticos da Filosofia Natural, que resume toda a descrição
da natureza do movimento em três leis que hoje são co-
nhecidas como as Leis de Newton.
É importante destacar que a construção da Física se
deve à contribuição de diversos cientistas e não de tra-
balhos individuais específicos. As Leis de Newton serão multimídia: vídeo
discutidas a seguir, contextualizadas em situações que
ocorrem no cotidiano. FONTE: YOUTUBE

Física - Primeira Lei de Newton (Khan Academy)

2. CONCEITOS PRELIMINARES
Inércia – Resistência que todo corpo material oferece à
modificação da sua velocidade. A inércia se manifesta pela
necessidade da ação de uma força para que a velocidade
se modifique em relação a um referencial, ou seja, para que
o móvel tenha uma aceleração diferente de zero.

Força – Grandeza física que se manifesta pela modifi-


cação que provoca na velocidade de um corpo ou causa
de formação. Quando o corpo não está sujeito a nenhu-
ma força, o seu movimento, num referencial determinado,
é uniforme (velocidade constante, nula ou não). Quando
uma força atua sobre o corpo, a sua velocidade é variável e
a sua aceleração é diferente de zero.

3. LEI DA INÉRCIA
ISAAC NEWTON (1643-1727) A primeira Lei de Newton no movimento foi enunciada da
seguinte maneira:
Até aqui foi estudado o movimento de um móvel, mas sem
que fosse enfatizada a causa do movimento (ou de sua
alteração). Desde o início do curso, tem sido estudado o Todo corpo em estado de repouso ou de movimento
ramo da mecânica denominado cinemática. Agora, será retilíneo uniforme permanece nesse estado até que
analisado o motivo de um móvel estar em movimento (ou seja forçado a mudar seu estado por forças que atu-
de alterá-lo). As leis de Newton pertencem ao ramo da me- am sobre ele.
cânica que denominado dinâmica.

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Assim, um corpo que esteja inicialmente em repouso entra- Caso o ônibus estivesse inicialmente em repouso, ocorreria
rá em movimento caso atue sobre ele uma força não nula. um efeito semelhante. Se o ônibus arrancasse e saísse em
Entretanto, caso sejam retiradas repentinamente todas as movimento acelerado, a sensação dos passageiros seria
forças que atuam em um corpo em movimento, o corpo a de serem “jogados” para trás, assim como na imagem
entrará em movimento retilíneo e uniforme até que alguma anterior (direita). Novamente, pela inércia dos corpos, os
força volte a atuar sobre ele. A ideia de que um corpo per- passageiros “tentariam” se manter em repouso em relação
ao solo, opondo-se à mudança de estado.
manecerá eternamente em movimento retilíneo uniforme é
estranha, pois essa situação não é observada no cotidiano,
uma vez que os eventos estão sujeitos às forças de resis- 3.2. Exemplo 2
tência ao movimento. Por outro lado, isso é válido para cor- Quando um automóvel inicia uma curva, os passageiros
pos em movimento na imensidão do espaço, em locais onde têm a sensação de serem forçados para fora do carro, o
não há influência gravitacional de outros corpos. que de fato aconteceria, caso a porta estivesse aberta e os
A inércia foi definida por Newton como “um poder de passageiros sem a proteção do cinto de segurança. Entre-
resistir, através do qual todo corpo, estando em um deter- tanto, não existe nenhuma força empurrando os passagei-
minado estado, manterá esse estado, seja ele de repouso ros para fora. Os corpos resistem durante a curva porque,
ou de movimento retilíneo uniforme”. A inércia de um cor- segundo a Lei da Inércia, tendem a continuar em movi-
po será maior quanto mais difícil for alterar seu estado de mento retilíneo uniforme.
movimento. A afirmativa acima, chamada de Primeira Lei
de Newton, também é conhecida como Lei da Inércia.

3.1. Exemplo 1
Considere um ônibus em movimento com velocidade cons-
tante e em linha reta. Apesar de estarem em repouso em
relação ao onibus, os passageiros estão em movimento re-
tilíneo uniforme em relação ao solo. Ao freiar bruscamen-
te, os passageiros se sentem “empurrados” para a frente, Uma situação no qual um corpo seja completamen-
como na figura a seguir (esquerda). Esse empurrão ocorre te livre da ação de forças é praticamente impossível.
por causa da tendência dos corpos de continuarem no Contudo, existem situações em que os efeitos de forças
mesmo estado de movimento, isto é, por causa da inércia atuantes sobre um corpo são cancelados mutuamente.
dos corpos.

4. SEGUNDA LEI DE NEWTON


OU PRINCÍPIO FUNDAMENTAL
DA DINÂMICA
Verificou-se experimentalmente que a aceleração causada
por uma mesma força atuando sobre corpos com massas
diferentes não é igual. Por exemplo, uma mesma força pro-
voca uma aceleração maior em uma bicicleta do que em
um automóvel. Dessa forma, quanto maior for a massa de
um corpo, mais força seránecessária para produzir determi-
nada aceleração.

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A situação será anlisada a partir das seguintes experiências: O produto da massa pela aceleração é igual a valor cons-
__› __› __›
tante igual ao módulo da força aplicada.
Na figura acima, as forças resultantes F 1, F 2, ..., F n atuam
sobre o___mesmo corpo
___› e produzem, respectivamente, acele- Em consequência, o valor da constante k é a medida da
› ___›
rações a 1, a 2, ..., a n. resistência do corpo ao ser acelerado, ou seja, uma medida
de sua inércia. A constante k é denominada massa iner-
Calculando a razão entre a intensidade de cada força e a
cial do corpo (k = m).
respectiva aceleração, obtém-se:
F1 __
__ F2 Fn
__ __F Essas duas experiências estabelecem a Segunda Lei de
=
a1 a2 = ... = an = k Ÿ a = k Ÿ ka = F Newton: o Princípio Fundamental da Dinâmica:
Assim, a aceleração do corpo duplica quando o módulo da
força resultante é duplicado. Se o módulo da força resul- A aceleração de um corpo é diretamente proporcional
tante for triplicado, a aceleração também será duplicada.
à força resultante que atua sobre ele, inversamente
Portanto, se a massa de um corpo é constante, a acelera- proporcional à sua massa e tem a mesma direção e o
ção e o módulo da força resultante são diretamente pro- mesmo sentido da força resultante.
porcionais e têm a mesma direção e sentido.
__› Na figura a seguir, a força resultan-
te F atua em corpos com massas diferentes.
A Segunda Lei de Newton é expressa pela relação:
__› ___›
FR = m · a

a
m FR
Nesse caso, a aceleração do corpo cai pela metade ao du-
plicar a massa m do corpo. Se a massa for três vezes maior,
a aceleração será de um terço (1/3) da aceleração obtida
pela massa m. Considerando apenas os módulos:
Assim, se o módulo da força resultante é constante, a mas-
sa e a aceleração do corpo são inversamente proporcio- FR = m · a
nais, ou seja, a aceleração é menor quanto maior é a massa
do corpo: Em que:

m1a1 = m2a2 = ... = mnan = F ƒ FR: módulo da força resultante que atua sobre o corpo;
ƒ m: massa do corpo;
ƒ a: módulo da aceleração do corpo.
A unidade de força no SI é o Newton (N). O valor de 1 N
corresponde à força necessária para acelerar uma massa
de 1 kg a 1 m/s2.

F = ma Ÿ 1 N = 1 kg · 1 m/s2

4.1. Exemplo 3
multimídia: vídeo Paulo e Francisco aplicam forças de 3 N e 4 N sobre uma
caixa de 50 kg em repouso sobre um chão liso. O que ocor-
FONTE: YOUTUBE re com a caixa?
Física - Segunda Lei de Newton
(Khan Academy) A resposta depende da direção e do sentido das forças so-
bre a caixa.

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VIVENCIANDO

As leis da física newtoniana estão presentes no dia a dia. Automóveis e outros transportes motorizados são ótimos
exemplos das aplicações da física newtoniana, nos ganhos e perdas de velocidade, com a utilização de acelerador
e/ou freios. Quando um passageiro é jogado para trás no momento em que o ônibus acelera, é possível observar a
inércia atuando.

Da mesmo modo, numa prova típica, um dos cavalos se recusa a pular


um dos obstáculos. Considerando a inércia, o cavaleiro será arremessado
para frente. Outras demonstrações da aplicabilidade da física newtoniana
são encontradas no espaço, onde os satélites orbitam ao redor da Terra
sem o auxílio de propulsores, deslocando-se por inércia. A construção
civil também aplica os conceitos da física newtoniana, possibilitando, por
exemplo, a construção de enormes edifícios.

Se as forças tiveram a mesma direção e o mesmo sentido, FR = ma Ÿ 1 = 50a Ÿ a = 0,02 m/s2


o módulo da força resultante será:
Nesse caso, o resultado seria o mesmo se houvesse apenas
FR = 4 + 3 Ÿ FR = 7 N uma força de 1 N atuando sobre a caixa na direção hori-
zontal, da esquerda para a direita. A aceleração, novamen-
te, tem mesma direção e sentido, nesse caso, horizontal e
da esquerda para a direita.
Entretanto, se os sentidos das forças forem invertidos, man-
tendo a direção horizontal, o módulo da força resultante
Pela Segunda Lei de Newton é possível obter a aceleração passa a ser de – 1 N. Nesse caso, o módulo da aceleração
do corpo: ainda tem o mesmo valor, 0,02 m/s2, mas o sentido passa a
ser da direita para esquerda (igual ao da força resultante).
FR = ma Ÿ 7 = 50a Ÿ a = 0,14 m/s2

Esse resultado seria o mesmo caso houvesse apenas uma


força de 7 N atuando sobre a caixa, na direção horizontal,
da esquerda para a direita. A direção e o sentido da acele-
ração são iguais aos da força resultante.
Se as forças forem aplicadas sobre a caixa na mesma di-
reção, mas em sentidos opostos, o módulo da resultante
será:

multimídia: vídeo
FR = 4 – 3 Ÿ FR = 1 N FONTE: YOUTUBE
Telecurso 2000 - Aula 08/50 - Física -
Novamente, pela Segunda Lei de Newton, obtém-se a Leis de Newton
aceleração:

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Aplicação do conteúdo
1. Em uma superfície lisa e horizontal, um corpo de
massa 4 kg move-se com velocidade de 12 m/s. Em
Caso as direções das forças aplicadas formem um ângulo determinado momento, uma força constante de 2 N
atua sobre o corpo, em sentido contrário à velocidade,
de 30°, por exemplo, o módulo da força resultante deverá retardando o movimento. Quanto tempo o corpo leva
ser obtido usando-se a lei dos cossenos modificada. para parar?

A partir da 2.ª Lei de Newton, obtém-se a aceleração do corpo:

F = ma Ÿ – 2 = 4 · a Ÿ a = – 0,5 m/s2

Para obter o tempo que o corpo leva para parar, é utilizada


a equação horária da velocidade, sabendo que a velocida-
de final é nula:

v = v0 + at Ÿ 0 = 12 – 0,5 t Ÿ t = 24 s

Assim, o corpo leva 24 s para parar.


2. Um barco de 100 kg, conduzido por um velejador
com massa de 60 kg, partindo do repouso, se desloca
__________________
FR = √ F21 + F22 + 2F1F2 · cos 30º Ÿ sob a ação do vento em movimento uniformemente
acelerado, até atingir a velocidade de 18 km/h. A par-
___________________________ tir desse instante, a velocidade permanece constan-
FR = √42 + 32 + 2 · 4 · 3 · 0,87 Ÿ te. Se o barco percorreu 25 m em movimento unifor-
memente acelerado, qual é o valor da força aplicada
FR > 6,77 N sobre o barco? Despreze resistências ao movimento
sobre o barco.
Pela 2.ª Lei de Newton, tem-se:

FR = ma Ÿ 6,77 = 50a Ÿ a > 0,135 m/s2

Do enunciado, sabe-se que a velocidade inicial v0 do barco


é nula, e, após percorrer 25 m (DS = 25 m), a velocidade é
de 18 km/h (v = 18 km/h = 5 m/s). Assim, pode-se obter a
aceleração pela equação de Torricelli:

Assim, a resultante das forças que agem sobre um corpo é v2 = v20 + 2 · a · DS Ÿ 52 = 02 + 2 · a · 25 Ÿ 25 = 50 · a


a soma vetorial de todas as forças aplicadas sobre o corpo. Ÿ a = 0,5 m/s2
Apesar de serem, em geral, diferentes, o efeito de todas as
forças é o mesmo que o da força resultante. Pela 2.ª Lei de Newton, calcula-se o valor da força
__›
Então, a força resultante F R ou simplesmente resultan- aplicada ao barco, considerando a massa total do
te é expressa por: conjunto (massa do barco e do velejador) igual a 160
__› __› __› __› kg (100 kg + 60 kg):
F R = F 1 + F 2 + ... F n
FR = ma Ÿ FR = 160 · 0,5 Ÿ FR = 80 N

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CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

Galileu Galilei, considerado o primeiro físico no sentido moderno, foi um dos primeiros cientistas a reconhecer a
matemática como ferramenta principal para descrição dos fenômenos naturais. No entanto, foi Newton que sinteti-
zou em sua famosa obra, Princípios matemáticos da filosofia natural (1687), as duas grandes correntes metodológi-
cas da ciência moderna: a matematização e a experimentação. Newton acreditava que a natureza agia de modo a
simplificar ao máximo as suas ações. Nesse sentido, as consequências naturais teriam o mínimo de causas possíveis
e o Universo seria como uma máquina que está constantemente em funcionamento. Esse foi um importante passo
para a filosofia, por fundamentar a ciência que iria influenciar os pensadores iluministas.

5. A TERCEIRA LEI DE NEWTON Em determinado instante,__›o menino A começa a puxar a


corda e aplica uma força F 1 no menino B, mas os dois se
Observe a situação ilustrada nas figuras a seguir: aproximam.__› Isso significa que A está sofrendo a ação de
uma força F 2 aplicada pelo menino B. Como __› no__› exemplo
anterior, o módulo dessas forças é igual: u F 1 u = u F 2 u.

5.1. Resumindo __›


Se um__›corpo A exerce uma força F 1 sobre um corpo B, uma
força F 2 será exercida de B sobre A, de modo que:

A princípio (figura da esquerda), um menino está em re- __› __›


pouso sobre um carrinho. Considere que o carrinho pode ƒ F 1 e F 2 têm a mesma direção;
__› __›
se mover sem ação da resistência do solo. Ao lançar a bola ƒ F 1 e F 2 têm sentidos opostos;
que segura nas mãos (figura da direita), o carrinho e o me- __› __› __› __›
ƒ F 1 e F 2 têm o mesmo módulo: u F 1 u = u F 2 u.
nino adquirem um movimento oposto ao sentido da bola
que foi lançada. Portanto, vetorialmente:
__› __› __›
Assim, uma força F 1 foi aplicada sobre
__› a bola pelo menino, F1 = – F2
e, ao mesmo tempo, uma força F 2 em sentido oposto foi
aplicada pela bola ao menino. Essa é a Terceira Lei de Newton, que ficou conhecida como
Lei da
__› Ação
__› e Reação. Contudo, qualquer uma das for-
As duas forças têm o mesmo módulo:
__› __› __› __› ças (F 1 ou F 2) pode ser chamada de ação ou de reação, pois
uF1 u = uF2u e F1 = – F2 as duas forças atuam ao mesmo tempo.
A definição dada por Newton para a Lei da Ação e Reação
Observe agora o exemplo da figura a seguir. Considere no-
foi a seguinte:
vamente que não existe resistência do chão ao movimento
do carrinho.
Para toda ação existe uma reação igual e oposta, ou
as ações mútuas de dois corpos um sobre o outro são
iguais e dirigidas a partes opostas.

