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Universidade Federal de Viçosa

Pós-Graduação em Ciência Florestal


Disciplina Tópicos Especiais

Parte 6 – Contribuição das florestas nas mudanças climáticas

Trabalho de pesquisa apresentado à


Universidade Federal de Viçosa, como
parte das exigências da disciplina de
Tópicos espécies.

Flora Magdaline Benitez Romero


Professor: Dr. Laércio Antônio Gonçalves Jacovine
Matricula: 87996

Rio Branco, AC
2016
Parte 6 – Contribuição das florestas nas mudanças climáticas

1. Introdução

As florestas do mundo estão distribuídas de forma desigual, com quase metade das
florestas nas regiões tropicais (45%), cerca de um terço nas regiões boreais (31%) e pequenas
áreas florestais nas regiões temperadas (16 %) e subtropicais (8%) FAO (2016). A área
florestal mundial total é de pouco mais de quatro mil milhões de hectares, ou 31% da
superfície terrestre total, segundo dados da FAO (2014a).
Segundo a FAO (2014b), a as florestas (biomassa vegetal) exerce dois papéis
principais no sistema climático: a primeira é a fotossíntese, que retira CO2 (gás
carbônico) da atmosfera e o estoca na biomassa; a segunda é que biomassa quando
queimada emite CO2, aerossóis e outros gases causadores do aquecimento global.
Devido a estes dois aspectos, a biomassa vegetal tem chamado atenção por ser tanto uma
fonte de carbono para produção de energia como recurso para sequestro e imobilização
de carbono. Portanto, é importante monitorar as mudanças na quantidade de biomassa
das florestas para verificar o quanto elas podem estar contribuindo para emissão ou
estoque de carbono
Já TETRAPARK (2013) confirmam que as florestas desempenham um papel
importante na mitigação das mudanças climáticas porque armazenam uma grande quantidade
de carbono. O conceito de “sequestro de carbono” foi consagrado pela Conferência de
Quioto, em 1997, com a finalidade de conter e reverter o acumular de CO2 na atmosfera,
visando a diminuição do efeito de estufa ou aquecimento global. A conservação de stocks de
carbono nos solos, florestas e outros tipos de vegetação, a preservação de florestas primárias,
a plantação de florestas, a implantação de sistemas de gestão florestal responsável e a
recuperação de áreas degradadas são algumas acções que contribuem para a redução da
concentração do CO2 na atmosfera. Renner (2004) e Barobosa, et al. (2013), confirmam
que alternativa viável para atenuar o aumento do de gases do efeito estufa, consiste na fixação
do carbono atmosférico a partir do reflorestamento de grande escala, pois a floresta é um dos
maiores sequestradores de carbono no mundo.
Segundo o IPPC (2005) e Barbosa et al. (2013), detalham que existem dois tipos de
sequestro de carbono o direto e indireto, o sequestro de carbono direto é também conhecido
como sequestro de carbono artificial ou geológico do carbono, resulta de separação e captura
do CO2 gerados em processos industriais e em processos relacionados á geração ou consumo
de energia, seguido de transporte para um local de estocagem segura, de modo que ocorra o
isolamento do gás em relação á atmosfera por um longo período de tempo. No sequestro de
carbono indireto, o CO2 atmosférico é removido por processo natural, em que o CO2 é
absorvido pela fotossíntese e incorporado á biomassa do vegetal durante seu crescimento.

2. Fixação de CO2 pelas florestas.

O grande responsável pela manutenção e sequestro do carbono é a fotossíntese, o CO2


é retirado da atmosfera por este fenômeno, a fotossíntese é a reação química mais importante
do planeta, sendo o único processo capaz de absorver a energia luminosa proveniente do sol,
todos os processos vitais dependem da fotossíntese para a formação de alimentos na forma
de carboidratos e também para a formação do oxigênio. Desde tempos remotos o
aparecimento de organismos capazes de realizar a fotossíntese foi de grande importância na

