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Um Sorriso de Fé

e Esperança
Rodnei Igor da Silva Serafim

Adaptações
Maria Clara Gonçalves
Projeto Gráfico
Victor Ramos Silva
Um Sorriso de Fé
e Esperança
Rodnei Igor da Silva Serafim

Adaptações
Maria Clara Gonçalves
Projeto Gráfico
Victor Ramos Silva
2ª Edição

Belo Horizonte

2020
Revisão gramatical: Sane Albuquerque Costa

Direitos autorais reservados aos autores e à Fundação Sara Albuquerque.


Dedicatória
Dedico este livro a todas as pessoas que estão em tratamento de
câncer, assim como eu. Que não percamos a fé, a alegria e a
esperança. Que possamos encontrar motivos para sorrir mesmo
diante da dor.

Rodnei Igor da Silva Serafim


Agradecimento
Agradeço a Deus pelas providências, pelo amparo, por não me
abandonar e por ter colocado perto de mim pessoas do bem, para
que eu e minha família possamos enfrentar essa batalha.

Agradeço aos meus amigos, à Fundação Sara e aos seus funcionários,


ao Hospital da Baleia, aos enfermeiros e enfermeiras que cuidaram e
estão cuidando de mim.

Agradeço a minha família, em especial, a minha mãe, por estar


constantemente ao meu lado. Agradeço também a minha tia Juliana,
que não mediu esforços para estar comigo no início do meu
tratamento.
Sumário
Prefácio .......................................................................................................... 09
Capítulo 1 - Minha História ....................................................................... 11
Capítulo 2 - Hashtag Para Tudo .............................................................. 13
Capítulo 3 - Partiu Belo Horizonte ......................................................... 15
Capítulo 4 - Partiu Casa ........................................................................... 20
Capítulo 5 - Tratamento da Doença e a Fundação Sara .................. 22
Capítulo 6 - Algumas Aventuras ............................................................. 25
Capítulo 7 - Momentos Inesquecíveis .................................................. 28
Capítulo 8 - A Volta da Doença ............................................................. 32
Capítulo 9 - O Aprendizado .................................................................... 34
Capítulo 10 - Depoimento de Michele – Mãe do Rodnei ............. 36
Prefácio
Este livro faz parte do projeto “Pequenos Escritores, Grandes Lições”,
realizado em conjunto com a Fundação Sara Albuquerque, cuja missão
é prestar assistência social a crianças e adolescentes com câncer e
ser agente de promoção de conhecimentos e melhorias do
tratamento oncológico.

O projeto tem como objetivo incentivar o gosto dos assistidos da


entidade pela leitura e escrita. Nesse sentido, crianças e
adolescentes tornam-se escritores do primeiro livro, contando
histórias reais ou fictícias. Isso contribui para que se sintam valorizados
e, consequentemente, reflete na elevação da autoestima.

Um Sorriso de Fé e Esperança é de autoria de Rodnei Igor da Silva


Serafim, um adolescente de dezenove anos de idade, que está em
tratamento contra o câncer, desde seus treze anos.

Neste livro, o autor fala de sua vida, sobre como tem enfrentado o
câncer, sobre o quanto a fé em Deus tem sido importante para
enfrentar os dias de luta, e sobre o apoio recebido da família e amigos.

As minhas visitas à Fundação Sara Albuquerque e o contato com esses


assistidos mostraram-me a realidade da luta contra o câncer e como é
fundamental o trabalho da Fundação na vida e na recuperação dessas
crianças e adolescentes. Impossível não se emocionar com tudo isso.
Dar a eles a oportunidade de escreverem um livro, o seu primeiro livro,
é muito gratificante!

Maria Clara Gonçalves

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Capítulo 1
Minha História
Minha vida anda bem movimentada. Quantas provações! Foram tantas
coisas que aconteceram comigo e continuam acontecendo, que
senti vontade de contar a minha história.

Senti vontade de falar dos meus sonhos, da minha infância, da minha


família e da minha luta contra um câncer que estou enfrentando, desde
os meus quase treze anos.

Senti vontade de falar da minha fé. Quero falar sobre como Deus tem
cuidado de mim todo esse tempo.

Senti vontade, principalmente, de falar sobre o que tenho aprendido


com tudo o que a vida tem me reservado.

Rodnei Igor

Meu nome é Rodnei Igor da Silva Serafim. Nasci no dia trinta de janeiro
de 2001. Tenho dezenove anos. Sou de Manhuaçu (MG), mas,
atualmente, estou morando na cidade de Simonésia (MG). Tenho três
irmãos: Vitória, Richard e Luan. Sou o irmão mais velho. Minha mãe é a

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Michele, uma mulher de fibra que tem cuidado sozinha dos filhos.
Sobre o meu pai, temos pouco contato.

Somos de uma família simples, unida, mesmo com as briguinhas


normais entre irmãos. Como diz o ditado: “daríamos um rim pro outro,
se preciso fosse’’. Somos honestos, trabalhadores e sabemos valorizar
o que Deus tem nos oferecido diariamente. Aprendemos valores
básicos, muitas vezes esquecidos por muitos hoje em dia. Esses
valores e a nossa fé têm nos sustentado e nos ensinado a enfrentar os
desafios da vida.

