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Monografias da O.T.O.
Faz o que tu queres há de ser tudo da Lei.
Amor é a lei, amor sob vontade.
A palavra da lei é
Suplemento #03
A Tradição das Sombras
& o Sagrado Dragão Iniciático
Órgão Oficial da Ordo Templi Orientis
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A Tradição das Sombras
& o Sagrado Dragão
Iniciático
ANTÔNIO VICENTE
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ou transmitida, de nenhuma maneira ou forma, eletrônica, digital ou mecânica,
incluindo fotocópia, sem a devida autorização por escrito da Satvrnvs Publishing
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Impresso no Brasil.
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Conteúdo
Prefácio 06
Apresentação 09
A Metáfora do Dragão 14
Especifidades Draconianas 16
Apêndice 22
Obras Consultadas 24
5
Prefácio
Horus aqui 1 é senão um nome, um nome enganador e ardente. Ele não tem
nada haver com Horus, o filho de Isis, o Senhor da Escada Celestial, o deus-
diurno adorado no antigo Egito. Este „Senhor do Aeon‟, „a Criança Coroada e
Conquistadora‟, o „Irmão Antigo‟, como ele foi temerosamente e
blasfemamente chamado pelos Maniqueus caídos, é o Poder do Mal, Satã. 2
Fernando Liguori
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Apresentação
Antônio Vicente
Frater Artos Mercurius, 156 U
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Aspectos Históricos da Tradição Draconiana
O Culto Ofidiano do interior da África foi continuado e desenvolvido no Egito,
onde ele alcançou sua apoteose na Tradição Draconiana ou Tifoniana. 6
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Aiwass 718 U, no terceiro Capítulo de Cultos Sombrios, intitulado O Culto
Draconiano no Antigo Khem, somos informados que a Tradição
Draconiana provém de uma época muito remota e que pode ser rastreada
tanto em aspectos históricos quanto mitológicos. Sua maior evidência pode
ser encontrada no período pré-dinástico ou pré-monumental. Como o
passar do tempo, ela passou a ser perseguida e combatida devido a
divergências conceituais e pragmáticas. A Tradição Draconiana
defendia o culto ao Princípio Feminino e as Tradições
emergentes se voltaram para a adoração ao Princípio Masculino.
Mesmo perdendo boa parte de seu terreno, a chama da Tradição
Draconiana não se apagou, mas refugiou-se no silêncio e
sobreviveu de forma não-pública. Assim, ecos desta Tradição ainda
puderam ser encontrados, ainda que velados, disfarçados e até mesmo
distorcidos até a XXVI Dinastia do Antigo Egito.
As primeiras evidências históricas do surgimento da
Tradição Draconiana, no Antigo Egito, podem ser encontradas quando
Ta-Urt, Tifon para os gregos, a Grande Serpente, era tida como a Mãe de
Seth, o Deus mais do antigo das terras egípcias. Ta-Urt era a
encarnação das Forças Primordiais que exaltavam a criação do
Universo com seus mundos e planetas. Em algumas regiões do Egito
pré-dinástico, principalmente nas regiões ao sul, a Deusa Ta-Urt era a
representação da Grande Mãe Estelar sob a forma de um hipopótamo
grávido, simbolizando um Dragão das Águas. Para os Draconianos, era a
Mãe das Revoluções que foi identificada, ao norte, com a constelação da
Grande Ursa. Seth seu Filho era considerado o Deus do Sul, cuja estrela que
o representava era conhecida como Sírius (ou Sothis, em grego). Seth, uma
divindade do Sidhe (o Outro Mundo), após longas corrupções teve sua
identidade adulterada e foi identificado como um deus do mal, arqui-
inimigo do deus Sol – Horus. Neste particular, cabe esclarecer que Tifon
(forma grega para Ta-Urt) é o aspecto feminino de Seth. Algumas vezes, é
considerada como a mãe de Seth em seu aspecto de Deusa das Sete
Estrelas, da qual Seth é a Oitava. Por sua etimologia, Seth significa
“negro”, o que o associa com o mundo oculto ou sombrio – o Amenta dos
egípcios. Seth, sendo um deus celeste, “caiu” do horizonte e passou a ser
considerado um Deus do Inferno, da Terra Oculta. Em Thelema, este Deus
é de suprema importância, pois, além de representar o espirito criativo
primordial, comporta também a fórmula da magick sexual, conforme
veremos mais adiante.
