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AULAS Movimento harmônico simples

35 e 36
Competências: 1, 5 e 6 Habilidades: 1, 17 e 22

1. Oscilações
O relógio na figura a seguir é um exemplo de um pêndulo,
cujo movimento é oscilatório (ou vibratório). Como é
possível observar na figura, o pêndulo se movimenta alter-
nadamente em torno de um ponto central (vaivém).

multimídia: sites
www.sofisica.com.br/conteudos/Ondulato-
ria/MHS/forcanomhs.php
www.sofisica.com.br/conteudos/Formu-
lasEDicas/formulas12.php
mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/movi-
O pêndulo simples é formado por um corpo de pequenas mento-harmonico-simples.htm
dimensões preso à extremidade de um fio. A posição B é a brasilescola.uol.com.br/fisica/movimen-
posição de equilíbrio. Caso o corpo seja solto nessa posição, to-harmonico-simples.htm
nenhum movimento será realizado. Ao ser afastado dessa brasilescola.uol.com.br/matematica/fun-
posição, o corpo se movimenta em direção aos pontos A coes-trigonometricas-1.htm
e C, alternadamente, realizando o movimento oscilatório.
© www.BillionPhotos.com/Shutterstock

Afastando levemente a corda de sua posição de equilíbrio e soltando-a em seguida, a corda vibrará (oscilando) em torno da posição inicial.

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As equações que determinam a posição, a velocidade e a de tempo do movimento de Y a W e de W a Y são iguais e
aceleração de um corpo em movimento oscilatório depen- ​  T ​ . Os intervalos de tempo do movimento nos traje-
valem __
dem de uma função periódica. Geralmente, essas funções 2
tos de Y a Z, de Z a W, de W a Z e de Z a Y também são
são o seno ou o cosseno, conhecidas como funções har-
iguais e valem __ ​ T ​ cada um.
mônicas. Por essa razão, os movimentos oscilatórios são 4
também denominados movimentos harmônicos. A frequência (f) da oscilação periódica é o número de
oscilações realizadas em cada unidade de tempo:
1.1. Oscilações periódicas número de oscilações
f = frequência = ​ _____________________
  
    ​N  ​  
 ​= ___
tempo gasto nas oscilações t
Na prática, um movimento oscilatório não se mantém
indefinidamente. Devido aos atritos, a energia do sis- Pela definição de período, quando Dt = T, o intervalo de
tema diminui até parar na posição de equilíbrio. Por uma oscilação, N = 1, ou seja:
exemplo, a vibração da corda de um violão diminui até
parar devido à perda de energia por atrito, tanto interno ​ 1 ​ 
f = __
T
quanto do ar. Essas oscilações são denominadas amor-
tecidas. No entanto, as oscilações podem ser mantidas No SI, a unidade de frequência é s-1 (inverso do segundo),
continuamente. Para que isso ocorra, deve haver um denominada hertz (Hz).
suprimento contínuo de energia. A figura ilustra uma
A amplitude de uma oscilação é o deslocamento máxi-
criança em um balanço. É possível manter a energia me-
mo em relação à posição de equilíbrio. Na figura a seguir,
cânica do movimento oscilatório ao fazer movimentos
esse deslocamento máximo pode ser medido linearmen-
com o corpo (utilizando, nesse caso, a energia química
te, indicado pela letra A, ou pelo ângulo entre a posição
do corpo).
máxima em relação à posição de equilíbrio. No caso das
Quando o atrito é desprezível, as oscilações de um sis- oscilações periódicas, como não existe perda de energia,
tema podem permanecer por muito tempo. Nesse caso, a amplitude é constante. No caso das oscilações amorte-
o intervalo de tempo do movimento de ida e volta entre cidas, a amplitude do movimento diminui, pois a energia
as posições opostas da oscilação se mantém constante, é perdida (dissipada).
ou seja, esse intervalo de tempo é o mesmo para cada
oscilação completa.
A oscilação completa é o movimento que, ao partir de uma
das posições extremas, vai até a outra extremidade e volta
à posição inicial. Na figura a seguir, uma oscilação comple-
ta é realizada pelo pêndulo ao ir da posição Y até a posição
W e retornar à posição Y.

2. Movimento
harmônico simples
A figura a seguir ilustra um sistema mecânico massa-mo-
O intervalo de tempo de uma oscilação completa é deno- la já utilizado no estudo de Mecânica. O bloco tem massa
minado período (T). Quando o período não se altera (é m e está preso a uma mola de massa desprezível e cons-
constante), a oscilação é periódica. Além disso, os intervalos tante elástica k.

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Na figura a seguir, o sistema massa-mola está na posição de
equilíbrio. Caso não exista atrito, se o corpo for deslocado e
abandonado na posição x = A, o corpo se movimentará os-
cilando entre as posições de abscissas x = -A e x = A, sendo
A a amplitude do movimento. Esse movimento oscilatório
em que a força resultante é do tipo F = -kx é denominado
movimento harmônico simples (MHS).

Na primeira figura, o sistema está na posição de equilíbrio, multimídia: vídeo


e, nesse caso, a mola não está deformada (x = 0). Se o
Fonte: Youtube
corpo for afastado
​____› para a direita (x = x1), a mola exercerá
uma força F​ 1 ​  sobre o corpo tentando restaurar a configu- Me Salva! OCI06 - Movimento Harmônico
ração inicial. Assim, a força terá sentido para a esquerda e Simples e M. C. Uniforme - Física Geral -
módulo (dado pela Lei de Hooke): Mecânica
​____›
|F​  ​|   = k ⋅ |x |
1 1

Se o corpo for afastado para a esquerda (x = x2), a situa-


ção será oposta: a mola tentará restaurar
​____› o corpo para a
posição inicial exercendo uma força F​ 2 ​  com sentido para a
direita. O módulo será dado por:
​____›
|F​  ​|   = k ⋅ |x |
2 2

Será útil atribuir um sinal à força para identificar seu senti-


do. Dessa forma, se o sentido da força for o mesmo que o
sentido do eixo: F > 0; se a força tiver sentido oposto ao do
eixo: F < 0. Assim, na situação anterior:
x1 > 0 e F1 < 0
x2 < 0 e F2 > 0
A partir dessa convenção, os sinais de F e x são opostos, de
modo que a Lei de Hooke pode ser escrita como:

Fel = –k ⋅ x

A equação acima define o gráfico da força em função da


posição x como uma reta, cujo aspecto é o da figura a seguir.

A energia potencial correspondente à força elástica é dada


por:
​ kx ​  
2
Ep = ___
2

64
O corpo também possui energia cinética, dada por: uma mola de constante elástica k = 18 N/m. Calcule a
mv2 velocidade máxima atingida por esse corpo.
Ec = ___
​   ​   
2
A energia mecânica é a soma da energia potencial e da Resolução:
energia cinética: A figura ilustra o movimento do corpo, oscilando entre as
​ kx ​  + ___
​ mv ​   posições de abscissas x = –0,40 m e x = 0,40 m. A energia
2 2
Em = Ep + Ec = ___
2 2 mecânica do corpo é:
O gráfico a seguir mostra a energia potencial (Ep), a cinética
(Ec) e a mecânica (Em) em função da posição. Nas posições
x = A ou x = –A, a velocidade é nula; assim, a energia
cinética é nula e a energia potencial é máxima. Na posição
de equilíbrio, x = 0, a energia potencial é nula e a energia
cinética é máxima.

18(0,40)2
​ k ⋅  ​
Em = ____ A2  =_______
​   ​   ⇒ Em = 1,44 J
2 2
A velocidade máxima do corpo ocorre na posição de maior
energia cinética, ou seja, quando a abscissa é nula (x = 0).
Como, nesse ponto, a energia potencial também é nula, a
energia mecânica é igual à energia cinética:
(2,0)v2
​ mv ​  = 1,44 ⇒ _____
2
A abscissa x é chamada também de elongação. Ec = Em ⇒ ___ ​   ​   = 1,44 ⇒ v = 1,2 m/s
2 2
Quando não há atrito, não ocorre dissipação de energia, e
a energia mecânica se mantém constante. Assim, a energia 2.1. Gráficos horários do MHS
mecânica tem o mesmo valor para qualquer posição. Para x
O MHS é um movimento periódico. Dessa forma, o gráfico
= A, ou seja, no extremo da trajetória quando a velocidade
da elongação em função do tempo deve ser uma curva
é nula, a energia mecânica é obtida por:
que se repete (possui a mesma forma) a cada período,
k ⋅ A ​
x = A ou x = -A   Em = Ec + Ep = 0 + ​ ​ ____
2
  
2 ​ isto é, deve se repetir periodicamente. Essa curva não
deve ter nenhum trecho retilíneo, pois a velocidade não
⋅ A ​
Em = ​ k____
2
   é constante em nenhum momento (lembre-se de que,
2
quando a velocidade é constante, a posição em função
do tempo é uma reta).
Aplicação do conteúdo No caso do MHS, o gráfico da elongação em função do
1. Um corpo de massa m = 2,0 kg realiza um movimento tempo é uma senoide (ou cossenoide), como é possível ob-
harmônico simples de amplitude A = 0,40 m, preso a servar na figura a seguir.

A posição varia entre + A e – A, sendo A a amplitude do movimento. O período T corresponde ao intervalo de tempo de
uma oscilação completa. Os pontos X, Y, Z, M e N correspondem a inversões no sentido do movimento. Nessas posições a
aceleração é máxima. Esse pontos também correspondem aos pontos em que a velocidade é nula. Assim:

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instantes tx, ty, tz, tm e tn ⇒ velocidade nula
As posições determinadas pela intersecção da função com
o eixo das abscissas correspondem às posições em que a
velocidade é máxima.
A função que descreve a posição no MHS é dada por:
x(t) = A ⋅ cos(ω t + ϕ)
Em que A é a amplitude, ω é a velocidade angular e ϕ é o
ângulo inicial.
A função da velocidade é dada por:
v(t) = –A ω sen(ω t + ϕ) Aplicação do conteúdo
A aceleração é dada por: 1. Uma partícula executa MHS de período T = 4 s entre
os pontos de abscissas +5 m e –5 m, como ilustra a figu-
a(t) = –A ω² cos(ω t + ϕ) ra. Esboce o gráfico da elongação (abscissa) em função
de tempo em cada um dos casos a seguir:
Os gráficos de posição por tempo, velocidade por tempo e
aceleração por tempo, para ϕ = 0, são mostrados na figura
a seguir.

a) No instante t = 0, a partícula tem abscissa x = +5 m.


b) No instante t = 0, a partícula tem abscissa x = 0 e
velocidade negativa.
Resolução:
a) Por se tratar de um MHS, o gráfico do movimento é
uma senoide (ou cossenoide) que deve estar entre +5
e –5 m, que é a amplitude do movimento. No instante
t = 0, a abscissa da partícula é +5 m, ou seja, ela
a a
está em um dos extremos da trajetória. Portanto, sua
a
abscissa deve diminuir em seguida, pois a partícula se
dirige para a posição de equilíbrio. Como o período é
de 4 s, em 2 s a partícula deve estar no outro extre-
mo da trajetória (x = –5 m). Depois 4 s, equivalente
a uma oscilação completa, a posição deve ser nova-
Observando os gráficos, pode-se perceber que a velocidade mente igual à inicial, x = +5 m.
é máxima quando o móvel passa pela posição de equilí-
brio, x(t) = 0, em que t = T/4 ou t = 3T/4; nesse instante, a
velocidade é máxima e assume o valor de |vmáx| = ωA. Já a
aceleração é máxima quando a posição assume seu valor
máximo, ou seja, quando x(t) = –A ou x(t) = +A, em que t
= 0 ou t = T/2, assumindo o valor |amáx| = ω²A.

2.2. Período do MHS b) Nesse caso, no instante inicial (t = 0), a abscissa


Para o MHS, o período do sistema massa-mola não depen- da partícula é nula (x = 0). Como nesse instante a
velocidade é negativa, o movimento da partícula tem
de do valor da amplitude e é dado por: o sentido negativo, ou seja, para a abscissa x = –5 m.
__ O intervalo de tempo entre a posição de equilíbrio e o
​  m ​ ​  
T = 2p ​ __ √ extremo da trajetória é igual a um quarto do período
k
(T/4 = 4/4 = 1 s). Assim, após 1 s, a partícula deve
estar em x = –5 m. Como no caso anterior, após 2
Essa equação também é válida se o sistema massa-mola s (T/2), a partícula deve estar no outro extremo da
estiver na vertical, como ilustrado na figura a seguir. A dife- trajetória, x = +5 m, e retornar à posição inicial em
rença do sistema nessa configuração é que, na posição de seguida, completando uma oscilação completa em 4
equilíbrio, o comprimento da mola é maior. s (um período).

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ou uma ponte, também oscilam, e essas vibrações ocorrem
em frequências denominadas frequências próprias.
Caso uma força externa periódica seja aplicada com frequ-
ência igual à frequência própria do sistema, a amplitude do
movimento não se manterá constante e aumentará cada
vez mais. Esse efeito é denominado ressonância entre o
É possível demonstrar que os gráficos da velocidade e da
sistema e a força externa. Um exemplo simples dessa situ-
aceleração em função do tempo também são senoides.
ação está ilustrado na foto anterior. A mulher exerce uma
força periódica sobre o balanço com a mesma frequência
3. Pêndulo simples de oscilação do balaço. Assim, por causa da ressonância,
a amplitude de oscilação do balanço será cada vez maior.
O pêndulo simples é formado por um corpo de pequenas
dimensões preso ao fio ideal (massa desprezível) e fixado
pela outra extremidade do fio, como é possível observar na
Aplicação do conteúdo
figura a seguir. A denominação pêndulo simples deve-se 1. (UPF) Um pêndulo simples, de comprimento de 100
ao fato de que as dimensões do corpo são pequenas em cm, executa uma oscilação completa em 6 s num deter-
relação ao comprimento L do fio. A figura também ilustra o minado local. Para que esse mesmo pêndulo, no mesmo
local, execute uma oscilação completa em 3 s, seu com-
movimento oscilatório do pêndulo entre as posições A e C.
primento deverá ser alterado para:
A posição B é a posição de equilíbrio do pêndulo.
a) 200 cm.
b) 150 cm.
c) 75 cm.
d) 50 cm.
e) 25 cm.
Resolução:
Para o pêndulo simples, a expressão que relaciona seu perí-
odo de oscilação T com o seu comprimento L é:
___
Quando a amplitude de oscilação de um pêndulo simples é T = 2π √
​ L/g ​ 
pequena, o período de oscilação é dado por: Usando os dados fornecidos e fazendo a razão entre as
expressões, tem-se:
T = 2p ​ __ d
​ gL  ​  ​ 
XX

__T 2π √1

___
L /g ​  T √1 ​
__
L  ​
  __ T ​
__
2√ 1
L  ​ 
​  1 ​ =________
​  ____  ​   ⇒ __
​  1 ​ = ___ ​ L2 ​ =​ _____
​  __ ​  ⇒ √  ​   ⇒
T2 2π √ ​ L2/g  ​  T2 ​√L2 ​  T1
Em que g é o módulo da aceleração da gravidade.
T 2L (3 s)2 ∙ 100 cm
L2 = ____
​  2 2 ​1  ⇒ L2 =___________
​   ​    
[ L2 = 25 cm
Aplicação do conteúdo T1 (6s)2
Alternativa E
1. Um pêndulo simples, de comprimento L = 2,5 m, os-
cila com pequena amplitude num local em que g = 10 2.
m/s2. Calcule:
a) o período do movimento;
b) a frequência do movimento.
Resolução:
d
XXX
2,5
d
XX
a) T = 2p ​ __ ​  gL  ​ ​ = 2p ​ ___ ​   ​ ​  = 2p d​ XXXX =p⇒T=p
0,25 ​ 
10
s ≅ 3,1 s
​ 1 ​ =  ​__
b) f = __ ​  1 ​​ ≅ ___ ​  1   ​ ≅ 0,32 ⇒ f = 0,32 Hz
T π 3,1

4. Ressonância O pêndulo simples ideal consiste em uma massa m pe-


Nos dois sistemas tratados anteriormente, massa-mola e quena (para que o atrito com o ar possa ser desprezado)
pêndulo simples, as oscilações têm uma frequência determi- presa a um fio de massa desprezível e comprimento L
nada. Contudo, sistemas mais complexos, como um edifício como mostra a figura anterior. Para oscilações pequenas,

67
o período T e a frequência angular
____ v são relacionados A e B de mesma massa m que oscilam em MHS de igual
de forma que T = 2π/v = √  , em que g é a acele-
​ (L/g) ​ amplitude.
ração da gravidade. Com o intuito de determinar o va-
lor da aceleração da gravidade em sua casa, um aluno
montou um pêndulo simples e mediu o período de os-
cilação para diferentes comprimentos do fio. Ele usou
uma régua graduada em centímetros e um sensor de
movimento para determinar a posição horizontal x do
pêndulo em função do tempo.
a) O gráfico a seguir mostra a posição horizontal do
pêndulo para dois experimentos, com comprimentos
de fios diferentes, em função do tempo. Com base
nesses resultados, calcule a razão entre os compri-
mentos dos fios para os dois experimentos.
Sendo ECA e ECB as energias cinéticas dos sistemas A e B,
respectivamente, no tempo t1; EPA e EPB as energias po-
tenciais dos sistemas A e B, respectivamente, no tempo
t2 é correto afirmar que:
a) ECA = ECB.
b) EPA > EPB.
c) ECA > ECB.
d) EPB > EPA.

b) O aluno realizou novas medidas e montou o grá- Resolução:


fico do período do pêndulo ao quadrado em função Analisando o gráfico, em um ponto de cada curva em que
do comprimento do fio. Com base nesses resultados,
a elongação da mola é igual para os dois osciladores, nota-
calcule o valor da gravidade encontrado pelo aluno.
-se que a maior inclinação corresponde à maior velocidade
em módulo.

