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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

INSTITUTO DE PSICOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA

Considerações sobre a política de morte: Psicanálise, morte e luto em um hospital


referência em COVID-19

ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: Estudos da Subjetividade


LINHAS DE PESQUISA: Subjetividade, Política e Exclusão social
ORIENTADOR: Paulo Vidal

Maycon Bitencourt de Souza

Niteroi – RJ
2022
INTRODUÇÃO

Esta pesquisa pretende demonstrar, por meio de depoimentos e relatos, como se


deu a prática da psicanálise durante a pandemia em um hospital de referência no
tratamento dos pacientes acometidos pela COVID-19 localizado Estado do Rio de Janeiro,
no qual é exercido o cargo de psicólogo desde junho de 2020.
Ao tempo em que faremos a demonstração dessa prática, analisaremos os
discursos produzidos pelos usuários e trabalhadores da unidade frente ao adoecimento, à
morte e ao luto. Para tal, desnudaremos a política de morte por meio da análise dos
discursos atravessados por essa política orientados pelo olhar psicanalítico.
Partiremos da hipótese de que esse discurso de morte se impõe ao sujeito na
medida em que seus autores, cuja opinião é referendada pela sua posição social de figuras
públicas representantes do Estado, estão presentes constantemente nas mídias sociais e
manchetes dos principais jornais, tornando-se referência, um líder, em relação aos seus
seguidores. A principal liderança que desponta como autor destes discursos de morte é o
Presidente da República, responsável por conduzir a política de morte, fruto dos discursos
produzidos.
Os meios de comunicação repercutem tais discursos que estimulam os apoiadores,
de forma recorrente, a não seguir protocolos de proteção indicados pela OMS –
Organização Mundial de Saúde, e pelas principais autoridades em saúde do Brasil: a
vacinação, uso de máscaras e o isolamento social. Os diálogos a seguir ocorrem entre o
presidente e alguns de seus seguidores:
[...]
“Foto, só quando não precisar de máscara, viu? Eu espero”, disse a apoiadora.
“Tem algum médico aí? Eficácia dessa máscara é quase nenhuma”, respondeu
Bolsonaro.
“Não, eu espero o dia que a gente não usar mais”, comentou a mulher.
“Acho que não tem que ter máscara nenhuma, tem nada a ver”, afirmou outro
apoiador.
Daí, Bolsonaro repetiu: “Eficácia da máscara é quase nenhuma.” (RODRIGUES,
2020)
Em outro momento o Presidente em discurso contra o isolamento social:

Vocês não pararam durante a pandemia. Vocês não entraram naquela


conversinha mole de “fique em casa”, que a economia a gente “vê depois”. Isso é
para os fracos. O vírus, eu sempre disse, era uma realidade, e tínhamos que
enfrentá-lo. Nada de se acovardar perante aquilo que nós não podemos fugir
dele. (EM MATO, 2020).
Jair Messias Bolsonaro é um capitão da reserva do Exército brasileiro, ex-
vereador e ex-deputado com mais trinta anos na política. Mesmo assim, para seus eleitores
ele encarnaria a renovação da política brasileira retomando a retórica do combate ao
comunismo, a defesa da família tradicional e cristã, da liberação do porte de armas para a
população em geral. De um ideal, definido por ele, como conservador de costumes e liberal
na economia.
Seu discurso é constituído de neologismos e bordões de fácil assimilação
(GLOSSÁRIO, 2019)1 com a presença constante nas suas mídias sociais. O discurso
caracteriza-se por uma linguagem simplória que alinha sua imagem à figura de líder da
nova política. Ocupando o lugar de Ideal do Eu para uma parte da massa, que como
veremos, ansiaria por justiça: “A esse ideal do Eu dirige-se então o amor a si mesmo, que
o Eu real desfrutou na infância” (FREUD, 1914/2010). Sobre essa relação de objeto do
líder/massa, Freud (1921/2010, p. 59) diz:

Uma massa primária desse tipo é uma quantidade de indivíduos que puseram um
único objeto no lugar de seu ideal do Eu e, em consequência, identificaram-se
uns com os outros em seu Eu. Essa condição admite uma representação gráfica:

