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Números estatísticos e realidades: Uma proposta

REFLEXÕES NA PANDEMIA
de reflexão sobre a pandemia de Covid-19 no Brasil
Klarissa Platero
Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ, Brasil
Fabian Gomes
Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ, Brasil

D
esde 21 de março de 2020, temos nos dedicado ao exercício de coleta, compilação e
análise descritiva dos números oficiais, publicizados pela Organização Mundial da
Saúde (OMS), sobre casos e mortes relacionados ao contágio pelo vírus Sars-CoV-2, que
provoca a infecção denominada Covid-19. Iniciamos uma produção de textos breves,
direcionados ao público em geral e, especialmente, aos estudantes do curso de Bacharelado em
Segurança Pública e Social da Universidade Federal Fluminense (UFF). Nomeamos o conjunto
dessas descrições de “Cadernos Especiais sobre Covid-19”, e estes se encontram no endereço
eletrônico do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Sujeitos, Sociedade e Estado (Nepsse)1.
A motivação para escrever este texto advém dos desafios colocados pelas características singulares
dos dados referentes a casos e mortes por essa infecção. Em primeiro lugar, tem-se que se considerar
as variáveis tempo e espaço no que tange ao estabelecimento de comparações entre esses conjuntos de
dados. Se tratarmos apenas de países, por exemplo, é preciso levar em conta o tempo decorrido entre
o primeiro caso registrado e a data em que a análise é realizada. Além disso, mostra-se fundamental
estabelecer uma padronização dos valores desses conjuntos de dados, uma vez que a amplitude dos
mesmos é muito diferente em cada conjunto observado. Essas observações de cunho metodológico
restarão mais claras no decorrer do texto, quando olharmos para os números expressos em gráficos.
Por ora, queremos destacar que a busca por superar esses limites analíticos nos fez questionar
como os Estados, principalmente o Estado brasileiro, podem construir realidades inerentes à
pandemia a partir desses dados. Em outras palavras, o modo como os gestores públicos
manipulam e publicizam os resultados advindos da análise desses dados pode influenciar a prática
das ações cotidianas dos sujeitos. E essas ações práticas podem levar a um aumento ou a uma
diminuição do nível de contágio por Covid-19 num determinado território. Nossa intenção é
compreender se, e como, esse cenário está tendo lugar no Brasil.
A perspectiva sociológica da construção social da realidade, em especial a da etnometodologia,
traz o entendimento segundo o qual as estatísticas oficiais não conseguem mensurar todo o escopo
daquilo que pretendem refletir, independentemente da área da gestão pública a que se referem —
segurança, educação, saúde etc. Essa escola nos ensina, entre muitas outras coisas, que as estatísticas
oficiais constituem relatos justificadores das ações promovidas pelo Estado, accounts (GARFINKEL,
1967), que se tornam prestações de contas à sociedade. Os números oficiais não poderiam refletir,
portanto, a realidade objetiva. Diferentemente, eles refletem uma realidade socialmente construída
(BERGER e LUCKMANN, 1981). No Brasil, por exemplo, as estatísticas oficiais sobre mortes

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violentas, especialmente homicídios, são compreendidas por pesquisadores interessados no


funcionamento da Justiça Criminal como uma construção social e institucional desse tipo de crime
(MISSE, 2010; VARGAS, 2014; SILVA, 2013; PLATERO e VARGAS, 2017).
Este texto foi encerrado em 8 de abril de 2020. Até o dia anterior, o Brasil acumulava 14.039
casos registrados e publicizados de contaminação por Covid-19 e 687 mortes registradas e
publicizadas. Mas, em um cenário de pandemia, esses números sozinhos não dizem muita coisa.
É preciso estabelecer comparações no tempo e no espaço. Por motivos que apresentaremos mais
ao final do texto, escolhemos três países para comparar com o Brasil: EUA, Itália e Espanha. Vale
observar que o registro do primeiro caso em cada um desses países ocorreu cerca de 30 a 40 dias
antes do primeiro registro no Brasil. Isso nos coloca o desafio do tempo: como lidar com
temporalidades diferentes em termos estatísticos? Dada a forma de transmissão do vírus2,
consideramos razoável fixar todos os primeiros casos no “Dia 1” do contágio.
Feito isso, construímos a linha do tempo e observamos um crescimento de característica
exponencial. Isso nos levou ao desafio do espaço: como tratar conjuntos de dados com amplitudes tão
díspares e com crescimento exponencial? A estratégia foi proceder a uma padronização dos dados. Há
várias formas de padronização estatística, sendo uma das mais simples colocar os dados em uma escala
logarítmica de base 10. Essa escala contempla o crescimento exponencial de um conjunto de dados: 0,
10, 100, 1 mil, 10 mil, 100 mil e assim por diante. Com isso, conseguimos colocar num mesmo parâmetro
de comparação um território com 10 mil casos e outro com mais de 100 mil casos. Os gráficos abaixo
trazem o número de casos e o número de mortes para esses quatro países, considerando o período
decorrido entre o primeiro caso registrado em cada um deles e o dia 7 de abril de 2020.