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manutenção da vida na Terra, se não fosse por esses seres fotossintetizantes a atmosfera do
planeta além de obter altas concentrações de CO2 aquecendo o planeta também na atmosfera
seria em oxigênio que de fundamental importância para a respiração de plantas e animais. A
fotossíntese é a síntese de compostos orgânicos (CH2O)n, ou seja, açucares, a partir de
compostos inorgânicos simples (CO2, H2O), na presença de luz, sendo que a fotossíntese é
a fonte de energia de todos os seres vivos, onde a fonte primária é a energia solar, responsável
por toda a manutenção da vida no planeta através da síntese de oxigênio (RENNER, 2004;
BAROBOSA, et al., 2013).
Desde de vista fisiológico e bioquímico o CO2. Segundo Voet (2013), é composto
necessário para existência de vários seres vivos e o planeta como um todo. A vida na terra
depende do sol, plantas e cianobactérias sequestram quimicamente a energia da luz por
meio da fotossíntese, um processo movido pela luz no qual o CO2 é fixado para formar
carboidratos (CH20)

Luz
CO2 + H2O z (CH2O) + O2

O processo no qual o CO2 é reduzido e a H2O é oxidada para produzir carboidratos e


O2 é essencialmente o inverso do metabolismo oxidativo dos carboidratos. Os carboidratos
produzidos pela fotossíntese, portanto, servem como fonte de energia para organismos que
os produz, assim como para organismos não fotossintetizantes que direta ou indiretamente
consomem organismos fotossintéticos. De fato, até mesmo a indústria moderna é altamente
dependente de produtos da fotossíntese, porque o carvão, ó óleo e o gás (chamados
combustíveis fósseis) são tidos como restos de organismos antigos. “Estima-se que a
fotossíntese fixa anualmente cerca de 1011 toneladas de carbono, o que representa um
armazenamento de mais de 1018 kJ de energia. Além disso a fotossíntese, ao longo das eras,
tem produzido 02 da atmosfera terrestre”.
A noção de que as plantas obtêm seu alimento a partir de coisas tão pouco
substanciosas como luz e ar levou quase dois séculos para ser desenvolvida. Em 1648, o
médico flamengo Jean Baptiste von Helmont relatou que, cultivando uma arvore de salgueiro
envasada, obtida a partir de um ramo, ocorria uma mudança insignificante no peso do solo
no qual a planta havia sido enraizada. Embora outro século tivesse de passar antes da
formulação de lei da conversação da matéria van Helmont atribuiu o peso ganho pela árvore
à água que está via absorvido. Essa idea foi ampliada em 1727 por Stephen Hales, que
propôs que as plantas extraem parte de sua matéria do ar.
A primeira indicação de que as plantas produzem oxigênio foi encontrada pelo padre
inglês e quimio pioneiro Joseph Priestley, que relatou:
Observando que velas queimam muito bem no ar no qual plantas
cresceram por um longo tempo e, tendo razões para acreditar que
havia algo em relação à vegetação que restaurava o ar usado para
respiração, pensei que seria possível que o mesmo processo pudesse
também restaurar o ar usado para a queima de velas. Assim sendo,
em, 17 de agosto de 1771, coloquei um broto de menta em uma certa
quantidade de ar, qual uma vela de cera havia sido completamente
queimada e descobri, no 27º dia do mesmo mês, outra vale queimou
perfeitamente bem no mesmo ar.