Rodnei com sua família

Quando ainda um moleque, eu gostava de andar de bicicleta, jogar


bola com meus amigos, andar a cavalo, subir em árvore para pegar
frutas, soltar pipa, brincar de pique-esconde. Era um tempo tranquilo,
sem preocupações e com muita diversão. Na cidade onde eu morava,
a criançada ainda podia contar com esse privilégio de curtir com
segurança e tranquilidade as ruas, os quintais e a natureza.

Tive uma infância muito feliz. Guardo comigo ótimas lembranças desse
tempo. Falando assim, até parece que já sou um velhinho de noventa
anos. Mas, não. Estou ainda na flor dos meus dezenove aninhos.

12
Capítulo 2
Hashtag Para Tudo
Em dezoito de dezembro de 2013, bem pertinho do meu aniversário
de treze anos, recebi um diagnóstico de um câncer. Nessa época, eu
sentia dores na coluna, e, quando eu ia ao médico, ele dizia que era
apenas um torcicolo e que não era nada preocupante. E assim o
tempo foi passando, e eu achando que estava tudo bem.

Um ano depois, comecei a perder o movimento do braço direito. Fui


atendido por um médico residente, em Simonésia (MG), que me
encaminhou para outro profissional, em Manhuaçu (MG). Os médicos
pediram uma ressonância magnética da coluna cervical e o resultado,
que ficaria pronto em uma semana, acabou saindo no mesmo dia.

Rodnei e sua mãe Michele

Com o resultado do exame em mãos, minha mãe procurou o médico


que estava acompanhando meu caso. O laudo do exame indicou que
eu estava com um tumor maligno. Fui diagnosticado com um câncer
de nome “Sarcoma de Ewing”, que ocorre predominantemente em

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ossos ou partes moles do corpo. O médico disse que eu teria que ser
internado com urgência. Pelo que tudo indicava, o tumor já havia
atingido e comprometido a minha perna.

Eu ainda não tinha noção do que estava acontecendo comigo. Aí me


falaram da possibilidade de amputar a minha perna, e eu entrei em
choque. Fiquei assustado. Como seria minha vida? Eu, com apenas
treze anos, ficar sem minha perna?! Eu que gostava de liberdade, de
correr, soltar pipa, jogar bola, andar de bicicleta. Como seria isso?

Em Manhuaçu, não havia recursos para o meu tratamento. Eu estava


aguardando vaga para Muriaé ou Belo Horizonte. Como em Muriaé
também não havia recursos para atender o meu caso, fui para o
Hospital da Baleia, em Belo Horizonte, onde me aceitaram.

Nessa época, minha mãe estava adoentada e minha tia Juliana foi
quem me acompanhou. Minha mãe deve ter ficado com o coração
apertado em ter que ficar longe de mim, nesse momento tão delicado.
Mas, ela não estava em condições de me acompanhar, e minha tia se
prontificou a nos ajudar.

Eu viajei meio assustado, pois não sabia exatamente o que estava


acontecendo. Além disso, iria ficar longe de casa, longe da minha
família e de meus amigos.

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Capítulo 3
Partiu Belo Horizonte
Chegando em Belo Horizonte, fui internado no Hospital da Baleia.
Devido ao tumor na coluna, a recomendação médica era de que eu
ficasse somente deitado.

Durante o período da internação, eu tomava muitos remédios que


aumentavam o apetite, o que me levou a comer muito. Levando em
conta ainda a falta de exercício físico, acabei tendo uma constipação
intestinal. Eu sentia muita dor, e não podia sequer ficar sentado. Foi
necessário aplicar o clister para lavagem intestinal, o que veio aliviar o
meu sofrimento.

Rodnei no hospital

Aos poucos, eu fui me dando conta da importância de coisas


aparentemente tão simples, como caminhar, correr, sentar e ter o
intestino funcionando. Realmente, a gente só passa a dar valor às
coisas quando as perde.

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Enquanto eu passava por tudo isso, estava também no mesmo quarto
uma garotinha de quatro anos de idade que assistia meu sofrimento.
Então, ela começava a rezar pra mim. Não me esqueço daquela cena:
uma garotinha, tão pequenininha, juntando as duas mãozinhas e
pedindo a Deus pra aliviar a minha dor. Essa é uma das muitas boas
lembranças que guardo comigo. Diante desse gesto e de tantas
outras coisas que me foram acontecendo, eu fui me dando conta de
que Deus havia deixado um anjo de quatro aninhos no meu quarto, e
que me guardava em suas orações.

Rodnei e sua tia Juliana

Aliás, Deus havia me cercado de “anjos sem asas”, pois considero


também a minha tia Juliana como se fosse uma enviada de Deus. Minha
mãe, então, nem se fala! Penso que todas as mães são anjos que Deus
criou pra ajudá-Lo aqui na terra.