Resolução:
a) Do gráfico: T1 = 0,4 s e T2 = 0,2 s Com isso, tem-se que |vB| > |vA| e, logicamente, ECB > ECA.
___ T1 2π ________ T1 ___
T = 2π √ ​ L/g ​ ⇒ __ ​   ​ = ___
​   ​ √  ​ ⇒ __
​ L1/g ∙ g/L2  ​   ​  = √
​ L1/L ​2  Da observação do gráfico, tem-se que as relações entre os
T2 2π T2 períodos dos dois osciladores é:
{  }T1 2 L1
⇒ ​ __ ​   ​   ​ = __
​   ​ 
T2 L2 TA = 2 TB

{  }
__L 0,4 2 L1
  ​ ___
​   ​  ​ ⇒ __ Sabendo que a expressão do período de um oscilador em
1
​    ​= ​   ​ = 4
L2 0,2 L2
MHS é:
b) Dado: π ___
= 3,14 ___
​  gL  ​
​ L/g ​ ⇒ T2 = 4π2 __
T = 2π = √ T = 2π √
​ m/k ​ 
____ _____
Do gráfico: L = 1m ⇒ T2 = 4 s2 2π √
​ m/kA ​ = 2 ∙ 2π √   4 kA ⇒ kB > kA
​ m/kB  ​=
Substituindo esses valores na expressão:
Para um instante de mesma elongação da mola x, a ener-
​ 4π
2
4 = ___g   ⇒ g = π = 3,14 ⇒ g = 9,86 m/s
 ​1 2 2 2
gia potencial elástica depende da constante da mola k,
sendo assim, EPB > EPA.
3. (Epcar (Afa)) A figura a seguir apresenta os gráficos da
posição (x) em função do tempo (t) para dois sistemas Alternativa D

68
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

As funções trigonométricas são denominadas funções circulares. Para compreendê-las, é necessário relacioná-las
com as demais voltas no ciclo trigonométrico. No círculo trigonométrico, cada número real é associado a um ponto
da circunferência.

Círculo trigonométrico dos ângulos expressos em graus e radianos

As funções trigonométricas são funções que possuem um comportamento periódico.


Uma função f: A → B é periódica se existir um número real positivo p tal que:
f(x) = f(x + p), ; x 7 A
Em que o menor valor positivo de p é chamado de período de f.
A função seno é expressada por f(x) = sen x; é uma função periódica e seu período é 2π.
No primeiro e no quarto quadrante, a função f é crescente. Já no segundo e no terceiro quadrante, a função f é de-
crescente. O gráfico da função seno f(x) = sen x é uma curva denominada senoide.
y
M 1
y’
sen(x)

x 2
A π π
0 x’ x 2π x
2
-1

A função cosseno é uma função periódica e seu período é 2π, expressada por f(x) = cos x.
No primeiro e no segundo quadrante, a função f é decrescente. Já no terceiro e no quarto quadrante, a função f é
crescente. O gráfico da função cosseno f(x) = cos x é uma curva denominada cossenoide.
y
M 1

x
A π
0 con(x) 0 x π 3π 2π x
2 2
-1

69
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos
1 em diferentes contextos.

É muito importante que o aluno saiba ser crítico a ponto de reconhecer em diversas ocasiões do dia a dia os variados
fenômenos físicos aprendidos em sala de aula.

Modelo
(Enem) A corrida dos 100 m rasos é uma das principais provas do atletismo e qualifica o homem mais rápido do mun-
do. Um corredor de elite foi capaz de percorrer essa distância em 10 s, com 41 passadas. Ele iniciou a corrida com o
pé direito.
O período de oscilação do pé direito desse corredor foi mais próximo de:
a) 1/10 s.
b) 1/4 s.
c) 1/2 s.
d) 2 s.
e) 4 s.

Análise expositiva - Habilidade 1: Essa questão exige que o aluno tenha assimilado muito bem os conceitos de
C período e de frequência de oscilação em um movimento oscilatório.
O tempo decorrido por passo é de aproximadamente:
10
T = ___ 10
​   ​  ≈  ___   T ≈ __1​  ​  s
​   ​  ⇒
41 40 4
Como foi perguntado o período de oscilação apenas do pé direito, pode-se obter esse resultado multiplicando o valor
de T por 2, uma vez que cada pé toca o solo num tempo que equivale ao dobro do período de cada passo. Assim:
Td = 2T = 2 ⋅ __1​   ​  
4
Td = __1​  ​  s
2
Alternativa C

70
DIAGRAMA DE IDEIAS

MOVIMENTO OSCILATÓRIO
MHS
E PERIÓDICO

SISTEMA
A: AMPLITUDE DO MHS
MASSA-MOLA

SISTEMA
EM = EP + EC
CONSERVATIVO
K ⋅ A2
Ep =
2
GRÁFICO MHS m ⋅ vMÁX
2
Ec =
2

FUNÇÕES
TRIGONOMÉTRICAS


m
PERÍODO T = 2π ⋅

√ —
K

PÊNDULO SIMPLES


PERÍODO
L
= 2π ⋅ —
T
g √

71
AULAS Introdução à ondulatória
37 e 38
Competências: 1, 2, 5 e 6 Habilidades: 1, 6, 17 e 22

1. Pulsos e ondas
O desenvolvimento dos modelos físicos que descrevem a natureza e as propriedades dos fenômenos ondulatórios foi possí-
veis graças ao estudo das ondas. Uma onda realiza o transporte de energia na direção de sua propagação, mas
sem transportar matéria.
Considere, como na figura a seguir, duas pessoas segurando uma corda, cada uma em uma das extremidades. Se uma das
pessoas fizer um movimento brusco para cima e depois para baixo, uma perturbação será causada na corda. Essa perturba-
ção, uma sinuosidade, vai se deslocar ao longo da corda até a outra extremidade e, depois, retornará (por conta da reflexão).
Essa perturbação que se propaga pela corda é o transporte de energia fornecida pela pessoa ao movimentar bruscamente
a corda.

Nesse exemplo, a perturbação é denominada pulso. Uma composição de pulsos é chamada de onda. O braço da pessoa,
ao movimentar a corda, é a fonte da perturbação; e a corda é o meio de propagação dessa onda.
Como observado, na propagação do pulso e da onda pela corda, nenhum pedaço da corda foi transportado na direção de
propagação do pulso ou da onda.
As gotas de água, ao caírem e atingirem a superfície calma de um líquido, dão origem a um movimento que se propaga pela
superfície do líquido na forma de circunferências concêntricas, afastando-se do ponto de impacto da gota.

Perturbação provocada pela queda de uma gota de água.

Caso um pedaço de cortiça (material flutuante) fosse colocado próximo ao local de impacto da gota na superfície, seria pos-
sível verificar que a onda, ao atingir a cortiça, faria com que ela oscilasse verticalmente, subindo e descendo, e lateralmente,

72
em um movimento de pequena amplitude, mas sem ser
carregada pela onda.
Esse exemplo mostra a característica das ondas de não
transportarem matéria. A cortiça recebe energia da onda
e, por isso, se movimenta para cima e para baixo, mas não
é arrastada pela superfície da água na direção de propa-
gação da onda.
Existem diferentes tipos de ondas, que se distinguem por
sua natureza, pela direção de propagação, por sua forma e
É importante observar que, devido à necessidade de um
pela direção da vibração.
meio material para se propagarem, as ondas mecânicas
não se propagam no vácuo.

2.2. Quanto à direção de propagação


§ Unidimensionais são as ondas que se propagam
em apenas uma direção. As ondas em cordas são um
exemplo de propagação unidimensional.

A cortiça oscila vertical e lateralmente, mas não é arrastada pela onda.

2. Classificação das ondas


A classificação das ondas é realizada de acordo com sua
natureza, direção de propagação e direção de vi-
bração.

2.1. Quanto à natureza § Bidimensionais são as ondas que se propagam num


plano. As ondas na superfície da água em um lago, por
§ Ondas mecânicas são aquelas que se propagam em exemplo, têm propagação bidimensional.
um meio material, como as ondas em cordas, as ondas
sonoras (som) e as ondas na água.

§ Tridimensionais são as ondas que se propagam em


todas as direções, como as ondas sonoras no ar atmos-
férico.

§ Ondas eletromagnéticas são geradas por cargas


elétricas oscilantes e não necessitam de um meio ma-
terial para se propagar (podem se propagar no vácuo,
ou seja, um meio onde não existe matéria). Por exem-
plo: ondas de rádio, de televisão, de luz, de radar, raio-
–X, raio laser, etc.

73
2.3. Quanto à direção de vibração
§ Transversais são as ondas em que a direção de propagação é perpendicular à direção de vibração. As ondas em cordas
são transversais.
§ Longitudinais são as ondas cujas vibrações coincidem com a direção de propagação. As ondas sonoras, por exemplo,
são ondas longitudinais.
A figura a seguir ilustra a relação entre a direção de vibração e a direção de propagação para as ondas transversais e lon-
gitudinais.

direção de propagação -
direção de v
propagação
v
direção de
vibração
direção de
v vibração

Ondas transversais. Ondas longitudinais

transversal se propaga através da corda com velocidade v


(figura a seguir).

v
T

A velocidade de propagação da onda na corda depende da


intensidade da força de tração na corda e da sua densida-
de linear. É possível demonstrar que a velocidade de pro-
multimídia: vídeo pagação de uma onda transversal numa corda é dada por:
Fonte: Youtube
Ondas longitudinais e transversais d
XX
v = ​ __T  ​ ​ 
​ m

Em que:
3. Velocidade de § v é velocidade de propagação de onda através da corda.

propagação de uma onda § T é força que traciona a corda.

Nos meios homogêneos, as ondas mecânicas se propagam ​ m ​ é densidade linear da corda (em kg/m).
§ m = __
º
com velocidade constante. Apesar de não necessitarem
de um meio para se propagar, as ondas eletromagnéticas
também são capazes de se propagar em meios materiais.
4. Ondas periódicas
Assim como ocorre com as ondas mecânicas, se a propaga- O caso mais simples de propagação de onda é a propagação
ção ocorre em meios homogêneos, a velocidade de onda de uma onda unidimensional de velocidade constante. Nes-
eletromagnética é constante. sa situação, por se tratar de um movimento periódico, a onda
pode ser descrita empregando-se conceitos que já foram es-
Considere uma corda de massa m e comprimento º, fixada
tudados, como o Movimento Harmônico Simples (MHS).
em uma parede em uma das extremidades e sob a ação
de uma força de tração T. Suponha que a mão de uma A figura a seguir mostra uma pessoa executando periodi-
pessoa, agindo na extremidade livre da corda, realize um camente um movimento vertical de sobe e desce na extre-
movimento vertical, periódico, de sobe e desce. Uma onda midade livre de uma corda.

74
Obtém-se, então, a seguinte equação:
crista λ crista
v = †f
A
A
λ Essa é a equação fundamental da ondulatória e é
vale vale
valida para qualquer onda periódica (som, ondas na água,
luz, etc.).
Caso não exista dissipação de energia durante a propa-
A onda pode ser descrita a partir de suas características. gação da onda, a amplitude do MHS dos pontos da corda
A parte mais elevada da onda é denominada crista, e a será igual à amplitude do MHS produzido pela fonte.
cavidade, ou seja, a parte mais baixa entre duas cristas,
denomina-se vale.
O tempo necessário para que duas cristas consecutivas
passem pelo mesmo ponto da corda é o período (T) da
onda. A frequência (f) de uma onda é o número de cris-
tas consecutivas ou de vales consecutivos que passam por
um mesmo ponto da corda a cada unidade de tempo.
O período e a frequência se relacionam pela equação:

​ 1 ​ 
f = __
T
multimídia: vídeo
O comprimento de onda é a distância entre duas cristas Fonte: Youtube
ou entre dois vales consecutivos, em geral, representado Ondas 01 Conceitos Frequência, período e
pela letra grega l (lambda). A amplitude (A) da onda é velocidade exercícios
a distância máxima alcançada pela vibração. No SI, a uni-
dade de medida para o comprimento de onda e para a
amplitude é o metro (m). 5. Ondas eletromagnéticas
No caso de o pulso ou a onda se propagar com velocida- Uma onda eletromagnética é formada por dois campos
de constante, vale a expressão do movimento uniforme, perpendiculares entre si, um elétrico e outro magnético, e
∆s = v · ∆t. ambos também são perpendiculares à direção de propa-
Utilizando as características da onda, pode-se reescrever gação da onda. Uma carga elétrica em movimento pode
essa equação: gerar uma onda eletromagnética.
∆S = † No vácuo, a velocidade de propagação da onda eletromag-
nética é de 3 · 108 m/s. Essa velocidade é designada pela
∆t = T
letra c. Luz, ondas de rádio e de TV e raios–X são ondas
Substituindo: eletromagnéticas que diferem por suas frequências. O con-
junto de todas as ondas eletromagnéticas, baseado na fre-
quência e no comprimento de onda, constitui o espectro
eletromagnético.
campo
elétrico
campo
magnético
direção de
programação
da onda

Os campos elétricos e magnéticos de uma onda eletromagnética são


perpendiculares entre si e

​ 1 ​ 
∆S = v · ∆t ä † = v · T ä † = v · __ também à direção de propagação da onda.
f

75
O espectro eletromagnético caracteriza as ondas dependendo de suas frequências.
Cada intervalo recebe classificações diferentes, desde as ondas de rádio até os raios gama.

Aplicação do conteúdo
1. A figura a seguir representa uma onda formada por um vibrador de 3.600 rpm.