Figura 1

Na Figura I o líder assume o lugar de Ideal do Eu de cada Eu da massa, unindo-os


pela figura desse poderoso líder que não temeria o vírus colocando-se contrário aos
“fracos” (EM MATO, 2020, s/p) que fariam o distanciamento social e tomariam vacinas,
vangloriando-se de seu suposto “histórico de atleta” (2…, 2020, s/p) que o deixaria imune
ao vírus. Nos comentários de suas redes sociais, pelo imaginário dos seus seguidores, ele
figura como o herói, mito, capitão e messias (BOLSONARO, 2021), este último
significante aparece em seu nome.
Freud (1921/2010, p. 71) prossegue indicando: “O pai primevo é o ideal da massa,
que domina o Eu no lugar do ideal do Eu”. Toda essa construção do poder carismático
reúne no seu entorno seguidores que produziriam um modo específico de reação ao que

1
“Marxismo cultural”, “viés ideológico”, “globalismo”, “extrema imprensa”, “dominação
comunista”, “despetização” “doutrinação”, “ideologia de gênero”, etc. (GLOSSÁRIO, 2019).
não é aprovado pelo líder (Ibidem).
Os relatos abaixo são situações e falas ouvidas entre junho de 2020 e setembro de
2021, no hospital referência para COVID-19 no Estado do Rio de Janeiro, na linha de
frente do combate ao Corona Vírus.
1. Uma paciente admitida no CTI, com a carga máxima de suporte de
Oxigênio, evoluiu com necessidade de suporte de ventilação não-invasiva –
VNI, com a finalidade de evitar intubação. O setor de psicologia foi solicitado para
auxiliar a equipe de fisioterapia na sensibilização do paciente que se negava a aderir aos
procedimentos necessários. O paciente relata: “Não tenho problemas com os
procedimentos, mas não vou fazer. Já tomei as medicações preventivas, não estou com
COVID-19. Trocaram meu diagnóstico para aumentar os números e prejudicar o capitão” –
Disse o paciente em franca dificuldade respiratória. O paciente foi intubado2 no mesmo
dia. Em menos de uma semana morreu.
2. As notificações de óbito são de responsabilidade da equipe médica que
recebem acompanhamento da equipe de psicologia e do serviço social. A paciente que
morreu tinha quadro sugestivo3 de COVID-19 o que justificou a regulação para o hospital
referência, mas o exame positivo para SARS-CoV-2 ainda não estava disponível no
sistema integrado4 no momento da notificação. O médico teria que notificar na declaração
de óbito, no campo causa da morte: “suspeita de COVID-19”, isso implicaria na limitação
do ritual de sepultamento5 devido as medidas sanitárias. O filho que acompanhava a
notificação negou-se a aceitar a declaração de óbito: “Sei que ela não tem essa doença. Isso
era coisa dessa ‘Petralhada’. Vocês não têm culpa. Vocês são pressionados para colocar
isso nos atestados para aumentar os números de mortos […]”. Ele relacionava o quadro
sugestivo de COVID-19 a uma suposta pressão nos profissionais de saúde para
diagnosticar os pacientes com a doença.
3. Durante uma comunicação de óbito de um idoso os familiares relataram que
o paciente se recusara a ser vacinado. A filha relata que o pai apenas recentemente, havia
tomado a primeira dose da vacina, pois apresentava forte resistência a receber a vacina:
“Ele recebia mensagens de WhatsApp dizendo que, caso fosse vacinado, ‘viraria jacaré’”.
2
Quando os pacientes perdiam a consciência ou quando ocorria rebaixamento de consciência por hipóxia
devido a COVID-19 o médico realizava o procedimento de intubação independente da vontade do
adoecido.
3
Quadro sugestivo é exame de imagem, desaturação e dependência de oxigênio.
4
GAL – Gerenciador de Ambiente Laboratorial, plataforma da FIOCRUZ, onde são registrados os
resultados de exames COVID-19.
5
Caixão lacrado e limite do tempo e de pessoas no velório.
Reproduzindo uma conhecida frase do presidente da República (ALFANO, 2021, p.4).
A prática na linha de frente do hospital de referência em COVID-19 possibilitaria
o reconhecimento de discursos orientadas por uma política de morte que afetaria o
tratamento e os rituais de morte a partir do campo teórico psicanalítico?
A partir desta questão, revisitaremos os conceitos psicanalíticos que
possibilitariam a concatenação entre a teoria e a prática da psicanálise no hospital,
identificando o lugar do analista nessa dinâmica.
JUSTIFICATIVA