E a dor na minha coluna persistia. Para o meu caso, era necessário fazer
uma cirurgia muito delicada, com uma equipe especializada. Além
disso, como o procedimento seria em Belo Horizonte e eu sou de
outra cidade, era necessário que o SUS (Sistema Único de Saúde)
liberasse a cirurgia. O hospital entrou com o processo para a

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liberação, bem como de equipamentos e médicos especializados.
Graças a Deus, a cirurgia foi liberada! Diante da complexidade, os
médicos ficaram estudando e avaliando quais seriam os
procedimentos adequados para a cirurgia.

Eu sentia muita dor e o tumor só estava crescendo. No dia trinta de


janeiro de 2014, dia do meu aniversário, a cirurgia aconteceu. O
médico havia alertado para o risco de eu não poder mais andar, e que
havia setenta por cento de chance de isso acontecer. Para quem,
inicialmente, corria o risco de amputação, continuar com a perna,
mesmo correndo o risco de não poder andar, parecia menos
assustador. Mas não vou negar que eu estava muito preocupado.

Eu precisava reagir. Então levantei a cabeça com muita fé e fui para o


bloco cirúrgico. Minha tia era quem me acompanhava nesse momento,
e estava ao meu lado, dando-me forças e ânimo.

Aniversário de Rodnei no hospital

No dia anterior à cirurgia, a enfermeira, de nome Fernanda, levou dois


pedaços de bolo pra mim, em comemoração ao meu aniversário.
Comi tudo, é claro, e achei ótimo. Um aniversário bem modesto, mas
foi comemorado. E não faltou o bolo!

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Essa enfermeira foi muito boa pra mim e eu brincava muito com ela. Nos
hospitais, a gente acaba encontrando profissionais que se destacam
por trabalharem com amor e dedicação. Uma palavra ou um gesto de
carinho deles faz uma enorme diferença para o paciente.

Nesse período, eu já estava usando um colar cervical, pois o tumor


havia quebrado a minha vértebra. Olha isso: havia um tumor dentro da
vértebra! Usei o colar antes e depois da cirurgia, por três meses
aproximadamente. Eu não podia tirar o colar em momento algum, nem
para tomar banho.

Ah! Consegui o colar cervical através de minha cidade. Os moradores


fizeram uma campanha para me ajudar. Engraçado como que, pelo
caminho, a gente vai encontrando pessoas solidárias, com o dom de
ajudar. Sou muito grato a elas.

Voltando da cirurgia para o quarto do hospital, me dei conta de que


minha perna estava lá e eu conseguia mexer com o dedão do pé. Isso
pra mim já era uma vitória! Fiquei muito feliz e agradecido a Deus!

Para uma boa recuperação, eu teria que ficar o tempo todo deitado.
Eu tinha que aguentar firme.

Dois dias após a primeira cirurgia, passei por outro procedimento


cirúrgico. Fui para o Centro de Tratamento Intensivo (CTI). Fiquei quase
três dias sem comer.

Quando desci para o quarto, a recomendação médica era para que eu


não comesse nada remoso. Mas, como a tentação é grande,
adivinhem o que me aconteceu?

Minha tia, minha querida tia, chegou com uma marmita com uma

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comida remosa, daquelas “com sustância”, e eu comi tudo. Eu devia
estar mesmo com muita fome. Ficar três dias sem comer não é
brinquedo não.

Em outro dia, a enfermeira Fernanda chegou no meu quarto com outro


pedaço de bolo. Como parecia muito gostoso, novamente, não resisti
à tentação, acabei comendo.

No total, foram quatro cirurgias, as quais não puderam ser realizadas


de uma vez, pois teriam que ser por etapas, devido à complexidade.

Fiquei dois meses no hospital esperando pela alta. Eu estava muito


feliz, pois eu já podia ficar sentado na cadeira de rodas, e só precisava
ter o cuidado para evitar que desse ferida.

No dia da alta, eu já estava doido pra ir pra casa, e aí me aparece uma


infecção urinária. Precisei aguardar mais dois dias para o resultado do
exame e, só então, após tudo certo, é que fui pra casa.

Passei por muitos testes de paciência e ansiedade. Apesar de tudo,


eu sempre procurei sorrir e não ficar triste. Penso que isso também tem
me ajudado muito: sorrir pra vida! Já diziam Charlie Chaplin e Djavan.

Não podemos apenas reclamar, temos que aprender a enxergar os


milagres que acontecem conosco. Presenciamos milagres a todo
momento, mas não nos damos conta disso.

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Capítulo 4
Partiu Casa

Rodnei e sua mãe

Após dois meses de internação, lá estava eu voltando pra minha


querida Simonésia. Cheguei em casa às quatro horas da manhã e me
deparei com uma bela surpresa.

Minha família e meus amigos haviam preparado uma festa pra mim. Olha
isso! A casa estava toda enfeitada com balões no teto. Lá estavam
minha família e alguns amigos. Minha madrinha Roseane soltou até
foguete. Logo ela que é tão medrosa com essas coisas. Mas, fez a
promessa, teve que cumpri-la.

Cheguei da viagem faminto. Que novidade! E adivinhem qual foi meu


pedido? Um miojo! Foi um dos dias mais felizes que vivi. Voltar pra
minha casa, rever minha mãe, meus irmãos, meus amigos e poder
comer meu miojo foi demais!

