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INSTITUTO FEDERAL FARROUPILHA - CAMPUS SÃO BORJA

COMPONENTE: Biologia PROFESSORA: Denise Palma

CURSO: Técnico em Informática Integrado TURMAS: 20 e 21 (segundos anos)

ANO LETIVO: 2021 SEMESTRE: 1

TEXTO DE APOIO 4

REINO PROTOCTISTA

O Reino Protoctista é representado pelas algas e pelos protozoários.


As algas são autótrofas, ou seja, capazes de produzir carboidrato a parir de luz solar, água
e gás carbônico, por meio do processo de fotossíntese. Elas são aeróbias, podem ser uni ou
multicelulares, micro ou macroscópicas. A maioria das algas é aquática, podendo viver fixas ou
flutuantes, formando o fitoplâncton. Também existem no solo úmido e em cascas de árvores.
Ao contrário das algas, os protozoários são heterótrofos, ou seja, nutem-se de matéria
orgânica presente no ambiente. Todos os protozoários são unicelulares e microscópicos. Eles são
aeróbios ou fermentadores e principalmente aquáticos, sendo a maioria de vida livre e alguns
fixos ao substrato. Alguns protozoários são parasitas de animais, causando doenças.

ALGAS

Importância da s algas

Esses seres vivos são muito importantes para o ecossistema aquático e também para todo
o planeta. Por serem fotossintetizantes e existirem em grande quantidade no fitoplâncton dos
oceanos, as algas constituem os principais seres responsáveis pela oxigenação do planeta.
Devido ao processo fotossintético, as algas têm grande importância na manutenção do clima do
planeta, pois utilizam o gás carbônico (principal gás do efeito estufa). Além disso, o fato de
produzirem seus próprios carboidratos coloca as algas no primeiro nível trófico das cadeias e teias
alimentares dos oceanos, ou seja, elas produzem matéria orgânica para ser incorporada às
cadeias alimentares.
Algas também têm importância para a indústria, como para a fabricação de fertilizantes do
solo (Sargassum sp.), de alimentos (sorvete, chocolate, pudim, sushi) e de cosméticos (sabonete,
creme dental). A indústria farmacêutica também emprega algas e seus produtos, tanto como
meio de cultura para micro-organismos (ágar), quanto para a fabricação de cápsulas para
medicamentos e supositórios.
Classificação das algas

As algas são classificadas em Euglenophyta, Dinophyta (Pyrrophyta), Chrysophita


(Bacilariófita), Rhodophyta, Phaeophyta e Chlorophyta.

Euglenophyta - Euglenoides
As euglenófitas compreendem cerca de mil espécies descritas, sendo o gênero mais
comum o Euglena. A maioria dessas algas é de água doce e, por isso, possui vacúolos contráteis
para retirada do excesso de água da célula. Outra característica diferenciada das euglenoides é
que elas são mixotróficas, ou seja, podem ser autótrofas ou heterótrofas. Apresentam uma
mancha ocelar que possibilita a orientação em direção à luz. Locomovem-se por um o dois
flagelos e não apresentam parede celular. Os pigmentos das euglenoides são as clorofilas a e b
(verde), o caroteno (laranja) e a xantofila (amarela). O carboidrato de reserva é o paramilo.

Figura 1. Euglena.

Dinophyta ou Pyrrophyta – Dinoflagelados


Esse grupo apresenta cerca de duas mil espécies, as quais são conhecidas como algas
de fogo por causarem a maré vermelha quando em grandes quantidades. Elas liberam
neurotoxinas na água e podem ser perigosas para os animais aquáticos. Geralmente são
marinhas planctônicas e poucas são dulcícolas. Algumas vivem em simbiose com esponjas e
cnidários. Possuem dois flagelos que proporcionam movimentos rotatórios. Podem apresentar
placas celulósicas rígidas chamadas tecas. Algumas produzem bioluminescência. Os pigmentos
são as clorofilas a e c (verde), o caroteno (laranja), a xantofila (amarela) e a peridinina (marrom-
avermelhado). O carboidrato de reserva é o amido.

Figura 2. Dinoflagelados.
Chrysophita – Bacilariófitas
As bacilariófitas são cerca de 10 mil espécies conhecidas como algas douradas. Vivem em
diversos ambientes: solo úmido, mar e água doce, sendo a maioria marinha planctônica. Os
principais representantes desse grupo são as diatomáceas. Elas formam depósitos marinhos
(diatomitos ou terra de diatomáceas) usados na fabricação de lixas, filtros, tijolos e abrasivos.
Apresentam parede celular de sílica em forma de estojo (frústula).
Os pigmentos são as clorofilas a e c (verde), o caroteno (laranja), a xantofila (amarela) e a
fucoxantina (marrom). Essas algas apresentam reserva de óleo, leucosina e volutina.

Figura 3. Bacilariófitas.

