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Isaac G Macedo, 8º Período

ROTEIRO DO LABORATÓRIO
MORFOFUNCIONAL
CURSO DE MEDICINA
Orientadores:
Adriana Oliveira
Eduardo Soares
Hudson Wallença
Lyah Lamarck
Wydeglannya de Aguiar

AES 24: URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS


(TRAUMA / PNEUMOTÓRAX / HEMOTÓRAX)

OBJETIVOS:
• Revisar aspectos anatômicos, histológicos e fisiológicos das grandes cavidades do corpo
humano;
• Identificar as principais emergências cirúrgicas dentre elas pneumotórax espontâneo,
hemotórax e suas devidas intervenções.
• Interpretar os resultados dos diversos exames complementares ligados à urgência e
emergência;
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APRESENTAÇÃO: O Pneumotórax é a presença de ar entre as duas camadas da pleura (membrana fina,


transparente, de duas camadas que reveste os pulmões e o interior da parede torácica), resultando em colapso
parcial ou total do pulmão. Na maioria das vezes, uma dor torácica aguda, falta de ar e, ocasionalmente, tosse
seca começam subitamente. A dor também pode ser sentida nos ombros, pescoço ou abdome. Os sintomas
tendem a ser menos graves em um pneumotórax de desenvolvimento lento do que em um de desenvolvimento
rápido.

Diante da apresentação, analise o caso a seguir: Paciente G.T.A. sexo masculino, branco, 62 anos, viúvo,
comerciante. Residente da cidade de Açailândia-MA. Relata ser etilista esporádico e tabagista há 20 anos.
Hipertenso há 12 anos em uso de Losartana 25 mg e diagnosticado com doença pulmonar obstrutiva crônica há
08 anos, citando ainda ter mãe hipertensa. Foi admitido na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de
Açailândia relatando dor torácica intensa após crise de tosse. Na admissão apresentou-se lúcido, orientado em
tempo e espaço e em bom estado geral, hidratado, anictérico e afebril (temperatura axilar 35,6°C). Dispneico
(FR: 27 rpm), normotenso (PA: 120x80 mmHg) e taquicárdico (FC: 140 bpm). À ausculta cardíaca apresentava
bulhas normofonéticas em dois tempos com ausência de sopros e ritmo regular. Na realização da ausculta
respiratória o murmúrio vesicular era reduzido em pulmão direito e audível em pulmão esquerdo sem ruídos
adventícios. Foi solicitado radiografia de tórax na qual se constatou pneumotórax de pulmão direito (Figura 1).
Conforme radiografia foi confirmado diagnóstico de colapso pulmonar na qual realizou-se uma drenagem de
tórax no paciente, confirmando-se em uma nova radiografia, uma correta expansão pulmonar (Figura 2). O
paciente foi mantido em observação por 02 dias. Apresentou boa evolução sem alterações, obtendo melhora do
quadro e por isso, recebendo alta no dia seguinte. O mesmo foi encaminhado para acompanhamento
ambulatorial da doença pulmonar obstrutiva crônica.

Figura 01: pneumotórax direito Figura 02: pulmões expandidos


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01. Para se conhecer as patologias nos diversos segmentos corporais é necessário compreender as
estruturas anatômicas relacionadas. Assim, usando imagens revise a anatomia dos pulmões e sua
inervação.
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02. Com auxílio do estudo de Gomes disponível em:


https://sbct.org.br/wp-content/uploads/data/2015/04/pneumotorax.pdf e em outras literaturas descreva
sobre a classificação do pneumotórax.

O pneumotórax pode ser classificado em espontâneo, quando não decorre de uma ação traumática sobre
o tórax, e traumático que surge em função da presença de traumatismo torácico aberto ou fechado, já discutido
em outro capítulo. Alguns autores consideram que o pneumotórax decorrente de intervenções diagnósticas ou
terapêuticas, também chamado de pneumotórax iatrogênico, deva ser incluído, em termos de classificação,
como pneumotórax decorrente de trauma.
O pneumotórax espontâneo, por sua vez, pode ser dividido em dois tipos: primário, quando o paciente
não é portador de doença pulmonar subjacente, exceto por pequenas bolhas subpleurais, blebs, normalmente
situadas no ápice pulmonar, e secundário, quando decorre de patologia pulmonar conhecida ou em curso. O
pneumotórax catamenial ocorre em função de alterações da integridade anatômica do diafragma, em conjunto
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com a menstruação, acometendo mulheres frequentemente acima dos 30 anos, mais comum à direita, podendo
ser esquerdo ou bilateral, com sintomatologia iniciando-se após 24 a 72 horas do início do fluxo menstrual e
que pode ter, também, como causa a endometriose pulmonar. O pneumotórax que surge após o nascimento,
chamado de neonatal, decorre da rápida elevação da pressão transpulmonar, negativa nos casos de aspiração de
mecônio, muco ou sangue, e positiva quando da ventilação mecânica na presença de síndrome da membrana
hialina. O pneumotórax neonatal é duas vezes mais comum em indivíduos do sexo masculino e os neonatos são,
geralmente, a termo ou a pós-termo. No quadro 1 estão listados os tipos e causas mais frequentes de
pneumotórax.

03. Baseado em Higa et al. (2013) descreva sobre a fisiopatologia do pneumotórax espontâneo
primário (PEP) e secundário (PES).