Gráfico 1 – Variação diária do número acumulado de casos de Covid-19 desde o primeiro caso registrado até 7
de abril de 2020: EUA, Itália, Espanha e Brasil (em escala logarítmica)

Fonte: OMS (https://www.bing.com/covid – acesso em 8 de abril de 2020)

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Gráfico 2 – Variação diária do número acumulado de mortes por Covid-19 desde o primeiro caso registrado até
7 de abril de 2020: EUA, Itália, Espanha e Brasil (em escala logarítmica)

Fonte: OMS (https://www.bing.com/covid – acesso em 8 de abril de 2020)

Observando-se apenas a curva verde, referente ao Brasil, notamos que o crescimento dos
números de casos e de mortes teve um início mais prematuro, especialmente no que se refere aos
óbitos. O Gráfico 3, na próxima página, mostra que o Brasil contabiliza mais mortes que Espanha e
EUA e um número próximo ao da Itália, decorridos 40 dias após o primeiro caso registrado em cada
país. Para complementar essa interpretação, vale comparar o indicador letalidade para esses quatro
países. Trata-se de um cálculo simples: o percentual de número de mortes por Covid-19 em relação
ao número total de casos. Segundo esse indicador, a letalidade no Brasil, no quadragésimo dia do
ciclo de contágio, é igual a 4,9%, bastante superior aos valores encontrados para EUA e Espanha
(Gráfico 3), quando estes se encontravam no quadragésimo dia do ciclo de contágio.

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Gráfico 3 – Variação diária da letalidade por Covid-19 desde o primeiro caso registrado até 7 de abril de 2020:
EUA, Itália, Espanha e Brasil

Fonte: OMS (https://www.bing.com/covid – acesso em 8 de abril de 2020)

O indicador3 letalidade por Covid-19 tem sido questionado por diversos setores da
sociedade, uma vez que os números oficiais refletem a dimensão da política pública de testagem
da população para a doença (MARINS, 31/03/2020). Ora, quanto maior o número de indivíduos
testados e confirmados, menor será o valor da letalidade, especialmente se o número de mortes se
mantiver estável. É exatamente o que podemos observar na curva correspondente aos EUA. A
letalidade atinge rapidamente o valor próximo a 7%, ou 9 mortes. A partir desse momento, o valor
cai abruptamente, chegando próximo a 1%, ou 311 mortes. As pessoas deixaram de morrer? Não.
O que ocorreu foi um aumento no volume de exames realizados junto à população (PODER360,
27/03/2020). O que fez o valor do indicador letalidade baixar foi o aumento do denominador
“número de casos registrados”. Voltando-se a se observar a curva dos EUA no Gráfico 3, vemos
que a letalidade já está próxima dos 4%, o que indica mais de 12.758 mortes em 7 de abril, quando
este texto foi concluído. Nesse exemplo, fica claro, portanto, que enquanto o indicador letalidade
diminui, o número de mortes aumenta exponencialmente.
Esse é um exemplo bom para pensar na discussão teórica aqui levantada, sobre como os
Estados se valem das estatísticas produzidas por eles mesmos para passar à sociedade, aos
indivíduos, uma sensação de tranquilidade e segurança, na tentativa de demonstrar controle da
situação. Como dito nas primeiras páginas, as estatísticas são mais bem interpretadas se forem
consideradas como um artefato que permite a construção social de uma realidade. Desde o
momento em que a OMS altera a classificação da endemia para pandemia (em 11 de março), o