O relato da prática em hospital, à luz da psicanálise, permite construir um


enlaçamento importante dos conceitos e a prática da psicanálise em hospital durante a
pandemia. Os relatos que serão analisados são frutos de cento e oitenta e seis notificações
de Óbito, mais de dois mil atendimentos em leito e acolhimento de famílias, trezentos
óbitos mensais, e principalmente pela interação com os profissionais da equipe
multidisciplinar composta por: Psicologia, Serviço Social, Fonoaudiologia, Nutrição,
Odontologia, Fisioterapia, Enfermagem, Farmacologia e Medicina. A experiência
assustadora na linha de frente ainda repercute na saúde mental desses profissionais,
modificando a relação com o luto e o adoecimento.
As interações com real da morte representaram um marco na forma de encarar a
vida e a liberdade. Respectivamente, pelas mais de quinhentas mil mortes e o pelo modo
como o Estado restringiu as liberdades individuais.
Este trabalho visa reconhecer a hipótese da existência de um nexo causal entre o
discurso de morte produzido pelo líder e a reprodução deste discurso pela massa.
Repercutindo no tratamento da doença e no processo do luto dos seguidores deste líder e
nos demais que interagiram de alguma forma com os reprodutores desse discurso.
Considerando para isso que, não fosse o modo de operação do Estado pela política de
morte, a crise pandêmica no Brasil teria rumos menos catastróficos.
Por fim, o trabalho tratará tais políticas por um olhar lacaniano, método pelo qual
pretenderemos analisar os discursos e saber de que modo o sujeito na massa ouviu, ouvem
e falam de tais discursos, e qual a produção que resultaria da exposição desses métodos de
condução das massas. Construindo assim, como um referencial teórico que servirá como
orientação para pesquisas futuras.

OBJETIVO GERAL

Análise dos discursos durante a pandemia das principais autoridades responsáveis


pelo combate ao Corona Vírus. Buscando relacioná-lo aos modos de agir e reproduzir
discursos dos usuários e trabalhadores diante da morte e do luto em um hospital referência
para COVID-19. Considerando o modo como esses sujeitos seriam atravessados pela
condição da pandemia. Contribuir por meio de depoimento, como se deu o contato com o
real da morte no trabalho em psicanálise em hospital, dialogando através da experiência no
lugar ocupado pelo analista no hospital.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

1. Relacionar a prática da psicanálise em hospital aos conceitos psicanalíticos que


remetam ao luto e perda;
2. Conceituar o que chamaremos de política de morte relacionando-a psicanálise;
3. Analisar as manifestações usuários do hospital aos conceitos psicanalíticos;
4. Analisar os discursos, sob orientação lacaniana, da política de morte do líder e a
repercussão nas mídias sociais;
5. Investigar a relação entre a política de morte adotada pelo líder e o discurso dos
seguidores usuários do hospital frente a perda e a morte.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O exercício da psicanálise é pautado pela Ética. Na qual destacamos: a