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Embora mais tarde Priestley tenha descoberto o oxigênio, que ele denominou “ar
desflogisticado”. Foi Antonio Lavosier que elucidou seu papel na combustarão e na
respiração. No entanto, o trabalho de Priestley inspirou o médico holandês Jan Ingen-Housz,
que, em 19779, demostrou que o poder “purificador” das plantas reside na influência da
luz do sol em sus partes verdes. Em 1782 o pastor suíco Jean Senebier mostrou que CO2,
que ele denominou “Ar fixado”, é absorvido durante a fotossíntese. Seu compatriota
Théodore de Saussure descobriu, em 1804, que os pesos combinados da matéria orgânica
produzida pelas plantas e oxigênio que elas produzem é maior que o peso do CO2 que elas
consomem. Ele concluiu, portanto, que água, a outra única substancia que havia
adicionado ao seu sistema, também era necessária para a fotossíntese. O ingrediente
derradeiro na receita fotossintética final foi estabelecido em 1842 pelo fisiologista alemão
Robert Mayer, um dos formuladores da primeira lei da termodinâmica, que concluiu que as
plantas convertem energia luminosa em energia química.
Cloroplastos; o local da fotossíntese em eucariotas (algas e plantas superiores) é
cloroplasto, um membro das organelas membranosas subceluares (peculiar às plantas)
conhecidos como plastídios. A primeira indicação de que os cloroplastos têm função
fotossintética foi a observação de Theodor Englemann, em 1882, de que apenas bactérias
móveis atraídas por O2 reuniam-se na superfície da alga Spryrogira, cobrindo seu único
cloroplasto, mas somente quando este era iluminado. Os cloroplastos devem, portanto, ser o
sítio da liberação de O2 induzida por luz, o seja da fotossintese. Os cloroplastos, dos quais
há 1 a 1.000 por célula, variam consideravelmente em tamanho e forma, mas têm tipicamente
~5µm de comprimento e forma elipsoide. Como as mitocôndrias, com as quais se
assemelham de várias maneiras.
Os cloroplastos têm uma membrana externa altamente permeável e uma membrana
interna praticamente impermeável, separadas por um estreito espaço intermenbranas. A
membrana interna envolve o estroma, uma solução concentrada de enzimas muito parecida
com a matriz mitocondrial, que também contém DNA, RNA e ribossomos envolvidos na
síntese de diversas proteínas de cloroplastos. O estroma, por sua vez envolve um terceiro
compartimento membranoso, o tilacóide (do Grego: thylakos, um sacp ou bolsa). O tilacóide
é provavelmente uma única vesícula bastante dobrada, embora em muitos organismos ela
pareça ser constituída de pilhas de sacos o discos denominados grana, que por sua vez são
interconectados por lamelas estromais não-empilhadas. Um cloroplasto normalmente contém
10 a 100 grana. As membranas de tilacóides surgem de invagionações da membrana interna
de cloroplastos em desenvolvimento e, portanto. Lembram cristas mitocondriais.
Os lipídeos da membrana tilacóide têm uma composição característica. De sua
constituição, 80% são de mono e digalactosil diacilglicerois neutros; apenas 10% de
fosfolipídios e os 10% restantes dos sulfolipídeos sulfoquinovosil diacilglicerois (a
quinovose é a 6 deoxiglicose).
As cadeias acil desses lipídeos têm um alto grau de instauração, o que confere à
membrana tilacóide um caráter de alta fluidez.
A fotossíntese ocorre em duas fases distintas;
a) As reações de luz, que usam a energia luminosa para gerar NADPH e ATP.
b) As reações de escuro, na verdade reações independentes de luz, que usam NADPH e
ATP para impelir a síntese de carboidratos a partir de CO2 e H20.
As reações de luz ocorrem nas membranas tilacóide e envolvem processos que lembram o
transporte de elétrons e a fosforilação oxidativa na mitocôndria. Em procariotos
fotossintéticos, que não possuem cloroplastos, as reações de luz ocorrem na membrana

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plasmática (face interna) das células ou em estruturas altamente invaginadas delas derivadas,
chamadas cromatóforos. Lembrando-se que os cloroplastos desenvolveram-se a partir de
cianobactérias que assumiram uma relação simbiótica com um eucarioto não fotossintético.
Em eucariotos, as reações de escuro ocorrem no estroma por meio de uma série cíclica de
reações catalisadas por enzimas.