Determine: § Maior comprimento de onda (f = 550 · 103 Hz)


a) o comprimento de onda (l); v = †f ä 3 · 108 = 550 · 103 ä † ≈ 545 m
b) a amplitude (A);
c) a velocidade de propagação da onda (v).
Resolução: 6. Reflexão de um pulso
a) Do gráfico, observa-se que a onda se repete a cada Considere uma corda com uma de suas extremidades fi-
2 cm. Portanto, † =2 cm. xada em uma parede. Caso seja produzido um pulso que
b) Observando os valores no eixo y, o valor máximo é se propague pela corda, o que ocorrerá quando o pulso
4 mm. Portanto, a amplitude é A = 4 mm.
atingir a parede?
c) A frequência informada da fonte é de 3.600 rpm.
A resposta correta é que o pulso voltará pelo caminho de
​ 3600
f = ___  ​   ä f = 60 Hz
60 onde veio. Esse fenômeno é denominado reflexão do
v = †f = 2 · 60 ä v = 120 cm/s pulso. A reflexão pode ocorrer com a extremidade da cor-
2. Um rádio receptor opera em duas modalidades: em da sendo fixa ou livre.
AM, cobre o intervalo de 550 a 1550 kHz, e em FM, de Se a extremidade for fixa, ao ser refletido, o pulso sofre-
88 a 108 MHz. Quais são, aproximadamente, o menor e rá inversão de fase, mas manterá todas as outras caracte-
o maior comprimentos de ondas que podem ser capta-
dos por esse rádio? A velocidade das ondas eletromag-
rísticas. Essa inversão de fase é uma inversão do pulso, ou
néticas é de 3 · 108 m/s. seja, se o pulso que incide sobre a parede tiver um “forma-
to” para cima, o pulso refletido terá a mesma forma, mas
Resolução: voltado para baixo, como mostra a figura a seguir.
A partir da equação v = †, calcula-se o comprimento de
onda, reescrevendo † = _​ v ​.  Assim, o menor comprimento
f
de onda corresponde à maior frequência, e o maior compri-
mento de onda corresponde à menor frequência.
§ Menor comprimento de onda (f = 108 · 106 Hz)
v = †f ä 3 · 108 = † · 108 · 106 ä l ≈ 2,8 m Reflexão com inversão de fase.

76
A explicação desse fenômeno é simples. Ao atingir a ex- 2. Quando a densidade linear da primeira corda é maior
tremidade fixa na parede, a energia do pulso tende a fa- que a da segunda, ocorre refração e reflexão no momento
zer com que a parede execute o mesmo movimento dos em que o pulso atinge o ponto que une as cordas. Esse
pontos da corda (subir e descer). Entretanto, a parede tem ponto corresponde a uma extremidade livre; assim, o pulso
inércia muito maior do que a corda, o que faz com que a refletido retorna sem inversão de fase.
reação da parede à força aplicada pela corda cause uma
O pulso refratado sempre está na mesma fase que o
força para baixo, produzindo uma reflexão com inversão de
pulso original; no entanto, como parte da energia é car-
polaridade (denominada inversão de fase).
regada no pulso refletido, o pulso refratado tem menor
Se a extremidade for livre, ou seja, se a extremidade amplitude. Quando a força de tração é igual em ambas
puder oscilar de algum modo pela parede, o pulso sofrerá as cordas, e a velocidade é inversamente proporcional
reflexão e voltará sem inversão de fase. Se o “formato” do à densidade linear, o pulso refratado possui maior velo-
pulso incidente for para cima, a forma do pulso refletido cidade. A frequência sempre é a mesma que a do pulso
também o será. Observe a figura a seguir: original.
3. Quando a densidade linear da primeira corda é menor
que a da segunda, ocorre refração e reflexão no momento
em que o pulso atinge o ponto que une as cordas. Esse
ponto, por sua vez, corresponde a uma extremidade fixa, e
Reflexão sem inversão de fase.
o pulso refletido retorna com inversão de fase.
O pulso refratado sempre está em concordância de fase,

7. Refração de um pulso mas com menor amplitude. Dado que a segunda corda é
mais densa, a velocidade de propagação do pulso refra-
Foi estudada a propagação de ondas em cordas homogê- tado é menor. A frequência sempre é a mesma que a do
neas com a mesma densidade linear por toda sua exten- pulso original.
são. Mas o que aconteceria com um pulso propagando-se
numa corda não homogênea, ou seja, que não possuísse a 7.1. Equação da onda harmônica
mesma densidade linear em toda a sua extensão?
Como uma onda periódica é um Movimento Harmônico
Quando um pulso se propaga por uma corda de de- Simples, é possível utilizar as equações do MHS para des-
terminada densidade linear e, depois de certa posição, crever o movimento ondulatório.
passa a se propagar por uma corda ligada à primeira,
mas com outra densidade linear, afirma-se que o pulso y(cm)
sofreu uma refração. Devido à refração, ocorre a modi- 6
ficação da velocidade de propagação da onda de um 4
meio para o outro. 2
0
x(cm)
-2
-4
Contudo, ao sofrer refração, a frequência do pulso não se -6
modifica. No exemplo, (f1 = f2). Utilizando as equações an- 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

teriores, pode-se relacionar a velocidade e o comprimento A equação da posição no MHS é chamada de equação da
de onda nas duas porções da corda: onda harmônica e fornece a posição da onda.

__ v1 †__1 y = A ∙ cos (ωt + θ0)


v​  2 ​ = ​  †   ​
(  ( T ) )
y = A ∙ cos ​ 2 π ​ _​  t ​ - _​ xx ​  ​θ0  ​
2

Algumas considerações:
1. Quando a densidade linear das cordas é a mesma, não Para cada ponto da corda, a abscissa x é fixa, e a ordenada
ocorre reflexão, e a onda transmitida mantém todas as y varia em função do tempo, de acordo com essa função,
suas características: frequência, amplitude, velocidade e em que A é amplitude, T é o período de oscilação e λ é o
comprimento de onda. comprimento de onda.

77
Aplicação do conteúdo
1. (Fatec) Com a descoberta de que um corpo aqueci-
do podia emitir calor em forma de radiação térmica,
Max Planck realizou pesquisas nessa área, sendo que
seu trabalho é considerado o marco do surgimento
da física quântica. Radiação é uma energia, sob for-
ma de onda, emitida pelos corpos devido à sua tem-
peratura. É dessa forma que o calor e a luz do Sol
chegam à Terra.
Alguns tipos de radiação atravessam nosso corpo, com-
multimídia: vídeo primento de onda por volta de 10-10 m. Outros não con-
seguem e são retidos na superfície, comprimento de
Fonte: Youtube onda por volta de 10-8m, tornando-se nocivos à nossa
Ondulatória - Os tipos de onda e os ele- saúde. A figura a seguir mostra uma escala de frequên-
cia e as radiações.
mentos de uma onda

A faixa de frequência que é nociva à nossa saúde corresponde, no gráfico, à:


a) raios gama;
b) micro-ondas;
c) ondas de rádio;
d) raios ultravioleta;
e) raios infravermelhos.
Resolução:
Se os raios nocivos são os de comprimento de onda de 10-8m, eles são os raios ultravioleta.
Alternativa D

2. (UFLA) Uma onda transversal de frequência 1 Hz se Resolução:


desloca em uma corda, conforme diagrama a seguir. É
CORRETO afirmar que sua velocidade de deslocamento é: Observe no gráfico que λ = 4,0:

a) 4 m/s. Dessa forma, segue que:


b) 0,5 m/s.
v = 4m · 1/s = 4 m/s
c) 5 m/s.
d) π m/s. Alternativa A

78
3. (UFRJ) O gráfico a seguir registra um trecho de uma
corda esticada, onde foi gerada uma onda progressiva,
por um menino que vibra sua extremidade com um pe-
ríodo de 0,40 s.

A partir do gráfico, obtenha as seguintes informações:


a) amplitude e comprimento de onda;
b) frequência e velocidade de propagação.
Justifique sua resposta.
Resolução:
a) A amplitude corresponde a uma medida vertical
= 7,5 cm.
O comprimento de onda vale 4 medidas horizontais
= 28 cm.
b) Frequência = __ ​ 1 ​ = ___
​  1   ​ = 2,5 Hz.
T 0,4
​ λ ​ = ​ ___
Velocidade = __ 28  ​ = 70 cm/s ou 0,7 m/s.
T 0,4

multimídia: sites
www.sofisica.com.br/conteudos/Ondulato-
ria/Ondas/classificacao.php
brasilescola.uol.com.br/fisica/ondas.htm
www.infoescola.com/fisica/ondulatoria-on-
das/
mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/on-
das-2.htm
mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/on-
dulatoria.htm

79
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físi-
17 cas, químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.

A matemática é uma forma de linguagem das ciências da natureza e é uma ferramenta para cientistas descreverem e
explicarem fenômenos físicos.

Modelo
(Enem) A radiação ultravioleta (UV) é dividida, de acordo com três faixas de frequência, em UV-A, UV-B e UV-C, con-
forme a figura.

Para selecionar um filtro solar que apresente absorção máxima na faixa UV-B, uma pessoa analisou os espectros de
absorção da radiação UV de cinco filtros solares:

Considere: velocidade da luz = 3,0 × 108 m/s e 1 nm = 1,0 × 10–9 m/s


O filtro solar que a pessoa deve selecionar é o:
a) V.
b) IV.
c) III.
d) II.
e) I.

80
Análise expositiva - Habilidade 7: Questão muito bem elaborada pela banca. Cabia ao aluno saber aplicar a
B equação fundamental da onda para calcular os comprimentos de onda e interpretar o resultado ao retornar ao gráfico,
escolhendo a alternativa correta.
Usando a equação fundamental da ondulatória, calculam-se os comprimentos de ondas mínimo e máximo para a
faixa UV-B.

Assim: (291 < UV-B < 321) nm


Nessa faixa, a curva de maior absorção corresponde ao filtro IV.
Alternativa B

81
DIAGRAMA DE IDEIAS

PERTURBAÇÕES QUE
ONDAS
SE PROPAGAM

MECÂNICA

NATUREZA

ELETROMAGNÉTICA

UNIDIMENSIONAL

DIREÇÃO DE
BIDIMENSIONAL
PROPAGAÇÃO

TRIDIMENSIONAL

TRANSVERSAL
DIREÇÃO DE
VIBRAÇÃO
LONGITUDINAL

DEPENDE DO MEIO
VELOCIDADE
DE PROPAGAÇÃO

FREQUÊNCIA DEPENDE DA FONTE

ONDAS EQUAÇÃO DA ONDA


PERIÓDICAS HARMÔNICA

82
AULAS Fenômenos ondulatórios
39 e 40
Competências: 1, 2, 5 e 6 Habilidades: 1, 6, 17 e 22

1. Frente de onda
Uma perturbação em um meio material se propaga para
outros pontos desse meio. Um exemplo bastante simples
é a perturbação gerada na superfície de um lago pelo lan-
çamento de uma pedra. Nesse caso, a propagação tem
origem no ponto de impacto da pedra no lago. À medida
que essas ondas se propagam, elas se afastam da fonte
de modo concêntrico. Por convenção, pode-se considerar
a crista de uma dessas ondas circulares como uma frente
de onda que se desloca radialmente. Assim, o conjunto dos multimídia: vídeo
pontos localizados na crista dessa onda é considerado uma
frente de onda. Fonte: Youtube
Cuba de Ondas

2. Princípio de Huygens
O holandês Christian Huygens (1629-1695) propôs uma
teoria ondulatória para explicar os fenômenos luminosos
Ondas circulares geradas por uma pedra lançada na água.
nos primórdios do estudo moderno da Óptica. Um resulta-
do do seu modelo é que a luz tem a velocidade reduzida
A velocidade de movimento da crista, ou da frente de onda, em meios mais densos.
é a velocidade de propagação da onda. Se a trajetória for
acompanhada de certo ponto dessa frente de onda, será Huygens formulou um princípio para descrever a propaga-
ção das ondas. Esse princípio estabelece que cada ponto
possível observar que ela descreverá uma reta radial. Essa
da frente de onda, em certo instante, age como uma fonte
reta é justamente a trajetória que auxilia na definição de
pertubadora e gera novas ondas, transferindo a energia
raio de onda, como os raios de luz estudados em Óptica.
aos pontos vizinhos.
A direção de propagação da onda é dada pelos raios de
onda e também são perpendiculares às frentes de onda O princípio de Huygens pode ser enunciado da seguinte
em cada ponto. maneira:
Se uma pessoa bate periodicamente com uma régua na
superfície de uma piscina calma, é possível produzir frentes Cada ponto de uma frente de onda, em determinado
de ondas lineares. Desse modo, criam-se ondas retas, cujas instante, é fonte de ondas secundárias que têm carac-
frentes de ondas serão segmentos de reta. terísticas iguais às da onda inicial.

Esse princípio tem as seguintes consequências:


§ A frente de onda posterior A’B’ é resultante das ondas
secundárias criadas pelas fontes, também secundárias,
1, 2, 3, 4 e 5.
§ O comprimento de onda † é a distância entre duas
frentes de ondas consecutivas.

83
§ A direção de propagação da onda, representada pelo raio de onda, é sempre perpendicular à frente de onda.

3. Reflexão de ondas
Um modo de perceber a reflexão de ondas é observar as ondas produzidas pelos banhistas em uma piscina. Ao atingir a
borda da piscina, as ondas continuam se propagando em outro sentido, ou seja, são refletidas, mas mantêm suas caracterís-
ticas. Assim, quando ondas provenientes de uma fonte encontram um obstáculo plano que não absorve sua energia, ocorre
uma mudança de sentido de propagação denominada reflexão, mantendo-se constante sua velocidade. A reflexão ocorre,
por exemplo, quando a luz atinge um espelho plano.

A figura a seguir representa a reflexão de ondas retas por um obstáculo plano.

Representação da reflexão de ondas, com os segmentos da reta paralelos às frentes de onda.

AI: raio de onda incidente


IB: raio de onda refletido
NI: reta normal ao ponto de incidência
i: ângulo de incidência
r: ângulo de reflexão
†: comprimento de onda
A reflexão de ondas obedece a duas leis:
1. O raio incidente, o raio refletido e a normal são coplanares.
2. Os ângulos de incidência e reflexão são iguais (i = r).

84
A partir dessas leis, pode-se determinar as duas proprieda- IB: raio de onda refratado
des da reflexão: NI: normal
i: ângulo de incidência
1. A frequência, a velocidade e o comprimento de onda
r: ângulo de refração
não variam na reflexão.
†1: comprimento de onda no meio (1)
2. Na reflexão, a fase pode ou não variar. †2: comprimento de onda no meio (2)
O raio da onda incidente (AI), que se propaga no meio 1
com velocidade v1, depois de incidir na superfície S e sofrer
refração, passa a se propagar no meio 2 com velocidade v2.
Leis da refração:
1. Os raios de onda incidente e refratados e a normal são
coplanares.
2. Lei de Snell-Descartes:
n1 · sen i = n2 · sen r
Essa relação é uma constatação experimental de que o
multimídia: vídeo seno do ângulo da onda incidente e o seno do ângulo da
Fonte: Youtube onda refratada possuem uma relação direta com as velo-
Ondulatória - Fenômenos ondulatórios: A cidades nos meios (1) e (2). A constante n é o índice de
Reflexão refração do meio.

4. Refração de ondas
Em um meio homogêneo, um onda sempre tem a mesma
velocidade, a mesma frequência e o mesmo comprimento
de onda. Quando a onda atinge uma região em que as
características do meio são diferentes, a velocidade de pro-
pagação da onda se altera.
Como indicado na figura a seguir, considere que uma onda
esteja se propagando no meio 1 e incidindo na superfície S
que separa os meios 1 e 2. multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Tema 13 - Fenômenos Associados a Propa-
gação Ondulatória | Experimentos - Cuba
de ondas: refração

As leis da refração permitem também definir duas proprie-


dades características:
§ A frequência e a fase não variam (na refração).
§ A velocidade de propagação e o comprimento de onda
variam na mesma proporção.
Para as ondas luminosas, o índice de refração n é defi-
nido como a razão entre a velocidade da luz no vácuo c e
a velocidade da luz v no meio em questão:
Representação da refração de ondas, com os segmentos de
reta paralelos indicando as frentes de onda (†† > †1).
n = _​ vc  ​
AI: raio de onda incidente

85
Para uma refração que ocorre em meios de índices de refra- Quando duas pessoas conversam separadas por um muro
ção n1 e n2, e de acordo com a relação de Snell-Descartes: alto, cada uma delas pode ouvir a outra falando do outro
lado, mesmo sem contato visual; isso ocorre por causa da
sen i 
____ n † v difração das ondas na borda do muro. Nesse caso, o som
​ sen  ​r = __
​ n2 ​  = ​  __1  ​ = __
​ v1 ​  
1 † 2 2 parece estar sendo emitido de cima do muro, e não do
local em que a pessoa se encontra.
Analisando essas equações, encontram-se as seguintes
relações: Para visualizar esse fenômeno, considere as ondas produ-
zidas na água:
Se n2 > n1 é †2 < †1 é v2 < v1 é r < i
Se n2 < n1 é †2 > †1 é v2 > v1 é r > i

Aplicação do conteúdo
1. A figura a seguir mostra uma onda luminosa repre-
sentada pelo raio de onda e que se propaga do meio 1
para o meio 2. Sabe-se que a velocidade de propaga-
ção da onda no meio 1 é v = 2,50 · 108 m/s, a frequên-
d
​ XX
3 ​ 
cia f1 = 5 · 1014 Hz, sen £2= ​  1
__  ​e sen £ = ​ ___
 ​ . Determine o Difração de ondas ao contornar o barco.
2 1
2
comprimento de onda no meio 2.

