Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Introdução............................................................................................................................................3
1.1. Contextualização.......................................................................................................................3
1.2. Problema...................................................................................................................................4
1.3. Objectivos.................................................................................................................................5
1.4. Justificativa...............................................................................................................................6
1.8. Metodologia............................................................................................................................16
1.1. Contextualização
A abertura do espaço político em Moçambique, criou condições para a introdução de reformas que
foram se desenvolvendo ao longo do tempo, onde se destacam as reformas de descentralização que,
por sua vez, abriram espaço para o envolvimento dos cidadãos no processo de governação. Assim,
tem-se assistido, iniciativas que têm vindo a ser desenvolvidas por parte do Governo Moçambicano
visando garantir maior participação dos cidadãos no exercício da acção governativa, assegurando o
seu envolvimento na tomada de decisões, sobretudo na implementação dos programas e principais
instrumentos de governação a nível local, Ngoenha (2009).
A particiaçao dos cidadãos visa em última instância o desenvolvimento econômico local, é nesta
linha de pensamento que segundo Buarque (1999), é imprescindível a articulação de um novo
contrato social, embasado em alianças entre as organizações das mais diferentes esferas. Dentro
desta dinâmica, percebe-se a existência de uma diversidade de atores: a sociedade civil, o governo
local, as redes sociais e os agentes econômicos em suas diferentes escalas e tipos.
Neste contexto, o processo de planificação descentralizada olha para o desenvolvimento local e, por
conseguinte, a participação dos cidadãos no processo de governança. No caso de Moçambique, este
teve um impulso significativo com a adoção de uma nova Constituição da República (CR) em 1990,
que acomodou o pluralismo político e social (PNUD, 1998, 42).
Foi assim que, produto das mudanças verificadas em Moçambique com a introdução do
multipartidarismo, elaborou-se vários instrumentos que permitam a constituição de Fóruns
Consultivos, de modo a garantir a participação dos cidadãos na elaboração dos Planos Distritais de
Desenvolvimento (PDD's). Entretanto, o funcionamento destes espaços, tem estado no centro de
muitas críticas levantadas sobre os mesmos, principalmente no seu papel na tomada de decisões que
visam o desenvolvimento local (Faria, 2011).
3
Descentralizada no âmbito do Desenvolvimento Local do Distrito de Chimbunila no Período
compreendido entre 2015 à 2018.
1.2. Problema
Actualmente, a maioria dos países de regimes democráticos, como é o caso de Moçambique vêm
buscando mecanismos de incentivo à participação dos cidadãos na tomada de medidas para solução
das necessidades locais através da descentralização, (Dias, 2015 & Nguenha, 2009).
Importa clarificar que este processo é visto como uma gestão partilhada, isto é, a gestão dos
governos locais passa a ser partilhada entre a comunidade e os gestores públicos, entretanto a
planificação do desenvolvimento dos governos distritais, a definição das prioridades e as
necessidades que a comunidade tem, passa a ser definida em processo participativo, isto é, a
comunidade acompanha o financiamento, fiscaliza a execução das actividades.
Estudos recentes, como os de Canhanga (2007), revelam que pese embora exista um quadro legal e
institucional que enquadra e consagra a participação comunitária na planificação do
desenvolvimento, o envolvimento efectivo das comunidades neste processo ainda deixa muito a
desejar e depara-se com enormes desafios. Este envolvimento reduz-se muitas vezes á presença
física.
4
responsáveis pelo seu lançamento e acabam por ser substituídos por outros (Bandeira, 1999, citado
em Almeida e Dantes, 2009).
Nesta linha de pensamento, um dos grandes problemas do distrito de Chimbunila é que dispõe de
uma fraca rede de infraestruturas, o que priva a maior parte da população do fornecimento de
serviços públicos básicos. Aliado a isso, verifica-se um baixo nível de execução das actividades
inscritas no Plano Económico-Social e Orçamento Distrital (PESOD), o que tem gerado
desadequada gestão das expectativas das populações, sobretudo as mais desprovidas, e descrédito
da acção governativa e institucional do poder local.
