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TRIBUNAL DO CONSELHO DA
IGREJA PRESBITERIANA EM TANGAMANDÁPIO

PROCESSO 015/2015

DENUNCIANTE: ANTÔNIA RODRIGUES DAS NEVES

ACUSADOS:
SILAS RIBEIRO DAS NEVES
CLÁUDIA BATISTA HONÓRIO

AUTUAÇÃO

TANGAMANDÁPIO, 16 DE AGOSTO DE 2015.

“AUTUO O RELATÓRIO E PAPÉIS QUE SEGUEM”

João Silva dos Santos


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PRESB. JOÃO SILVA DOS SANTOS
SECRETÁRIO DO TRIBUNAL
2

Tangamandápio, 16 de agosto de 2015

Eu, Antônia Rodrigues das Neves, membro maior comungante


da Igreja Presbiteriana em Tangamandápio, faço por este meio a
triste e lamentável denúncia contra o meu marido, Silas Ribeiro das
Neves, pelo fato de cometer adultério juntamente com a membro
maior Cláudia Batista.
Tive conhecimento da situação mediante um telefonema do
Samuel Moura Honório, marido da Cláudia. As duas partes
assumiram o fato e não apresentaram a intenção em continuar no
pecado.
Peço aos irmãos e membros deste Conselho que busquem a
Deus o máximo que puderem a fim de obterem sabedoria divina para
tratar esse assunto.
E peço por último as incessantes orações de todos por mim,
pela minha família, pelos envolvidos e pelo corpo visível de Cristo.
Finalmente, me despeço na plena certeza de que Deus está
soberanamente à frente de tudo.

Antônia Rodrigues das Neves


RG.: 00.000.000-X
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Tangamandápio, 13 de agosto de 2015

Carta ao Conselho da Igreja Presbiteriana em Tangamandápio

Eu, Silas Ribeiro das Neves, membro maior desta igreja,


presbítero em exercício de mandato, venho por meio desta confessar
que cometi adultério com a irmã Cláudia Batista, também membro
desta igreja.
Eu, Silas, afirmo também já ter confessado meu pecado a Deus
e também à minha esposa, Antônia Rodrigues das Neves, membro
maior desta igreja.
Estou plenamente ciente de que minhas atitudes contrariam a
sã doutrina, manifestando total desobediência as leis de Deus, e que
por isso mesmo são passíveis de disciplina pelo Conselho desta
igreja. Por isso mesmo, coloco-me, humildemente, diante deste para
deliberação e julgamento.

Silas Ribeiro das Neves


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Prezados senhores do Conselho da Igreja Presbiteriana em


Tangamandápio

Eu, Cláudia Batista Honório, brasileira, casada, inscrita no CPF


111.222.333-00, membro ativo desta sociedade cristã, venho, com o
coração contrito, informar aos queridos irmãos que,
lamentavelmente, cometi o pecado de adultério com o presbítero
Silas. Coloco-me humildemente sob a autoridade deste Conselho,
como liderança espiritual, esperando dos irmãos as devidas
providências eclesiásticas, sempre pautadas no amor de Cristo, a fim
de tratar deste assunto e de me auxiliar em minha restauração
pessoal, espiritual e matrimonial. Destaco meu arrependimento,
expresso ao confessar o ato diante de meu marido, e afirmo o meu
desejo de restaurar meu casamento. Na certeza de que esse triste
acontecimento merecerá a atenção dos senhores irmãos do
Conselho, submeto a presente CARTA DE CONFISSÃO. Que Deus
os abençoe e dirija!
Tangamandápio, 16 de agosto de 2015

Cláudia Batista Honório


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1
Ata de número 500 da reunião do Conselho da Igreja Presbiteriana em
Tangamandápio. 2No dia 16 de agosto do ano de dois mil e quinze, reúne-se
o Conselho da Igreja Presbiteriana em Tangamandápio, em uma de suas salas
de reuniões, à Rua 10, nº 11, Bairro do Limoeiro, Tangamandápio. 3Preside
a reunião o Reverendo Amaral Ozório Bueno, presidente do Conselho. Estão
4
presentes à reunião: Reverendo Amaral Ozório Bueno, pastor efetivo, Rev.
César Antônio Castelani, pastor auxiliar, Presbítero Antônio Luiz da Silva,
Presbítero Bruno da Costa Lemos, Presbítero Caetano Batista Honório Filho,
Presbítero Diego Azevedo Alvares, Presbítero Luciano Magalhães Neto,
Presbítero Michel Lima Araújo, Presbítero João Silva dos Santos
(secretário). Ausentes5 o Rev. Uziel Albuquerque, pastor auxiliar, por
motivo justificado, Presbítero José Cunha Barbosa e Presbítero Silas Ribeiro
das Neves, por motivo justificado. 6A reunião tem início às 12h40min com
oração feita pelo Presbítero Bruno e exercício espiritual baseado em 1
Coríntios 7, conduzido pelo Rev. Amaral. 7Resolução 1: Recebe-se carta de
DENÚNCIA elaborada pela irmã Antônia Rodrigues das Neves, contra seu
marido, o presbítero Silas Ribeiro das Neves, ambos membros da I.P. em
Tangamandápio, relatando caso de quebra do sétimo mandamento por parte
deste, cometido com a irmã Cláudia Batista Honório, também membro da
I.P. em Tangamandápio. A denúncia vem instruída de carta de confissão
redigida pelo presbítero Silas, confirmando o teor das acusações. Neste
momento, o presbítero Caetano declara-se eticamente impedido de participar
da discussão da matéria, tendo em vista seu parentesco direto com a acusada,
o que é reconhecido e registrado pelo Conselho. Na sequência, decide-se
acatar o documento por considerar-se o andamento do processo necessário
ao bem da Igreja, bem como por não haver interesse ilegítimo por parte da
denunciante na condenação dos acusados (art. 46, letras “a” e “c” do Código
de Disciplina da Igreja Presbiteriana do Brasil – CD/IPB). O presidente do
Tribunal nomeia o Reverendo César Antônio como relator do processo (que
recebe número 015/2015). Os documentos são autuados pelo secretário e
repassados ao relator para que apresente relatório, nos termos do artigo 50
do CD/IPB, opinando pelo prosseguimento ou pelo arquivamento do
processo. Considerando a repercussão do caso, visto que o denunciado é
presbítero e líder da equipe de cânticos, o relator é consultado quanto ao
prazo necessário para apresentar seu relatório. Com o devido assentimento
deste, o presidente convoca, a seguir, todos os membros do Conselho, para
1 Ata número 500.
2 Data/local.
3 Presidência da reunião.
4 Presentes à reunião.
5 Ausentes à reunião
6 Exercício espiritual.
7 Denúncia contra o presbítero Silas Ribeiro das Neves.
6

reunião especificamente agendada para fins judiciários, nos termos do art.


18 do CD/IPB, a ser realizada às 7h30 do dia 19 de agosto de 2015, domingo,
quando se apreciará o relatório do relator. 8Resolução 2: Recebe-se carta da
irmã Cláudia Batista Honório, confessando ter cometido o pecado de
adultério contra seu esposo, Samuel Moura Honório, não filiado a Igreja
Evangélica, através de relação indevida com o presbítero Silas Ribeiro das
Neves. Decide-se juntar a carta aos autos do processo 015/2015, tendo em
vista que a denúncia apresentada pela irmã Antônia contempla
especificamente o nome da irmã Cláudia, unificando-se, desta forma, o
tratamento dos dois irmãos num mesmo processo eclesiástico. 9Resolução
3: [...RESOLUÇÕES PRIVATIVAS DO CONSELHO OMITIDAS.......].
Encerra-se a reunião às 19h20min, com oração feita pelo presbítero Michel.
Eu, Presb. João Silva dos Santos, secretário do Conselho, a tudo presente,
lavro, dato e assino a presente ata. São Paulo, 16 de agosto de 2015.
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8 Carta de Confissão da irmã Cláudia Batista Honório.


9 Resoluções privativas do Conselho.
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TRIBUNAL DO CONSELHO DA IGREJA PRESBITERIANA


EM TANGAMANDÁPIO
PROCESSO 015/2015

Denunciante:
Antônia Rodrigues das Neves
Brasileira, casada,
Engenheira de Software
RG: 00.000.000-X
CPF: 000.000.000-XX
Endereço: Rua 1, nº 25
Bairro do Limoeiro – Tangamandápio – NL
CEP 99999-999
Denunciados:
1) Silas Ribeiro das Neves
Brasileiro, casado,
Personal Trainer
RG: 11.111.111-X
CPF: 001.001.001-XX
Endereço: Rua 1, nº 25
Bairro do Limoeiro – Tangamandápio – NL
CEP 99999-999
2) Cláudia Batista Honório
Brasileira, casada
Faxineira
RG: 22.222.222-X
CPF: 111.222.333-XX
Endereço: Rua 30, nº 50
Bairro do Limoeiro – Tangamandápio – NL
CEP 99999-999
Natureza da Denúncia: Quebra do Sétimo Mandamento
RELATÓRIO DO RELATOR – ARTIGO 50 CD/IPB

Senhores Juízes:

Na qualidade de relator do Processo 015/2015, após constatar:

1) QUANTO À FORMALIZAÇÃO DA DENÚNCIA: que a denúncia


foi devidamente oferecida a este Conselho por escrito (art. 42, § 2º do
Código de Disciplina da Igreja Presbiteriana do Brasil – CD/IPB);
8

2) QUANTO À LEGITIMIDADE DAS PARTES: que a denunciante


é membro da I.P. em Tangamandápio, em plena comunhão, e que os
denunciados também são membros da igreja, sendo que um deles é
oficial presbítero em plena comunhão (art. 42 §1º CD/IPB);

3) QUANTO AO FORO COMPETENTE: que o Conselho da Igreja


local é o foro competente para instalação de processo e tratamento
disciplinar de membros e oficiais (art. 19 CD/IPB);

4) QUANTO AOS MEIOS SUASÓRIOS: que a natureza do pecado


denunciado e o envolvimento de duas famílias distintas (sendo que um
dos cônjuges ofendidos nem mesmo é membro da Igreja) deixam claro
que as faltas cometidas não podem ser adequadamente tratadas apenas
através de medidas suasórias (art. 43 CD/IPB), sendo requeridas, caso
confirmada a denúncia, medidas disciplinares públicas;

5) QUANTO ÀS INTENÇÕES DO DENUNCIANTE: que a irmã


denunciante é o cônjuge ofendido, tendo genuíno e devido interesse
no tratamento do caso (art. 46 “c” CD/IPB), e que os denunciados são
precisamente os envolvidos no adultério;

6) QUANTO À OCORRÊNCIA DE FALTA DISCIPLINÁVEL: que


a matéria da acusação, se comprovada, constitui falta (art. 4º do
CD/IPB), o que pode ser provado pela Sagrada Escritura a partir de
diversos textos, tais como Êxodo 20.14, Deuteronômio 5.18 e Mateus
5.27, e também pelo que dispõem os Símbolos de Fé da Igreja
Presbiteriana do Brasil: a Confissão de Fé de Westminster (Capítulo
XXIV, 5), o Catecismo Maior de Westminster (perguntas 137 a 139)
e o Breve Catecismo de Westminster (perguntas 70 a 72);

7) QUANTO AOS PRAZOS LEGAIS: que, embora os documentos até


aqui reunidos (denúncia e confissões) não especifiquem a data em que
a falta foi cometida, é possível concluir que o adultério é recente, tendo
em vista que em sua denúncia a irmã Antônia afirma que o adultério
de seu marido foi cometido com a “membro” Cláudia, que sabemos
ter professado a fé no mês de março de 2015, deixando claro que não
foram esgotados os prazos previstos no artigo 17 do CD/IPB
(prescrição) e seu parágrafo único (decadência);

8) QUANTO ÀS PROVAS DOS FATOS ALEGADOS: que os dois


denunciados ofereceram confissão escrita dos fatos alegados na
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denúncia, sendo desnecessário até mesmo alertar a denunciante quanto


ao previsto no art. 47 do CD/IPB;
E considerando ainda:
a) que a Igreja deve exercer jurisdição espiritual sobre a vida de seus
membros com vistas a corrigir erros ou escândalos, promover a honra
de Cristo e o bem dos culpados (art. 2º e parágrafo único do CD/IPB);

b) que a falta apontada na denúncia prejudica a paz, a ordem e a boa


administração da comunidade cristã (art. 4º CD/IPB);

c) que nenhuma medida disciplinar deve ser tomada sem que haja o
devido processo regular (art. 8º CD/IPB), e sem que se ofereça aos
acusados o direito de se defenderem (art. 16 CD/IPB);

d) que existem provas claras (confissões) de que a denúncia se


fundamenta em fatos verdadeiros (arts. 47 e 95 CD/IPB);

Voto pelo PROSSEGUIMENTO do processo por julgá-lo


necessário ao bem da Igreja (art. 46 “a” do CD/IPB).