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descarte ou a confirmação de casos suspeitos ganha destaque na avaliação laboratorial e clínica


em pacientes, bem como se começa a questionar a validação post-mortem de diagnósticos em
casos de óbitos com suspeitas da infecção. No caso específico das estatísticas brasileiras, temos
que considerar ainda a possibilidade de haver grande subnotificação em relação a óbitos com
suspeição de contágio. Além disso, há déficit de material para testagem em massa da população,
bem como para testagem de pessoas internadas por intercorrências muito próximas às provocadas
pela infecção, como o próprio Estado vem afirmando diariamente (G1, 03/04/2020).
Outro exemplo empírico que ilustra a discussão teórica teve lugar no Brasil, em 4 de abril.
Numa coletiva de imprensa, um dos gestores do Ministério da Saúde respondeu a uma jornalista
que a curva do Brasil “estava tranquila”, quando comparada às curvas de EUA, Itália e Espanha,
a partir do centésimo caso registrado em cada país (JORNAL GLOBONEWS, 04/04/2020). Esse
foi o motivo pelo qual escolhemos esses países para trabalhar a discussão que nos propusemos
fazer aqui. Instigados por essa assertiva4, voltamos a olhar para a linha temporal — em escala
logarítmica — a partir do registro do centésimo caso. O exercício que apresentamos nos Gráficos
4 e 5 (a seguir) foi feito com base em duas alternativas. Para elaborar o Gráfico 4, desconsideramos
o tempo decorrido entre o primeiro e o centésimo caso. Já no Gráfico 5, consideramos o tempo
decorrido nesse intervalo. Seguem os resultados:

Gráfico 4 – Variação diária do número acumulado de casos de Covid-19 registrados desde o centésimo caso até 7
de abril de 2020, desconsiderando o tempo decorrido desde o primeiro caso registrado: EUA, Itália, Espanha e Brasil

Fonte: OMS (https://www.bing.com/covid – acesso em 8 de abril de 2020)

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Gráfico 5 – Variação diária do número acumulado de casos de Covid-19 registrados desde o centésimo caso até 7
de abril de 2020, considerando o tempo decorrido desde o primeiro caso registrado: EUA, Itália, Espanha e Brasil

Fonte: OMS (https://www.bing.com/covid – acesso em 8 de abril de 2020)

Observando a curva verde (Brasil) em comparação com as demais, notamos que, no Gráfico
4, ela apresenta um desenho que permite passar a sensação de tranquilidade, já que está abaixo
das outras curvas. Mas, quando olhamos o Gráfico 5, relembramos, que considera o tempo
decorrido desde o primeiro caso, vemos que o centésimo ocorreu mais cedo no Brasil. Ele mostra
ainda que o Brasil acumulou 10 mil casos próximo ao quadragésimo dia do ciclo de contágio. O
mesmo pode ser dito para descrever a curva referente à Itália (vermelha): este país também
acumulava cerca de 10 mil casos em torno de seu quadragésimo dia do ciclo. Nesse cenário, já não
podemos falar em “curva tranquila”.
Fizemos ainda um último exercício de comparação. Desta vez, abrindo mão da escala
logarítmica: num primeiro momento, observamos a variação diária do número acumulado de
casos desde o centésimo caso registrado até 7 de abril de 2020; posteriormente, olhamos para a
variação diária do número acumulado de casos decorridos 40 dias após o primeiro caso registrado,
momento em que o Brasil se encontra atualmente (Gráficos 6 e 7, na próxima página).

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Gráfico 6 – Variação diária do número acumulado de casos de Covid-19 registrados desde o centésimo caso até 7
de abril de 2020, desconsiderando o tempo decorrido desde o primeiro caso registrado: EUA, Itália, Espanha e Brasil

Fonte: OMS (https://www.bing.com/covid – acesso em 8 de abril de 2020)

Gráfico 7 – Variação diária do número acumulado de casos de Covid-19 registrados desde o centésimo caso
registrado, considerando 40 dias após o primeiro caso registrado: Itália, Espanha e Brasil

Fonte: OMS (https://www.bing.com/covid – acesso em 8 de abril de 2020)

No Gráfico 6, observando-se desde o centésimo caso até 7 de abril e se desconsiderando o


tempo decorrido desde o primeiro registro, os dados correspondentes ao Brasil estão bem abaixo
dos registrados para os demais países. Já no Gráfico 7, quando olhamos a linha do tempo 40 dias
após o registro do primeiro caso, observamos que as barras verdes crescem muito mais que as