É nesta perspectiva que nos últimos anos, no distrito, tem-se reportado um mau estar entre a
administração e as comunidades locais, facto que remete a ideia de que os conselhos consultivos
não tem uma participação activa no processo de desenvolvimento institucional das Instituições de
Participação e Consulta Comunitária (IPCC) que é considerado um factor fundamental na
realização do seu potencial de tomar decisões viáveis ao bem-estar das suas comunidades baseada
numa planificação participactiva. Com base neste reconhecimento, questiona-se: até que ponto a
planificação Descentralizada está sendo desenvolvida de modo a garantir a satisfação dos
interesses das comunidades locais e, consequentemente, o Desenvolvimento do Distrito de
Chimbunila?
1.3. Objectivos
5
Explicar o processo de prestação de contas do governo do distrito de Chimbunila ao
Conselho Consultivo Distrital;
Compreender a estratégia da planificação Descentralizada no Desenvolvimento do Distrito
de Chimbunila no período compreendido entre 2015 à 2018.
1.4. Justificativa
Está análise poderá contribuir para chamar a atenção das administrações locais sobre a existência de
um Problema. Esperamos que as decisões e os próprios implementadores estejam atentos a este
estudo, de modo a encontrar soluções internas de forma a superar problemas.
Numa vertente teórica, o trabalho é importante pois reflecte sobre um assunto recente em
Moçambique, neste caso a planificação descentralizada, contribuindo de alguma forma para o
avanço do conhecimento científico tomando em consideração os instrumentos usados na reflexão
do assunto.
6
garantir a satisfação dos interesses das comunidades locais e, consequentemente, o
Desenvolvimento do Distrito de Chimbunila. O estudo será realizado no Distrito de Chimbunila,
localizado na província Nortenha do Niassa, o espaço temporal escolhido foi de quatro anos, 2015-
2018.
A escolha do espaço temporal 2015 – 20118, justifica-se pelo facto de se tratar de um período em
que o governo de Moçambique implementou a Política e Estratégia de Descentralização (PED), esta
política combina vários processos que se desenvolvem em sinergia para garantir a participação das
comunidades, o desenvolvimento local e a melhoria da prestação de serviços. O período em
referência foi, igualmente, marcado por uma relação conturbada entre a administração local e a
população.
Para além de se verificar a falta de infraestruturas que dificulta a população usufruir dos serviços
públicos básicos, o que pode estar a atiçar o mau estar entre a administração e a população local, a
eleição do distrito de Chimbunila para analisar o processo de Planificação Descentralizada no
âmbito do Desenvolvimento Local justifica-se pelo facto de a investigadora ser funcionária e residir
neste distrito e, estudando a temática neste ponto da província da Niassa, vai minimizar os custos e
será fácil o contacto directo com as estruturas administrativas do locais.
Por sua vez, Dias (2015) afirma que a Planificação descentralizada, é na sua essência um processo
consultivo, de auscultação selectiva das propostas das comunidades, que evidencia abertura ao
diálogo mas fechamento à partilha do poder de decisão.
Destas definições percebe-se que a planificação descentralizada é uma prática de participação dos
cidadãos, alicerçadas num regime democrático de cariz representativo, que buscam aprofundar os
mecanismos de reforço da relação entre a Administração Pública Local e a sociedade
Deste modo entende-se, neste trabalho, que a planificação descentralizada é o processo pelo qual as
comunidades, através dos seus representantes, são envolvidas no processo de tomada de decisão
(planificação distrital) e na implementação das políticas definidas.
1.7.1.2. Descentralização
De acordo com Faria e Chichava (1999) a descentralização pode ser definida como a organização
das atividades da administração central fora do aparelho do governo central, podendo ser através
de: medidas administrativas (e fiscais) que permitam a transferência de responsabilidades e recursos
para agentes criados pelos órgãos da administração central, ou medidas políticas que permitam a
atribuição, pelo governo central, de poderes, responsabilidades e recursos específicos para
autoridades locais.
