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A suinocultura a cada ano ganha mais destaque no cenário da agropecuária brasileira.

Atualmente o Brasil é
o quarto maior produtor mundial de carne suína (ABIPECS, 2013), com previsão de expansão de 21,6% para
2023. Para alcançar essas metas e suprir a demanda, os criadores de suínos buscam modernização e
intensificação da criação, fatores que levam à maior densidade de alojamento, o que se torna prejudicial à
sanidade do rebanho.

Os suínos podem ser infectados por uma grande variedade de sorotipos, mas a doença clínica é basicamente
causada por Salmonella choleraesuis e S. thyphimurium.

A doença pode variar de manifestações brandas e sem sinais clínicos à enterite aguda ou crônica que, em
casos mais graves, pode levar a quadros de septicemia. A severidade do caso varia de acordo com a
virulência da cepa infectante e o estado imunológico do leitão. Percebe-se que os surtos ocorrem,
principalmente, em casos de animais debilitados e em situações de estresse, geralmente com idade em média
de cinco semanas a dezesseis semanas. Em leitões neonatos este quadro é incomum, pelo fato de serem
protegidos pela imunidade passiva via colostro.

os fatores de risco são: o estresse sofrido por ocasião da desmama, super lotação, ambiente mal higienizado,
excesso de umidade, exposição ao frio, troca de ração, mistura de leitões e a introdução de animais
portadores no plantel que sob estresse passam a excretá-la.

O principal sinal clínico da salmonelose é a diarreia. Isto ocorre porque conforme as bactérias se multiplicam
no intestino do animal elas geram quadros isquêmicos locais, levando a uma inflamação e necrose da mucosa
intestinal. Em consequência, o organismo buscando compensar a má absorção, aumenta a permeabilidade
intestinal, fazendo com que mais água e nutrientes cheguem à luz do órgão, ocorrendo assim, a diarreia.
A principal forma de infecção é fecal-oral, em que a bactéria pode alojar-se nos linfonodos e ser excretada
quando o animal for submetido a quadros de estresse, como no transporte e/ou reagrupamento. A infecção
por salmonela apresenta uma grande capacidade de disseminação por meio da cadeia produtiva, já que
animais portadores podem contaminar lotes inteiros

Animais portadores de salmonela podem infectar superficialmente a carcaça e subprodutos da carne suína
(Nauta, 2013). Isto porque o estresse do transporte e do manejo pré-abate desencadeiam a excreção da
bactéria, ocasionando a transmissão horizontal entre os animais nos caminhões e nas baias de espera. Assim,
transmissão entre lotes pode ocorrer, quando há ineficiência nos processos de limpeza e desinfecção,
permitindo que a bactéria permaneça na baia e infecte um novo grupo de animais
Os equipamentos e utensílios, de uma forma geral, estão relacionados à contaminação cruzada, agindo como
veícu-los de propagação do micro-organismo dentro da indústria. Os manipuladores podem servir de fonte de
contaminação, principalmente em casos de higiene precária.

A salmonelose em suínos é responsável por elevar os custos da produção, aumento do número de animais
refugados, baixo peso à desmama, desuniformidade dos lotes, número considerável de animais que chegam
ao peso de abate com idade acima do esperado, altos custos com medicação, perda de ração nos cochos por
falta de consumo e perda de tempo, com relação aos cuidados dispensados aos lotes de animais doentes e
aumento dos custos de produção.

A implementação de medidas de biosseguridade, como a utilização de matéria-prima de qualidade


assegurada, a lotação de animais adequada, o controle de roedores e insetos dentro das instalações, bem
como a manutenção de um programa de limpeza e desinfecção, são medidas almejáveis para o controle da
bactéria nos estabelecimentos.

O princípio fundamental para o controle da contami-nação durante o abate é baseado em processos sanitários
e de higiene, de forma que a escolha das tecnologias e opera-ções individuais dos processos seja abordada
com o objetivo principal de minimizar a carga microbiana no produto final (Buncic; Sofos, 2012).

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