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INTRODUÇÃO

O trabalho de pesquisa em questão, vem abordando o tema a importância da


leitura nas séries iniciais, para que educadores e alunos aprendam e busquem
novas estratégias ou metodologias para o ensino aprendizado da leitura nas séries
iniciais. E assim poder se formar leitores críticos e participativos do meio social o
qual esta inserida.
No capítulo I, situa a história da leitura nas séries iniciais no Brasil, fazendo
um levantamento bibliográfico do histórico da leitura no País, para que se tenha uma
idéia de como tem sido o ensino e aprendizado da leitura nas crianças, e como se
formaram leitores grandes escritores.
Relata que ao pesquisar esse tema foram encontrados depoimentos de
escritores famosos que foram traumatizantes a sua inserção ao mundo da leitura e
que apesar disso tudo, ainda se formaram grandes leitores como se podem verificar.
Já o capítulo II, ressalta a importância da leitura nas séries iniciais, apresenta
de forma clara e objetiva porque é necessário formarem grandes leitores e ressalta
também como formarem leitores, apresenta sugestões necessárias para que isso
torne possível.
No capítulo III, através de várias pesquisas chega-se à conclusão que é
necessário apontar uma forma de como despertar o gosto e o prazer pela leitura, a
utilização do lúdico é o mais indicado por todos os estudiosos e escritores
pesquisados. Os pesquisadores e estudiosos do lúdico orientam também que se
faça um estudo da arte de contar história, quem conta uma história deve estar
qualificado para isso, pois exige conhecimento de para quem contar, o que contar e
qual é a faixa etária indicada.
Deve-se ressaltar que o objetivo principal deste projeto é o resgatar e
despertar o gosto pela leitura nas séries iniciais, promovendo a socialização e
integração desses leitores à sociedade letrada, outro objetivo que pode ser realizado
é despertar a criticidade dos alunos e torná-los cidadãos críticos aptos a
participarem de grupos sociais.
Assim tem por hipótese que a realização da pesquisa investigativa levarão os
alunos a socializarem e discutirem temas da atualidade com mais interesse, visto
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que estão cansados para se concentrarem na leitura de textos que trazem os livros
didáticos.
Na metodologia propõe-se como sugestão a re-elaboração de um texto dos
clássicos infantis, adaptando a realidade dos alunos. Normalmente, os textos
didáticos são escritos de acordo com a norma culta, tendo uma linguagem técnica
ou científica dificultando mais ainda a compreensão. Tornando então a leitura dos
textos desinteressantes e de pouca utilidade no seu cotidiano. A pesquisa e a nova
versão dos textos literários é muito mais interessante e estimulante pois além de
ensinar a terem o gosto e o prazer pela leitura, leva-os a prática da escrita e a
dialogar sobre vários conhecimentos que muitos desconhecem.
Levando a comparar as variedades lingüísticas e regionais com a língua
padrão e assim descobrir-se que existem várias formas de assimilar conteúdos
gramaticais e maneiras de falar que devem ser respeitadas, para isso é preciso que
aprendam e saibam adequar a língua ao contexto em questão, utilizar novas
metodologia ou estratégias e assim descobrir o gosto pela leitura.
O objetivo da pesquisa é mediar a descobrir novas estratégias e metodologias
de ensino-aprendizado da leitura, de forma prazerosa e significativa para os novos
leitores.
Assim a metodologia utilizada foi de pesquisa etnográfica em sites,
bibliotecas , pesquisas investigativas nas escolas estaduais, pesquisa empírica e
contextualização dos conteúdos.
Na conclusão deste trabalho a sugestão indicada é que se faça uso do lúdico
e a interdisciplinaridade das ciências, pois o lúdico como proposta pedagógica visa
uma transformação na arte de ensinar, com essa proposta o ensino-aprendizagem
acontece de forma prazerosa e significativa, visto que as crianças assimilam com
mais facilidade os conteúdos propostos quando este é inserido de forma a despertar
as suas emoções, e isso acontece quando se brinca.
Tem-se por hipótese que ao desenvolver o gosto pela leitura oral e escrita.
Os alunos irão valorizar e construir seus conhecimentos, e exercer sua cidadania
visto que terá o entendimento do mundo, o acesso à informação, o exercício da
fantasia e da imaginação, e estimularão a reflexão crítica, o debate e a troca de
idéias.
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CAPÍTULO I A HISTÓRIA DA LEITURA NAS SÉRIES INICIAIS NO BRASIL

Atualmente muitas escolas em diferentes lugares do Brasil, confrontam com


uma pergunta: Como formar leitores? E por muitas outras que dela decorrem: Por
que muitos alunos, apesar dos esforços das escolas e professores, continuam sem
gostar de ler? Por que outros, ao contrário, formam-se leitores ao longo de suas
trajetórias escolares? Como selecionar textos adequados aos alunos? Como
desenvolver práticas que aumentem as competências dos leitores em formação e
criem o desejo de ler?

Todas essas perguntas são muito importantes e estão estreitamente ligadas a


problemas enfrentados por todos os envolvidos no ensino da leitura e na formação
de leitores. Quando se tem resposta clara a elas, o trabalho de tornar possível o
aprendizado da leitura fica muito mais fácil e adequado. No entanto, parece ser difícil
encontrar essas respostas se não refletir previamente sobre duas outras perguntas:
O que é formar leitores? Para que os formamos leitores?

Com efeito, torna-se muito difícil saber como formar leitores se não sabe antes
que tipo de leitores se quer formar e com que finalidades. Nem sempre é fácil
compreender a necessidade dessa reflexão prévia. É que a leitura é um ato que de
tal modo faz parte de nosso dia-a-dia que acabamos acreditando ser algo "natural",
"sempre igual" e que não necessitaria de qualquer problematização ou reflexão.
Assim, formar leitores seria fazer com que os alunos e alunas sejam capazes de ler
e ponto final.

Todas essas nossas certezas, porém, deixam de existir se observar e discutir o


que outros professores fizeram em outros momentos da história do ensino da leitura.

Nota-se então, que em outro tempo e em outros espaços, as coisas se deram


de modo diferente: Que não se entendia a formações de leitores do mesmo modo
que se entendem hoje; que eram atribuídas finalidades diferentes daquelas que hoje
são atribuídas ao ensino da leitura; que, quando adotam certas práticas e
metodologias para o aprendizado da leitura, se dá continuidade a antigas
concepções de formações de leitores, com as quais muitas vezes educadores,
alunos ou pais não concordam.
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No entanto através de pesquisas focalizada, aqui se busca através do tempo,


de maneira panorâmica, essa prática “antiga” de ensino da leitura. Porque se
acredita que refletindo sobre nosso passado, pode-se possibilitar, àqueles
envolvidos no ensino da leitura, uma ocasião para refletir sobre o presente e o
futuro, incitando a se perguntar: O que é formar leitores, hoje? Para que os
formarem?

1.1 UMA VISÃO PANORÂMICA DA LEITURA NAS SÉRIES INICIAIS BRASILEIRA

Segundo pesquisas feitas e estudos nas enciclopédias (Encarta CD,2000:10) e


(Grande Barsa CD,2004:12), até meados do século XIX, os livros de leitura
praticamente não existiam nas nossas escolas. Várias fontes, como relatos de
viajantes, autobiografias e romances indicam que textos manuscritos, como
documentos de cartório e cartas, serviam de base ao ensino e à prática da leitura.

Em alguns casos, a Constituição do Império (e a lei de 1827, a primeira lei


brasileira especificamente sobre instrução pública, prescreve isso), o Código
Criminal e a Bíblia serviam como manuais de leitura nas escolas.

Na verdade, nesse momento da história brasileira, o número de escolas era


muito restrito. No período colonial as práticas iniciais de escolarização se davam, na
maior parte dos casos, nos próprios engenhos ou fazendas, com algum elemento
mais letrado, o padre, o capelão ou mesmo um mestre-escola contratado para esse
fim. Poucas eram as escolas públicas de ensino primário. Os escravos eram
proibidos de freqüentar os bancos escolares e às meninas considerava-se
necessário oferecer-lhes apenas uma educação geral necessária para bem
cumprirem as atividades domésticas.
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Aos poucos, principalmente a partir do período imperial, algumas iniciativas


foram sendo tomadas no sentido de ampliar a oferta de escolarização da população.
A sociedade começou a se tornar mais complexa e as demandas em torno da
escolarização aumentaram significativamente.

Mais posto de trabalhos surgiu, outros costumes culturais foram adotados: a


instrução e a educação passaram a ser vistas como necessárias ao
desenvolvimento econômico e cultural do país e um dos signos da "civilidade".

É somente também no século XIX, com a implantação da imprensa régia em


1808, que o Brasil iniciou sistematicamente a impressão de livros. Então, não só na
escola, mas nas diversas instâncias sociais, eram raros os objetos disponíveis para
a leitura, poucos os lugares onde se poderiam adquirir esses objetos (bibliotecas e
livrarias só existiam nas cidades mais populosas) e, conseqüentemente, eram
poucos os leitores.

A partir da segunda metade do século XIX, começaram a surgir no país, ainda


que alguns fossem impressos na Europa, livros de leitura destinados
especificamente às séries iniciais da escolarização.

De acordo com o escritor e pesquisador nas histórias dos livros:

Em 1868, Abílio César Borges iniciou a publicação de uma das séries mais editadas no período.
Os livros foram considerados inovadores no momento em que foram editados: o Primeiro Livro,
destinado ao aprendizado inicial da leitura e da escrita, poderia substituir as cartilhas grosseiras ou
os materiais manuscritos. Os demais livros da série tinham um caráter enciclopédico, trazendo
conteúdos de várias áreas de conhecimentos. De cunho mais instrutivo do que moral, os livros de
Borges foram aplaudidos pela crítica intelectual da época, sendo reeditados várias vezes, educando

gerações de brasileiros. (HALLEWELL,1985:267p.)

