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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS

FACULDADE DE DIREITO

VITÓRIA RODOVALHO

ESTUDO DA EFETIVAÇÃO DO INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS


REPETITIVAS NO SISTEMA JUDICIAL BRASILEIRO

CAMPINAS

2019
VITÓRIA RODOVALHO

ESTUDO DA EFETIVAÇÃO DO INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS


REPETITIVAS NO SISTEMA JUDICIAL BRASILEIRO

Monografia apresentada à Faculdade de Direito da


Pontifícia Universidade Católica de Campinas,
como requisito parcial para obtenção do grau de
bacharel em Direito.

Orientador: Prof. Dr. Peter Panutto.

CAMPINAS

2019
VITÓRIA RODOVALHO

ESTUDO DA EFETIVAÇÃO DO INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS


REPETITIVAS NO SISTEMA JUDICIAL BRASILEIRO

Monografia apresentada à Faculdade de Direito da


Pontifícia Universidade Católica de Campinas,
como requisito parcial para obtenção do grau de
bacharel em Direito.

Aprovada em: ____/____/____

BANCA EXAMINADORA

________________________________________
Prof. Dr. Peter Panutto
Orientador – Pontifícia Universidade Católica de Campinas

________________________________________
Prof. Dr. Geraldo Fonseca de Barros Neto
Pontifícia Universidade Católica de Campinas

________________________________________
Isabella Cardoso Rodrigues Beckedorff Bittencourt
Mestranda na Pontifícia Universidade Católica de Campinas
AGRADECIMENTOS

Agradeço à minha família, em especial à minha mãe, Andréia, ao Sérgio, ao meu irmão,
minha cunhada e meu pai, pelo amor, incentivo e apoio incondicional ao longo de todos esses
anos, sem o qual não teria chegado até aqui.

Agradeço aos meus amigos, em especial a Carol, Élcio, Gabriela, Tamiris, Marina e
Vinícius, por todo apoio e companheirismo nessa jornada.

Agradeço aos meus professores, pelos ensinamentos, em especial ao meu orientador


Prof. Doutor Peter Panutto, que me acompanhou por todo esse trajeto, dando todo o auxílio
necessário para a realização dessa monografia, e ao Prof. Doutor Thiago Rodovalho, por ter
despertado meu interesse em me aprofundar nos estudos sobre o direito processual civil.

Enfim, agradeço a todos que contribuíram, direta ou indiretamente, para essa conquista.
RESUMO

Entre as principais inovações trazidas pelo Novo Código de Processo Civil (CPC), destaca-se
a construção de uma sistemática de precedentes judiciais vinculantes, em especial com a criação
do instituto do Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas (IRDR). Nesse sentido, este
trabalho tem por escopo analisar a disciplina dos precedentes judiciais no novo Código,
especialmente do IRDR, discorrendo sobre sua forma de instauração e aplicação aos processos
judiciais, bem como analisando questões controvertidas acerca de seu processamento. Além
disso, após mais de três anos da entrada em vigor do CPC, o presente estudo se propôs a analisar
a efetivação do IRDR no âmbito dos Tribunais Regionais Federais brasileiros e do Tribunal de
Justiça do Estado de São Paulo, com o objetivo de se obter um panorama acerca da criação e
andamento dos incidentes nos tribunais, como forma de se constatar o grau de utilização do
novo instituto pelos órgãos julgadores, bem como analisar em que sentido tem caminhado o
entendimento dos julgadores no que tange à admissibilidade e instauração do incidente. Para a
realização do estudo, a pesquisa se baseou nas informações disponíveis nos bancos eletrônicos
de dados dos tribunais, compreendendo um período de tempo delimitado, e realizando uma
análise quantitativa e qualitativa dos dados. Por fim, a partir da análise dos dados obtidos,
observou-se que no âmbito da Justiça Federal e do Tribunal de Justiça de São Paulo, há um
baixo índice de julgamentos de mérito de incidentes de resolução de demandas repetitivas,
quando comparados à quantidade de incidentes distribuídos no período.

Palavras-chave: Código de Processo Civil. Precedentes judiciais vinculantes. Incidente de


Resolução de Demandas Repetitivas. Efetivação.
ABSTRACT

Among the main innovations brought by the New Code of Civil Procedure, the construction of
a system of judicial precedents deserves to be pointed out, especially the creation of the
Repetitive Demand Resolution Incident (RDRI) institute. Therefore, this paper aims to analyze
the discipline of judicial precedents in the new Code, especially the RDRI, discussing how it is
created and applied to judicial proceedings, as well as analyzing controversial questions about
its processing. In addition, after more than three years of the Code of Civil Procedure came into
effect, this study aimed to analyze the implementation of IRDR within the scope of the Brazilian
Federal Regional Courts and the São Paulo State Court of Justice, in order to obtain an overview
of the creation and progress of the incidents in the courts, as a way of verifying the degree of
use of the new institute by the Courts, as well as analyzing in what sense the judges'
understanding regarding the admissibility and instability of the incident has been moving. The
research was based on the information available in the electronic data banks of the Courts,
comprising a limited time period, and performing a quantitative and qualitative analysis of the
data. Finally, from the analysis of the obtained data, it was observed that in the Federal Justice
and the São Paulo Court of Justice, there is a low rate of merit judgments of repetitive demands
resolution incidents, when compared to the amount of incidents distributed over the period.