A Tradição Draconiana nunca deixou de existir. Na verdade, é um
processo de eterno vir a ser que poderá ser resgatado a qualquer momento
por aqueles que vibram em consonância com sua freqüência. Nessa direção,
essa Antiga Tradição percorreu os séculos. Na Idade Média, por exemplo,
ela dá sinais de sua continuidade através da Bruxaria Sabática. Apesar de
serem consideradas héreticas, na verdade, as verdadeiras bruxas da Idade
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Média tornaram-se repositórias de símbolos de uma tradição pré-cristã.
Sobre isso, nos fala Grant em seu Cults of the Shadow:
Foi sugerido por algumas autoridades que as bruxas originais surgiram de uma
raça de origem mongol da qual os lapões são os sobreviventes atuais. Isto pode ou
não ser verdade, mas estes “mongóis” não eram humanos. Eles eram
sobreviventes degenerados de uma fase pré-humana da história do nosso planeta,
geralmente – embora erradamente – classificados como atlanteanos. A
características que os distinguia de outros da sua raça era a habilidade de projetar
a consciência em formas animais e o poder que possuíam de materializar formas-
pensamento. Os bestiários de todas as raças da terra estão entulhados com os
resultados das suas feitiçarias.
A Metáfora do Dragão
Sou metal – raio, relâmpago e trovão. Sou metal, eu sou o ouro em seu brasão.
Sou metal: me sabe o sopro do dragão. 9
Especifidades Draconianas:
O que a diferencia a O.T.O. Draconiana de
outros caminhos iniciáticos
A Tradição Draconiana postula que há níveis diferentes de
realidade, insuspeitados pelos profanos e que o adepto pode explorar.
Essa exploração se dá através da iniciação cuja meta é desvelar o oculto
que está por detrás da aparência de cada fenômeno. Pelas técnicas
iniciáticas penetramos no lado oculto das religiões e dos mitos e obtemos o
conhecimento sobre as verdades neles veladas. Os Ordálios dos dois
primeiros graus tem essa finalidade. A partir deste conhecimento, o adepto
aprende como controlar o mecanismo da existência e pode influenciá-lo de
acordo com sua vontade. O Draconiano aprende a contornar as
limitações da existência e a superar as reações condicionadas
nele pela cultura, família e sociedade, usando sua liberdade e vontade para
poder criar sua realidade.
A O.T.O. Draconiana é única: apresenta um sistema a ser percorrido
com técnicas específicas que levam o postulante do trabalho com o lado
luminoso ao trabalho com as forças caóticas e obscuras. Devido a essa
peculiaridade, esse caminho não é bem visto pelas outras vertentes do
ocultismo e, freqüentemente, é alvo de interpretações equivocadas e
difamações. Sumariamente, é possível estabelecer a existência de três
níveis de conhecimento: o científico (mundano); o esotérico das
escolas da mão direita (Tradição das Luzes) e o esotérico das
escolas da mão esquerda (Tradição das Sombras). A Tradição das
Sombras é mais rara, uma vez que conduz ao reino do caos e
poucos são aqueles que estão aptos ou dispostos a trilhar tal via.
É uma vertente severa, forte, rigorosa, mas que pode conduzir à beleza e ao
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poder. Enquanto as Tradições das Luzes levam o iniciado a se fundir com
um Deus particular, o Caminho das Sombras levam o adepto ao encontro
da grande Tiamat e dos deuses primais que existem muito antes dos deuses
da luz terem sido criados.
A Tradição Draconiana promove a Lei de Thelema e se volta também
para a exploração das inteligências alienígenas tais como as formas de vida
extraterrenas e os demônios e os aspectos negros da metafísica da
existência. Do ponto de vista psicológico, o trabalho com o lado negro tem
sua razão de ser. Sabemos que usamos apenas uma pequena fração de
nossa capacidade. Experienciamos uma ínfima parte da realidade. A maior
parte esta oculta a nós. A parte oculta do homem pertence a áreas da
psique que não estão desenvolvidas. Mas também podem ser
faculdades utilizadas que pertenceram ao homem primitivo e que hoje estão
latentes na forma de atavismos. Essas energias latentes podem se atualizar
e se tornarem conscientes se com ela entrarmos em contato. Aí então, nós
as confrontaremos com as obscuridades e partes reprimidas do nosso ser
(agressões, medos, instintos...). A esse respeito, Jung afirma: “a iluminação
não é alcançada pela visualização da luz mas pela exploração da escuridão.”