E o autor também era elogiado na época por, em sua prática como dono de
escolas, ter abolido os castigos corporais, ainda utilizados na maioria do país.
Apesar disso, Borges aparece, na memória dos alunos que estudaram com seus
livros, como uma figura temida capaz de provocar pavor.
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Segundo Graciliano Ramos, em Infância, narrativa autobiográfica de sua


meninice na virada do século XIX para o século XX, sentia dificuldades para
entender as lições; “o livro chegava a me provocar náuseas”. (RAMOS,1986:31p)

De acordo com as pesquisas feitas às horas de leitura eram, para o menino,


horas de tortura. O mesmo menino que, depois de entrar em contato com algumas
obras literárias fora da escola, passou a buscar com ânsia e prazer outros objetos de
leitura na pequena cidade em que morava, no sertão pernambucano. Havia, apesar
da fase ruim vivenciada na escola, se tornado leitor. E os anos iriam dizer mais
tarde um dos maiores escritores de língua portuguesa.

Um pouco depois, mas ainda no século XIX, outras séries de livros de leitura
foram editadas, destacando-se a de Felisberto de Carvalho, utilizada em todo o país,
até meados do nosso século. Nesses livros, com algumas ilustrações em cores, as
lições, como as coleções de Abílio César Borges, traziam conteúdos das diversas
áreas do conhecimento, vinham geralmente seguidas de exercícios. Alguns dos
textos buscavam oferecer à criança, além da instrução, ensinamentos morais.

Já em José Lins do Rego, na obra “Doidinho” (REGO,1977:21-25), romance


autobiográfico que narra sua vivência em um internato no início do século no interior
da Paraíba, registra momentos de dor e angústia ao ler, para o seu professor, as
lições de um desses livros. Mas, apesar do sofrimento que marcou, no geral, a sua
relação com os objetos de leitura escolares, o futuro escritor confessa a ampliação
de horizontes proporcionada por eles, fazendo-o conhecer outros mundos e
relativizar o seu.

Em alguns casos, a leitura também provocava prazer, apesar das práticas


escolares não terem essa intenção e se visse, de modo geral, como caminha a
relação entre leitura e prazer.

No final do século passado e no início deste, a expansão da escolarização


deu-se gradativamente, tornando-se uma das metas do governo republicano,
instalado em 1899. Várias reformas de ensino começaram a ser propostas e novos
métodos e teorias educacionais passaram a serem difundidos. Apesar dessas
iniciativas, muitas vezes a escola, em seu cotidiano, continuava muito semelhante
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ao que havia sido para as gerações anteriores. Prédios mal iluminados, mobiliário
precário, professores mal remunerados e muitas vezes improvisados faziam parte do
cotidiano escolar, como pode ser constatado através dos registros feitos em
relatórios de inspetores e diretores de instituições públicas. A palmatória e outros
castigos físicos norteavam a ação escolar.

As escolas, em sua maioria, não eram graduadas por séries, como acontece
ainda hoje em alguns lugares do país. Os alunos, todos na mesma sala, eram
agrupados pelo nível de instrução que possuíam, medido pelo livro de leitura que em
cada um se encontrava. O professor não ministrava as aulas, como hoje estamos
acostumados a pensar, mas "tomava" a lição de cada um dos alunos, fazendo-os ler
em voz alta. Enquanto isso, os outros alunos ficavam em suas carteiras lendo a lição
do dia. E somente uma pequena parcela da população freqüentava a escola.

É também nesse momento que surgem as primeiras grandes editoras brasileiras.


Várias tipografias começaram a se multiplicar em muitas cidades do país, inclusive
nas menores. Autores brasileiros passaram a publicar aqui mesmo e consolidou-se
uma literatura brasileira. Ao lado disso, continuou a importação de livros estrangeiros
e os jornais passaram a publicar, sistematicamente, histórias através de folhetins. O
público leitor, gradativamente, também aumentou.

De acordo com as pesquisas feitas na (BARSA CD,2004:11) no início do século


XX, um outro livro de leitura foi publicado, marcando a história dos impressos
escolares no Brasil: trata-se de “Através do Brasil” , de Olavo Bilac e Manuel Bonfim.

Movidos pelo nacionalismo que caracterizava aquele momento brasileiro, os


autores construíram um livro que traz uma narrativa contínua ao longo dos capítulos,
contando a história de três meninos viajando através do país. No prefácio, os
autores afirmam que, através da história narrada, o professor teria material para
desenvolver os diversos assuntos necessários à instrução das crianças. Além disso,
e talvez sobretudo, os autores tinham uma preocupação com a educação moral dos
meninos e meninas.

Entretanto em 1921, outro livro marcaria a história dos livros de leitura:


“Narizinho Arrebitado”, de Monteiro Lobato. Um dos grandes sucessos da literatura
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infantil brasileira nasceu como 2º livro de leitura para as escolas. E, com ele, uma
grande inovação.

Segundo a crítica da época, o livro se diferenciava de toda a literatura didática


produzida no Brasil, na medida em que trazia para a escola um aspecto até então
ignorado pela instituição: provocar o prazer na leitura.

Da década de 20 até meados de 50, inúmeros livros de leitura foram produzidos


e algumas editoras especializaram-se na produção de livros didáticos.

Nesse momento, várias reformas de ensino foram empreendidas por diversos


Estados. Chegava-se ao século XX com mais de 80% da população analfabeta, o
que foi considerado, nos meios intelectuais, uma "vergonha nacional."
(LAJOLO,1996:57p).

Nas reformas, a maioria dos Estados adotou, definitivamente, o ensino seriado


seguindo as normas estipuladas na LDB (Leis de Diretrizes Básicas), e assim a rede
pública de ensino expandiu-se enormemente. Novos métodos de ensino foram
discutidos no país, sob a forte influência do movimento da Escola Nova. Novos
modos de ler e inovadores papéis passaram a ser atribuído à leitura na escola. A
leitura silenciosa, por exemplo, passou a ser prescrita (nas outras instâncias da
sociedade, também, a cada dia lia-se menos coletiva e oralmente).

Apesar de todo esse movimento inovador na produção intelectual sobre a leitura


escolar, o dia-a-dia da maioria das escolas continuava sem muitas inovações.
Algumas autobiografias revelam por exemplo que, na década de 30, os alunos
continuavam temerosos em ler as lições, ainda tomadas em voz alta, e a angústia e
o tédio continuavam a marcar a sua relação com a leitura prescrita pela escola.
Nesse momento, os castigos físicos eram proibidos oficialmente em todo o país,
mas as restrições, penalidades e sanções permaneceram no cotidiano das escolas.
Na sala de aula, muitos dos livros produzidos no final do século ou no início deste
continuaram a ser usados. Em muitas escolas, alguns objetos de leitura eram
proibidos como as histórias em quadrinhos, que fascinaram crianças e jovens dos
anos 30 e 40 e algumas práticas de leitura também.
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Em certos internatos, por exemplo, era proibido ler no salão de dormir, o que
fazia com que os alunos buscassem formas de ler sem que a escola tomasse
conhecimento. Em alguns casos, nas mesas de estudo, enquanto estavam de
castigo, colocavam revistas, histórias em quadrinhos ou mesmo livros que a escola
julgava prejudiciais à formação do aluno, dentro do compêndio que oficialmente
deveriam ler. Havia e ainda hoje há uma rede de circulação de objetos de leitura
entre os alunos, independente do que a escola previa ou prevê.

Nessa época, assistia-se no Brasil a um crescimento expressivo das editoras, e


algumas delas cada vez mais especializadas em livros didáticos que se torna uma
fatia desejada pelo mercado. O público leitor cresceu e se diversificou.

De modo geral, a produção literária brasileira crescia muita e os livros de


literatura infantil conquistavam, a cada dia, um espaço nessa produção, revelando a
existência de uma parcela de leitores até então quase ignorada.

Entre as décadas de 1950 e 1970, cada vez mais se desenvolviam métodos


alternativos de ensino: surgiram às escolas experimentais e a idéia de um ensino
centrado no aluno e nas suas necessidades difundia-se por todo o país. A rede
pública de ensino se expandia de modo muito rápido: cada vez mais, as camadas
populares ingressavam na escola. Embora muitas escolas continuassem a adotar
antigos comportamentos e métodos, tornando desagradáveis e temidos os
momentos em que as práticas de leitura se davam, um número significativo passou
a adotar as novas posturas. Nesse período, aumentaram também os meios de
acesso à leitura: bibliotecas populares, inclusive ambulantes, foram criadas em
muitas cidades do país e o número de livrarias também aumentou
significativamente.

A partir da década de 70, é incontável o número de séries de leitura que surgem.


Ao contrário do que acontecia no passado, os livros passam a ter um tempo menor
de utilização nas escolas. Se, antes, alguns compêndios sobreviveram no cotidiano
das salas de aula por 40, 50 anos, mais recentemente essa duração tem sido muito
menor. Essa modificação pôde ser explicado pela necessidade de atualização do
conteúdo, cada vez mais complexo e da rápida desatualização, e pelo
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desenvolvimento de pesquisas que modificam o conhecimento pedagógico (além, é


claro, das necessidades comerciais das editoras).

Os novos livros trazem, cada vez mais, cadernos de exercício e manuais do


professor. No passado, traziam, no geral, uma ou duas folhas de instrução aos
professores. Em anos mais recentes, principalmente para as séries iniciais, os
manuais do professor estão cada vez mais extensos. É nessa época que a literatura
infantil "invade" as escolas. Com uma produção cada vez maior e diversificada, as
obras destinadas aos leitores e infantis passam a fazer parte, ao lado dos livros de
leitura, das atividades de leitura escolar, a literatura infantil se escolariza.

Mais recentemente, e a cada dia de maneira mais intensa, procura-se fazer um


movimento contrário: na contracorrente da didatização dos livros para a criança,
busca-se tornar presentes nas escolas os usos sociais da língua escrita, na
diversidade dos modos de ler e na diversidade dos gêneros e dos portadores ou
suportes de textos. O livro didático é colocado em xeque pelo emprego do jornal, do
livro, da revista e de todo um conjunto de textos cuja presença era proibida na
escola: quadrinhos, rótulos, listas, quadros e tabelas, placas, publicidade.

