Metodologia da dissertação “Subjetividade e Representação: O Olhar Mediado no
Ciberteatro” de Aluizo Cavalcanti Guimarães Filho
O presente trabalho utilizou-se da metodologia fundamentada nos princípios da
Pesquisa-Ação, que tem como teórico Michell Thiollent, que através dela foi possível avaliar os elementos cênicos Ciborgues Ópticos Vampirizados, a Plateia Interface, o Personal Switcher contidos no experimento “Ser e Não Ser!” Argumenta que a metodologia da Pesquisa-Ação distancia-se da metodologia clássica das ciências sociais, na medida em que estabelece a prática do processo criativo automaticamente atrelada ao processo de pesquisa e reflexão científica. “Pesquisa-Ação é um tipo de pesquisa social com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com uma resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo (THIOLLENT, 1986, p. 14)”. “(...) a Pesquisa-ação não deixa de ser uma forma de experimentação em situação real, na qual os pesquisadores intervêm conscientemente. Os participantes não são reduzidos a cobaias e desempenham um papel ativo (THIOLLENT, 1986, p. 21)”. Dessa forma, a metodologia prevê que deve-se fazer a partir de uma prática dupla que assegura constituir possíveis resultados: desde a contribuição para com a solução dos problemas apontados, como também, a elaboração de conhecimentos que bem poderão não só interferir positivamente no objeto de nossos estudos, mas também para possíveis práticas vindouras. Esse conceito é definido por Thiollent como objetivo prático (que é a contribuição com soluções para o problema central da pesquisa) e objetivo de conhecimento (que é a busca por informações ou o aumento do conhecimento). São fases desta metodologia: A Exploratória; Escolha do Tema; Indicação dos Problemas; Apresentação do Arcabouço Teórico; Hipóteses (ver p. 20); campo de observação, amostragem e representatividade qualitativa; coleta de dados; plano de ação e possíveis divulgações externas e contribuição. O autor alerta que: Entretanto, o “planejamento de uma pesquisa-ação é muito flexível. Contrariamente a outros tipos de pesquisa, não se segue uma série de fases rigidamente ordenadas” (THIOLLENT, 1986, p. 47). Fase exploratória: buscou-se estabelecer um diagnóstico situacional para o tema Ciberteatro, identificando grupos consolidados como o Teatro Para Alguém, Phila 7, os grupos ingleses SET e Miracle, e o estadunience Up Stage. Todos tinham em comum prática cênica mediada pelas novas tecnologias e pela internet. Diagnosticou-se a ausência da liberdade do olhar do ciberespectador na sua relação com o Ciberteatro. Escolha do Tema: Diagnosticado a presunção de inferioridade ao qual o ciberteatro desperta no mercado das artes cênicas, questionou-se: o que fazer para que o Ciberteatro proponha uma condição de visualização ao seu ciberespectador em que este possa ter algum nível de escolha para o seu olhar? Arcabouço teórico: Encontramos na Artemídia, através do autor Arlindo Machado, aporte para que entendêssemos o fenômeno Ciberteatro, como também e, principalmente, a partir de olhares que muito nos contribuíram para que entendêssemos esta arte efêmera, performática e telemática. Campo de observação, amostragem e coleta de dados: Propõe uma obra- experimento composta por parte 1 - uma sala com terminais de computadores ligados à Internet a serviço da equipe técnica, ambiente para exposição e montagem dos equipamentos utilizados e um espaço reservado para preparação dos atores; parte 2 - ambiente cênico em que os equipamentos, atores e técnicos se fazem presentes. Também há uma ciberplateia resultante de uma amostragem não probabilística, do tipo que é implementada por conveniência. A coleta de dados se deu a partira da aplicação de um questionário, utilizando a ferramenta Survey Monkey. Descrição dos equipamentos utilizados e modo de execução.