Afirma-se que um corpo está em equilíbrio dinâmico quan-


do sua aceleração é e continuará nula, implicando que a

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força resultante, ou seja, o somatório de todas as forças dos no Brasil. Utilizando os conceitos da Primeira Lei de
que atuam sobre um corpo, seja nula. Newton, de impulso de uma força e variação da quanti-
dade de movimento, analise as proposições.
É possível classificar as forças em dois tipos: força de con-
I. O airbag aumenta o impulso da força média atuante
tato e força de ação à distância. sobre o ocupante do carro na colisão com o painel, au-
Forças de contato são aquelas em que, vistas de modo ma- mentando a quantidade de movimento do ocupante.
II. O airbag aumenta o tempo da colisão do ocupante
croscópico, os corpos estão literalmente em contato. Por
do carro com o painel, diminuindo assim a força mé-
exemplo, um garoto que chuta uma bola faz com que a dia atuante sobre ele mesmo na colisão.
bola altere seu estado de movimento aplicando-lhe uma III. O cinto de segurança impede que o ocupante do
força não nula. Existe contato entre as superfícies, isto é, carro, em uma colisão, continue se deslocando com
entre o garoto e a bola. um movimento retilíneo uniforme.
IV. O cinto de segurança desacelera o ocupante do
Forças de ação à distância, como o próprio nome sugere, carro em uma colisão, aumentando a quantidade de
atuam sem que haja contato entre as superfícies dos cor- movimento do ocupante.
pos. As forças desse tipo estão relacionadas à existência de
Assinale a alternativa correta.
campos de força. A força elétrica de atração ou repulsão
a) Somente as afirmativas I e IV são verdadeiras.
entre cargas elétricas é um exemplo desse grupo de forças.
b) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.
Outro modo de classificação das forças em relação a um c) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.
sistema consiste em verificar se a força é externa ou inter- d) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras.
na. Se externa, a força é motivada pela ação de um corpo e) Todas as afirmativas são verdadeiras.
externo ao sistema; se interna, é motivada por interações Resolução:
entre corpos que compõem o sistema.
I. Falsa. O airbag reduz a força média sobre o corpo
do ocupante do carro durante a colisão com o painel,
Aplicação do conteúdo pois aumenta o tempo de contato entre o sistema
corpo-airbag. O impulso permanece o mesmo, que
1. (Uece) Um trem, durante os primeiros minutos de sua equivale à diferença de quantidade de movimento.
partida, tem o módulo de sua velocidade dado por v =
II. Verdadeira.
2t, em que t é o tempo em segundos e v a velocidade
em m/s. Considerando que um dos vagões tenha massa III. Verdadeira.
3 · 103 kg, qual o módulo da força resultante sobre esse IV. Falsa. O cinto de segurança prende o passageiro
vagão, em newtons? ao banco evitando que o movimento do seu corpo
continue por inércia após o choque. A aceleração e a
a) 3.000. variação da quantidade de movimento dos ocupantes
b) 6.000. que utilizam o cinto de segurança serão as mesmas
c) 1.500. sofridas pelo automóvel no momento do acidente.
d) 30.000.
Alternativa B
Resolução:
3. (PUC-RJ) Duas forças perpendiculares entre si e de mó-
Sabendo que a massa do vagão a ser analisado é de 3.000 dulo 3,0 N e 4,0 N atuam sobre um objeto de massa 10 kg.
kg e que a velocidade é dada como uma função em relação Qual é o módulo da aceleração resultante no objeto, em m/s2?
ao tempo, v = 2t, existem duas soluções possíveis.
a) 0,13. d) 2,0.
Por comparação com a Função Horária da Velocidade: b) 0,36. e) 5,6.
v = v0 + a · t c) 0,50.
v=2·t
Resolução:
Disso, pode-se concluir que:
v0 = 0 m/s e a = 2 m/s2
Assim:
F = m · a = 3.000 · 2
F = 6.000 N
Alternativa B De acordo com o Teorema de Pitágoras, obtém-se a força
resultante sobre o corpo:
2. (Udesc) O airbag e o cinto de segurança são itens de ______ ___
segurança presentes em todos os carros novos fabrica- FR = √32 + 42 = √25 = 5 N

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E com a força resultante e a massa, usando a 2.ª Lei de Resolução:
Newton, obtém-se a aceleração:
A 3.ª Lei de Newton é também chamada de Lei da Ação e
FR
FR = m · a Ÿa = __
m
Reação. Ela relaciona as forças de contato, tração em cordas
e demais forças de reação que surgem de uma ação, de igual
5 N = 0,50 m/s2
a = _____
10 kg intensidade e direção da ação, mas de sentido contrário, for-
Alternativa C ças sempre aplicadas em corpos diferentes e que, portanto,
não se anulam quando analisadas nos corpos isolados.
4. (Udesc) Com relação às Leis de Newton, analise as
proposições.
Alternativa E
I. Quando um corpo exerce força sobre o outro, este Texto para a próxima questão:
reage sobre o primeiro com uma força de mesma in-
tensidade, mesma direção e mesmo sentido. Estudando-se o movimento de um objeto de massa 2 kg,
II. A resultante das forças que atuam em um corpo de obteve-se o gráfico velocidade x tempo a seguir. A veloci-
massa é proporcional à aceleração que este corpo adquire. dade está em m/s e o tempo, em segundo.
III. Todo corpo permanece em seu estado de repouso ou
de movimento retilíneo uniforme, a menos que uma for-
ça resultante, agindo sobre ele, altere a sua velocidade.
IV. A intensidade, a direção e o sentido da força resultan-
te agindo em um corpo são iguais à intensidade, à dire-
ção e ao sentido da aceleração que este corpo adquire.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas I e IV são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras.
6. (PUC-MG) Entre os instantes t = 0,4 s e t = 0,8 s o
d) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.
módulo da força resultante sobre o objeto foi aproxi-
e) Todas afirmativas são verdadeiras. madamente de:
Resolução: a) 2,0 N. c) 0,2 N.
b) 1,5 N. d) 0,8 N.
Analisando as alternativas, segue que: Resolução:
I. INCORRETA. Princípio da ação e reação (3.ª Lei de
Newton). O sentido da força de reação é oposto ao 'v = 2 · ________
F = m · a = m ___
(0,4 – 0,8)
= –2 N
sentido da força de ação. 't (0,8 – 0,4)
II. CORRETA. Pela 2.ª Lei de Newton, tem-se que a força re-
Alternativa A
sultante é proporcional à aceleração do corpo de massa m.
III. CORRETA. 1.ª Lei de Newton (Princípio da Inércia).
Um corpo que está em repouso ou em MRU tende a
permanecer nessa situação até que uma força resul-
tante não nula atue sobre o corpo.
IV. INCORRETA. A força resultante tem mesma dire-
ção e sentido da aceleração, não necessariamente o
mesmo módulo.

Alternativa D
5. (Unisc) Qual dessas expressões melhor define uma
das leis de Newton?
a) Todo corpo mergulhado num líquido desloca um multimídia: sites
volume igual ao seu peso.
b) A força gravitacional é definida como a força que educacao.uol.com.br/disciplinas/fisica/dina-
atua num corpo de massa. mica-as-leis-de-newton.htm
c) O somatório das forças que atuam num corpo é luznafisica.wikidot.com/leis-de-newton-for-
sempre igual ao peso do corpo. ca-e-movimento
d) A força de atrito é igual ao produto da massa de mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/forca-
um corpo pela sua aceleração. -movimento.htm
e) A toda ação existe uma reação.

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ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.

A partir dessa aula, o aluno, além de caracterizar o movimento, passará a descrevê-lo e a definir suas causas. Nesse
sentido, o conceito de força é peça fundamental, pois é ela a causadora da mudança do estado de movimento,
estando o corpo parado inicialmente ou em movimento retilíneo uniforme. As leis de Newton são peças essenciais
para a compreensão plena das causa da alteração do estado de movimento de um corpo. Nesse contexto, é aplicada
a Habilidade 20, caracterizando a causa do movimento dos corpos terrestres ou celestes.

Modelo 1
(Enem) No dia 27 de junho de 2011, o asteroide 2011-MD, com cerca de 10 m de diâmetro, passou a 12 mil quilômet-
ros do planeta Terra, uma distância menor do que a órbita de um satélite. A trajetória do asteroide é apresentada:

A explicação física para a trajetória descrita é o fato de o asteroide:


a) deslocar-se em um local onde a resistência do ar é nula;
b) deslocar-se em um ambiente onde não há interação gravitacional;
c) sofrer a ação de uma força resultante no mesmo sentido de sua velocidade;
d) sofrer a ação de uma força gravitacional resultante no sentido contrário ao de sua velocidade;
e) estar sob a ação de uma força resultante, cuja direção é diferente da direção de sua velocidade.

Análise expositiva 1 - Habilidade 20: Exercício de rápida resolução para o aluno que possui conhecimentos
E mínimos em dinâmica. Ao analisar a trajetória do asteroide, o estudante deve perceber qual é a causa que
explica o movimento do mesmo.
Quando a força resultante tem a mesma direção da velocidade, o movimento é retilíneo, podendo ser ace-
lerado ou retardado, de acordo com os sentidos de ambas as grandezas.
No trecho em que o movimento é curvilíneo, há a componente centrípeta, não tendo a força resultante a
mesma direção da velocidade.
Alternativa E

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Modelo 2
(Enem) Em 1543, Nicolau Copérnico publicou um livro revolucionário em que propunha a Terra girando em torno
do seu próprio eixo e rodando em torno do Sol. Isso contraria a concepção aristotélica, que acredita que a Terra é
o centro do universo. Para os aristotélicos, se a Terra gira do oeste para o leste, coisas como nuvens e pássaros, que
não estão presas à Terra, pareceriam estar sempre se movendo do leste para o oeste, justamente como o Sol. Mas
foi Galileu Galilei que, em 1632, baseando-se em experiências, rebateu a crítica aristotélica, confirmando assim o
sistema de Copérnico. Seu argumento, adaptado para a nossa época, é se uma pessoa, dentro de um vagão de trem
em repouso, solta uma bola, ela cai junto a seus pés. Mas se o vagão estiver se movendo com velocidade constante, a
bola também cai junto a seus pés. Isto porque a bola, enquanto cai, continua a compartilhar do movimento do vagão.

O princípio físico usado por Galileu para rebater o argumento aristotélico foi:
a) a lei da inércia;
b) de ação e reação;
c) a segunda lei de Newton;
d) a conservação da energia;
e) o princípio da equivalência.

Análise expositiva 2 - Habilidade 20: Exercício de baixa dificuldade, mas que requer do estudante conhecimento
A do assunto em questão, não sendo possível inferir somente da interpretação do texto base a resposta correta.
A Lei de Inércia afirma que um corpo tende sempre a manter seu estado de movimento ou de repouso (man-
terá se a resultante das forças sobre ele for nula). No caso da bola solta dentro do vagão, a resultante das
forças horizontais é nula, então, por inércia, ela mantém a componente horizontal de sua velocidade, caindo
junto aos pés da pessoa.
Alternativa A

DIAGRAMA DE IDEIAS

LEIS DE NEWTON

PRÍNCIPIO DA PRINCÍPIO PRINCÍPIO


AÇÃO E REAÇÃO FUNDAMENTAL DA INÉRCIA

EQUILÍBRIO ESTÁTICO
F1 = -F2 FR = m ∙ a
OU DINÂMICO

37
AULAS FORÇAS PESO, NORMAL E DE
25 E 26 TRAÇÃO E SISTEMA DE CORPOS

COMPETÊNCIAS: 5e6 HABILIDADES: 17 e 20

1. PESO DE UM CORPO
De acordo com a segunda Lei de Newton, um corpo em g
aceleração sofre ação de uma força. Um objeto abando-
nado próximo à Terra cai com movimento acelerado, o que P
indica que uma força age sobre o corpo. Essa força de atra- Solo
ção causada pela Terra sobre o corpo ___› é denominada peso
do corpo e é representada por P . A direção da força-peso A aceleração do corpo durante a queda e a aceleração da
é a reta que passa pelo centro da Terra e pelo centro do gravidade, cujo módulo é g, são aproximadamente cons-
corpo,___› com sentido para o centro
___› da Terra. Na figura a se- tantes; aplicando a segunda Lei de Newton:
guir, P A é o peso do corpo A, e P B é o peso do corpo B. ___› ___›
F = m ˜ a___
___
A › ›
P =m˜g
Observe que, na equação anterior, foi considerada a acele-
B
PA ração da gravidade vetorialmente. Em módulo:

P=m.g
PB

O valor de g depende da altitude e da localização na Terra.


O conceito de peso também é estendido para outros pla-
netas e para a Lua. O valor de g, próximo da superfície de
cada planeta ou da Lua, não é o mesmo.
Terra

___› ___› É comum as palavras “peso” e “massa” serem usa-


Como é possível observar na figura, P A e P B têm direções das como sinônimos. Por exemplo, quando alguém
diferentes. Entretanto, em uma região relativamente pe- diz: “O meu peso é de 80 quilos”. No entanto, “quilo”
quena na superfície do planeta, a direção do peso dos cor- não é uma unidade de medida, mas apenas um pre-
pos é aproximadamente a mesma, como ilustra a figura a fixo que significa 103. Também é dito comumente: “O
seguir. meu peso é de 80 quilogramas”. Do ponto de vista
da Física, a expressão é incorreta. Peso é uma força
A
e não uma medida da massa, devendo ser dado em
B
unidades de força.

PA PB
Aplicação do conteúdo
Solo
1. Dado um corpo de massa m = 10 kg. Sabe-se que, próxi-
mo à superfície da Terra, a aceleração da gravidade vale
Considere um corpo de massa m solto a uma determinada gT = 9,8 m/s2 (aproximadamente) e, próximo à superfície
altura do solo. Desconsidere a ação da resistência do ar da Lua, a aceleração da gravidade vale gL = 1,6 m/s2
sobre o corpo. Nessa situação, a atração da ___Terra é a única (aproximadamente). Calcule o peso do corpo:

força que age sobre o corpo, ou seja, o peso P é a resultante a) Próximo da superfície da Terra.
das forças sobre o corpo. b) Próximo da superfície da Lua.

38
Resolução:

a) Para a superfície da Terra, gT = 9,8 m/s2. Sendo PT o


peso do corpo, tem-se:
PT = m ˜ gT = (10 kg) (9,8 m/s2) Ÿ PT = 98 N
b) Para a superfície da Lua, gL = 1,6 m/s2. Sendo PL o
peso do corpo, tem-se:
PL = m ˜ gL = (10 kg) (1,6 m/s2) Ÿ PL = 16 N
Observe que o módulo do peso do mesmo corpo de
massa 10 kg é diferente na superfície da Terra e da Lua. 1.2. O quilograma-força
No SI, a unidade de força é o newton (N). Contudo, às
vezes é usada uma outra unidade que não pertence ao SI:
o quilograma-força, cujo símbolo é kgf.
O quilograma-força é a intensidade de uma força igual
à intensidade do peso de um corpo de massa 1 kg,
considerando o valor da aceleração da gravidade igual a:
gN = 9,80665 m/s2

Então:
multimídia: vídeo
P= m ˜ g
FONTE: YOUTUBE p p p
Esclarecimento sobre os conceitos  kgf = (1 kg) · (9,80665 m/s2)
de massa e peso ... 1 kgf = 9,80665 N ou 1 kgf #9,81 N

1.1. A força-peso e o O valor gN é conhecido como valor normal da aceleração


lançamento de projéteis da gravidade.