É, ainda, no reino oculto da mente humana que iremos encontrarmos os
chamados siddhis ou poderes psíquicos.
Nesta direção, a escuridão é a luz do Draconiano e ele examina
igualmente os lados luminosos e sombrios das energias em todas as suas
diferentes formas de expressão. A meta é a apotheosis (ou união com o
divino) sempre somando e não subtraindo; isto é, levando-se em
consideração a aparente dualidade própria da criação.
Para percorrer esse caminho uma dedicação focalizada e exclusiva é
necessária. Cinco pontos precisam ser observados para nos integrarmos a
ela e a experienciarmos em plenitude:
1) Dedicação (comprometimento, imersão com sua vivência
Draconiana);
2) Pratica (aplicação dos conhecimentos recebidos);
3) Descondicionar (coragem para ousar e abrir-se a novas
possibilidades);
4) Consciência multidimensional (ser capaz de se comunicar
com outros níveis de consciência);
5) Realizar em si a Grande Obra Alquímica (unir Shiva e Shakti
em seu ser).
A Tradição Draconiana se caracteriza por sua tradição oral, calcada
na relação entre orientador e orientando; na utilização da sexualidade
sagrada como passaporte para expansão de consciência e contatos
interplanetários; advoga uma iniciação espirada, em detrimento das
iniciações verticalizadas do aeon anterior, apostando no Silêncio como
viabilizador de tal iniciação. A culminância desse processo está na
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desvelação paulatina dos véus de Isis (phISIS, geneSIS) e na aquisição da
Sabedoria.
Não é uma escola uniforme, na qual há um única instrução para
todos. Pelo contrário, é um caminho de exclusividade no qual cada
estudante é tratado e instruído de acordo com suas próprias
necessidades. O que a torna uma via muita especial.
É uma via sem dogmas, uma filosofia de vida, na qual a mulher está
em igualdade com o homem. É uma coletânea das práticas mais
significativas do Oriente e do Ocidente, fusionadas de forma que permita a
seus adeptos desenvolver suas potencialidades e a atingirem, mais
completamente, sua missão terrena (o auto-conhecimento). Para tal, possui
uma disciplina, um método e um sistema que engloba o físico, o psicológico
e o espiritual.
A iniciação não é conduzida cerimonialmente ou dramaticamente
como ocorre com outras tradições. Ao contrário, a iniciação deve ocorrer
internamente como retorno do investimento de cada praticante. Tal ocorre
à medida que o iniciado é capaz de sair do nível de reação das condições e
fatos exteriores e passa a governar sua vida de acordo com os ditames de
sua Verdadeira Vontade.
A iniciação Draconiana se dá em 11 níveis ou graus, galgados um
a um. Na verdade, é uma espiral que vai ampliando suas voltas e
elevando-nos cada vez mais alto. Baseada na estrutura da Árvore
Sephirótica, o candidato vai se elevando pela frente da Árvore,
mas não deixa de sofrer também os impactos de seu lado
reverso.
Uma característica muito interessante da Tradição Draconiana é seu
caráter experimental. Ela se caracteriza por um espírito investigativo e
experimental, objetivando ter um sistema esquematizado e científico
de suas praticas. Kenneth Grant, Aleister Crowley, Achad, Fernando
Liguori, dentre outros vem contribuindo para o florescimento de uma
tradição científica no ocultismo, a partir da coleção, análise e comparação
de dados.