Ao lado disso, livros e artigos têm surgido buscando auxiliar as professoras na


tarefa de tornar seus alunos leitores. Cada vez mais se fala na alegria de ler, no
prazer provocado pela leitura. Aspecto quase não comentado no passado, quando
os ensinamentos morais e instrutivos eram considerados mais importantes e se
pensava que a busca do prazer na leitura era prejudicial à formação de qualquer
leitor criança ou adulto. A crença no prazer da leitura se torna tão forte em muitas
escolas que muitas delas deixam de lado práticas e atividades que, embora pouco
prazerosas, são necessárias para o desenvolvimento de competências de leitura.
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CAPÍTULO II A IMPORTÂNCIA DA LEITURA “NAS SÉRIES INICIAIS”.

Segundo pesquisa numa apostila de Celso Antunes “Jogos para Estimulação


das Múltiplas inteligências” 1998, a teoria de Jean Piaget relata que, nas crianças
por volta de 6 a 7 anos de idade, inicia-se o pensamento abstrato. A criança se
torna livre das limitações da realidade completa, inicia-se etapas do
desenvolvimento cognitivo, Piaget define como fase onde se inicia a assimilação,
acomodação, adaptação e a reflexão e isso tudo é possível porque o ser humano
tem esquemas mentais que propicia o desenvolvimento cognitivo.

Dessa forma acredita-se que nessa fase a inserção de leitura nas séries iniciais
como uma atividade emotiva irá servir para estimular e desenvolver o cognitivo do
ensino - aprendizagem de forma prazerosa e significativa à criança.
E assim despertar ou resgatar o gosto e a importância da leitura nos alunos a
partir do momento de sua inserção nas séries iniciais.
Deve-se ressaltar que o importante ao inserir o hábito da leitura nas séries
iniciais é que possam formar novos leitores capazes de construir seu conhecimento
e exercer sua cidadania.

Mais inicialmente, formar leitores parece ter significado bastante equivocado por
alguns educadores, busca-se não propriamente desenvolver as competências e
habilidades pelos usos da leitura, mas antes ensinar outras coisas através da leitura
escolar tais como conteúdos ou até mesmo indução ideológica. Há uma resistência
em abandonar métodos antigos.

É o que sugere a análise dos livros didáticos mais utilizados no Brasil no século
XIX e nas décadas iniciais do século XX. O que se buscava, quando se formavam
leitores naquela época, poderia ser como no caso dos livros de Abílio César Borges
e de Felisberto de Carvalho: “a transmissão de conteúdos instrutivos”, em geral das
áreas de ensino que terminaram por se consolidar na tradição escolar brasileira:
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geografia, história, ciências; poderia ser como no caso dos livros de Olavo Bilac e da
maior parte dos livros brasileiros de então: “A transmissão de regras e modelos de
comportamento”, de uma imagem idealizada da criança, centrada em aspectos
morais e ideológicos; poderia, enfim, ser embora não explorada neste caderno a
transmissão apenas das habilidades básicas de leitura e escrita e das regras
ortográficas do Português.

O modo pelo qual se lia parece também ter sido, inicialmente, um modo muito
restrito. A leitura favorecida pelo modelo do "dar e tomar lição" parece ser aquela em
voz alta, lenta e muito associada à memorização do texto. O que a panorâmica
apresentada sugere é que essas práticas e objetos de leitura restritos foram
gradualmente ampliadas e tornadas mais complexas, com a progressiva introdução
da leitura silenciosa e rápida, da busca do significado (em detrimento da
memorização do texto e de seus conteúdos), com o progressivo abandono da
doutrinação moral e ideológica e a progressiva introdução de novos gêneros de
textos e de impressos.

Assim professor e alunos devem buscar métodos que sejam eficientes para
aquisição e desenvolvimentos de habilidades e competências. Neste sentido vale
frisar que as instituições de educação têm que proporcionar um ambiente adequado
para que a criança possa desenvolver todas as suas aptidões sociais e cognitivas. O
referencial Curricular Nacional para Educação Infantil vem nortear algumas práxis:

...para que a criança possa aumentar seu universo cultural, que ela já trás do seu cotidiano
familiar e a escola pode a partir deste momento ampliar seu conhecimento de mundo através do:
movimento; da musica; das artes visuais; da linguagem seja ela oral ou escrita; da natureza ;...

(MEC/SEF,1998 vol.3)

E como toda atividade implica em desenvolver a inteligência e a afetividade no


ser humano nada mais adequado que utilizar uma atividade que desperta as
emoções no indivíduo. Pois é a partir da motivação que se abre inúmeras
possibilidades para a criança: Abertura inclusive para as novas experiências e
emoções como: a auto-aceitação, auto-estima, auto-avaliação, tolerância, confiança
em si mesma e capacidade de trocas, o professor Paulo Freire coloca que “...só é
possível aprendizagem aquilo que toca profundamente.” (FREIRE,1999:19)
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Estudos e pesquisas que procuram analisar o cotidiano da escola em seu


passado e em seu presente mostram que embora todos esses fatores de mudança
e transformação, as práticas escolares tendem a restringir fortemente a oferta de
leitura e a formação de leitores. Esses estudos indicam que as professoras mesmo
numa época de diversificação da produção editorial brasileira tendem a selecionar
textos que evidenciem uma forte preocupação com a formação moral e ideológica de
seus alunos ou com o aprendizado das regras de correspondência entre letra e
fonema e de ortografia. Esses mesmos estudos mostram também que, ainda que os
textos não possuam esse fundo moral e ideológico, muitos professores os lêem
como se assim fossem, buscando com seus alunos, ao final de sua leitura, descobrir
qual teria sido "a lição" da história “, seu principal” ensinamento “ou” exemplo “.

Por fim, esses estudos mostram que o prazer da leitura é algo ainda muito
distante da maior parte das escolas e que os alunos tendem a ver suas aulas de
leitura de maneira não muito diferente da de Graciliano Ramos “horas de tortura e
aborrecimento”. (RAMOS,1986:32p).

Atualmente as oportunidades de leitura escolares têm se ampliado é o que pode


levar a pensar a panorâmica realizada tendo em vista a própria natureza das
práticas escolares de leitura. Essa suposta "evolução", porém, não parece ter se
dado para todos e parece estar concentrada mais nos discursos sobre a leitura e
seu ensino e na realidade de algumas poucas escolas.

Na virada deste milênio, a qualidade e a quantidade da oferta de leitura deixa


muito a desejar. Muito do passado do ensino de leitura, portanto, vive no presente.
Se isso é verdade, muito do ensino da leitura do presente vive, de algum modo, no
passado.

Na atualidade o conselho é devem-se qualificar os educadores, antes deles


apresentarem os textos aos alunos, terão que fazer um estudo minucioso dos livros
escolhidos, vê se esses livros realmente atendem as suas expectativas e objetivos ,
se esses livros irão ajudar os educandos a se formarem leitores do mundo social e
do cotidiano , se vai formar cidadãos críticos e responsáveis com o social.
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Pois ensinar a ler e formar leitores participativos do meio o qual esta inserida,
assim é importante o ensino da leitura nas séries iniciais, para que eles habituem
desde cedo a se comprometer, responsabilizar , respeitar , socializar e interagir com
os problemas sociais, para que no futuro eles possam contribuir com o bem estar,
progresso e evolução do seu País e de uma forma geral do mundo.

O educador deve também mediar os educandos a enfrentar desafios para


aprimorar os conteúdos trabalhados e explorar novos aprendizados. Desenvolver o
raciocínio lógico , o intelectual, a concentração e estimular o gosto pela escrita e
leitura , pela estratégia e pela tática. Propor um trabalho no coletivo envolvendo
outras disciplinas e a comunidade para que aja socialização, interação e integração
das ciências.

Assim como os alunos vêem na realidade, todas interligadas e não de forma


fragmentada como se vê nas salas de aula, quarenta minutos de biologia, depois
quarenta de português, matemática e assim sucessivamente com outras disciplinas.

Os educadores devem acima de tudo desenvolver competências e habilidades


tais como:

 Relacionar informações, representadas em diferentes formas, e


conhecimentos disponíveis em situações concretas, para construir
argumentação consistente.
 Desenvoltura nas produções de textos escritos e orais.
 Desenvolver habito da leitura.