Key-words: Code of Civil Procedure. Judicial precedents. Repetitive Demand Resolution


Incident. Effectiveness.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 9

2 OS PRECEDENTES JUDICIAIS VINCULANTES NO NOVO CÓDIGO DE


PROCESSO CIVIL BRASILEIRO .......................................................................... 11

2.1 Os sistemas jurídicos do common law e do civil law.................................................... 11

2.2 Conceito e fundamento dos precedentes judiciais ........................................................ 13

2.3 Os princípios constitucionais norteadores da criação dos precedentes ......................... 14

2.4 Os precedentes judiciais vinculantes à luz do Novo Código de Processo Civil ........... 15

2.5 Precedentes e dever de fundamentação da decisão judicial .......................................... 18

3 O INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS NO


ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO ....................................................... 20

3.1 A natureza jurídica do incidente de resolução de demandas repetitivas....................... 21

3.2 Instauração e processamento do incidente de resolução de demandas repetitivas ....... 22

3.3 Julgamento do incidente de resolução de demandas repetitivas ................................... 27

3.4 Aplicação e revisão da tese jurídica .............................................................................. 29

4 ANÁLISE DA EFETIVAÇÃO DO INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE


DEMANDAS REPETITIVAS NO SISTEMA JUDICIAL BRASILEIRO ........... 31

4.1 Análise dos incidentes criados no âmbito da Justiça Federal ....................................... 32

4.1.1 Tribunal Regional Federal da 1ª Região ....................................................................... 32

4.1.2 Tribunal Regional Federal da 2ª Região ....................................................................... 34

4.1.3 Tribunal Regional Federal da 3ª Região ....................................................................... 35

4.1.4 Tribunal Regional Federal da 4ª Região ....................................................................... 37

4.1.5 Tribunal Regional Federal da 5ª Região ....................................................................... 38

4.2 Análise dos incidentes criados no âmbito do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
41

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 43

REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 45
APÊNDICE A – Tabela de Incidentes de Resolução de Demandas repetitivas no TRF
da 1ª Região .................................................................................................................. 49

APÊNDICE B – Tabela de Incidentes de Resolução de Demandas repetitivas no TRF


da 2ª Região .................................................................................................................. 51

APÊNDICE C – Tabela de Incidentes de Resolução de Demandas repetitivas no TRF


da 3ª Região .................................................................................................................. 52

APÊNDICE D – Tabela de Incidentes de Resolução de Demandas repetitivas no TRF


da 4ª Região .................................................................................................................. 53

APÊNDICE E – Tabela de Incidentes de Resolução de Demandas repetitivas no TRF


da 5ª Região .................................................................................................................. 54

APÊNDICE F – Tabela Incidentes de Resolução de Demandas repetitivas no TJ-SP55


9

1 INTRODUÇÃO

O novo Código de Processo Civil brasileiro (CPC), criado pela Lei n. 13.105, de 16 de
março 2015, trouxe inúmeras mudanças ao ordenamento jurídico pátrio, e buscou privilegiar a
celeridade processual e a segurança jurídica, como forma de solucionar a crise do Poder
Judiciário, caracterizada pelo alto número de processos pendentes de julgamento nos Tribunais
Superiores, bem como pelo alto grau imprevisibilidade das decisões judiciais.

O novo Código avançou na busca pela unidade no entendimento jurisprudencial,


trazendo relevante alteração no que tange à estabilização dos posicionamentos dos tribunais
superiores, em especial pela construção de uma sistemática de precedentes judiciais
vinculantes.

Nesse contexto, a criação do sistema dos precedentes vinculantes representa importante


modificação, uma vez que tem como escopo a busca pela entrega de prestação jurisdicional que
atenda aos princípios da isonomia e da segurança jurídica, além da concretização da duração
razoável do processo e do combate à excessiva litigância que se observa no país.

Para a efetivação do novo sistema de precedentes, o novo Código de Processo Civil


criou o instituto processual do Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas (IRDR), sem
correspondente na lei revogada, o qual corresponde a um procedimento incidental autônomo,
que visa formar uma tese jurídica a ser aplicada aos casos homogêneos no âmbito dos Tribunais.

Desta forma, o presente estudo tem como objetivo analisar a nova disciplina dos
precedentes judiciais vinculantes no novo Código de Processo Civil, especialmente o Incidente
de Resolução de Demandas Repetitivas, discorrendo sobre sua forma de instauração e aplicação
aos processos judiciais, bem como analisando questões controvertidas acerca de seu
processamento.