3. Estocagem de carbono nas florestas nativas

A principal razão para a importância das florestas, na questão das mudanças


climáticas é o estoque de carbono que elas contém. Por meio da fotossíntese, as florestas
absorvem o carbono da atmosfera e liberam o oxigênio. Esse carbono absorvido na forma de
gás carbônico é transferido para todas as partes da planta. Assim, as florestas funcionam
como grandes depósitos de carbono. É por isso que não existe dúvida na comunidade
científica de que as florestas possuem um importante estoque de carbono. Apesar disso, ainda
não há um consenso sobre a quantidade de carbono que é estocado dessa forma. As
estimativas variam bastante entre um estudo e outro – de 130 a 165 toneladas de carbono,
por hectare. Alguns estudos apontam que as florestas do estado do Amazonas possuem um
estoque de quase 23 bilhões de toneladas de carbono. Para se ter uma idéia do que isso
representa, a queima de 1 hectare de floresta tropical (100 m X 100 m – tamanho aproximado
de um quarteirão padrão) é o mesmo que queimar quase 260 mil litros de gasolina. Mas
quando o assunto é a dinâmica do carbono nas florestas, ou seja, o resultado entre a
quantidade de carbono que entra pela fotossíntese e a quantidade que sai por meio da
respiração, existem várias divergências entre os cientistas (AMAZONAS, 2009).
As florestas tropicais estocam mais carbono por hectare na biomassa acima do solo
(120 t C ha-1) do que as florestas boreais (64 t C ha-1), porém o quadro se inverte quando se
estuda o carbono orgânico do solo. As florestas boreais têm mais carbono por hectare no solo
(344 t C ha-1) do que as florestas tropicais (123 t C ha-1) como pode ser visto na Figura 2.2.
Isto faz com que as florestas boreais tenham mais carbono estocado em menos áreas
florestais. Isto ocorre porque as baixas temperaturas combinadas, geralmente, com a umidade
excessiva, produzem baixas taxas de decomposição; matéria orgânica e turfa tendem a se
acumular nos solos florestais do hemisfério norte. Deve-se ressaltar que a Amazônia
corresponde a 21% das florestas tropicais, 4% da área da superfície terrestre e 11% dos
estoques de carbono terrestres do mundo, 70 Pg C (HOUGHTON et al. 2000)
Segundo SBF (2011), as florestas (glebas) públicas não destinadas (estaduais e
federais) abrigam, em seus 64 milhões de ha, um volume de carbono estocado em sua
biomassa equivalente a quase 9 Gton C (Figura 1). Mesmo após a exclusão das áreas com
potencial conflito com outros tipos de uso da terra, a destinação das florestas remanescentes
(39,8 milhões de ha) permitiria a manutenção de cerca de 6 Gton C (Figura 1). Isso representa
um estoque de carbono equivalente ao esforço, em emissão evitada, de três Protocolos de
Kyoto ou ainda 60% da emissão anual do mundo. Ainda, a destinação dessas áreas
certamente contribuiria para consolidar, em definitivo, o cumprimento das metas de redução
de emissões estabelecidas na Política Nacional de Mudança Climática.

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Fonte: SBF (2011).

Figura 1. Estoque de carbono, em toneladas, nas glebas públicas (estaduais e federais) não
destinadas (64 milhões de ha) e na área remanescente (39,8 milhões de ha) após a aplicação
dos critérios de exclusão das áreas passíveis de conflito (veja figura 2.)

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SBF (2011)
Figura 2: Mapas resultantes da aplicação de critérios de exclusão de áreas com potencial
conflito com outros usos da terra sobre o mapa de florestas públicas ainda não destinadas. Os
critérios de exclusão foram (1) polígonos de florestas menores de 15 mil ha; (2) área de 10
km ao redor de estradas; (3) proximidade com áreas densamente desmatadas; e (4) áreas
densamente povoadas. O mapa final indica as áreas florestais que poderiam ser destinadas
para produção florestal com mínimos conflitos sociais.