Uma vez que são graves e notórios os fatos articulados contra os


acusados, posto que envolvem duas famílias com diversos laços na
Igreja, e considerando que as evidências são bastante claras,
proponho, ainda, que os denunciados sejam, preventivamente,
afastados dos privilégios da comunhão da Igreja, por tempo
indeterminado, conforme previsto no parágrafo único do artigo 16 do
CD/IPB, até que se apure definitivamente a verdade e seja encerrado
o presente processo. No caso específico do presbítero Silas, proponho
que seja afastado do exercício do cargo de presbítero, bem como de
sua atribuição como líder do grupo de cânticos e conselheiro da UPA.

Tangamandápio, 19 de agosto de 2015.

César Antônio Castelani


_____________________________________
Rev. César Antônio Castelani – relator
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ATA DA PRIMEIRA SESSÃO DO TRIBUNAL DO CONSELHO DA


IGREJA PRESBITERIANA EM TANGAMANDÁPIO – PROCESSO
015/2015. Às sete horas e quarenta minutos do dia 19 de agosto do ano de
dois mil e quinze, reúne-se o Conselho da Igreja Presbiteriana em
Tangamandápio, especificamente convocado para fins judiciários (nos
termos do artigo 18 do Código de Disciplina da IPB) em uma de suas salas
de reuniões, à Rua 10, nº 11, Bairro do Limoeiro, Tangamandápio10. Preside
o Tribunal o juiz Rev. Amaral Ozório Bueno, pastor efetivo da Igreja. Estão
presentes11 os juízes Rev. César Antônio Castelani, relator do processo
015/2015; Presbítero Diego Azevedo Alvares, secretário ad hoc do tribunal;
Presbítero Antônio Luiz da Silva, Presbítero Bruno da Costa Lemos,
Presbítero Luciano Magalhães Neto, Presbítero Michel Lima Araújo.
Ausentes o Rev. Uziel Albuquerque, pastor auxiliar (por motivo justificado),
o Presbítero José Cunha Barbosa (por motivo justificado), o Presbítero João
Silva dos Santos (por motivo justificado), o Presbítero Caetano Batista
Honório Filho, que encaminha carta declarando-se suspeito nos termos do
art. 28 “a” do Código de Disciplina da IPB, tendo em vista ser primo da
acusada, e portanto estar impedido de atuar como juiz neste processo, e o
Presbítero Silas Ribeiro das Neves, por ser o acusado neste processo e
preferir não acompanhar a reunião12. A sessão do Tribunal inicia-se com
oração feita pelo Presb. Antônio e devocional conduzida pelo rev. Amaral,
baseada em Êxodo 20.1413. O Tribunal recebe e passa a apreciar o relatório
do relator, Rev. César. Após discussão, o relatório é colocado em votação,
aprovado em seus termos e juntado aos autos, sendo o prosseguimento do
processo aprovado por unanimidade. Na sequência, o presidente lembra os
demais juízes da gravidade de suas funções como julgadores (artigo 52 e
artigo 2º, parágrafo único do CD/IPB) e que deve ser assegurado aos
acusados o direito de se defenderem (art. 16 CD/IPB). Em seguida, o
presidente determina a citação dos acusados (art. 48 “b” do CD/IPB), nos
termos do art. 86 CD/IPB, para que compareçam à próxima sessão deste
Tribunal, na data de 01 de setembro de 2015 (respeitando-se, portanto, os
prazos estipulados nos arts. 48 § 2º e 85 parágrafo único do CD/IPB). Tendo
em vista que os dois acusados serão ouvidos e que o depoimento de um pode
agravar a condição do outro, vez que o pecado foi cometido em concurso de
ambos, bem como o previsto no parágrafo único do artigo 68 do CD/IPB, o
presidente determina que o irmão Silas seja ouvido às 13h00, e a irmã
Cláudia às 16h0014. O presidente solicita que, na citação, os acusados sejam
expressamente lembrados do que dispõem os artigos 84 do CD/IPB (seu
direito de se defenderem e acompanharem o processo, sob pena de serem
10 Hora, data, local, nome do tribunal – art. 61 “a” do CD/IPB.
11 Juízes presentes e ausentes – art. 61 “a” do CD/IPB.
12 Suspeição do juiz Presb. Caetano Batista Honório Filho.
13 Oração inicial – art. 61 “b” do CD/IPB.
14 Hora e data da nova convocação – art. 61 “d” do CD/IPB.
11

julgados à revelia), artigo 56 do CD/IPB (seu direito de nomearem


defensores crentes cuja idoneidade seja reconhecida pelo Tribunal) e artigo
60 do CD/IPB (seu direito de se defenderem por escrito). O presidente do
Tribunal determina, ainda, que a citação dos acusados será provada como
recebida mediante assinatura em cópia da citação para arquivo. O presidente
determina também a intimação da denunciante para que compareça perante
este Tribunal na mesma data e horário, para acompanhar a oitiva dos
acusados, lembrando-a do seu direito de se fazer representar por procurador
crente de idoneidade reconhecida por este Tribunal (art. 56 CD/IPB).
Atendendo ao proposto pelo relator em seu relatório, o Tribunal também
decide afastar os acusados da comunhão da Igreja, preventivamente, uma vez
que são graves, notórios e conhecidos os fatos articulados contra eles, e por
considerar que as evidências são bastante claras, o que permite e requer a
aplicação do expediente previsto no parágrafo único do artigo 16 do Código
de Disciplina da IPB, até que se apure definitivamente a verdade e seja
encerrado o presente processo. O afastamento deverá ser comunicado à
Igreja, em circunstâncias onde somente estejam presentes os membros em
plena comunhão, pelo presidente do tribunal, na data de hoje, logo após o
culto da manhã, nos termos do comunicado redigido e aprovado pelo
Tribunal, devidamente juntado aos autos. No caso do irmão Silas, decide-se
adicionalmente afastá-lo preventivamente do exercício do cargo de
presbítero e de suas funções como líder da equipe de cânticos e conselheiro
da UPA. Nada mais havendo a ser tratado, encerra-se esta sessão do tribunal
às oito horas e cinquenta e dois minutos, com oração feita pelo juiz Presb.
Michel15. Eu, Presb. Diego Azevedo Alvares, secretário ad hoc do tribunal,
a tudo presente, lavro, dato e assino a presente ata. Tangamandápio, 19 de
agosto de 2015. _______________________________________________
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15 Art. 61 “d” do CD/IPB.


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COMUNICADO À IGREJA SOBRE O AFASTAMENTO TEMPORÁRIO DA


COMUNHÃO DOS IRMÃOS CLÁUDIA BATISTA HONÓRIO E PRESBÍTERO SILAS
RIBEIRO DAS NEVES (PROCESSO 015/2015):

Amados irmãos, membros comungantes da IGREJA PRESBITERIANA EM


TANGAMANDÁPIO:

Em sua reunião realizada no dia 16 de agosto de 2015, o Conselho da Igreja


recebeu carta de DENÚNCIA elaborada pela irmã Antônia Rodrigues das
Neves contra o irmão Presbítero Silas Ribeiro das Neves, seu marido,
relatando caso de quebra do sétimo mandamento (adultério) por parte
deste, envolvendo a irmã Cláudia Batista Honório.

A denúncia oferecida pela irmã Antônia veio acompanhada de carta de


confissão redigida pelo Presbítero Silas, admitindo a veracidade dos fatos
denunciados.

Na sequência, o Conselho recebeu também carta de confissão da irmã


Cláudia Batista Honório, afirmando ter praticado adultério com o Presbítero
Silas e, dessa maneira, confirmando o teor da denúncia oferecida pela irmã
Antônia, bem como o teor da confissão oferecida pelo Presbítero Silas.

Desde o momento em que tais fatos foram trazidos ao conhecimento do


pastor da igreja, Rev. Amaral Ozório Bueno, houve intenso trabalho de
aconselhamento com os dois casais envolvidos e acompanhamento de suas
famílias.

Seguindo cautelosamente as recomendações bíblicas e constitucionais, o


Conselho da Igreja se reuniu novamente nesta manhã e, após oração,
estudo e cuidadosa reflexão, deliberou dar andamento a um processo
eclesiástico destinado a esclarecer a questão, oferecendo adequada
oportunidade de defesa aos acusados, com vistas a alcançar a verdade dos
fatos e, caso necessário, buscar apropriadamente os alvos bíblicos da
disciplina.

Uma vez que são graves, notórios e já conhecidos de terceiros os fatos


articulados contra os dois irmãos denunciados, e por considerar que as
evidências são bastante claras, o Tribunal do Conselho decidiu afastar o
Presbítero Silas da comunhão da Igreja, preventivamente, bem como do
exercício do cargo de presbítero e de suas atribuições como líder da equipe
13

de cânticos e conselheiro da UPA, até que se apure definitiva e


formalmente a verdade e seja encerrado o referido processo. Tal
expediente é previsto no parágrafo único do artigo 16 do Código de
Disciplina da IPB, e sua aplicação ao presente caso é não apenas permitida,
mas também necessária. O mesmo se deu em relação à irmã Cláudia, que
foi preventivamente afastada dos privilégios da comunhão pelo Conselho,
pelas mesmas razões.

Nosso objetivo em tudo isso é tão somente edificar o povo de Deus, corrigir
escândalos e faltas, promover a honra de Deus, a glória de Nosso Senhor
Jesus Cristo e o próprio bem dos irmãos faltosos, como juramos fazer ao
abraçar o oficialato da Igreja, e conforme estipula o Código de Disciplina da
Igreja Presbiteriana do Brasil (artigo 2º, parágrafo único), refletindo o
ensino bíblico de 1 Coríntios 5 e, ainda, o que estipula a Confissão de Fé de
Westminster, em seu capítulo XXX – Das Censuras Eclesiásticas.