 Ser capaz de articular idéias e ordenar o pensamento, para convencer os


outros de determinado argumento; Identificar pontos de vista diferente,
identificando os pressupostos de cada interpretação ; Produzir uma linha de
argumentação com base na coleta de informações; Defender seu ponto de
vista de maneira consistente e lógica e contra-argumentar possíveis
contestações.
 Estimular nos educando a construção de seus conhecimentos lógicos
cognitivos, a partir de conteúdos, voltada para a relação teoria e prática, no
enfoque a emoção , despertando o gosto e o prazer pela leitura.
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 Despertar na criança o prazer de querer aprender para que possa produzir


conhecimentos e assim possa atuar de forma transformadora sobre a
realidade social e do seu cotidiano, visto que nada é imutável ou
inquestionável.
 Propiciar momentos de socialização e interação com o grupo para que possa
assim tornar-se mais humanizado.
 Possibilitar momentos de múltiplas interpretações verbais e não verbais.
 Valorizar a auto-estima do educando. E assim tornar o ensino da leitura mais
prazerosa.
A escritora Marisa Lajolo em “Do mundo da leitura para a leitura do mundo”
afirma que: “(...) em nossa cultura quanto mais se lê mais abrangente é a
concepção de mundo de vida, e mais intensamente se busca conhecimentos através
da leitura de livros selecionados”. (LAJOLO,2000:39)
Com isso acredita-se que quanto mais o indivíduo lê e busca formas de aprender
a fazer uma leitura do mundo maior serão as chances de torná-los cidadãos críticos
e assim assimilar os conteúdos teóricos ao seu cotidiano.
E desenvolver o hábito ou o prazer de leitura nas séries iniciais é importante,
primeiramente por inserir o aluno no mundo simbólico, onde muitas vezes ela se
coloca no lugar das personagens e com elas vivencia as diversas situações e
sentimentos como: medo, perda, sucesso e alegria. É uma forma de viajar a outros
mundos e conhecê-los pelos olhos de outras pessoas, levando-a a construções
mentais mais complexas e mais marcantes, cada vez que lê mais livros.
Também como já foi dito anteriormente ler é importante para que se possam
formar leitores críticos que compreendam o mundo. Isto significa que, como afirma
Abramovich, “ser leitor é ter um caminho absolutamente infinito de descoberta e
compreensão do mundo”. (ABRAMOVICH,1995: 57).
Os livros permitem aos alunos observar não só os padrões da língua escrita,
mas também as imagens e seus significados que revelam comportamentos e
atitudes, mostrando formas diferentes do homem representar o mundo e a realidade.
Portanto, quanto mais os alunos lerem, quanto mais professores lerem em voz
alta para as crianças ou oportunizar momentos de leitura em sala de aula, mais
estarão favorecendo o desenvolvimento da criança, ou seja, estarão auxiliando-as
nos seus crescimentos cognitivo, afetivo e social.
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2.1 FORMANDO LEITORES

Segundo pesquisas os psicólogos e estudiosos educativos que trabalham com


os problemas de ensino da leitura oral e escrita, procuram pesquisar novos métodos
para tornar a leitura mais prazerosa e significativa e conseqüentemente a
aprendizagem escolar mais eficaz e chegaram à conclusão que o lúdico é o meio
mais eficaz de desenvolver o lado cognitivo da criança.
Acredita-se que os desenvolvimentos mentais nessa fase podem ser
sensivelmente estimulados através da emoção, quando o aprendizado é emotivo e
prazeroso desenvolve inteligências múltiplas no educando, assim brincadeiras de
trava-línguas, poesias, músicas e a leitura em voz alta, com cuidados na entonação
da voz, criando suspense, até mesmo de forma teatral ou criando uma nova versão
para a história lida, são sem dúvidas grandes estimuladores do raciocínio. A criança
vai tentar assimilar a nova versão da história com outras já ouvidas antes .
Veja também o que pensa uma professora e pesquisadora dos
desenvolvimentos cognitivos a partir da afetividade ou seja da emoção: “Está
provado um aluno emocionalmente envolvido com o conteúdo aprende mais.”
Provocar as emoções facilita o aprendizado pois instintivamente leva-os a ação e a
fazer co-relações com o assunto em questão”. (Revista Escola,2005:52).

Assim professor e alunos devem buscar métodos que sejam eficientes para
aquisição e desenvolvimentos de habilidades e competências. Neste sentido vale
frisar que as instituições de educação têm que proporcionar um ambiente adequado
para que a criança possa desenvolver todas as suas aptidões sociais e cognitivas.
E como toda atividade implica em desenvolver a inteligência e a afetividade no
ser humano nada mais adequado que utilizar uma atividade que desperta as
emoções no indivíduo. E a partir da motivação que se abre inúmeras possibilidades
para a criança: Abertura inclusive para as novas experiências e emoções como a
24

auto-aceitação, auto-estima, auto-avaliação, tolerância, confiança em si mesma e


capacidade de trocas.
Geralmente nas escolas os profissionais da educação utilizam o método fônico
para iniciar o ensino da prática de leitura nas séries iniciais acompanhado do lúdico
torna então o aprendizado da leitura prazerosa, divertido e grande estimulador do
conhecimento cognitivo e significativo.
Segundo uma educadora pesquisada, com a brincadeira nota-se um
melhoramento do desempenho escolar porque através do lúdico a criança aprende a
desenvolver o gosto pela comunicação e pela escrita, a partir de brincadeiras
pretende-se que deixe fluir a manifestação de seus sentimentos e assim desenvolver
inteligências.
Nos últimos anos, a investigação psicológica demonstrou uma atenção crescente
pelo papel da cognição, que insiste no papel da atenção, da memória, da percepção,
dos modelos de reconhecimento e no uso da linguagem lúdica no processo de
aprendizagem e atualmente as pesquisas direcionam no estudo das inteligências
múltiplas.
Dessa forma a criança consegue desenvolver o gosto pela leitura e adquirir
conhecimentos brincando. Visto que quanto se brinca, se envolve mais com o
conteúdo e começa a criar situações, aprende a concentrar e a pensar mais rápido.
Ao utilizar o método para desenvolver a leitura e a escrita de reescrever contos
clássicos infantis com suas idéias ou de acordo com a sua realidade, o profissional
possibilita ao educando o estímulo da capacidade de pensar e favorece o processo
de construção de pensamento, transmutando a energia emocional em resoluções de
situações concretas, a relacionar seus atos as respectivas conseqüências,
ensinando o indivíduo a lidar com várias situações de vitórias, satisfações, perdas,
frustrações, situações estressantes e perigosas.
Como já foi dito anteriormente no âmbito cognitivo, essa atividade potencializa a
memória, a atenção e a concentração, desenvolve o pensamento lógico-dedutivo,
pois estimula o raciocínio por hipóteses e ainda incrementa a capacidade de
percepção de tempo e espaço. Leva-os a pesquisar, a refletir, a motivação do
desenvolvimento cognitivo, a lidar com regras e formalidades estabelecidas, além de
favorecer o desenvolvimento de valores como cortesia, respeito, ordem e
responsabilidade tudo de uma forma prazerosa, pois eles acreditam que estão
apenas brincando.
25

Nesse sentido utilizando o lúdico como metodologia nas propostas de ensino


aprendizado servirá para que as aulas sejam mais estimulantes e significativas e
possibilitará que socializem , com colegas e professores conhecimento nas áreas de
artes, história, geografia, português, matemática e outras ciências.
A revista ESCOLA janeiro e fevereiro de 2005 traz um texto com o tema “ E
assim que se aprende” nela a autora Ivânia Pimentel, terapeuta e supervisora da
Associação Criação Brasil São Paulo, explica sobre a neurociência para que
professores possam entender o que acontece com o cérebro do aluno ao receber as
informações na hora em que ocorre o processo de ensino aprendizagem.
O texto também informa que a emoção deixa os circuitos cerebrais mais
rápidos facilitando a armazenagem de informações e o resgate dos que estão
guardados “... provoca as emoções facilita o aprendizado , pois levam- os a ação”
(Revista Escola,2005:52p).
No texto fica claro que para acontecer o processo de aprendizagem é
importante despertar a emoção das crianças porque a emoção faz com que eles
prestem atenção, exige concentração e o cérebro armazena coisas.
Geralmente o que chama mais atenção e quando usamos os fatores surpresa
ou o humor, então o aprendizado é melhor quando utilizarmos um desses meios
para desenvolver o ensino aprendizado das crianças.
Já os alunos que sentem medo ou qualquer tipo de constrangimento podem
causar estresse e o cérebro impede a formação de novas memórias episódicas ou
seja as que guardam fatos, pessoas, lugares e eventos bloqueando o aprendizado.
De acordo com o texto o professor deve estimular o aluno incentivando e
elogiando sempre a desenvolver suas habilidades e competências, evitar
constrangimento sempre, converse com o aluno em particular , aproxime-se e
desenvolva a afetividade criando um relacionamento de confiança e respeito, essa
conquista pode ser adquirida através do lúdico.
Infelizmente muitos educadores ainda estão presos à velha cartilha de
alfabetização e ensinam a codificar sons e palavras de forma fragmentada, e
dizendo sempre “hora de brincar é brincar, agora é coisa séria, vamos aprender a
ler” sem um texto divertido que as crianças gostem, então crianças aprendem a ler
como se fosse um fio solto sem emoção e não como uma colcha de retalhos uma
palavra ligada a uma outra e bastante colorida , e divertida assim como a vida. Desta
forma a alfabetização não acontece completa.
26

A alfabetização completa é a capacidade de ensinar a ler e escrever com


certo grau de habilitação. Com maior precisão, pode ser definida como uma
capacidade técnica de decodificar signos escritos ou impressos, símbolos ou letras,
que formam palavras significativas. É também forma de obter acesso ao
conhecimento acumulado pelo homem por meio da escrita, mas com sentido.
Este é um problema que enfrentam os paises menos desenvolvidos , em
função do crescimento demográfico. Assim a alfabetização é a maneira de se
transmitir o domínio sobre o conjunto de signos que compõem o código lingüístico
escrito (o alfabeto) a fim de que por meio desse código o indivíduo se comunique,
pela emissão da mensagem (escrita) ou por recepção (leitura). Mesmo que estes
não tenham aprendido o significado das palavras aprendidas.
É considerado analfabeto, “individuo que não sabe ler nem escrever uma
breve frase sobre sua vida cotidiana”. (CÓCCO,MF e HALLER,1996:40p.)
É considerado alfabetizado, “individuo que apenas saiba ler e escrever seu
nome”. (CÓCCO,MF e HALLER,1996:41p).
Com isso é muito grande o número de pessoas que não tiveram acesso ao
ensino escolares na fase da infância e muitos outros que chamamos de
analfabetismo prático ou de analfabetismo por desuso. Indivíduo que tendo
aprendido a ler e a escrever, pouco ou nada utiliza seus conhecimentos na vida
prática. Nas crianças por falta de incentivo dos pais ou esforço próprio na fase
adulta talvez por comodismo. A tendência atualmente é substituir a informação
escrita pela gráfica e sonora, oferecida pelos meios de comunicação de massa o
qual exige menor esforço.
Com isso deixam de aprender prejudicando o desenvolvimento cognitivo, pois
o indivíduo só adquire aquilo que lhe é oferecido e deixa de buscar, refletir e
construir conhecimentos como acontece através da leitura.
Hoje a educação sistemática do Brasil está dividida em vários níveis:
Inicialmente o ensino pré-escolar que atende a criança até a idade de 6 anos e, está
subdividido em cursos maternais, de jardim da infância e a pré-escola, quando
começa a alfabetização. E na maioria dos estados é uma responsabilidade do
município (da prefeitura) a alfabetização.
De acordo com os PCNs no século XXI surge uma nova forma de educar
alunos aproximando o que se ensina na sala de aula do mundo tal como ele é nos
dias de hoje. E o professor deve criar espaço para que as crianças opinem e
27