O pneumotórax espontâneo primário ocorre em pacientes sem doença pulmonar evidente. Nesse caso, o
principal determinante é a rotura de bolhas subpleurais comumente observadas em pacientes submetidos a
procedimentos laparoscópicos ou toracotomia, fato também evidenciado invariavelmente pela tomografia. A
incidência está diretamente ligada ao consumo de cigarro e apresenta uma transmissão genética autossômica
dominante.
O pneumotórax espontâneo secundário corresponde à complicação de doença pulmonar conhecida, seja
por acometimento das vias aéreas, parênquima ou pleura. Especialmente o enfisema pulmonar é o maior fator
de risco isolado para o desenvolvimento de pneumotórax. Outras situações clínicas são a bronquite crônica, a
asma, as pneumonias necrosantes, neoplasias, bronquiectasias, fibrose pulmonar e doenças do tecido conectivo.
O pneumotórax adquirido normalmente está relacionado a trauma, seja fechado ou aberto, da cavidade torácica,
ou às complicações associadas a procedimentos diversos (iatrogênicos).
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04. Conforme Andrade Filho; Campos e Haddad (2006) e outras literaturas, descreva sobre o
diagnóstico de pneumotórax.

O diagnóstico do pneumotórax é baseado na história e exame físico, e confirmado com a utilização de


métodos de imagem. O pneumotórax espontâneo geralmente ocorre com o paciente em repouso, raramente
durante o exercício. Dor torácica e dispnéia são os sintomas mais frequentes. A dispnéia normalmente é
proporcional ao tamanho e à velocidade de acúmulo do pneumotórax e à reserva cardiopulmonar do paciente. A
dor torácica caracteriza-se por ser aguda e ipsilateral. Ao exame físico, geralmente observa-se redução do
murmúrio vesicular e do frêmito toracovocal, diminuição local da expansibilidade torácica com aumento do
volume do hemitórax envolvido e timpanismo à percussão. Não é rara a ocorrência simultânea de enfisema
subcutâneo e/ou pneumomediastino, dependendo da causa do pneumotórax. Salientamos que, em muitas
situações, os achados clínicos não refletem o tamanho do pneumotórax.
A radiografia simples do tórax geralmente confirma o diagnóstico através da presença de faixa de ar
entre a parede torácica e/ou diafragma e a pleura visceral. A radiografia com incidência lateral é útil em
algumas situações, podendo ser complementada pela radiografia obtida durante expiração forçada, que pode
evidenciar pequenos volumes de ar no espaço pleural, não visualizados na radiografia convencional.
A tomografia computadorizada de tórax pode ser útil em situações clínicas especiais quando é
necessária uma avaliação mais cuidadosa da cavidade pleural, como nos casos de enfisema de subcutâneo, ou
em pacientes na unidade de terapia intensiva, onde a radiografia realizada no leito pode não demonstrar
presença de ar na cavidade pleural por septação ou por localização em posição anterior ao pulmão.
Quando a pressão intrapleural do pneumotórax se eleva para níveis acima da pressão atmosférica, o
desvio de mediastino contralateralmente pode causar pinçamento das veias cavas e obstruir o retorno venoso ao
coração, com consequente diminuição importante do débito cardíaco. Neste caso o paciente pode desenvolver
dispnéia intensa e instabilidade hemodinâmica grave. Esta condição constitui o pneumotórax hipertensivo, uma
verdadeira emergência médica que necessita de intervenção rápida para aliviar a pressão intrapleural (punção
com agulha, por exemplo). É uma entidade que deve ser reconhecida clinicamente, não se permitindo atrasos
em decorrência da realização de exames complementares.
05. Conforme Andrade Filho; Campos e Haddad (2006), descreva sobre o tratamento de
pneumotórax primário de paciente estável (oxigenação e sinais vitais mantidos) e magnitude de
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pneumotórax pequeno (< 3 cm) e de paciente estável (oxigenação e sinais vitais mantidos) e magnitude de
pneumotórax grande (> 3 cm).

06. Conforme Andrade Filho; Campos e Haddad (2006), descreva sobre o tratamento de
pneumotórax secundário.
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07. Um dos procedimentos a ser realizado em quadro de pneumotórax é a conhecida toracocentese.


Assim baseado em Sales e Onishi (2006) e em outras literaturas, descreva a técnica desse procedimento.

REFERÊNCIAS
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▪ ANDRADE FILHO, L.O; CAMPOS, J.R.M.; HADDAD, R. Pneumotórax. Jornal brasileiro de


pneumologia, v. 32, p. S212-216, 2006.
▪ GUYTON. A. C.; HALL, J. E. Tratado de fisiologia médica. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2011.
▪ GOMES, C.M. Pneumotórax. Disponível em:
https://sbct.org.br/wp-content/uploads/data/2015/04/pneumotorax.pdf Acesso em: 02.junho.2021.
▪ HIGA, E.M.S. et al. Guia de medicina de urgência. 3.ed. Baueri-SP: Mnole, 2013, 936p.
▪ SALES, R.; ONISHI, R. Toracocentese e biópsia pleural. Jornal brasileiro de pneumologia, v.32, p.
S170-S173, 2006.
▪ TORTORA, G.J. Princípios de anatomia e fisiologia. 14.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.

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