Por sua vez Mazula (1998) define a descentralização como sendo a criação de entidades autônomas
distintas do Estado, paralelas a ele. Desaparece a hierarquia administrativa, surge um
8
relacionamento entre pessoas jurídicas diferentes, com atribuições e responsabilidades
juridicamente definidas pela lei. São normalmente considerados três tipos de descentralização:
A descentralização, por outro lado, pode ser utilizada como uma estratégia de democratização da
máquina pública. Por meio das unidades descentralizadas, podem-se estabelecer canais de
comunicação com a sociedade, além de serem utilizadas como referência em processos de
orçamentos participativos, além de ser um canal para implementar ações de caráter intersetorial, por
meio da dimensão de serviços. Neste caso, então, ela aparece como outra estratégia de governança
que procura aproximar profissionais de diferentes setores e aproximá-los dos cidadãos.
Desenvolvimento local e descentralização são processos distintos e relativamente independentes,
embora quase sempre interligados e complementares. A descentralização trata de um aspecto
político institucional que decorre de decisões restritas à forma de organização da sociedade e da
administração pública no trato das políticas e programas (Buarque, 1999).
9
Participação Comunitária é um processo segundo o qual os membros de uma comunidade
participam de forma activa e organizada na identificação dos seus problemas, na concepção, na
execução, na monitoria e na avaliação de acções visando o seu desenvolvimento.5
Dias (2010) citando Ornelas (2010) refere que a participação comunitária não é simplesmente uma
oferta voluntária de tempo e recursos, mas resulta da participação dos cidadãos nos processos de
decisão a favor da comunidade, implicando um envolvimento efectivo nos processos de decisão nos
grupos, organizações e comunidades.
1.7.1.4. Desenvolvimento
De acordo com Sachs (2004), o Desenvolvimento pretende habilitar cada ser humano a manifestar
potencialidades, talentos e imaginação, na procura da auto-realização e da felicidade, mediante
empreendimentos individuais e coletivos, numa combinação de trabalho autônomo e heterônomo e
de tempo dedicado a atividades não produtivas. A boa sociedade é aquela que maximiza essas
oportunidades, enquanto cria, simultaneamente, um ambiente de convivência e, em última
instância, condições para a produção de meios de existência viáveis, suprindo as necessidades
materiais básicas da vida – comida, abrigo, roupas – numa variedade de formas e de cenários –
famílias, parentela, redes, comunidades.
10
Assim o desenvolvimento local é o processo de tornar dinâmicas as vantagens comparativas e
competitivas de uma determinada localidade, de modo a favorecer o crescimento econômico e
simultaneamente elevar o capital humano, o capital social, a melhoria das condições de governo e o
uso sustentável do capital natural, (Paula, 2000).
Existem vários estudos desenvolvidos em torno da descentralização, como os Crook & Manor
(1998) e Agrawal & Ribot (1999), a maior parte deles, como o caso do Ibraimo (2005), Banco
Mundial, do Fundo Monetário Internacional, Valá (2009) e Chichava, tem o enfoque para o impacto
da descentralização no exercício da governação.
O processo de descentralização tem estado no centro de grandes debates, quer eles académicos,
políticos e parte integrante das estratégias de governação que nos últimos tempos têm sido
adoptadas pelos governos de vários quadrantes do mundo. Neste debate, quase todos são unânimes
em afirmar que a descentralização é algo necessário, essencial, para o sucesso das políticas e
decisões implementadas localmente assim como para a governação.
Em torno deste debate, Valá (2009) citando Sousa (2001), aduz que a descentralização é desejável,
tanto do ponto de vista do governo, assim como é uma confirmação do apoio político e um
ingrediente essencial para a implementação com sucesso das políticas desenhadas. Citando o Banco
Mundial (1997), Sousa (Idem) refere que as decisões são bem acolhidas quando buscam a
participação dos usuários e quando aproveitam a reserva comunitária de capital social, em vez de
11
trabalhar contra ela, referindo ainda que os governos tornam-se mais eficientes quando escutam os
cidadãos e trabalham em parceria com eles na decisão e implementação das políticas.
Portanto, para os autores supracitados a descentralização deve ser acompanhada pela participação
dos cidadãos na coisa pública e na tomada de decisões em questões de governação, abrindo espaço
de debate para as forças sociais de carácter tradicional ou moderno interagirem com o Estado.