Rhodophyta - algas vermelhas


Esse grupo compreende cerca de 6 mil espécies, predominantemente marinhas. Elas
atingem grandes dimensões e crescem junto aos corais. Apresentam parede celular de celulose,
ágar e carragenina com depósitos de carbonato de cálcio nas Rhodophytas coralinas. O ágar é
usado em produtos laboratoriais e a carragenina em ligas de doces e sorvetes.
Os pigmentos são as clorofilas a e d (verde), o caroteno (laranja), a ficocianina (azul) e a
ficoeritrina (vermelho). O carboidrato de reserva é o amido.

Figura 4. Algas vermelhas.


Phaeophyta - Algas pardas ou marrons
São cerca de 1,5 mil espécies, sendo a maioria marinha de ambientes rochosos. Elas
formam talos filamentosos de vários metros de comprimento e servem como fonte de alimento
para animais, inclusive para o ser humano. Apresentam parede celular de celulose e algina (usada
em géis, tintas, vernizes e retenção de água).
Os p das algas pardas são as clorofilas a e c (verde), o caroteno (laranja), a xantofila
(amarela) e a fucoxantina (marrom). Elas reservam laminarina e manitol (polissacarídeos) e óleos.

Figura 5. Algas marrons.

Chlorophyta - Algas verdes


As clorófitas podem ser uni ou multicelulares. Elas vivem em águas doces ou salgadas ou
em ambientes terrestres úmidos como troncos de árvores. Nesse caso, podem vivem em
associação com fungos ascomicetos formam os liquens. Elas têm parede celular de celulose. As
algas verdes servem de fonte de alimento para animais e para o ser humano.
Os pigmentos são as clorofilas a e b (verde), o caroteno (laranja) e a xantofila (amarela). A
substância de reserva é o amido.

Figura 6. Algas verdes.


Reprodução das algas

As algas podem se reproduzir tanto de forma assexuada como de forma sexuada.


A reprodução assexuada pode ocorrer por fissão binária (bipartição) em algas
unicelulares ou por fragmentação e brotamento em algas multicelulares (Figura 7).

Figura 7. Reprodução das algas por fissão binária e por fragmentação e brotamento.

A reprodução sexuada ocorre em algas multicelulares por conjugação com alternância de


gerações, ou seja, com uma fase haploide e uma fase diploide (Figura 8). Uma alga adulta
(esporófito diploide) produz esporos por meiose. Os esporos são haploides e apresentam flagelos,
o que proporciona a dispersão das algas. Eles germinam formando os gametófitos haploides
masculinos e femininos. Estes, por sua vez, produzem gametas haploides por mitose, também
flagelados. A fusão de um gameta masculino com um gameta feminino resulta na formação de um
zigoto diploide. Este, após sucessivas mitoses, forma uma alga adulta.

Figura 8. Reprodução das algas por conjugação.


PROTOZOÁRIOS

Estrutura dos protozoários

Os protozoários apresentam membrana plasmática semelhante às dos outros seres vivos.


Muitos apresentam regiões distintas do citoplasma: o ectoplasma (mais externa e consistente),
com função de movimentos ameboides e na divisão celular; e o endoplasma (mais interna e
fluida), que abriga as organelas membranosas.
De modo geral, os protozoários são uninucleados, mas os ciliados apresentam dois ou
vários núcleos: o macronúcleo tem funções relacionadas ao metabolismo celular e o
micronúcleo tem função de reprodução.
A nutrição dos protozoários ocorre por endocitose de partículas nutritivas ou outros
microrganismos (até mesmo outros protozoários) presentes no ambiente. Eles apresentam
digestão intracelular em um vacúolo digestivo. Os resíduos são eliminados por exocitose. A
excreção dos resíduos do metabolismo se dá por meio de vacúolo contrátil ou pulsátil. Em
protozoários de água doce, o vacúolo pulsátil possibilita o equilíbrio osmótico, pela eliminação do
excesso de água da célula (Figura 9).
A respiração celular é aeróbia na maioria, com difusão direta dos gases através da
membrana plasmática. Alguns protozoários como os parasitas do intestino de vertebrados e os
decompositores apresentam respiração celular anaeróbia.

Figura 9. Estrutura do Paramecium sp., um protozoário de água doce.


Importância dos protozoários

Os protozoários são ecologicamente importantes porque realizam o processo de


depuração da água, ou seja, os protozoários aquáticos promovem a limpeza dos corpos hídricos
que habitam, por se alimentarem de bactérias, fungos e outros protozoários.
Eles também têm importância para outros seres vivos com os quais vivem em
mutualismo. Por exemplo, protozoários flagelados do gênero Trichonympha são capazes de
degradar celulose presente na madeira ingerida por cupins e baratas; e protozoários ciliados estão
presentes no estômago dos mamíferos ruminantes, sendo capazes de degradar celulose do capim
ingerido por eles.
Na pesquisa científica, os protozoários são empregados como modelos para estudos de
biologia celular, indicadores ambientais e fonte de produtos naturais para diversos fins. Eles
apresentam também importância médica, pois muitos são parasitas do homem e de outros
vertebrados, causando doenças que podem levar à morte.
Para a agricultura, os protozoários são fundamentais por se alimentarem de bactérias e
fungos e por promovem a ciclagem de nutrientes, a fertilidade e equilíbrio biológico do solo. Eles
servem de alimento para vários organismos como, por exemplo, as minhocas. Contudo, alguns
protozoários podem causar danos às plantações. Espécies do protozoário do gênero Phytomonas
são agentes etiológicos de doenças em plantações importantes do ponto de vista econômico
como, por exemplo, o tomateiro e as palmeiras. Os protozoários são transmitidos aos vegetais
através da saliva de percevejos (hemípteros fitófagos) infectados.