Ademais, após mais de três anos da entrada em vigor do novo CPC, para além das
questões teóricas acerca do tema, esse estudo tem como finalidade analisar a efetivação do
IRDR no sistema judicial brasileiro, especificamente nos Tribunais Regionais Federais e no
Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, a fim de compreender como tem se desenvolvido
o IRDR nos referidos tribunais, analisando em que sentido tem caminhado o entendimento dos
julgadores, no que tange à instauração e processamento do incidente.
10

Para a realização do estudo, a pesquisa se baseou nas informações disponíveis nos


bancos eletrônicos de dados dos tribunais, compreendendo um período de tempo delimitado, e
realizando análise qualitativa e quantitativa dos dados, com o objetivo de verificar a quantidade
de incidentes criados e julgados, bem como analisando outras questões, como quais as matérias
predominantes nos incidentes criados, os critérios de admissibilidade utilizados pelos
julgadores e o período de tempo para fixação das teses.
11

2 OS PRECEDENTES JUDICIAIS VINCULANTES NO NOVO CÓDIGO DE


PROCESSO CIVIL BRASILEIRO

2.1 Os sistemas jurídicos do common law e do civil law

Identificam-se na sociedade ocidental dois sistemas jurídicos diversos, quais sejam o


common law, observado nos países de origem anglo-saxônica, e o civil law, presente nos países
germânicos e latinos, os quais se distinguem em razão do contexto em que surgiram e pela
forma como se desenvolveram.

No sistema do common law, em uma concepção moderna, observa-se como principal


característica a formação do direito com base nos costumes e experiências, de forma que a fonte
primária do direito são os precedentes judiciais, os quais vinculam a casos futuros. Desta forma,
as decisões judiciais não apenas julgam conflitos, mas criam o direito, de modo que as leis e
códigos possuem menor importância.

Historicamente, o desenvolvimento do common law ocorreu de forma contínua,


podendo ser dividido em períodos distintos. Assim sendo, as reformas havidas no século XIX
são consideradas um importante marco para a configuração atual deste sistema, sob a influência
da doutrina do stare decisis, originária do direito inglês, consolidou-se a aplicação dos
precedentes obrigatórios e vinculantes, que corresponde, de modo geral, à possibilidade de que
o juízo futuro se declare vinculado a uma decisão anterior, em razão da identidade de casos.1

De outro modo, o sistema do civil law privilegia o direito positivado, de sorte que as
principais fontes são as leis e os códigos. Assim, a norma é observada como um comando geral,
e que deve ser observada pelos julgadores na resolução dos conflitos. De modo geral, nos países
que adotam este sistema, as decisões judiciais não produzem efeitos vinculantes para o
julgamento de casos futuros e não criam o direito.2

Para compreender as razões pelas quais o direito no sistema do civil law se desenvolveu
desta forma, necessário se faz analisar o contexto histórico dos países que o adotaram. Assim,

1
CARVALHO, Sabrina Nasser de. Decisões paradigmáticas e dever de fundamentação: técnica para a formação
e aplicação dos precedentes judiciais. Revista de processo, vol. 249, nov./2015, p. 421-448.
2
MELLO, Patrícia Perrone Campos; BARROSO, Luís Roberto. Trabalhando com uma nova lógica: a ascensão
dos precedentes no direito brasileiro. Revista da Agu, Brasília, v. 15, n. 3, p. 9-53, jul. 2016. Disponível em:
https://seer.agu.gov.br/index.php/AGU/article/view/854. Acesso em: 21 maio 2019
12

destaca-se que o século XVIII, período marcado pela crise econômica que se instaurou na
França, em decorrência dos abusos cometidos pela nobreza e pelo clero, tendo por consequência
a Revolução Francesa, pode ser considerado o principal movimento responsável pela
configuração moderna do civil law.3

Neste contexto, a partir dos ideais de igualdade e liberdade, bem como da primazia da
divisão dos poderes, criou-se um sistema com bases racionais, com o objetivo de conter os
abusos. Como consequência, as leis passaram a ocupar posição de máxima importância, de
modo que aos juízes caberia apenas a aplicação das normas, sem margem para interpretá-las.

Não obstante, com o desenvolvimento da sociedade, a ampliação do acesso à justiça e a


criação de novos direitos, a segurança jurídica almejada por este sistema tornou-se
insustentável, aumentando cada vez mais a falta de unidade no julgamento de casos
semelhantes, e emergindo-se, assim, a necessidade de conceder maior liberdade de
interpretação aos julgadores.

Dentro deste quadro, é possível observar uma aproximação entre os dois sistemas
jurídicos, especialmente uma maior influência do common law nos países de civil law. Assim,
nas palavras de Sérgio Gilberto Porto:

Realmente, a chamada "commonlawlização" do direito nacional é o que se pode


perceber, com facilidade, a partir da constatação da importância que a jurisprudência,
ou seja, as decisões jurisdicionais vêm adquirindo no sistema pátrio, particularmente
através do crescente prestigiamento da corrente de pensamento que destaca a função
criadora do juiz.4

Não obstante exista uma aproximação entre os dois sistemas, é necessário observar que
existem grandes diferenças na aplicação dos precedentes nos países de common law e de civil
law. Entre elas, destaca-se a metodologia da técnica decisória. Se, por um lado, as decisões dos
países de tradição civil law não fazem uma descrição detalhada dos fatos que compõem a ação
judicial, nos países de common law, os fatos são protagonistas para a formação da regra a ser
firmada.5