No estudo de lançamento de projéteis, o movimento é divi-


dido em duas componentes: uma horizontal e uma vertical.

Desprezando a resistência do ar, a resultante___›das forças


que agem sobre o objeto lançado é o peso P . Supondo
que a distância alcançada no lançamento é pequena em
multimídia: vídeo
relação ao tamanho do planeta, a direção do peso tem FONTE: YOUTUBE
a mesma direção da vertical, como ilustrado na figura a
Força normal e força de contato
seguir. Desse modo, o peso é a força que age resultando
na aceleração do corpo nesse componente do movimento.
Como na direção horizontal não há forças, a velocidade
__›
( v ox ) nessa direção é constante.
1.3. A força de reação normal
A figura a seguir mostra, esquematicamente, uma mesa
sobre a superfície da Terra e um corpo A apoiado sobre a
mesa.___›Como foi visto, a Terra aplica sobre o corpo A uma
força P , chamada de peso do corpo. Pela Lei da Ação e Re-
ação, o corpo
___› A aplica na Terra uma força igual e de sentido
oposto: -P .

39
FN Por estar em repouso, a resultante das forças sobre o corpo
deve ser nula, e as forças atuantes devem se cancelar:

A FR = 0 o FN – P = 0
FN = P = 90 N
P Nesse caso, a intensidade do peso e da força normal é
- FN a mesma.
Considere, agora, que uma força vertical F de intensidade
-P
F = 40 N, dirigida para cima, seja aplicada sobre o corpo.
Terra Como F < P, essa força não é capaz de levantar o corpo, e,
desse modo, o corpo permanece em repouso. Novamente,
as forças devem se cancelar. A nova força normal sobre o
corpo é:

Entretanto,
___› o corpo exerce uma força de compressão sobre
a mesa -F N, e, do mesmo modo,___› pela Lei de Ação e Reação,
___› ___›
a mesa aplica uma força F N sobre o corpo. As forças P e -P
formam
___› um ___› par de forças de ação e reação, assim como o
par F N e -F N. FR = 0 o FN + F – P = 0
___›
A força F N é uma força de compressão chamada, em mui-
FN = 50 N
tos casos, de força normal, pois sua direção é perpendi-
cular à superfície de contato (ou “normal” à superfície). Em Conclui-se, portanto, que a força normal e o peso não têm,
geral, apenas as forças que atuam sobre o corpo A serão necessariamente, a mesma intensidade.
importantes, de modo que será adotado o esquema sim-
plificado de forças conforme a imagem anterior, em quel 2. A figura a seguir ilustra um corpo de massa m = 2,0 kg,
inicialmente em repouso, sobre uma superfície plana,
aparecem apenas a força-peso e a força normal aplicada
horizontal
___› e perfeitamente___› lisa, sob ação apenas de seu
pela mesa sobre o corpo. peso P e da força normal ___› F N. A partir de certo instante,
uma força horizontal F de intensidade F = 16 N é apli-
Aplicação do conteúdo cada sobre o corpo.

1. Um corpo está em repouso sobre uma superfície pla-


na e horizontal, como ilustrado na figura a seguir. As
únicas forças que atuam no corpo estão indicadas na
figura: a força-peso P e a força normal FN. Sendo a mas-
sa do corpo m = 9,0 kg, e a aceleração da gravidade
g = 10 m/s2, tem-se:

P = mg = (9,0 kg) (10 m/s2) Ÿ P = 90 N

40
Determine a aceleração adquirida pelo corpo. T1 – T2 = 0

Resolução: ou
T1 = T2
Como
___› ___› não existe movimento na direção vertical, as forças
P e F N devem se cancelar,
___› ou seja, FN = P. Assim, a força Portanto, fazendo T1 = T2 = T, deve-se refazer o esquema inicial:
resultante é a força F .
F=m˜a
16 = (2,0) ˜ a Ÿ a = 8,0 m/s2.
Na prática, o fio não é representado, e o esquema sim-
plificado mostra apenas as forças que atuam nos blocos:
1.4. Sistema de corpos
Nos exemplos estudados, as Leis de Newton foram apli-
cadas a um único corpo. Entretanto, é possível aplicá-las
em um conjunto de dois ou mais corpos. Em geral, esse
conjunto é denominado sistema de corpos.

multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
1.5. Força de tração ou Força de Tração (Bloquinhos) -
tensão em um fio Mãozinha em Física 004
Quando um fio é esticados por uma força, existe uma tensão
sobre o fio. Afirma-se que ocorre no fio uma força de tração.
Na figura a seguir, as forças que atuam no sistema de cor- Aplicação do conteúdo
pos foram separadas. 1. Como ilustrado na figura a seguir, dois blocos, A e B,
de massa mA = 5,0 kg e mB = 7,0 kg, estão sobre uma
superfície plana e horizontal sem atrito, ligados por um
fio ideal, isto é, que não estica e com massa desprezível.

___›
Quando o bloco B é puxado pela força F , o fio sofre uma
___›
força de tração de intensidade T1. Pela ação e reação, o fio
Sobre o bloco B é aplicada uma força horizontal F de inten-
aplica sobre o bloco B uma força de intensidade igual a T1.
sidade igual a 36 N. Determine a intensidade da aceleração
O fio também exerce sobre o bloco A uma força de inten-
do sistema e da força exercida pelo fio sobre o bloco A.
sidade T2, e o bloco A, pela ação e reação, exerce sobre o
fio uma força de intensidade igual a T2. Considerando que Resolução:
o fio tenha massa mf , pela segunda Lei de Newton, tem-se:
___›
T1 – T2 = mf ˜ |a |
Entretanto, como o fio é ideal, sua massa é desprezível, ou
seja, mf = 0 (é comum desprezar a massa do fio). Assim, a Aplicando a segunda Lei de Newton separadamentepara
equação se simplifica: cada bloco:

41
bloco A: T = mA ˜ a T = (5,0) ˜ a
Ÿ Aplicação do conteúdo
bloco B: F – T = mB ˜ a 36 – T = (7,0) ˜ a
1. Considere a situação da figura a seguir, em que o bloco
Somando membro a membro das equações, a tração T é A, de massa mA = 3,0 kg, e o bloco B, de massa mB = 7,0 kg,
cancelada, e obtém-se: estão ligados por um fio ideal, através de uma polia
ideal e fixada pelo eixo. Considerando g = 10 m/s2,
36 = 12 ˜ a Ÿ a = 3,0 m/s2 e que o sistema foi abandonado a partir do repouso,
Substituindo o valor da aceleração na equação original do calcule:
bloco A (por exemplo), obtém-se:
T = (5,0) (3,0) Ÿ T = 15 N
A aceleração do conjunto de blocos (ou seja, a aceleração
do sistema) pode ser obtida considerando os dois corpos
como um único corpo, e aplicando a segunda Lei de New-
ton diretamente:

a) A aceleração adquirida por cada bloco.


b) A intensidade da tração no fio.
c) A força exercida pela polia em seu eixo.

Resolução:
F = (mA + mB) ˜ a
36 = (5,0 + 7,0) ˜ a Ÿ a = 3,0 m/s2 a) Em primeiro lugar, deve-se determinar os módulos
dos pesos dos blocos:

1.6. Polias Bloco A: PA = mA . g = (3,0 kg) (10 m/s2) = 30 N


Uma polia ou roldana é uma peça mecânica utilizada, Bloco B: PB = mB . g = (7,0 kg) (10 m/s2) = 70 N
muitas vezes, para alterar a direção e o sentido de forças. Em cada bloco, também atuará a força de tração do fio, no
Na figura a seguir, os blocos A e B, de massas iguais, res- sentido oposto ao peso, como na figura a seguir.
pectivamente, a mA e mB, estão ligados por um fio ideal
que passa por uma polia (ou roldana) de massa desprezível
(denominada, por esse motivo, polia ideal), a qual pode
girar em torno de um eixo fixo sem atrito.

Como PB > PA, o bloco B deverá descer e o bloco A deverá


subir. Entretanto, a aceleração de ambos os blocos, de mó-
dulo a, é igual. Assim, tem-se:
Máquina de Atwood
T > PA e PB > T
A partir da situação da figura, se os blocos A e B forem Aplicando a segunda Lei de Newton para cada um dos
abandonados em repouso, o sistema permanecerá em re- blocos:
pouso apenas se as massas dos dois blocos forem iguais, ou bloco A: T – PA = mA ˜ a T – 30= (3,0) ˜ a
seja, mA = mB. Caso umas das massas seja diferente, o bloco Ÿ
bloco B: PB – T = mB ˜ a 70 – T = (7,0) ˜ a
de massa maior descerá e o de massa menor subirá. Nesse
caso, o módulo da velocidade e da aceleração dos blocos Somando membro a membro as equações, obtém-se:
será o mesmo. Contudo, se o fio que une os blocos sofrer
70 – 30 = 10 · a
deformação, ou seja, se não for um fio ideal, essa relação
entre a velocidade e a aceleração não será verdadeira. a = 4,0 m/s2.

42
b) Para calcular o valor da força de tração T, deve-se além de girarem em torno do seu eixo, podem se mo-
substituir o valor do módulo da aceleração em qual- vimentar livremente.
quer uma das equações dos blocos. Aplicando para
o bloco A: A figura a seguir apresenta uma situação com duas polias,
uma fixa e uma móvel. No eixo da polia móvel, é preso um
T – 30 = (3,0) (4,0) bloco com peso, em módulo, igual a P. Na extremidade A
do fio, é aplicada uma força de módulo F. A função da polia
T – 30 = 12 Ÿ T = 42 N. fixa é transferir a tração causada pela força sobre o fio para
c) Se o fio exerce força nos blocos, pela Lei da Ação a outra extremidade do fio. Observe que a tração também é
e Reação, os blocos exercem no fio forças de mesma transferida para a outra extremidade do fio, que está preso
intensidade e sentido oposto, como ilustrado na figu- ao teto. Desse modo, a força total (em módulo, para cima) na
ra a seguir. Portanto, a força total exercida pelos fios polia móvel é igual a 2F. Assim, se o peso do objeto for igual
sobre a polia é: a P = 2F, o sistema permanecerá em repouso.

2T = 2(42 N) = 84 N.

Essa força é transferida e aplicada no eixo da polia, que


também a transfere para o teto:

Na figura a seguir, uma polia móvel foi adicionada ao sis-


tema, totalizando três polias. Do mesmo modo, aplicando
uma força de intensidade F na extremidade B do fio, é
possível equilibrar um objeto de peso, em módulo, igual
1.7. Uso das polias a P = 4F.

Os guindastes são muito utilizados em construções. Nos


guindastes, um motor aplica na extremidade de um cabo
de aço uma força menor do que o peso do objeto que
vai levantar. O guindaste consegue levantar o objeto com
essa força menor por meio do uso de polias.

Existem dois tipos de polias: as fixas e as móveis. As


polias fixas são presas em alguma estrutura fixa e gi-
ram apenas em torno do seu eixo. As polias móveis,

43
Pode-se observar que, quanto maior o número de polias Resolução:
móveis, maior é o peso do objeto que é possível manter em
equilíbrio, ou, de modo equivalente, menor é a força neces- A pessoa comprime o piso do elevador com força – FN. Pela
sária para manter em equilíbrio um objeto de determinado Lei de Ação e Reação, o piso aplica a força FN (força normal)
peso P. A relação entre a força e o peso, nesse sistema de na pessoa. Assim, as forças que estão aplicadas na pessoa
ligação de polias, é dada por: são o seu peso e a força normal, sendo o módulo do peso:
P = 2n ˜ F
Em que n é o número de polias móveis. Observe que para n = 1
e n = 2, são obtidos os casos estudados anteriormente.
As polias fixas não podem ser utilizadas para alterar a in-
tensidade da força que atua sobre os objetos presos ao fio.
Esse tipo de polia é utilizado apenas para alterar a direção
e o sentido da força aplicada no fio.

1.8. Elevadores em movimento


(peso aparente)
O movimento de um elevador apresenta três fases distin- P = m ˜ g = (75 kg) (10 m/s2) Ÿ P = 750 N
tas: movimento acelerado, movimento uniforme e movi-
mento retardado. Por exemplo, ao subir até determinado a) Em repouso, a resultante das forças na pessoa deve
andar, o elevador acelera até atingir certa velocidade, que ser nula. Assim:
permanece constante. Ao chegar próximo ao andar de des-
tino, o elevador desacelera até parar completamente. As FN = P ou FN = 750 N
três fases ocorrem tanto nas subidas quanto nas descidas.
Os passageiros sentem diferentes sensações em relação ao b) Quando o elevador sobe com a aceleração de
peso nessas três fases. A seguir, será calculado o que acon- módulo a, o indivíduo também sobe com o mesmo
movimento acelerado, de modo que a intensidade da
tece com a força normal nessas situações.
força resultante sobre o indivíduo é FN – P. Assim, pela
segunda Lei de Newton:

FN – P = m ˜ a
FN – 750 = (75) (4,0) Ÿ FN = 1050 N
Nas situações envolvendo elevadores em movimento, é útil
fazer um esquema desenhando a pessoa fora do elevador,
como feito no exemplo anterior.
Aplicação do conteúdo
1. Uma pessoa de massa m = 75 kg está em um elevador. 1.9. Ação a distância e
Considere g = 10 m/s2 e calcule a força exercida pelo piso
do elevador sobre a pessoa nos seguintes casos: ação por contato

a) O elevador está parado.


b) O elevador sobe em movimento acelerado, com
aceleração de módulo a = 4,0 m/s2.

44
Foram estudados diversos casos em que existiam forças acordo com a ação e reação, o corpo B exercerá em A
aplicadas sobre os objetos. Contudo, existem diferenças uma força de mesmo módulo, mesma direção e sentido
com relação às forças e seus efeitos. Por exemplo, os imãs oposto FBA.
aplicam uma força a distância sobre objetos metálicos. É
Lembre-se de que FAB = FBA.
possível sentir essa força ao prender um imã na geladeira.
Quando uma pessoa salta, ela sempre retorna para o solo. 1.11. Efeitos de uma força
Essa pessoa pode ter a impressão de estar presa a algo. Um efeito da atuação de forças sobre um objeto, estudado
Entretanto, ela está sujeita à ação do campo gravitacional anteriormente, é a modificação do estado de movimento
terrestre, como tudo o que está sobre sua superfície. A for- do objeto, como define a segunda Lei de Newton. A ação
ça gravitacional é exercida a distância, de modo semelhan- da força causa uma aceleração do objeto.
te à força do imã. Esse tipo de força é denominado força
de campo. Entretanto, um possível efeito também causado por uma
força é a deformação do objeto. Se a força for muito in-
Nos exemplos anteriores, foram estudadas forças que
tensa, o limite de resistência do objeto será superado, de-
agiam sobre fios presos aos objetos. Todavia, existem for-
formando o objeto. Um exemplo disso ocorre quando uma
ças que atuam quando os objetos estão em contato entre
latinha de alumínio é amassada. Quando a força é aplicada
si, sendo puxados ou empurrados. As forças que existem
sobre a latinha, sua estrutura não resiste e se deforma. Pelo
nesse caso, quando os objetos se tocam, são denominadas
mesmo motivo, os carros se deformam quando colidem, .
forças de contato. Nos exercícios envolvendo esse tipo
de força, o tratamento é semelhante aos casos envolvendo Alguns objetos são especialmente projetados para sofre-
objetos ligados por fios. A diferença é apenas o tipo de rem a ação de forças muito intensas. É o caso dos amor-
força. Em vez da força de tração no fio, existirá uma força tecedores dos automóveis. Os amortecedores devem
de contato entre os objetos. suportar as forças causadas pelo solavanco, quando os
automóveis passam por buracos, ou mesmo a força exer-
1.10. Força de contato cida durante uma curva com velocidade alta. É importante
ressaltar que até mesmo esses equipamentos sofrem des-
Na situação em que dois corpos em contato são colocados
gastes e podem se deformar. Por essa razão, é importante
em aceleração, haverá um par ação-reação denominado
a manutenção do automóvel.
força de contato de um corpo em relação ao outro. Con-
sidere a seguinte situação: um corpo A e outro B estão
sujeitos a uma força F, horizontal e para a esquerda, que
atua somente no corpo A.

