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Faculdade de Direito
Tema:
Discentes:
Docentes:
Ms.António Chipanga-Regente
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Conteúdo
Introdução.........................................................................................................................................3
Regime jurídico de suspensão dos direitos fundamentais.................................................................4
Estados de emergência e de sítio......................................................................................................4
Situação de Calamidade Pública........................................................................................................7
Situação de calamidade pública e Direitos Fundamentais.................................................................8
Constitucionalidades das decisões, actos e duração das restrições dos Direitos Fundamentais
impostas em Moçambique durante a pandemia da Covid-19...........................................................9
Conclusão........................................................................................................................................10
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Introdução
Direitos fundamentais são posições de vantagens que o homem tem diante do Estado. O
Estado tem o dever de garantir a efetivação desses direitos aos seus cidadãos. Porem, para a
efectivação de certos direitos o Estado vê-se obrigado a impor certas limitações de certos
direitos para garantir a efetivação dos demais direitos e o bem-estar colectivo.
Neste trabalho estaremos a abordar acerca das limitações dos Direitos Fundamentais,
buscaremos definir com base em nosso Direitos Constitucional, em que momentos o Estado
tem a autonomia de restringir os direitos de indivíduos, sobre que circunstancia podem ser
impostas tais restrições e em virtude de o quê.
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Regime jurídico de suspensão dos direitos fundamentais
e são, restritos apenas aos casos previstos na lei constitucional, conforme o nº 3 do mesmo
artigo, "a lei só pode limitar o direitos, liberdades e garantias nos casos nos casos
expressamente previstos na constituição" Avançando mais, o nº. 4 prescreve que as restrições
legais dos direitos e das liberdades devem revestir carácter geral e abstracto e não devem ter
efeito retroactivo, isto é, produzem efeitos só a partir da data da sua declaração.
Duas das modalidades de suspensão do exercício dos direitos fundamentais são os Estados
de sítio ou de emergência. Conforme se pode notar do n.º 1 do artigo 290 são pressupostos da
sua declaração:
- grave ameaça;
- calamidade pública.
Não podendo ser declarado fora desses pressupostos, conforme o nº. 3 do artigo 56.
Quanto a opção, opta-se por Estado de sítio quando os pressupostos encontram-se agravados
e, Estado de Emergência quando são menos graves. Vejamos por exemplo, em 30 de Março
de 2020, publicou-se o decreto presidencial nº. 11/2020, fundamentada em calamidade
pública, este optou por Estado de emergência, porquanto, a situação pandémica da covid-19
não se encontrava grave, em Moçambique, na altura, pelo que não se justificava a declaração
do Estado de sítio. Este que extinguira trinta dias após a sua declaração, que é o tempo que
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pode durar cada declaração, mas porque persistiram as razões primordiais da sua declaração,
prorrogou-se três vezes, não obstante terem persistido, por razões constitucionais não pôde
ser prorrogado pois o limite é de três prorrogações, art. 293.
Quanto às restrições do estado de sítio ou emergência, trata o artigo 295 da CRM, ao qual
texto o transcrevemos:
Artigo 295
b) detenção;
Tendo isto posto é perceptível que nenhum acto é capaz de cessar, extinguir o crime, mesmo
no âmbito da declaração do estado de emergência ou de sítio, pois é um fenómeno lapidado
na rocha firme da estupidez humana, por isso haverão de ser feitas detenções, e, estas
praticadas no âmbito do estado de emergência ou sítio, são reguladas pelo artigo 296 da
constituição, que estabelece o seguintes princípios:
- o nome do detido e o enquadramento legal são tornados públicos, no prazo de cinco dias;
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Situação de Calamidade Pública
Local, quando atinge unidades territoriais de nível de província, distrito, posto administrativo,
localidade ou povoação, sendo a capacidade de resposta local;
Nacional, quando atinge simultaneamente, mais de uma província ou, ainda que limitada a
uma unidade territorial inferior, desde que sua magnitude e gravidade ultrapasse a capacidade
de resposta local.
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g. proceder a aquisição de bens e serviços de carácter urgente, usando regras
excepcionais, nos termos da legislação aplicável;
h. determinar a mobilização civil por determinados períodos de tempo certos, por zonas
territoriais ou sectores de actividade caso se mostre necessário;
i. usar de forma proporcional os meios coercivos apropriados para garantir o
comprimento das medidas.
O artigo 72 da CRM dispõe que as liberdades e garantias individuais só podem ser suspensas
ou limitadas temporariamente em virtude de declaração do estado de guerra, do estado de
sítio ou do estado de emergência nos termos estabelecidos na Constituição, e sempre que se
verifique a suspensão ou limitação de liberdades ou garantias, elas têm um carácter geral e
abstracto e devem especificar a duração e a base legal em que se assenta.
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Constitucionalidades das decisões, actos e duração das restrições dos Direitos Fundamentais
impostas em Moçambique durante a pandemia da Covid-19
Deixa porem a desejar o cumprimento da duração prevista na lei constitucional que consagra
em seu artigo 292 uma «duração de trinta dias prorrogáveis por três vezes caso persistam as
razoes que determinam a declaração do estado de emergência » bem como também deixa muitas
lacunas as acções dos agentes da lei e ordem durante o período do Estado de Emergência.
O Decreto de Estado de calamidade foi um dos meios em que o executivo optou para manter
a constitucionalidade dos seus actos e ainda assim, simultaneamente, continuar a luta contra o
Corona vírus. É um dever fundamental do cidadão obedecer as imposições e restrições do
Decreto 79/2020 pois, é um dever fundamental de todo cidadão «defender e promover a saúde
publica»(art. 45, CRM).
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Conclusão
Com o presente trabalho concluímos que quer as limitações, quer as restrições dos direitos
fundamentais são impostas para salvaguardar um direito maior do que visam restringir ou
limitar.
A Constituição regula tais matéria para que em primeiro lugar sendo uma realidade do Direito
esteja positivados e a posterior, para que não se firam por completo os interesse dos
indivíduos.
Concluímos também que , opta-se por Estado de sítio quando os pressupostos encontram-se
agravados e, Estado de Emergência quando são menos graves.
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REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
Constituição da Republica de Moçambique(2018).Maputo: imprensa nacional
Decreto presidencial nº. 11/2020, série I, Nº 61
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