Relactivamente a participação descentralizada, a maior parte dos trabalhos, de que temos registo,
que abordam a temática, olham para a vertente do orçamento participativo, são exemplo os estudos
de Nguenha (2009), Langa (2012), Nhamutote (2016). No entanto, esses autores concordam que a
planificação descentralizada é um processo de reflexão, avaliação, definição e implementação
conjunta das melhores de opções de desenvolvimento local.
No que diz respeito a planificação participativa Munzwa et al (2007) citado por Nguenha (2009) a
“planificação participativa tende a optimizar as soluções do desenvolvimento a partir de um
conjunto de opções e define um caminho a trilhar para um futuro desejado e definido pela
comunidade”. O produto da planificação é um plano.
Chichava citado por Sousa (2001) alerta para a necessidade de se ter alguma atenção em processos
participativos pois, como refere, a participação pode ser desvirtuada pela elite local, onde os
poderosos e influentes podem monopolizar o poder e por este meio reduzir a participação
comunitária num mero slogan sem aplicabilidade efectiva.
Sobre este assunto, Faria (2011) diz que, o processo de planificação descentralizada a nível do
distrito, levanta alguns constrangimentos, nomeadamente, falta de recursos humanos qualificados;
subversão na aplicação dos fundos disponibilizados ao Distrito no âmbito da implementação do
PPFD; e o fraco envolvimento das comunidades locais na gestão do processo de desenvolvimento o
que vezes sem conta tem resultado na incapacidade de identificação de ações prioritárias e
sobretudo, na elaboração de projetos que possam ser elegíveis ao financiamento.
Por sua vez Elias (2012) afirma que no Processo de planificação particiactiva distrital,
principalmente na elaboração do PESOD, os órgãos de participação locais, dentro das suas
competências neste processo, não têm praticamente nenhum poder de influenciar o Governo
12
distrital nas decisões sobre o PESOD, as opiniões emitidas por estes órgãos não tornam-se
importantes e determinantes na decisão final do governo distrital sobre este
Portanto, todos os cidadãos têm o direito de participar das acções que visem atingir o bem-estar
material e espiritual preconizado na Constituição. Mais, a Constituição moçambicana legítima a
inclusão das diferentes camadas, grupos e segmentos sociais na prossecução dos fins públicos nela
preconizada.
Manor (1998), na sua abordagem sobre “promessa e as limitações de descentralização” defende que
a descentralização pode ser um factor desagregador da comunidade, quando impede a participação
da comunidade na elaboração dos planos de desenvolvimento local. Este autor, acrescenta que “as
sociedades das aldeias são injustas, de modo que o espírito de comunidade é limitado e os esforços
colectivos tendem a ser vistos como mais uma política para explorar os menos favorecidos”.
Por sua vez, Canhanga (2007), citando Manor, refere que em Moçambique, a participação da
comunidade nos órgãos descentralizados tem sido marcada pela permanência de divergências entre
as preferências dos órgãos locais e das comunidades. Por este motivo, a comunidade raramente
participa na tomada de decisões.
Na óptica de Motta, citado por Canhanga (2001) “a incapacidade das comunidades influenciarem e
a baixa representatividade dos seus órgãos, gera no seio deles um clima de subordinação perante as
autoridades e contribui para a abstenção e/ou ausência dos cidadãos nas discussões promovidas
pelas autoridades locais”.
13
zonas rurais. O nível distrital desempenha funções cada vez mais importantes na prestação de
serviços, gestão de recursos para o desenvolvimento e na governação junto das populações rurais.
Esta é uma situação com consequências na qualidade de participação no CCD, que se reflectem nos
mecanismos de tomada de decisão e de prestação de contas.
No que se refere ao funcionamento dos CCD´s, Forquilha (2009) chama atenção sobre a falta de
clareza no que diz respeito as competências atribuídas a este fórum de participação e consulta, o
que provavelmente deixa um vazio sobre actuação dos membros que o compõem.