OS OBJETOS SÃO CONSTRUÍDOS PARA SUPORTAR CERTA


INTENSIDADE DE FORÇAS APLICADAS SOBRE ELES.

QUANDO ESSE LIMITE É EXCEDIDO, OS OBJETOS SE DEFORMAM OU SE QUEBRAM.

Equilíbrio
Observe a figura a seguir. Você deve ter a impressão de que
o equilibrista está prestes a se movimentar ou de que, se
uma das cadeiras se movimentar, o equilibrista vai cair. Tra-
Para efeito de representação, foram separados os corpos
ta-se de um conceito bastante comum sobre equilíbrio.
A e B da imagem acima e representadas todas as forças
envolvidas. A força F atuante no corpo A impõe um movi- Entretanto, em Física, o conceito de equilíbrio é mais am-
mento acelerado para a direita, que por sua vez empurra plo. Em geral, são identificados dois tipos de equilíbrio: es-
o corpo B. Afirma-se que o corpo A exerce uma força no tático e dinâmico. O caso do equilibrista da imagem é
corpo B, força que será chamada de FAB. Por sua vez, de um típico exemplo de equilíbrio estático.

45
tempo, ou seja, quando o ponto material está em movi-
mento retilíneo uniforme (MRU). A velocidade vetorial
é constante em módulo, direção e sentido.
__› ___›
v = constante z 0 Ÿequilíbrio dinâmico (MRU)

Quando um carro se movimenta com velocidade constan-


te, seu equilíbrio é dinâmico, pois sua velocidade vetorial é
constante e não nula.

ƒ 1.° tipo: equilíbrio estático


O equilíbrio estático de um ponto material ocorre quando
sua velocidade vetorial é nula no decorrer do tempo, ou
seja, o ponto material está em repouso em relação a certo
referencial.
__› ___›
v = 0 Ÿ equilíbrio estático (repouso) multimídia: sites
pt.khanacademy.org/science/physics/forces-
Um livro deixado sobre uma mesa, por exemplo, está em -newtons-laws/normal-contact-force/a/what-
equilíbrio estático, pois sua velocidade é nula ao passar do -is-normal-force
tempo.
hyperphysics.phy-astr.gsu.edu/hbase/mass.html
ƒ 2.° tipo: equilíbrio dinâmico
pt.wikihow.com/Calcular-Tens%C3%A3o-
O equilíbrio dinâmico de um ponto material ocorre quando -em-F%C3%ADsica
a velocidade vetorial é constante e não nula no decorrer do

VIVENCIANDO

A forças estudadas nessa aula podem ser observadas em diversas situações do cotidiano. Uma brincadeira no ba-
lanço no parque só é possível graças à atuação da força-peso e da força de tração. Os elevadores e guindastes, com
um esquema de polia e contrapesos controlados eletronicamente, utilizam os conceitos compreendidos por essas
forças para funcionar. No elevador, os cabos de tração, feitos geralmente de aço, conectam a cabine ao contrapeso,
passando por uma polia que evita o desgaste do material. Em geral, são entre seis e oito cabos, para garantir a
segurança dos passageiros.
O movimento das marés resulta da força gravitacional do Sol e da Lua sobre a Terra. A massa da Lua atrai a massa
de água da Terra. Como a água é fluida, uma protuberância se forma e praticamente acompanha a trajetória da Lua
devido à força gravitacional. Quando a Lua desaparece, a maré desce.

46
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.

A Habilidade 20 trata das causas do movimento. NesSa aula, o aluno passou a compreender algumas forças mais
famosas, como a força-peso, a força normal e a força tensora em um fio, e passou a estudar como se comporta um
sistema de corpos quando sujeito à ação de uma ou mais forças. Cabe sempre ao aluno compreender a situação-
-problema e relacioná-la com o conteúdo estudado.

Modelo 1
(Enem) O ônibus espacial Atlantis foi lançado ao espaço com cinco astronautas a bordo e uma câmera nova, que iria
substituir uma outra danificada por um curto-circuito no telescópio Hubble. Depois de entrarem em órbita a 560 km
de altura, os astronautas se aproximaram do Hubble. Dois astronautas saíram da Atlantis e se dirigiram ao telescópio.

Ao abrir a porta de acesso, um deles exclamou: “Esse telescópio tem a massa grande, mas o peso é pequeno”.

47
Considerando o texto e as leis de Kepler, pode-se afirmar que a frase dita pelo astronauta:
a) se justifica, porque o tamanho do telescópio determina a sua massa, enquanto seu pequeno peso decorre da falta de
ação da aceleração da gravidade;
b) se justifica, ao verificar que a inércia do telescópio é grande comparada a dele próprio, e que o peso do telescópio é
pequeno porque a atração gravitacional criada por sua massa era pequena;
c) não se justifica, porque a avaliação da massa e do peso de objetos em órbita tem por base as leis de Kepler, que não
se aplicam a satélites artificiais;
d) não se justifica, porque a força-peso é a força exercida pela gravidade terrestre, nesse caso, sobre o telescópio e é a
responsável por manter o próprio telescópio em órbita;
e) não se justifica, pois a ação da força-peso implica a ação de uma força de reação contrária, que não existe naquele
ambiente. A massa do telescópio poderia ser avaliada simplesmente pelo seu volume.

Análise expositiva 1 - Habilidade 20: De fato, as leis de Kepler não justificam a afirmação do astronauta por-
D que elas versam sobre forma da órbita, período da órbita e área varrida na órbita. Essa afirmação explica-se
pelo princípio fundamental da dinâmica, pois o que está em questão são a massa e o peso do telescópio.
Como o astronauta e o telescópio estão em órbita, eles tão sujeitos apenas à força-peso e, consequente-
mente, à mesma aceleração (centrípeta), que é a da gravidade local, tendo peso aparente nulo.
R = P Ÿ m∙a = m∙g Ÿ a = g
É pelo mesmo motivo que os objetos flutuam dentro de uma nave. Em Física, diz-se nesse caso que os
corpos estão em estado de imponderabilidade.
Apenas para complementar, considerando R = 6400 km o raio da Terra, à altura h = 540 km, o raio da órbita do
telescópio é r = R + h = 6400 + 540 = 6940 km. De acordo com a lei de Newton da gravitação, a intensidade do
( )
2
( )
6400 2 = 8,5 m/s2.
campo gravitacional num ponto da órbita é g = g0 __Rr , sendo g0 = 10 m/s2. Assim, g = 10 ______
6940
Ou seja, o peso real do telescópio na órbita é 85% do seu peso na superfície terrestre.
Alternativa D

Modelo 2
(Enem) Durante uma faxina, a mãe pediu que o filho a ajudasse, deslocando um móvel para mudá-lo de lugar. Para
escapar da tarefa, o filho disse ter aprendido na escola que não poderia puxar o móvel, pois a terceira Lei de Newton
define que se puxar o móvel, o móvel o puxará igualmente de volta, e assim não conseguirá exercer uma força que
possa colocá-lo em movimento.
Qual argumento a mãe utilizará para apontar o erro de interpretação do garoto?
a) A força de ação é aquela exercida pelo garoto.
b) A força resultante sobre o móvel é sempre nula.
c) As forças que o chão exerce sobre o garoto se anulam.
d) A força de ação é um pouco maior que a força de reação.
e) O par de forças de ação e reação não atua em um mesmo corpo.

Análise expositiva 2 - Habilidade 20: Ótimo exercício para comparar conceitos científicos com o senso co-
E mum, habilidade muito cobrada pelo Enem.
Para a resolução do exercício, é preciso ter em mente que ação e reação são forças de mesma intensidade,
mesma direção e sentidos opostos, porém, não se equilibram, pois não atuam no mesmo corpo.
Alternativa E

48
DIAGRAMA DE IDEIAS

FORÇAS

PESO NORMAL TRAÇÃO

PERPENDICULAR
VERTICAL P/ BAIXO SENTIDO DE PUXAR
À SUPERFÍCIE

DEPENDE DA REAÇÃO AO EM FIOS OU


MASSA APOIO CORDAS

CONTATO FAB = -FBA

49
AULAS DECOMPOSIÇÃO DE FORÇAS
27 E 28 E PLANO INCLINADO
COMPETÊNCIAS: 1, 5 e 6 HABILIDADES: 2, 17, 19 e 20

___›

1. INTRODUÇÃO ___› do eixo x (horizontal), e a com-


denominada F x, ao longo
ponente denominada F y, ao longo do eixo y (vertical), satis-
Quando a resultante das forças sobre um corpo é deter- fazem essas condições.
___› ___›
minada, encontra-se somente uma força que atua sobre Os módulos de F x e F y podem ser obtidos a partir de rela-
esse corpo e que causa o mesmo efeito das demais forças. ções trigonométricas aplicadas ao triângulo retângulo colori-
A seguir, será estudado o processo inverso, denominado do da figura anterior, conhecendo o valor do ângulo T.
decomposição de forças. Serão determinadas as com-
ponentes, ou seja, os pares de forças que são perpendicu- cateto oposto Fy
lares, mas que juntas possuem o mesmo efeito da força senT= _________________ = __ Ÿ Fy = F ˜ senT
hipotenusa F
decomposta.
cateto adjacente F
cosT= ___________________ = __x Ÿ Fx = F ˜ cosT
1.1. Componentes hipotenusa F
perpendiculares de uma força ___›
Note que o ângulo T é formado por F e o eixo horizontal.
Observe na___›figura a seguir o processo de composição de
uma força F . Aplicação do conteúdo
1. Sobre uma superfície horizontal plana, perfeitamente
F lisa, é apoiado um bloco de massa m =___8,0 kg. A partir

de certo instante, uma força constante F , de intensida-
de F = 130 N, é aplicada sobre o bloco, de tal forma que
a direção da força forma um ângulo q com a horizontal,
como ilustra a figura. Considere g = 10 m/s2.

y
F
Fy

θ
x
Fx

Fy 5 e cosT = ___
Sabendo que senT = ___ 12, calcule:
13 13
a) o módulo da força normal exercida pela
superfície horizontal sobre o bloco;
b) o módulo da aceleração do bloco.
Fx
Resolução: ___› ___›
a) Sobre___o bloco atuam o peso P , a força normal N e
É preciso encontrar
___› duas forças perpendiculares, cuja soma ›
a força F (figura a seguir). O módulo do peso vale:
resulte na força F . Assim, um sistema de eixos
___› perpendicu-
lares é posicionado na origem do vetor F . A componente P = m ˜g = (8,0 kg) ˜(10 m/s2) Ÿ P = 80 N

6
2. No sistema em equilíbrio representado a seguir, o
bloco A, de massa m = 4,0 kg, está ligado a três fios
ideais. Sabendo que senT = 0,80 e cosT = 0,60, calcule
as intensidades das trações nos três fios.
Considere g = 10 m/s2.

___›
A força___›F deve ser decomposta em uma
___› componente hori-
zontal F x e uma componente vertical F y. Assim, o esquema
de forças é refeito como na figura a seguir:

Resolução:

Na figura, todas as forças do sistema foram identificadas,


observando que nas extremidades de um mesmo fio as
trações devem ter a mesma intensidade. Como o ponto B
está em equilíbrio, a resultante das forças sobre esse ponto
é nula.

___› ___›
Os mólulos de F x e F y são obtidos a partir do triângulo sombreado:

Fy = F senT = (130) ___


13 ( )
5 = 50 N Ÿ

Ÿ Fy = 50 N
Fx = F cosT = (130) ___
13 ( )
12 = 120 N Ÿ

Ÿ Fx = 120 N
___›
Como P = 80 N e Fy = 50 N,ou seja,Fy < P,F y não tem intensida-
de suficiente para levantar o bloco, movimentando-se ape-
nas
___

na direção horizontal, sendo puxado pela componente O peso do corpo é:
F x. Assim, as forças devem se cancelar na direção vertical:
N + FY = P P = mg = (4,0 kg)(10 m/s2) = 40 N

N + 50 = 80 Ÿ N = 30 N Como o corpo está em equilíbrio, a tração T1 deve ser igual


b) Como as forças na direção vertical se cance- ao peso, ou seja:
laram, a resultante
___› das forças sobre o bloco é
a componente Fx, e a aceleração do bloco é: T1 = P Ÿ T1 = 40 N
___› ___› ___›
Fx = m ˜ a
A tração T 3 é decomposta nas componentes T 3x e T 3y. Do
120 = (8,0) ˜ a Ÿ a = 15 m/s2 triângulo retângulo sombreado, tem-se:

7
aceleração adquirida por objetos em planos inclinados
perfeitamente lisos, isto é, desconsiderando o atrito cau-
sado pelo plano inclinado.

Considere um bloco de massa m abandonado sobre um


plano inclinado, como na figura a seguir. O plano
___› inclinado
tem ___
um ângulo T com a horizontal. O peso P e a força nor-
T3x = T3 ˜ cosT = T3 ˜ (0,60) ›
mal N (perpendicular à superfície de contato) são as únicas
T3y = T3 ˜ senT = T3 ˜ (0,80) forças que atuam no bloco (isso não seria verdade se exis-
tisse atrito do bloco com o plano). Considerando o eixo x
ao longo da direção do movimento (paralelo à superfície
Assim, é possível refazer o esquema de forças que atuam
no plano), é preciso decompor o peso em relação à direção
sobre o ponto B. O equilíbrio na direção vertical fornece o
do movimento. Observe que a força normal é perpendicu-
valor de T3:
lar à direção do movimento, e, por isso, não tem influência.
___› ___›
O peso tem as componentes P x e P y, chamadas respecti-
vamente de componente tangencial e componente nor-
mal ao movimento.

T3y = T1
T3 ˜ (0,80) = 40 Ÿ T3 = 50 N
De modo equivalente, o equilíbrio na direção horizontal
fornece o valor de T2:
T2 = T3x
T2 = T3 ˜ (0,60)
T2 = (50 N)(0,60) Ÿ T2 = 30 N

1.2. Plano inclinado


O escorregador é um brinquedo quase sempre presente
nos parques para crianças. Trata-se de um exemplo de
plano inclinado, ou seja, uma superfície inclinada em re- Depois da decomposição, o esquema inicial de forças é
lação à direção horizontal. A seguir, será determinada a substituído pelo esquema da última figura.

8
Do triângulo retângulo colorido da figura central, obtém-se É importante observar que a aceleração no bloco no plano
as componentes do peso: inclinado não depende da massa do bloco, ela depende
Px = P ˜ senT apenas da aceleração gravitacional e da inclinação do pla-
no em relação à horizontal.
Py = P ˜ cosT
Entretanto9, lembre-se de que o atrito foi desprezado e
Na direção y, as forças se cancelam, pois não há movi- que as únicas forças que agiam sobre o bloco eram o peso
mento: e a força normal. A aceleração terá outro valor, caso exis-
N = Py tam outras forças atuando sobre o bloco.