Neste momento em que uma medida difícil é tomada, o Conselho deseja


lembrar à Igreja o que ensina a Escritura Sagrada em Hebreus 12. 4 – 13:
“Filho meu, não menosprezes a correção que vem do Senhor, nem
desmaies quando por ele és reprovado; porque o Senhor corrige a quem
ama e açoita a todo filho a quem recebe. [...] Toda disciplina, com efeito,
no momento não parece ser motivo de alegria, mas de tristeza; ao depois,
entretanto, produz fruto pacífico aos que têm sido por ela exercitados,
fruto de justiça. Por isso, restabelecei as mãos descaídas e os joelhos
trôpegos; e fazei caminhos retos para os pés, para que não se extravie o
que é manco; antes, seja curado”.
Desta forma, o Conselho convoca a Igreja a orar por estes irmãos e
por suas famílias, suplicando ao Senhor que conceda aos faltosos
arrependimento, graça e crescimento, e que console e conforte o coração
dos cônjuges ofendidos. Permita o SENHOR que este processo eclesiástico
atinja seus objetivos: apurar a verdade, reparar o escândalo, promover o
crescimento dos faltosos e trabalhar pela pureza da Igreja e pela glória do
nosso Deus.
O Conselho também solicita à Igreja, no temor de Jesus Cristo, nosso
Senhor, que, caso procurada, acolha aos irmãos preventivamente afastados
de forma a evitar qualquer um de dois extremos perigosos e possíveis.
Primeiro, o extremo da excessiva tolerância, que pode ocorrer caso alguém
aja de forma tão calorosa que possa dar a entender aos afastados que a
disciplina bíblica é uma medida descabida e desnecessária, ou que o pecado
cometido não foi algo sério e danoso. Segundo, o extremo da excessiva
14

dureza, que pode ocorrer caso alguém trate os irmãos afastados da


comunhão de forma tão severa e distante que sugira não haver espaço para
restauração e reintegração daqueles que cometeram tal pecado, caso
estejam devidamente arrependidos.
O Conselho também incentiva a Igreja a orar pelos cônjuges
ofendidos e a procurar discernimento e sabedoria na maneira de abordá-
los, de forma que não se cause mais sofrimento além do que já foi infligido
a eles. Que nosso apoio e amparo sejam sabiamente administrados com
prudência, discrição e graça.
O Conselho lembra à Igreja, ainda, que ocasiões como esta devem
servir para que todos reflitamos acerca de nossa própria condição espiritual
e cuidemos de cultivar com o máximo zelo a santidade na vida. Depois de
refletir sobre o pecado dos crentes da antiga aliança e das lições que a
disciplina deles podia oferecer, o apóstolo Paulo escreveu, em 1 Coríntios
10.11, uma exortação extremamente apropriada a esta hora: “Aquele, pois,
que pensa estar em pé veja que não caia”.
Além disso, o Conselho exorta a Igreja a evitar, a todo custo,
conversas indevidas sobre esse assunto que possam aumentar os danos já
causados pelo pecado no corpo de Cristo. Encorajamos os irmãos a orar
pelo assunto e a oferecer apoio adequado, como falamos acima. Contudo,
recomendamos que, no tratamento deste tema, todos considerem
seriamente o que ensina o apóstolo Paulo em Efésios 4.29: “Não saia da
vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para
edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que
ouvem”. Não permitamos, em nome de Jesus, que comentários acerca
deste assunto que sejam indevidos, desnecessários ou isentos da graça
divina aumentem os danos do pecado entre nós.
O Conselho convida a todos os irmãos presentes para que
permaneçam após este comunicado para acompanhar uma aula conjunta
de Escola Dominical, a ser ministrada pelo pastor da igreja, especialmente
destinada a oferecer orientação e encorajamento bíblicos a todos os que
certamente estamos abalados por esta triste notícia.
Os catecúmenos também deverão participar da aula conjunta, a fim
de que conheçam de maneira prática as implicações do compromisso que
estão prestes a assumir e reflitam seriamente sobre a membresia da igreja.
Quanto aos adolescentes de nossa UPA, que estavam sob a liderança
do Presbítero Silas, tendo em vista que muitos entre eles ainda não são
professos, e portanto não estão acompanhando este comunicado, em
observância às questões da lei civil de nosso país, o Conselho convida a
15

todos para uma reunião com os pastores da igreja, a ser realizada após o
culto vespertino de hoje, para acompanhamento, oração e orientação.
Finalmente, esclarecemos que todos os presbíteros membros do
Conselho (à exceção do Presbítero Caetano, que está impedido de
participar deste processo por ser primo da acusada) estão à disposição de
qualquer membro para oferecer, ressalvada a devida discrição acerca de
detalhes privados e da preservação do processo em andamento, quaisquer
esclarecimentos adicionais que se façam necessários.
Oremos pela irmã Antônia e suas filhas, bem como pelo Presbítero
Silas. Oremos pelo Conselho da Igreja.
Oremos pela irmã Cláudia, bem como por seu esposo Samuel. Que
Deus se apiede deles e de nós, e nos molde para a sua glória enquanto
procuramos lidar de maneira bíblica e cristã com essas difíceis e tristes
realidades.
Fraternalmente, em Cristo,

O Conselho
Tangamandápio, 19 de agosto de 2015.
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Ao amado Conselho da IPB em Tangamandápio

Cumprindo o artigo 30 do Código de Disciplina da IPB, me declaro


suspeito no processo disciplinar que envolve o presbítero Silas e a irmã Cláudia,
de acordo com o que prescreve o artigo 28 do mesmo código, alínea “a”.
Dessa forma, reconheço que não posso funcionar como juiz em tal
processo, por ser parente sanguíneo de uma das partes acusadas, a irmã
Cláudia Batista Honório.

Tangamandápio, 17 de agosto de 2015

Caetano Batista Honório Filho


17

IGREJA PRESBITERIANA EM TANGAMANDÁPIO


Rua 10, nº 11, Bairro do Limoeiro – Tangamandápio - NL

Tangamandápio, 19 de agosto de 2015.

CITAÇÃO
Ao irmão
Silas Ribeiro das Neves
RG: 11.111.111-X
CPF: 001.001.001-XX
Endereço: Rua 1, nº 25
Bairro do Limoeiro – Tangamandápio – NL
CEP 99999-999

Prezado irmão Silas:

Vimos, por meio desta, comunicar-lhe que o Conselho da Igreja


Presbiteriana em Tangamandápio recebeu denúncia da irmã Antônia
Rodrigues das Neves, sua esposa, contra a sua pessoa, alegando quebra do
Sétimo Mandamento (adultério) por sua parte, em relação ilícita mantida
com a irmã Cláudia Batista Honório (segue cópia da denúncia em anexo).
Informamos também que o Conselho da igreja recebeu sua carta de
confissão, anexada à denúncia, admitindo ter cometido o pecado de
adultério com a irmã Cláudia. Adicionalmente, o Conselho também recebeu
carta de confissão da irmã Cláudia, e decidiu juntá-la aos autos deste
processo, o qual passou, portanto, a tratar do pecado de ambos os irmãos.
A seguir, reunido em Tribunal no domingo, dia 19 de agosto de 2015,
o Conselho da Igreja Presbiteriana em Tangamandápio, após considerar
cumpridas as exigências do artigo 46 do Código de Disciplina da Igreja
Presbiteriana do Brasil (o prosseguimento do processo como necessário ao
bem da igreja e a inexistência de interesses ilegítimos ou inconfessáveis por
parte da denunciante) decidiu dar andamento ao processo (que recebeu o
número 015/2015).
Também lhe comunicamos que o Conselho decidiu, uma vez que são
graves e notórios os fatos articulados contra a sua pessoa, e por considerar
que as evidências probatórias dos fatos alegados são bastante claras, o que
permite e requer a aplicação do expediente previsto no parágrafo único do
artigo 16 do Código de Disciplina da IPB, afastá-lo preventivamente da
18

comunhão bem como de seus cargos na igreja (presbítero, líder da equipe


de cânticos e conselheiro da UPA), até que se apure definitivamente a
verdade e seja encerrado o presente processo. Tal afastamento foi
comunicado à igreja na manhã de hoje (19/08/2015).
Desta forma, de ordem do presidente do Tribunal do Conselho da IPB
em Tangamandápio, Reverendo Amaral Ozório Bueno, CONVOCO o irmão
para comparecer perante o Tribunal deste Conselho para ser interrogado,
defender-se e acompanhar o processo até o final, sob pena de ser julgado
à revelia (artigo 84 do CD/IPB) no dia primeiro de setembro de 2015,
quarta-feira, às 13 horas, nas dependências da igreja, à rua 10, nº 11, Bairro
do Limoeiro. Lembramos o irmão de seu direito de ser representado neste
processo por procurador crente de idoneidade reconhecida por este
tribunal (artigo 56 CD/IPB), bem como de apresentar sua defesa por escrito
(artigo 60 CD/IPB).
Informo, finalmente, que, por ordem do senhor presidente do
Tribunal, esta citação será provada como recebida mediante sua assinatura
em termo de recebimento devidamente transcrito ao final deste
documento, que segue em duas vias de igual teor.
Seguimos em oração por sua vida espiritual e ao seu dispor para
quaisquer esclarecimentos cabíveis.
Atenciosamente, em Cristo,

João da Silva Santos


Presbítero João Silva dos Santos
Secretário do Tribunal do Conselho da IPB em Tangamandápio

Amaral Ozório Bueno


Reverendo Amaral Ozório Bueno
Presidente do Conselho

Recebido em ___23________ / ____08_____ / ___2015_____

Ass.: Silas Ribeiro das Neves


Silas Ribeiro das Neves
19

IGREJA PRESBITERIANA EM TANGAMANDÁPIO


Rua 10, nº 11, Bairro do Limoeiro – Tangamandápio - NL

Tangamandápio, 19 de agosto de 2015.

CITAÇÃO
À irmã
Cláudia Batista Honório
RG: 22.222.222-X
CPF: 111.222.333-XX
Endereço: Rua 30, nº 50
Bairro do Limoeiro – Tamgamandápio – NL
CEP 99999-999

Prezada irmã Cláudia:

Vimos, por meio desta, comunicar-lhe que o Conselho da Igreja


Presbiteriana em Tangamandápio recebeu denúncia da irmã Antônia
Rodrigues das Neves contra o marido dela, o presbítero Silas Ribeiro das
Neves, alegando quebra do Sétimo Mandamento (adultério) por parte dele,
em relação ilícita mantida com a sua pessoa (segue cópia da denúncia em
anexo).
Informamos também que o Conselho da igreja recebeu sua carta de
confissão, admitindo ter cometido o pecado de adultério com o Presbítero
Silas, e decidiu juntá-la aos autos deste processo, o qual passou, portanto,
a tratar do pecado de ambos os irmãos.
A seguir, reunido em Tribunal no domingo, dia 19 de agosto de 2015,
o Conselho da Igreja Presbiteriana em Tangamandápio, após considerar
cumpridas as exigências do artigo 46 do Código de Disciplina da Igreja
Presbiteriana do Brasil (o prosseguimento do processo como necessário ao
bem da igreja e a inexistência de interesses ilegítimos ou inconfessáveis por
parte da denunciante) decidiu dar andamento ao processo (que recebeu o
número 015/2015).
Também lhe comunicamos que o conselho decidiu afastá-la
preventivamente dos privilégios da comunhão, nos termos do parágrafo
único do artigo 16 do CD/IPB, uma vez que são graves e notórios os fatos
articulados contra a sua pessoa, e por considerar que as evidências
probatórias dos fatos alegados são bastante claras, até que se apure
20

definitivamente a verdade e seja encerrado o presente processo. Tal


afastamento foi comunicado à igreja na manhã de hoje (19/08/2015).
Desta forma, de ordem do presidente do Tribunal do Conselho da IPB
em Tangamandápio, Reverendo Amaral Ozório Bueno, CONVOCO a irmã
para comparecer perante o Tribunal deste Conselho para ser interrogada,
defender-se e acompanhar o processo até o final, sob pena de ser julgada
à revelia (artigo 84 do CD/IPB) no dia primeiro de setembro de 2015,
quarta-feira, às 16 horas, nas dependências da igreja, à Rua 10, nº 11, Bairro
do Limoeiro. Lembramos a irmã de seu direito de ser representada neste
processo por procurador crente de idoneidade reconhecida por este
tribunal (artigo 56 CD/IPB), bem como de apresentar sua defesa por escrito
(artigo 60 CD/IPB).
Informo, finalmente, que, por ordem do senhor presidente do
Tribunal, esta citação será provada como recebida mediante sua assinatura
em termo de recebimento devidamente transcrito ao final deste
documento, que segue em duas vias de igual teor.
Seguimos em oração por sua vida espiritual e ao seu dispor para
quaisquer esclarecimentos cabíveis.
Atenciosamente, em Cristo,

João Silva dos Santos


Presbítero João Silva dos Santos
Secretário do Tribunal do Conselho da IPB em Tangamandápio

Amaral Ozório Bueno


Reverendo Amaral Ozório Bueno
Presidente do Conselho

Recebido em ___24_____ / ____08_____ / ___2015_____

Ass.: Cláudia Batista Honório


Cláudia Batista Honório
21

IGREJA PRESBITERIANA EM TANGAMANDÁPIO


Rua 10, nº 11, Bairro do Limoeiro – Tangamandápio - NL

Tangamandápio, 19 de agosto de 2015.