preponderância da fala do sujeito. Para isso levamos em conta os conceitos de transferência
e as manifestações do inconsciente que são desencadeadas pela relação analítica (FREUD,
1912/2010). Compreender a transferência como fenômeno clínico não significa isolá-la ao
consultório e na relação a dois. No hospital ela é atravessada pelas equipes
multidisciplinares e marcada pelo interrompimento constante, ora para procedimentos, ora
pela rotina de cuidados.
Entretanto uma marca dessa relação é a formação de laço que, conforme Freud
nos informa (1912/2021: “[...] observam-se as maiores intensidades e as mais indignas
formas de uma transferência que beira a servidão[...]”. A condição clínica e o isolamento
característico da internação por COVID-19 na fragilidade física, caracterizada pela
dificuldade de respirar, corroboram para esse quadro de subserviência. Ao tempo em que o
paciente estabelece a transferência, produz sentido necessário para os tratamentos clínicos
da COVID-19, como intubação e a VNI, extremamente invasivos.
Nos casos de notificação de morte, quando a presença do analista é requisitada,
sua posição frente ao desejo é um indicativo da falta. Em uma dessas notificação, na qual a
filha desejava ver a mãe de imediato e a instituição não permitiria 6, o médico, deslocado do
seu campo de saber, recorre ao analista com os olhos marejados pela identificação com o
que acabará de notificar: a morte da mãe. A súplica do médico é atendida com uma
autorização emergencial para que a filha pudesse ver o corpo da mãe.
A autorização poderia ser dada por qualquer profissional presente na sala,
entretanto, diante do encontro com o real provocado pela morte, deslocou-se o suposto
saber para aquele que se dispõe a todo momento a ocupar esse furo do sentido: o analista.
Esse lugar solitário deve ser ocupado não só de forma ética por uma presença
física, mas sobretudo de modo técnico. Para tal, alguns autores e suas respectivas obras,
nos servirão como referencial teórico. Tais referências passarão primeiramente pelas
noções de perda de objeto e identificação em psicanálise. Essa noções e conceitos servirão
como condutor para os desdobramentos possíveis, para a primeira parte da pesquisa que
pretenderá fazer um recorte sobre a atuação em hospital frente a perda e o luto.
A perda do objeto no luto é carente de um significante que o dialetize como algo a
6
O protocolo institucional dava conta que somente um familiar poderia fazer o reconhecimento do
corpo e quando a funerária o removesse.
ser compreendido, essa ausência de significante coloca o sujeito frente ao real da morte
que Lacan (1956/1995, p.55) refere-se como o real fora do sujeito: “A privação está no
real, completamente fora do sujeito”. O lugar do objeto é tomado por um vazio que só pode
ser preenchido uma vez superada as ligações anteriores e reconectadas (FREUD,
1915/2010). Esse furo, conforme Lacan (1956/1995, p. 68) alude a relação com o objeto
real para a criança que quando não responde: “[...] decai. Quando, antes, estava inscrita na
estruturação simbólica que a fazia objeto presente-ausente em função do apelo – ela se
torna real”. O sujeito se reconfigura com as suplências possíveis a esse objeto, na maioria
das vezes, colocando outro objeto em seu lugar. “Ele precisa que eu seja forte, meu filho.
Eu não posso chorar. Eles são mais fracos, precisam de mim” 7. Esse “ele” é inferido de
forma identificável como um familiar mais próximo, representando um novo objeto
possível, eleito em meio à urgência de resolução imposta pela pandemia.
Para Lacan (1956/1995, p. 21) essa função é uma característica importante do
objeto em relação à angústia: “O objeto é instrumento para mascarar, enfeitar o fundo
fundamental de angústia que caracteriza [...] sua relação com o mundo. Desde o Fort-da a
criança pode colocar o objeto na ordem do simbólico separado do Outro” (LACAN.
1956/1995, p.69): “[...] a mãe se tomou real, e o objeto simbólico”.
A bibliografia e os trabalhos que estão relacionados a relação de objeto, serviram
como direção para a análise de identificação seguidores/líder. Comparando a relação
primordial com o outro através da introjeção do ideal do Eu do líder em substituição ao seu
próprio Eu.
O luto pode ser concluído pelo trabalho externo que distancie o Eu do objeto
perdido a partir uma reposição satisfatória. O objeto do luto, segundo Freud (Ibidem, p.
129), é a: “[...] reação à perda de uma pessoa amada ou de uma abstração que ocupa seu
lugar, como pátria, liberdade, um ideal etc.” Quando nos referimos à perda de autonomia
de um paciente, podemos relacioná-la à perda de liberdade. Neste tipo luto, a eleição de um
novo objeto, necessariamente, passa pela escolha de uma abstração que venha a substituir o
objeto perdido.
Sendo assim a liberdade seria substituída pelo saber médico manifestado pelos
procedimentos?
Tal questionamento visa investigar se abstração refletiria no modo como os
pacientes investiriam no tratamento.
7
Exemplo dentre tantos outros verificado ao longo de 186 notificações de óbito no período de
pandemiam de junho de 2020 a setembro de 2021.
Sendo assim, tanto maior a dedicação, maior a abstração, mais rapidamente os
pacientes evoluiriam de quadros graves8?
Poderíamos inferir que a perda abstrações corroboram com a função simbólica
exercida pela privação. O real é acessado pelo desnudamento do furo que é a falta
preenchida pelo objeto (LACAN, 1956/1995).
Entretanto, ao nos referirmos a um ideal que representa o contrário do que tal
abstração em forma de tratamento médico representa, como o paciente faria essa operação
de substituição da perda do Eu ideal?
Freud (1921/2010, p. 12) aponta que: “[...] a psicologia de massas trata o ser
individual como membro de uma tribo, um povo, uma casta, uma classe, uma instituição,
ou como parte de uma aglomeração que se organiza como massa em determinado
momento, para um certo fim”. Nesse contexto o autor (ibidem, p. 49) argumenta que ao se
tornar pertencente a essa massa a identificação efetuada é a mesma do complexo de Édipo,
na qual: “[...] sucede com frequência que a escolha de objeto se torne novamente
identificação, ou seja, que o Eu adote características do objeto”. Desta feita, a