Forquilha (2009), termina o seu raciocínio argumentando que o facto dos “Conselhos Consultivos
Locais se reduzirem a meros órgãos de consulta, vão contribuir para a redução do espaço de
participação e influência das populações locais no processo de tomada de decisões no contexto de
desenvolvimento local”.
Existem várias teorias que procuram explicar os factos sociais, contudo, para o ressente estudo duas
teorias se mostram como as que melhor explicam os factos, sobretudo da articulação entre a
Administração distrital (entanto que Órgão Local do Estado) e os Conselhos Locais (entanto que
14
instituição de participação e consulta comunitária) especificamente, a perspectiva funcionalista e a
perspectiva institucionalista.
A perspectiva funcionalista, segundo Lakatos & Marconi (1991), considera a sociedade formada de
componentes diferenciadas, satisfazendo cada uma das funções essenciais da vida social e que as
partes são bem entendidas compreendendo-se os papéis que desempenham no todo. Segundo os
mesmos autores, a teoria funcionalista considera de um lado, a sociedade como uma estrutura
complexa de grupos e indivíduos reunidos numa troca de acções e relações sociais, e de outro lado,
como um sistema de instituições correlacionadas entre si, agindo e reagindo umas em relação às
outras.
Nesta perspetiva, a eficácia no exercício governativo só pode ser possível se cada órgão
desempenhar as suas funções ou cumprir com o papel que estiveram por detrás da sua criação,
respeitando as atribuições e competências de cada órgão. Especificamente, assegurar que os
conselhos locais, entanto que instituição criada com objectivos de garantir o envolvimento dos
cidadãos no exercício da acção governativa, através da sua participação em processos de tomada de
decisões sobre aspectos que afectam suas vidas, essencialmente sobre os principais instrumentos de
planificação, visando melhorar a governação ao nível local, garantindo a eficácia e eficiência na
implementação das políticas e planos de desenvolvimento, desempenhe de facto o seu papel,
tomando efectivamente decisões sobre questões de significativa relevância ao nível local,
respeitando deste modo as suas atribuições.
Por outro lado, temos a perspectiva institucionalista que, de acordo com Scott citado por Lopes et al
(s/d), concede maior atenção aos aspectos legais e a ordenação administrativa das estruturas do
governo, tendo o enfoque sido nas décadas 40 e 50 orientado ao comportamento individual, onde
focalizava, não apenas aos atributos formais das instituições governamentais como também nas
15
atribuições de poder, as atitudes e o comportamento político para buscar explicação para as
políticas e “outputs” políticos.
Portanto, no âmbito do nosso estudo, a perspectiva institucionalista, olha para os aspectos legais e
para a ordenação administrativa das estruturas do governo como explicações para os mecanismos
de articulação entre as instituições (Governo Distrital e Conselho Local) assim como para as
competências das instituições, ou seja, a perspectiva institucionalista mostra-nos que os aspectos
legais e a estrutura do aparelho governativo são os grandes determinantes da lógica de
funcionamento das instituições e do papel que estas desempenham dentro do sistema governativo.
1.8. Metodologia
O estudo que se pretende desenvolver é uma pesquisa de natureza essencialmente qualitativa. Trata-
se de um tipo de pesquisa que, tal como refere Rosa (2011), não se preocupa com representações
numéricas, mas sim com o aprofundamento da compreensão de um grupo social ou de uma
organização, onde busca-se explicar o porquê, exprimindo o que convém ser feito.
Relativamente aos objectivos a pesquisa será descritiva. Está é uma das mais usadas no enfoque
quantitativo, é, habitualmente, usado para descrever a realidade estudada; é como se tirasse uma
fotografia, para dar conta da realidade como ela aparece ou como si impõe aos indivíduos, num
certo momento ou tempo.
16
1.8.1.3. Quanto a natureza
A pesquisa será aplicada, uma vez que concentrar-se-á em torno dos problemas presentes nas
atividades das instituições, organizações, grupos ou atores sociais (no caso concreto do processo de
planificação descentralizada no distrito de Chimbunila). A pesquisa aplicada é empenhada na
elaboração de diagnósticos, identificação de problemas e busca de soluções.