Difração de ondas ao atravessar uma fenda estreita.

Resolução: § Considere uma fonte F emitindo, em um tanque de


Aplicando a Lei de Snell-Descartes água, ondas retas que atingem um obstáculo. Ao che-
garem ao obstáculo, as ondas o contornam, sofrendo
sen £1 · n1 = sen £2 · n2 um desvio de propagação.
sen £1 · __ c c
__
v​  1  ​ = sen £2 · v​  2  ​  § Considere a fonte F, por exemplo, uma régua percu-
sen £1 _____
_____ sen £2 tindo levemente a superfície da água, emitindo on-
​   ​  = ​   ​  das retas que atingem a fenda (abertura) entre dois
†1 · f1 †2 · f2
obstáculos. Se a largura da fenda for menor ou igual
Como na refração a frequência não se altera:
ao comprimento da onda incidente, ela contornará
f1 = f2 e †1 = __ ​ v  ​ o obstáculo. Caso contrário, o contorno será pouco
f1
Assim: perceptível.
dXX
sen £1 _____ sen £2 _______ ​  ​ 3 ​ ​   
___ ​ 1 ​ 
__
_____
​   ​  
= ​  é ​ 
 ​   2   ​ = 2
__
 ​    ​  é †2 = 2,88 · 10-7 m
†1 · f1 †2 · f2 _______ 2,5 · 108 †2
​   ​ 

5 · 1014

5. Difração
Como foi visto, as ondas se propagam sempre em linha
reta nos meios homogêneos. Em determinadas circunstân-
cias, as ondas contornam bordas de aberturas e obstáculos.
Esse encurvamento das ondas é denominado difração.
Para que a difração ocorra, é preciso que as bordas de
obstáculos e de aberturas (fendas) tenham dimensão da
ordem de grandeza do comprimento de ondas.

86
d≤λ

6. Polarização
Qual é a função de uma lente polaroide? A seguir, será estudada a polarização das ondas transversais. Em seguida, será
analisado o papel das polaroides.
Considere novamente o caso simples de uma onda em uma corda gerada pela oscilação dos braços de uma pessoa. Se o
movimento realizado pela pessoa for um movimento vibratório em apenas uma direção, perpendicular ao eixo da corda,
movendo-a verticalmente para cima e para baixo, por exemplo, as partículas da corda vibrarão perpendicularmente à direção
de propagação da onda. Essa onda é denominada onda polarizada. Assim, polarizar uma onda significa que a vibração
estará orientada em uma única direção ou plano.

direção direção
de vibração de vibração

Uma situação diferente ocorre quando as ondas são produzidas pela vibração da corda em direções diferentes: na vertical,
em seguida na diagonal, depois na horizontal, depois em outra diagonal, e assim por diante. Nesse caso, a onda produzida
não é polarizada, pois não possui uma direção de vibração definida.
A polarização das ondas é realizada por dispositivos denominados polarizadores. As lentes polaroides de óculos ou de má-
quinas fotográficas são dispositivos polarizadores, utilizadas para polarizar as luzes emitidas pelo Sol e pelas lâmpadas, que
não são polarizadas.
Uma onda não polarizada, ao atravessar um meio em que as partículas possam vibrar somente numa direção, sofre uma
espécie de filtragem, que faz com que apenas as ondas que vibrem nessa direção privilegiada atravessem esse meio. Como
resultado desse processo, a onda incidente, inicialmente não polarizada, passa a ser uma onda polarizada.

y
y
z
z

x
x Polarização horizontal
Polarização vertical

Ao se colocar dois polaroides alinhados, de tal modo que um permita a vibração na direção vertical, e o outro, na direção
horizontal, não ocorre a passagem da luz. O conjunto dos dois polaroides se comporta como um meio opaco.

87
A superposição também ocorre se os deslocamentos verti-
cais forem invertidos, conforme a figura a seguir:

a₁
P

a a = a₁ - a₂

a₂
a₁

Durante a superposição, a amplitude equivalente será a sub-


tração algébrica das amplitudes individuais das duas ondas.

8. Interferência de
A orientação dos polarizadores parcialmente sobrepostos
determina a intensidade da luz que os atravessa. ondas bidimensionais
Quando duas fontes geram perturbações simultâneas de
7. Princípio da superposição mesma frequência, por exemplo, na superfície de um líqui-
do inicialmente em repouso, provocam ondulações que se
Observe a figura mostrando dois pulsos se propagando em propagam e se encontram em muitos pontos.
sentidos opostos. Ao se encontrarem, os pulsos se unem e,
Nas regiões em que ocorrem o encontro dos picos das on-
durante o intervalo de tempo em que os pulsos se cruzam,
das, ocorre interferência construtiva e a amplitude da onda
a forma do pulso na corda é determinado pelo príncipio
resultante nessas regiões aumenta. Quando uma crista se
de superposição.
sobrepõe a uma depressão de outra ondulação em um
“A perturbação resultante é a soma das perturbações ponto de encontro das ondas, a interferência é destrutiva
individuais de cada onda.” e a amplitude é mínima, podendo inclusive ser nula.
Depois de ocorrer o cruzamento, os pulsos voltam à sua
configuração inicial. Essa característica é denominada in-
dependência das ondas.

pulsos de onda não sofrem a superposição

Interferência de ondas na superfície de um líquido.


pulsos de ondas superpostos Esses dois tipos de interferência, que podem ocorrer no
encontro das ondas, estão representados no diagrama da
figura a seguir. As duas fontes, F1 e F2, oscilando em fase
e simultaneamente, produzem ondas na superfície em re-
pouso da água, com amplitude e frequência iguais, e pul-
pulsos de ondas após superposição sos circulares que se propagam pela superfície.
Observe na figura anterior que as ondas 1 e 2, ao se deslo- As cristas das ondas são representadas pelas circunferên-
carem, acabam de se superpor, e o resultado é que apenas cias de linhas cheias, e as linhas tracejadas representam
um pulso de amplitude equivalente à soma algébrica das os vales. Quando ocorre a superposição de duas cristas
amplitudes individuais das ondas 1 e 2 existe. Depois da ou de dois vales, tem-se a interferência construtiva. A su-
superposição, ambas as ondas continuam o seu movimen- perposição de uma crista com um vale origina uma inter-
to, como se nada tivesse acontecido. ferência destrutiva.

88
Os pontos escuros (pintados) representam regiões em que as ondas se reforçam positivamente (encontro de duas cristas) e
negativamente (encontro de dois vales). Nos pontos vazados, quando uma crista e um vale se encontram, a vibração resul-
tante é nula.
linhas de
linhas de interferência
interferência construtiva
destrutiva
N₃ N₂ N₁ N₁ V₁
V N₃
V₂
V₂
N₃
N₃

crista

vale

F₁ F₂

Quando os pontos de interferência construtiva são unidos ao longo de uma linha, encontram-se as linhas ventrais (V, V1, V2,
...). As linhas nodais são as linhas formadas pelos pontos de interferência destrutiva (N1, N2, N3 ...).
Para qualquer ponto V de uma linha ventral, o valor absoluto da diferença das distâncias entre esse ponto e as fontes emis-
soras F1 e F2 é nulo, ou um múltiplo inteiro par de meio comprimento de onda.

Nota:
No caso em que os fatores estejam em oposição de fase,
tem-se:
§ Para qualquer ponto V de uma linha ventral, o valor ab-
soluto da diferença das distâncias entre esse ponto e as
fontes emissoras F1 e F2 é nulo, ou um múltiplo inteiro
par de meio comprimento de onda, sendo tais pontos
de interferência destrutiva.

(  )
​ λ ​  ​ (n = 0, 2, 4, 6, ...)
Δd = n ​__
2
∆d = |d2 – d1| Para qualquer ponto N, o valor absoluto das distâncias en-
No caso em que os fatores estejam em concordância de tre as fontes emissoras F1 e F2 é um múltiplo ímpar de meio
fase, tem-se: comprimento de onda, sendo tais pontos de interferência
construtiva.
§ Para qualquer ponto V de uma linha ventral, o valor ab-
soluto da diferença das distâncias entre esse ponto e as
fontes emissoras F1 e F2 é nulo, ou um múltiplo inteiro
(  )
Δd = n ​__​ λ ​  ​(n = 1, 3, 5, 7, ...)
2

par de meio comprimento de onda, sendo tais pontos


de interferência construtiva. 9. Experiência de Young
A experiência da dupla fenda consiste em deixar que a luz

(  )
​  † ​    ​    (n = 0, 2, 4, 6, ...)
∆d = n ​ __
2
visível sofra difração em duas fendas. Os padrões de inter-
ferência mostram regiões claras e escuras que correspon-
dem aos locais em que as ondas luminosas interferiram
§ Para qualquer ponto N, o valor absoluto das distâncias entre si, construtiva e destrutivamente.
entre as fontes emissoras F1 e F2 é um múltiplo ímpar
de meio comprimento de onda, sendo tais pontos de
interferência destrutiva.

(  )
​  † ​    ​    (n = 1, 3, 5, 7, ...)
∆d = n ​ __
2

89
A luz penetra pelo obstáculo A, que só possui uma fenda
S0, produzindo uma nova onda circular que, por sua vez, 10. Interferência em
chega ao obstáculo B, que possui duas fendas S1 e S2, so-
frendo uma outra difração e produzindo duas novas ondas,
lâminas delgadas
que irão se sobrepor, produzindo interferência construtiva Em lâminas delgadas, é possível observar figuras de in-
e destrutiva. terferência luminosa devido à superposição de ondas que
atravessam as lâminas e ondas que foram refletidas nas
As ondas que partiram das fendas S1 e S2 e atingiram o
faces da lâmina.
anteparo C descrevem trajetórias que:
A figura a seguir mostra uma lâmina de espessura d co-
§ são iguais ou diferem por um número par de meios
locada no ar, onde se incide uma luz monocromática de
comprimentos de ondas, determinam franjas claras,
comprimento de onda λ. No ponto P, dois raios luminosos
ou seja, ocorrendo interferência construtiva;
se sobrepõem, o raio 1, que penetrou na lâmina e sofre
(  ​ 2λ ​,  ___
​ 0, ___
2 2 2
​ 4λ ​,  ____ )
​ 6λ ​,... 
   ​ reflexão na segunda face dela, e o raio 2, que sofre reflexão
na primeira face.
§ são iguais ou diferem por um número ímpar de meios
comprimentos de ondas e determinam franjas escu- 1
ras, ou seja, ocorrendo interferência destrutiva. Ar Vidro Ar
​___( 
​ 1λ ​,  ___
2, 2 2
​ 3λ ​,  ___ )
​ 5λ ​,... 
   ​ 2

P
Observador
2
1
d

O raio 2 sofreu reflexão na primeira face da lâmina; como


passava do meio menos refringente para o meio mais refrin-
A experiência de Young permite determinar o comprimento gente, houve inversão de face. Considerando que os raios
de onda da luz utilizada. Observe a figura a seguir: sejam quase perpendiculares, a diferença de caminhos Δ é
igual ao dobro da espessura da lâmina. Assim, tem-se:
P

S1 λ   ​,  sendo n = 0, 2, 4, 6,...


D = 2d = n​ __
Y 2
θ θ haverá interferência destrutiva (franja escura).
SO d C
O λ   ​,  sendo i = 1, 3, 5, 7,...
D D = 2d = i​ __
∆ 2
S2 haverá interferência construtiva (franja clara).
L

Na figura a seguir, observa-se a situação em que ocorre


Seja d a distância entre as fendas S1 e S2, L a distância entre interferência por transmissão. Novamente, uma lâmina de
as fendas e o anteparo e y a distância entre o ponto P e a espessura d é colocada no ar, onde se incide uma monocro-
franja central em O. mática de comprimento de onda λ.
Ocorrerá interferência construtiva e serão vistas franjas cla- 3
ras quando D = nλ/2, com n sendo par; e interferência Ar Vidro Ar
destrutiva e serão vistas franjas escuras quando D = iλ/2 , 4
com i sendo ímpar.
Q
Matematicamente, é possível se provar que:
Observador
d.y 3
D = ​ ____
 ​    d 4
L

90
Os raios luminosos 3 e 4 atravessam a lâmina, sendo que Qualquer material tem uma ou mais frequência natural de
o raio 3 penetra a lâmina na primeira face, onde ocorre vibração. Os rádios receptores de FM e AM, a partir de cir-
uma refração e, depois, na segunda face, em que ocorre re- cuitos elétricos específicos, permitem o ajuste das frequên-
flexão; em seguida, retorna à primeira face, onde também cias. Desse modo, ao selecionar uma estação de rádio, esse
ocorre reflexão, e sai pela segunda face. O raio 4 penetra circuito está sendo ajustado para oscilar na mesma frequ-
na primeira face, em que ocorre refração, e sai pela segun- ência da estação de rádio que emitiu o sinal. As pilhas ou a
da face. Não há inversão de face para nenhum dos raios; rede elétrica ampliam o sinal sintonizado que é enviado
logo, eles estão em concordância de face. Sendo assim: aos alto-falantes, que são postos a vibrar, gerando o som.
Na ressonância, tem-se um processo de transferência de
​ λ ​,  sendo n = 0, 2, 4, 6,...
D = 2d = n __ energia entre uma fonte e um sistema receptor. Essa trans-
2
haverá interferência construtiva (franja clara).
ferência de energia é máxima quando a fonte emite ondas
numa das frequências naturais de oscilação do receptor.
​ λ ​,  sendo i = 1, 3, 5, 7,...
D = 2d = i __
2 A ressonância é um fenômeno que pode ser desastroso
haverá interferência destrutiva (franja escura). se não for controlado, como ocorre em abalos sísmicos
(terremotos) de grande intensidade. Por outro lado, o co-
nhecimento do fenômeno permite o desenvolvimento de
aparelhos para ouvir rádio, falar ao telefone, afinar instru-
mentos musicais, fazer exames médicos (ressonância mag-
nética) e aquecer alimentos num forno de micro-ondas, por
exemplo.

Aplicação do conteúdo
1. As fontes, F1 e F2, da figura, em concordância de face,
emitem sinais que são detectados no ponto P.
Determine o maior valor do comprimento de onda das
fontes para que o ponto P seja:
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
A acústica do Anfiteatro da Quebrada das
Conchas

11. Ressonância
O conceito de ressonância pode ser compreendido a partir
de um exemplo: se uma criança, sentada num balanço, es-
tender as pernas quando o balanço se mover para a frente e
encolher as pernas quando o balanço se mover para trás, mas
de modo que esses movimentos ocorram numa frequência
a) um ponto máximo de interferência;
que coincida com a frequência natural do balanço, a ampli-
b) um ponto mínimo de interferência.
tude do movimento da criança no balanço aumentará. Nesse
situação, o sistema balanço-criança entra em ressonância. Resolução:
a) Sendo d2 = 8 m e d1 = 10 m, deve-se aplicar o
teorema de Pitágoras no triângulo F1PF2 e determinar
Dd.
∆d = 2 m.
Na expressão ∆d = n · __ ​ † ​ ,  se n for um número par, a
2
interferência será construtiva e P, um ponto de máxi-
mo. Como d1 > d2, n = 2 corresponde ao menor nú-
mero par diferente de zero para o maior valor de †.
A amplitude do movimento no balanço aumenta quando
o sistema balanço-criança entra em ressonância. ​ † ​  ä 2 = 2 · __
∆d = n · __ ​ † ​  ä † = 2 m
2 2

91
b) Se n for ímpar, a interferência será destrutiva e P,
um ponto de mínimo. N = 1 corresponde ao menor
número ímpar para o maior valor de †.