A resultante das forças


___› que atuam sobre o bloco é a com-
ponente tangencial P x:
Px = m ˜ a
P ˜ senT = m ˜ a
mg ˜ senT = m ˜ a Ÿ a = g ˜ senT

VIVENCIANDO

No livro The nature of light and color in the open air, o astrônomo holandês Marcel Minnaert apresenta a explicação
para diversos fenômenos ópticos interessantes, como o arco-íris, as sombras coloridas e as miragens. Uma das
questões abordadas por Minnaert é a de que as pessoas têm a tendência de superestimar inclinações. Às vezes,
quando uma pessoa está subindo uma grande ladeira, acredita que a pirambeira tem uma inclinação de 40º ou 50º
ou até mais. Mas isso é uma ilusão. Ao contrário dos exercícios propostos no Estudo Orientado, as inclinações da
grande maioria das ruas não ultrapassam 15º. As declividades máximas recomendadas pelo Departamento Nacional
de Infraestrutura de Transportes (DNIT) são de 9% (cerca de 5º), isso para vias com baixo volume de tráfego.

BALDWIN STREET

A Baldwin Street, localizada em Dunedin, na Nova Zelândia, é considerada a rua mais inclinada do mundo. Seu
comprimento é de 350 metros e ela possui uma inclinação de 19° nos trechos mais íngremes. A rua é pavimentada
com um concreto especialmente desenhado para garantir que os carros não deslizem.

9
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

O plano inclinado está muito presente no cotidiano. Isso ocorre porque, para subir um plano com velocidade constan-
te, basta a aplicação de uma força de módulo igual ao peso, multiplicado pelo seno do ângulo do plano inclinado
(lembre-se de que, nesse caso, o ângulo é um número compreendido entre 0 e 1). Dessa forma, a força terá módulo
menor que o peso do próprio corpo; assim, é mais vantajoso elevar um móvel por meio de um plano inclinado do
que elevá-lo verticalmente. Devido a esse fato, é muito comum na construção civil a fabricação de rampas para o
deslocamento de materiais. Esse conhecimento já era utilizado na construção das pirâmides para o deslocamento dos
massivos blocos (que chegam a ter toneladas de massa).

DIAGRAMA DE IDEIAS

DECOMPOSIÇÃO
DE FORÇAS

FORÇA PLANO
INCLINADA INCLINADO

ÂNGULO ENTRE ÂNGULO ENTRE


FORÇA E HORIZONTAL PLANO E HORIZONTAL

FX = F ∙ COS‫ڧ‬ FY = F ∙ SEN‫ڧ‬ PX = P ∙ SEN‫ڧ‬ PY = P ∙ COS‫ڧ‬

10
AULAS FORÇAS DE ATRITO
29 E 30
COMPETÊNCIAS: 1, 5 e 6 HABILIDADES: 2, 17, 19 e 20

1. FORÇA DE ATRITO CINÉTICO Coeficientes de atrito cinético para alguns pares de materiais

material μC
Considere um bloco deslizando
___› sobre uma superfície áspe-
madeira sobre madeira 0,2
ra. Uma força de atrito F A , exercida pela superfície, agirá
sobre o bloco em sentido oposto ao sentido de movimento aço sobre aço 0,6
do bloco. A força de atrito existe devido às imperfeições gelo sobre gelo 0,03
ou irregularidades da superfície. Às vezes, essas irregulari-
borracha sobre concreto seco 0,8
dades não podem ser vistas a olho nu, mas elas existem e
podem ser observadas através de uma lente de aumento
Observe que o coeficiente de atrito é um número adimen-
ou de um microscópio (instrumento que amplia a imagem
sional, ou seja, não tem unidade de medida. O coeficiente
de objetos).
de atrito é uma relação entre duas forças.
Da equação FA = PC ˜ N, pode-se obter o coeficiente de
atrito fazendo:

F
Pc = __A
N

Aplicação do conteúdo
___› 1. Um bloco de massa m = 4,0 kg está em repouso sobre
No exemplo da figura, a força de atrito (F A) é denominada uma superfície plana e horizontal.
___› A partir de certo ins-
___›
força de atrito cinético ou força de atrito dinâmico. tante, uma força vertical F 1 e uma força horizontal F 2
O módulo dessa força, determinado experimentalmente, é (como indica a figura), tais que F1 = 25 N e F2 = 20 N,
dado por: são aplicadas sobre o bloco. Sabendo que o coeficiente
8
de atrito cinético entre o bloco e a superfície é Pc = ___
2 15
e considerando g = 10 m/s , calcule o módulo:
FA = PC ˜ N

Em que PC é um coeficiente denominado coeficien-


te de atrito cinético (ou dinâmico) e N é a inten-
sidade da força normal exercida sobre o corpo pela
superfície.
O coeficiente de atrito é um parâmetro que depende dos
tipos de materiais que estão em contato e das característi-
cas das superfícies, como o grau de polimento. Entretanto,
o coeficiente de atrito não depende da velocidade do corpo
e da área de contato entre o corpo e a superfície.
Na tabela a seguir, são fornecidos os valores aproximados a) da força normal exercida pela superfície sobre o bloco;
dos coeficientes de atrito cinético para alguns pares de ma- b) da força de atrito exercida pela superfície sobre o bloco;
teriais. Essa tabela serve apenas como exemplo, e os seus c) da aceleração adquirida pelo bloco;
valores não devem ser memorizados. d) da força exercida pela superfície sobre o bloco.

11
Resolução: 2. Um bloco de massa m é lançado sobre uma ___› superfície
plana e horizontal com velocidade inicial v 0. Depois de
a) Admite-se que ___ o bloco se movimenta para a direita, no percorrer a distância x, o bloco para devido a ação da

sentido da força F 2. No esquema a seguir, todas as for- força de atrito entre a superfície e o bloco.
ças ___que atuam
___› sobre o bloco foram
___› identificadas: além

de F 1 e F 2 , existem
___› o peso P , a força normal N e a
força de atrito F A , com sentido oposto ao do movimento.

___›
Sabendo que |v 0| = 12 m/s, g = 10 m/s2 e que o coeficiente de
atrito cinético entre o bloco e a superfície é PC = 0,40, calcule:
a) o módulo da aceleração do bloco durante o movimento;
b) a distância x percorrida pelo bloco.

Resolução:

a) Durante o movimento do bloco, depois do lança- ___›


O peso é dado por:
mento, as forças que atuam no bloco ___› são o peso P , a
P = m ˜ g = (4,0 kg) ˜ (10 m/s2) = 40 N
força normal N e a força de atrito F A (sentido oposto
F1 = 25 N, F1 < P, o bloco, portanto, permanece
___› sobre a su- ao movimento). Como o bloco não se movimenta na di-
perfície, ou seja, não é erguido pela força F 1. Como o movi- reção vertical, as forças nessa direção devem se anular.
___›
mento fica restrito à direção horizontal, as forças na direção N
vertical devem se anular, e, assim, obtém-se a força normal:
N + F1 = P
N + 25 = 40 Ÿ N___›= 15 N
b) O módulo da força de atrito F A é dado por:
FA = PC ˜ N

( )
8 ˜ (15 N) Ÿ F = 8 N
FA = ___
15 A

c) A força resultante é a soma das forças na direção N=P


horizontal. O módulo da resultante é F2 – FA. Pela se-
gunda Lei de Newton, tem-se:
Como P = m . g, a força normal pode ser calculada:

F2 – FA = m ˜ a N=m˜g
___›
20 – 8 = (4,0) ˜ a Ÿ a = 3,0 m/s2 O módulo de F A é dado por:
d) Observe que a questão pede a força exercida pela FA = PC ˜ N = PC ˜ m ˜ g
superfície sobre o bloco, sem especificar se trata-se
Depois
___

do lançamento do bloco, apenas a força de atrito
da força de atrito ou da força normal. Nesse caso,
F A age sobre o bloco e, portanto, é a força resultante. Pela
deve-se considerar a resultante de todas ___as forças
___›
› segunda Lei de Newton, calcula-se a aceleração:
exercidas pela superfície, isto é, a soma de F A e N . ___›
___› FA = m ˜ |a |
N
Então:
___›
m ˜ |a | = PC ˜ m ˜ g
___›
|a | = PC ˜ g
Lembre-se de que o módulo da aceleração não depende
da massa. Substituindo PC = 0,40 e g = 10 m/s2, obtém-se:
___›
Aplicando o teorema de Pitágoras, tem-se: |a | = (0,40)(10 m/s2) = 4,0 m/s2
F2 = FA2 + N2 Considerando a velocidade escalar inicial (v0 = 12 m/s) positiva,
F2 = (8)2 + (15)2 a aceleração escalar a será negativa (movimento retardado):
____
F2 = 289 Ÿ F = √289 N Ÿ F = 17 N a = – 4,0 m/s2

12
b) Usando a equação de Torricelli, pode-se calcular a co permaneça ___em›
repouso. Desse modo, deve ___› existir uma
distância x. Então: força de atrito F
___› A1 , de sentido oposto ao de F , que anule
1

v2 = v02 + 2a's o efeito de F 1, ou seja:

0 = (12)2 + 2(–4,0)x FA1 = F1


___›
Daí obtém-se a distância percorrida: Se a intensidade da força aumentar e existir uma força F 2
agindo sobre o bloco, de modo que o bloco ainda continue em
x = 18 m repouso, então a força de atrito deve ter igualmente aumentado:
FA2 = F2
Assim, deve haver força de atrito mesmo sem haver desli-
zamento, ou seja, mesmo sem o movimento do bloco sobre
a superfície. Essa força de atrito é denominada força de
atrito estático. Como exemplificado anteriormente, essa
força de atrito estático tem intensidade variável e depende
da força externa aplicada.
Entretanto, haverá movimento para uma determinada in-
tensidade da força aplicada sobre o bloco. Então, a for-
ça de atrito estático tem uma intensidade máxima. Será
multimídia: vídeo indicada por FA máx a intensidade máxima que a força de
FONTE: YOUTUBE atrito estático pode atingir. Quando esse valor é atingido,
Força de atrito (cinético / dinâmico) afirma-se que o bloco está na iminência ___de

movimen-
- Mãozinha em Física 008 to. Qualquer aumento na intensidade de F fará com que
o bloco se movimente, e a força de atrito passará a ser o
atrito cinemático.
2. FORÇA DE ATRITO ESTÁTICO Experimentalmente, observou-se que a força de atrito má-
ximo é dada por:
Quando uma força é aplicada em um objeto, pela segunda
Lei de Newton deve ocorrer uma aceleração. Em algumas FA máx = Pe ˜ N
situações, porém, um objeto pode permanecer em repouso
mesmo depois da aplicação de uma força. Como não existe
movimento, a força aplicada deve ser anulada por uma força N é a intensidade da força normal sobre o bloco, e Pe é uma
de intensidade igual e sentido oposto, de modo que a resul- constante adimensional, denominada coeficiente de atri-
tante das forças sobre o objeto seja nula. Para objetos sobre to estático. Do mesmo modo que o coeficiente de atrito
superfícies, essa força de resistência existe e ocorre devido ao cinético, esse coeficiente depende dos tipos de materiais do
atrito estático que existe entre a superfície e o objeto. bloco e da superfície e também do estado de polimento das
superfícies em contato. O coeficiente de atrito estático tam-
Anteriormente, fo estudado o atrito cinético, ou seja, o
bém é independente da área de contato entre as superfícies.
atrito que existe enquanto um objeto desliza sobre uma
A tabela a seguir indica os valores de atrito estático e cine-
superfície. O atrito estático, por sua vez, é uma força que
mático para algumas combinações de materiais.
existe antes de o objeto deslizar pela superfície.
___› ___› ___›
Valores aproximados dos coeficientes de atrito
N N N
estático e cinético para alguns pares de materiais
material μe μC
madeira sobre madeira 0,4 0,2
aço sobre aço 0,7 0,6
v = 0 =>FA = F1 v = 0 =>FA = F2
1 2

gelo sobre gelo 0,1 0,03


Com a ajuda da figura, será detalhado o que ocorre antes borracha sobre
1,0 0,8
de o bloco sobre a superfície entrar em movimento.
___› Supo- concreto seco
nha que, depois de uma força horizontal F 1 ser aplicada
teflon sobre teflon 0,04 0,04
sobre o bloco, ainda não exista movimento, ou seja, o blo-

13
Em geral, Pe > PC. Contudo, há casos em que Pe = PC, Sabendo a intensidade da força normal, pode-se determi-
como o caso de teflon sobre teflon. nar a força de atrito estático máxima:
Quando o valor do coeficiente de atrito for fornecido sem FA máx = Pe ˜ N = (0,40) ˜(200N) Ÿ FA máx = 80 N
especificar se o valor se refere ao estático ou ao cinético,
A força de intensidade F = 40 não é suficiente para tirar o
admite-se que Pe = PC.
bloco do repouso, pois F < FA máx. Assim, tem-se:
FA = F = 40 N

b) A força de intensidade de F = 60 N também é menor


do que a força de atrito estático máxima suportada.
Assim, tem-se:
FA = F = 60 N

multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
Telecurso – Ensino Médio – Física – Aula 10 c) Sendo F = 80 N, tem-se:
F = FA máx = 80 N

Aplicação do conteúdo
1. Considere um bloco de massa m = 20 kg em repouso
sobre uma superfície plana e horizontal, sob a ação Nessa situação, o bloco ainda permanece em repouso, embo-
exclusiva__› do peso e da força normal. Uma força ho- ra esteja na iminência
___› de movimento; qualquer aumento na
rizontal F é aplicada sobre o bloco a partir de deter- intensidade de F fará com que o bloco entre em movimento.
minado instante. Os coeficientes de atrito estático e
cinemático entre o bloco e a superfície são Pe = 0,40 e d) Sendo F = 100 N e FA máx = 80 N, F > FA máx, o bloco
PC = 0,30, respectivamente, e g = 10 m/s2. entrará em movimento. Entretanto, a força de atrito
___› ___› deve ser calculada usando o coeficiente de atrito
N N cinético, uma vez que o bloco está em movimento:
FA = PC ˜ FN = (0,30)(200 N) = 60 N

O gráfico da intensidade da força de atrito (FA) em função


___› ___› da intensidade da força aplicada (F) é mostrado a seguir:
Determine a força de atrito F A considerando que F tenha
intensidade: FA (N)
a) F = 40 N. 80
b) F = 60 N.
c) F = 80 N. 60
d) F = 100 N. 40
Resolução:
20
a) O peso do bloco é dado por:
P = m ˜ g = (20 kg) ˜(10 m/s2) Ÿ P = 200 N F(N)

Não há movimento na direção vertical, então as forças se É importante observar que a força de atrito, depois que o
anulam nessa direção: bloco está em movimento, é constante (não depende da
N = P = 200 N força aplicada); a intensidade da força de atrito é menor

14
que a força de atrito estático máxima. O que acontece se, vez que a força de atrito cinético tem sentido oposto ao do
durante o movimento, a força aplicada sobre o bloco tem movimento. Entretanto, a afirmação pode não ser válida no
intensidade, por exemplo, de 70 N? Essa força não é capaz caso de atrito estático.
de retirar o bloco do repouso. Entretanto, com o bloco em
A figura a seguir ilustra uma pessoa que se movimenta
movimento, essa intensidade é superior à força de atrito
para a direita. Ao caminhar,
___› o chão é empurrado para a
cinético, sendo capaz de manter o bloco em movimento.
esquerda com a força – F 1. Pela lei de ação e___›reação, o
chão aplica sobre o pé da pessoa uma força F 1 , de in-
Nota: tensidade igual e sentido oposto. Essa força é responsável
pelo movimento da ___pessoa

e tem o mesmo sentido que o
Em geral, a intensidade máxima da força de atrito
movimento. A força F 1 é uma força de atrito estático (desde
estático máxima é maior do que a intensidade da
que o pé da pessoa não deslize).
força de atrito dinâmico. Essa diferença é causada
por algumas ligações entre as moléculas do bloco e
as moléculas da superfície de apoio, enquanto o bloco
permanece em repouso. Essas ligações devem ser des-
feitas para que se inicie o movimento, fenômeno que
exige uma força maior.