Isto posto, destaca-se que, para que haja uma efetiva instituição do sistema de
precedentes judiciais no ordenamento jurídico nacional, não se pode olvidar de suas

3
WAMBIER, Teresa Arruda Alvim. Interpretação da Lei e de Precedentes: civil law e common law. Revista dos
Tribunais, São Paulo, ano 99, v. 893, p.33-45, março 2010.
4
PORTO, Sérgio Gilberto. Sobre a common law, civil law e o precedente judicial. In: Marinoni, Luiz Guilherme
(org.). Estudos de direito processual civil - Homenagem ao Professor Egas Dirceu Moniz de Aragão. São Paulo:
Ed. RT, 2006.
5
CARVALHO, Sabrina Nasser de. Op. cit., p. 429.
13

peculiaridades, devendo ser aplicada uma teoria elaborada com base na nossa realidade social,
com conceitos bem definidos e compreendidos por todos os operadores do direito.6

2.2 Conceito e fundamento dos precedentes judiciais

Inicialmente, partindo-se de uma análise etimológica, a palavra precedente refere-se


àquilo que acontece de modo prévio relativamente a outra coisa7. Ainda, o precedente pode ser
utilizado como forma de argumentação, não sendo esta uma prática exclusiva do Direito. Nesse
sentido, argumentar-se por meio de precedentes consiste em uma forma racional de resolução
de problemas, de modo que se a uma situação for aplicado um entendimento, posteriormente,
este entendimento deverá ser aplicado a todas as situações idênticas à primeira.

No Direito, os precedentes judiciais traduzem uma solução jurídica embasada a partir


do entendimento fixado em um “caso-precedente”, o qual será aplicado aos casos futuros que
versarem sobre a mesma matéria de direito. Assim sendo, o sistema de precedentes tem como
escopo a busca pela previsibilidade das decisões judiciais, bem como pela igualdade de
tratamento aos sujeitos do processo.8

A teoria dos precedentes está relacionada à interpretação e à aplicação do direito, uma


vez que é direcionada às Cortes Superiores, as quais são as principais responsáveis pela
uniformização do Direito. Ainda, destaca-se que o sistema de precedentes não prejudica o
princípio da legalidade, tendo em vista que a prestação jurisdicional continua se subordinando
à legislação, além de que os precedentes também precisam ser interpretados.9

Ademais, os precedentes judiciais não se confundem com a jurisprudência. Esta pode


ser considerada como um conjunto de decisões proferidas pelos juízes e tribunais 10, as quais
não possuem efeito vinculante e não obrigam outros juízes a segui-las. A jurisprudência possui
apenas efeito persuasivo, podendo ser utilizada como fundamento para uma decisão.

6
Ibidem, p. 430.
7
PRECEDENTE. In: DICIO, Dicionário Online de Português. Porto: 7Graus, 2018. Disponível em:
https://www.dicio.com.br/precedente/. Acesso em: 15/07/2019.
8
ZANETI JUNIOR, Hermes. Precedentes (treat like cases alike) e o novo Código de Processo Civil. Revista de
Processo, v. 235, p. 299, set. 2014.
9
Ibidem, p. 297.
10
MEDINA, José Miguel Garcia. Integridade, estabilidade e coerência da jurisprudência no estado constitucional
e democrático de direito: o papel do precedente, da jurisprudência e da súmula, à luz do CPC/2015. Revista dos
Tribunais, v. 974, p. 133-134, dez. 2016.
14

De outro modo, os precedentes judiciais são decisões às quais o ordenamento jurídico


confere efeito vinculante e de observância obrigatória, tanto ao próprio Tribunal que proferiu a
decisão, quanto aos Tribunais inferiores (vinculação horizontal e vertical). Assim, os
precedentes são considerados fonte primária de direito, pois criam uma nova tese jurídica.

Outrossim, os precedentes se distinguem das súmulas, as quais consistem em


enunciados que sintetizam a jurisprudência dominante, podendo surgir também a partir de
precedentes judiciais. No entanto, assim como a jurisprudência, via de regra possuem apenas
efeito persuasivo, não vinculante. O enunciado de súmula é um comando mais geral e abstrato,
enquanto o precedente encontra ligação a um caso concreto, devendo ser bem fundamentado
com base em suas peculiaridades.11

2.3 Os princípios constitucionais norteadores da criação dos precedentes

A Constituição Federal de 1988 consagra os princípios da segurança jurídica, da


igualdade e da duração razoável do processo como direitos fundamentais, os quais são valores
do Estado Democrático de Direito, devendo ser observados em todas as esferas da sociedade.

O princípio da segurança jurídica está diretamente ligado à previsibilidade das leis e das
decisões judiciais, bem como à estabilidade do ordenamento jurídico, de forma que as decisões
devem ser proferidas de acordo com as normas jurídicas e, uma vez prestada a atividade
jurisdicional, não se pode ser alterada sem motivos determinantes. Tal princípio encontra
respaldo no artigo 5º, inciso XXXVI, da Constituição Federal, o qual afirma que a lei não
prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.12

No âmbito do direito processual civil, a segurança jurídica traduz-se no devido processo


legal, bem como relaciona-se com a efetividade da tutela jurisdicional, uma vez que esta busca
a entrega da prestação jurisdicional de maneira célere e eficaz, e a segurança jurídica, nesse
contexto, visa garantir o nível necessário de formalidade e flexibilidade para alcançar a
efetividade sem afetar as demais garantias processuais.