INTIMAÇÃO
À irmã
Antônia Rodrigues das Neves
RG: 00.000.000-X
CPF: 000.000.000-XX
Endereço: Rua 1, nº 25
Bairro do Limoeiro – Tangamandápio – NL
CEP 99999-999

Prezada irmã Antônia:

Vimos, por meio desta, comunicar-lhe que o Conselho da Igreja


Presbiteriana em Tangamandápio recebeu sua denúncia contra o
presbítero Silas Ribeiro das Neves, seu marido, alegando quebra do Sétimo
Mandamento (adultério) por parte dele, em relação ilícita mantida com a
irmã Cláudia Batista Honório.
Informamos também que o Conselho da igreja recebeu carta de
confissão da irmã Cláudia, admitindo ter cometido o pecado de adultério
com o presbítero Silas, e decidiu juntá-la aos autos deste processo, o qual
passou, portanto, a tratar do pecado de ambos os irmãos.
A seguir, reunido em Tribunal no domingo, dia 19 de agosto de 2015,
o Conselho da Igreja Presbiteriana em Tangamandápio, após considerar
cumpridas as exigências do artigo 46 do Código de Disciplina da Igreja
Presbiteriana do Brasil (o prosseguimento do processo como necessário ao
bem da igreja e a inexistência de interesses ilegítimos ou inconfessáveis por
parte da denunciante) decidiu dar andamento ao processo (que recebeu o
número 015/2015).
Também lhe comunicamos que o conselho decidiu afastar os dois
irmãos denunciados da comunhão (e de seus cargos), preventivamente,
uma vez que são graves e notórios os fatos articulados contra ambos, e por
considerar que as evidências probatórias dos fatos alegados são bastante
22

claras, o que permite e requer a aplicação do expediente previsto no


parágrafo único do artigo 16 do Código de Disciplina da IPB (afastamento
preventivo), até que se apure definitivamente a verdade e seja encerrado o
presente processo. Tal comunicado foi feito à igreja na manhã de hoje
(19/08/2015).
Desta forma, de ordem do presidente do Tribunal do Conselho da IPB
em Tangamandápio, Reverendo Amaral Ozório Bueno, CONVOCO a irmã
para comparecer perante o Tribunal deste Conselho para apresentar
evidências e esclarecimentos adicionais, se necessário (sob o alerta do
artigo 47 do Código de Disciplina da IPB em seu artigo 47, que prevê censura
por difamação para quem agir de maneira maliciosa ou leviana na
apresentação de denúncia), bem como para acompanhar o processo até o
final, no dia primeiro de setembro de 2015, quarta-feira, às 13 horas, nas
dependências da igreja, à Rua 10, nº 11, Bairro do Limoeiro. Lembramos a
irmã de seu direito de ser representada neste processo por procurador
crente de idoneidade reconhecida por este tribunal (artigo 56 CD/IPB).
Informo, finalmente, que, por ordem do senhor presidente do
Tribunal, esta intimação será provada como recebida mediante sua
assinatura em termo de recebimento devidamente transcrito ao final deste
documento, que segue em duas vias de igual teor.
Seguimos em oração por sua vida espiritual e ao seu dispor para
quaisquer esclarecimentos cabíveis.
Atenciosamente, em Cristo,

João Silva dos Santos


Presbítero João Silva dos Santos
Secretário do Tribunal do Conselho da IPB em Tangamandápio

Amaral Ozório Bueno


Reverendo Amaral Ozório Bueno
Presidente do Conselho

Recebido em ____25_____ / ____08____ / ______2015_____

Ass.: Antônia Rodrigues das Neves


Antônia Rodrigues das Neves
23

ATA DA SEGUNDA SESSÃO DO TRIBUNAL DO CONSELHO DA IGREJA


PRESBITERIANA EM TANGAMANDÁPIO – PROCESSO 015/2015. Às
treze horas e onze minutos do dia primeiro de setembro do ano de
dois mil e quinze, reúne-se o Tribunal do Conselho da Igreja
Presbiteriana em Tangamandápio, especificamente convocado para
fins judiciários (nos termos do artigo 18 do Código de Disciplina da
IPB) em uma de suas salas de reuniões, à Rua 10, nº 11, Bairro do
Limoeiro, Tangamandápio16. Preside o Tribunal o juiz Rev. Amaral
Ozório Bueno. Estão presentes os juízes Rev. César Antônio Castelani,
relator do processo 015/2015, Presbítero João Silva dos Santos,
secretário do Tribunal, Presbítero Antônio Luiz da Silva, Presbítero
Bruno da Costa Lemos, Presbítero Diego Azevedo Alvares, Presbítero
José Cunha Barbosa, Presbítero Luciano Magalhães Neto e Presbítero
Michel Lima Araújo. Ausentes o Rev. Uziel Albuquerque, pastor
auxiliar (por motivo justificado), e o Presbítero Caetano Batista
Honório Filho17, que encaminhou carta declarando-se suspeito nos
termos do art. 28 “a” do Código de Disciplina da IPB, tendo em vista
ser primo da acusada, e portanto estar impedido de atuar como juiz
neste processo.18 Também comparece, conforme citado, o irmão
Presbítero Silas Ribeiro das Neves, denunciado no presente processo
(e, portanto, na condição de acusado, e não de juiz). Não comparece,
apesar de intimada, a denunciante, irmã Antônia Rodrigues da Neves.
A sessão do Tribunal inicia-se com oração feita pelo Pb. Diego19. O
presidente, conforme o estipulado no artigo 68 do Código de
Disciplina da IPB, passa a dirigir perguntas ao denunciado20.
Perguntado se conhece a denunciante, o denunciado responde que
conhece, pois trata-se de sua esposa. Perguntado se tem algo a alegar
contra ela, o denunciado responde que não. Perguntado se conhece
a denúncia e os documentos que a acompanham, o denunciado
responde que recebeu cópia de tudo ao ser citado. Perguntado se os
fatos alegados na denúncia são verdadeiros e se confirma a
autenticidade da confissão manuscrita que instrui a denúncia (art. 70
CD/IPB), o denunciado responde que os fatos são verdadeiros e que
reconhece a confissão como sendo de sua autoria. Perguntado se
deseja nomear defensor, o denunciado afirma que prefere falar por
si mesmo. Perguntado se deseja arguir suspeição contra algum dos

16 Hora, data, local, nome do tribunal – art. 61 “a” do CD/IPB.


17 Juízes presentes e ausentes – art. 61 “a” do CD/IPB.
18 Suspeição do juiz Presb. Caetano Batista Honório Filho.
19 Oração inicial – art. 61 “b” do CD/IPB.
20 Interrogatório do denunciado Silas.
24

membros do tribunal, nos termos dos arts. 27 a 29 do CD/IPB, o


denunciado diz que não deseja arguir suspeições além daquela que
já foi admitida de ofício pelo Presbítero Caetano, que é primo da
acusada. Ato contínuo, a palavra é concedida ao irmão Silas, que
apresenta sua defesa escrita, a qual é lida por ele e anexada aos
autos. A seguir, o presidente pergunta aos juízes presentes se
desejam formular perguntas ao denunciado. O interrogatório é
reduzido a termos, lido e assinado pelo denunciado. Às catorze horas
e trinta e oito minutos, o Tribunal suspende a sessão e faz um breve
recesso. Às dezesseis horas e doze minutos, retoma suas atividades.
Comparece perante o Tribunal, conforme citada, a irmã Cláudia
Batista Honório, também denunciada no presente processo. Ora o
Pb. Luciano. O presidente, conforme o estipulado no artigo 68 do
Código de Disciplina da IPB, passa a dirigir perguntas à denunciada21.
Perguntada se conhece a denunciante, a denunciada responde que
conhece, pela convivência na Igreja. Perguntada se tem algo a alegar
contra ela, a denunciada responde que não. Perguntada se conhece
a denúncia e os documentos que a acompanham, a denunciada
responde que recebeu cópia de tudo ao ser citada. Perguntada se os
fatos alegados na denúncia são verdadeiros e se confirma a
autenticidade da confissão manuscrita que instrui o processo (art. 70
CD/IPB), a denunciada responde que os fatos são verdadeiros e que
reconhece a confissão como sendo de sua autoria. Perguntada se
deseja nomear defensor, a denunciada afirma que prefere falar por
si mesma. Perguntada se deseja arguir suspeição contra algum dos
membros do tribunal, nos termos dos arts. 27 a 29 do CD/IPB, a
denunciada diz que não deseja arguir suspeições além daquela que
já foi admitida de ofício pelo Presbítero Caetano, seu primo. Ato
contínuo, a denunciada apresenta sua defesa escrita, que é lida por
ela e anexada aos autos. A seguir, o presidente pergunta aos juízes
presentes se desejam formular perguntas à denunciada. O
interrogatório é reduzido a termos, lido e assinado pela denunciada.
Na sequência, o presidente determina que sejam oferecidas cópias
dos depoimentos dos dois acusados à denunciante e a cada um dos
próprios acusados, a fim de que se inteirem de todos os fatos trazidos
ao conhecimento do Tribunal. O presidente convoca o Tribunal para
sua última sessão do presente processo, a realizar-se no dia 10 de
setembro de 2015, sexta-feira, às 20h3022, e determina a intimação

21 Interrogatório da denunciada Cláudia.


22 Hora e data da nova convocação.
25

das partes. Nada mais havendo a ser tratado, encerra-se esta sessão
do tribunal às dezoito horas e treze minutos, com oração feita pelo
juiz Presb. Michel23. Eu, Presb. João Silva dos Santos, secretário do
tribunal, a tudo presente, lavro, dato e assino a presente ata. Sala das
sessões, São Paulo, 01 de setembro de 2015. ___________________
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23 Encerramento do trabalho com oração – art. 61 “d” do CD/IPB.


26

Tangamandápio, 1 de setembro de 2015

Ao Conselho da Igreja Presbiteriana em Tangamandápio

Eu, Silas Ribeiro das Neves, quarenta e três anos, membro maior e
presbítero desta igreja, apresento a minha

DEFESA ESCRITA

Inicialmente, registro meu agradecimento aos irmãos deste Conselho, em


especial aos reverendos Amaral e César Antônio, pelo acompanhamento da
minha situação espiritual, matrimonial e pessoal, bem como pelo andamento
deste processo disciplinar, o qual eu reconheço que está seguindo os trâmites
previstos nos documentos de nossa denominação.
Quero confirmar que me considero culpado pela denúncia de adultério
apresentada pela irmã Antônia Rodrigues das Neves, minha esposa, afirmando
que cometi com a irmã Cláudia Batista Honório, ambas membros maiores desta
igreja.
Declaro que estou arrependido deste ato, sendo que já o confessei diante
de Deus, em oração, clamando pelo seu perdão, uma vez que tal ato é pecado
que o ofende diretamente, configurando quebra de um mandamento expresso
de sua lei, e pedindo a restauração da minha vida espiritual de maneira a me
conformar com a imagem de Jesus Cristo nosso Salvador. Informo que confessei
tudo em detalhes a minha esposa, Antônia, parte diretamente ofendida pelo meu
pecado e também ao Reverendo Amaral na posição de pastor responsável pela
condução da vida espiritual desta igreja da qual faço parte.
Aproveito para pedir as mais sinceras desculpas aos irmãos deste
Conselho, por entender que o meu pecado afeta a vida de cada um de vocês
como membros do corpo local do qual faço parte e também a vida dos outros
membros desta igreja, os quais vocês, como presbíteros, são responsáveis por
pastorear.
Por reconhecer a culpa pelo meu pecado, humildemente me apresento
para responder aos questionamentos dos irmãos e para receber a justa punição
pelo meu pecado, sabendo que a disciplina de Deus é um instrumento para o
crescimento e edificação da igreja.
27

Gostaria de contar com a compreensão dos irmãos e de me resguardar o


direito de não divulgar detalhes circunstanciais do ato libidinoso em si,
entendendo que já confessei a sua prática, tendo apresentado os detalhes ao
Reverendo Amaral e a minha esposa Antônia. Entendo que a divulgação desses
detalhes pode ferir e expor ainda mais a minha esposa, de uma maneira que não
acredito ser necessário ou até mesmo prudente.
Desta maneira, coloco essa causa na mão dos irmãos, orando para que
Deus os utilize como instrumentos e sabedor de que Deus ouve as nossas
orações, bem como perdoa pecadores arrependidos, não nos livrando das
consequências dos nossos atos. Peço perdão novamente pelas minhas atitudes
em Cristo.