3. FORÇA DE ATRITO E MOVIMENTO Caso o atrito entre o pé da pessoa e o solo fosse muito peque-
É comum afirmarem o seguinte: “A força de atrito é sempre no, poderia haver deslizamento do pé da pessoa para a es-
contrária ao movimento”. querda. Dessa maneira, a afirmação inicial pode ser corrigida:
Quando se trata do movimento de deslizamento de um
A força de atrito estático se opõe à tendência de deslizamento.
corpo sobre uma superfície, essa afirmação é válida, uma

VIVENCIANDO

Diversos movimentos observados no cotidiano são possíveis graças à força de atrito. Quando alguém passeia pelo
bairro com seus queridos animais de estimação, os pés da pessoa e as patas dos animais comprimem o chão,
forçando o solo ligeiramente para trás. Como a força de atrito é contrária ao movimento (na direção contrária ao
movimento), ela surge nas patas e nos pés, impulsionando-os para frente.
A função dos pneus é tirar o máximo proveito possível da força de atrito. É por isso que as equipes de Fórmula 1 tro-
cam os pneus com frequência, para que o desgaste dos pneus não atrapalhe a aderência do carro ao solo, causando
diminuição da velocidade. O atrito também é responsável por frear um corpo, desde gotas de chuva em queda livre
até um ônibus espacial na reentrada na atmosfera.

semelhante,___›ao se movimentar, o peixe sofre uma força de


3.1. Força de resistência dos fluidos resistência F 2 , causada pela água.
Líquidos e gases são chamados genericamente de fluidos.
Ao se movimentar por um fluido, o objeto sofre a ação de
uma força de resistência ao movimento denominada força
F1
de resistência do fluido.
Na figura
___› a seguir, o automóvel sofre a força de resistência
do ar (F 1), de sentido oposto ao seu movimento. De modo

15
O valor de vL é:
R=P
k vL2 = mg
mg mg
F2

k dXXX
vL2 = ___ Ÿ vL = ___
k
Supondo que a massa do paraquedista e do paraquedas
juntos seja m = 90 kg, g = 10 m/s2 e k = 25 unidades no
É impossível calcular precisamente a força de resistência SI, a velocidade limite vale:
exercida pelos fluidos. Entretanto, existem fórmulas aproxi- ______

madas. Quando a velocidade (v) do corpo é baixa, a força


de resistência (R) é dada por:
√90 (10) XXXX
VL = _____ = ___
25 d 900 = d36
25
XXX = 6 Ÿ v = 6 m/s
L

FR = k ˜ v
Nota:
Em que k é uma constante. Para velocidades mais altas, a O coeficiente k aparece no denominador da fração.
expressão é: Assim, quanto menor o seu valor, maior será o valor vL.

FR = k ˜ v2 Se o homem saltasse sem o paraquedas, também


existiria uma velocidade limite, e o paraquedista ad-
quiriria velocidade constante; no entanto, sem o para-
Não é preciso saber o significado de velocidade alta ou
quedas, o valor de k é menor, e a velocidade limite
velocidade baixa. Sempre será fornecida a expressão a ser
seria maior.
utilizada em cada caso. A constante k depende de três fa-
tores: a natureza do fluido, a forma do corpo e a área da Lembre-se de que k depende da área da maior seção reta
maior seção reta do corpo perpendicular ao movimento. do corpo perpendicular ao movimento, e a seção reta do
Por se tratar de um cálculo mais complicado, esse valor corpo do homem é menor do que a do paraquedas.
também será fornecido. A força resultante (na vertical) sobre o homem, en-
quanto a velocidade limite não é atingida, tem inten-
Aplicação do conteúdo sidade F dada por:
1. Ao saltar de um avião, a força que age sobre o pa- F=P–R
raquedista,
___› juntamente com o paraquedas aberto, é o
peso P . À medida que a velocidade vertical (v) de que- Pela segunda Lei de Newton, o módulo da aceleração
da do conjunto aumenta, a força de resistência do ar vertical do conjunto é:
também aumenta. Nesse caso, a força de resistência é F=m˜a
dada por: P–R=m˜a
P – kv2
P – kv2 = m ˜ a Ÿ a = ______
FR = k ˜ v2 m
A aceleração não é constante, pois depende da ve-
locidade da queda. Antes de atingir a velocidade
limite, o movimento não é uniformemente variado,
e, assim, o gráfico da velocidade escalar em função
do tempo não é retilíneo.
Para esse exemplo, o gráfico da velocidade em
função do tempo é apresentado a seguir.

No instante em que a força de resistência se iguala ao


peso, a resultante das forças no conjunto é nula e a velo-
cidade passa a ser constante. Essa velocidade constante é
denominada velocidade limite (vL).

16
Devido ao fato de resultar em aceleração que varia
com o tempo, a resistência do ar é desprezada em
problemas como esse.
Uma força vertical, chamada de empuxo, também
atua quando existe em problemas envolvendo flui-
dos. Entretanto, essa força é mais significativa no caso
de líquidos. Em geral, essa força pode ser desprezada
para o ar.

multimídia: sites
www.infoescola.com/mecanica/forcas-de-atrito/

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

O estudo das forças de atrito e de suas aplicações está entre os assuntos pesquisados pela tribologia (do grego
tribo, que significa “esfregar“, “atritar“, “friccionar“; e logos, que significa “estudo“). Em 1966, o termo foi usado
oficialmente pela primeira vez, quando o engenheiro mecânico H. Peter Jost escreveu um relatório para o comitê do
departamento inglês de educação e ciência. No relatório, a tribologia foi definida como a “ciência e tecnologia de
superfícies interativas em movimento relativo e dos assuntos e práticas relacionados”.
Leonardo da Vinci (1452-1519), considerado o pai da tribologia moderna, contribuiu significativamente para o de-
senvolvimento da descrição dos fenômenos de atrito e desgaste. Por meio de seus estudos, e utilizando planos
inclinados, da Vinci demonstrou que as forças de atrito são dependentes da força normal ao deslizamento dos
corpos e independentes da área de contato aparente. Ele propôs uma distinção entre atrito de escorregamento e de
rolamento, além de introduzir o coeficiente de atrito como sendo proporcional à força normal.

TRIBÔMETROS ESQUEMATIZADOS POR LEONARDO DA VINCI

17
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidades
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas,
17 químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.

A Habilidade 17 exige do aluno a manipulação correta de fórmulas matemáticas e o domínio da leitura de gráficos,
tabelas, etc. Quase sempre, é figura obrigatória nos exercícios, visto que a matemática é a linguagem pela qual o
homem consegue compreender o Universo.

20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.

A Habilidade 20 exige que o estudante compreenda não só como é o movimento, mas as suas causas; nesse
contexto, é necessário compreender como se dá a força de atrito entre os corpos (em movimento ou não). O atrito
está presente no dia a dia; sem ele não seria possível sair do lugar. Assim, estudar e compreender a força de atrito é
fundamental para um entendimento pleno do movimento de corpos.

Modelo 1
(Enem) Num sistema de freio convencional, as rodas do carro travam e os pneus derrapam no solo, caso a força exer-
cida sobre o pedal seja muito intensa. O sistema ABS evita o travamento das rodas, mantendo a força de atrito no seu
valor estático máximo, sem derrapagem. O coeficiente de atrito estático da borracha em contato com o concreto vale
μe = 1,0 e o coeficiente de atrito cinético para o mesmo par de materiais é μC = 0,75. Dois carros, com velocidades
iniciais iguais a 108 km/h, iniciam a frenagem numa estrada perfeitamente horizontal de concreto no mesmo ponto.
O carro 1 tem sistema ABS e utiliza a força de atrito estática máxima para a frenagem; já o carro 2 trava as rodas, de
maneira que a força de atrito efetiva é a cinética. Considere g = 10 m/s2.
As distâncias, medidas a partir do ponto em que iniciam a frenagem, que os carros 1 (d1) e 2 (d2) percorrem até parar
são, respectivamente:
a) d1 = 45 m e d2 = 60 m;
b) d1 = 60 m e d2 = 45 m;
c) d1 = 90 m e d2 = 120 m;
d) d1 = 5,8 u 102 m e d2 = 7,8 u 102 m;
e) d1 = 7,8 u 102 m e d2 = 5,8 u 102 m.

Análise expositiva 1 - Habilidades 17 e 20: Esse exercício corresponde à nova temática do Enem, mais conteudista,
A cobrando do aluno não apenas a interpretação da questão, mas também a aplicação de fórmulas diversas.
Desconsiderando a resistência do ar, a resultante das forças resistivas sobre cada carro é a própria força
de atrito.
R = Fat Ÿm|a| = μ N
Como a pista é horizontal, a força-peso e a força normal têm mesma intensidade:
N = P = mg

18
Combinando as expressões obtidas:
m|a| = μ N Ÿ m |a| = μ m g Ÿ |a| = μ g

Como o coeficiente de atrito é constante, cada movimento é uniformemente retardado (MUV), com velocidade final nula.
Aplicando a equação de Torricelli:
V02 - O2 v02
v2 = v02 – 2|a| d Ÿ d = _______ Ÿ d = ______
2|a| 2 μg
Dados para as duas situações propostas:
v0 = 108 km/h = 30 m/s; μe = 1; μC = 0,75; g = 10 m/s2.

Assim:

Alternativa A

Modelo 2
(Enem) Os freios ABS são uma importante medida de segurança no trânsito, os quais funcionam para impedir o tra-
vamento das rodas do carro quando o sistema de freios é acionado, liberando as rodas quando estão no limiar do
deslizamento. Quando as rodas travam, a força de frenagem é governada pelo atrito cinético.
As representações esquemáticas da força de atrito Fat entre os pneus e a pista, em função da pressão p aplicada no
pedal de freio, para carros sem ABS e com ABS, respectivamente, são:
a)

b)

c)

d)

e)

19
Análise expositiva 1 - Habilidades 17 e 20: Quando o carro não é provido de freios ABS, até um determi-
A nado valor de pressão no pedal, a força de atrito é crescente, até atingir o valor máximo (fat máx); a partir
desse valor de pressão, as rodas travam, e a força de atrito passa a ser cinética (fat cin), constante. Como o
coeficiente de atrito cinético é menor que o estático, a força de atrito cinética é menor que a força de atrito
estático máxima.
Para o carro com freios ABS, no limite de travar, quando a força de atrito atinge o valor máximo (fat máx),
as rodas são liberadas, diminuindo ligeiramente o valor da força de atrito, que novamente aumenta até o
limite de travar e, assim, sucessivamente, mesmo que aumente a pressão nos pedais.
Alternativa A

DIAGRAMA DE IDEIAS

FORÇA DE ATRITO

ATRITO CINÉTICO ATRITO ESTÁTICO

CORPO EM
CORPO ESTÁTICO
MOVIMENTO

COEFICIENTE DE INTENSIDADE
ATRITO CINÉTICO VARIÁVEL

DEPENDE DA COEFICIENTE DE
FORÇA NORMAL ATRITO ESTÁTICO

CONTRÁRIO AO FORÇA MÁXIMA


MOVIMENTO DE ATRITO

20
AULAS FORÇA ELÁSTICA
31 E 32
COMPETÊNCIAS: 1, 5 e 6 HABILIDADES: 2, 17, 19 e 20

1. LEI DE HOOKE Portanto, no SI:


newton= __
unidade de k = ______ N
A Lei de Hooke expressa a deformação de um corpo quan- metro m
do submetido a uma força. Considere o exemplo da defor- No exemplo anterior, a força que age sobre a mola causa
mação de uma mola: a princípio, uma mola está suspensa, sua deformação de modo a esticá-la, ou seja, aumentar
presa pela extremidade superior e sem nenhuma ação de seu comprimento. Contudo, a Lei de Hooke também é vá-
qualquer força. Nesse caso, o comprimento da mola é L0. lida para o caso oposto, quando uma força comprime a
Esse comprimento é denominado __comprimento

natural da mola, como ilustra a figura a seguir:
mola. Quando uma força vertical F é aplicada a outra ex-
tremidade da mola, ocorre deformação, e seu comprimento
passa a ser L. A diferença (x) entre L e L0 é denominada
deformação da mola.

x = L0 – L

A Lei de Hooke é uma equação do 1.º grau. Assim, de acor-


do com o conteúdo das aulas de Matemática, o gráfico de
F em função de x é uma reta, como indica a figura.

T
Foi determinado experimentalmente que, se a deformação
x for pequena em comparação__› com o comprimento natural
da mola L0, a intensidade de F será linearmente proporcio- Nos exemplos a seguir, por simplificação, a mola será con-
nal a x, ou seja: siderada ideal. Isso quer dizer que a mola tem massa nula
e sua deformação obedece à Lei de Hooke.
F=k˜x Observe que, se for calculada a tangente do gráfico da força
elástica, será obtida a constante da mola.
Em que k é uma constante de proporcionalidade chamada
k ∙ x= k
tgT = _xF = ____
de constante elástica da mola. O valor de k é específico x
para cada mola. A expressão acima é denominada Lei de
Hooke. É importante registrar que a força elástica é uma força res-
Rearranjando a equação acima e isolando a constante tauradora, ou seja, caso a mola seja deformada de modo
elástica, obtém-se: que seja esticada, a força elástica fará com que a mola
retorne ao seu estado natural; desse modo, sua orientação
k = _xF será para dentro da mola, conforme a figura a seguir:

21
a) o valor de L;
b) a intensidade da força que a mola exerce no teto
do aposento.
Resolução:
Fel Fel
a) Para calcular o valor de L, deve-se obter a força agin-
do na extremidade inferior da mola.
___›
A Terra atrai o bloco com uma força P , que é o peso do
Caso a mola seja comprimida, a força elástica, devido ao
bloco. O bloco, por sua vez, puxa a mola, e, pela lei de ação
seu carater restaurador, será orientada para fora da mola,
e reação, a mola também puxa o bloco. Assim, entre o
conforme a figura a seguir:
bloco e a mola existe um par de forças de mesma intensi-
dade F, como ilustra a figura. Sendo a massa do corpo m
= 0,40 kg e g = 10 m/s2, tem-se:
Fel Fel

P = m · g = (0,40 kg)(10 m/s2) Ÿ P = 4,0 N


Como o sistema está em equilíbrio, deve-se ter:
F = P = 4,0 N
multimídia: vídeo
Sabendo o valor de F, é possível calcular a deformação da
FONTE: YOUTUBE mola e obter o valor de L. Sendo a constante elástica da
Física - Introdução às molas e à Lei de Hooke mola k = 20 N/m, a deformação x sofrida pela mola é cal-
(Khan Academy) culada pela Lei de Hooke:
4,0 N
F = k · x Ÿ x = _F = ______ = 0,20 m
k 20 N/m
Aplicação do conteúdo Assim, o comprimento L da mola é:
1. Uma mola ideal, de comprimento natural L0 = 1,40 m, é L = L0 + x = (1,40 m) + (0,20 m) Ÿ L = 1,60 m
presa por uma de suas extremidades ao teto de um apo-
sento. A seguir, um bloco de massa m = 0,40 kg é pre- b) Foi visto que, na extremidade inferior, a mola sofre
so na extremidade inferior da mola e abandonado, de a ação de uma força de intensidade F. Entre a mola
modo que, após um certo intervalo de tempo, o sistema e o teto, também existe um par de forças de mesma
atinge o equilíbrio. Considerando a constante elástica intensidade T (lei da ação e reação). Como a mola está
da mola k = 20 N/m e g = 10 m/s2, calcule: em equilíbrio, a resultante sobre a mola é nula e então:

T=F

22
Assim, pode-se adotar o esquema simplificado na figura, Considerando o referencial de energia na situação da mola
onde estão assinaladas as intensidades das forças, todas relaxada, determine o módulo da aceleração do rapaz nes-
iguais a F. A força que a mola exerce no teto, portanto, sa situação, quando a mola está distendida de 20 cm.
tem a mesma intensidade F da força que o corpo exerce
Dados:
na mola:
m = 50 kg; k = 25 N/m; x = 20 cm = 2 ∙ 10-1 m.
F = 4,0 N
Resolução:
A intensidade da força elástica que a mola exerce no carri-
nho é dada pela Lei de Hooke:
Fel = kx = 25 ∙ 2 ∙ 10-1 Ÿ Fel = 5 N
Como o carrinho está em repouso, a força elástica exercida
pela mola para a direita tem a mesma intensidade da força
aplicada pelos pés do rapaz para a esquerda.
É importante observar que: Assim:
ƒ Caso o sistema não estivesse em equilíbrio, devido a Frap = Fel = 5 N
mola ser ideal (massa nula), as forças nas suas duas Pelo princípio da ação e reação, o rapaz recebe do carrinho
extremidades não deveriam ter a mesma intensidade. uma força de mesma intensidade para a direita, possibili-
Repare que: tando que ele acelere.
T – F = (massa da mola) · (aceleração) Pelo princípio fundamental da dinâmica:
e se a massa é nula, segue que: Frap = ma Ÿ 5 = 50a Ÿ a = 0,1 m/s2
T – F = 0 ou T = F
3. (Unicamp) Sensores de dimensões muito pequenas
ƒ As forças devem agir nas duas extremidades (forças de têm sido acoplados a circuitos microeletrônicos. Um
intensidades F e T na figura) para que a mola sofra exemplo é um medidor de aceleração, que consiste
deformação (esticar ou encolher). Se houver força em de uma massa m presa a uma micromola de constan-
te elástica ___k. Quando o conjunto é submetido a uma
apenas uma extremidade, a mola não se deformará. ›
aceleração
__› a , a micromola se deforma, aplicando uma
Portanto, na Lei de Hooke, F é a intensidade das duas força F el na massa (ver diagrama a seguir). O gráfico a
forças que atuam nas extremidades da mola ideal. seguir do diagrama mostra o módulo da força aplicada
versus a deformação de uma micromola utilizada num
2. (Unesp - Adaptado) Um rapaz de 50 kg está inicial-
medidor de aceleração.
mente parado sobre a extremidade esquerda da plata-
forma plana de um carrinho em repouso, em relação ao
solo plano e horizontal. A extremidade direita da pla-
taforma do carrinho está ligada a uma parede rígida,
por meio de uma mola ideal, de massa desprezível e de
constante elástica 25 N/m, inicialmente relaxada.
O rapaz começa a caminhar para a direita, no sentido da
parede, e o carrinho move-se para a esquerda, disten-
dendo a mola. Para manter a mola distendida de 20 cm e
o carrinho em repouso, sem deslizar sobre o solo, o rapaz
mantém-se em movimento uniformemente acelerado.

23
a) Qual é a constante elástica k da micromola? Se o dinamômetro assinalar, por exemplo, 7 N, significa que
b) O medidor de aceleração foi dimensionado de for- uma força de 7 N é exercida em cada extremidade da mola.
ma que essa micromola sofra uma deformação de
0,50 μm, quando a massa tem uma aceleração de O dinamômetro descrito considera que a força aplicada
módulo igual a 25 vezes o da aceleração da gravida- atua esticando a mola. Entretanto, também existem me-
de. Qual é o valor da massa m ligada à micromola? didores que atuam quando a força comprime a mola. Um
Resolução: exemplo familiar são as balanças comuns.
a) Pela Lei de Hooke e utilizando os valo-
res fornecidos pelo gráfico, segue que:
μN
___
F = k ∙ x Ÿ 0,8 = k ∙ 0,8 Ÿ k = 1,0 μm = 1,0 N/m
b) Pela segunda Lei de Newton:
FR = ma = k ∙ x Ÿm ∙ 25 ∙ 10 = 1,0 ∙ 0,5 ∙ 10-6 Ÿ
m = 2,0 ∙ 10-9 kg

multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
Telecurso – Ensino Médio – Física – Aula 06

2.1. A balança e a massa


As balanças usadas para medir o “peso” das pessoas são
multimídia: vídeo variações do dinamômetro.
FONTE: YOUTUBE Uma balança funciona a partir da deformação de molas e,
Aprenda a fazer uma potente metralhadora portanto, mede a intensidade da força exercida sobre ela.
de elásticos A escala (mostrador) da balança é graduada em quilogra-
mas, ou seja, indica a massa. Para transformar a unidade
de força (newton) em unidade de massa (quilograma),
lembre-se de que P = mg e isole a massa; assim:
2. O DINAMÔMETRO m = __P
g
O dinamômetro é um aparelho que mede a intensidade
de forças. O princípio de funcionamento do dinamômetro O valor medido da intensidade da força é dividido pelo va-
está relacionado à Lei de Hooke. Considere uma mola
__› com
lor da aceleração da gravidade local, e o resultado é dado
uma das extremidades fixas. Ao aplicar uma força F na ou- no mostrador em quilogramas.
tra extremidade, a mola se deforma até atingir o equilíbrio
em um novo comprimento. O dinamômetro utiliza um pon-
teiro fixo à mola sobre uma escala graduada, de modo que,
quando a mola se deforma, o ponteiro indica a intensidade
da força aplicada. Observe a figura a seguir:

3. ASSOCIAÇÃO DE MOLAS
Considere duas molas (1 e 2) com constantes elásticas k1 e k2.
Elas podem ser associadas de duas maneiras: em série ou em

24
paralelo. Em cada uma dessas associações, é possível subs-
tituir as duas molas por uma única que produza o mesmo
3.2. Associação em série
efeito. Trata-se da mola equivalente de constante elástica keq. Nesse caso, as molas 1 e 2 estão sujeitas à mesma força F
e sofrem deformações diferentes x1 e x2.
3.1. Associação em paralelo
Observe que, nesse caso, a deformação x sofrida por cada
uma das molas é a mesma.
K1 K2
K2
1 2
1 2
___› ___›
FF11 F22
F

A associação em série é tal que, quando as duas molas origi-


F
nais são substituídas por uma mola equivalente à associação,
Quando deformadas de x, a mola 1 fica sujeita a uma força a soma das deformações das molas 1 e 2 é igual à deformação
F1 = k1 ∙ x, e a mola 2, a uma força F2 = k2 ∙ x, de tal forma da mola equivalente. Além disso, a força elástica, que é igual
que a resultante das forças é dada pela soma das mesmas: nas molas 1 e 2, também será a mesma na mola equivalente.
F = F1 + F2. Tem-se:
Substituindo essa associação por uma única mola, a força xeq = x1 + x2
elástica será a mesma, assim como a deformação; quando F = __
___ F + __
F
submetida à mesma força F, sofre a mesma deformação x, keq k1 k2
de modo que F = keq ∙ x. 1 = __
___ 1 + __
1
keq k1 k2
Tem-se:
1 = __
Se você tiver n molas, ___ 1 + __
1 + __
1 + …. + __
1_.
F = F1 + F2 keq k1 k2 k3 kn
keq ∙ x = k1 ∙ x + k2 ∙ x
Observe que, caso a intenção seja diminuir a rigidez da
keq = k1 + k2 mola, a associação em paralelo será a escolhida.

Se você tiver n molas, keq = k1 + k2 + k3 + …. + kn.


Observe que, caso a intenção seja aumentar a rigidez da
mola, as molas serão associadas em paralelo.

VIVENCIANDO

Sempre que um corpo é sujeito a uma deformação e tende a restaurar o formato original, aparece a força elástica.
Caso o corpo não apresente a tendência de retornar ao estado original, ele apresenta uma característica de plastici-
dade. De maneira prática, a força elástica está presente no sistema de suspensão de um carro ou na corda esticada
de um arco, ou mesmo numa bola quando bate contra um obstáculo.
As teorias da força elástica são amplamente usadas nos projetos de estruturas na construção civil para calcular as
dimensões de vigas, colunas e lajes. É necessário considerar o peso que esses elementos vão suportar, além de seu
peso próprio, e dos materiais utilizados (concreto ou aço); as tensões sofridas pelas estruturas não podem ultrapassar
o limite que o objeto aguenta esticar sem se romper.

25
multimídia: sites
www.todamateria.com.br/lei-de-hooke/
www.sofisica.com.br/conteudos/Mecanica/
Dinamica/fe.php
www.mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/
lei-hooke.htm

Aplicação do conteúdo
1. (Acafe) Um sistema com molas é montado como na
figura abaixo, onde a constante elástica de cada uma
delas é, alternadamente, 10 N/m e 20 N/m.

O valor da constante elástica equivalente do sistema,


em N/m, é:

Assim, a constante elástica equivalente ke é de 20 N/m.

Alternativa D
2. (Acafe) Em um brinquedo infantil, um garoto está
suspenso por duas molas 1 e 2 verticais paralelas, onde
atuam as forças de módulos 100 N e 200 N, respecti-
vamente, como mostra a figura (a). O mesmo garoto é
suspenso agora com as mesmas molas 1 e 2 associadas
em série, como na figura (b).
a) 110.
b) 10.
c) 30.
d) 20.
Resolução:
Para associação de molas em série, a constante elástica
equivalente ke é calculada com a expressão:
__ 1 + __
1 = __ 1
ke k1 k2
E para associação de molas em paralelo, a constante elás-
tica equivalente ke é dada por:
ke = k1 + k2
Então, simplificando a associação passo a passo, de acordo
com o esquema a seguir:

26
Em relação à segunda situação (figura b), analise as afir- Feq = F1 + F2 = 100 + 200
mações a seguir:
Feq = 300 N
I. O módulo da força aplicada na mola 2 é 200 N.
II. O módulo da força resultante na figura b é 300 N. Na segunda situação, as molas estão em série, e, devido a
lll. As molas possuem a mesma constante elástica k. isso, a força em cada uma das molas é igual à força equi-
lV. A mola 1 aplica uma força de módulo 300 N. valente do sistema de molas. Como o garoto é o mesmo,
Todas as afirmações corretas estão em: então a força equivalente é a mesma. Assim:

a) III - IV. F1 = F2 = 300 N


b) I - II - III. Agora, analisando as afirmações, segue que:
c) I - II - III - IV. I. INCORRETA. O módulo da força na mola 2 é 300 N.
d) II - IV. II. CORRETA.
Resolução: III. INCORRETA. As molas possuem constante elástica
diferente, comprovado pela primeira situação (molas
Do enunciado: F1 = 100N em paralelo), em que as forças são diferentes.
IV. CORRETA.
F2 = 200N
Na primeira situação, as molas estão em paralelo. Devido a Alternativa D
isso, a força equivalente que sustenta o garoto é:

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

O físico inglês Robert Hooke (1635-1703), o cientista que postulou a lei física de deformação causada em um corpo,
ficou amplamente conhecido também por seu temperamento irascível e suas brigas com diversos cientistas ingleses.
Entre eles, Isaac Newton, com quem Hooke travou uma batalha intelectual que durou anos. A briga aconteceu por
causa de divergências entre os cientistas sobre a natureza da luz e os trabalhos de Newton sobre a gravidade.
Ambos eram membros da Royal Society, uma prestigiosa instituição inglesa destinada à promoção do conhecimento
proporcionado pelas ciências naturais. Quando Newton se tornou presidente da organização, ele não poupou es-
forços para obscurecer o trabalho de Hooke, que só foi redescoberto muito anos depois. Inclusive, nenhum retrato
autêntico de Hooke é conhecido atualmente. Diz a lenda que Newton mandou queimar todos assim que assumiu a
presidência da Royal Society.

RETRATO MODERNO DE HOOKE CRIADO PELA ARTISTA RITA GREER (2004)

27
DIAGRAMA DE IDEIAS

FORÇA ELÁSTICA

LEI DE HOOKE

DEFORMAÇÃO
DA MOLA

ASSOCIAÇÃO CONSTANTE
DINAMÔMETRO DE MOLAS ELÁSTICA

PARALELO SÉRIE

28
AULAS DINÂMICA NO MOVIMENTO
33 E 34 CIRCULAR UNIFORME
COMPETÊNCIAS: 1, 5 e 6 HABILIDADES: 2, 17, 19 e 20

1. INTRODUÇÃO V3

V2
Até aqui, a segunda Lei de Newton foi aplicada aos movi-
mentos retilíneos. Por sua vez, a análise do movimento é F3
relativamente mais complexa quando a trajetória do mo-
V1 F2
vimento é curva.
© LIUSHENGFILM/Shutterstock

F1

Existe também um argumento mais formal. Ainda que os


vetores velocidade indicados na figura tenham o mesmo
módulo, existe diferença na direção e no sentido. Assim,
ocorre variação da velocidade e, consequentemente, existe
aceleração. De acordo com a segunda Lei de Newton, se
existe aceleração, deve existir força.

Considere, por exemplo, o caso representado na figura a


seguir. A partícula se movimenta em uma trajetória curva,
e os vetores velocidade (sempre tangentes à trajetória) são
mostrados em três posições distintas.

V3

V2
trajetória
multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
Física Total - Aula 12 - Cinemática angular -
movimento...
V1

2. MOVIMENTO CIRCULAR
UNIFORME (M.C.U.)
Pela Lei da Inércia, a trajetória de um corpo livre da ação
Na figura a seguir, é possível observar o movimento de uma
de forças é retilínea. Dessa forma, em um movimento cur- partícula de massa m em uma trajetória circular de raio R.
vilíneo (trajetória curva), deve existir uma força para modi- A resultante das forças que agem sobre a partícula, a partir
ficar a direção da partícula. Essa força deve apontar para da segunda Lei de Newton e das regras de cálculo vetorial,
“dentro” da curva, como ilustra a figura a seguir (não é é uma força cuja direção passa pelo centro do círculo e
necessário se precocupar, por enquanto, com a direção com sentido também para o centro. Essa resultante é de-
exata da força). nominada resultante centrípeta.

29
Em cada posição do movimento da partícula, no sentido V1
horário, estão representados a força resultante e o vetor
velocidade instantânea (tangente à trajetória). Como o a1
movimento é uniforme, embora sua direção varie, o módu- a2
lo da velocidade é constante. F1
V2
__› __› __› __›
|v 1 | = |v 2 | = |v 3 | = |v 4 | = v F2

V1

F1

R
F2
V2 Sabendo que a velocidade angular v é relacionada com a
velocidade escalar e que o raio da trajetória por v = vR, a
F4 aceleração centrípeta pode ser expressa em função de v.
F3 v2 = (vR) 2
v2R2 = v2R
V4 ac = __ _____ = ____
R R R

V3
Aplicação do conteúdo
O módulo da força resultante (resultante centrípeta) tam- 1. A figura mostra um garoto brincando com um skate
bém é constante: dentro de um tubo cilíndrico de raio R = 1,5 m.
__› __› __› __› __›
|F 1 | = |F 2 | = |F 3 | = |F 4 | = F C Supondo que a massa do conjunto garoto + skate seja
m = 45 kg e que, ao passar pela posição mais baixa do
E é dado por: tubo, a velocidade do conjunto seja v = 2,0 m/s, calcule a
força normal exercida pelo tubo sobre o conjunto garoto
2 + skate nesse ponto. Considere g = 10 m/s2.
v
Fc = m · __
R
Disponível em <http://variedadesrap.blogspot.com.br>

__› ___›
Comparando a segunda Lei de Newton (F = m · a ) com a
v2 é o módulo de uma acele-
resultante centrípeta, o termo __
R ___›
ração denominada aceleração centrípeta (a c).

