Você está na página 1de 5

UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

CENTROS DE CIÊNCIAS SOCIAIS, SAÚDE E TECNOLOGIA


CURSO DE DIREITO XLI
DIREITO E LEGISAÇÃO EM COMUNICAÇÃO (JZ)

BRUNO ALEXANDRE PINTO PEREIRA

MARCO CIVIL DA INTERNETE E SUA COBERTURA MEDIÁTICA

Trabalho apresentado para obtenção de


nota parcial na disciplina de Direito e
Legislação na Comunicação (JZ).
Consiste na apresntação do Marco Civil
da Internet e como está a ser projetado
pelos alguns canais de mídeas.
Responsável pela disciplina:
Dra Isabele Batista Mitozo

Imperatriz
2020
1 MARCO CIVIL DA INTERNET

A apreciação feita ao Marco Civíl da Internet é bem apresentada por


Tomasevicius (2016), que no seu resumo exprime de forma bem sucinta:
“A Lei n.12.965, de 23 de abril de 2014, promulgou o denominado Marco
Civil da Internet, com o intuito de estabelecer princípios, garantias, direitos e
deveres para os usuários de internet no Brasil. Embora se tenha
comemorado sua aprovação, por supostamente as demais normas jurídicas
vigentes no Brasil - como a Constituição Federal, o Código Civil e o Código
Penal - não terem aplicação nas relações sociais entabuladas pela internet,
essa lei apresenta poucas inovações e muitas insuficiências e deficiências
de cunho jurídico. Somando-se a esse fato a impossibilidade jurídica de
regulação de uma rede mundial de computadores por meio de lei de um
único país, os problemas gerados pela internet continuarão a afetar a
privacidade, honra e imagem das pessoas, ao mesmo tempo em que
conquistas, como a da neutralidade da rede, terão pouco impacto na vida
das pessoas.”

Esta lei prevê no artigo 3º, os princípios que regulam o uso da internet no
Brasil, e no artigo 7º assegura os direitos e garantias dos usuários de internet:
“Art. 3º A disciplina do uso da internet no Brasil tem os seguintes princípios:
I - garantia da liberdade de expressão, comunicação e manifestação de
pensamento, nos termos da Constituição Federal;
II - proteção da privacidade;
III - proteção dos dados pessoais, na forma da lei;
IV - preservação e garantia da neutralidade de rede;
V - preservação da estabilidade, segurança e funcionalidade da rede, por
meio de medidas técnicas compatíveis com os padrões internacionais e
pelo estímulo ao uso de boas práticas;
VI - responsabilização dos agentes de acordo com suas atividades, nos
termos da lei;
VII - preservação da natureza participativa da rede;
VIII - liberdade dos modelos de negócios promovidos na internet, desde que
não conflitem com os demais princípios estabelecidos nesta Lei.
Parágrafo único. Os princípios expressos nesta Lei não excluem outros
previstos no ordenamento jurídico pátrio relacionados à matéria ou nos
tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.”

“Art. 7º O acesso à internet é essencial ao exercício da cidadania, e ao


usuário são assegurados os seguintes direitos:
I - inviolabilidade da intimidade e da vida privada, sua proteção e
indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
II - inviolabilidade e sigilo do fluxo de suas comunicações pela internet,
salvo por ordem judicial, na forma da lei;
III - inviolabilidade e sigilo de suas comunicações privadas armazenadas,
salvo por ordem judicial;
IV - não suspensão da conexão à internet, salvo por débito diretamente
decorrente de sua utilização;
V - manutenção da qualidade contratada da conexão à internet;
VI - informações claras e completas constantes dos contratos de prestação
de serviços, com detalhamento sobre o regime de proteção aos registros de
conexão e aos registros de acesso a aplicações de internet, bem como
sobre práticas de gerenciamento da rede que possam afetar sua qualidade;
VII - não fornecimento a terceiros de seus dados pessoais, inclusive
registros de conexão, e de acesso a aplicações de internet, salvo mediante
consentimento livre, expresso e informado ou nas hipóteses previstas em
lei;
VIII - informações claras e completas sobre coleta, uso, armazenamento,
tratamento e proteção de seus dados pessoais, que somente poderão ser
utilizados para finalidades que:
a) justifiquem sua coleta;
b) não sejam vedadas pela legislação; e
c) estejam especificadas nos contratos de prestação de serviços ou em
termos de uso de aplicações de internet;
IX - consentimento expresso sobre coleta, uso, armazenamento e
tratamento de dados pessoais, que deverá ocorrer de forma destacada das
demais cláusulas contratuais;
X - exclusão definitiva dos dados pessoais que tiver fornecido a
determinada aplicação de internet, a seu requerimento, ao término da
relação entre as partes, ressalvadas as hipóteses de guarda obrigatória de
registros previstas nesta Lei;
XI - publicidade e clareza de eventuais políticas de uso dos provedores de
conexão à internet e de aplicações de internet;
XII - acessibilidade, consideradas as características físico-motoras,
perceptivas, sensoriais, intelectuais e mentais do usuário, nos termos da lei;
e
XIII - aplicação das normas de proteção e defesa do consumidor nas
relações de consumo realizadas na internet.”