Silas Ribeiro das Neves


28

Tribunal do Conselho da IPB em Tangamandápio

Processo 015/2015
Interrogatório do acusado: Silas Ribeiro das Neves

Perguntado pelo juiz Presbítero Luciano se está arrependido do pecado que


cometeu, o denunciado responde que está arrependido, embora acredite
que o seu arrependimento possa ser aprimorado ao longo de um processo
que tem vivenciado, no qual tem aprendido a reconhecer pensamentos,
palavras e ações pecaminosas a cada vez que avalia a sua conduta passada.

Perguntado pelo juiz Presbítero João se já cometeu pecado dessa natureza


em outra ocasião, e se lutava contra este pecado em pensamentos, o
denunciado respondeu que esta foi a única ocasião em sua vida em que
houve um adultério consumado, e que embora tenha lutas comuns a todos
os pecadores nesta área da sua vida, procurava lutar contra o pecado.

Perguntado pelo juiz Presbítero Diego sobre a maneira como confessou o


seu pecado a sua esposa, e sobre as motivações que o levaram a confessar,
o denunciado admitiu que foi motivado a confessar pelo fato de que o
marido da irmã Cláudia fez um telefonema à sua esposa Antônia,
informando-a dos fatos, e que depois disso ele se sentiu motivado e
compelido a confessar tudo. Ele não sabe informar se teria confessado à
esposa em outro momento, porque agora esta é uma possibilidade que não
se vislumbra mais. No entanto, diz acreditar que teria confessado, talvez
após um período de tempo maior, porque já sentia a sua consciência
acusada pelo pecado.

Perguntado pelo juiz Presbítero Luciano se já confessou o pecado a sua


esposa, em detalhes, o denunciado afirma que, embora não esteja
respondendo a todas as perguntas do Tribunal, conforme já informou na
sua defesa escrita, procurou detalhar todos os acontecimentos a sua
esposa, e que está seguro de ter vasculhado a consciência nesse sentido.

Perguntado pelo juiz Presbítero Luciano se deseja reconstruir sua família, o


denunciado responde que sim.

Perguntado pelo juiz Reverendo César Antônio se é capaz de discernir os


caminhos que o pecado percorreu em seu coração até se consumar, o
29

denunciado responde que está aprendendo a discernir esses caminhos, na


medida em que revisita esse processo mentalmente e reflete sobre o
mesmo à luz da palavra de Deus. Afirma que acredita estar progredindo no
discernimento dos motivos do seu coração à medida que o tempo passa e
recebe acompanhamento e orientação pastoral.

Perguntado pelo juiz Presbítero Antônio sobre quem teria tomado a


iniciativa para o pecado e se houve resistência de qualquer das partes para
cometê-lo, o denunciado responde que, embora seja difícil julgar os
motivos da irmã Cláudia, é possível admitir que a maior parte da iniciativa
veio dele e que ela não ofereceu maior resistência.

Perguntado pelo juiz Presbítero Michel sobre como está o seu


relacionamento com sua esposa e com suas filhas, o denunciado responde
que está sofrendo pela distância que experimenta neste momento de
separação temporária e pela dor que causou a sua esposa, e afirma que não
detalhou os acontecimentos às suas filhas porque ainda são muito
pequenas.

Perguntado pelo juiz Presbítero José se gostaria de dizer mais alguma coisa,
o denunciado diz que, em primeiro lugar, deseja registrar seu profundo
arrependimento não só pelos danos que causou ao corpo de Cristo, nem
apenas pelo trabalho administrativo que o processo gerará a cada membro
do conselho, mas principalmente porque entende que o seu pecado é uma
afronta a Deus. Diz também que deseja se desculpar pela dor que foi
infringida à igreja por seu pecado, e também à irmã Cláudia e sua família.

Sala das Sessões, 01/09/2015

Ciente e de acordo com a transcrição

Silas Ribeiro das Neves


Silas Ribeiro das Neves
30

Prezados senhores irmãos do Conselho da Igreja Presbiteriana em


Tangamandápio
Eu, Cláudia Batista Honório, constituída como membro desta igreja e já
qualificada nos autos deste processo eclesiástico, venho, muito contrita,
apresentar por meio desta DEFESA ESCRITA a minha fiel e sincera
manifestação acerca dos tristes e infelizes fatos que se sucederam.
Não há motivos para tentar me acobertar em possíveis justificativas para
o meu ato. Do mesmo modo, não há razões para atribuir a culpa a quem estava
pecando simultaneamente a mim. Mesmo que cada um possua as suas
motivações distintas, as condutas foram equivalentes: ceder aos desejos de um
coração pecaminoso. E foi exatamente neste contexto onde eu estava inserida.
Não foram apenas duas famílias afetadas, mas sim toda a família em
Cristo. Todos nós estamos sofrendo, porque o pecado machuca não somente
aquele que pratica, mas todos os que estão a sua volta. Pelo meu pecado afetar
a Deus, eu orei e oro pedindo perdão. Pelo meu pecado afetar os meus irmãos
na fé, eu estou aqui me submetendo à liderança desta igreja e confiando em sua
fidelidade à Palavra para me guiar neste caminho de arrependimento e
restauração. Pelo meu pecado afetar à minha família, também a eles pedi perdão
e apoio neste momento difícil. Pelo meu pecado afetar o meu marido,
prontamente contei-lhe todos os fatos que se sucederam, e lhe pedi perdão,
buscando a restauração do nosso casamento. Eu não sei se um dia terei a
oportunidade de pedir perdão pessoalmente, mas oro para que a Antônia e toda
sua família me perdoe do mesmo modo.
Em relação ao meu marido, não demorou nada para que meu coração
pesasse e o arrependimento me levasse a contar-lhe o que se sucedeu, chorei
muito com ele e pedi-lhe perdão. Portanto, gostaria também, de ressaltar o meu
desejo de viver e servir a Deus com meu marido, de restaurar o meu casamento
e de aqui publicamente declarar aos irmãos os meus votos de fidelidade e amor.
Me arrependo muito de ter feito tudo isso e colocado em risco meu casamento
com meu marido, a quem tanto amo e agradeço a Deus por ter colocado em
minha vida.
Cada atitude gera uma consequência, seja ela boa ou ruim. Todos nós
temos plena consciência que o adultério é ruim, portanto seus frutos não são
bons. Por essa razão peço ajuda aos irmãos. Peço aos irmãos que orem pela
minha reconciliação com Deus e com o Samuel. Peço que orem não apenas por
nós, mas também pela vida do Silas e pela reconstrução da família da Antônia.
Que mesmo em meio a essa situação, Deus seja honrado e glorificado.
Que o amor do Pai seja derramado em todos nós, que a verdade nos liberte, que
Deus nos dê sabedoria e que nos abençoe e nos guie em teus caminhos hoje e
para todo o sempre. Amém!
Tangamandápio, 1 de setembro de 2015

Cláudia Batista Honório


31

Tribunal do Conselho da IPB em Tangamandápio

Processo 015/2015
Interrogatório da acusada: Cláudia Batista Honório
Perguntada pelo juiz Presbítero Antônio sobre quem teria tomado a
iniciativa do relacionamento ilícito e se alguma das duas partes ofereceu
resistência a tal relacionamento, a denunciada responde que não saberia
colocar a culpa em uma das duas partes em particular, embora afirme que
o presbítero Silas tentou beijá-la no acampamento da federação. Embora o
desfecho do caso tenha sido de comum acordo, ela pressupõe uma
iniciativa dele pelo menos nessa abordagem física.
Perguntada pelo juiz Reverendo César Antônio se, na dinâmica do
relacionamento até caminhar para uma situação indevida, ela teria falado
sobre isso com alguém, a denunciada diz que conversou sobre o assunto
com a sua irmã Maysa e com o namorado dela André, dizendo que
estranhava a maneira como o presbítero Silas se aproximava dela. Afirma
que conversou sobre isso com o seu marido Samuel e que sabia que o
presbítero Silas não falava disso com a sua esposa Antônia, alegando que
ela tinha ciúmes desta proximidade.
Perguntada pelo juiz Presbítero Bruno sobre como foi a convivência dela
com o presbítero Silas durante esses meses em que ambos trabalharam
juntos na UPA e se aproximaram, ela respondeu que seu marido Samuel
sentiu um distanciamento do presbítero Silas, uma vez que existia uma
convivência anterior muito próxima de ambos em função de interesses e
afinidades comuns.
Perguntada pelo juiz Presbítero Antônio se o ato foi algo planejado e
construído ao longo de um processo ou se foi algo que aconteceu de
maneira repentina, a denunciada afirma que pelo menos de sua parte não
houve planejamento algum e que tudo aconteceu repentinamente.
Perguntada pelo juiz Presbítero Antônio sobre o quanto de todos os fatos
foi comunicado à sua família e como a família reagiu, a denunciada
informou que teve conversas com seus sogros, com seus pais e com seu
marido, e que relatou todos os fatos a este.
32

Perguntada pelo juiz Presbítero Antônio se esta foi a primeira vez que
cometeu o pecado de adultério, a denunciada responde que esta foi a
primeira vez e espera que seja a última.
Perguntada pelo juiz Presbítero Luciano se ela deseja reconstruir seu
casamento, a denunciada afirma que sim, e que acredita que todos os fatos
contribuíram, inclusive, para que seu casamento fosse aprimorado e ela se
aproximasse mais de seu marido, corrigindo erros anteriores.
Perguntada pelo juiz Presbítero Michel se acredita que o trabalho de ambos
na UPA facilitou a ocorrência do adultério, a denunciada afirma que de fato
passava muito tempo na UPA, mas que não havia pensado sobre isso uma
vez que nunca imaginou que o presbítero Silas pudesse olhá-la com outros
interesses.
Perguntada pelo juiz Reverendo César Antônio sobre os motivos que a
levaram a confessar o pecado ao seu marido, ela disse que não achava justo
com ele e que estava com o coração pesado, e que era algo a ser resolvido
não apenas com Deus, mas também com seu marido.
Perguntada pelo juiz Presbítero Luciano se pretende buscar
aconselhamento e acompanhamento pastoral, a denunciada afirma que
sim, e que já o tem feito, na companhia de seu marido, com o Rev. Amaral.
Perguntada pelo juiz Presbítero Antônio se entendia a dimensão das
implicações de sua conduta na esfera familiar, a denunciada disse que
escreveu sobre isso na sua defesa e que entende que não só a sua família
de sangue, mas também a família da fé foi muito afetada por tudo o que
aconteceu.
Perguntada pelo juiz Presbítero Luciano se gostaria de dizer mais alguma
coisa, a denunciada afirma que no momento não tem mais nada a declarar,
mas que está à disposição do conselho para eventuais esclarecimentos
futuros.
Sala das Sessões, 01/09/2015

Ciente e de acordo com a transcrição

Cláudia Batista Honório


Cláudia Batista Honório
33

IGREJA PRESBITERIANA EM TANGAMANDÁPIO


Rua 10, nº 11, Bairro do Limoeiro – Tangamandápio - NL

INTIMAÇÃO
PROCESSO ECLESIÁSTICO nº 015/2015
DENUNCIANTE: ANTÔNIA RODRIGUES DAS NEVES
DENUNCIADOS: SILAS RIBEIRO DAS NEVES
CLÁUDIA BATISTA HONÓRIO
Por ordem do Rev. AMARAL OZÓRIO BUENO, MD Presidente do Tribunal
Eclesiástico da Igreja Presbiteriana em Tangamandápio, situada na cidade de
Tangamandápio na Rua 10, nº 11, CEP 55555-555, Bairro do Limoeiro, INTIMO a
Sra. CLÁUDIA BATISTA HONÓRIO, portadora do RG: 22.222.222-X e do CPF:
111.222.333-XX, residente à Rua 30, nº 50, Bairro do Limoeiro –
Tamgamandápio CEP 99999-999, citada nas formas da lei, para comparecer no
dia 10/09/2015, segunda-feira, às 20:30 horas, na Sala de Audiências do Tribunal
Eclesiástico da Igreja Presbiteriana em Tangamandápio, no endereço supra
citado, com a finalidade de acompanhar a audiência final do processo no qual
figura como denunciada, conforme o rito Sumário previsto no Código de
Disciplina da Igreja Presbiteriana do Brasil (artigos 103 a 106), ocasião na qual, se
desejar, poderá fazer uso da palavra por dez minutos, e quando tomará ciência
da decisão final deste processo.
Sala das Sessões, Tangamandápio, 01 de Setembro de 2015.