​ † ​  ä 2 = 1 · __
∆d = n · __ ​ † ​  ä † = 4 m
2 2
2. (Enem) Para obter a posição de um telefone celular,
a polícia baseia-se em informações do tempo de res-
posta do aparelho em relação às torres de celular da
região de onde se originou a ligação. Em uma região,
um aparelho está na área de cobertura de cinco torres, Com duas antenas, o aparelho pode estar em qualquer um
conforme o esquema.
dos pontos P1 ou P2.

Considerando que as torres e o celular são puntiformes,


e que estão sob o mesmo plano, qual o número mínimo
de torres necessárias para se localizar a posição do te-
lefone celular que originou a ligação? Com três antenas, o aparelho somente pode estar em P1.
a) Uma Alternativa C
b) Duas
3. (PUC-SP)
c) Três
d) Quatro
e) Cinco
Resolução:
Sendo c a velocidade de propagação da onda, o tempo de
resposta é dado pela distância da torre até o ponto onde
se encontra o telefone celular.
Dt = __v​ c ​ 
Cruzando as informações obtidas através desses tempos,
As Nações Unidas declararam 2015 como o ano inter-
identifica-se a posição correta do aparelho. Vejamos num nacional da luz e das tecnologias baseadas em luz. O
esquema. Ano Internacional da Luz ajudará na divulgação da im-
portância de tecnologias ópticas e da luz em nossa vida
cotidiana. A luz visível é uma onda eletromagnética,
que se situa entre a radiação infravermelha e a radiação
ultravioleta, cujo comprimento de onda está compreen-
dido num determinado intervalo dentro do qual o olho
humano é a ela sensível. Toda radiação eletromagnética,
incluindo a luz visível, se propaga no vácuo a uma velo-
cidade constante, comumente chamada de velocidade
da luz, contituindo-se, assim, numa importante constan-
te da Física. No entanto, quando essa radiação deixa o
vácuo e penetra, por exemplo, na atmosfera terrestre,
essa radiação sofre variação em sua velocidade de pro-
Com apenas uma antena, o aparelho pode estar em qual- pagação e essa variação depende do comprimento de
quer ponto P da circunferência. onda da radiação incidente. Dependendo do ângulo em

92
que se dá essa incidência na atmosfera, a radiação pode Resolução:
sofrer, também, mudança em sua direção de propaga-
ção. Essa mudança na velocidade de propagação da luz, Justificando as afirmativas incorretas:
ao passar do vácuo para a camada gasosa da atmosfera I. A frequência depende somente da fonte do feixe lumino-
terrestre, é um fenômeno óptico conhecido como:
so. Quando um feixe passa de um meio para outro (refra-
a) interferência. ção), a fonte é a mesma e, por isso, a frequência permane-
b) polarização. ce constante.
c) refração.
d) absorção. III. O fenômeno da dispersão ocorre exatamente quando
e) difração. a velocidade de propagação de um meio depende da fre-
quência.
Resolução:
As afirmativas II e IV estão corretas; portanto, a resposta
O fenômeno que ocorre quando a luz passa de um meio é a B.
para outro é chamado de refração.
Alternativa B
Alternativa C
4. (UFPR) Considere as seguintes afirmativas relaciona-
das aos fenômenos que ocorrem com um feixe lumino-
so ao incidir em superfícies espelhadas ou ao passar de
um meio transparente para outro:
I. Quando um feixe luminoso passa do ar para a água, a
sua frequência é alterada.
II. Um feixe luminoso pode sofrer uma reflexão interna
total, quando atingir um meio com índice de refração
menor do que o índice de refração do meio em que ele
está se propagando.
III. O fenômeno da dispersão ocorre em razão da inde-
pendência entre a velocidade da onda e sua frequência. multimídia: sites
IV. O princípio de Huygens permite explicar os fenôme-
nos da reflexão e da refração das ondas luminosas.
www.coladaweb.com/fisica/ondas/fenom-
Assinale a alternativa correta. enos-ondulatorios
a) Somente a afirmativa I é verdadeira. www.sofisica.com.br/conteudos/Ondulato-
b) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras. ria/Ondas/reflexao.php
c) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras. educacao.globo.com/fisica/assunto/ondas-
d) Somente as afirmativas I, II e IV são verdadeiras. e-luz/fenomenos-ondulatorios.html
e) Somente as afirmativas II, III e IV são verdadeiras.

93
VIVENCIANDO

A ressonância já foi responsável pela queda de algumas pontes, como ocorreu no caso da ponte de Tacoma, nos EUA.
Ela também está presente no aparelho de micro-ondas, que, por sua vez, funciona na frequência natural da água. Por
esse motivo, ele esquenta tudo que possui água em sua composição.

Ponte de Tacoma

A polarização é utilizada, por exemplo, no cinemas 3D, em que são usados óculos que filtram a luz refletida da tela,
mas que, na verdade, são de duas imagens produzidas com um pequeno ângulo de diferença.

94
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidades
Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos
1 em diferentes contextos.

É muito importante que o aluno saiba ser crítico a ponto de reconhecer em diversas ocasiões do cotidiano os diversos
fenômenos físicos aprendidos em sala de aula.

Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físi-
17 cas, químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.

A matemática é uma forma de linguagem das ciências da natureza e é uma ferramenta para cientistas descreverem e
explicarem fenômenos físicos.

Modelo 1
(Enem) Certos tipos de superfícies na natureza podem refletir luz de forma a gerar um efeito de arco-íris. Essa
característica é conhecida como iridescência e ocorre por causa do fenômeno da interferência de película fina.
A figura ilustra o esquema de uma fina camada iridescente de óleo sobre uma poça d’água. Parte do feixe de luz
branca incidente (1) reflete na interface ar/óleo e sofre inversão de fase (2), o que equivale a uma mudança de meio
comprimento de onda. A parte refratada do feixe (3) incide na interface óleo/água e sofre reflexão sem inversão de
fase (4). O observador indicado enxergará aquela região do filme com coloração equivalente à do comprimento de
onda que sofre interferência completamente construtiva entre os raios (2) e (5), mas essa condição só é possível
para uma espessura mínima da película. Considere que o caminho percorrido em (3) e (4) corresponde ao dobro da
espessura E da película de óleo.
Expressa em termos do comprimento de onda (λ), a espessura mínima é igual a:

a) λ/4.
b) λ/2.
c) 3λ/4.
d) λ.
e) 2λ.

95
Análise expositiva - Habilidade 1: Excelente questão elaborada pela banca. O aluno deve saber interpretar um
A problema e reparar a presença de reflexão e interferência de ondas com inversão de fase.
A diferença entre os caminhos percorridos pelos dois raios que atingem o olho do observador é ∆x = 2E.
Como há inversão de fase numa das reflexões, a interferência ocorre com inversão de fase. Assim, a diferença de
(  )
​ λ ​ ​.
caminhos deve ser igual a um número ímpar (i) de semiondas ​ __
2
Então:
 λ​  (i = 1, 3, 5, 7, ...) = 2E
∆x = 1​__
2
Como o enunciado pede a espessura mínima, i = 1. Assim:
λ  ​ ⇒ E = __
2Emín = 1​ __ ​  λ  ​.
2 mín 4
Alternativa A

Modelo 2
(Enem) Ao sintonizarmos uma estação de rádio ou um canal de TV em um aparelho, estamos alterando algumas ca-
racterísticas elétricas de seu circuito receptor. Das inúmeras ondas eletromagnéticas que chegam simultaneamente
ao receptor, somente aquelas que oscilam com determinada frequência resultarão em máxima absorção de energia.
O fenômeno descrito é a:
a) difração;
b) refração;
c) polarização;
d) interferência;
e) ressonância.

Análise expositiva - Habilidade 17: Essa é uma típica questão da banca do Enem. Nela, é apresentada uma
E situação do cotidiano do estudante e cabe a ele saber a qual fenômeno ondulatório o caso descrito se refere.
Para ocorrer máxima absorção de energia, o circuito receptor deve oscilar com a mesma frequência das ondas emiti-
das pela fonte, a estação de rádio ou o canal de TV. Isso caracteriza o fenômeno da ressonância ​.
Alternativa E

96
DIAGRAMA DE IDEIAS

FENÔMENOS
ONDULATÓRIOS

CONJUNTO DE PONTOS
FRENTE DE ONDA
LOCALIZADOS NA CRISTA

PRINCÍPIO DE PONTO DE UMA FONTE


HUYGENS FRENTE DE ONDA SENCUNDÁRIA

REFLEXÃO i=r

seni λ1 v1
REFRAÇÃO ——— = —— = ——
senr λ2 v2

MUDANÇA CONTORNO DE
DIFRAÇÃO
NA FORMA OBSTÁCULOS

APENAS EM ONDAS VIBRAÇÃO


POLARIZAÇÃO
TRANSVERSAIS ORIENTADA

PRINCÍPIO DE
PULSOS
SUPERPOSIÇÃO

CONSTRUTIVA

INTERFERÊNCIA
DESTRUTIVA

EXPERIMENTO DE YOUNG
RESSONÂNCIA

LÂMINA DE FACES
PARALELAS
FREQUÊNCIAS IGUAIS

97
AULAS Acústica
41 e 42
Competências: 1, 2, 5 e 6 Habilidades: 1, 6, 17 e 22

1. Introdução
Por meio dos sentidos, o ser humano está em contato com
todo o ambiente ao seu redor. Um dos sentidos, em espe-
cial, será o tema do estudo a seguir: a audição. A audição
permite reconhecer os sons e obter um grande número de
informações sobre o meio circundante.

Ao vibrar para a direita, o deslocamento da lâmina com-


prime o ar nessa região, criando uma camada de alta
pressão e transferindo-lhe energia, que tende a se pro-
pagar. Nesse momento, na região à esquerda da lâmina,
por causa da forte rarefação produzida pela lâmina, o ar
fica com baixa pressão. Essa rarefação também tende a
Apresentações musicais exigem boas condições acústicas.
se propagar, pois, para produzi-la, também foi necessária
uma parte da energia de movimento da lâmina. Quando
a lâmina oscila para o sentido contrário, essas regiões de
ar vão se comprimindo e rarefazendo simetricamente.
Como a lâmina oscila rapidamente, esse fenômeno é repe-
tido a cada ciclo do movimento da lâmina, muitas vezes a
cada segundo. Assim, essas regiões sucessivas de compres-
são e rarefação do ar, ao se propagarem em todas as dire-
ções do espaço ao redor, produzem o som característico da
lâmina oscilante. Devido ao modo natural de vibração de
cada lâmina, o som produzido é bem característico.
Ondas sonoras acompanham os batimentos cardíacos.

A seguir, serão estudados o modo como o som é produzido


e propagado e os fenômenos sonoros. Esse ramo de estudo
da Física ondulatória é denominado Acústica.

2. Produção do som
A figura representa uma lâmina muito fina de aço com
uma das extremidades fixada em um suporte. A patir desse O diapasão, instrumento de afinação dos instrumentos
exemplo, será possível compreender a natureza do som e musicais, funciona de acordo com esse princípio. O som
como ele é produzido. Se essa lâmina for colocada para produzido pelo diapasão, por ser ajustado na sua constru-
vibrar rapidamente, um som sibilante será produzido. ção, é a base para a comparação das notas ao ser usado

98
para afinar outros instrumentos musicais. Além disso, esse
mesmo princípio de funcionamento explica o modo como
3.1. Altura ou tom
o som é produzido pelas nossas pregas vocais, que são A altura, ou tom, permite qualificar os sons em graves e
membranas que oscilam com a passagem do ar. agudos. Quanto mais grave, mais baixo é o som. Em geral,
é chamado de tom grosso. Como exemplo, os sons graves
É importante registrar que o som é uma onda e, como
são produzidos pelas tubas ou pelos baixos e contrabaixos
tal, transmite energia sem transportar matéria. Assim,
de um coral. Os sons agudos são os sons altos, chamados
as ondas sonoras não são ondas no ar que se propa-
de tom fino. Exemplos de sons agudos são aqueles produ-
gam até as membranas timpânicas. Afinal, não existem
zidos por violinos e guitarras, ou por tenores e contraltos
“ventos sonoros” nas membranas. São as regiões de
em óperas e corais.
compressão e de rarefação que se propagam, ou seja,
a compressão e a rarefação do ar se deslocam no meio
material.

2.1. Propagação do som


Por serem ondas mecânicas, os sons não se propagam
no vácuo. Em geral, os sólidos transmitem o som melhor
do que os líquidos, que, por sua vez, transmitem o som
melhor do que os gases. Essa diferença ocorre porque Guitarra elétrica
as partículas no sólido estão mais unidas (mais juntas),
o que permite que a energia da perturbação seja trans-
A altura do som está atrelada à sua frequência. Os
mitida mais eficazmente. Nos líquidos e nos gases, a
sons graves têm frequências menores, e os agudos,
distância entre as partículas é maior, além de estarem
frequências maiores.
soltas, o que resulta em uma dificuldade maior para a
propagação do som. Nos gases, a velocidade do som é
a menor de todas, pois a perturbação é transmitida com Quando uma pessoa emite um som agudo, ou alto, com
menor eficiência por causa das distâncias existentes en- sua voz, as pregas vocais dessa pessoa vibram com uma
tre as partículas. frequência alta. A frequência da voz masculina adulta, em
geral, varia entre 100 Hz e 200 Hz, e é considerada grave
A tabela a seguir apresenta a velocidade de propagação ou grossa. A voz feminina adulta emite sons, em geral, com
do som a 25 °C em alguns materiais. frequências de 200 Hz a 400 Hz, que costumam produzir
uma voz aguda ou fina.
Meio Velocidade (m/s)
Ar 346
3.2. Intensidade
Água 1.498
A intensidade é a característica que permite distinguir um
Vidro 4.540 som forte de um som fraco. A intensidade do som é maior
Alumínio 5.000 quando a amplitude de vibração da fonte sonora também
Ferro 5.200 é maior. Por exemplo, ao dedilhar levemente a corda de um
violão, o som é mais fraco do que ao dedilhar a corda com
mais força.
3. Qualidades do som
Os sons são próprios de cada pessoa, instrumento ou ob-
jeto. Além disso, uma mesma fonte sonora pode produzir
diversos sons, como as pregas vocais ou um violino. Por-
tanto, é possível classificar os sons segundo determinadas
características. Algumas dessas características podem ser
assim identificadas:
§ altura ou tom;
§ intensidade ou volume;
§ timbre.