Aí eu digo: Agradeça pela saúde que você tem, pela família que você
tem, pelos amigos que você tem. Agradeça por você ter acordado e

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levantado de sua cama e poder se locomover pra onde você quiser.
Sejamos gratos a Deus pelo que Ele nos tem oferecido, gratuitamente,
todos os dias.

Ali, naquele momento, eu me senti a pessoa mais rica do planeta, pois


eu estava feliz, mesmo com toda a simplicidade que me cercava.

No decorrer do dia, a festa continuou. Fizeram até churrasco! Foi um


dia ótimo! Nunca ri tanto nesse dia! Ri das pessoas, das piadas, das
brincadeiras. Minha madrinha é a mais doidinha e me fez rir demais. E
eu fiquei ali, sentado numa cadeira de rodas, ao lado da churrasqueira
e da minha madrinha, que brincava, contava casos, e me dava carne
escondido (eu tinha restrição pós cirúrgico, tinha que ir com calma no
churrasco).

Eu estava meio que em choque com tudo, pois eu era muito novo e
não sabia direito o que estava acontecendo comigo. A recepção me
fez esquecer um pouco dos traumas do hospital.

Natal em casa com a família

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Capítulo 5
O tratamento da doença e
~ Sara
a Fundaçao
Rever minha casa, família e amigos foi muito bom! Mas eu tinha que
encarar a realidade. Eu teria que voltar à BH para fazer a quimioterapia.
E ainda teria que passar pela radioterapia.

Quando eu soube disso, comecei a chorar e não queria ir pra Capital.


Ter que ficar viajando direto, longe de casa, longe de meus amigos,
não era uma boa notícia. Eu queria minha liberdade, sair correndo
pelas ruas sem nada que pudesse me impedir de ir e vir. Minha tia e
minha mãe conversaram comigo e eu acabei aceitando e entendendo.

Nessa época, minha mãe trabalhava como doméstica em casas de


família, mas, depois que eu adoeci, ela deixou o trabalho pra cuidar de
mim. O que nos mantinha e continua mantendo financeiramente é o
benefício do INSS (Benefício de Prestação Continuada-BPC).

Fazer essas viagens era mais uma preocupação, pois morávamos


distante de Belo Horizonte e não tínhamos onde ficar lá na Capital.
Então, fazíamos vários deslocamentos entre Simonésia e Hospital da
Baleia (BH). Eu passava muito mal nos trajetos.

Mas, como Deus tudo providencia, uma paciente do hospital falou pra
minha mãe sobre a Fundação Sara Albuquerque, em Belo Horizonte.
Isso foi depois que eu comecei a radioterapia.

A Fundação é uma entidade de apoio que acolhe crianças e


adolescentes em tratamento do câncer. Nessa casa, fui muito bem

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acolhido. Lá eu recebi todo o apoio que eu precisava. Considero a
Fundação Sara como uma família pra mim. Ali é um lugar onde tenho
liberdade de conversar, expressar minha opinião, e onde fiz muitos
amigos, como a Fernanda (Assistente Social), Evelyne (psicóloga), a
Ruth, a Valéria e todos os outros funcionários. Além disso, passamos a
conviver com outras famílias que passam pelos mesmos problemas
que a gente. Gosto muito de todos eles e tenho um carinho enorme
por cada um. São todos meus amigos.

Na Fundação Sara

A Fundação tem sido muito importante na minha vida e na vida de


tantas outras crianças e adolescentes que estão passando pela
mesma luta que eu.

O trabalho voluntário é muito lindo! Saber que ainda existem pessoas


nesse mundo que se sensibilizam e se preocupam com a dor e
necessidade do outro nos traz um sentimento de alegria e esperança.
O mundo pode ser transformado se as pessoas se amarem mais.

Sou muito grato à Fundação Sara por ter me acolhido nos momentos
mais difíceis da minha vida.

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Campanha do Setembro Dourado

Ainda na Fundação, eu cheguei a ser o garoto propaganda. A Valéria,


funcionária da Fundação, relembra esse fato com carinho. Ela ensaiava
comigo com a maior paciência. Tínhamos que gravar um vídeo para a
campanha do Setembro Dourado. Ensaiamos repetidas vezes, até
acertar e cansar:

- Oi, meu nome é Rodnei...

- Meu nome é Rodnei...

- Olá, eu sou o Rodnei...

A Valéria fala que a minha fala no início da gravação, que foi ensaiada
várias vezes, acabou virando um bordão na Fundação, e tornou-se até
mesmo uma senha, que encurtou distâncias entre mim e as pessoas,
melhorou minha timidez e afastou, por um momento, as preocupa-
ções.

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Capítulo 6
Algumas Aventuras
Aventuras não faltam em minha vida.

Aventuras no hospital com a mãe

Quando fiz a primeira quimioterapia, meu cabelo começou a cair. Caía


dentro do colar cervical e isso me machucava. Tentando resolver esse
problema, minha mãe conseguiu emprestada uma máquina de cabelo
no hospital. A máquina estava meio cega, mas era o que tinha naquele
momento.