João Silva dos Santos


Presbítero João Silva dos Santos
Secretário do Tribunal do Conselho da IPB Disciplinando
Amaral Ozório Bueno
Reverendo Amaral Ozório Bueno
Presidente do Conselho

Recebido em ___02_____ / ____09____ / ____2015______


Acompanhado de cópias dos seguintes documentos
(1) Defesa escrita do denunciado Silas Ribeiro das Neves
(2) Depoimento do denunciado Silas Ribeiro das Neves
(3) Depoimento da denunciada Cláudia Batista Honório
Todos juntados aos autos na audiência de 01/09/2015

Ass.: Cláudia Batista Honório


Cláudia Batista Honório
34

IGREJA PRESBITERIANA EM TANGAMANDÁPIO


Rua 10, 11, Bairro do Limoeiro – Tangamandápio - NL
INTIMAÇÃO

PROCESSO ECLESIÁSTICO nº 015/2015


DENUNCIANTE: ANTÔNIA RODRIGUES DAS NEVES
DENUNCIADOS: SILAS RIBEIRO DAS NEVES
CLÁUDIA BATISTA HONÓRIO

Por ordem do Rev. AMARAL OZÓRIO BUENO, MD Presidente do Tribunal


Eclesiástico da Igreja Presbiteriana em Tangamandápio, situada na cidade de
Tangamandápio na Rua 10, nº 11, CEP 55555-555, Bairro do Limoeiro, INTIMO o
Sr. SILAS RIBEIRO DAS NEVES, portador do RG: 11.111.111-X e do CPF:
001.001.001-XX, residente à Rua 1, 25, Bairro do Limoeiro –
Tamgamandápio, CEP 99999-999, citado nas formas da lei, para comparecer
no dia 10/09/2015, segunda-feira, às 20:30 horas, na Sala de Audiências do
Tribunal Eclesiástico da Igreja Presbiteriana em Tangamandápio, no endereço
supra citado, com a finalidade de acompanhar a audiência final do processo no
qual figura como denunciado, conforme o rito Sumário previsto no Código de
Disciplina da Igreja Presbiteriana do Brasil (artigos 103 a 106), ocasião na qual, se
desejar, poderá fazer uso da palavra por dez minutos, e quando tomará ciência
da decisão final deste processo.
Sala das Sessões, Tangamandápio, 01 de Setembro de 2015.
João Silva dos Santos
Presbítero João Silva dos Santos
Secretário do Tribunal do Conselho da IPB Disciplinando
Amaral Ozório Bueno
Reverendo Amaral Ozório Bueno
Presidente do Conselho

Recebido em ___02_____ / ____09_____ / ____2015_____


Acompanhado de cópias dos seguintes documentos
(1) Defesa escrita da denunciada Cláudia Batista Honório
(2) Depoimento do denunciado Silas Ribeiro das Neves
(3) Depoimento da denunciada Cláudia Batista Honório
Todos juntados aos autos na audiência de 01/09/2015

Ass.: Silas Ribeiro das Neves


Silas Ribeiro das Neves
35

RELATÓRIO FINAL DO RELATOR – ARTIGO 104 CD/IPB

Tribunal do Conselho da IPB em Tangamandápio


Processo 015/2015

Denunciante:
Antônia Rodrigues das Neves
Brasileira, casada,
Engenheira de Software
RG: 00.000.000-X
CPF: 000.000.000-XX
Endereço: Rua 1, 25
Bairro do Limoeiro – Tamgamandápio – NL
CEP 99999-999

Denunciados:
1) Silas Ribeiro das Neves
Brasileiro, casado,
Personal Trainer
RG: 11.111.111-X
CPF: 001.001.001-XX
Endereço: Rua 1, 25
Bairro do Limoeiro – Tamgamandápio – NL
CEP 99999-999

2) Cláudia Batista Honório


Brasileira, casada
Faxineira
RG: 22.222.222-X
CPF: 111.222.333-XX
Endereço: Rua 30, 50
Bairro do Limoeiro – Tamgamandápio – NL
CEP 99999-999

Natureza da Denúncia: Quebra do Sétimo Mandamento

RELATÓRIO DO RELATOR (ARTIGO 104 CD/IPB)

O presbítero Silas Ribeiro das Neves e a irmã Cláudia Batista Honório,


acima qualificados, são membros da Igreja Presbiteriana em
Tangamandápio. Antes de ser preventivamente afastado da comunhão, em
19/08/2015, ele era presbítero, líder do grupo de cânticos e conselheiro da
36

UPA, enquanto ela era membro em plena comunhão e havia sido auxiliar
nos trabalhos da UPA no ano de 2014. Ambos estão sendo processados
mediante denúncia apresentada pela irmã Antônia Rodrigues das Neves
(esposa do irmão Silas), datada de 16/08/2015, acusando diretamente seu
esposo pela quebra do sétimo mandamento e, indiretamente, acusando
também a irmã Cláudia, com quem o adultério foi praticado. O documento
foi apresentado em termos bastante genéricos, mas veio instruído de carta
de confissão manuscrita, redigida pelo irmão Silas.
A denúncia foi acolhida pelo Conselho da Igreja Presbiteriana em
Tangamandápio em sua reunião realizada na mesma data (16/08/2015),
após verificar que a matéria da acusação constitui falta (artigo 4º do Código
de Disciplina da Igreja Presbiteriana do Brasil), o que pode ser provado pela
Sagrada Escritura a partir dos textos de Êxodo 20.14 (“Não adulterarás”),
bem como Deuteronômio 5.18 e Mateus 5.27, e também pelo que dispõem
os Símbolos de Fé da Igreja Presbiteriana do Brasil: a Confissão de Fé de
Westminster (Capítulo XXIV, 5), o Catecismo Maior de Westminster
(perguntas 137 a 139) e o Breve Catecismo de Westminster (perguntas 70
a 72).
Nessa mesma ocasião, o Conselho também recebeu carta manuscrita de
confissão da irmã Cláudia, admitindo ter cometido o pecado de adultério
com o irmão Silas, e decidiu juntá-la aos autos, unificando-se, desta forma,
o tratamento dos dois irmãos num mesmo processo eclesiástico.
Constatou-se que, pela natureza do pecado, não era possível empregar
meios suasórios para corrigir a falta, conforme requer o art. 43 do CD/IPB,
e que a denunciante não visava interesse ilegítimo na condenação dos
acusados (art. 46, letra “c” do Código de Disciplina da Igreja Presbiteriana
do Brasil – CD/IPB). Fui nomeado relator do processo, que recebeu número
015/2015. O Presbítero Caetano Batista Honório Filho, irmão da acusada,
declarou-se suspeito e retirou-se do processo.
Reunido especificamente para fins judiciários na data de 19/08/2015, e
acolhendo ao relatório inicial (art. 50 CD/IPB) apresentado por mim, na
condição de relator, o Tribunal decidiu dar seguimento ao processo. Tendo
em vista que havia confissão manuscrita dos dois acusados, hipótese que
prevê a adoção do rito sumário para o processo (artigo 103 letra “a” do
CD/IPB), marcou-se a audiência prevista no artigo 104 do CD/IPB para a
data de 01/09/2018. Também em função da gravidade dos fatos e da
segurança prévia quanto a sua veracidade, devido às confissões dos
denunciados, ambos os acusados foram afastados preventivamente da
comunhão e o Presbítero Silas foi afastado do exercício de seus cargos.
37

Citados, os denunciados compareceram, confirmaram a autenticidade


de suas confissões escritas (art. 70 do CD/IPB), declararam não desejar
arguir suspeição contra nenhum dos membros do tribunal (art. 27 do
CD/IPB), apresentaram suas defesas escritas, que foram anexadas aos
autos, e foram interrogados pelos juízes presentes.
Uma vez que o depoimento de um deles afetaria o julgamento sobre a
gravidade do pecado do outro (e, neste sentido, os dois acusados teriam
interesses conflitantes), e considerando-se também o desconforto de
reunir novamente os irmãos que cometeram adultério para falar do ato em
si, bem como o disposto no parágrafo único do artigo 68 do CD/IPB, decidiu-
se por ouvi-los separadamente. Os depoimentos foram reduzidos a termo
e enviados para conhecimento de todas as partes, inclusive da denunciante
que, por questão de sua própria escolha, preferiu não comparecer às
sessões do Tribunal.
Nos depoimentos, a falta denunciada ficou claramente provada
mediante a confissão dos denunciados. As dúvidas restantes sobre a falta
foram esclarecidas pelos juízes.
Tomando ciência do depoimento do denunciado Silas em 06/09/2015, a
denunciada Cláudia nada teve a declarar em contrário. Tomando ciência do
depoimento da denunciada Cláudia em 07/09/2015, o denunciado Silas
confirmou a veracidade de seu teor, e nada declarou em contrário.
Tanto a denunciada Cláudia quanto o denunciado Silas explicitaram
verbalmente ao secretário do Tribunal, quando intimados, a intenção de
não comparecer à audiência final do processo por constrangimento íntimo,
e solicitaram ao Tribunal que não considerasse suas ausências como que
motivadas por rebeldia.

PARECER DO JUIZ RELATOR

Processo 015/2015

Decidiu-se pela instauração deste processo, evocando-se a Palavra de


Deus e buscando-se o disposto no Código de Disciplina da Igreja
Presbiteriana do Brasil, em seu Artigo 2º, parágrafo único: a edificação do
povo de Deus, a correção de escândalos, erros ou faltas, a promoção da
honra de Deus, da glória de nosso Senhor Jesus Cristo e o próprio bem dos
culpados. Na busca deste propósito, para encontrar a verdade dos fatos,
38

deu-se aos acusados amplo e irrestrito direito de defesa, conforme


preceitua o Art. 16 do CD/IPB.
Também devemos lembrar aos Senhores Juízes a exortação do
apóstolo Paulo em sua 1ª Carta aos Coríntios, capítulo 6, versículo 5: “Acaso
não há entre vocês suficiente sábio para julgar uma causa entre irmãos?”.
Que este tribunal seja revestido da sabedoria divina para julgar esta causa.
Para embasar o parecer que passo a emitir, desejo apenas relembrar
aos senhores juízes alguns fatos relevantes a respeito dos denunciados e de
suas condutas, que foram elucidados ao longo do processo.

