Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
realizado em Campo Grande desde 2020 e recobre uma população de mais de 895.982
pessoas, o que representa cerca de 32% do total populacional do estado. A proposta visa
a reorientar o modelo assistencial, a ressignificar os processos de trabalho, a qualificar
práticas, e a investir na formação dos profissionais em serviço e em cursos de Pós-
Graduação em Saúde e em Residência (Tasca et al, 2020a). Para acompanhamento das
atividades em implantação e nas mudanças, o Observatório da Atenção Primária de
Campo Grande também apoia ações estratégicas de vigilância em saúde, serviços de
telemedicina e realiza pesquisas avaliativas. Do ponto de vista conceitual, as ações
realizadas até o momento abrangem inovação de produtos, processos e organizacionais
(Nodari et al, 2015).
Eis alguns dos primeiros resultados narrados por Ranzi et al (2021): ampliação das
Unidades Básicas de Saúde (UBS) de 52% para 75%; redução de internações por causas
sensíveis e tratáveis nas UBS; melhora no cuidado com pessoas em condições crônicas
por diabetes e hipertensão arterial e nos indicadores de saúde materno-infantil. Além
dessas evidências, processos e relações estão sendo desenvolvidos: elaboração de
diagnóstico situacional dos territórios sob-responsabilidade da unidade; planejamento
estratégico participativo; implantação da Carteira de Serviços de cada unidade; criação da
Caderneta do Usuário para o registro e acompanhamento dos procedimentos relativos a
seu estado de saúde; suporte às inovações por meio de disponibilização de equipamentos
e insumos necessários; kits de apoio para residentes e preceptores, seguro estudantil, kit
instrumental para as Unidades de Saúde; ações formativas como sessões clínicas e
seminários presenciais e virtuais; adoção de procedimentos antes realizados por atenção
especializada; redução do turnover nas equipes; maior atenção aos usuários que
necessitam de visitas e atendimentos domiciliares; apoio às UBS para análise e gestão de
informações.
Mesmo com todo empenho dos participantes do projeto, como as UBS estão situadas em
locais de crescimento acelerado, onde há elevados níveis de desemprego e desigualdades
sociais, o acesso aos serviços de saúde continua sendo um ponto crítico (Tasca et al,
2020b). E do ponto de vista do funcionamento interno observam-se dificuldades
relacionais, organizacionais e estruturais, todas habituais em processos de mudança:
resistência de alguns gestores e profissionais; disputas relacionais; dificuldades de
articulação entre serviços; inconsistência de cadastro de usuários; dificuldades para a
implementação da Carteira de Serviços; problemas na integração ensino-serviço;
dificuldades para o trabalho em equipe interprofissional; inadequação da estrutura física e
da ambiência de algumas Unidades de Saúde; precarização do trabalho dos profissionais
e agentes de saúde, embora o projeto tenha como uma de suas prioridades a formação e
a inserção profissional dos que atuam na APS (Carvalho et al, 2021).
. Available from: http://ref.scielo.org/ntrpzt
STARFIELD, B., SHI, L. and MACINKO, J. Contribution of Primary Care to Health Systems
and Health. The Milbank Quarterl [online]. 2005, vol.83, no.03, pp.457-502 [viewed 26 July
2021]. https://doi.org/10.1111/j.1468-0009.2005.00409.x. Available
from: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1468-0009.2005.00409.x
TASCA, R., et al. Recomendações para o fortalecimento da atenção primária à saúde no
Brasil. Revista Panamericana de Salud Publica [online]. 2020, vol.44 [viewed 26 July
2021]. https://doi.org/10.26633/RPSP.2020.4. Available
from: https://iris.paho.org/handle/10665.2/51793
TASCA, R., et al. Laboratórios de inovação em saúde: por uma Atenção Primária à Saúde
forte no Distrito Federal, Brasil. Ciência &.Saúde Coletiva [online].2020, vol.24, no.06,
pp.2021-2030 [viewed 26 July 2021]. https://doi.org/10.1590/1413-
81232018246.08672019. Available from: http://ref.scielo.org/9swh39
Para ler o artigo, acesse