discutam sobre tais fatos a proposta se refere aos temas transversais. O momento e
a hora de inseri-lo no aprendizado vai depender do educador, nada deve ser
obrigatório. Desenvolver no aluno a capacidade de argumentar para defender seus
pontos de vista, visto que a linguagem oral ou escrita ajuda a conquistar a cidadania,
se a criança falar ele renderá mais e o despertará para a leitura.
Posteriormente, a criança ingressa no ensino primário nas escolas estaduais,
municipais ou particulares. Onde são predominantes as atividades de leitura, escrita
e cálculo. O currículo escolar costuma começar aos seis anos de idade e abrange
disciplinas como linguagem, matemática, geografia e ciências naturais. A partir daí
supõem que a criança já seja alfabetizada, na maior parte dos países o ensino
primário é obrigatório.
Assim, para melhor alfabetizar o Ministério de Educação e Cultura (MEC)
desenvolve a partir de 1995 programas voltados especificamente para essa área,
onde são observados maiores índices de repetência. Em alguns estados há projetos
educacionais envolvendo os pais, através do programa bolsas-escola, voltado para
as famílias com renda per capita inferior a R$ 50,00.
Uma segunda lei de Diretrizes e Bases foi projetada, em 1988, e aprovada em
1997.
O analfabetismo, centro de preocupações constantes, vem apresentando
quedas constantes: 20,1% em 1991 para 14,5%, entre a população com 15 anos ou
mais. No entanto entre a população rural esse índice continua alto: 31,2%.
Atualmente as escolas julgam utilizar a teoria do Construtivismo, movimento
artístico russo do início do século XX, que exerceu grande influência na arte
européia. Foi fundado pelo escultor e pintor russo Vladímir Tatlin. O nome faz
referência à construção de esculturas abstratas, partindo da variedade de materiais
industriais. Teoria esta desenvolvida no campo pedagógico pelo professor Paulo
Freire em que:

O processo de construção da escrita pela criança passasse a ser feito pela sua interação
com o objeto de conhecimento, interagindo com a escrita, a criança vai construindo o seu
conhecimento, vai construindo hipótese a respeito da escrita e, com isso, vai aprendendo a ler e a

escrever numa descoberta progressiva .(FREIRE,1999:42p).

A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não
28

podeprescindir da continuidade da leitura daquele. Linguagem e realidade se prendem


dinamicamente. A compreensão do texto a ser alcançada por sua leitura crítica implica a percepção

das relações entre o texto e o contexto. ( FREIRE,1999:43p)

E as crianças atualmente aprendem mesmo a ler e entender o que está lendo


do jeito que Paulo Freire citou acima , e quanto aos métodos utilizados, realmente
atende aos objetivos ideológicos o qual cita o professor acima?
Essas questões norteiam os profissionais da educação que buscam
inovações e métodos inovadores.
Porque a maioria dos métodos utilizados na alfabetização tanto de crianças
como de jovens e adultos foram baseados no método Freuriano que é uma das mais
importantes personalidades no campo da pedagogia. Este criou um método de
alfabetização de adultos que, em 1962, conseguiu alfabetizar 300 trabalhadores
rurais, em 45 dias, na cidade de Angicos, Rio Grande do Norte. O método, baseado
em uma filosofia de educação inspirada no existencialismo cristão, recorre a uma
conscientização política, utilizando materiais e textos com temas extraídos da vida
cotidiana dos alunos. Da mesma forma que ele foi alfabetizado: "Fui alfabetizado no
chão do quintal de minha casa, à sombra das mangueiras, com palavras do meu
mundo e não do mundo maior de meus pais. O chão foi meu quadro-negro;
gravetos, o meu giz." (FREIRE,1999:52).

Mas, esse método embora eficaz não pode ser direcionado ou dirigido a todas
as crianças do Brasil, pois o aprendizado não varia apenas por faixa etária, mas sim
de região para região.
Então, pode se concluir que alfabetização é o acesso ao mundo da escrita
através da técnica de (ler e escrever) e saber utilizar os códigos do alfabeto para
codificar ou para decodificar os fonemas com grafias. Ciente de que a alfabetização
acontece bem antes do individuo adentrar a sala de aula de uma escola, os
profissionais da educação iniciam a alfabetização a partir de uma investigação ou de
uma sondagem de conhecimentos já adquiridos pelo aluno no seu cotidiano e assim
inserí-lo ao mundo da leitura.
29

CAPÍTULO III - COMO DESPERTAR O GOSTO E O PRAZER PELA LEITURA.

Cada vez mais pais e educadores tem encontrado, de forma lúdica, através de
histórias representadas com fantoches, um caminho para ensinar as crianças a
gostar de ler e ter prazer em ouvir histórias, criando com isso uma maneira de
ensinar a leitura e também proporcionar momentos de laser aos pequenos, além
deles próprios se divertirem e interagirem melhor com o mundo infantil. Isso tudo
vem sendo introduzido como se fosse uma brincadeira, nada é imposto a
socialização e afetividades são exercitadas de formas espontânea e lúdica.

Dessa forma além do entretenimento pretende despertar nas crianças um


mundo cheio de amor e compreensão, ternura e segurança. Fortalecer a confiança e
a esperança nos seres humanos e estimular a imaginação, a memória, a estética e o
pensamento lógico.

Assim os educadores têm vários motivos para contar histórias e se deve


qualificar para tal tarefa, pois quando se conta uma história deve-se:

 Estimular a leitura e ao aprendizado em geral, educação temáticas


como educação ambiental, cidadania, higiene, família, religião,
alimentação entre outros.
 Fortalecer o emocional e o psicológico infantil.

 Entreter garantindo o lazer.

 Desenvolver o social e o afetivo.

Através de bonecos , fantoches e marionetes as crianças aprendem a se


relacionar com o mundo.
30

O contar história é uma arte, que deve ser implantada nas instituições escolares,
pois não desenvolve apenas o gosto pela leitura, mais para outras ciências também.

Certos que em um processo de aprendizagem, a memória tem especial


importância, pois toda informação que chega ao cérebro é registrada na memória
sensório-motora. Se essa informação despertar nossa atenção, torna-se parte da
memória em curto prazo. Através de inúmeros processos, entre os quais a repetição,
a informação é transferida para a memória em longo prazo. Quando a informação
nos é novamente necessária, a memória em longo prazo é ativada pela memória
social.
Portanto, acredita-se que os desenvolvimentos mentais nessa fase podem ser
sensivelmente estimulados através da emoção. E quando o aprendizado é emotivo e
prazeroso desenvolve a inteligência lógico-matemática, assim jogos e brincadeiras
ou qualquer outra atividade desde que seja emotiva são grandes estimuladores do
raciocínio lógico e objetivo.
Dessa forma também pensa uma professora e pesquisadora dos
desenvolvimentos cognitivos a partir da afetividade ou seja da emoção.

Está provado um aluno emocionalmente envolvido com o conteúdo aprende mais. A emoção
deixa os circuitos cerebrais mais rápidos facilitando a armazenagem de informações e o resgate dos
que estão guardados. Provocar as emoções facilita o aprendizado pois instintivamente leva-os a
ação e a fazer co-relações com o assunto em questão. (Revista Escola,2005: 52p).

Todo individuo, portanto tem um grau de operatividade - motora, verbal e mental de acordo com
o nível de desenvolvimento alcançado, assim como possui um grau de visão de organização do mundo
e progride de estádios mais primitivos em direção ao pensamento hipotético-dedutivo, onde adquire
instrumentos de adaptação que lhe irão possibilitar enfrentar qualquer perturbação do meio, podendo
usar a descoberta e a invenção como instrumentos de adaptação de acordo com as suas
necessidades. (MIZUKAMI,1986:61)

Assim professor e alunos devem buscar métodos que sejam eficientes para
aquisição e desenvolvimentos de habilidades e competências. E como toda
atividade implica em desenvolver a inteligência e a afetividade no ser humano nada
mais adequado que utilizar uma atividade que desperta as emoções nas crianças.
31

Atualmente a preocupação com o método de ensino passa a ser primordial na


área educacional, pois assim define os seus objetivos e metas educativas . O
professor escritor abaixo define método como: “...é elemento para estruturação dos
caminhos a serem percorridos pela ação didática”. (RAYS,2001:85)
Deve-se ressaltar que a metodologia deve ser estudada com mais cuidado
pelo grupo pedagógico, pois tanto a escolha dos livros quanto a metodologia a ser
utilizada é de grande importância para um ensino aprendizado significativo.