99
A unidade de intensidade sonora é denominada bel (B), em
Um mesmo som (mesma frequência) é mais forte ou homenagem ao cientista britânico Graham Bell, o inven-
mais fraco em função das amplitudes (maiores ou me- tor do telefone. Em geral, é utilizado o submúltiplo decibel
nores) das oscilações. (dB). Nesse caso, a expressão fica:
d© = 10 log __ ​ I  ​ 
I0
Embora a intensidade do som dependa da amplitude de
vibração da fonte, deve-se considerar o fato de as ondas
sonoras transportarem energia de uma região do espaço
para outra. A energia transportada por uma onda sonora
pode ser descrita por meio da intensidade física (I),
definida como a quantidade de energia que atravessa
perpendicularmente uma superfície de área unitária em
uma unidade de tempo. De modo geral, tem-se:

​  E   ​  
I = _____ ​  P  ​
= __
A · ∆t A
​ E  ​ é a potência da fonte sonora.
E é a energia e P = __
∆t
A unidade de intensidade física no SI é: _____ ​  J   ​   ​  W  ​. 
ou ___ multimídia: vídeo
m2 · s m2
A intensidade do som varia com a distância r entre a fonte Fonte: Youtube
e um determinado ponto. Para as ondas tridimensionais Escala decibel
esféricas, a intensidade é inversamente proporcional ao
quadrado da distância entre o ponto considerado e a fonte
emissora. 3.3. Timbre
Os sons produzidos por fontes diferentes, mas de mesma
altura e de mesma intensidade, podem ser identificados e
diferenciados devido ao timbre. O timbre é, por analogia,
o “documento de identidade” dos instrumentos musicais.
A mesma nota, produzida por um piano ou por um violino,
pode ser distinguida porque produz sensações sonoras di-
ferentes, ou seja, timbres diferentes.
É possível identificar a voz de diferentes pessoas no telefone,
por exemplo, devido aos timbres diferentes. Essa diferença é
produzida pela forma da vibração das pregas vocais.
​  P   ​  
I = ____ O timbre depende da forma como ocorrem as vibrações na
4pr2
Existe uma intensidade física mínima (I0) ou limiar de fonte sonora, ou seja, do formato das ondas sonoras. São
audibilidade para cada frequência, que é de aproxima- poucas as fontes sonoras que produzem vibrações de ape-
damente 10– 12 W/m2. O som não é audível abaixo dessa nas uma frequência. Um exemplo já mencionado é o som
intensidade. Caso a intensidade física ultrapasse 1 W/m2, emitido por um diapasão, se percutido levemente.
a sensação auditiva é acompanhada de uma sensação do-
lorosa.
Como os intervalos dos valores de intensidade variam bas-
tante, são utilizados logaritmos e define-se intensidade
auditiva ou nível sonoro © de um som como:
​ I  ​ 
© = log __
I0
Em que: Diapasão

§ © = intensidade auditiva ou nível sonoro; Entretanto, os sons produzidos pela maioria dos instrumen-
tos musicais são misturas do som fundamental e uma sé-
§ I = intensidade física do som considerado;
rie de outros sons de maior frequência, denominados sons
§ I0 = limiar de audibilidade. harmônicos, que não são perfeitamente audíveis, por terem

100
intensidades menores que as do som fundamental. Contu-
do, são os sons harmônicos que ajudam a distinguir o som
fundamental. Assim, o som (a nota) emitido por um piano
ou por um violino é diferenciado (distinguido) por conta do
número e da intensidade dos harmônicos que acompanham
o som fundamental de cada instrumento. Essa diferença pro-
porciona timbres diferentes ao mesmo som fundamental.
A presença dos harmônicos, em quantidades e intensida-
des diferentes, determina formas variadas de ondas do
mesmo som (nota) emitido por um instrumento.
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
O que é Decibel (dB)? Usos e exemplos!

3.4. Escala musical


As notas musicais foram escolhidas por convenções em
função da harmonia dos diferentes instrumentos musicais
e, sobretudo, da sensibilidade e seletividade da audição hu-
mana. Afinal, não é qualquer frequência sonora (som) que
Ondas de mesma frequência emitidas por um agrada os ouvidos humanos.
diapasão, um violino e um piano.

Nota Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si

F (Hz) 261,7 293,7 329,7 349,2 392,0 440 493,9

f
Se duas frequências (f1 e f2) forem múltiplas de 2, ou seja, __
​  1 ​ = 2, a nota da segunda frequência (f2) será igual à nota da
f2
primeira frequência (f1), mas uma oitava acima. Apesar de serem a mesma nota musical, a altura das notas é diferente. Por
exemplo, a nota Lá (440 Hz) uma oitava acima tem 880 Hz.

Aplicação do conteúdo
1. O gráfico da figura indica, no eixo das ordenadas, a intensidade de uma fonte sonora, I, em watts por metro
quadrado (W/m2), e o correspondente nível de intensidade sonora, ©, em decibéis (dB), percebido, em média, pelo
ser humano. Em escala logarítmica, no eixo das abscissas, estão representadas as frequências do som emitido. São
indicados na figura o limiar da dor (linha superior) – acima dessa linha, o som causa dor e pode provocar danos ao
sistema auditivo das pessoas – e o limiar da audição (linha inferior) – abaixo dessa linha, a maioria das pessoas não
consegue ouvir o som emitido.

101
Supondo que você está assessorando o prefeito de sua o som resultante será reforçado. Nesse caso, apesar de a
cidade em questões ambientais. intensidade ser maior, o entendimento da palavra livro será
a) Qual o nível de intensidade máximo que pode prejudicado devido à superposição das diferentes sílabas.
ser tolerado pela municipalidade? Que faixa de No entanto, se a onda refletida chegar ao aparelho auditi-
frequências você recomendaria ser utilizada para dar vo da pessoa exatamente no limiar dos 0,10 s, haverá pro-
avisos sonoros que sejam ouvidos pela maior parte
longamento da sensação auditiva e ocorrerá a reverbera-
da população?
ção. A palavra livro será ouvida por mais 0,10 s, mas com
b) A relação entre a intensidade sonora, I, em W/m2, e o
nível de intensidade, ©, em dB, é © = 10log​ __I  ​ , em que I0 intensidade menor do que a do som direto, uma vez que a
I0 quantidade de energia será menor do que a da onda direta.
= 10–12 W/m2. Qual a intensidade de um som, em W/
m , para o nível de intensidade de 50 dB? Consultan-
2
A reverberação corresponde, então, à persistência do som
do o gráfico, você confirma o resultado que obteve? ouvido após cessar a emissão. Nos auditórios fechados (te-
Resolução: atros, salas de música, etc.), ocorrem múltiplas reflexões do
som nas paredes, no teto, no piso e mesmo na plateia pre-
a) Supondo que o nível de intensidade sonora má-
sente, o que pode reforçar e/ou prolongar os sons durante
ximo que pode ser “tolerado pela municipalidade”
refere-se ao limiar da dor, o valor correspondente é um pequeno intervalo de tempo, mesmo depois de termi-
120 dB (curva do limiar da dor). nada sua emissão. A reverberação excessiva, que prejudica
O gráfico fornecido também permite perceber que a a qualidade do som (ambiente “sem acústica”), é evitada
faixa de frequência na qual o limiar da audição é mais pela adaptação de placas de plástico acima da orquestra
baixo corresponde às frequências entre 2.000 Hz e ou do palco e mesmo no teto. As paredes também recebem
4.000 Hz. um tratamento específico, apresentando relevos e reves-
b) A partir da expressão fornecida, tem-se: timento particular, com materiais especiais (de tapeçaria)
​ I  ​,  para © = 50 dB e I0 = 10–12 ___
© = 10 · log __ ​  W2  ​  que absorvem parte da energia da onda, possibilitando um
I0 m
equilíbrio entre a absorção e a reverberação. As condições
Assim:
acústicas do ambiente não devem permitir reverberações
50 = 10 · log ____ ​  I–12 ​  W2  ​ 
   ​ ä I = 10– 7 ___
10 m que ultrapassem de um a dois segundos.
O valor encontrado para I está coerente com
os valores contidos no gráfico fornecido.

4. Fenômenos sonoros
A reflexão, a refração, a difração, a ressonância e a inter-
ferência são fenômenos que ocorrem com o som, que, por
ser um fenômeno ondulatório, obedece às mesmas leis e
condições obedecidas por qualquer tipo de onda. A po-
larização, no entanto, não ocorre, pois as ondas sonoras
são ondas longitudinais, e a polarização acontece somente
para as ondas transversais.
Dois fenômenos interessantes causados pela reflexão do
Na sala de concerto São Paulo, além do uso de materiais
som são a reverberação e o eco. A persistência auditiva que favorecem uma reverberação adequada e a absorção
humana, ou seja, o tempo necessário para ocorrer o acon- de sons indesejáveis, a altura do forro móvel do teto pode
ser modificada para melhorar a acústica do ambiente.
tecimento total do som no aparelho auditivo é, em média,
de 0,10 s. Assim, ao ouvir o som direto da fonte, o som se O eco é um fenômeno no qual o som direto e o som re-
extinguirá ao cabo de 0,10 s. Entretanto, caso um som re- fletido em algum obstáculo são captados separadamente.
fletido chegue ao ouvido antes desse tempo (∆t < 0,10 s), Por exemplo, uma pessoa pode produzir um som e ouvir
haverá um efeito de adição desse som com o som direto, e o eco se estiver localizada no mínimo a 17 m do ponto
a sensação auditiva será reforçada, dando uma percepção refletor. Essa distância mínima para a percepção dos dois
continuada em tempo e aumentada em intensidade. sons (direto e refletido) se deve ao intervalo de tempo igual
ou maior que 0,10 s. Nesse intervalo de tempo, a onda
Para exemplificar esse efeito, considere uma pessoa catan-
sonora percorre 34 m, 17 m na ida e 17 m na volta, pro-
do o som da palavra livro. Se, antes da extinção do som
pagando-se com velocidade de 340 m/s.
direto, o som refletido chegar ao ouvido da pessoa, haverá
mistura dos sons correspondentes – como da última sílaba O sonar, instrumento utilizado na navegação marítima, é
do som direto com a primeira sílaba do som refletido –, e um exemplo importante da aplicação do eco na medida da

102
profundidade dos oceanos e na localização de submarinos, Essa situação também ocorre na situação oposta, ou seja, se
de cardumes e de outros objetos nas profundezas do mar. o ouvinte estiver em movimento em relação à fonte sonora.

fonte sonora

O sonar emite e depois capta os ultrassons refletidos no fundo do mar.

5. Efeito Doppler
O efeito Doppler pode ser observado quando uma ambu-
lâncias com as sirenes ligadas passa velozmente. O som da λ'' < λ
sirene parece mais agudo quando a ambulância se aproxi- λ' > λ
ma e fica mais grave quando ela se afasta. Esse fenômeno
é causado pelo efeito Doppler.
Ao sair da fonte e chegar até certo ouvinte, ambos em re-
pouso (sem movimento relativo), a frequência do som não
se altera. Imagine que a fonte sonora emite ondas numa Nessa figura, a ambulância está se afastando
da moça e se aproximando do rapaz.
única frequência. Por exemplo, se uma sirene em repouso
em relação ao ouvinte toca a nota Ré, o ouvinte ouve a A relação entre a frequência emitida f pela fonte e a frequ-
nota Ré, pois a frequência com que as ondas sonoras o ência f’ captada pelo observador é dada pela relação:

(  )
alcançam é a mesma da fonte. Assim, as distâncias entre v±v
as cristas das ondas sonoras se mantêm constantes e, por- f’ = f · ​v_____
​  ± v 0 ​   ​
F
tanto, têm o mesmo comprimento de onda.
Em que:
v = velocidade na onda
vF = velocidade da fonte
v0 = velocidade do observador
f = frequência emitida pela fonte
f’ = frequência aparente recebida pelo observador
Observador Observador

À medida que a ambulância se afasta ou se aproxima, o som


da sirene chega ao ouvinte com frequências diferentes. Fonte Fonte

Entretanto, na situação em que a fonte sonora está se movi- + +


mentando em direção a um ouvinte, o comprimento da onda
sonora parece diminuir, e, ao ouvir o som da sirene que Ose O F F
aproxima, a frequência do som é maior do que a frequência
emitida pela fonte, ou seja, é ouvido um som mais agudo Na equação, aparece o sinal ±. Isso significa que, depen-
(som de maior altura), como uma nota Mi, por exemplo. dendo do caso, deve-se utilizar a soma ou a subtração.
Contudo, depois que a sirene se afastar, a pessoa ouvirá Para a manipulação correta da expressão,deve-se adotar
sons mais graves (som de menor altura), pois os comprimen- a convenção:
tos de onda se tornarão maiores, e as frequências, menores, § Se o observador se aproxima da fonte, utiliza-se +v0; se
aparentando que a sirene emite uma nota Dó, por exemplo. o observador se afasta da fonte, usa-se –v0.

103
§ Se a fonte se afasta do observador, utiliza-se +vF; se a Observe que a velocidade do carro (vf ), em m/s, é igual a 68.
fonte se aproxima do observador, usa-se –vF.
Alternativa A
A trajetória é orientada positivamente no sentido de O para F.
3. (UFPR) Foram geradas duas ondas sonoras em um de-
terminado ambiente, com frequências f1 e f2. Sabe-se
Aplicação do conteúdo que a frequência f2 era de 88 Hz. Percebeu-se que essas
duas ondas estavam interferindo entre si, provocando
1. Uma ambulância tem uma sirene que emite um som
o fenômeno acústico denominado “batimento”, cuja
com frequência f = 1.000 Hz. Um observador, em um
frequência era de 4 Hz. Com o uso de instrumentos ade-
automóvel, está nas proximidades da ambulância. Sa-
quados, verificou-se que o comprimento de onda para
be-se que a velocidade de propagação do som, no ar,
a frequência f2 era maior que o comprimento de onda
é de 340 m/s. Para cada um dos casos, calcule a fre-
para a frequência f1. Com base nessas informações, assi-
quência aparente percebida pelo observador no au-
nale a alternativa que apresenta a frequência f1.
tomóvel:
a) 22 Hz.
a) A ambulância está parada e o carro do observador
b) 46 Hz.
se aproxima com a velocidade de 20 m/s.
c) 84 Hz.
b) A ambulância está parada e o carro do observador
se afasta com velocidade de 20 m/s. d) 92 Hz.
c) O carro do observador está parado e a ambulância e) 352 Hz.
se aproxima com velocidade de 20 m/s. Resolução:
e) O carro do observador está parado e a ambulância
se afasta com velocidade de 20 m/s. Como as duas ondas se propagam no mesmo meio, elas
têm a mesma velocidade.
Resolução:
v±v
Aplicando a expressão f’ = f · ​_____ ( 
​ v ± v ​0F 
  )
  ​utilizando os sinais
Como v = λf, a onda de maior comprimento possui menor
frequência. A frequência do batimento é igual à diferença
+ ou – de acordo com a convenção adotada.