Então lá foi a minha mãe cortar meu cabelo. Como a tesoura estava
meio cega, ela não conseguiu cortá-lo todo. Pra finalizar o serviço, ela
foi à lanchonete do hospital e comprou vários aparelhos de barbear
para raspar a minha cabeça. E lá ia ela, raspava que era uma beleza! E eu
comecei a brincar com a situação, tirando foto dela cortando meu
cabelo. Depois de concluído, ela me disse orgulhosa de que havia
ficado muito bom.

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Não tínhamos espelho no quarto e eu não conseguia ver se ela havia,
de fato, trabalhado direitinho. Para o azar da Dona Michele, tínhamos
uma janela espelhada, e eu consegui me ver. Vi um monte de caminho
de rato. Ela fez um monte de buraco no meu cabelo. Ficou o “O”
(horrível)! Comecei a rir de desespero. Quando levantei, no dia
seguinte, o cabelo acabou de cair todo, e aí eu fiquei careca de vez.
Perder o cabelo não me incomodou tanto. A princípio, senti um frio na
cabeça, um ventinho, e ficava alisando a careca. Foi um momento
diferente, mas suportei bem.

Agradecendo na igreja

Quando voltei pra casa, após a primeira vez que estive internado, fui à
igreja com minha mãe, minha madrinha, minha prima e irmãos. Só
faltaram o gato e o cachorro pra completar a família que me
acompanhava. Fomos agradecer. Rezamos, fomos à praça e
brincamos. Poder sair pela primeira vez me deu uma sensação de
liberdade. Ali, na igreja, com minha família, eu me senti sob a proteção
de Deus e em segurança.

Uma vez, no hospital, fui tomar banho e lavar minha cabeça. Peguei
meu shampoo, condicionador e pente pra lavar o “cabelo”. Quando

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passei o pente na cabeça, senti uma textura diferente. Levei um susto!
Me lembrei de que eu estava careca. Onde eu estava com a cabeça?!
Essas coisas engraçadas sempre acontecem comigo.

Depois que passei a sair na rua, eu gostava de sair com os amigos


Pábulo e Iuri. Certa vez, estávamos sentados no banco da praça, e eu
me desequilibrei e caí no chão. Como estávamos sentados bem
juntinhos, um segurando o outro, foi uma queda em cascata. Caímos
todos. Nesse dia, fizemos um juramento de não contar pra ninguém o
ocorrido. Mas aqui estou eu contando o nosso segredo. Vou ter que
avisar pra eles.

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Capítulo 7
Momentos Inesquecíveis
Tive momentos difíceis e ainda os tenho. Mas passei também por
momentos felizes e inesquecíveis. A doença trouxe tristeza, reflexões,
mudança de olhar para o que me cerca e para a minha vida. Mas tive a
oportunidade de viver momentos mágicos.

Tantas coisas boas aconteceram em minha vida, que nem sei por onde
começar. Vou relatar alguns deles:

A festa que fizeram pra mim em 2014, quando retornei da cirurgia pra
minha casa foi a primeira delas.

Jogo do Cruzeiro no Mineirão

Um outro momento foi assistir o jogo do Cruzeiro no estádio do


Mineirão, por duas vezes, com um grupo de crianças da Fundação
Sara e de outras Casas de Apoio. A primeira vez foi em setembro de
2016, e jogavam o Cruzeiro e Vitória. Entrei no gramado do estádio de
mão dada com o jogador Ceará. Assistimos o jogo no camarote do
Cruzeiro. Quanta emoção!

De uma outra vez, mais um jogo do Cruzeiro. Foi em setembro de 2017,

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e assisti o clássico Cruzeiro e Atlético. Entrei no gramado com o
jogador Ábila. Dessa vez, ficamos no meio da torcida, bem no meio da
emoção, no meio do grito. O estádio balançava ao som do: “Cruzeiro!
Cruzeiro! Zerooooo! Zeroooo!” Podíamos ter ido para o camarote, mas
a coordenação do evento queria que sentíssemos a emoção de estar
no meio da torcida. Foi demais!

Nas duas vezes em que fomos ao Mineirão, visitamos a sala de


entrevista, o vestiário e o salão onde os jogadores fazem o
aquecimento. Estávamos com a camisa do “Setembro Dourado”. Pra
quem não sabe, o Setembro Dourado é uma campanha de prevenção
do câncer infantil, que acontece todo ano no mês de setembro.

No estádio, fomos até entrevistados. Fiquei impressionado com a


mesa de alimentação e bebidas que tinham no camarote. Foi muito
bacana! Foi incrível! Sou apaixonado pelo Cruzeiro e realizei um sonho
de assistir um jogo no Mineirão.

Nesse período, eu já estava em fase de manutenção. Foi uma iniciativa


muito interessante e bacana que a Fundação Sara e os times nos
proporcionaram. Estamos nessa luta e merecemos um pouquinho de
descanso e momentos de lazer, não é mesmo? Fala sério!

Da segunda vez que fui ao Mineirão, voltei pra casa com meus
companheiros Daniel, Davi e Diego. Aí o Diego sugeriu uma
brincadeira:

Diego: - Ao chegar na Fundação, quem dormir primeiro vai levar pasta


de dente na cara.