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barras vermelhas e laranjas. Não há barras azuis, pois o número de casos nos EUA nem chegava
a 100 casos, decorridos 40 dias desde o início do ciclo de contágio. Complementando o
apresentado no Gráfico 5, o Brasil registra seu centésimo caso entre os dias 16 e 17 do início do
ciclo de contágio, sendo o primeiro neste conjunto de países a registrar tal volume.
A discussão que visamos estabelecer com este texto volta-se mais para compreender como as
estatísticas funcionam como objeto nas mãos dos gestores públicos na busca pela construção de
uma realidade que lhes seja favorável. Não há que se falar em forma certa ou errada de analisar os
dados oficiais sobre casos e mortes relacionados à pandemia por Covid-19. Vimos que as escolhas
metodológicas determinam os resultados extraídos, que podem se mostrar extremamente
discrepantes. De um lado, os dados podem expressar uma sensação de tranquilidade. De outro,
podem desenhar um cenário de maior preocupação.
Não pretendemos com este artigo colocar em xeque a veracidade das informações veiculadas
pelo Estado brasileiro na figura do Ministério da Saúde. Nosso horizonte foi refletir sobre a pandemia
da Covid-19 a partir do olhar sociológico sobre as estatísticas oficiais. Ao buscar os dados diretamente
na fonte, podemos compreender melhor os accounts vindos do Estado por meio de seus porta-vozes.
Esses relatos justificadores podem ser interpretados em um nível macrossociológico, mais
ligado à dimensão da estrutura. Alçado a esse nível da interpretação sociológica, podemos esperar
que esses relatos de prestação de contas à sociedade tendem a influenciar as ações práticas
cotidianas dos sujeitos. Essas ações individuais estariam vinculadas, por sua vez, ao nível
microssociológico, às rotinas de cada um. Assim, a ideia de aparente tranquilidade expressada por
uma curva de dados estrategicamente desenhada pode fazer com que parte dos sujeitos, por
exemplo, deixe de adotar o isolamento social como medida eficaz de prevenção ao contágio por
Covid-19. A ruptura dessa medida pode trazer consequências reais como o aumento ainda mais
exponencial do número de contágios e de mortes por conta da doença.
Entendemos que uma discussão responsável sobre a pandemia prescinde de eufemismos e
pressupõe diálogo rotineiro entre Estado e cientistas, incluindo aqui os cientistas sociais. E uma das
formas profícuas para o estabelecimento desse diálogo passa, necessariamente, por questionamentos,
reflexões e interpretações sobre o que as estatísticas oficiais têm a nos dizer neste momento. E, mais, a
partir desse diálogo entre cientistas sociais e Estado, tornar factível o planejamento e a implementação
de políticas públicas alinhadas com as especificidades sociodemográficas brasileiras, tornando-as mais
eficazes e eficientes no que concerne ao combate à pandemia por Covid-19 no Brasil.

Notas

1
O Nepsse é um grupo de pesquisa registrado no Diretório do CNPq, abrigado no Departamento de Segurança Pública
do Instituto de Estudos Comparados em Administração de Conflitos (InEAC) da Universidade Federal Fluminense (UFF).
Para mais informações, ver (on-line): www.nepsse.com. Os autores deste artigo, respectivamente coordenadora e
pesquisador do núcleo, agradecem às valiosas contribuições de Juliana Vinuto Lima e Lígia Duque Platero, pelos diálogos
e revisões.

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Para compreender o avanço do contágio pelo vírus Sars-CoV-2 a partir de sua origem, é importante compreender mais
sobre infecções virais. No caso específico, a Covid-19 teve origem a partir da mutação genética de um vírus comumente
encontrado em animais e transferido para humanos por meio da contaminação de alimentos, água com saliva,
mordeduras, arranhões e/ou aerossóis, sendo assim uma zoonose. Ou seja, o vírus hospedado em um animal conseguiu
infectar humanos. É possível mapear a biogeografia dessa transmissão viral, o que nos leva à China como local da
transferência zoonótica. Em outras palavras, o processo de transmissão da Covid-19 tem início com a transmissão
zoonótica, de animais para humanos. Posteriormente, se dá de duas maneiras entre os humanos: de forma comunitária,
de pessoa para pessoa dentro de um determinado território; e importada, quando um indivíduo infectado transporta o
vírus consigo para uma região distante de onde houve a infecção originária. Em Wuhan (China), por exemplo, houve
transmissão comunitária. Já no Brasil, detectou-se primeiro a transmissão importada e depois, comunitária. A infecção
bem-sucedida do vírus, seguida de uma adaptação natural do vírus em humanos, rapidamente tornou-se endêmica, e
devido a seu alto grau de contágio, ganhou status de pandêmica ao ser verificada em diversos países, impulsionada pela
globalização da mobilidade humana.
3
Para aprofundamento sobre construção de indicadores, ver Januzzi (2004).
4
Reflexões que nos foram muito úteis sobre como contestar uma estatística podem ser encontradas em Huff (2016).