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O estoque de carbono foi calculado para as áreas não destinadas antes e após a
exclusão das áreas passíveis de conflito. Esses dados tiveram como base de cálculo o mapa
de biomassa publicado por Saatchi et al. 2007. Esse mapa apresenta uma estimativa de
biomassa para a Pan-Amazônia que, dentro da classificação do IPCC (Intergovernmental
Panel on Climate Change), é considerada como Tier 3, ou seja, um produto derivado de
modelagem e que leva em consideração a variação espacial da biomassa e do carbono em
uma escala regional mais refinada do que as médias por tipo de vegetação. Essa estimativa é
baseada no levantamento de biomassa de mais de 544 parcelas amostradas em diferentes
tipos de vegetação da região. Esse mapa também conta com o auxilio de algumas variáveis
climáticas e de estrutura da vegetação baseada em dados do satélite MODIS para aprimorar
a interpolação dos dados das parcelas criando um mapa de biomassa com um grau de acerto
de 88%.
Nesse mapa, a Amazônia é dividida em células de 1 x 1 km e, para cada célula, é
calculada a densidade média de biomassa aérea por hectare. No total, 11 classes de densidade
de biomassa aérea são assinaladas para cada pixel, variando de valores médios de 12,5 ton/ha
a 425 ton/ha. Desse mapa, foram extraídas as áreas desmatadas até 2008, não sendo, portanto,
contabilizadas no cálculo do estoque de biomassa e, consequentemente, de carbono, das áreas
não destinadas. O estoque de carbono foi calculado utilizando a premissa de que o fator de
conversão da biomassa em carbono é de 0,5 (Houghton et al., 2000 e 2001).
Schlegel et al. (2001), o estoque de carbono é determinado pelo teor de carbono onde
é calculo o percentual químico de carbono que se encontra biomassa seca. O Seja O teor de
carbono das amostras coletadas nos diferentes compartimentos é determinado em laboratório.
Todas as amostras serão moídas, peneiradas, pesadas e acondicionadas em frascos de vidro
para serem encaminhadas para análise. O estoque de carbono de cada compartimento será
determinado multiplicando-se a biomassa pelo teor de carbono determinado em laboratório

4. Mudança do uso da terra e florestas

Uso da terra define-se como a utilização de uma área (e.g. pastagem, agricultura,
urbano) ou a característica de seu bioma (e.g. floresta, deserto, savana). Os biomas são
regiões ecológicas caracterizadas pela vegetação e clima similares e todos os organismos
vivos contidos nela (e.g. região polar, florestas tropicais, florestas temperadas, floresta de
monções, floresta de coníferas, desertos e savanas) (CAMPOS, 2007).
Segundo Watson et al., 2000, para cada uso da terra existe uma biomassa associada
que é diretamente proporcional a um estoque de carbono. Diferentes biomas apresentam
diferentes taxas de crescimento, absorção e estoques de carbono, tanto acima quanto abaixo
do solo. O estoque de carbono de cada uso da terra depende do seu bioma e condição,
variando de acordo com a composição das espécies, estrutura e idade, além das condições
locais, como solo e clima, perturbações naturais e manejo. Os grandes reservatórios de
carbono terrestres são os solos, sendo responsáveis pelo estoque de 80% do carbono (Figura
3 e 4).

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CAMPOS (2007).

Figura 3. Estoques de Carbono na Vegetação e Solos até 1 metro de profundidade Obs.:


Existem incertezas nos números acima, devido à ambigüidade de definições de bioma,
mesmo assim, nos fornece uma visão da magnitude dos estoques de carbono nos sistemas
terrestres.

CAMPOS (2007).

Figura 4. Densidade de Carbono por hectare nos diversos biomas Fonte

A Figura 5 e a Figura 6 apresentam a participação de cada bioma na superfície


terrestre e a sua respectiva participação nos estoques de carbono terrestres. As florestas
boreais ocupam menos áreas que as florestas tropicais, 9% versus 12%, mas as florestas
boreais possuem mais carbono do que as florestas tropicais, 24% versus 17%. As terras

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alagáveis apresentam um baixo índice de ocupação da superfície terrestre (2%), mas possuem
um grande estoque de carbono (10%), enquanto que as plantações possuem uma taxa de
ocupação relativamente alta (11%), mas apresentam a menor participação dos estoques
terrestres de carbono (5%), junto com as tundras (CAMPOS, 2007).

Figura 5. Área percentual dos biomas terrestres Fonte: de Campos (2001)

Figura 6. Percentagem de carbono estocado nos biomas terrestres Fonte: de Campos (2001).

