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O estudo “Mortes evitáveis por Covid-19” foi realizado a partir de iniciativa do grupo Alerta,
que conta também com a participação das seguintes organizações: Anistia Internacional Brasil;
Centro Santo Dias de Direitos Humanos da Arquidiocese de São Paulo; Inesc – Instituto de Estudos
Socioeconômicos; Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social; e, SBPC- Sociedade
Brasileira para o Progresso da Ciência.
Para dimensionar o impacto da Covid-19 na mortalidade foram utilizadas as bases de dados:
Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), Cartórios de Registro Civil (CRC), PNAD Covid-19
IBGE (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD), Sistema de Informação da
Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP – Gripe – banco de dados para registro de óbitos e
casos hospitalizados por síndromes respiratórias aguadas graves – SRAG) e Cadastro Nacional de
Estabelecimentos de Saúde (CNES).
As estimativas foram baseadas no quantitativo de mortes que excederam os parâmetros
comparados a expectativa relacionada a região em um período específico, no caso do estudo foram
comparados dados obtidos no Cartórios de Registro Civil (CRC) nos anos de 2020/2021 aos dados
obtidos nos anos de 2015/2019 pelo Sistema de Informação de Mortalidade (SIM).
Nos primeiros 12 meses da pandemia considerou-se as mortes naturais, que significa a
exclusão de mortes por causas externas, óbito decorrente de lesão provocada por violência
(homicídio, suicídio, acidente ou morte suspeita).
O conceito de ‘mortes evitáveis’ adotado para estudo assumiu duas dimensões pragmáticas:
evitáveis por medidas populacionais e por ações e serviços de saúde. Os dados tratados
evidenciaram relações quantitativas que demonstram um modelo de governança que objetivaram a
morte como método para o combate ao vírus.
Os dados mostram que a população mais pobre sofreu mais mortes em todos os dados
epidemiológicos, ao relacionarmos as mortes no serviço público como prioritariamente o local onde
a classe menos favorecida se tratou contra o corona vírus enquanto que o setor privado recebeu em
sua maioria representantes da classe abastada.
Para além disso podemos analisar os dados em relação aos estados governados por aliados ao
governo federal e que por consequência apoiaram a necropolitica ora evidenciada na tabela a seguir:
Mortes em
Média % por estado % Total
Situação excesso
107635 11959,444444 3,92% 35,26% % Diferença
de mortes na
média por
estados
Mortes em
Média % por estado % Total
Oposição excesso
197643 10980,166667 3,60% 64,74% 0,32%
Tabela 1: Os dados da tabela foram retirados do estudo “Mortes evitáveis por Covid-19”
A Nota Técnica do Alerta Covid-19 não contém provas, no sentido jurídico-legal do termo,
mas avança e fundamenta hipóteses e estimativas sobre mortes evitáveis. O documento
atesta que milhares de mortes poderiam ter sido evitadas por estratégias acertadas e
coordenadas de enfrentamento da pandemia. Vidas singulares, insubstituíveis, foram
perdidas, como se tivessem escorrido entre os dedos. Uma experiência histórica muito
amarga. Muitos e muitas poderiam estar entre nós estudando, trabalhando, escrevendo,
vivendo, enfim, e contribuindo para nos tornarmos um país mais solidário e igualitário.
(WERNECK et al, 2021, p.35)
REFERÊNCIA