Classificação dos protozoários

Os protozoários são classificados de acordo com o tipo e a presença ou não de estruturas


locomotoras: Rhizopoda ou Sarcodina (locomovem-se por pseudópodes), Foraminifera
(locomovem-se por pseudópodes finos e ramificados), Actinopoda (locomovem-se por
pseudópodes afilados e rígidos), Zoomastigophora (locomovem-se por flagelos), Ciliophora
(locomovem-se por cílios) e Apicomplexa ou Sporozoa (não apresentam estrutura locomotora).

Rhizopoda ou Sarcodina
Movem-se por meio de pseudópodes (falsos pés), que são expansões temporárias do
citoplasma. Essas expansões permitem também a captura de alimentos, pois os protozoários
podem deslocar-se até algas ou protozoários menores, englobando-os.
Os principais representantes desse grupo são as amebas, sendo a maioria de vida livre,
podendo ser dulcícolas (Amoeba proteus) ou marinhos. Alguns são parasitas como a Entamoeba
histolystica que causa a amebíase em humanos e outros vertebrados.
Figura 10. Rhizopoda.

Foraminifera
Movem-se por meio de pseudópodes finos e ramificados. São protozoários revestidos por
carapaça rígida de carbonato de cálcio. A maioria é marinha e servem como indicadores da
presença de petróleo nas profundezas oceânicas, pois milhares de espécies de foraminíferos
datam de, aproximadamente, 570 milhões de anos.

Figura 11. Foraminifera.

Actinopoda
Movem-se por meio de pseudópodes afilados e rígidos que auxiliam também na obtenção
de alimento, pois aumentam a área de superfície de trocas de materiais com o ambiente. Os
representantes desse grupo são os radiolários (marinhos) e os heliozoários (dulcícolas).

Figura 12. Actinopoda.


Zoomastigophora
Movimentam-se por meio de flagelos, pois são aquáticos de vida livre. Alguns são
mutualísticos, como o Trychonympha sp. Que digere celulose no intestino de cupins. Outros são
parasitas como a Giardia intestinalis (giardíase), o Leishmania brasiliensis (leishmaniose), o
Trichomonas vaginalis (tricomoníase) e o Trypanosoma cruzi (doença de Chagas).

Figura 13. Zoomastigophora.

Ciliophora
Locomovem-se por meio do batimento de cílios. São protozoários de maior complexidade e
mais especializados quanto à estrutura celular (dois ou mais núcleos e dois vacúolos pulsáteis). A
maioria é de vida livre dulcícola (Paramecium sp.) e marinha. Existem espécies fixas por
pedúnculo, como o Vorticella sp. Há também parasitas como o Balantidium coli (Balantidiose).

Figura 14. Ciliophora.

Apicomplexa (Sporozoa)
Não possuem estrutura de locomoção. São obrigatoriamente parasitas e obtêm alimentos
por absorção. São exemplos o protozoário causador da toxoplasmose (Toxoplasma gondii) e o
causador da malária (Plasmodium vivax, Plasmodium falciparum, Plasmodium malariae e
Plasmodium ovale).
Figura 15. Apicomplexa.

Reprodução dos protozoários

Os protozoários podem se reproduzir tanto de forma assexuada como de forma sexuada.


A reprodução assexuada ocorre por fissão binária (bipartição). O protozoário duplica seu
material genético, organelas e citoplasma e passa por divisão simples (Figura 16).

Figura 16. Reprodução assexuada dos protozoários por fissão binária.

A reprodução sexuada ocorre por conjugação (Figura 17). Primeiramente, dois


protozoários da mesma espécie se unem, fundindo seus citoplasmas, ao passo que ocorre meiose
do micronúcleo de cada protozoário. Três micronúcleos resultantes dessa meiose degeneram
enquanto um deles sofre mitose, resultando em dois micronúcleos por protozoário. Em seguida
ocorre troca de micronúcleos entre os protozoários. No citoplasma de cada indivíduo, o
micronúcleo próprio se funde ao micronúcleo recebido, formando um micronúcleo geneticamente
recombinado. Ao final do processo, ocorre separação dos protozoários que agora podem realizar
fissão binária.
Figura 17. Reprodução sexuada dos protozoários por conjugação.

Doenças causadas por protozoários

São exemplos de doenças humanas causadas por protozoários:


✔ Malária
✔ Toxoplasmose
✔ Doença de Chagas
✔ Leishmaniose
✔ Amebíase
✔ Giardíase
✔ Tricomoníase

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