11
Ibidem, p. 133-134.
12
CAMBI, Eduardo; BUENO, Filipe Braz da Silva. Segurança jurídica e efetividade processual. Revista dos
Tribunais Sul, v. 4, p. 178-179, abr. 2014.
15

Nesse sentido, o princípio da segurança jurídica deve ser visto como um dos
fundamentos para a adoção dos precedentes judiciais, visto que estes buscam a concretização
da estabilidade jurídica e da unidade do entendimento dos julgadores.

Outrossim, o princípio da igualdade, previsto expressamente no artigo 5º, caput, da


Constituição Federal, busca garantir que todos tenham tratamento igualitário e, no âmbito do
processo civil, consiste em solucionar conflitos de maneira uniforme, atribuindo às situações
fáticas idênticas o mesmo tratamento. Para tanto, destaca-se que os precedentes judiciais são
importantes ferramentas na concretização deste princípio.

Por fim, o princípio da duração razoável do processo, previsto no artigo 5º, inciso
LXXVIII, da Constituição Federal, ao afirmar que “a todos, no âmbito judicial e administrativo,
são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua
tramitação”, também pode ser considerado como um dos fundamentos que legitimam a criação
de um sistema de precedentes judiciais vinculantes no ordenamento jurídico brasileiro, visto
que sua aplicação pode evitar a proposição de ações, bem como a interposição de recursos sem
fundamentos, evitando a judicialização de demandas.13

2.4 Os precedentes judiciais vinculantes à luz do Novo Código de Processo Civil

Nas últimas décadas, com a ampliação do acesso à justiça, em especial a partir de 1988
com a promulgação da Constituição Federal, o Poder Judiciário ganhou maior visibilidade, e
criaram-se novos direitos, ações e tribunais. O número de processos judiciais cresceu
exponencialmente, de modo que atualmente cerca de 80 milhões de processos tramitam no
Judiciário brasileiro, segundo relatório divulgado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em
201814.

Em decorrência dessa massificação de processos judiciais, houve uma mudança na


atuação dos tribunais, implicando em uma grande morosidade do Poder Judiciário, que possui
um alto número de processos pendentes de julgamento, bem como ocasionando a falta de

13
CAMBI, Eduardo; HELLMAN, Renê Francisco. Precedentes e dever de motivação das decisões judiciais no
novo Código de Processo Civil. Revista de Processo, v. 241, p. 419, mar. 2015.
14
JUSTIÇA, Conselho Nacional de. Justiça em Números 2018. Brasília: Departamento de Pesquisas Judiciárias,
2018. Disponível em: https://www.conjur.com.br/dl/justica-numeros-2018-2408218compressed.pdf. Acesso em:
21 maio 2019.
16

unidade de entendimento dos julgadores, gerando alto grau de imprevisibilidade das decisões
judiciais.

Nesse contexto, os precedentes são importantes instrumentos a serem utilizados na


busca pela modificação do atual cenário do Poder Judiciário brasileiro, tornando-se
indispensáveis para a concretização dos princípios da isonomia e da segurança jurídica,
trazendo maior previsibilidade e estabilidade à ordem jurídica, bem como buscando alcançar a
duração razoável dos processos e combater a excessiva litigância que se observa no país.

O processo de adoção dos precedentes judiciais vinculantes no sistema judicial


brasileiro teve início com a criação do controle concentrado de constitucionalidade, de forma
que as decisões proferidas pelo Supremo Tribunal Federal passaram a vincular a todos os
tribunais.15

O ordenamento jurídico pátrio possui dois modelos de controle de constitucionalidade.


O primeiro refere-se ao controle difuso de constitucionalidade, o qual pode ser realizado por
todos os juízes em qualquer grau de jurisdição, devendo ser analisada a constitucionalidade da
norma no âmbito do caso concreto, de modo que o entendimento fixado pelos tribunais vincula
apenas às partes do processo.

De outro modo, o controle concentrado de constitucionalidade caracteriza-se por ser


ação de natureza autônoma, na qual se questiona a constitucionalidade da lei, devendo ser
proposta perante o Supremo Tribunal Federal. As decisões proferidas nestas ações ensejam a
produção de precedentes vinculantes, nos termos artigo 102, § 2º, da Constituição Federal de
1988, segundo o qual:

As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas


ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade
produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos
do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal,
estadual e municipal.16

Ademais, a Emenda Constitucional nº 45 instituiu a Súmula Vinculante, com a inserção


do artigo 103-A à Constituição Federal, permitindo que o Supremo Tribunal Federal aprove
súmula que, após publicada, será investida de força vinculante para os demais órgãos do Poder

15
PANUTTO, Peter. Precedentes judiciais vinculantes: o sistema jurídico-processual brasileiro antes e
depois do código de processo civil de 2015 (Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015) / Peter Panutto. – 1. Ed. –
Florianópolis, SC: Empório do Direito, 2017.
16
Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro
Gráfico, 1988. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em
28/05/2019.
17

Judiciário, bem como em relação à administração pública, desde que preenchidos os


pressupostos definidos na lei.