Um exemplo deste caráter experimental, por exemplo, pode ser
vislumbrado em relação ao tarot. Desde a primeira publicação do Nightside
of Eden, em 1977, tem havido diversas tentativas em se criar um tarot que
retrata o lado sombrio ou uma espécie de Nightside Tarot como sugerido
pelo livro. Sabemos que vários grupos ligados à corrente Draconiana têm
feito tentativas neste sentido. A meta é revestir o tarot com um novo
simbolismo que seja complementar ao atual, restaurando a gnose
primordial em sua forma mais pura e em consonância com a perspectiva
Draconiana de unidade pela dualidade. O que faz do Draconiano um
não-dualista – ele a reconhece mas não como oposição e sim como
complementaridade: nem bom, nem mal, nada é perfeito ou imperfeito,
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mas todas as coisas estão perfeitas em seu vir a ser, no momento presente
para poderem evoluir para seu próximo nível de ser.
A pratica nuclear desta via é a sublimação, entendida como a
consagração (tornar sagrado) de todos os desejos. Precisamos ter
liberação nos relacionamentos e aprender a olhar para vermos
claramente as coisas sem as nossas projeções, expectativas e frustrações.
Não é fácil desenvolver essa “mente neutra”. Devemos começar pelo amor
personalizado para chegarmos até o amor impessoal, até que o amor
concentrado incondicional seja nosso amor personalizado. Assim, os
relacionamentos ao invés de serem um “obstáculo ao progresso espiritual”
se tornam um caminho de liberação porque eles nos ensinam muito. Esse é
um processo automático quando nos encontramos no estado desperto.
Nesta esfera da sublimação, a sexualidade e o sexo tem um papel
fundamental.
A Corrente Ofidiana (Draconiana) usa a energia sexual
para provocar mudanças internas e externas (ou místicas e
mágicas). Essa alquimia é o ponto central do sistema Draconiano de
iniciação. O objetivo é produzir o Elixir da Vida Eterna (a Pedra Negra ou o
Diamante Negro). Curioso o fato de que a palavra Khem signifique negro e
era o nome do Antigo Egito. Assim, a Magia Draconiana é uma Magia
Negra no sentido de ser uma alquimia. Khem é também o nome do
deus da Alquimia. O deus negro Seth é também ligado à Alquimia e à pedra
negra. Na tradição grega, Khem foi represetnado por Pã e Seth por Tifon.
Assim, a alquimia Draconiana pode ser traçada até o Antigo Egito, bem
como nas tradições hermetistas e gregas cujo objetivo corresponde ao
Caminho da Mão Esquerda. Na O.T.O. Draconiana, o processo de
transmutação alquímica ocorre passo a passo através do processo de
iniciação junto aos graus da Ordem.
A Tradição Draconina nos ensina que os Mistérios Maiores estão
contidos em nosso próprio corpo. Gerald Massey, Aleister Crowley,
Austin Spare, Dion Fortune demonstraram, cada um à sua maneira, as
bases bio-químicas dos Mistérios. O mesmo foi detectado por Wilhelm
Reich em suas pesquisas. Ainda, os „símbolos sensientes‟ e o „alfabeto dos
desejos‟, de Spare, correlatos como são aos marmas do corpo com os
princípios sexuais, anteciparam, de muitas maneiras, o trabalho de Reich,
que descobriu – entre 1936 e 1939 – o veículo da energia psico-sexual, a
qual ele nomeou orgone. A contribuição singular de Reich à psicologia e,
incidentalmente, ao ocultismo ocidental, encontra-se no fato de que ele
isolou com sucesso a libido e demonstrou a sua existência como energia
tangível, biológica. Esta energia, a verdadeira substância dos conceitos
puramente hipotéticos de Freud – libido e id – foi mensurada por Reich,
tirada da categoria de hipótese e reificada. Entretanto, ele estava
equivocado ao supor que o orgone era a energia final. Na verdade, ela é um
dos mais importantes kalas, mas não o Kala Supremo (Mahakala), embora
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possa tornar-se isto pela virtude de um processo que não é desconhecido
aos tântricos do Varma Marga. O próprio Livro da Lei, que é um tantra
moderno, também descreve a utilização sábia das correntes sexuais.
„O melhor sangue é o da lua‟ (AL III: 24); „pois ele é sempre umsol e
ela uma lua. Mas para ele é a alada serpente e para ela a radiante luz
estelar.‟ (AL I: 16).
A substância vermelha da mulher é o primeiro menstruum de
energia mágica. A fórmula do Novo Aeon (418) é a de Cheth, a Carruagem.