17
1.8.3. Universo e Amostra
As entrevistas, serão direccionadas a uma amostra de 27 actores locais, distinguidos em três grupos
diferentes. Inicialmente, serão dirigidas aos membros do Governo distrital, destacando-se
funcionários afectos a Repartição de Planificação e desenvolvimento Local (RPDL), por sinal, o
órgão responsável pelo acompanhamento aos Conselhos Locais a todos os níveis. Num segundo
momento, as entrevistas serão direccionadas às pessoas que, simultaneamente fazem parte da
estrutura do Governo distrital e são membros do Conselho Consultivo do distrito e dos níveis
inferiores, onde destacam-se os chefes dos Postos Administrativos e das Localidades
Administrativas. Finalmente, as entrevistas serão realizadas junto das pessoas que simplesmente são
membros dos CLs (a vários níveis), sem nenhum vínculo com as instituições públicas locais. Farão
parte deste grupo, os Líderes Comunitários (régulos e líderes do bairro) e simples cidadãos
residentes em Chimbunila.
Ano
ACTIVIDADES MESES
J F M A M J J A S O N D
1. Planificação do projecto
(idealização, analise de X X
viabilidade, a existência de
recursos, material, fontes).
2. Pesquisas, identificação, e escolha X X
de fontes bibliográficas.
18
Tabela 2 – Orçamento das despesas do projecto
19
1.10. Referências Bibliográficas
1. Almeida, M.R. & Dantes, L.C. (2009). Políticas Públicas, Orçamento Participativo e
Desenvolvimento Local em Campina Grande-PB. Recuperado a 29 de Junho de 2016, em
http://www.cchla.ufrn.br/cnpp/pgs/anais/Artigos%20REVISADOS/POL%C3%8DTICAS
%20P%C3%9ABLICAS,%20OR%C3%87AMENTO%20PARTICIPATIVO%20E
%20DESENVOLVIMENTO%20LOCAL%20EM%20CAMPINA%20GRANDE-PB.pdf
10. Forquilha, Salvador Cadete & Orre, Aslak. Transformações sem Mudanças: os conselhos locais
e o desfio da institucionalização Democrática em Moçambique. In Brito et al (2011).
Desafios para Moçambique 2011. Maputo: IESE.
12. Gil, António Carlos (2008). Como Elaborar Projectos de Pesquisa. 4a ed. São Paulo: Atlas.
13. Quivy, Raymond & Campenhoudt, Luc Van (1998). Manual de investigação em ciências
sociais. 2a ed. Lisboa: Gravita.
14. Lopes, Fernando et al (s/d). Contribuições da perspectiva institucionalista para a análise das
organizações.
15. Lakatos, Eva & Marconi, Marina (1992). Metodologia do Trabalho Científico. 4ª ed. São Paulo:
Atlas.
16. Mazula, A.. (1998). Quadro institucional dos distritos municipais – apresentação In: Mazula, A.
21
et al. Autarquias Locais em Moçambique. Antecedentes e Regime Jurídico. Lisboa –
Maputo: ed. UEM.
17. Mazula, Brazão (2000). Construção da Democracia em Africa: o caso moçambicano. Maputo:
Ndjira.
19. Rosa, Paulo R. da Silva (2011). Uma Introdução à Pesquisa Qualitativa no Ensino de
Ciências.
Campo Grande.
20. Sachs, I. (2001). Das coisas e dos homens: Teoria do Desenvolvimento a espera de sua
revolução opernicana. Jornal da Ciência, São Paulo, no. 1836, 23 de julho de.
21. Sousa, Amilcar Serrão de (2001). Participação das Comunidades no Processo de Tomada de
Decisões no Município de Dondo. Maputo. Tese, Licenciatura, Universidade Eduardo
Mondlane.
22. Terense, Ana C. Fernandes & Filho, Edmundo Escrivão (2006). Abordagem Quantitativa,
Qualitativa e a Utilização da Pesquisa: acção nos estudos organizacionais. Brasília.
22
24. Valá, S. (2009). Orçamento de Investimento de Iniciativa Local (OIIL): Caminhos para o
Futuro. Maputo: DNPDR/MPD.
23