3.1 A ARTE DE CONTAR HISTÓRIAS

Contar histórias é um meio de comunicação ancestral. Isso nos obriga a pensar


em Platão que, na sua República, já se referia à importância de contar contos.
Primeiro os contos, depois a ginástica para a educação física das crianças gregas,
sem contudo negar a função de entretenimento que esses contos podiam
proporcionar. E podemos ainda pensar nos aedos, bardos, rapsodos, jograis,
trovadores, saltimbancos, menestréis, bufões, que de diversas formas contavam
histórias e difundiam obras. E o que dizer de um dos livros mais antigos a Bíblia
que fala também através de histórias? E como esquecer os contadores de histórias
tribais primitivas, que certamente fazem silêncio para ouvir aquele que melhor
contasse uma história e haveria de ser o que melhor a revestisse de detalhes, sem
fugir ao essencial, o que tivesse mais dons de graças, fantasia, aquele que contasse
com emoção, como se estivesse vendo o que sua própria fala evocava na
imaginação dos companheiros.
Até o século IV os textos eram copiados em rolos, dificultando sua manipulação
e o olhar no espaço da página. A pronúncia incluía a maneira de ler, pois a leitura
silenciosa era anomalia.
Mesmo, com o advento da imprensa os livros passam a ser editado em um
número pequeno e freqüentemente com caráter religioso, como nessa época poucos
sabiam ler, a leitura oral tem papel fundamental na transmissão dos escritos a
outros.
Os estudiosos da leitura em voz alta (LVA) defendem que deve haver uma
convivência com o texto para que haja uma boa LVA, Ela é partilhável, Ela comunica
emoção; “portanto uma atividade formativa. É por isso que o professor deve fazer
32

dela sua prática cotidiana, sua paixão de ler deve conduzir a criança ao prazer do
texto” (BAJARD, 2001:27p)
Devendo haver então a sintonia entre orador-ouvinte-ouvintes. Desta forma a
leitura para si e para os outros passa a se distinguir, sendo esta segunda: “um
encontro entre as pessoas envolvidas na comunicação... uma pessoa que dá voz
a um texto e outra que ao escutá-lo,” o enxerga “(BAJARD,2001:29p)

Segundo BAJARD , só dessa forma ,utilizando a LVA (Leitura em voz alta) os


leitores adquirem conhecimentos da língua e também das linguagens.
Considerar a evolução das práticas de leitura e suas representações nos permite
propor o contar história, como uma atividade de comunicação instaurada a partir da
tradução de um texto escrito em texto oral, desta forma ao ouvir uma história à
criança reproduz sem que haja livros e letras, ocorrendo uma transmissão de texto
pela voz tornando-se dizer a prática da recitação e da arte de contar, como se
fossem ditos populares, comportando uma dimensão lúdica. Aquele que diz passa a
assumir as diversas etapas da enunciação, transformando em personagens e
transformando o personagem fator importante para formação de qualquer pessoa,
ouvir histórias, escutá-las é o início da aprendizagem para ser um leitor, e ser leitor é
ter um caminho infinito de descobertas e de compreensão do mundo.
Para Abramovich, o primeiro contato da criança é aquele mantido com pais,
avós, e outros familiares que contam histórias representadas em contos de fadas,
histórias inventadas na hora de dormir ou quando a família está reunida numa hora
de aconchego, num dia de chuva de domingo ou num feriado.
Ler histórias significa poder rir, experimentar situações vivenciadas pelos
personagens, é interagir com o jeito de escrever do autor, além de poder ser
cúmplice do momento de humor, de brincadeira, do divertimento, é esclarecer
melhor as dificuldades ou descobrir um caminho para solução delas, é motivar a
imaginação, é ter a curiosidade satisfeita em relação a tantas perguntas, é buscar
outras idéias para solucionar certas questões.

...A história é importante alimento da imaginação. Permite auto-identificação favorecendo a


aceitação de situações desagradáveis e ajuda a resolver conflitos, acenando com a esperança.
Agrada a todos, de modo geral, sem distinção de idade, de classe social, de circunstância de vida.
(COELHO, 2001:48p)
33

São ouvindo histórias que se podem sentir emoções importantes, como a


tristeza, a raiva, a irritação, o bem-estar, o medo, a segurança, o poder e tantas
outras.
Dessa forma aprende a olhar o mundo com outros olhos, olhos da tolerância.
Quando se ouve uma história à criança pode descobrir outros lugares, pessoas,
culturas, jeito de agir e de ser, tem a possibilidade de entender a pluralidade, e com
isso respeitar a diferença entre os povos.

As histórias nos servem para ensinar uma porção de coisas a respeito dos ouvintes, pois nos
oferece um vasto material de estudo, portanto devemos: registrar os comentários, guardar os
desenhos, comparar, analisar as diversas manifestações de expressão relacionadas às histórias. Há
quem conte história para enfatizar mensagens, transmitir conhecimento, disciplinar, até fazer uma
espécie de chantagem “se ficarem quietos, conto uma história.” Quando o inverso é que funciona. A
história aquieta, serena, prende à atenção, informa, socializa, educa. Quanto menor a preocupação em
alcançar tais objetivos explicitamente, maior será a influencia do contador de histórias. O compromisso
do narrador é com a história, enquanto fonte de satisfação de necessidades básicas das crianças.
(COELHO, 2001:53p)

O contar história traz dimensões pedagógicas, farmacopéia, e de


entretenimento.
Para Clarissa Pinkola (1998:20p), “a vida de um guardião de histórias é uma
combinação de pesquisador, curandeiro, especialista em linguagem simbólica,
narrador de histórias, inspirador, interlocutor de Deus e viajante do tempo”.
Na farmácia das centenas de histórias ensinadas, a maioria delas não é usada
como simples diversão.
De acordo com a aplicação folclórica elas são, sim, concebidas e tratadas como
um grande grupo de medicamentos de cura, cada um exigindo preparação espiritual
por parte tanto do curandeiro quanto do paciente.
Essas histórias medicinais são tradicionalmente usadas de muitos modos
diferentes. Para ensinar, para corrigir erros, para iluminar, auxiliar a transformação,
curar ferimentos, recriar a memória. Seu principal objetivo consiste em instruir e
embelezar a vida da alma e do mundo.
34

Arte é aquela que comove, emociona, desenvolve a sensibilidade. É importante


porque Alá (Deus) celebra as estações da alma, ou algum acontecimento trágico ou
especial na sua trajetória. A arte não é só para o indivíduo, não é só um marco da
compreensão do próprio indivíduo. Ela é também um mapa para aqueles que virão
depois de nós.
O ofício de contar histórias representa a criação de algo, e esse algo é a
essência. Sempre que alimentamos a alma, ela garante a expansão.
Para contar uma história, seja ela qual for, é bom saber contar, pois contar
história é uma arte tão linda! É ela que equilibra o que é ouvido com o que é sentido.
Como toda arte, a de contar história também possui segredos e técnicas. E tem
como matéria-prima a palavra, prerrogativas das criaturas humanas, depende
naturalmente de certa tendência inata, mas pode ser desenvolvida, cultivada, desde
que se goste de crianças e se reconheça a importância da história para elas.
O sucesso da narrativa depende de vários fatores que se interligam, sendo
fundamental a elaboração de um planejamento, no sentido de organizar o
desempenho do narrador, garantindo-lhe segurança e assegurando-lhe naturalidade.
O primeiro passo consiste em escolher o que contar, a quem, onde e quando
iremos contar. A escolha é algo pessoal. O contador precisa sentir a história.Ser
capaz de emocionar-se e emocionar os outros. É interessante escolher uma
temática.
Dentre os vários indicadores que nos orientam na seleção da história destaca-se
o conhecimento dos interesses predominantes em cada faixa etária (pré-escolar,
escolar). Como também a qualidade literária da história.

A história é um alimento da imaginação da criança e precisa ser dosada conforme sua estrutura
cerebral. Sabemos que o leite é um alimento indispensável ao crescimento sadio. No entanto, se
oferecermos ao lactante leite deteriorado ou em quantidade excessiva, poderão ocorrer vômitos,
diarréias, e prejuízo da saúde. Feijão é uma excelente fonte de ferro,mas nem por isso iremos dar
feijão a um bebê, pois fará mal a ele. Esperamos que cresça e seu organismo possa assimilar o
alimento. A história também é assimilada de acordo com o desenvolvimento da criança e por um
sistema muito mais delicado e especial. (COELHO, 2001:62).
35

Então, devemos estar atentos à importância de saber escolher o que contar,


tendo em vista a quem e o ambiente onde se irá contar.
Uma vez escolhida a história a ser contada passamos a estudá-la. Isso não
significa que devemos decorá-la textualmente. Estudar uma história é, em primeiro
lugar, divertir-se com ela captar a mensagem que nela está implícita e, em seguida
após algumas leituras, identificar os seus elementos essenciais, isto é, que constitui
a sua estrutura: introdução, enredo,clímax e desfecho.
Estudar uma história é também inventar as músicas ou adaptar a letra a músicas
conhecidas , conforme sugestão do texto, que são introduzidas no decorrer do
enredo ou no final.
Estudar a história é ainda escolher a melhor forma ou suporte mais adequado de
apresentá-la. Os suportes mais utilizados são: a simples narrativa, a narrativa com o
auxílio do livro, o uso de gravuras, de flanelógrafo, de desenho, e a narrativa com
interferências do narrador e ouvintes.
Pensar a ludicidade de forma complexa, é adotar estratégias de intervenções
pedagógica que nos possibilite não apenas oferecer e oportunizar momentos
lúdicos, mas extrair deste tempo substrato que permita interpretar o valor que as
pessoas atribuem a estes momentos
Quando se fala daquilo que se apresenta como novidade, é que a novidade é
sempre algo que quebra a rotina, cria novas expectativas e possibilita experiências
novas.
Inovar a prática pedagógica é o desafio que deveria impulsionar os professores
no fazer cotidiano, para buscar forças interiores, que no dia-a-dia justifiquem a
função social que exercemos. Um professor não precisa ser um recreador, porém,
se tiver ou desenvolver esta capacidade, com certeza, amplia consideravelmente
seu repertório de ação.
Desta forma, junto ao ouvinte, o contador pode aprender a olhar, observar a
realidade com arte, e fazer da prática pedagógica cotidiana uma prática reflexiva
teórica e, por que não dizer, também lúdica. E nestas mediações pode recuperar o
lúdico em suas disciplinas, abordando diversas questões sobre o brincar, e o contar
histórias como: a relação adulta/criança, o brinquedo, a brincadeira e seu espaço,
etc.
36

Não em contraposição às demais atividades, mas como parte integrante da vida


dos alunos na instituição escolar e em outros espaços sociais de aprendizagem e
convivência culturais.
Enfim, embasadas nos estudos e leituras realizados, se entende que ouvindo
história à criança vai compondo uma infinita abertura de possibilidades tal como a
imagem de um caleidoscópio, que lhe permite uma legitimidade do mundo, e é
inserida nesta perspectiva transformadora que apontamos a ação lúdica na escola.
Pois, as crianças são seres criativos, imaginativos em função das potencialidades
de seus pensamentos, podem tornar possíveis, utilizando uma linguagem mágica,
única e universal que é a linguagem da história.
As contribuições resultantes deste estudo demonstraram um novo pensar sobre
a ludicidade e arte de contar história. Este novo pensar poderá levar a criar novas
estratégias de intervenções não habituais, onde as atividades lúdicas não serão
vistas apenas coma momentos de prazer, mas como momentos ricos de significados
para as pessoas e que esses significados sejam tratados e interpretados como um
dos avanços da ciência.