identificação com o objeto-líder, pode ser observada pela acepção do Eu com aspectos do
objeto, que por sua vez serve de referência para as ligações entre os indivíduos na massa
(Conforme Figura I). Tal assertiva só é possível se observarmos sob o ponto de vista de
uma unidade especifica a que nos ater e para compreender a identificação e sua origem
podemos representá-la na passagem pelo complexo de Édipo à formação do Eu ideal
(ibidem).
Freud, (1921/2010, p. 15) ao falar sobre as características que se evidenciam
quando o sujeito está inserido na massa nos informa que: “[...] lhe permitem se livrar das
repressões dos seus impulsos instintivos inconscientes”. O autor ainda confere uma
predisposição maléfica dessas manifestações inconscientes, que são detidas pelo “medo
social” (ibidem). Lacan (1960-1988) discorre sobre isso considerando que: “[...] é mais
cômodo sujeitar-se ao interdito do que incorrer a castração”. Ambas as afirmativas servem
às nossas considerações sobre a identificação com o objeto-líder, que funcionaria com
vetor de uma nova moral ao Supereu, este agora produzido pelo próprio sujeito do
discurso, o líder.
Na medida em que o sujeito adoece ou perde um ente e suas necessidades o
conduzem ao rochedo da castração uma nova ordem de fatores podem estabelecer uma
8
Tais observações poderão ser constatadas nos relatos da prática em hospital que em momento
oportuno serão apresentados.
forma de enfrentamento mais próxima a negação desta castração. Sendo assim a figura que
despontar como defensor das medidas que legitimam um estado de emergência em saúde,
causada pela pandemia de Corona vírus, representará uma ameaça e não poderá ser dito
sem sofrer repressão. Por outro lado, a figura que manifesta uma evidente desconsideração
aos riscos da crise pandêmica reflete características necessárias para substituição do luto,
pela perda de liberdade e funcionara como legitimador da nova ordem que estrutura sua
castração.
Outro modo de relação com o objeto pode ser descrito nos quadros melancólicos,
no qual há uma substituição do investimento em um novo objeto: “A identificação com o
objeto renunciado ou perdido, como substituição para o mesmo, a introjeção desse objeto
no Eu [...] (FREUD, 1923/2011, p. 51)”. Deste modo ao perder a liberdade, ou um ente
para doença, a introjeção do objeto-líder no Eu pode levá-lo a negar o tratamento, não pelo
contato com o real da castração provocado pela doença, mas pelo desejo de punição do
objeto-líder introjetado no Eu. Tais afetos da identificação em relação ao Eu serão
orientadas pela noção introduzida por Freud (1915/2010) na ordem do impossível, a morte.
Sendo assim, um modo de fruição da energia libidinal ao próprio Eu, que na realidade seria
o objeto-líder como ideal do Eu, que não o protegeu ou não foi capaz de ser imune ao
vírus, como haveria dito ser possível.
O momento histórico que remonta os últimos quinze anos de história brasileira
pode ajudar na análise do discurso que foi agregado a esse ideal do Eu em cada indivíduo
na massa. Faremos uma reflexão sobre o acúmulo de anomia jurídica 9 em relação a
corrupção política e impunidade penal que contribuiu para o direcionamento da
identificação para um discurso voltado para a morte e o matar.
Dividiríamos esses pontos em dois recortes: a corrupção, marcado pelas jornadas
de 2013, e concomitantemente a impunidade relativa, este subdividindo-se em mais dois
tópicos, o crescente debate sobre maioridade penal, a partir do caso Liana Friedenbach e
Felipe Caffé que foram mortos pelo menor “Champinha” em 2003 e a repercussão social
do filme Tropa de Elite em 2007.
Ambos os fatos servirão como base para análise do discurso ideológico que se
intensificou em 2015 a partir das constantes aparições de Bolsonaro nas mídias televisivas.
Uma retórica que girava em torno da corrupção generalizada da política brasileira
e os bordões repetido milhares de vezes em redes sociais “bandido bom é bandido morto”,
9
Análise do conceito sociológico de anomia por Durkheim teria que ser relacionando ao mal-estar
na civilização discorrido por Freud .
“CPF cancelado”, “Sementinha do Mal”, etc.
As aparições de Bolsonaro construíram a imagem de um líder político diferente e
que dizia a verdade sem se importar com o politicamente correto. Dentre essas verdades
incluíam seu favoritismo a tortura, intolerância a homossexual, misoginia, que serviram
para construir um discurso recrudescido com o golpe de Dilma Rousseff em 2016, em que
a pretensão a candidatura presidencial despontava e ocorreria a declaração em púlpito
parlamentar na votação para impeachment, ocasião em que enalteceu o nome do Coronel
Brilhante Ustra, General do Exército responsabilizado pela comissão da verdade por
torturas e mortes durante a ditadura militar (CASIMIRO, 2018).
Em 2018, a presença de Bolsonaro em mídias sociais foi profissionalizada. O
encontro com Steve Bannon, que já havia dirigido a campanha de Donald Trump a
presidência dos EUA, culminou em uma estratégia de massificação da presença em mídias
sociais catapultada pela captura de algoritmos para disparo em massa de fakenews10. As
estratégias surtiram efeito com a sua eleição para presidente com 57.797.847 votos, mais
de dez milhões de votos de diferença para Fernando Haddad (PT) segundo colocado na
eleição. A expressividade desses votos refletiu os anos de anomia jurídica e política na
qual o discurso bolsonaristas viria a se encaixar ao combate a corrupção e injustiça penal
corroborado por quase 30 milhões de abstenções.
No segundo ano de seu mandato ocorre a pandemia, o discurso prossegue, desta
vez o discurso da corrupção se mescla com a negação da pandemia, referindo-se aos seus
inimigos políticos como aproveitadores que mentem sobre o risco da doença para
prejudicar seu governo.
Vale destacar que o controle social é exercido pelo poder estatal sobre as políticas
de saúde. Considerando o SUS como referência para esse controle devemos compreender a
extensão da controle sobre a vida pelo Estado quando exercida contra as medidas de
controle epidemiológico. A ideia de controle social pela morte de setores específicos das
camadas sociais está diretamente relacionada a isso. Tais estratégias são esmiuçadas por
Mbémbe (2016) e bem expressas no trecho:

No fim, pouco importa que as tecnologias que culminaram no nazismo tenham


sua origem na fazenda ou na colônia, ou que, pelo contrário – a tese foucaultiana
– nazismo e stalinismo não tenham feito mais do que ampliar uma série de
mecanismos que já existiam nas formações sociais e políticas da Europa
ocidental (subjugação do corpo, regulamentações de saúde, darwinismo social,
10
Notícias falsas.
eugenia, teorias médico-legais sobre hereditariedade, degeneração e raça). Um
traço persiste evidente: no pensamento filosófico moderno e também na prática e
no imaginário político europeu, a colônia representa o lugar em que a soberania
consiste fundamentalmente no exercício de um poder à margem da lei (ab
legibus solutus) e no qual tipicamente a “paz” assume a face de uma “guerra sem
fim”. (MBEMBE, 2016, p. 132)

O estudo Mortes Evitáveis por Covid-19 no Brasil demonstra em números casos


no qual medidas sanitárias seriam suficientes para evitar mortes em determinadas regiões,
como aldeias indígenas. Podemos observar por esses números que os estados governados
por apoiadores declarados do Presidente, que produziriam o mesmo discurso contra as
medidas de controle da pandemia, mesmo sendo menos da metade do número de estados
com governantes que apoiaram as medidas sanitárias, tem quase o mesmo número de
mortes que todos os outros estados juntos. Cabe destacar que dentre os estados governados
por políticos contrários ao discurso negacionistas, estão os dois estados mais populosos,
Rio de Janeiro e São Paulo.