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As áreas de uso da terra por bioma, agricultura e pastagem foram retiradas do HDYE
2.0 nos anos de 1700, 1750, 1800, 1850, 1900, 1950 e 1990. O HYDE 2.0 tem uma resolução
de 30’ x 30’ e utiliza dois padrões potenciais de vegetação: (1) Ramankutty e Foley (1999),
doravante bioma A, apresentado na Figura 7, Haxeltine e Prentice (1996) com algumas
modificações apresentadas por LEEMANS e van den BORN (1994), doravante bioma B,
apresentado na Figura 8. As áreas de agricultura e pastagem estão igualmente distribuídas
nos biomas A e B.

HAXELTINE e PRENTICE (1996)

Figura 7. Mapas de uso da terra com a classificação de biomas A Ao longo do tempo, biomas
naturais são substituídos por agricultura e pastagem. Fonte: Adaptação própria a partir de
HYDE 2.0.

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HAXELTINE e PRENTICE (1996).

Figura 8. Mapas de uso da terra com a classificação de biomas B Ao longo do tempo, biomas
naturais são substituídos por agricultura e pastagem. Fonte: Adaptação própria a partir do
HYDE 2.0.

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O IPPCC (1996) e IPCC (2000), os cálculos prioritários de emissões decorrentes das
mudanças no uso da terra e florestas concentram-se em três atividades que são fontes ou
sumidouros de dióxido de carbono. No entanto, deve ser ressaltado que existem grandes
incertezas ou erros associados a estes cálculos. Trabalhos futuros desenvolverão um guia para
medir e expressar estes erros. Um desses tipos de atividade é também fonte de emissões de
gases traço não-CO2 (CH4, CO, N2O, e NOX), e tais emissões também são calculadas aqui.
Os NMVOCs não são abordados aqui, apesar das florestas serem reconhecidas como
potencial fonte antropogênica destes gases. Em escala global, as mais importantes mudanças
no uso da terra e práticas de manejo que causam emissões e absorções de dióxido de carbono
são:
· Mudanças nas florestas e em outros estoques de biomassa lenhosa
· Conversão de florestas e campos
· Abandono de terras manejadas
A liberação imediata de gases traço não-CO2 resultante de queimas, associadas à
conversão de florestas/campos, também é calculada. Estes cálculos são muito semelhantes
aos cálculos de emissões de gases traço não-CO2 causadas por queimas de savanas e resíduos
agrícolas. Cálculos das emissões de gases não-CO2 provenientes da combustão de
combustíveis fósseis. Mas sim de biomassa e do solo.
As emissões do Setor Mudança do Uso da Terra e Florestas no Brasil, em 2012, foram
dominadas pelo Bioma Cerrado, por causa das significativas reduções de desmatamento,
desde 2004, do Bioma Amazônia, que passa a ficar em segundo lugar em termos das emissões
do setor. Os resultados apresentados para esse setor (Figura 9, 10 e Figura 11) correspondem
somente às emissões líquidas (MCTI, 2014).

MCTI (2014).

Figura 9. Estimativa de emissões, em CO2eq, para o setor Mudança de Uso da Terra e


Florestas.

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MCTI (2014).

Figura 10. Estimativa de emissões, em CO2eq, para os subsetores do setor Mudança de Uso
da Terra e Florestas.

MCTI (2014).

Figura 11. Contribuição dos diferentes biomas e de calagem para as emissões do setor
Mudança de Uso da Terra e Florestas em 2012.

