Um jornal comunista,
de responsabilidade
Bagé, RS, março de 2021
Ano I
Brasil, Socialismo ou Barbárie
Há algum tempo salientávamos
que, no Brasil, seria socialismo ou
barbárie. Não imaginávamos o que
estaria por vir, contudo, no sentido da
barbárie. Frisamos isso principalmente
no que diz respeito ao caos na saúde
pública por conta da pandemia do
coronavírus (COVID-19).
Enquanto países socialistas, ou
que flertam com o socialismo, dão
exemplo no combate a pandemia, o
Brasil se tornou um pandemônio, e essa
epidemia que assola o país está longe de
ter um fim, diferente do caso de China e
Cuba, onde a mesma está relativamente
controlada, onde há vacina para a
população e as campanhas de vacinação
são realmente efetivas. Quando
começou, a ação mais efetiva do governo
foi trazer de volta para o país os
brasileiros que estavam na China, e hoje
os mesmos se arrependem de haver
voltado.
Não precisa muito para notarmos
que o plano do governo genocida era
eliminar vidas, principalmente idosos,
para aliviar os já aliviados cofres da
previdência e privatizá-la, dentre
aproveitar a preocupação com as vidas
para “passar a boiada”. O presidente
sempre negou a pandemia, assim como
seus lacaios. Uma justiça séria já teria
interditado esse governo. Mas não temos
isso. Nem tivemos programas de governo
para auxiliar no combate a pandemia. O
auxilio emergencial foi uma bolsa miséria.
Ou se morria de fome ou de covid por ir
do Partido Comunista
Brasileiro, CM de Bagé,
Edição nº 001 RS, Brasil.
as ruas atrás do sustento. Países
capitalistas minimamente responsáveis
suspenderam as cobranças de água, luz
e aluguel. O Brasil, ao contrário, subiu o
preço dos alimentos básicos, do gás, do
combustível, tudo desenfreadamente. A
democracia burguesa sentou em cima de
pedidos de impeachment e se
banqueteou com as medidas e emendas
do presidente. Por isso, é o momento de
exigirmos, mais do que nunca, VACINAS
PARA TODOS JÁ, AUXÍLIO
EMERGENCIAL JÁ, FORA
BOLSONARO E MOURÃO!
O colapso no RS e em Bagé
A má gestão atinge também o
estado e o município. Eduardo Leite
lavou suas mãos sobre a pandemia ao
permitir a cogestão entre os municípios,
quando, por exemplo, permitiu que Bagé,
em bandeira preta, operasse sob
protocolos de bandeira vermelha, e
ensaiou a volta as aulas, buscando
contentar o ensino privado, que pensa no
lucro acima da vida, mal do capitalismo,
inclusive. No momento em que todo o RS
está em bandeira preta, dois prefeitos
genocidas foram os primeiros a querer
manter o comércio aberto: o de Porto
Alegre e o de Bagé. Salve a economia,
sacrifique sua vida indo trabalhar, porque
o seu patrão não irá sair de casa. Esse é
o momento mais crítico da pandemia até
agora, a saúde está colapsada, não
existem mais leitos disponíveis nos
hospitais, mas para esses dois prefeitos,
a sua vida não vale nada, visto o ineficaz
sistema de vacinação.
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 COMUNA CULTURAL: ARTE E HISTÓRIA COMUNISTA
O Partido Comunista Brasileiro é o
partido mais antigo do Brasil em
atividade, tendo sido fundado em 25 de
março de 1922, pelos trabalhadores que
estão nessa foto acima. Nasceu das lutas
trabalhistas que eclodiam no país, das
greves, e também do triunfo da
Revolução Russa, o primeiro Estado
proletário do mundo. Nasceu sob a sigla
PCB - Partido Comunista do Brasil,
publicado no Diário Oficial da União em 4
de abril de 1922 sendo Partido
Comunista - Seção Brasileira da
Internacional Comunista - PC-SBIC. Na
década de 50, seguindo normativa
internacional, alterou seu nome para
Partido Comunista Brasileiro, e de uma
cisão interna do partido, nasceu o PC do
B, fundado em 1962.
A história do Partidão é longa, com
grandes quadros, e com uma luta
incansável pelos direitos da classe
trabalhadora e pelo povo em geral,
baseado no marxismo leninismo. Foi
posto na ilegalidade por mais de uma
vez, mas seus militantes resistiram ao
tempo e aos porões das ditaduras. Na
legalidade, promulgou leis expressivas,
como o direito a liberdade de culto, pois
antes disso eram proibidos encontros de
religiões de matriz africana, por exemplo.
Nossa história é o que nos faz gritar:
VIVA O PARTIDO COMUNISTA
BRASILEIRO!
PCB
Eles eram poucos.
E nem puderam cantar muito alto a
Internacional.
Naquela casa de Niterói em 1922.
Mas cantaram e fundaram o partido.
Eles eram apenas nove, o jornalista
Atrogildo, o contador Cordeiro, o gráfico
Pimenta, o sapateiro José Elias, o
vassoureiro Luís Peres, os alfaiates
Cendon e Barbosa, o ferroviário
Hermogênio.
E ainda o barbeiro Nequete, que citava
Lênin a três por dois.
Em todo o país eles eram mais de
setenta.
Sabiam pouco de marxismo, mas tinham
sede de justiça e estavam dispostos a
lutar por ela.
Faz sessenta anos que isso aconteceu, o
PCB não se tornou o maior partido do
ocidente, nem mesmo do Brasil.
Mas quem contar a história de nosso
povo e seus heróis tem que falar dele.
Ou estará mentindo.
Ferreira Gullar, por ocasião do
aniversário de 60 anos do partido.
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