É a formula do IR. O homem é branco e a mulher vermelha (Mulher
Escarlate). O homem pode obter a iniciação, mas não pode
manifestar seu poder sem ela. A fórmula e a função da Mulher
Escarlate inicia-se com as zonas ocultas de energia intimamente
relacionadas às redes de nervos e plexos associadas com as glândulas
endócrinas. A Kundalini afeta os chakras no corpo dela e suas vibrações
influenciam a composição química das segreções glandulares.
Tais „fragrâncias‟ são consumidas pelo Sacerdote e transformadas em
energia mágica. Quatorze secreções vaginais são reconhecidas pela ciência
ocidental e, supostamente, há mais duas. Esses Kalas só podem ser
evocados se os chakras envolvidos tiverem sido devidamente preparados.
„Eu sou a secreta serpente enrolado a ponto de pular: em meu enrolar
exist alegeria. Se eu ergo minha cabeça, eu e minha Nuit somos um. Se eu a
abaixo e ejaculo veneno, há a raptura da terra, e eu e ela somos um‟ (AL II:
26).
Consumir os kalas assim carregados e direcionando as correntes
para cima (néctar), transforma a consciência e ela se torna apta a contatar e
a comunicar com entidades transcendentais. Se as correntes são
direcionadas para baixo (veneno), elas são carregadas com vibrações
envenenadas que são utilizadas para trabalhos de materialização e
dissolução.
Para a mulher erguer a Kundalini, ela visualiza a Serpente na forma
fálica em seu Muladara Chakra e se inflama até o ponto de atingir o
orgasmo. Antes do orgasmo, ela deve mover a imagem ao Ajna Chakra e
manter a imagem até que a consumação ocorra. O homem identificar a
Kundalini com Hadit e o centro cerebral com Nuit. A força de Hadit é
ativada e sob pela coluna vertebral até o cérebro. Desta maneira, o homem
é a Palavra e a Mulher é a Ação. A Criança é a Palavra feita carne pela Ação.
A mente se concentra na Criança que é corpo que sustenta o Ato da
Criação Mágica. É a Maquinaria Mágica que cria a imagem. O corpo dá
expressão e projeta a para a esfera material. É um caminho de amor. Lida
com o crescimento do e no amor, a recepção do amor, fazer amor e criar
com amor para unir-se Àquilo que em tudo está presente.
Assim, a postura do Draconiano frente à sexualidade é de sacralidade
por saber do imenso poder que ela é portadora e ele mesmo é desprovido de
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preconceitos quanto a ela e suas formas de expressão. A esse respeito,
Gerald Massey, em The Natural Genesis, escreveu:
[...] este é o segredo da esfinge: ela é masculina na frente e feminina atrás. Assim,
é a imagem de Set-Tifon, um tipo de chifre e rabo, masculino na frente e feminino
atrás. Assim, também eram os faraós que usavam rabos de leão ou vaca, eram
masculinos na frente e femininos atrás.
Apêndice
A lenda Chinesa do Dragão Alado
A lenda descreve o Dragão como um animal alado, de grande porte, com o
corpo de serpente, todo coberto por escamas, com patas em forma de garras
e podendo viver tanto na água, sobre a terra ou no ar. Este Dragão vivia no
Rio Amarelo, mas decidiu sair dele e esta saída foi marcada por 06 etapas.
Sobre as escamas de seu corpo, estavam desenhados círculos de cores claras
e escuras e que, ao longo de seu corpo onduloso, suas escamas eram
convertidas em figuras sagradas. Afirma-se que isso foi para o Fo-Hi a
revelação dos trigramas do I Ching, imagem perfeita da natureza que se
desnuda diante do Sábio, ou Iniciado, quando este se torna merecedor
desta desvelação. Podemos inferir que o conhecimento adquirido pelo Fo-
Hi, via os trigramas, lhe foi transmitido por um verdadeiro Adepto,
representado, simbolicamente, pelo Dragão.
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Alegoricamente, as seis etapas da jornada do ser humano até atingir
a maestria pessoal ou o domínio da vida são retratadas por esta lenda. Cada
fase desta iniciação recebe um nome:
O Dragão Oculto: É o Dragão oculto no fundo do rio. Representa o
homem interior oculto na matéria e que ainda não tem o desejo de subir à
superfície, de sair de sua condição atual, de evoluir. Há uma preocupação
exclusiva de satisfazer apenas os desejos de sua natureza terrena.