( 
v ± v0 de frequências. Assim:
a) f’ = f · ​ _____
) F
​ 340 +  ​
​ v + v  ​  ​ ä f’ = 1000 · ________
340
20 
 = 1059 Hz
λ2 > λ1 ⇒ f2 < f1

( 
v ± v0
b) f’ = f · ​ _____
) F
​ 340 –  ​
​  v + v  ​  ​ ä f’ = 1000 · _______
340
20 
 = 941 Hz f1 – f2 =fb ⇒ f1 – 88 = 4 ⇒ f1 = 92Hz

( 
v ± v0
)
​ v + v  ​  ​ ä f’ = ​ 1000 · 340
c) f’ = f · ​_____
F
________ ​  
340 – 20
ä f’ = 1063 Hz Alternativa D

( 
v ± v0 4. (Fuvest) Miguel e João estão conversando, parados
d) f’ = f · ​ _____
) F
​  340   ​ 
​  v + v  ​  ​ ä f’ = 1000 · ________
340 + 20
= 944 Hz em uma esquina próxima a sua escola, quando escutam
o toque da sirene que indica o início das aulas. Miguel
2. (UERN) O barulho emitido pelo motor de um carro continua parado na esquina, enquanto João corre em
de corrida que se desloca a 244,8 km/h é percebido por direção à escola. As ondas sonoras propagam-se, a par-
um torcedor na arquibancada com frequência de 1.200 tir da sirene, em todas as direções, com comprimento
Hz. A frequência real emitida pela fonte sonora, consi- de onda λ = 17 cm e velocidade Vs = 340 m/s em relação
derando que a mesma se aproxima do torcedor, é de: ao ar. João se aproxima da escola com velocidade de
(Considere a velocidade do som = 340 m/s) módulo v = 3,4m/s e direção da reta que une sua posi-
ção à da sirene. Determine:
a) 960 Hz.
a) a frequência fM do som da sirene percebido por
b) 1040 Hz.
Miguel parado na esquina;
c) 1280 Hz.
b) a velocidade VR do som da sirene em relação a
d) 1320 Hz. João correndo;
Resolução: c) a frequência fJ do som da sirene percebido por João
quando está correndo.
Sabendo que a fonte está aproximando-se do observador, Miguel, ainda parado, assobia para João, que conti-
tem-se que a relação entre frequência observada e frequ- nua correndo. Sendo o comprimento de onda do as-
ência emitida pela fonte (ff) é dada por: sobio igual a fA determine:
v   ​ . f d) a frequência fA do assobio percebido por João.
f0 = v___
​  - v f
f
Note e adote: considere um dia seco e sem vento.
Então:
Resolução:
​  340  ​ 
1200 = _______ .f
340 - 68 f a) Dados: λ = 17cm = 0,17m; Vs = 340 m/s
ff = 960 Hz VS = λ fM ⇒ fM VS/λ = 340/0,17 ⇒ fM = 2.000 Hz

104
b) Dado: v = 3,4 m/s
Como as velocidades têm sentidos opostos, vem:
vR = VS + v = 340 + 3,4 ⇒ vR = 343,4 m/s
c) Usando a expressão do efeito Doppler:
vR 343,4
fJ = __
​    ​ fM = _____
​   ​ · 2.000 ⇒ fJ = 2.020 Hz
VS 340
d) Dado: λA = 10 cm = 0,1 m
VS 340
f = __
​    ​ = ___
​   ​ = 3.400Hz
λA 0,1
Aplicando novamente a expressão do efeito Doppler:
VS
fA = _____ ​  340   ​ 
​     ​ ⇒ f = ________ · 3.400 ⇒ fA
VS + v 340 + 0,4
= 3.366,3 Hz

multimídia: sites
www.infoescola.com/fisica/acustica/
www.sofisica.com.br/conteudos/Formu-
lasEDicas/formulas14.php
brasilescola.uol.com.br/fisica/acustica.htm
mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/quali-
dades-som.htm
macao.communications.museum/por/
exhibition/secondfloor/MoreInfo/2_8_5_
SoundQuality.html
www.hinor.com.br/blog/2015/02/23/lei-do-
silencio-entenda-o-que-e-permitido-e-quais-
sao-os-niveis-em-decibeis-nocivos-a-saude/
mundoestranho.abril.com.br/ciencia/
qual-a-diferenca-entre-frequencia-e-decibeis/

105
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

A ecolocalização é uma sofisticada capacidade biológica de detectar a posição e/ou distância de objetos ou animais
através de emissão de ondas ultrassônicas, no ar ou na água, e análise ou cronometragem do tempo gasto para
essas ondas serem emitidas, refletirem no alvo e voltarem à fonte sobre a forma de eco. O morcego emite ondas
ultrassônicas, isto é, com frequência muito alta, na faixa de 20 a 215 kHz, pelas narinas ou pela boca, dependendo
da espécie. Essas ondas atingem obstáculos no ambiente e voltam na forma de ecos com frequência menor. Esses
ecos são recebidos pelo morcego e, com base no tempo em que os ecos demoraram a voltar, nas direções de onde
vieram e nas direções de onde nenhum eco veio, os morcegos percebem se há obstáculos no caminho, as distâncias,
as formas e as velocidades relativas entre eles, no caso de insetos voadores que servem de alimento, por exemplo.

O golfinho possui um extraordinário sistema acústico de ecolocalização que lhe permite obter informações sobre ou-
tros animais e o ambiente, pois consegue produzir sons de alta frequência ou ultrassônicos, na faixa de 150 kHz, sob
a forma de “click’s” ou estalidos. Esses sons são gerados pelo ar inspirado e expirado através de um órgão existente
no alto da cabeça, os sacos nasais ou aéreos. Os sons provavelmente são controlados, amplificados e enviados à
frente através de uma ampola cheia de óleo situada na nuca ou testa, o espermatócito, que dirige as ondas sonoras
em feixe à frente, para o ambiente aquático. Esse ambiente favorece muito esse sentido, pois o som se propaga na
água cinco vezes mais rápido do que no ar. A frequência desses estalidos é mais alta que a dos sons usados para
comunicações e é diferente para cada espécie.

Fonte: <http://andreiasofias7.blogspot.com.br/2011/06/ecolocalizacao.html>. Adaptado.

106
VIVENCIANDO

A acústica arquitetônica é a área da acústica que se destina ao estudo do condicionamento acústico de ambientes
como salas de concerto, salas de aula, teatros, igrejas, salas de conferência, escritórios, etc. O estudo da acústica
de salas compreende tanto a caracterização acústica de ambientes já existentes, através de técnicas experimentais,
quanto o projeto e simulação acústica de novos recintos, através de modelos computacionais. Outra frente de pesqui-
sa é a avaliação subjetiva da acústica dos ambientes, feita através de entrevistas com os usuários de tais ambientes.
Tais entrevistas podem ainda ser combinadas com medições e simulações computacionais, de forma a correlacionar
dados objetivos com dados subjetivos.
Basicamente, é possível dizer que um ambiente pode ter suas características acústicas descritas por sua “resposta
ao impulso“. A resposta ao impulso de um ambiente, entre uma fonte sonora e um receptor, é composta pelo som
direto (caminho direto entre fonte sonora e receptor) e pelas reflexões que a onda sonora sofre (no palco, paredes
laterais, teto, piso, etc). Tais reflexões são distribuídas ao longo do tempo e sua densidade tende a aumentar, à medi-
da que o tempo passa. A amplitude de cada reflexão é controlada pela distância percorrida pelo raio sonoro e pelas
características de absorção das superfícies do ambiente que este encontra. Dessa forma, na distribuição temporal da
densidade de energia sonora, pode-se distinguir três regiões: som direto (composto pelo raio sonoro que percorre o
caminho direto entre fonte e receptor), primeiras reflexões (compostas pelas reflexões que chegam ao receptor em
até 50-80 [ms]) e a cauda reverberante (composta pelas reflexões finais).
Fonte: <www.eac.ufsm.br/pesquisa/areas-de-atuacao>.

Fonte: <www.google.com.br/search?biw=1366&bih=613&tbm=isch&sa=1&q=casa+de+show&oq=casa+de+show&gs_l=psy-
ab.3...9367.9367.0.9693.1.1.0.0.0.0.87.87.1.1.0....0...1.1.64.psy-ab..0.0.0.Bgoax-1-Og0#imgrc=xcHK6QOp0C7drM:>.

107
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidades
Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos
1 em diferentes contextos.

É muito importante que o aluno saiba ser crítico a ponto de reconhecer em variadas ocasiões do dia a dia os diversos
fenômenos físicos aprendidos em sala de aula.

Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físi-
17 cas, químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.

A matemática é uma forma de linguagem das ciências da natureza e é uma ferramenta para cientistas descreverem e
explicarem fenômenos físicos.

Modelo 1
(Enem) Uma ambulância A em movimento retilíneo e uniforme aproxima-se de um observador O, em repouso. A sirene
emite um som de frequência constante fA. O desenho ilustra as frentes de onda do som emitido pela ambulância.
O observador possui um detector que consegue registrar, no esboço de um gráfico, a frequência da onda sonora de-
tectada em função do tempo f0(f), antes e depois da passagem da ambulância por ele.

Qual esboço gráfico representa a frequência f0(f) detectada pelo observador?


a)

b)

108
c)

d)

e)

Análise expositiva - Habilidade 1: O aluno precisa se lembrar do conceito de efeito Doppler e saber como sua
D frequência varia com o tempo. É necessário entender que, inicialmente, a ambulância se aproxima do observador e,
em um determinado momento, ela começa a se afastar dele.
De acordo com o efeito Doppler para ondas sonoras, quando há:
§ aproximação relativa entre a fonte e o observador, a frequência detectada é maior do que a frequência emitida:
f0(t) > fA;
§ afastamento relativo entre a fonte e o observador, a frequência detectada é menor do que a frequência emitida: f0(t) < fA.
Alternativa D

Modelo 2
(Enem) A figura 1 apresenta o gráfico da intensidade, em decibels (dB), da onda sonora emitida por um alto-falante,
que está em repouso, e medida por um microfone em função da frequência da onda para diferentes distâncias: 3 mm,
25 mm e 60 mm. A figura 2 apresenta um diagrama com a indicação das diversas faixas do espectro de frequência
sonora para o modelo de alto-falante utilizado neste experimento.

109
Relacionando as informações presentes nas figuras 1 e 2, como a intensidade sonora percebida é afetada pelo au-
mento da distância do microfone ao alto-falante?
a) Aumenta na faixa das frequências médias.
b) Diminui na faixa das frequências agudas.
c) Diminui na faixa das frequências graves.
d) Aumenta na faixa das frequências médias altas.
e) Aumenta na faixa das frequências médias baixas.

Análise expositiva - Habilidade 17: É necessário que o aluno consiga retirar informações dos dois gráficos
C apresentados para resolver a questão proposta.
Analisando o gráfico da figura 1, nota-se que, até 300 Hz, o nível sonoro diminui com o aumento da frequência para
as quatro distâncias. Na tabela da figura 2, constata-se que sons nessas frequências são classificados como graves. ​
Alternativa C

110
DIAGRAMA DE IDEIAS

ACÚSTICA
ONDAS
LONGITUDINAIS
ONDAS SONORAS
OSCILAÇÕES
DE PRESSÃO

VELOCIDADE VSÓLIDO > VLÍQUIDO > VAR

QUALIDADES

ALTURA OU TOM FREQUÊNCIA

AMPLITUDE
INTENSIDADE
OU VOLUME
NÍVEL SONORO

TIMBRE FORMA DA VIBRAÇÃO

FENÔMENOS

ECO E REVERBERAÇÃO

EFEITO DOPPLER FREQUÊNCIA APARENTE

111
AULAS Tubos e cordas
43 e 44
Competência: 1 Habilidades: 1, 2, 3 e 4

1. Interferência de onda numa corda


Como visto anteriormente, a superposição ou interferência de ondas ocorre quando duas ou mais ondas se encontram ou
se cruzam em um mesmo meio. Esse fenômeno é regido por dois princípios: o princípio da superposição e o princípio da
independência das ondas.
Considere dois pulsos propagando-se em sentidos opostos numa mesma corda.

Considere que as cristas de ambos os pulsos atinjam o ponto P da corda no mesmo instante. Pelo princípio da superposição,
a perturbação resultante será igual à soma algébrica das perturbações causadas por cada pulso, como se ambos tivessem
atingido individualmente o ponto P. Pelo princípio da independência das ondas, depois da superposição, os pulsos continu-
am a se propagar com as mesmas características iniciais. O princípio da conservação da energia também se verifica nessas
situações, caso não exista dissipação de energia por atrito durante a propagação de ambas as ondas.
§ Se, na superposição, a amplitude resultante é maior do que cada uma das amplitudes individuais, a interferência é
classificada como construtiva. A superposição construtiva ocorre quando os pulsos possuem a mesma face (ambos do
mesmo lado em relação à posição de equilíbrio da corda).
§ Se, na superposição, a amplitude resultante é menor do que pelo menos uma das amplitudes dos pulsos interferentes,
a interferência é classificada como destrutiva. A superposição destrutiva ocorre quando suas faces de propagação são
invertidas (uma de um lado e outra do lado oposto em relação à posição de equilíbrio da corda).

A interferência pode ser construtiva ou destrutiva.

112
2. Onda estacionária o número de nós e de ventres, que pode ser alterado mu-
dando-se essa frequência de vibração.
A onda estacionária é um caso especial de superposi- Para as ondas estacionárias, a distância entre dois nós conse-
ção das ondas. Essa onda é o resultado da superposição cutivos e a distância entre dois ventres consecutivos vale __​ † ​, 
de duas ondas de mesma frequência, mesma amplitude e 2
mesmo comprimento de onda que se propagam em senti- e a distância entre um nó e um ventre consecutivo vale __ ​ † ​. 
4
dos opostos na mesma direção.
Como ilustrado na figura a seguir, considere uma corda fi-
xada por uma das extremidades. Ao vibrar periodicamente
com a extremidade livre, originam-se perturbações regu-
lares que se propagam pela corda. Então, ao atingirem a
extremidade fixa, refletem-se e retornam com sentido de
deslocamento contrário ao inicial.

Esquema de uma onda estacionária


V: ventre
N:nó.

Aplicação do conteúdo
Em consequência, as perturbações produzidas em uma ex- 1. Na figura, duas cordas de diâmetros diferentes são
tremidade se superpõem às outras que estão retornando unidas pelas extremidades. A extremidade mais fina da
da parede, originando uma onda estacionária. corda é vibrada por uma pessoa, criando uma onda.

Sabendo que a velocidade de propagação da onda vale


2,0 m/s na corda fina e o comprimento de onda é de 20
cm, e que na corda grossa o comprimento de onda é de
10 cm, calcule:
a) a frequência de oscilação da corda fina;
b) a frequência de oscilação da corda grossa;
c) a velocidade de propagação da onda na corda grossa.

multimídia: vídeo Resolução:


a) Corda fina: v = 2,0 m/s e † = 20 cm = 0,2 m.
Fonte: Youtube v = † · f ä 2,0 = 0,2 · f ä f = 10 Hz
Ondas estacionárias em cordas | Fisicas | b) Ao passar da corda fina para a grossa, a frequência
Khan Academy da onda não é alterada; assim f = 10 Hz.
c) Corda grossa: †’ = 10 cm = 0,1 m.
2,0 v’
​  v ​ = __
__ ​  v’  ​ é ___
​   ​ = ___
​    ​ é v’ = 1 m/s
Uma das características de uma onda estacionária é a † †’ 0,2 0,1
variação da amplitude de ponto para ponto. Ao longo da
corda, existem pontos em que a amplitude é máxima (os 2.1. Cordas vibrantes
ventres), que são os pontos onde ocorre interferência cons- Uma corda de comprimento ℓ, como uma corda de violão,
trutiva, e os pontos que permanecem em repouso (os nós), ao ser esticada pelas extremidades, fica tensionada por for-
que são os pontos onde ocorrem interferência destrutiva. ças de tração, ou seja, forças que agem tensionando a corda
A configuração de uma onda estacionária não se modifica nas extremidades. Durante o dedilhado, as cordas vibram e
com o tempo. Contudo, a frequência de oscilação controla emitem um som sibilante. Apesar de as extremidades das

113
cordas do violão não vibrarem, os outros pontos das cor- Alguns modos de vibração de uma corda de comprimento
das vibram com maior ou menor amplitude. Os pontos das ℓ de um instrumento musical estão representados a seguir.
cordas que não vibram são denominados nós das cordas
Para se obter a frequência do som correspondente aos har-
vibrantes, e os pontos que vibram com amplitude máxima
mônicos, considere que:
são denominados ventres das cordas vibrantes. Os pontos
presos na extremidade das cordas serão sempre os nós, mas
também podem ocorrer outros nós nas cordas. A vibração de
cada uma das cordas do violão tem frequência natural de
vibração característica da corda.