QUANTO AO ACUSADO SILAS RIBEIRO DAS NEVES

Começo pelo irmão Silas. Em face de todo o conteúdo dos autos,


bem como da confissão e da defesa oferecidas pelo denunciado, considero-
o CULPADO da acusação que lhe é imputada, julgando claramente provados
os fatos elencados na denúncia oferecida.
Quanto à PENA a lhe ser imposta, previamente temos que considerar
as circunstâncias atenuantes e agravantes de que trata o Art. 13 do CD/IPB.
Como atenuantes, vejo que deve ser considerado em seu benefício o
bom comportamento anterior, a assiduidade nos serviços divinos, a
colaboração nas atividades da igreja e o desejo manifesto de corrigir-se,
bem como sua colaboração ao longo de todo o processo (art. 13, §1º, letras
“d”, “e”, “f” e “h” do CD/IPB). Apesar de ter ele oferecido confissão escrita,
não vislumbro a possibilidade de se considerar a seu favor a confissão
voluntária (letra “j” do mesmo dispositivo), uma vez que, conforme restou
provado em seu depoimento, o denunciado foi compelido a confessar o
pecado a sua esposa pelo marido da irmã Cláudia.
Como agravantes, por outro lado, há muito a pesar contra o
denunciado. Ele possui ampla experiência religiosa (art. 13, §2º, letra “a”),
e grande conhecimento das doutrinas evangélicas (letra “b”), vez que era,
inclusive, conselheiro da UPA e até mesmo já ocupou o púlpito da Igreja
quando foi Secretário Presbiterial da Adolescência. Sua convivência diária
com os assuntos do Conselho e da UPA também provam amplamente uma
boa influência do meio (letra “c”). Destaco, adicionalmente, que o
interrogatório dos dois denunciados deixou claro que a iniciativa foi dele, e
que houve um transcurso razoável de tempo entre as primeiras investidas
de sedução e a consumação do ato adulterino, comprovando uma intenção
deliberada e continuada de praticar o pecado. O afastamento que se deu
39

entre o denunciado (Silas) e o marido da denunciada (Samuel), da amizade


e do convívio próximo que mantinham anteriormente, é evidência adicional
disso.
Soma-se aos agravantes o fato de que o denunciado, como oficial da
Igreja, deveria buscar o pastoreio e a pureza da denunciada, em vez de sua
queda. Além disso, o denunciado possui duas filhas e sua família era
considerada um exemplo entre os demais adolescentes e jovens da igreja,
até mesmo pela denunciada.
Lembro, por derradeiro, o que dispõe a pergunta 151 do Catecismo
Maior de Westminster, que transcrevo a seguir (os grifos são meus e
destacam os pontos que considero aplicáveis ao caso em tela):
151. Quais são as circunstâncias agravantes que tornam alguns
pecados mais odiosos do que outros?
Alguns pecados se tornam mais agravantes:
1º Em razão dos ofensores, se forem pessoas de idade mais madura,
de maior experiência ou graça; se forem eminentes pela vida cristã, dons,
posição, ofícios; se forem guias para outros e pessoas cujo exemplo será,
provavelmente, seguido por outros. [...]
3º Pela natureza e qualidade da ofensa, se for contra a letra expressa
da lei, se violar muitos mandamentos, se contiver em si muitos pecados; se
for concebida, não só no coração, mas manifestar-se em palavras e ações,
escandalizar a outrem e não admitir reparo algum; se for contra os meios,
misericórdias, juízos, luz da natureza, convicção da consciência,
admoestação pública ou particular, censuras da igreja, punições civis; se for
contra as nossas orações, propósitos, promessas, votos, pactos,
obrigações a Deus ou aos homens; se for feita deliberada, voluntária,
presunçosa, impudente, jactanciosa, maliciosa, frequente e
obstinadamente, com displicência, persistência, reincidência, depois do
arrependimento.

QUANTO À ACUSADA CLÁUDIA BATISTA HONÓRIO

Em face de todo o conteúdo dos autos, bem como da confissão e da


defesa oferecidas pela denunciada Cláudia, considero-a CULPADA da
acusação que lhe é imputada, julgando claramente provados os fatos
elencados na denúncia oferecida.
Quanto à PENA a lhe ser imposta, previamente temos que considerar
as circunstâncias atenuantes e agravantes de que trata o Art. 13 do CD/IPB.
40

Como atenuantes, vejo que deve ser considerado em seu benefício a


pouca experiência religiosa, a relativa ignorância das doutrinas evangélicas,
o desejo manifesto de corrigir-se (bem como sua colaboração ao longo de
todo o processo) e, particularmente importante, a confissão voluntária (art.
13, §1º, letras “a”, “b”, “h” e “j” do CD/IPB). Pareceu-me que sua confissão
foi espontânea e determinante para que este pecado fosse revelado e
pudesse ser tratado na vida de ambos os acusados.
Como agravantes, registro sua ausência aos cultos (art. 13, §2º, letra
“e”), e a boa influência do meio (art. 13, §2º, letra “c”), visto que ela
colaborou com os trabalhos da UPA em 2014.
Lembro aos senhores juízes que, caso sigam o parecer deste relator,
devem considerar atentamente o que preceitua o Artigo 15 do CD/IPB:
“Toda e qualquer pena deve ser aplicada com prudência, discrição e
caridade, a fim de despertar arrependimento no culpado e simpatia da
Igreja”. Acima de tudo, devem se lembrar do que estipula a Palavra de
Deus: “Nenhuma disciplina parece ser motivo de alegria, mas sim de
tristeza. Mais tarde, porém, produz fruto de justiça e paz para aqueles que
por ela foram exercitados. Portanto, fortaleçam as mãos enfraquecidas e os
joelhos vacilantes. Façam caminhos retos para os seus pés, para que o
manco não se desvie, antes, seja curado”. (Hebreus 12:11-13).

VOTO DO JUIZ RELATOR

Diante do que se pode abstrair dos autos, sou de parecer que deva
ser imposta ao acusado Silas Ribeiro das Neves a pena de DEPOSIÇÃO do
ofício de presbítero (artigo 9º letra “d” do CD/IPB), somada ao seu
AFASTAMENTO DA COMUNHÃO PELO TEMPO DETERMINADO DE UM
ANO, conforme previsto nos artigos 9º, letra “b” do CD/IPB, combinado
com o disposto no artigo 134, letra “a” do mesmo diploma legal.
Adicionalmente, sou de parecer que deva ser imposta à acusada
Cláudia Batista Honório a pena de AFASTAMENTO DA COMUNHÃO PELO
TEMPO DETERMINADO DE SEIS MESES, conforme previsto nos artigos 9º,
letra “b” do CD/IPB, combinado com o disposto no artigo 134, letra “a” do
mesmo diploma legal.
Proponho que estas necessárias censuras sejam comunicadas à igreja
no próximo domingo, dia 16 de setembro de 2015, após o culto matutino,
41

em circunstâncias nas quais somente estejam presentes os membros


comungantes da IPB em Tangamandápio, em plena comunhão.

Tangamandápio, 10 de setembro de 2015.

___________________________________
Rev. César Antônio Castelani
Juiz Relator

___________________________________
Rev. Amaral Ozório Bueno
Juiz Presidente
42

TRIBUNAL DO CONSELHO DA IPB EM TANGAMANDÁPIO

Processo 015/2015

Denunciante: Antônia Rodrigues das Neves


Denunciados: 1) Presbítero Silas Ribeiro das Neves
2) Cláudia Batista Honório

Natureza da Denúncia: Quebra do Sétimo Mandamento

ACÓRDÃO

Diante do que se pode abstrair dos autos deste processo, ACORDAM


os juízes do Tribunal do Conselho da Igreja Presbiteriana em
Tangamandápio que seja imposta ao acusado, Silas Ribeiro das Neves a
pena de DEPOSIÇÃO do ofício de presbítero (artigo 9º letra “d” do CD/IPB),
somada ao seu AFASTAMENTO DA COMUNHÃO PELO TEMPO
DETERMINADO DE UM ANO, conforme previsto nos artigos 9º, letra “b” do
CD/IPB, combinado com o disposto no artigo 134, letra “a” do mesmo
diploma legal, a contar da presente data e a encerrar-se no dia 09 de
setembro de 2016, ocasião em que, nos termos do artigo 134 letra “a” do
CD/IPB, o faltoso será chamado a este Tribunal para apresentar as provas
de seu arrependimento.
ACORDAM ainda os juízes do Tribunal do Conselho da Igreja
Presbiteriana em Tangamandápio que seja imposta à acusada Cláudia
Batista Honório a pena de AFASTAMENTO DA COMUNHÃO PELO TEMPO
DETERMINADO DE SEIS MESES, conforme previsto nos artigos 9º, letra “b”
do CD/IPB, combinado com o disposto no artigo 134, letra “a” do mesmo
diploma legal, a contar da presente data e a encerrar-se no dia 09 de março
de 2016, ocasião em que, nos termos do artigo 134 letra “a” do CD/IPB, a
faltosa será chamada a este Tribunal para apresentar as provas de seu
arrependimento.
Tais medidas disciplinares deverão ser comunicadas à igreja, em
circunstâncias onde somente estejam presentes os membros em plena
comunhão, pelo presidente do Tribunal, na manhã do próximo domingo,
dia 16 de setembro de 2015, após o culto matutino, em circunstâncias nas
43

quais somente estejam presentes os membros comungantes da IPB em


Tangamandápio, em plena comunhão, nos termos do comunicado redigido
e aprovado pelo Tribunal, devidamente juntado aos autos.
Tangamandápio, 10 de setembro de 2015.

_________________________ Rev. Amaral Ozório Bueno - Juiz Presidente

_____________________________ Rev. César Antônio Castelani – relator

_____________________________ Presb. Bruno da Costa Lemos

_____________________________ Presb. Antônio Luiz da Silva

_____________________________ Presb. Diego Azevedo Alvares

_____________________________ Presb. José Cunha Barbosa

_____________________________ Presb. Luciano Magalhães Neto

_____________________________ Presb. Marcelo de Almeida

_____________________________ Presb. João Silva dos Santos

_____________________________ Rev. Uziel Albuquerque

Ciente: _________________________________ ( _____ / _____ / ______ )


Antônia Rodrigues das Neves (denunciante) data

Ciente: _________________________________ ( _____ / _____ / _____ )


Silas Ribeiro das Neves (denunciado) data

Ciente: _________________________________ ( _____ / _____ / ______ )


Cláudia Batista Honório (denunciada) data
44

COMUNICADO À IGREJA SOBRE A DISCIPLINA ECLESIÁSTICA APLICADA AOS


IRMÃOS PRESBÍTERO SILAS RIBEIRO DAS NEVES E CLÁUDIA BATISTA
HONÓRIO (PROCESSO 015/2015):

Amados irmãos, membros comungantes da IGREJA PRESBITERIANA EM


TANGAMANDÁPIO:

Conforme já foi anunciado à Igreja na data de 19/08/2015, o Conselho


recebeu carta de DENÚNCIA elaborada pela irmã Antônia Rodrigues das
Neves contra seu marido, o Presbítero Silas Ribeiro das Neves, relatando
caso de quebra do sétimo mandamento (adultério) por parte deste,
envolvendo a irmã Cláudia Batista Honório. Os três irmãos acima
mencionados, como é sabido, são membros de nossa igreja.

Desde o momento em que tais fatos foram trazidos ao Conselho, houve


intenso trabalho de aconselhamento com os dois casais envolvidos e
acompanhamento de suas famílias.

Seguindo cautelosamente as recomendações bíblicas e constitucionais, o


Conselho da Igreja, após oração, cuidadosa reflexão e estudo dos princípios
bíblicos aplicáveis, bem como dos preceitos reguladores disponíveis em
nossos códigos denominacionais, deliberou dar andamento a um processo
eclesiástico destinado a esclarecer a questão, oferecendo adequada
oportunidade de defesa aos acusados, com vistas a alcançar a verdade dos
fatos e, caso necessário, buscar apropriadamente os alvos bíblicos da
disciplina cristã.

Uma vez que eram graves, notórios e já conhecidos de terceiros os fatos


articulados contra os dois irmãos denunciados, e por considerar que as
evidências eram bastante claras, vez que havia confissão escrita de ambos
os denunciados, o Tribunal do Conselho decidiu afastar o Presbítero Silas
da comunhão da Igreja, preventivamente, bem como do exercício do cargo
de presbítero e de suas atribuições como conselheiro da UPA e líder da
equipe de cânticos, até que se apurasse definitiva e formalmente a verdade
e fosse encerrado o referido processo. Tal expediente (afastamento
preventivo) é previsto no parágrafo único do artigo 16 do Código de
Disciplina da IPB, e sua aplicação ao presente caso era não apenas
permitida, mas também necessária. A mesma cautela se deu em relação à
irmã Cláudia, que foi preventivamente afastada dos privilégios da
comunhão.
45

O processo eclesiástico foi iniciado em 16 de agosto de 2015 e, após três


reuniões diferentes (ocorridas em 19/08, 01/09 e 10/09/2015), nas quais
foi assegurado aos envolvidos o direito de se manifestarem ou se
defenderem, verbalmente e por escrito, e até mesmo de nomearem
procuradores que os representassem, o Conselho entendeu ter alcançado
satisfatório esclarecimento dos fatos ocorridos e haver atingido segurança
suficiente para deliberar sobre o adequado tratamento disciplinar do caso.

