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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano – Campus Iporá

Curso técnico Integrado ao Ensino Médio. Período: 3ª ano


Professor: Dr. Bruno Silva de Oliveira. Disciplina: Literatura
Discente: ______________________________________________________

Soneto de fidelidade, de Vinicius de Moraes


De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento


E em louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure


Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):


Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

01 – O texto acima narra a total devoção do eu lírico ao seu amor.


a) A devoção a esse amor é intensificada por meio de uma gradação. Transcreva-a.
b) A segunda estrofe constrói-se com pares de opostos: o amor será vivido no riso e no pranto, no
pesar ou no contentamento. O que esses opostos mostram sobre o amor do eu lírico?

02 – Os tercetos reafirmam essa entrega amorosa, mas introduzem a possibilidade de separação.


a) Segundo a terceira estrofe, quais são as possibilidades de separação do casal?
b) Explique, na última estrofe, o aparente paradoxo entre não ser imortal mas ser infinito.

A rosa de Hiroshima, de Vinicius de Moraes

Pensem nas crianças


Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A antirrosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada.

03 – O poema acima remote ao ataque nuclear dos Estados Unidos às cidades japonesas de Hiroshima
e Nagazaki, em 1945, no final da segunda guerra mundial.
a) Que metáfora é criada no poema para representar a famosa imagem do “cogumelo de fumaça”,
surgido da explosão da bomba atômica?
b) Com essa metáfora, o eu lírico chama a atenção para qual aspecto da guerra? Explique.

No meio do caminho, de Carlos Drummond de Andrade

No meio do caminho tinha uma pedra


tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento


na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.

04 – A primeira estrofe do poema apresenta uma construção muito curiosa, que nos permite, inclusive,
dividi-la em dois subconjuntos: os versos 1 e 2; os versos 3 e 4. Analise-os e comente-os.

05 – Compare o início do poema ao seu fim. O que você percebe?

06 – O crítico Antonio Candido, ao analisar esse poema, afirma que “a sociedade oferece obstáculos
que impedem a plenitude dos atos e dos sentimentos”. Como isso está representado no poema?

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