Figura 2

Tal temática de controle sobre os corpos através das instituições de saúde será
articulada ao que Foucault (1988, p. 130) chamou de “bio-política da população”,
disciplinas do corpo que regulam vida, revertendo a lógica medieval do poder sobre a vida,
pelo sangue, que encaram pelas tecnologias “anatômica e biológica, individualizante e
especificante, os desempenhos do corpo e encarando os processos da vida”.
As articulações desses dois campos poderão servir como base para a avaliação do
que chamaremos de discurso de morte, Mbembé (2016, p. 146) propõe o conceito de
necropolítica: “formas contemporâneas que subjugam a vida ao poder da morte
(necropolítica) reconfiguram profundamente as relações entre resistência, sacrifício e
terror”. Esse modo representa o poder de promover a morte como o modo de controle
territorial e do direito do Estado para matar utilizando-se das tais tecnologias
desenvolvidas pela biopolítica. Isso vai ao encontro com o que Freud nos trouxe numa
reflexão em 1927: “A insegurança na vida, perigo igual para todos, junta os homens numa
sociedade que proíbe ao indivíduo o assassinato e se reserva o direito de assassinar
comunalmente aquele que desrespeita a proibição. Temos aí, então, justiça e castigo”
(FREUD, 1927/2014, p. 280). Essa reserva de direito de o Estado matar foi evidenciada
por mais de meio milhão de mortes causadas pela COVID-19 e dessas mais de cem mil
poderiam ter sido evitadas, somente no primeiro ano de pandemia (WERNECK; BAHIA;
MOREIRA, 2021).
Para este trabalho partiremos da ideia a necropolitica que por sua vez ficou
caracterizada pelo discurso de morte produzido pela presidência da república.
Extrapolando a esfera da política, tal discurso refletiu na vida cotidiana da massa, na mesa
de jantar da família, no boteco, no trabalho etc.
Segundo Freud (1921/2010), o objeto externo, na figura do líder, é introduzido e
catexado pela libido através da substituição da própria vontade pela vontade do líder que,
não sendo satisfeita, leva ao sentimento de culpa, caracterizado pela agressividade
(1923/2011). Segundo Beteille (2019, p. 26):

Nesse caso, ao vociferar contra aqueles que não se mantêm submersos na massa,
o condutor brinda o eu de cada indivíduo nela presente com a possibilidade de
converter suas pulsões recalcadas em pulsão de destruição. E, nesse caso, a
identificação dos componentes da massa entre si, poupa o eu de ter que frear o
ímpeto de aniquilar o objeto externo, como ocorre na neurose obsessiva.

A Pulsão11 de morte direciona a maior parte da destrutividade a um objeto


externo, a parte dessa destrutividade que retorna ao próprio Eu foi descrito por Freud
(1996e/1924, p. 97) como o masoquismo original.
Nos discursos apresentados poderemos observar o paciente no leito de morte
parecer indicar que na introjeção do objeto líder (FREUD,1996e/1921, p. 72) a
destrutividade retorna ao Eu que pode indicar um sinal de fraqueza ao adoecer pela doença
insistentemente negada, se afastando do ideal do Eu do líder e mesmo estando
irremediavelmente adoecido, nega qualquer tratamento atenuante mas que contraditaria seu
líder e faria ser exilado do grupo. Podendo esta ser a indicação do masoquismo na
destrutividade retornando ao próprio Eu. Por outro lado, a destrutividade retorna ao eu
como resultado da introjeção do Eu que não foi capaz de protegê-lo, tal como na
melancolia.
Para Lacan (1998/1966, p. 863), “toda pulsão é virtualmente instinto de morte”,
11
Apesar das obras usadas nesse trabalho utilizar o termo “instinto” para a tradução do termo
freudiano de Trieb, optamos em usar o termo “Pulsão”.
representação da busca por aquilo que falta, ou seja, um significante que representa a
demanda do outro, instituída pela morte da Coisa. Essa dialética coloca a pulsão no eixo
simbólico que presentifica a morte por remeter aos significantes do inconsciente,
significantes que foram instituídos somente com a morte da Coisa. Nessa medida, mesmo
podendo diferenciar os aspectos das pulsões de morte e de vida, o que elas fazem surgir é a
morte como significante:

A distinção entre pulsão de vida e instinto de morte é verdadeira na medida em


que manifesta dois aspectos da pulsão. Mas com a condição de conceber que
todas as pulsões sexuais se articulam no nível das significações no inconsciente,
na medida em que, o que elas fazem surgir, é a morte – a morte como
significante, e, nada mais que como significante (LACAN, 1988, p. 243)

Poderíamos dizer que “a sombra do objeto recai sobre o ego (FREUD, 2010/1921,
p. 69)” introjetado como ideal do Eu, fazendo surgir a pulsão de morte, através da
destrutividade do Supereu, punindo-o?
Freud em relação ao estado de enamoramento diz: “o ego se torna cada vez mais
despretensioso e modesto e o objeto cada vez mais sublime e precioso, até obter finalmente
a posse de todo o autoamor do ego, cujo auto sacrifício decorre, assim, como consequência
natural” (FREUD, 1996e/1921, p. 72).
Aproxima-se do que Alberti e Ribeiro (2012, p.199) aponta sobre a relação da
fantasia e do delírio paranoico. Enquanto a fantasia serviria para enlaçar o objeto perdido
para o neurótico, no delírio paranoico o objeto perdido é sustentado como sendo ele
próprio.
Nesse sentido, a massa ao remeter o discurso na figura de um líder, referido as
vezes como messias e outras como mito e se essa abstração é possibilitada no automatismo
repetitivo, que recrudesce ao discurso do líder e o delírio possibilita uma espécie de
automutilação. Afinal o Eu do Lider introjetado na negação do tratamento, tratamento este,
que poderia descobrir o véu do delírio.
Sendo assim, essa abstração, tida como causa do desejo, introjetado como objeto,
poderia ser responsável pela cegueira que acomete o seguidor nesses grupos?