Ainda, a Lei nº 11.418/2006, que regulamentou o dispositivo constitucional acerca do


requisito de admissibilidade da repercussão geral, acrescentou o artigo 543-A ao CPC de 1973,
que previa em seus parágrafos 3º e 4º a possibilidade de os tribunais exercerem juízo de
retratação após o julgamento do recurso extraordinário repetitivo, bem como a possibilidade de
o STF cassar ou reformar, liminarmente, o acórdão contrário à orientação firmada.17

Conforme discorrido, o sistema judicial brasileiro vem avançando na busca pela


uniformização dos entendimentos e, neste seguimento, o Código de Processo Civil de 2015,
instituiu um sistema amplo de precedentes judiciais vinculantes, com previsão expressa em seu
artigo 926, ao aduzir que “os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável,
íntegra e coerente”. Ainda, o novo Código trouxe em seu artigo 927 um rol de decisões que
serão consideradas precedentes judiciais de natureza vinculante:

Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão:


I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de
constitucionalidade;
II - os enunciados de súmula vinculante;
III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de
demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial
repetitivos;
IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria
constitucional e do Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional;
V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem vinculados. 18

Conforme se observa, no direito brasileiro, o precedente vinculante é aquele definido na


lei e, nesse sentido, contra a decisão que desrespeitar tal julgado caberá reclamação, nos termos
do artigo 988, em seus incisos III e IV, do CPC/2015. Não obstante existam tais previsões
legais, ressalta-se a necessidade de os Tribunais reconhecerem os precedentes vinculantes como
tais, sob pena de não cumprirem o seu papel, deixando de ser respeitados e acarretando em um
elevado número de ajuizamento de reclamações.19

17
Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11418.htm. Acesso em
28/05/2019.
18
Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm. Acesso em
28/05/2019.
19
MEDINA, José Miguel Garcia. Op. cit., p. 136-137.
18

2.5 Precedentes e dever de fundamentação da decisão judicial

Conforme retratado, o novo Código de Processo Civil avançou ao trazer maior


regulamentação aos precedentes judiciais. Nesse aspecto, para que se tenha uma efetiva
instauração do sistema de precedentes no ordenamento jurídico brasileiro, cumpre destacar a
necessidade de mudança na postura dos operadores do direito.

No contexto atual, em razão da existência de normas com conceitos mais abertos, houve
a ampliação da atividade de interpretação do órgão julgador, exigindo-se uma atividade de
raciocínio para se extrair o real significado das normas. Nessa lógica, a fundamentação das
decisões judiciais é a forma pela qual o magistrado irá demonstrar as razões que o levaram a
tomar tal decisão.20

Ainda, sob outra perspectiva, a fundamentação da decisão de forma adequada, permite


o controle da atuação jurisdicional, tanto pelas partes do processo e pelas instâncias superiores,
como pela própria sociedade, de forma a impedir arbitrariedades e garantir a imparcialidade do
magistrado. Deste modo, a devida fundamentação é considerada como forma de proteção ao
Estado Democrático de Direito, prevista expressamente no artigo 93, inciso IX, da Constituição
Federal.21

No Brasil, observa-se um déficit no exercício de fundamentação das decisões pelos


órgãos judiciais. O autor José Rodrigo Rodriguez, em pesquisa realizada a respeito da
racionalidade jurisdicional, em especial analisando a fundamentação das decisões no sistema
judicial brasileiro, sustentou que a jurisdição brasileira está marcada por argumentos de
autoridade, o que acarreta em uma justiça opinativa.22 Nas palavras do autor:

Nos casos difíceis, ou seja, aqueles em que os tribunais ainda não têm uma opinião
homogênea e que, portanto, geram debates entre os juízes, a estratégia é invocar tantas
autoridades quantas possíveis para sustentar a opinião do juiz, considerado sempre
como indivíduo e não como voz de uma instituição dotada de uma racionalidade
própria.23

A esse respeito, trazendo a discussão ao campo dos precedentes judiciais, o dever de


fundamentação mostra-se relevante, tendo em vista que a decisão que ensejou a criação do

20
CARVALHO, Sabrina Nasser de. Op. cit., p. 429-430.
21
ALVES, Francisco Glauber Pessoa. Fundamentação judicial no novo Código de Processo Civil. Revista de
Processo, v. 253, p. 57-59, mar. 2016.
22
RODRIGUEZ, José Rodrigo. Como decidem as cortes? Para uma crítica do direito (brasileiro). Rio de
Janeiro: Ed. GV, 2013. p. 93-94.
23
Ibidem, p. 51.
19

precedente deverá ser clara e abranger todos os fundamentos concernentes à tese a ser formada,
visto que estas decisões constituirão fontes do direito e deverão ser observadas pelos julgadores
nos casos futuros.