E adivinhem quem foi o primeiro a dormir? O Diego. Tivemos que


cumprir o que ele mesmo nos sugeriu: Passamos a pasta de dente na

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cara dele. Foi uma festa só. Passados uns minutinhos, a mãe dele o
chamou pra dormir, e ele chegou no quarto todo cheio de pasta no
rosto. A mãe dele perguntou-lhe assustada: Que foi isso, Diego? O
que é vocês estão aprontando? No dia seguinte repetimos a dose, e o
bonitinho aqui foi quem dormiu primeiro. E, claro, não tive escapatória,
recebi pasta na cara. Foi a revanche do Diego.

Um outro acontecimento que me marcou muito foi a Festa do Pijama na


Fundação Sara. Nesse dia, dormiram na sala da casa vários voluntários,
o pessoal da casa, os assistidos e alguns funcionários. Foi “monstro”!
Boa demais! Houve muitas brincadeiras, vários voluntários ficaram
brincando com a gente até tarde. Havia música, brincadeiras de
esconder objetos, brindes e balões. Isso foi no dia das crianças de
2016. Inesquecível!

Rodnei em passeio no Mirante

Em vinte e seis de abril de 2015, realizei um outro passeio, o qual me


lembro com muita alegria. Foi, quando a voluntária, Lia, me levou pra
passear. Eu e minha mãe estávamos sozinhos na casa e era um final de
semana. Fomos ao Mirante na Praça do Papa. Lá é muito alto e batia um
friozinho. Nesse dia, a Lia nos levou também ao Shopping. Foi minha

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primeira vez num shopping e em escada rolante. Nesse período, eu
estava ainda em tratamento. Foi um dia muito feliz! Outro aprendizado:
Pequenos gestos podem tornar-se grandes e inesquecíveis para
quem os recebe.

Na Fundação Sara, o Diego foi um grande amigo e que muito me


marcou. No início, não tínhamos muita proximidade, mas com o tempo
fomos nos aproximando. Éramos muito companheiros, andávamos
muito juntos. Quando nos conhecemos, ele tinha treze anos e eu devia
ter uns quatorze ou quinze anos.

Na Fundação, conheci também outros companheiros: Hugo, David,


Daniel, Werica e João Vítor. Foi também na mesma época em que
convivi com o Diego. São pessoas maravilhosas! Até hoje encontro
com o David. Graças a Deus, estão todos curados. Só o Davi que
ainda continua com o tratamento. Rezo muito por ele, pra que ele fique
bem.

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Capítulo 8
A Volta da Doença
Quando eu ia pra minha cidade, eu gostava de sair pra me divertir. Mas
havia uma recomendação médica: ao sair de casa, use calça
comprida, não saia de chinelo, use um tênis, camisa de manga longa e
máscara. Eu não podia usar ventilador, não podia comer fora de casa,
somente comida caseira. Todos esses cuidados seriam para o meu
próprio bem, de modo a evitar que eu pegasse alguma infecção.

Foram muitas idas e vindas entre Manhuaçu, Simonésia e Belo


Horizonte para o tratamento da doença. Após essa fase de químicas,
entrei para o período da manutenção, e pude ir pra minha casa.
Durante a manutenção, eu ia periodicamente à Belo Horizonte para
exames de rotina. Foram várias sessões de radioterapia e
quimioterapia.

Rodnei em tratamento

No mês de setembro de 2019, após ter realizado alguns desses


exames, foi identificada a volta do câncer. Depois de cinco anos

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recuperado, me deparo com esse diagnóstico. A doença atingiu meu
braço direito.

Eu não entrei em desespero com a notícia, mas fiquei preocupado,


pois teria que recomeçar o tratamento. Algo dentro de mim me
tranquilizava e dizia pra eu confiar e ter paciência.

Voltei para Belo Horizonte e fui internado novamente no Hospital da


Baleia. Só que dessa vez fui para a ala de adultos, pois eu já estava com
dezoito anos.

Na ala de adultos havia alguns doentes terminais. Minha mãe me


acompanhava e ficamos muito impressionados e deprimidos com o
que presenciávamos. Tivemos que pedir ao médico para me transferir
para a ala pediátrica. Graças a Deus, conseguimos a mudança e nos
sentimos muito melhor. O que os olhos não veem, o coração não
sente, não é mesmo?

Rodnei com a voluntária do hospital Renata

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Capítulo 9
O Aprendizado

Visita da família no hospital

Durante todo esse período, passei por várias experiências que me


trouxeram sabedoria. Aprendi e continuo aprendendo muitas coisas,
como por exemplo: dar valor à minha família, que é a minha base. Olho
para cada um deles e vejo o empenho que fazem para me fazer feliz e
para que eu continue a luta. Nossa relação hoje é mais estreita. Minha
família se reúne mais vezes. Antigamente, não havia aquela união. Hoje,
somos mais unidos e valorizamos mais as coisas, a vida.