No artigo 10º, caput e § 1º, trata, de forma específica, da proteção aos


registros, dados pessoais e comunicações privadas:
“Art. 10. A guarda e a disponibilização dos registros de conexão e de acesso
a aplicações de internet de que trata esta Lei, bem como de dados pessoais
e do conteúdo de comunicações privadas, devem atender à preservação da
intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das partes direta ou
indiretamente envolvidas.
§ 1º O provedor responsável pela guarda somente será obrigado a
disponibilizar os registros mencionados no caput, de forma autônoma ou
associados a dados pessoais ou a outras informações que possam
contribuir para a identificação do usuário ou do terminal, mediante ordem
judicial, na forma do disposto na Seção IV deste Capítulo, respeitado o
disposto no art. 7o.”

A recusa a fornecer os dados solicitados por juiz, respondem pelo crime de


desobediência, previsto no artigo 330 do Código Penal:
“Art. 330. Desobedecer a ordem legal de funcionário público:
Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.”

2 COBERTURA MEDIÁTICA DO MARCO CIVIL DA INTERNET

A cobertura mediática do marco civil da internet foi realizada, entre outras,


pelas agências Veja, Observatório, El País, G1 Globo e Minuto da Segurança- blog
da segurança e da informação.
A agência Veja realiza as suas matérias, apresentando às respostas e
colocações próprias de entidades envolvidas em casos relacionados à aplicação
desta lei. São exemplos destas os artigos: “Bolsonaro afrouxa lei criada para
proteger dados pessoais” publicado em 10 de julho de 2019 e “MP investiga se Vivo
faz uso indevido de dados de 73 mi de usuários” publicado em 4 de abril de 2018.
A agência Observatório centrou-se na apresentação de casos reais e
interpretação desta lei. São exemplos “Ministério Público representa contra o Serpro
no TCU” publicado: 19 de Junho de 2019 e “Serpro combate fraudes com validação
legal de dados” publicado em 19 de junho de 2019.
A agência El País apresentou a lei e respostas de reação a esta em âmbito
internacional. São exemplos “Rumo à consolidação da proteção de dados pessoais
no Brasil” publicado por Muggah e Hurel em 31 de maio de 2018, e “O fim da
neutralidade da internet nos EUA pode afetar o Brasil?” publicado por Mendonça em
15 de dezembro de 2017.
A G1 Globo apresentou uma matéria sobre a lei e apontou pontos de visão
em que a lei poderá ser controversa.
A agência Minuto da Segurança centra-se numa matéria com a apresentação
dos procedimentos previstos e coleta e compara a evolução destes.

3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 ACS (Assessoria de Comunicação Social). Marco Civil da Internet. TJDFT


(Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios) Brasília: 2016.
(Consultada em https://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/campanhas-e-
produtos/direito-facil/edicao-semanal/marco-civil-da-internet, no dia 19 de
Janeiro de 2020, 18:43)

 BRASIL. Codigo Penal. Decreto-lei no 2.848, Brasília. Diário da União: 7 de


dezembro de 1940

 CUNHA, E. Marco civil internet. El País:2020. (Consultado em


https://brasil.elpais.com/tag/marco_civil_internet, no dia 19 de Janeiro de
2020, 19:20)

 G1. Marco Civil da Internet entra em vigor nesta segunda-feira. São


Paulo. G1-Globo: 23 de junho de 2014. (Consultado em
http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2014/06/marco-civil-da-internet-entra-
em-vigor-nesta-segunda-feira-23.html, no dia 19 de Janeiro de 2020, 19:30)
 MINDSEC. Marco Civil da Internet completou 5 anos e pouco mudou até
agora. Minuto da segurança-blog: 14 de maio de 2019 (Consultado em
https://minutodaseguranca.blog.br/marco-civil-da-internet-completou-5-anos/,
no dia 19 de Janeiro de 2020, 19:30)

 Redação Marco Civil da internet. Observatório: 2019 (Consultado em


http://www.omci.org.br/noticias/ no dia 19 de Janeiro de 2020, 19:20)

 TOMASEVICIUS FILHO, E. Marco Civil da Internet: uma lei sem conteúdo


normativo. Estudos Avançados SCIELO São Paulo Jan./Apr. 2016 vol.30
no.86. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-40142016.00100017. (Consultada em
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
40142016000100269, no dia 19 de Janeiro de 2020, 18:20)

 VEJA. Notícias sobre marco civil da internet. Grupo Abril: 2020.


(Consultado em https://veja.abril.com.br/noticias-sobre/marco-civil-da-
internet/, no dia 19 de Janeiro de 2020, 19:20)

Você também pode gostar