2
v
ac = __
R

De acordo
__› com a segunda Lei de Newton,___› a resultante cen-
trípeta F c e a aceleração centrípeta a c devem ter a mesma
direção e sentido:
__› ___›
Fc = m · ac Resolução:
___›
A resultante centrípeta e a aceleração centrípeta, em duas ___› a seguir, foram assinalados a força normal N e
Na figura
posições distintas, para a partícula da figura são: o peso P que atuam no conjunto garoto + skate no ponto
2
mais baixo do tubo. Por ser um movimento curvilíneo (cir-
v
|a1 | = |a2 | = |ac | = __ cular), a resultante deve apontar para o cento C da__› traje-
R
__› __› tória. Além disso, FN > P, e a resultante centrípeta F C tem
|F 1 | = |F 2 | = Fc = m · __v2
R módulo dado por:

30
Resolução:
A força resultante (centrípeta) e as forças verticais (normal
e peso) que atuam no automóvel, no ponto mais alto da
R trajetória, estão representados na figura a seguir:
C

N
FN
FC

C
P

FC = N – P
Assim:
2 2
v ou N – P = m · __
Fc = m · __ V
R R
Substituindo P = mg:
N
FN

v2
N – mg = m · __
R
(2,0)2
N – 45(10) = 45 · _____ P
1,5
N – 450 = 120 Ÿ N = 570 N
C

R
C
__›
Como a resultante centrípeta F c deve apontar para o centro
__›
C da circunferência, deve-se ter P > N, e módulo de F c é
N
FC dado por:

FC = P – N
2. Na figura a seguir, o automóvel passa com veloci- Assim:
dade v = 15 m/s por um trecho em lombada de uma
2
estrada. Considerando que a lombada seja circular v
FC = m · __
com raio R = 150 m e que a massa do automóvel seja R
m = 1000 kg, calcule a intensidade da força normal v2
P – N = m · __
exercida pela estrada sobre o automóvel no ponto mais R
alto da trajetória. Considere g = 10 m/s2.
Substituindo P = mg:
2
v
mg – N = m · __
R
2
15 Ÿ
(1000)(10) – N = 1000 · ___
150
Ÿ N = 8500 N Ÿ N = 8,5 · 103 N

3. O globo da morte é uma atração apresentada em al-


guns circos. O globo é uma superfície esférica feita de
uma tela de metal e dentro do qual alguns motociclitas
se apresentam. Suponha um globo, cujo raio seja R = 3,6
m, e que a massa do conjunto moto + motociclista seja
m = 160 kg. Adotando g = 10 m/s2, calcule:

31
Então:
2
FC = m · __ v
___› R
P + N = m · __ v2
___› R
mg + N = m · __ v2
R
___› (9,0)2
(160)(10) + N = 160 · _____ Ÿ
3,6
___› ___›
Ÿ N = 2000 N Ÿ N = 2,0 . 103 N

b) Do item anterior, foi visto que cada vez que o mo-


tociclista passa pelo ponto mais alto, vale a equação:
a) A intensidade da força normal exercida pelo glo- ___›
mv2
N + P = ___
bo sobre a moto, no ponto mais alto da trajetória, R
supondo que a velocidade da moto nesse ponto seja
v = 9,0 m/s. Se a velocidade
___› do motociclista nesse ponto diminuir, a for-
b) A velocidade mínima que a moto deve ter no ponto ça normal N deve diminuir, pois P, m e R são constantes. Con-
mais alto da trajetória para não perder o contato com sequentemente, o globo não exerce força sobre a moto quando
___

o globo. N = 0. Substituindo essa condição na equação acima:
2 2
Resolução: mv ou mg = ___
P = ___ mv
R R
a) A figura
___› representa
___› a resultante centrípeta e as forças 2 __
v
__
g = Ÿ v = √ Rg
normal N e peso P , no ponto mais alta da trajetória. R
O valor de v encontrado é o valor mínimo da velocidade
para que a moto não perca o contato com o globo no pon-
to mais alto da trajetória. Repare que esse valor mínimo
FC não depende da massa do conjunto moto + motociclista.
Substituindo os valores dados, encontra-se:
__ _______
C vmin = √ Rg = √ (3,6)(10) Ÿ vmin = 6,0 m/s

4. Um automóvel percorre um trecho circular de uma


estrada plana e horizontal, com velocidade de módulo
constante.
__› A força centrípeta é, nesse caso, a força de
atrito F A, que impede o automóvel de seguir em linha
reta. Deve-se notar ainda que, se os pneus rolam sem
escorregar, o atrito é estático. Considerando que o raio
da curva seja R = 160 m e que o coeficiente de atrito
estático entre os pneus e a estrada seja me = 0,81, de-
P termine a velocidade máxima que o automóvel pode
FN alcançar sem derrapar. Considere g = 10 m/s2.

Nesse caso, no ponto mais alto da trajetória,


___› o globo em-
pura a moto para “cima”, de modo que N tem sentido __›
para baixo. Assim, o módulo da resultante centrípeta F c é
dado por:
___›
FC = N + P

32
Resolução: um carro completava uma curva. Agora, será analisado um
caso em que um carro não depende somente da força de
A figura___a seguir indica as ___forças que atuam no automóvel:
__›
› › atrito para completar uma curva. Essa situação acontece
o peso P , a força normal N e a força de atrito F A.
quando a pista é sobrelevada (inclinada) e é frequente em
N pistas de corridas ovais.

Como o automóvel não tem movimento na direção verti-


cal, as forças nessa direção se cancelam:
FN = P Nesse caso, tem-se o movimento de um carro em uma pis-
__›
Desse modo, a resultante centrípeta é a força de atrito F A: ta curva e inclinada. A força resultante atuante no móvel
mv2 durante uma curva será uma força resultante centrípeta, ou
FA = FC = ___ seja, necessariamente apontará para o centro da curva. É
R
Como a força de atrito é estática, seu valor máximo (FA máx) possível verificar na figura a seguir o esquema do diagrama
é dado por: de forças.
FA máx = me · FN
Entretanto, não é necessário que FA tenha atingido seu va-
lor máximo para que o automóvel possa realizar a curva,
de modo que:
FA ≤ FA máx ou FA ≤ me · FN
Ou ainda, utilizando a igualdade FN = P:
FA ≤ me · P
Substituindo a força de atrito pela resultante centrípeta:
mv2 ≤ m · P
___
e
R
mv2 ≤ m · mg
___
e
R _______
v2 ≤ me · R · g Ÿ v ≤ √ me · R · g Em um movimento curvilíneo sobre uma pista inclinada, in-
Essa expressão fornece a condição (valores de velocidade) dependentemente do atrito, não é necessário que o moto-
para que o automóvel realize a curva sem derrapar. Portan- rista gire o volante para alterar a direção do movimento se
to, a velocidade máxima que o automóvel pode alcançar ele mantiver a mesma velocidade. Conforme a composição
sem derrapar é: das forças que atuam no carro da figura anterior, tem-se:
F
_______ tg u = __c
vmáx = √ me · R · g P
m ∙ v2
_____
R
tg u = _____
Substituindo os valores dados: m∙g
___________
vmáx = √ (0,81)(160)(10) Ÿ vmáx = 36 m/s v2 = R ∙ g ∙ tg u
No problema anterior, foi visto que a força de atrito estava _______
v = √ R ∙ g ∙ tgu
relacionada com a força centrípeta quando, por exemplo,

33
Em que R é o raio da curva. De maneira semelhante, se o carro reduzir a velocidade,
tenderá a cair para o centro da curva, porém, para com-
Em uma pista sobrelevada, para um carro que deseja re-
pensar essa queda rumo ao centro da curva, basta girar o
alizar a ultrapassagem sobre outro veículo pelo lado de
volante para fora da curva.
fora da curva, basta apenas acelerar o veículo, sem girar
o volante, com isso o raio aumenta e o carro “sobe” na Outro exemplo é o que acontece quando uma bolinha
pista inclinada. Entretanto, se o carro quiser aumentar a de gude é colocada dentro de um funil que passa a girar.
velocidade e permanecer no mesmo nível horizontal, basta Nesse caso, pode-se perceber que a bolinha descreve uma
que, simultaneamente, aumente a velocidade do veículo e curva horizontal. Caso a velocidade da bolinha de gude
gire o volante do carro para dentro da curva. Agindo dessa aumente, a bolinha “subirá” para a lateral do funil. Caso
maneira, o uso da força de atrito impedirá que o carro se a velocidade da bolinha diminua, ela “cairá” para o centro
dirija para fora da curva. do funil.

VIVENCIANDO

Em geral, forças centrípetas ocorrem sempre que um móvel descreve uma trajetória circular. A atração gravitacional
entre o Sol e a Terra ou a atração elétrica entre o próton e o elétron são exemplos clássicos. No dia a dia, a força
centrípeta está presente quando um automóvel passa por uma lombada. Lembre-se de que haverá uma velocidade
limite para que o carro não perca contato com o solo. O mesmo ocorre quando um automóvel percorre uma curva:
haverá uma velocidade máxima para que o carro não deslize para fora da curva e aconteça um acidente.

multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
Miniglobo da morte: a porca que grita!
Desprezando a resistência do ar e a massa do assento,
considerando g = 10 m/s2 e as informações contidas na
Aplicação do conteúdo figura, a maior velocidade, em m/s, com a qual a garota
pode passar pelo ponto A sem que o saco de areia perca
1. (Unesp) Uma garota de 50 kg está brincando em um
contato com o solo é igual a:
balanço constituído de um assento e de uma corda ideal
que tem uma de suas extremidades presa nesse assento a) 2.
e a outra, em um saco de areia de 66 kg, que está apoia-
do, em repouso, sobre o piso horizontal. A corda passa b) 5.
por duas roldanas ideais fixas no teto e, enquanto oscila, c) 3.
a garota percorre uma trajetória circular contida em um
d) 4.
plano vertical de modo que, ao passar pelo ponto A, a
corda fica instantaneamente vertical. e) 1.

34
Resolução: Resolução:
A maior velocidade é aquela para a qual a força normal No movimento circular uniforme, a velocidade tem o mó-
que o apoio exerce no saco de areia é nula, ou seja, a tra- dulo constante, mas direção e sentido estão mudando de-
ção na corda tem intensidade igual a do peso. vido à existência de força resultante centrípeta perpendicu-
lar ao vetor velocidade e ao vetor deslocamento. Assim, o
trabalho da força resultante será nulo, pois, quando a força
é perpendicular ao deslocamento, essa força não realiza
trabalho.

Alternativa B
3. (UPE-SSA 1) Em um filme de ficção científica, uma nave
espacial possui um sistema de cabines girantes que per-
mite ao astronauta dentro de uma cabine ter percepção
de uma aceleração similar à gravidade terrestre. Uma re-
presentação esquemática desse sistema de gravidade ar-
tificial é mostrada na figura a seguir. Se, no espaço vazio,
o sistema de cabines gira com uma velocidade angular Z
Dados: e o astronauta dentro de uma delas tem massa m, deter-
mine o valor da força normal exercida sobre o astronauta
R = L = 5 m; ms = 66 kg; mG = 50 kg; g = 10 m/s2 quando a distância do eixo de rotação vale R. Considere
que R é muito maior que a altura do astronauta e que
No saco: T = PSŸT = 660 N existe atrito entre o solo e seus pés.
mGv2
Na garota: T – PG = Fcent Ÿ660 – 500 = ____
R
50v2 = 160 Ÿ v2 = 16 Ÿ v = 4 m/s
____
5
Alternativa D

2. (UFRGS) Considere, na figura a seguir, a representação


de um automóvel, com velocidade de módulo constan-
te, fazendo uma curva circular em uma pista horizontal.

a) mRv2
b) 2mRv2
c) mRv2/2
d) mRv2/R
e) 8 mRv2

Resolução:
A figura a seguir ilustra a força normal gerada na situação
de gravidade artificial.

Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacu-


nas do enunciado abaixo, na ordem em que aparecem.
A força resultante sobre o automóvel é __________ e,
portanto, o trabalho por ela realizado é __________.
a) nula – nulo
b) perpendicular ao vetor velocidade – nulo N
c) paralela ao vetor velocidade – nulo
d) perpendicular ao vetor velocidade – positivo
e) paralela ao vetor velocidade – positivo

35
Nesse caso, tem-se que essa força é a resultante das forças A força centrípeta que atua sobre o corpo é:
no movimento circular uniforme. a) 10,0 N. d) 40,0 N.
v 2 b) 20,0 N. e) 50,0 N.
N = FC = m ∙ __ c) 30,0 N.
R
Pode-se representar a velocidade tangencial em função da Resolução:
velocidade angular dada com a expressão: Observando o diagrama de corpo livre do corpo e decom-
v=v∙R pondo a tração na corda nas suas componentes ortogo-
nais, tem-se:
Substituindo na equação anterior, obtém-se uma relação
entre a força normal, o raio e a velocidade angular:
(v ∙ R)2
FN = m ∙ ______ [ FN = m ∙ v2 ∙ R
R
Alternativa A

Observa-se que:
m∙g
TY = P Ÿ T ∙ cosu = m ∙ g Ÿ T = ____
cosu
A resultante centrípeta FC é a componente horizontal da
tração Tx:
multimídia: sites Tx = T ∙ senu = FC
mg
www.sofisica.com.br/conteudos/Mecanica/ Tx = Tsenu Ÿ Fc = ____ ∙ senu Ÿ
cosu
Dinamica/fc.php
ŸFC = 4 ∙
_____10 ∙ 0,6 = Fc = 30N
www.educacao.globo.com/fisica/assunto/me- 0,8
canica/forcas-em-movimentos-circulares.html
Alternativa C
www.megacurioso.com.br/fisica-e-quimica/
42644-por-que-os-loops-das-montanhas-
-russas-nao-sao-exatamente-circulares-.htm

4. (Mackenzie) O pêndulo cônico da figura a seguir é


constituído por um fio ideal de comprimento L e um
corpo de massa m = 4,00 kg preso em uma de suas ex-
tremidades, e a outra é fixada no ponto P descrevendo
uma trajetória circular de raio R no plano horizontal. O
fio forma um ângulo u em relação à vertical.
Considere: g = 10,0 m/s2; senu = 0,600;
cosu = 0,800.

36
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

A citocinese é a fase final dos processos de divisão celular das células eucarióticas, em que existe a efetiva sepa-
ração das duas células depois da formação completa dos dois novos núcleos. A citocinese pode ocorrer de duas
formas: centrípeta, realizada pelos animais, em que a célula “se estrangula” de fora para dentro, e a resultante da
força aponta para o centro da célula; e centrífuga, realizada pelos vegetais, em que a resultante da força aponta
para fora, e a separação das células acontece por uma força que afasta os dois núcleos.

DIAGRAMA DE IDEIAS

RESULTANTE CENTRÍPETA

ACELERAÇÃO MESMA DIREÇÃO


CENTRÍPETA E SENTIDO

ALTERA DIREÇÃO CENTRO DA


DA VELOCIDADE TRAJETÓRIA

37

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