Meus amigos?! Daquela época pra cá, ficaram poucos amigos, mas
ficaram os verdadeiros. Conheci aqueles que são amigos de verdade.
Alguns daquela época não acreditam muito que eu vá vencer essa
batalha. A minha relação com eles, os verdadeiros, é muito doida,
quero dizer, é muito legal! Eles me dão muita força.

Percebo minhas mudanças psicológica, física e espiritual. Passei a ter


minhas limitações: não posso jogar bola, não posso fazer exercícios

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de alto impacto, não posso correr, não posso andar de bicicleta, se
um parafuso que foi colocado sair, eu posso quebrar o pescoço.
Enfim, mudou a minha forma de pensar e enxergar a vida.

Encontrando na arte formas para passar o tempo

A minha relação com Deus é ótima! É Ele que me sustenta. Não sou
muito de ir à igreja, mas tenho a minha fé. Depois que adoeci, sinto que
a minha fé aumentou. Mas penso sinceramente que essa fé pode se
estreitar ainda mais. Vai melhorar, se Deus quiser! Essa fé herdei de
minha mãe. Foi ela que me apresentou o Deus Pai, o Deus de amor.

Para aquelas pessoas que estão passando por situação semelhante à


minha, eu diria: Vai dar tudo certo! Temos que ter fé e continuar. É
pegar na mão de Deus e seguir em frente. Isso é uma provação, mas
Deus sabe o que faz. Deus tem um plano pra tudo. É preciso passar
por tudo isso. Confie. É só confiar.

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Capítulo 10
Depoimento de Michele -
~ do Rodnei
Mae
O Rodnei encanta a todos. Ele é muito calmo. As pessoas que chegam
no quarto do hospital e o encontram se encantam com ele. Mesmo
com as quimioterapias e sentindo dor, ele está sempre com um alto
astral.

Momento de oração

Houve um dia no Hospital da Baleia, em que ele sentia dores fortes e


iria tomar morfina. Eu saí para um café rapidinho naquele momento.
Quando cheguei no quarto, lá estava ele com os olhos fechados e
rezando, pedindo a Deus pelas pessoas. Na sua oração ele não
culpava ninguém, ele apenas tinha fé em Deus. Creio em Deus Pai e Pai
Nosso! Do que irei reclamar, se meu filho que está com dor, está aqui
conversando com Deus?! Qual é mesmo o seu problema? Qual é
mesmo o meu problema? Naquele momento, eu fiquei muito
emocionada com a cena que estava diante de mim.

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Rodnei com a sua mãe

O Rodnei tem uma frase que virou um bordão, e que uma paciente
passou a adotar: -Fica triste, não moça. Tem que ficar feliz!

Às vezes, fico pensando: meu filho praticamente não teve


adolescência. Desde os seus treze anos, vem travando a luta contra o
câncer. Ficou um período bem, mas depois a doença voltou
justamente no auge de sua jovialidade, quando já estava namorando e
cheio de sonhos. Aí, precisa recomeçar o tratamento, novamente
longe de casa e das pessoas que ele ama.

Aí eu repenso: Deus mandou ele pra terra com um propósito. Deus tem
um propósito! Ter que ficar longe dos irmãos, longe de casa e dos
amigos... Creio que Deus tem um propósito.

Minha força vem do Rodnei. Um levanta o outro. Ele é um anjo que Deus
colocou na terra pra dizer que não podemos desistir. Aí ele sorri pra
mim e eu vou fazendo as vontades dele.

Desde pequeno, o Rodnei sempre trabalhou para ajudar em casa e


ajudava a olhar os irmãos menores. Com todas essas coisas lhe
acontecendo, mesmo assim, ele agradece a Deus. Agradece pelas

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oportunidades que Deus nos dá. É por isso que eu digo: Deus sabe
todas as coisas.

Meu filho é o amor de minha vida. Faço tudo por ele. Faço tudo por
amor. Nós dois somos “limpos”. Ele é meu herói, assim como meus
outros filhos também são meus guerreiros e meus heróis. Nos
respeitamos muito e somos unidos. Meus filhos são tudo pra mim!

Eu olho para o Rodnei e não sinto culpa por ele estar doente. Não olho
pra ele como um doente. Eu olho pra ele e não sinto pena. Não o trato
como um inválido. Tudo o que faço por ele é por amor e porque é meu
filho. Se ele me magoa, ele me pede desculpas. Tentamos levar a vida
o mais normal possível. Ele me trata da mesma forma. Ele fala pra mim:
Mãe, eu te amo!

Não sabemos quando voltaremos pra casa. Iremos quando ele estiver
pronto pra ir. Com Deus a gente chega lá.

Sou mãe e pai. Cuidei de meus filhos sempre sozinha. Mas, não deixei
faltar os conselhos de mãe. Uma vez ele me falou: Mãe, Fulano me
ofereceu coisa errada na rua, não aceitei por você. Somos honestos
humildes, respeitamos as pessoas.