2º ​  é ​ __v  ​ = ​ __


† = ​ __ 2º ​  é f = n​ __
v   ​
n fn n n 2º

Em que v é a velocidade de propagação da onda transver-


sal na corda.
É importante observar que as frequências dos harmônicos
Com a mão esquerda, o instrumentista varia os comprimentos de onda. são múltiplos da frequência fundamental.
Do conjunto de todas as frequências ressonantes que Fundamental ä f1
podem ser estabelecidas em uma corda, a mais primária
é denominada modo fundamental ou 1.° harmô- 2.º harmônico ä f2 = 2f1
nico. Nessa frequência ressonante, existe apenas um 3.º harmônico ä f3 = 3f1
ventre entre os nós, um em cada extremidade. Ao to-
n.° harmônico ä fn = nf1
car a corda, gera-se uma onda estacionária. No violão,
um instrumentista impulsiona as cordas com os dedos
de uma mão e, com os dedos da outra mão, pressio- Aplicação do conteúdo
na a corda contra os trastes, alterando o tamanho das 1. (Unicamp) Para a afinação de um piano, usa-se um
cordas. Desse modo, é possível obter, em uma mesma diapasão com frequência fundamental igual a 440 Hz,
corda, diferentes frequências e gerar diversas notas mu- correspondente à frequência da nota Lá.
sicais. O novo comprimento da corda pressionada é livre
para oscilar em novos harmônicos.

a) A nota Lá de certo piano está desafinada e o seu


multimídia: vídeo harmônico fundamental está representado na curva
tracejada do gráfico. Obtenha a frequência da nota
Fonte: Youtube Lá desafinada.
Cordas vibrantes b) O comprimento dessa corda do piano é igual a 1 m e
sua densidade linear é igual a 5,0 · 10–2 g/cm. Calcule

114
o aumento de tensão na corda necessário para que a
nota Lá seja afinada. 3. Tubos sonoros
Resolução: Foi analisado anteriormente como as cordas podem pro-
duzir sons. Mas como funcionam os instrumentos de so-
a) A partir da curva tracejada (Lá desafinada) forneci-
da no gráfico, tem-se: pro? Como são produzidas as várias frequências nesses
2 oscilações completas — ∆t = 5 · 10 – 3 s instrumentos?
1 oscilação completa — T
π T = 2,5 · 10–3 s
Como f = __​ 1 ​ , segue: f = 400 Hz.
T
b) O modo fundamental de vibração de uma corda
corresponde ao esquema:

Flauta doce

​  † ​  = º ä † = 2º
__
2
A velocidade de propagação de pulsos transversais
em corda é dada pela equação:
d XX
v = ​ __F  ​ ​ 
​ m
Em que F é a intensidade da força de tração da corda
e m é a densidade linear da corda. Clarinete

Como v = †f, pode-se expressar a frequência de vi- O funcionamento desses instrumentos musicais de sopro,
bração da corda, no seu modo fundamental, por: como a flauta e o clarinete, está relacionado à vibração
​ v ​ = __
f = __
† 2º m
d
​  1  ​ · ​ __
​  T  ​ ​ 
XX
longitudinal da coluna de ar no seu interior, denominado
tubo sonoro.
A partir dessa expressão, é possível obter a intensida-
de da força de tração na corda para as duas situações: A partir do sopro do instrumentista na embocadura, a
I. Corda afinada (f = 440 Hz): coluna de ar adquire vibração estacionária dentro dos
tubos sonoros. Se as duas extremidades do tubo são
d
​  1   ​ · ​ ______
XXXXXXX
440 = ____ ​  T   ​ ​ 

2 · 1 5 · 10–3 abertas, o tubo é chamado de tubo aberto; se uma das
De onde obtém-se T = 3.872 N. extremidades é fechada, o tudo é chamado de tubo fe-
II. Corda desafinada (f’ = 400 Hz): chado.

d
​  1   ​ · ​ ______
XXXXXXX
400 = ____ ​  T   ​ ​ 
  a) Nos tubos abertos, a vibração é livre nas extremidades;
2 · 1 5 · 10–3 portanto, formam-se ventres em ambas as extremidades.
Nesse caso, T’ = 3.200 N.
Comparando os valores de T e T’, pode-se concluir
b) Nos tubos fechados, a vibração é livre apenas na ex-
que o aumento necessário na intensidade da tração, tremidade aberta (embocadura), onde se formam os ven-
para que a corda seja afinada, é de: tres; na extremidade fechada, não há vibração e forma-se
T – T’ = 3.872 N – 3.200 N = 672 N um nó.

115
frequência de vibração. Assim, os sons graves são produ-
zidos pelas colunas de maior comprimento, enquanto das
curtas produzirão os sons agudos.
Nos instrumentos de sopro, é possível alterar o comprimen-
to da coluna ao fechar ou abrir os orifícios ou as válvulas.
Assim, a frequência pode ser alterada, de modo a obter-se
a nota musical desejada.

3.1. Tubo aberto


multimídia: vídeo No tubo aberto, as ondas estacionárias apresentam
um ventre na embocadura e um ventre na extremidade
Fonte: Youtube
aberta.
ONDULATÓRIA # 11 - Tubos Sonoros
Como exemplo, considere um tubo aberto de comprimento
A frequência do som produzido pela coluna de ar depende º e um número n de nós. Entre as extremidades pode haver
do tamanho do tubo: quanto maior o tubo, menor será a um número qualquer de nós:

​ 2º ​  é f1 = __
1.º harmônico: †1 = __ ​ v  ​ = __
​  v  ​ 
1 †1 2º

​ 2º ​  é f2 = __
2.º harmônico: †2 = __ ​ v  ​ = __
​  v  ​ = ​ __
2v  ​ é f = 2f
2 †2 __ ​   ​   2º
2º 2 1

​ 2º ​  é f3 = __
3.º harmônico: †3 = __ ​ v  ​ = __ 3v  ​ é f = 3f
​  v  ​ = ​ __
3 †3 __ ​   ​   2º
2º 2 1

3
:  :  : :  :  :

​ 2º
n-ésimo harmônico: †n = __ __v __
n ​  é fn = ​ †   ​ = ​  __
v  ​ = __
​ nv  ​ é f2 = nf1
n ​  n ​   2º

Todos os harmônicos existem em um tubo aberto, ou seja, f1, f2, f3,..., fn.

3.2. Tubo fechado


No tubo fechado, as ondas estacionárias apresentam um ventre na embocadura e um nó na extremidade fechada.
Considere, como exemplo, um tubo fechado de comprimento † e um número n de nós.

(1.º modo de vibrar)

​ v  ​ = __
1.º harmônico: †1 = 4º é f1 = __ ​  v  ​ 
†1 4º

(2.º modo de vibrar)

​ 4º ​  é f3 = __
3.º harmônico: †3 = __ ​ v  ​ = __ 3v  ​ é f = 3f
​  v  ​ = ​ __
3 †2 __ ​   ​   4º
4º 3 1

116
(3.º modo de vibrar)

​ 4º ​  é f5 = __
5.º harmônico: †5 = __ ​ v  ​ = __ 5v  ​ é f = 5f
​  v  ​ = ​ __
5 †5 __ ​   ​   4º
4º 5 1

5
:  :  :

Para o n-ésimo harmônico, de ordem (2n – 1), tem-se:

4º   ​ 
† 2n – 1 = ​ _____ ​ v  ​ ä f2n – 1 = (2n – 1) · f1
ä f2n – 1 = (2n – 1) · __
2n – 1 4º

No tubo fechado, apenas os harmônicos de frequências ímpares podem ser obtidos, ou seja, f1, f3, ..., f(2n – 1).

primeiro harmônico de uma onda estacionária. Sabendo


Aplicação do conteúdo que a frequência conseguida na corda 1 é 440 Hz, e que
a velocidade da onda na corda 2 é o dobro da velocida-
1. Dois tubos sonoros, um aberto e um fechado, emitem de da onda na corda 1, determine a posição que alguém
o som fundamental com a mesma frequência. Conside- deverá pressionar a corda 2 para conseguir o primeiro
rando que o comprimento do tubo aberto é de 0,5 m e a harmônico de uma onda estacionária com o dobro da fre-
velocidade de propagação do som é de 340 m/s, calcule: quência conseguida na corda 1.
a) o comprimento do tubo fechado;
b) a frequência do 3.° modo de vibrar para os dois tubos.
Resolução:
a) Para o tubo aberto: fn = n · v/2º
Para o som fundamental, n = 1. Assim, f1 = 1 · ​ _____ 340  ​  
2 · 0,5
= 340 Hz. A alternativa correta é:
Para o tubo fechado: f2n – 1 = (2n – 1) · __ ​ v  ​ 
4º a) C.
Os tubos emitem o som fundamental com a mesma
b) A.
frequência f1 = 340 Hz.
c) B.
Para o som fundamental n = 1, tem-se:
d) D.
f2 · 1 – 1 = (2 · 1 – 1) · __ ​ 340   ​ ä 340 = ___
​ v  ​ ä f1 = 1 · ___ ​ 340   ​
4º 4º 4º
ä º = 0,25 m Resolução:
b) O tubo aberto apresenta todos os harmônicos; en-
Analisando o enunciado, tem-se os seguintes dados:
tão, para o 3.° modo de vibrar, n = 3:
fn = n · __ ​  340  ​ 
​ v  ​ ä f3 = 3 · _____ = 1.020 Hz f1 = 440 Hz
2º 2 . 0,5
O tubo fechado só apresenta harmônicos de frequên- f2 = 880 Hz
cias ímpares, então: v2 = 2 · v1
1.° modo de vibrar: n = 1 ä 1.° harmônico
2.° modo de vibrar: n = 2 ä 3.° harmônico
l1 = 80 cm = 0,8 m
3.° modo de vibrar: n = 3 ä 5.° harmônico Sabendo que a frequência de um harmônico é dada por:
Tem-se:
​  n · v  
fn = ____ ​ 
f2n – 1 = (2n – 1) · f1 2·1
f2 · 3 – 1 = (2 · 3 – 1) · 340 ä f5 = 1700 Hz Analisando a 1.ª corda, tem-se:
1 . v1
2. (Acafe) Um professor de Física, querendo ensinar ondas f1 = n · v1/2 . l1 ∴ 440 = _____
​    ​  
2 · 0,8
estacionárias aos seus alunos, construiu um experimento v1 = 440 · 1,6
com duas cordas, como mostra a figura. Pressionou a cor-
da 1 a 80 cm do ponto fixo e, tocando na corda, criou o v1 = 704 m/s

117
Analisando a 2.ª corda, tem-se:
nv2 n(2 · v1) · 2 · 704
f1 = _____
​   ​  ______
  ​ =   ​ 
 [ 880 = ​  1_________  ​ 

[ I2 = 0,8 m
2 · I­2 2 · I­2 2 · I2
Alternativa C
3. (Udesc) Dois tubos sonoros de mesmo comprimento se diferem pela seguinte característica: o primeiro é aberto
nas duas extremidades e o segundo é fechado em uma das extremidades. Considerando que a temperatura ambiente
seja de 20ºC e a velocidade do som igual a 344 m/s, assinale a alternativa que representa a razão entre a frequência
fundamental do primeiro tubo e a do segundo tubo.
a) 2,0.
b) 1,0.
c) 8,0.
d) 0,50.
e) 0,25.
Resolução:

A velocidade de uma onda, expressa em função da frequência e de seu comprimento de onda, é:


v=λ.f
Sabendo que a velocidade de propagação de ambas são iguais:
v1 = v2 ⇒ λ1 · f1 = λ2 · f2
λ
Para o tubo 1: L = __
​  1 ​ ⇒ λ1 = 2L
2
λ
Para o tubo 2: L = __
​  2 ​ ⇒ λ2 = 4L
4
Com isso, a razão das frequências será:
f
λ1 · f1 = λ2 · f2 ⇒ 2L · f1 = 4L · f2 ∴ __
​  1 ​ = 2
f2
Alternativa A
4. (Enem) Em uma flauta, as notas musicais possuem frequências e comprimentos de onda (λ) muito bem definidos. As
figuras mostram, esquematicamente, um tubo de comprimento L, que representa de forma simplificada uma flauta, em
que estão representados: em A, o primeiro harmônico de uma nota musical (comprimento de onda λA); em B, seu segun-
do harmônico (comprimento de onda λB); e em C, o seu terceiro harmônico (comprimento de onda λc), onde λA > λB > λC.

118
Em função do comprimento do tubo, qual o comprimento
de onda da oscilação que forma o próximo harmônico?
a) ​ __L  ​.
4
b) ​  L  ​.
__
5
L
__
c)​    ​.
2
d) ​ __L  ​.
8
6L 
e) ​   ​ . ​
___
8
Resolução:
multimídia: sites
O próximo é o 4.º harmônico. No caso, a flauta comporta-
-se como um tudo aberto, sendo a ordem do harmônico www.mundoeducacao.bol.uol.com.br/
(n = 4) igual à do número de fusos. Se o comprimento de fisica/tubos-sonoros.htm
um fuso é igual ao de meio comprimento de onda, tem-se: www.if.ufrgs.br/~dschulz/cordas_vibrantes.
 λ ​ = L ⇒ λ = __
4​ __ ​ L  ​ pdf
2 2
www.brasilescola.uol.com.br/fisica/on-
Alternativa C
das-estacionarias.htm
www.respondeai.com.br/resumos/1/capit-
ulos/1
pt.khanacademy.org/math/precalculus/
vectors-precalc

multimídia: livros
Leonard Mlodinow - A janela de Euclides
Livro que aborda de maneira simples, diverti-
da e curiosa a evolução de conceitos chaves
de geometria e o modo com que o Homem
compreende o espaço.

119
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

Existe uma equação que permite aos engenheiros e físicos compreender a frequência de qualquer tipo de sinal.
Essa equação é tão poderosa que, em 1867, o físico Lord Kelvin (o mesmo da escala termométrica) fez a seguinte
declaração sobre ela: “Não é apenas um dos mais belos resultados da análise moderna, mas podemos dizer que ele
fornece um instrumento indispensável no tratamento de quase todas as perguntas recônditas na física moderna”.
Essa equação em questão é a “transformada de Fourier“. Elaborada pelo físico e matemático Jean-Baptiste Joseph
Fourier, foi publicada pela primeira vez em seu livro Teoria analítica do calor, um marco nos estudos da físico-mate-
mática. A transformada de Fourier permite uma análise das frequências que compõem um sinal, de forma que é pos-
sível, por exemplo, diminuir drasticamente o tamanho de arquivos de música digital, deixando apenas as frequências
que aparecem mais e jogando fora as frequências menos importantes. Pode-se também usá-la para tirar a voz das
canções ou para a compressão de uma imagem, por exemplo.
Uma curiosidade sobre Fourier é que ele era próximo de Napoleão e foi junto com o então segundo-tenente do re-
gimento de artilharia de La Fère para uma expedição no Egito. Mais tarde, Fourier foi nomeado prefeito de Grenoble
por Napoleão, local onde pôde desenvolver a maioria dos seus trabalhos em física e matemática.

Retrato de Fourier, feito em 1820

120
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos
1 em diferentes contextos.

É muito importante que o aluno saiba ser crítico a ponto de aplicar as características ondulatórias ao uso cotidiano.

Modelo
(UFRGS 2019) Uma onda sonora propagando-se no ar é uma sucessão de compressões e rarefações da densidade
do ar. Na figura abaixo, estão representadas, esquematicamente, ondas sonoras estacionárias em dois tubos, 1 e 2,
abertos em ambas as extremidades. Os comprimentos dos tubos 1 e 2 são, respectivamente, L e L/2

Sendo λ1 e λ2 os respectivos comprimentos de onda das ondas representadas nos tubos 1 e 2, e f1 e f2 suas frequências, as
razões entre os comprimentos de onda λ1 e λ2 e as frequências f1/f2 são, nessa ordem,
a) 1 e 1
b) 2 e 1
c) 2 e 1/2
d) 1/2 e 1
e) 1/2 e 2
Análise expositiva - Habilidade 1: Percebe-se que ambos os tubos estão representando o 1º harmônico,
C assim cada um deles apresenta meio comprimento de onda. Assim, a razão entre os comprimentos dos
tubos representa também a razão entre os comprimentos de onda.

A razão entre as frequências é obtida através da equação fundamental que relaciona também velocidade de propa-
gação e comprimentos de onda.

Alternativa C

121
DIAGRAMA DE IDEIAS

ONDAS ESTACIONÁRIAS

PRINCÍPIO DA
SUPERPOSIÇÃO

CORDAS TUBOS ABERTOS TUBOS FECHADOS

2ℓ 2ℓ 4ℓ
λn = n λn = n λn = n

n.v n.v n.v


Fn = Fn = Fn =
2ℓ 2ℓ 4ℓ

V= T Ventres nas
Extremidades
extremidades

Aberta Fechada

Nós nas
extremidades Ventre Nó

122

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