A crítica exercida por essa instância silencia; tudo que o objeto faz e pede é
correto e inocente. A consciência não se aplica a nada que seja feito por amor do
objeto; na cegueira do amor, a falta de piedade é levada até o diapasão do crime.
A situação total pode ser inteiramente resumida numa fórmula: o objeto foi
colocado no lugar do ideal do ego. (FREUD, 1996e/1921, p. 64)

METODOLOGIA

A pesquisa será realizada pelo método psicanalítica, isso pressupõe que serão usados
os encontros de inconsciente inerente a prática do analista, como forma de desdobramento
de possibilidades acarretadas pelas associações possíveis no encontro entre os desejo do
analista e do analisando (SILVA E MACEDO, 2016). As autoras sugerem que tal método
deve considerar o texto colhido da análise um documento a ser pesquisado, referindo-se a
metodologia psicanalítica como pesquisa documental. Os discursos colhidos serão
respectivamente dos usuários, familiares e de trabalhadores da unidade hospitalar
referência em Covid-19, os discursos das principais lideranças consideradas produtoras da
política de morte e por último os seguidores do presidente da república em redes sociais:
Facebook, Instagram, Youtube e Twiter.
Os discursos da unidade hospitalar serão colhidos pela entrevista aberta com os
trabalhadores, gravadas as falas e transcritas. Os discursos dos familiares e usuários serão
colhidos dos textos transcritos dos profissionais e dos atendimentos rememorados
transcritos pelo autor da pesquisa.
Os discursos das lideranças e dos seguidores serão colhidos pela transcrição de
entrevistas e processamento de publicações em rede sociais citadas.
O Processamento se dará pelo uso de aplicativo de leitura de texto e que também seja
capaz de converter os prints de tela em texto de leitura, exemplo do aplicativo capaz de
fazer isso é o Acrobat Pro DC. Tal funcionalidade serviria para conseguirmos realizar
pesquisar de termos e frases dentro do texto convertido.
Esse modo de processamento servirá para a etapa da pesquisa que utilizará da
metodologia quali-quantitativa para o surgimento de termos que marcam o modo de
expressão de grupos apoiadores da política de morte. Contribuindo para verificas as marcas
de diferença dos grupos antagônicos.
Para a compilação desses termos os discursos serão printados em tela, e salvos em
arquivo de extensão .pdf, usando a ferramenta de pesquisa de que se repetem com
frequência nos discursos. Os termos serão selecionados e disposto em tabela numa planilha
de extensão .ods ou .xlsx e analisados por metodologia quantitativa para avaliação da
repetição, e de forma qualitativa, construindo uma linha do tempo em relação aos termos
repetitivos, podendo ser usado como banco de dados no que se fizer necessário. A linha do
tempo servirá para distinguir o perfil dos usuários e a relação entre a coesão e o uso dos
termos antes e depois o aparecimento do discurso do líder.
Após o tratamento dos dados os termos serão evidenciados em discursos da pesquisa
participante para determinar de forma qualitativa o modo de expressão e de coesão grupal.
Somente serão considerados perfis das redes sociais, entrevistas e mídias em geral,
na pesquisa exploratória, preservando as identidades a fim de garantir a devida proteção
dos indivíduos, ocultando nomes a fim de proteger os dados pessoais.

REFERÊNCIA

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a Covid-19: Antes de dizer que 2021 seria o ano da vacinação no Brasil, como fez em
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COVID-19 ‘é para os fracos’: Em discurso para produtores rurais em Sorriso, presidente
voltou a criticar o isolamento social, apontado por cientistas como uma das formas para
conter o avanço da corona vírus. Brasil tem mais de 135 mil mortes pela doença e é um dos
países com maior número de infectados (4,4 milhões de pessoas). G1 – Mato Grosso, Mato
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