5. As emissões brasileiras e o desmatamento


A maior parte das emissões da mudança do uso da terra é gerada pela conversão de
florestas em plantações e pastagem (desmatamento), pois geralmente têm menos carbono do
que florestas. Portanto, é possível estimar as emissões da mudança do uso da terra a partir

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das diferenças dos estoques de carbono dos diferentes usos da terra, ou, num contexto global,
a partir da soma das derivadas dos estoques de carbono de cada uso da terra. O carbono do
solo varia pouco na mudança do uso da terra (entre 5 e 20% na pastagem e agricultura).
Entretanto, qualquer conversão permanente de áreas florestais para outros usos (e.g.
agropecuária) irá causar uma perda líquida de carbono do solo e a liberação do carbono da
vegetação para a atmosfera (CAMPOS, 2007).
Apesar da ênfase dada às regiões tropicais no que diz respeito ao desmatamento
recente, o mesmo processo ocorreu nos países industrializados séculos atrás. Os Europeus
removeram suas florestas vigorosamente durante a idade média. A população crescente
precisava de mais comida e usava partes da floresta para criar terras agricultáveis e pastagem.
A demanda por lenha estava aumentando devido à fundição de ferro, produção de carvão
vegetal, mineração e construção de navios. Na Rússia o desmatamento aconteceu nos séculos
XVI e XVII, quando o sistema agrícola sedentário e intensivo substituiu a agricultura de corte
e de queima (“slash-and-burn”) (klein GOLDEWIJK, 2001).
Cerca de 1,8 bilhões de pessoas, dos quais 1,3 bilhões nos trópicos, fazem parte para
sua subsistência o uso de florestas e árvores; 500 milhões pessoas são dependentes
diretamente de recursos florestais em seus modos de vida; e cerca de 50 milhões vivem dentro
de florestas. A produção florestal, em particular a produção de madeira, gera 250 bilhões de
dólares anualmente, ou 2% da produção mundial (BLASER, 2006).
Nem todo desmatamento é indesejável, pois pressões sociais e econômicas são
inevitáveis em áreas que ainda são florestas naturais e serão convertidas para outros usos. O
desmatamento é geralmente intencional tendo motivos técnicos e políticos: gerenciamento
de recursos implementados por operadores econômicos e grupos econômicos e políticos
normalmente se beneficiam quando florestas são desmatadas e trazem um uso mais
econômico para a terra.
A dinâmica do padrão de desmatamento é diversa localmente, geograficamente, com
flutuações anuais significantes em resposta à economia interna, demanda do mercado e
economia internacional. O desmatamento é um processo racional do proprietário e também
beneficia a economia nacional. Existe uma causalidade reversa, pois alguns desmatamentos
“corporativos” de grande escala destroem os modos de vida rurais, mas criam mais empregos.
A relação entre pobreza e desmatamento é bidirecional e ambígua: reduzindo a pobreza não
significa reduzir necessariamente o desmatamento.
Os principais vetores de desmatamento na Amazônia são 70 e 80% a pecuária
extensiva (demanda de pastagem) e 20% a agricultura (expansão da soja). Fatores menos
importantes seriam: grilagem de terras públicas, indústria madeireira, desenvolvimento de
infra-estrutura, reforma agrária e corte ilegal de madeira. Atualmente a produção de soja é
um vetor para o desmatamento devido à crescente demanda por soja nos mercados
internacionais, preço barato da terra na Amazônia e falta de internalização dos custos sociais
e ambientais pelo setor privado. O padrão de uso na Amazônia é de curtos períodos de
plantação para culturas anuais de 2-3 anos, onde 20% das terras convertidas se tornam
florestas secundárias e 80% tornam-se pastagens, das quais, 90% são abandonadas e se
regeneram tornando-se florestas secundárias, voltando a serem desmatadas depois de 4 à 6
anos e 10% tornam-se campos improdutivos (CAMPOS, 2007; PBMC, 2014).
Os preços dos produtos da terra mudam: maiores preços de produtos agrícolas tendem
a aumentar o desmatamento. Políticas em favor da agricultura favorecem, na maioria dos
casos, o desmatamento. Mesmo a intensificação da agricultura pode gerar mais perdas de
florestas. A extração de madeira tem efeito similar, entretanto o vínculo com o desmatamento