Em meio à sofisticada tecnologia atual, as crianças procuram uma outra


linguagem. Busca-se uma linguagem que os alimente, que fortaleça suas próprias
imagens e que os leve onde querem chegar. Essa linguagem está contida nos livros
porque os livros os remetem a uma história de transformações, quando são
acolhidos pela compreensão do ser humano integral. As histórias carreiam um
conhecimento sedimentado e acumulado por toda a humanidade. Captar a essência
das coisas acontece de diferentes maneiras e a mais comum é a evocação de
imagens arquetípicas. Estas estão presentes nas ações das pessoas de qualquer
lugar no mundo, fazendo parte daquilo que chamamos de "sabedoria primordial".

Contar histórias é a mais antiga e, paradoxalmente, a mais moderna forma de


comunicação. Uma história pode se tornar o foco de uma conversa e, suas imagens,
uma maneira segura de tratar assuntos desconfortáveis. A história re-introduz o que
é humano no ambiente dominado pelo impessoal, pautado pela crítica ou julgamento
e a competição.

Ouvir uma história, contá-la e recontá-la durante muitos anos, foi uma maneira
de preservar os valores e a coesão de uma determinada comunidade. É o
37

maravilhoso que consola a aridez dos caminhos que temos à frente, que alimenta a
inspiração e abre o portal da intuição para soluções outras, àquelas velhas questões
enferrujadas.

Ultimamente na Inglaterra, França, Estados Unidos e, em outros países, um


público adulto, cada vez maior, das mais variadas profissões, está empenhado em
resgatar este conhecimento milenar descobrindo um novo enfoque para sua
profissão. Veja abaixo citações do escritor Ben Okri.

Nações e povos são em grande parte as estórias que nutrem a si mesmos. Se eles contam a si
mesmos estórias que sejam mentiras, sofrerão as conseqüências futuras. Se contarem estórias que
enfrentam suas próprias verdades, libertará a sua Historia para florescimentos futuros.

(BARSA,2004:527p)

Nos dias de hoje, como advento da tecnologia e a evolução dos meios de


comunicação de massa, a mídia tem exercido um papel marcante dentro da
sociedade, principalmente no que se refere ao pré-estabelecimento de padrões
comportamentais a serem seguidos.
E dificilmente conseguimos manter as crianças interessadas nas leituras dos
textos trazidos nos livros didáticos, e o prazer de ler livros cada vez mais são
substituídos por programas interessados em ganhar esse público infantil que estão
sendo induzidos ao consumismo exagerado de uma forma irracional, para que
possam se enquadrar em tais padrões. Isso acontece devido ao fato de que as
crianças não são preparadas para fazer uma leitura crítica daquilo que a mídia
veicula. Eles não compreendem a linguagem verbal apresentada simplesmente por
falta de leitura assim o diz a escritora Fanny Abramovich “A volúpia de ler: um jeito
de compreender o mundo”. (ABRAMOVICH,1995:58p).
Nesse contexto, a escola tem um papel imprescindível, já que, pressupõe-se
ser sua função formar cidadãos críticos e capazes de interagir na sociedade.
Portanto, tem-se aqui a finalidade de tentar explicitar os pontos falhos do sistema de
ensino atual, principalmente no que se refere a despertar a criticidade dos indivíduos
envolvidos nesse processo. É igualmente importantes que analisemos o trabalho do
ensino da leitura o entendimento do sujeito com a linguagem, pois esta constitui uma
ferramenta que pode ser moldada de acordo com os interesses de seus usuários.
38

Com isso, torna-se também necessário que se leve em consideração à


intencionalidade tanto dos textos como do educador, se é realmente de formar
cidadão critico.
Pode-se dizer que o objeto de estudo deste trabalho é o estudo das
competências e habilidades que estão sendo desenvolvidas nas séries iniciais
principalmente aquelas apresentadas através de leitura pelos meios de comunicação
que sejam textos, propagandas e músicas.
Por isso, no geral aqui se propõe analisar de que forma esses textos são
construídos ou escolhidos para atingir seus objetivos e também saber de que modo
eles podem influenciar seus leitores.
Para que essa análise possa ser feita, deverão ser considerados diversos
fatores, tais como a faixa etária dos leitores, seu grau de escolaridade, sua
competência lingüística, a intertextualidade dos textos didáticos, das propagandas e
músicas estabelecem com outros e a escolha lexical para a construção dos
mesmos.
Outra finalidade pretendida é a de que este trabalho possa ajudar os
professores de língua portuguesa a redirecionarem suas práticas pedagógicas de
modo que possam levar seus alunos a refletir sobre as origens das variantes
lingüísticas e não se deterem apenas na leitura superficial do texto.
De modo geral, as intertextualidades buscando o lado significativo permearão
os caminhos percorridos durante este trabalho, através de produção de texto. Os
alunos irão produzir textos ou fazer uma nova versão de histórias conhecidas da
literatura infantil, ou mudarão as letras das músicas apresentadas pelo professor
para uma linguagem culta. De uma certa forma deve-se brincar com o texto.
Portanto, o objetivo específico a ser atingido é ensinar ter gosto pela leitura e
ter prazer em ler, é formar grandes leitores, conhecedor da língua padrão com suas
estruturas de sentido dentro dos textos, assim como produzir textos persuasivos
argumentativos entre outros.
A fim de delimitar ainda mais o enfoque deste trabalho, vale dizer que o
levantamento foi feito com alunos da 1ª etapa do 2º ciclo do Ensino Fundamental
séries iniciais da Escola pública Maria Elena Araújo Bastos em Poconé, as
educadoras dessa instituição foram entrevistadas, para saber se elas utilizam o
lúdico em suas aulas e de que forma são planejadas. E quanto aos alunos como
eles gostariam que as aulas acontecessem .
39

Em resposta a professora Maria Helena conta que tem como hipótese que as
crianças desse nível escolar estão cansados dos textos trazidos pelos livros
didáticos, pois esses textos, muitas vezes, são alheios à realidade dos alunos,
tornando-se, portanto, de difícil compreensão para eles devido à metodologia que
vem sido utilizado.
Outra hipótese que ressalta a necessidade de trabalhar com a literatura
infantil e de que os clássicos infantis são bastante interessantes para se trabalhar
desde que as aulas sejam bem planejadas, pois a partir deles podem se criar novas
histórias com introdução, desenvolvimento ou final diferente , e assim desenvolver a
criatividade e os alunos se divertem se interagindo com os colegas participando das
histórias como personagens principais ou secundários. Ressalta também que os
textos dos livros didáticos às vezes são desinteressantes e não tão emocionantes
quanto os clássicos infantis, que eles podem mudar a linguagem e fazer
comparações com a linguagem regional. A linguagem técnica dos livros é que gera o
maior empecilho para a absorção da significação textual. É por esse motivo que ela
se propôs trabalhar dessa forma a literatura infantil na sala de aula, pois se trata de
um gênero interessante quando abordado corretamente. As crianças orientadas
criam textos excelentes e desenvolvem a leitura oral com risadas prazerosas.
Com base em tudo o que foi dito até aqui, pode-se dizer que a leitura é um
dos elementos mais complexos do universo humano, por isso, este trabalho não tem
a pretensão de tentar explicá-la em seus mínimos detalhes, mas sim, refletir sobre o
ensino dela ou seja as metodologias e estratégias aplicadas até então, tendo
sempre em mente a sua complexidade de sentido e de compreensão do leitor.
40

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considerando que os alunos não se sentem motivados para aprender a ler e


com isso desenvolver seu lado crítico e participativo da sociedade o qual pertence.
O projeto em questão tem como objeto propor-lhes aulas de leituras dinâmicas, e
métodos que os levem a criar, pesquisar, refletir, motivar e incentivá-los a se
formarem grandes leitores e a dar continuidade as suas vidas escolares,
respeitando principalmente a sua faixa etária.

A proposta é desenvolver o gosto pela leitura para que saiba o quanto é


importante o aprendizado da leitura para a inserção dos alunos como cidadão na
sociedade, como cidadão crítico e participativo do meio social o qual esta inserida e
também a socialização e integração deles a sociedade letrada .

Contudo mediá-los a comparar a língua não padrão da língua–padrão para


que percebam e conheçam o mundo através da leitura de livros e outros mais.

Com base em tudo o que foi dito anteriormente, podemos dizer que a solução
mais adequada é o uso do lúdico e a interdisciplinaridade das ciências, pois o ato
docente deve ser formado de constantes reestruturamentos de práticas
pedagógicas, visando adequá-las à realidade dos alunos, uma vez que, no universo
escolar nada é estático ou homogêneo.

Dessa forma conclui-se este projeto com indicação e sugestão que o lúdico
como proposta pedagógica visa uma transformação da estrutura social para poder
tornar possível essa mudança de atitude e assim assimilar aos conteúdos propostos
e a aprendizagem significativa possa acontecer de uma forma tão sonhada pelos
41

educadores que é de maneira prazerosa, que alunos tenham gosto e prazer de abrir
um livro e começar a fazer uma leitura, uma leitura tal como a escritora Marisa Lojolo
sugere “uma leitura do mundo”.