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Referências

BERGER, Peter; LUCKMANN, Thomas. A construção social da realidade: Tratado de sociologia do


conhecimento. Petrópolis: Vozes, 2002.
GARFINKEL, Harold. Studies in Ethnomethodology. Englewood Cliffs (EUA): Prentice Hall, 1967.
HUFF, Darrel. Como mentir com estatística. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2016.
JANUZZI, Paulo de Martino. Indicadores sociais no Brasil: Conceitos, fontes de dados e aplicações.
Campinas: Alínea, 2004.
MISSE, Michel. “Crime, sujeito e sujeição criminal: Aspectos de uma contribuição analítica sobre a
categoria ‘bandido’”. Lua Nova: Revista de Cultura e Política, n. 79, pp. 15-38, 2010.
PLATERO, Klarissa Almeida Silva; VARGAS, Joana Domingues. “Homicídio, Suicídio, Morte acidental...
o que foi que aconteceu?”. Dilemas: Revista de Estudos de Conflito e Controle Social, vol. 10, n. 3,
pp. 621-641, 2017.
SILVA, Klarissa Almeida. A construção social e institucional do homicídio: Da perícia em local de
morte à sentença condenatória. Tese (doutorado), PPGSA, UFRJ.
VARGAS, Joana Domingues. “Fluxo da Justiça Criminal”. In: LIMA, Renato Sérgio de; RATTON, José Luiz;
AZEVEDO, Rodrigo G. (orgs). Crime, polícia e justiça no Brasil. Porto Alegre: Contexto, 2014, pp.
411-426.

Fontes da imprensa

G1. “Coronavírus: por que o Brasil ainda não conseguiu fazer testes em massa? OMS recomenda testar
toda pessoa suspeita de ter se infectado, mas faltam materiais para testes e demanda supera
capacidade dos laboratórios. Aumentar testagem é fundamental para saber tamanho real da epidemia
e elaborar estratégias de combate ao vírus”. G1, Bem Estar, 3 de abril de 2020. Disponível (on-line)
em: https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/noticia/2020/04/03/coronavirus-por-que-o-brasil-
ainda-nao-conseguiu-fazer-testes-em-massa.ghtml (acesso em 8 de abril de 2020).
JORNAL DA GLOBONEWS. “Curva de crescimento do coronavírus no Brasil está abaixo de Espanha
Itália e EUA”. Globo News, 04 de abril de 2020. Disponível (on-line) em:
https://g1.globo.com/globonews/jornal-globonews/video/curva-de-crescimento-do-coronavirus-
no-brasil-esta-abaixo-de-espanha-italia-e-eua-8457894.ghtml (acesso em 5 de abril de 2020).
MARINS, Carolina. “Falta de testes infla taxa de letalidade do coronavírus no Brasil”. UOL, Coronavírus,
31 de março de 2020. Disponível (on-line) em: https://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-
noticias/redacao/2020/03/31/taxa-letalidade-coronavirus-brasil-mundo.htm (acesso em 8 de abril de
2020).
PODER360. “Passa de 100 mil o número de casos de Covid-19 nos Estados Unidos: Mortes passam de
1.540 no país Trump sancionou pacote econômico e convocou ação de médicos militares”. Poder360,
27 de março de 2020. Disponível (on-line) em: https://www.poder360.com.br/coronavirus/passa-de-
100-mil-o-numero-de-casos-de-covid-19-nos-estados-unidos/ (acesso em 8 de abril de 2020).

KLARISSA PLATERO (klarissaplatero@id.uff.br) é


professora do Departamento de Segurança Pública
(DSP) do Instituto de Estudos Comparados em
Administração de Conflitos (InEAC) da Universidade
Federal Fluminense (UFF, Niterói, Brasil) e
coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre

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Sujeitos, Sociedade e Estado (Nepsse), da UFF. É


doutora pelo Programa de Pós-Graduação em
Sociologia e Antropologia (PPGSA) da Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ, Rio de Janeiro, Brasil),
mestre pelo Programa de Pós-Graduação em
Sociologia (PPGS) da Universidade Federal de Minas
Gerais (UFMG, Belo Horizonte, Brasil) e tem graduação
em ciências sociais pela UFMG.

FABIAN GOMES (fabiangomes@id.uff.br) é aluno do


curso de Bacharelado em Segurança Pública e Social
da UFF e pesquisador do Nepsse/UFF.

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