Foram analisadas questões agravantes e atenuantes para os dois irmãos


denunciados, as quais, conforme prevê o Código de Disciplina da Igreja
Presbiteriana do Brasil, devem considerar a espontaneidade (ou não) de
suas confissões, a posição e os cargos que ocupam na Igreja, o nível de
maturidade e experiência cristã que possuem, a colaboração oferecida
durante o desenrolar do processo eclesiástico, o desejo manifesto de se
corrigirem, seus antecedentes eclesiásticos, entre muitas outras questões.

Também foi considerado pelo Conselho que, mesmo em casos onde haja
admissão dos fatos pelos faltosos e desejo manifesto de se corrigirem,
ainda existe a necessidade de se reparar o escândalo, promover a honra de
Deus, a glória de Nosso Senhor Jesus Cristo e de impedir que tais
comportamentos sejam encorajados no seio da Igreja. O cuidado em todas
essas questões faz parte do trabalho dos presbíteros, os quais juraram
assim proceder ao abraçar o oficialato da Igreja, prometendo lealdade à
Escritura Sagrada, acima de tudo, bem como ao Código de Disciplina da
Igreja Presbiteriana do Brasil e aos seus Símbolos de Fé (a Confissão de Fé
e os Catecismos Maior e Breve de Westminster).

Feitos esses esclarecimentos, o Conselho da Igreja Presbiteriana em


Tangamandápio formalmente comunica aos membros da Igreja, no temor
de Cristo Jesus, nosso Senhor, que foi aplicada ao irmão Silas Ribeiro das
Neves a pena de DEPOSIÇÃO do ofício de presbítero (artigo 9º letra “d” do
CD/IPB), somada ao seu AFASTAMENTO DA COMUNHÃO PELO TEMPO
DETERMINADO DE UM ANO, conforme previsto nos artigos 9º, letra “b” do
CD/IPB, combinado com o disposto no artigo 134, letra “a” do mesmo
diploma legal, a contar da data da sentença (10/09/2015) e a encerrar-se
no dia 09 de setembro de 2016, ocasião em que, nos termos do artigo 134
letra “a” do CD/IPB, o mesmo será chamado ao Tribunal do Conselho para
apresentar as provas de seu arrependimento.
O Conselho comunica, adicionalmente, que foi imposta à irmã Cláudia
Batista Honório a pena de AFASTAMENTO DA COMUNHÃO PELO TEMPO
46

DETERMINADO DE SEIS MESES, conforme previsto nos artigos 9º, letra “b”
do CD/IPB, combinado com o disposto no artigo 134, letra “a” do mesmo
diploma legal, a contar da data da sentença (10/09/2015) e a encerrar-se
no dia 09 de março de 2016, ocasião em que, nos termos do artigo 134 letra
“a” do CD/IPB, a mesma será chamada ao Tribunal do Conselho para
apresentar as provas de seu arrependimento.

Neste momento em que uma medida difícil é tomada, o Conselho deseja


lembrar à Igreja o que ensina a Escritura Sagrada em Hebreus 12. 5ss: “Filho
meu, não menosprezes a correção que vem do Senhor, nem desmaies
quando por ele és reprovado; porque o Senhor corrige a quem ama e açoita
a todo filho a quem recebe. [...] Toda disciplina, com efeito, no momento
não parece ser motivo de alegria, mas de tristeza; ao depois, entretanto,
produz fruto pacífico aos que têm sido por ela exercitados, fruto de justiça.
Por isso, restabelecei as mãos descaídas e os joelhos trôpegos; e fazei
caminhos retos para os pés, para que não se extravie o que é manco; antes,
seja curado”.

Desta forma, o Conselho convoca a Igreja a orar por estes irmãos e por suas
famílias, suplicando ao Senhor que conceda amplamente aos faltosos
arrependimento, graça e crescimento, e que console e conforte o coração
dos cônjuges ofendidos. Permita o SENHOR que esta medida disciplinar
atinja seus objetivos de reparar o escândalo, promover o crescimento dos
faltosos e trabalhar pela pureza da Igreja e pela glória do nosso Deus.

O Conselho agradece a Deus pela maneira cristã e adequada pela qual, até
agora, tanto os faltosos quanto os ofendidos vêm sendo tratados na Igreja.
Ao acolher os faltosos sem sugerir que sua disciplina é uma medida
descabida e desnecessária, ou que o pecado cometido não foi algo sério e
danoso, por um lado, nem propor, por outro lado, que não haverá espaço
para sua restauração e reintegração, caso estejam devidamente
arrependidos, nossa Igreja local glorifica a Cristo. Ao mostrar acolhimento
e oferecer o ombro amigo aos ofendidos, mantendo interesse genuíno e
não inquisidor nem especulativo por suas vidas, os membros desta Igreja
verdadeiramente cumprem os mandamentos do Mestre. Louvado seja o
Senhor por isso.

Tendo isso tudo em mente, o Conselho segue incentivando a Igreja a orar


por todos os envolvidos, e a procurar discernimento e sabedoria na maneira
47

de abordá-los. Que nosso apoio e amparo sejam sabiamente administrados


com prudência, discrição e graça.

O Conselho lembra à Igreja, mais uma vez, que ocasiões como esta devem
servir para que todos reflitamos acerca de nossa própria condição espiritual
e cuidemos de cultivar com o máximo zelo a santidade na vida. Depois de
refletir sobre o pecado dos crentes da antiga aliança e das lições que a
disciplina deles podia oferecer, o apóstolo Paulo escreveu, em 1 Coríntios
10.11, uma exortação extremamente apropriada a esta hora: “Aquele, pois,
que pensa estar em pé veja que não caia”.

Novamente, o Conselho exorta a Igreja a evitar, a todo custo, conversas


indevidas sobre esse assunto que possam aumentar os danos já causados
pelo pecado no corpo de Cristo. No tratamento deste tema, todos
consideremos seriamente o que ensina o apóstolo Paulo em Efésios 4.29:
“Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que
for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita
graça aos que ouvem”. Não permitamos, em nome de Jesus, que
comentários acerca deste assunto que sejam indevidos, desnecessários ou
isentos da graça divina aumentem os danos do pecado entre nós.

Finalmente, esclarecemos que todos os presbíteros membros do Conselho


(à exceção do Presbítero Caetano, que esteve impedido de participar deste
processo por ser primo da acusada) estão à disposição de qualquer membro
para oferecer, ressalvada a devida discrição acerca de detalhes privados e
da preservação do processo findo, quaisquer esclarecimentos adicionais
que se façam necessários.

Pela glória de Cristo, pelo bem da Igreja, pela santa profissão do Evangelho,
pelo bem dos faltosos e dos ofendidos, por amor a todos, nos despedimos
fraternalmente, em Cristo.

O Conselho
Tangamandápio, 16 de setembro de 2015.
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ATA DA TERCEIRA SESSÃO DO TRIBUNAL DO CONSELHO DA IGREJA


PRESBITERIANA EM TANGAMANDÁPIO – PROCESSO 015/2015. Às
vinte horas e cinquenta e dois minutos do dia dez de setembro do
ano de dois mil e quinze, reúne-se o Tribunal do Conselho da Igreja
Presbiteriana em Tangamandápio, especificamente convocado para
fins judiciários (nos termos do artigo 18 do Código de Disciplina da
IPB) em uma de suas salas de reuniões, à Rua 10, nº 11, Bairro do
Limoeiro, Tangamandápio 24. Preside o Tribunal o juiz Rev. Amaral
Ozório Bueno. Estão presentes os juízes Rev. César Antônio Castelani,
relator do processo 015/2015, Presbítero João Silva dos Santos,
secretário do Tribunal, Presbítero Antônio Luiz da Silva, Presbítero
Bruno da Costa Lemos, Presbítero Diego Azevedo Alvares, Presbítero
Luciano Magalhães Neto e Presbítero Michel Lima Araújo. Ausentes
o Rev. Uziel Albuquerque, pastor auxiliar (por motivo justificado), o
Presbítero José Cunha Barbosa (por motivo justificado) e o Presbítero
Caetano Batista Honório Filho25, que encaminhou carta declarando-
se suspeito nos termos do art. 28 “a” do Código de Disciplina da IPB,
tendo em vista ser primo da acusada, e portanto estar impedido de
atuar como juiz neste processo.26 Não compareceram, conforme
informaram verbalmente ao secretário, quando intimados, os
acusados Silas Ribeiro das Neves e Cláudia Batista Honório, alegando
constrangimento pessoal e solicitando que suas ausências não sejam
tomadas por insubmissão ao Tribunal. A denunciante, Antônia
Rodrigues das Neves, como fez desde o início do processo, também
optou por não comparecer por motivos pessoais. A sessão do
Tribunal inicia-se com oração feita pelo Pb. Diego27. A seguir, o
presidente passa a palavra ao relator para a leitura de seu parecer,
nos termos do art. 104 do CD/IPB. O relator considera ambos os
acusados culpados de haverem cometido o pecado de adultério. Por
causa de suas ausências, nem a denunciante nem os denunciados
fazem uso da palavra. A seguir, o relator dá o seu voto, que propõe,
para o denunciado Silas, a pena de DEPOSIÇÃO do ofício de
Presbítero somada ao AFASTAMENTO DA COMUNHÃO PELO PRAZO
DETERMINADO DE UM ANO, a contar da presente data e a encerrar-
se no dia 09 de setembro de 2016, ocasião em que, nos termos do
artigo 134 letra “a” do CD/IPB, o faltoso será chamado a este Tribunal
para apresentar as provas de seu arrependimento. Adicionalmente,

24 Hora, data, local, nome do tribunal – art. 61 “a” do CD/IPB.


25 Juízes presentes e ausentes – art. 61 “a” do CD/IPB.
26 Suspeição do juiz Presb. Caetano Batista Honório Filho.
27 Oração inicial – art. 61 “b” do CD/IPB.
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o relator propõe, para a denunciada Cláudia, a pena de


AFASTAMENTO DA COMUNHÃO PELO PRAZO DETERMINADO DE SEIS
MESES, a contar da presente data e a encerrar-se no dia 09 de março
de 2016, ocasião em que, nos termos do artigo 134 letra “a” do
CD/IPB, a faltosa será chamada a este Tribunal para apresentar as
provas de seu arrependimento. Os demais juízes presentes votam,
em ordem crescente de idade, acompanhando por unanimidade o
voto do relator. Na sequência, o presidente manda dar ciência às
partes da decisão proferida no acordão, colhendo suas assinaturas. O
tribunal decide dar ciência à Igreja da pena imposta, conforme art. 14
letra “b” do Código de Disciplina da Igreja Presbiteriana do Brasil –
CD/IPB. O comunicado à Igreja deverá ser feito em circunstâncias
onde somente estejam presentes os membros em plena comunhão,
pelo presidente do Tribunal, na manhã do dia 16 de setembro de
2015, após o culto, nos termos do comunicado redigido e aprovado
pelo Tribunal, o qual é devidamente juntado aos autos. Nada mais
havendo a ser tratado, encerra-se esta sessão do Tribunal às vinte e
duas horas e quarenta e sete minutos, com oração feita pelo juiz
Presb. Luciano. Eu, Presb. João Silva dos Santos, secretário do
tribunal, a tudo presente, lavro, dato e assino a presente ata. Sala das
sessões, São Paulo, 10 de setembro de 2015. __________________
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