Pois, ao desenvolver o gosto pela leitura oral e escrita. Os alunos


valorizarão e construirão seus conhecimentos, exercerão sua cidadania de maneira
digna visto que terão adquiridos o entendimento do mundo, um aprendizado de
qualidade e significativo, o acesso à informação, o exercício da fantasia e da
imaginação, e estimularão a reflexão crítica, o debate e a troca de idéias.

Aos acadêmicos e profissionais da área de alfabetização nas séries iniciais


este trabalho visa informar-lhes novos métodos e estratégias de ensino da leitura,
ensino este que seja de maneira significativa e sem os sofrimentos de outrora,
ensino este que seja de forma prazerosa e gratificante para ambos educador e
educando. Porque a partir do momento em que o profissional da educação inovar e
administrar o lúdico em suas aulas de leituras, verá o quanto é gratificante,
prazeroso e significativo o ensino-aprendizado da leitura.
42

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SOARES,Magda.”Linguagem e escola. Uma perspectiva Social.” 7ª


edição.Editora Àtica.S.D.
46

ANEXOS
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INSTITUTO CUIABANO DE EDUCAÇÃO


CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM
EDUCAÇÃO INTERDISCIPLINAR.

ENTREVISTA COM PROFESSORES, DIRETORES, COORDENADORES DA ESCOLA


ESTADUAL MARIA ELENA DE ARAÚJO BASTOS, MUNICÍPIO DE POCONÉ SOBRE AS
CONCEPÇÕES DAS EDUCADORAS ACERCA DO LÚDICO NA SALA DE AULA.

Esta entrevista é parte integrante da pesquisa feita que ora desenvolvemos para um
trabalho monográfico para obtenção do título de especialização em Educação
Interdisciplinar do Curso de pós-graduação do Instituto Cuiabano de Educação. A sua
colaboração respondendo com clareza e objetividade será muito importante.
Nome completo: Maria Helena da Silva Martins__________________
Cargo/função: Professora.____________________________________________
Autorizo a divulgação dos dados fornecidos?___Sim._______________________
Como prefere ser identificado (a) na pesquisa?_____________________________
( X ) Pelo nome completo ( ) Pelas iniciais do nome. ( ) por pseudônimo. ( ) outros.

ROTEIRO DE QUESTÕES:
1)- Como se define Lúdico ?
R: A palavra lúdico vem do latim ludus e significa brincar. Neste brincar estão incluídos os
jogos, brinquedos e divertimentos e é relativa também à conduta daquele que joga, que
brinca e que se diverte.

2)- Por que se deve utilizar o lúdico nas aulas?


R: Sim. Os jogos e brinquedos fazem parte da vida da criança, pois elas vivem num mundo
de fantasia, de encantamento, de alegria, de sonhos, onde realidade e faz-de-conta se
48

confundem, e brincar desperta as emoções, acredito que quando uma atividade desperta
emoções elas são assimiladas com mais facilidades.

3)- Por que a brincadeira não é vista em muitas instituições como coisa séria ?
R: Creio que muitas instituições apesar de se dizer construtivistas ainda estão utilizando
métodos tradicionais, a mudança

4)- Por que o educador tem no seu fazer pedagógico a hora de “ensinar” e a hora de
”brincar”?
R: Como já disse a mudança leva tempo e muitos ainda estão presos no tradicional, visto
que dessa forma eles aprenderam. Mas, outra possibilidade é que utilizam essa tática para
que alunos prestem atenção e levem a sério, com mais responsabilidade o dever de
aprender, ou seja de adquirir conhecimentos importantes para as suas vidas.

5)- Por que não ensinar brincando?


R: Não entendo essa resistência em integrar-ser ao novo. “As atividades lúdicas são a
essência da infância” já dizia Santa Marli Pires dos Santos no livro “O lúdico na formação
do Educador”. Lendo uma entrevista da Revista da nova escola, percebi o quanto o lúdico é
importante pois desperta a emoção e a criança aprende e assimilam de maneira prazerosa
oque antes era imposto. “‘A escola deve estimular no aluno a curiosidade, o raciocínio e a
capacidade de interpretar e intervir no mundo que o cerca.”

6) De que forma são planejadas as atividades lúdicas na escola?


R: Aqui tudo tem que ser mediante planejamento, planeja-se uma semana antes e é
passada para a coordenação pedagógica, depois ela orienta e ajuda se for necessário.

7) E os alunos ele gostam e aprendem mais com as atividades lúdicas?


R. Os alunos adoram atividades lúdicas e pedem sempre mais. As crianças estão cansados
dos textos trazidos pelos livros didáticos, pois esses textos, muitas vezes, são alheios à
realidade deles, tornando-se, portanto, de difícil compreensão para eles devido à
metodologia que vem sido utilizado. Eu por exemplo trabalho o lúdico na literatura infantil os
clássicos infantis são bastante interessantes para se trabalhar desde que as aulas sejam
bem planejadas, pois a partir deles podem se criar novas histórias com introdução,
desenvolvimento ou final diferente , e assim desenvolver a criatividade e os alunos se
divertem se interagindo com os colegas participando das histórias como personagens
principais ou secundários. Os textos dos livros didáticos às vezes são desinteressantes e
não tão emocionantes quanto os clássicos infantis, que eles podem mudar a linguagem e
49

fazer comparações com a linguagem regional. Onde gera o maior empecilho para a
absorção da significação textual. É por esse motivo escolhi trabalhar com literaturas infantil
na sala de aula, pois se trata de um gênero interessante quando abordado corretamente. As
crianças orientadas criam textos excelentes e desenvolvem a leitura oral com risadas
prazerosas.

8) Você ensina com o lúdico?


R: Sim. “Mestre não é quem ensina, mas quem de repente aprende” dizia Guimarães Rosa,
eu aprendo muito com meus alunos e me divirto também

PLANO DE AULA INTERDISCIPLINAR


Escola Maria Elena Araújo Bastos
Professora: Maria Helena da Silva Martins
Perfil: Magistério e pedagogia
Tempo : 28 anos efetiva na Escola Estadual
Turma: 1ª etapa do 2ºciclo do ensino fundamental.
Período: matutino
PLANO DE AÇÃO
TEMA: UMA NOVA LEITURA DO CLÁSSICO (A Bela e a Fera).

JUSTIFICATIVA:
 Trabalhando com os contos de fadas, os alunos constroem e reconstroem
significados para as histórias e desenvolvem o prazer da leitura.
 O lúdico torna o ato de ler e escrever prazeroso.
 Despertar a emoção se aprende com prazer e com entendimento.

OBJETIVOS:
 Estimular o aluno para conhecer e compreender contos de fadas;
 Desenvolver no aluno a habilidade de produzir textos;
 Estimular a criatividade e a socialização.
 Promover o hábito de leitura.
 Aprender a contextualizar fatos reais e fictícios.
 Enfatizar valores morais como respeito,obediência e não a violência.

CONTEÚDOS: INTERDISCIPLINARES ENVOLVENDO LÍNGUA PORTUGUESA,


EDUCAÇÃO ARTISTICA, HISTÓRIA, GEOGRAFIA, ENSINO RELIGIOSO E CIÊNCIAS.
 Prática das palavras escrita, retirada da historia escrita e leitura;
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 Interpretação, inovação e dramatização de textos de historinhas, com ilustração e


sem leitura;
 Formar frases com palavras relacionadas com a história e produzir pequenos textos.
 História do ambiente, bairro, urbanização e tecnologia.
 Variedades lingüísticas.

METODOLOGIA:
Utilizando o tema proposto, apresentamos através de uma aula expositiva o clássico
infantil a bela e a fera e com recursos de desenhos ilustrados em cartolina
Mostramos os personagens e o ambiente que aparecem na historinha o qual os
alunos deveriam num segundo momento, também desenhar os personagens e ambientes
visando com isso desenvolver sua criatividade e habilidades na área de educação artística,
ao narrar a historinha usamos como forma inovadora mudar a voz de alguns personagens
para enfocar a variedade lingüística da região, e poderem comparar a norma padrão da não
padrão e respeitar as variedades existentes, ao mostrar os ambientes calmos, cheios de
flores e arvores da historinha procuramos enfocar, para que eles pudessem comparar os
problemas atuais de urbanizações, como barulho, poluição do ar, desrespeito ao meio
ambiente , meio de transporte moderníssimo e a tecnologia avançada utilizada no cotidiano,
ao narrar a historinha usamos dramatização para poder prender a atenção dos alunos
ressaltando o lado feio e o bonito para poderem entender a moral da historia. E assim por
em prática o desenvolvimento de suas criatividades nos próximos trabalhos a serem
executados.
Com utilização de recursos tecnológicos , assistiram um DVD do clássico infantil A
Bela e a Fera. E para fixar o conteúdo foram feitos produções de textos e confecções de
desenhos baseado nas imagens vistas, possibilitando debate e questionamentos por parte
dos alunos.

TEMPO: 04 horas.

RECURSOS DIDÁTICOS: quadro negro, material ilustrado confeccionado pelo estagiário,


papel a4, DVD.

AVALIAÇÃO:
 Auto-avaliação descritiva do processo de aprendizagem;
 Produção de frases ou textos, individual ou em grupo, dos textos comentados em
sala de forma oral e escritos.
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 O aluno foi avaliado de acordo com a sua participação, interesse e desempenho nas
atividades propostas.

TAREFA (Extra-classe)
 Trazer para a sala de aula um conto popular que os avôs , ou os pais tenha contado,
não esquecer o nome do conto.
 Escrever outra história do clássico infantil João e Maria revisada e atualizada sob
nova versão. Com a seguinte introdução:

Era uma vez um humilde senhor que morava muito longe da cidade, numa casinha
simples, morava com sua esposa e sua esposa Dona Zéfa e seus cinco filhos.
Todos os dias, antes do sol nascer senhor João pegava a enxada e ia para a roça, carpir
o mandiocal, o milharal e outras verduras que ele cultivava no seu pequeno sítio no meio
do Pantanal...

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