A Juliana, minha irmã, é um anjo em nossas vidas. Ela acompanhou o


Rodnei nas cirurgias e ficou muito tempo com ele. Na primeira
internação, lá estava ela com ele, e tudo o que ele precisava era ela
quem o ajudava. Ele foi perdendo o movimento dos braços e pernas, e
era ela quem estava por perto. Ele ficou totalmente dependente dela.
Ela dava banho, comida, era uma segunda mãe. Se ele queria tomar um
café diferente ela cuidava, providenciava. O corticoide dava-lhe
muita fome. Quando conseguiu sentar na cama, muito pesado, ela o

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pegava no colo e o colocava na cadeira de rodas pra passear na área
do hospital. Ela contava piadas e o fazia rir. Sou eternamente grata a ela
por ter cuidado de meu filho, no momento em que eu não pude
acompanhá-lo.

Rodnei com seu amigo de coração e Ruth

Na Fundação Sara, uma pessoa que muito me emociona é a Ruth, que


trabalha na cozinha e prepara as refeições dos assistidos. Os dois dão
muito certo um com o outro. Ele pede abraço e comida pra Ruth e ela
o atende com todo o carinho. Ela tem um lugar especial no nosso
coração, desde a outra casa. Ela faz as vontades dele.

Às vezes, chego no corredor do hospital e fico ali, olhando a porta de


saída. Pra mim ela se resume em apenas três palavras: saudades,
esperança e fé. Saudades dos meus outros filhos que estão em casa
sem mim, há tanto tempo, e sem eu poder dar-lhes um abraço.
Esperança que dias melhores virão. Fé que Deus está no controle de
tudo e que meu guerreiro vai ficar bem, e que logo iremos pra nossa
casa. Não estamos sozinhos. O Maior dos médicos está conosco. Eu
creio! Meu filho também!

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Mensagem que recebi do Rodnei, no dia das mães - 2020

Oi, mãe! Olha, queria dizer pra senhora algumas coisas:

Eu te amo muito! A senhora é meu mundo! Eu te amo mil milhões! A cada


sorriso seu, eu fico mais feliz, porque um minuto sorrindo com você
vale mais de mil milhões de anos! Eu amo quando você sorri! Que nada
possa tirar de você esse sorriso! Te amo muito, minha rainha!

Momento de carinho do Rodnei com a sua mãe

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Dados sobre o autor

Rodnei Igor da Silva Serafim

Rodnei Igor da Silva Serafim nasceu em Manhuaçu (MG), no dia 30 de


janeiro de 2001. Atualmente, mora em Simonésia (MG).

Sua mãe é a Michele da Silva Serafim. Seus irmãos são a Vitória


Aparecida da Silva Bento, Richard da Silva Serafim e Luan Victor da
Silva. O Rodnei é o irmão mais velho.

Ele é um adolescente de fala mansa, de bem com a vida, otimista e de


muita fé. É paciente, é alegre e muito comunicativo. Gosta de
aventuras, de estar com sua família e seus amigos.

Um Sorriso de Fé e Esperança é o seu primeiro trabalho como escritor.


O Rodnei continua seu tratamento e sua luta pela vida.
~ Sara Albuquerque
Sobre a Fundaçao
A Fundação Sara Albuquerque nasceu da
convivência que os pais, parentes e amigos
da pequena Sara tiveram com a dor e a
esperança durante seu tratamento de
leucemia, em 1996/1997. O transplante
muito caro fez com que amigos e
colegas da CEMIG se unissem e
promovessem a campanha “Ajude a
Salvar a Vida da Sara”.

Apesar de todo o apoio, Sara faleceu em


Sara Albuquerque
22/11/1997 e, imediatamente após o falecimento, os
Aos 04 anos
pais resolveram colocar em prática o sonho idealizado
durante o tratamento da pequena Sara, pois passaram pela difícil experiência
do tratamento fora de seu domicílio, mesmo com a bênção de contar com o
apoio de amigos, tanto em Belo Horizonte como em São Paulo.

Munidos de fé e determinação, Álvaro e Marlene sentiram que Deus colocava


em suas mãos a missão de investir o que restou da quantia arrecadada na
campanha em algo duradouro, que pudesse levar a outras crianças, como
Sara, e a outros pais, como eles, o alívio e o apoio que tanto tiveram durante a
árdua experiência de sofrimento da própria filha.

Assim, em junho de 1998, foi instituída, em Montes Claros/MG, a Fundação


Sara Albuquerque Costa, para receber e assistir crianças e adolescentes com
câncer, e seus acompanhantes.

Em 2009 a entidade recebeu convite de médicos e empresários de Belo


Horizonte e, após comprovada a viabilidade, foi instalada uma unidade na
capital mineira em julho de 2010, expandindo, assim, a assistência para todo o
estado de Minas Gerais.
Conheça nossa unidade
em Belo Horizonte

Espaço de convivência das famílias

Refeitório

Memorial Sara Albuquerque

Capela

Quarto dos assistidos e acompanhantes


Unidade Montes Claros/MG Unidade Belo Horizonte/MG

Rua André Luiz, 415-Canelas II Rua Manoel Couto, 182


CEP: 39402-384 Cidade Jardim - CEP: 30380-080
Tel: (38) 3214-5500 Tel: (31) 3284-7690

Fundacao Sara

fundacaosara
www.fundacaosara.org.br

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