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é mais fraco, pois as florestas podem ser deixadas como secundárias para a regeneração.
Observa-se que as políticas alteram os custos diretamente, pois as estradas em áreas florestais
diminuem os custos e encorajam o desmatamento. Maiores salários rurais e empregos fora
das fazendas reduzem o desmatamento. Já créditos agrícolas geralmente promovem o
desmatamento, mas nem em todos os casos. Um exemplo interessante é que subsídios para
fertilizantes limitaram o desmatamento em alguns casos na África. Regras de propriedade
claras ajudam aos usuários das terras a adotarem soluções rentáveis de longo prazo
favorecendo desta maneira o manejo florestal em algumas circunstâncias, mas também
acelerando a conversão para usos alternativos. A limpeza da floresta normalmente ajuda a
estabelecer direito de propriedade, promovendo assim o desmatamento excessivo além do
economicamente racional (WUNDER, 2006).
Os fatores que desfavorecem o desmatamento são: 1) inacessibilidade (topografia
acidentada, poucas estradas e mal conservadas, combustível caro); 2) assentamentos e riscos
(doenças tropicais, violência rural, instabilidade do solo e clima); 3) viés anti agronômico
(preços baixos, moeda valorizada); 4) viés urbano (absorção da mão de obra pelas indústrias
e êxodo rural); 5) ausência de políticas expansionistas (falta de programas de colonização,
altas taxas de mineração/madeireiras); e, 6) baixa densidade populacional (poucas pessoas
para alimentar e empregar). Portanto, desmatamento e desenvolvimento dividem os mesmos
inimigos (ibid.).
Apesar das altas taxas de desmatamento tropical (Figura 12), nas últimas duas
décadas as atividades de mudança do uso da terra deixaram de ser uma fonte líquida de CO2,
em cerca de 11 % das emissões de CO2 do uso de combustíveis fósseis, como serão
apresentados posteriormente no subitem sobre os modelos de ciclo do carbono (Figura 3.2).
Os biomas terrestres tiveram uma absorção líquida de carbono (0,7 ± 1,0 Gt C) devido à
mudança nas práticas do uso da terra e a regeneração natural das florestas em médias e altas
latitudes (WATSON et al., 2000) e pelos sumidouros naturais que quando em maiores
concentrações atmosféricas absorvem mais carbono, processo conhecido por fertilização de
CO2.

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Fonte: FAO (2005).

Figura 12. Taxa anual média de desmatamento e florestamento das áreas florestais entre
1990-2005

Entretanto, as taxas de desmatamento das últimas duas décadas são ainda muito
incertas. A FAO – Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação – efetua
avaliações nacionais da evolução das áreas florestais através de pesquisas diretas com os
países e também por imagem de satelitais por regiões (FAO, 2001a e 2001b). Entretanto, as
estimativas nacionais da FAO (2001a) não se mostram confiáveis quando comparadas aos
estudos satélites executados por DEFRIES et al. (2002) e ACHARD et al. (2004) e com as
estimativas da própria FAO por imagens de satélites, conforme observado na Figura 13
(FAO, 2001b).

17
ACHARD et al. (2004) e FAO (2001b).

Figura 13. Comparação das estimativas florestas tropicais e desmatamento

Verifica-se que mesmo quando não há mudança no uso da terra, estudos realizados
em florestas boreais comprovaram que existe uma taxa líquida de absorção de carbono nestas
florestas (JOYCE et al., 1995; NILSSON et al., 2001) devido à 42 deposição de nitrogênio,
fertilização de CO2, mudança da temperatura e precipitação. Porém, esta absorção pode ser
compensada pelo derretimento dos solos congelados (“permafrost”) e suas conseqüentes
emissões de carbono na forma de CO2 e CH4 devido ao aquecimento global
(CHRISTENSEN e COX, 1995). A magnitude dos sumidouros naturais está estimada em 3,2
± 1,6 Gt C ano-1, entretanto as incertezas ainda são grandes, cerca de 50%. Uma comparação
entre oito resultados de estudos usando diferentes ajustes de estações de amostras, anos e
métodos de cálculo, sugere que, na década de 90, o fluxo líquido anual de carbono da
atmosfera para os sistemas biológicos terrestres foi de 1,3 Gt C ano-1 nas florestas
temperadas e regiões boreais e 0,2 ± 1,2 Gt C ano-1 nas florestas tropicais (IPCC, 2001).

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