Assim prevê o artigo 984, § 2º, do CPC/2015, que dispõe que o conteúdo do acórdão
deverá abranger a análise de todos os fundamentos suscitados concernentes à tese jurídica
discutida, sejam favoráveis ou contrários.

Ademais, a devida fundamentação permite que se extraia a ratio decidendi do


julgamento, a qual pode ser definida, de modo geral, como uma regra geral determinante para
que um caso seja resolvido de tal forma, correspondendo à parcela do precedente que terá efeito
vinculante e obrigará os juízes a respeitá-lo nos julgamentos futuros.24

Destaca-se que a ratio decidendi não se confunde com os fundamentos da decisão, de


modo que, nas palavras de Luiz Guilherme Marinoni, “a ratio não se confunde com o
dispositivo e com a fundamentação, mas constitui algo externo a ambos, algo que é formulado
a partir do relatório, da fundamentação e do dispositivo”.25

Por fim, aponta-se que a fundamentação das decisões judiciais se correlaciona com a
aplicação do distinguishing, técnica de distinção entre casos, sendo esta a forma pela qual o
magistrado decidirá pela aplicação ou não de um precedente a um caso concreto. Assim, para
se analisar a semelhança entre casos, devem ser analisados, além dos fatos relevantes, a questão
de direito suscitada e os fundamentos que justificaram a decisão do precedente.26

24
MARINONI, Luiz Guilherme. Uma nova realidade diante do projeto de CPC. Revista dos Tribunais, v. 918,
p. 352-356, abr. 2012.
25
Ibidem, p. 355.
26
MELLO, Patrícia Perrone Campos; BARROSO, Luís Roberto. Op. cit., p 34-35.
20

3 O INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS NO


ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO

Entre os institutos a serem observados obrigatoriamente pelos tribunais, o novo CPC


inovou ao criar o incidente de resolução de demandas repetitivas, regulado, sobretudo, nos
artigos 976 e seguintes do CPC/2015, sem correspondente na lei revogada, que prevê a criação
de um procedimento incidental autônomo para julgamento de caso repetitivo no âmbito dos
tribunais estaduais e dos tribunais regionais federais.

Dentro deste quadro, o CPC/2015 criou um microssistema de julgamento de casos


repetitivos, conforme disposto no artigo 928 e seguintes do referido diploma, no qual se insere
o incidente de resolução de demandas repetitivas. Nesse sentido, consigna o Enunciado 345 do
Fórum Permanente de Processualistas Civis:

(arts. 976, 928 e 1.036). O incidente de resolução de demandas repetitivas e o


julgamento dos recursos extraordinários e especiais repetitivos formam um
microssistema de solução de casos repetitivos, cujas normas de regência se
complementam reciprocamente e devem ser interpretadas conjuntamente. 27

Conforme se observa na exposição de motivos do CPC/2015, o referido incidente foi


criado com inspiração no direito alemão28, no qual se desenvolveu um mecanismo processual
conhecido como Musterverfahren, um procedimento-modelo criado para resolução coletiva dos
litígios em massa, por meio da fixação de um entendimento extensível às ações homogêneas a
partir do julgamento de um caso piloto.

Para Fredie Didier Jr. e Sofia Temer, o referido incidente tem como objetivo a fixação
de entendimento “que resolva questão jurídica (de direito material ou processual) repetida em
inúmeros processos”, de modo que a tese será aplicada a todos os casos presentes e futuros que
versarem sobre a mesma controvérsia, como forma de garantir a isonomia aos jurisdicionados
e elevar a segurança jurídica no ordenamento jurídico brasileiro.29

27
Enunciados do Fórum Permanente de Processualistas Civis. 2017. Disponível em:
http://civileimobiliario.web971.uni5.net/wp-content/uploads/2017/07/Carta-de-Florian%C3%B3polis.pdf.
Acesso em: 05 mai. 2019.
28
BRASIL. Congresso Nacional. Senado Federal. Comissão de Juristas Responsável pela Elaboração de
Anteprojeto de Código de Processo Civil. Código de Processo Civil: anteprojeto. Brasília: Senado Federal, 2010.
Disponível em: [https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/512422/001041135.pdf]. Acesso em:
28/05/2019.
29
DIDIER JUNIOR, Fredie; TEMER, Sofia. A decisão de organização do incidente de resolução de demandas
repetitivas: importância, conteúdo e o papel do regimento interno do tribunal. Revista de Processo, v. 258/206,
p.252, ago. 2016.
21

3.1 A natureza jurídica do incidente de resolução de demandas repetitivas

Na análise do incidente de resolução de demandas repetitivas, discute-se acerca de sua


natureza jurídica, havendo divergência doutrinária no que diz respeito à forma pela qual se dará
o julgamento do incidente.