O Dragão no Arrozal: Nesta fase, o Dragão saiu das águas. Toma
consciência de um outro mundo. Ele está na terra, mas ela é lamacenta e
afunda com seu peso. Representa o primeiro despertar da consciência para
algo que transcende o mundo físico. Mas é um despertar momentâneo e
especulativo, movido pela curiosidade e não tem a força necessária para
elevar o Dragão.
O Dragão Visível: Segundo a lenda, nesta etapa o rio transborda,
elevando o Dragão até a superfície. O Dragão é arrancado da terra pelas
mesmas águas que o tinham preso à terra e ele pode nadar, por um
mometo, em sua superfície em vez de deslisar no fundo. Representa a
consciência que se faz ciente da existência do mundo espiritual, que sabe
que sua existência é necessária e reconhece a Divindade, mas ainda lhe falta
a Vontade para elevar-se até Ela.
O Dragão Saltitante: Nesta 4a fase, o Dragão encontra-se em terra
firme que lhe permite levantar. Sabe que terá que caminhar, mas não
percebeu que é capaz de voar, dá apenas saltos que recaem novamente no
mundo material. A luta que mantém é penosa e feliz é aquele que não a
renuncia, pois a vitória exige continuidade de esforço. É a fase mais crítica
da caminhada, pois surgem duas bifurcações:
A do espírito: após muitas tentativas sem sucesso, o Dragão
percebe repentinamente suas asas, abre-as e consegue voar, libertando-se
de todas as coisas materiais. O espírito truinfa sobre os apegos, prazeres,
esperanças e temores.
A da matéria: cansado de dar saltos, o Dragão não tenta abrir suas
asas, desce para a lama, entra na água em que habitava e renuncia ao
mundo superior. É o momento da dúvida que, se não for vencida, arrasta o
buscador, retirando-lhe a possibilidade de ascensão espiritual. Esta
situação recebeu nomes simbólicos no ocultismo ocidental tais como o
Terror do Umbral e a Noite Sombria da Alma.
O Dragão Volante: O Dragão encontrou o caminho e é capaz de
voar e planar nas alturas celestes. É capaz de transitar entre o divino e o
mundano, e vive em harmonia com os ritmos cósmicos. É um verdadeiro
iniciado.
O Dragão Planador: É o estágio derradeiro. O iniciado venceu
todas as provas e sua missão não é mais no plano físico. Tem plena
consciência de que a multiplicidade é apenas aparente, um reflexo da
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Unidade. Atingiu união completa com a Divindade e vive o nirvana, a Paz
Profunda a cada instante.
O Adepto conhece todos os segredos dos Planos Físico e Espiritual
podendo viver, sem maiores dificuldades, nos Planos Superiores,
Intermediários e Inferiores. Aquele que atingiu tal condição torna-se uno
com o Todo e nada no Universo lhe é estranho ou desconhecido. Ele
conhece todos os níveis e estados de consciência e está apto a ajudar a
humanidade em quaisquer circunstâncias.
Meditemos sobre essa lenda e nos avaliemos quanto à nossa real e
sincera disposição de seguirmos rumo à Grande Obra. Alçar o vôo do
Dragão requer viparita, a reversão não só dos sentidos mas de mudanças
profundas em nossos valores, palavras e atitudes que devem tender para a
compreensão, para idéias e ideais nobres e sentimentos sublimes. Que a
chama do Dragão brilhe eternamente em nossos “cor-ações”.
Obras Consultadas
A Doutrina Secreta, Vol III. Helena Blavatsky.
Typhonian Tradition. Simon Hinton e Michael Staley.
Revista Sothis – números: 1 e 2.
Lectures from Gerald Massey. Gerald Massey.
O Renascer da Magia, Cults of the Shadow. Kenneth Grant.
A Corrente 93 & o Culto do Deus Interno, Cultos Sombrios. Fernando
Liguori.
O Livro dos Prazeres. Austin Osman Spare.
A Vida Sexual no Antigo Egito. Lise Manniche.
Ordo Dragon Rouge – site: http://www.dragonrouge.net/
SFSE: Manuscrito
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