Nesse quadro, é possível identificar, no âmbito da apreciação de casos repetitivos, duas


técnicas distintas de julgamento. Na primeira, o paradigma é definido como um “caso-piloto”,
havendo uma unidade cognitiva, isto é, o órgão colegiado julgará a questão repetitiva objeto da
controvérsia e também as demais questões da demanda principal. Assim, aquilo que for
decidido no processo representativo será aplicado nas demais ações que versarem sobre a
mesma questão controvertida.30

De outro lado, o paradigma pode ser considerado um “caso-modelo” e, nesta hipótese,


haverá uma cisão cognitiva, de modo que o órgão jurisdicional julgará exclusivamente a questão
repetitiva dos processos escolhidos para representar a controvérsia, cabendo ao juízo da origem
aplicar a tese fixada e julgar as demais questões do processo.31

Para sustentar a adoção do “caso-modelo” pelo CPC/2015, aponta-se que o IRDR


consiste em um “procedimento incidental autônomo”32, como a própria nomenclatura sugere,
que tem como objeto a resolução unicamente de questões de direito, não cabendo discutir
questões fáticas. Além disso, tal conclusão pode ser tomada com base no artigo 976, § 1º, do
CPC/201533, que prevê que a desistência ou o abandono da causa não impedirá o exame de
mérito do incidente.

Nesse sentido, o autor Hermes Zaneti Junior aponta que mesmo nessas hipóteses de
desistência do processo, a melhor opção é adotar “um sistema de substituição do(s) caso(s) em

30
WANDERLEY, João Flávio Vidal. O objeto e a natureza do incidente de resolução de demandas repetitivas: as
situações jurídicas repetitivas e os direitos individuais homogêneos no cerne do debate. Revista de Processo, v.
285/2018, p.235-269, nov. 2018.
31
Ibidem, p. 253.
32
MENDES, Aluisio Gonçalves de Castro; TEMER, Sofia. O incidente de resolução de demandas repetitivas do
novo código de processo civil. Revista de Processo, v. 243, p.289, maio 2015.
33
Art. 976. É cabível a instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas quando houver,
simultaneamente:
I - efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão unicamente de direito;
II - risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica.
§ 1º A desistência ou o abandono do processo não impede o exame de mérito do incidente.
22

que ocorreu(eram) a desistência ou abando”34, de modo que o órgão julgador do incidente


deverá afetar novas causas para representar a controvérsia.

Em contrapartida, observa-se que o parágrafo único do artigo 978 do CPC/201535 prevê


que o órgão colegiado incumbido de julgar o incidente e de fixar a tese jurídica também julgará
o recurso, a remessa necessária ou o processo de competência originária de onde se originou o
incidente, cabendo interpretar este dispositivo no sentido de que o novo Código adotou a
posição do “caso-piloto”.

3.2 Instauração e processamento do incidente de resolução de demandas repetitivas

Inicialmente, para que seja instaurado o IRDR, devem ser preenchidos os requisitos
previstos no artigo 976 do CPC/2015, que prevê que o incidente será cabível quando houver,
simultaneamente, efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma
questão unicamente de direito, e risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica.

A lei não define um parâmetro objetivo para que se considere efetiva a repetição de
processos, de modo que ficará a cargo dos tribunais avaliar no caso concreto o preenchimento
desse requisito. Nesse aspecto, observa-se que a falta de parâmetro pode ensejar divergências
na admissibilidade dos recursos, conforme apontado em pesquisa realizada pelos autores
Eduardo de Avelar Lamy e Nadine Pires Salomon, na qual o Tribunal de Justiça de São Paulo
admitiu IRDR que mencionava a existência de sete processos análogos e, em contrapartida, o
Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul inadmitiu um IRDR por falta de “efetiva repetição de
processos”, embora tenha sido demonstrada a existência de pelo menos 1.700 ações sobre o
mesmo tema.36

34
ZANETI JUNIOR, Hermes. Os casos repetitivos no brasil: notas sobre a agregação de litígios, o processo
coletivo e os precedentes vinculantes no CPC/2015. Revista Iberoamericana de Derecho Procesal, v. 7/2018, p.
251, jun. 2018.
35
Art. 978. O julgamento do incidente caberá ao órgão indicado pelo regimento interno dentre aqueles
responsáveis pela uniformização de jurisprudência do tribunal.
Parágrafo único. O órgão colegiado incumbido de julgar o incidente e de fixar a tese jurídica julgará igualmente o
recurso, a remessa necessária ou o processo de competência originária de onde se originou o incidente.
36
LAMY, Eduardo de Avelar; SALOMON, Nadine Pires. Os desafios do incidente de resolução de demandas
repetitivas em face do federalismo brasileiro. Revista de Processo, v. 277/2018, p.357, mar. 2018.
23

Nesse sentido, o Enunciado 87 do Fórum Permanente de Processualistas Civis afirma


que “a instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas não pressupõe a existência
de grande quantidade de processos versando sobre a mesma questão, mas preponderantemente
o risco de quebra da isonomia e de ofensa à segurança jurídica”.37

No que tange à legitimidade para requerer a instauração do incidente, o artigo 977 do


CPC/201538 dispõe que o pedido deverá será dirigido ao presidente do tribunal, e poderá ser
feito pelo juiz de primeiro grau ou pelo relator, mediante ofício, bem como pelas partes, pelo
Ministério Público ou pela Defensoria Pública, por meio de petição.

No que diz respeito à legitimidade do juiz de primeiro grau, prevista no inciso I do artigo
supramencionado, discute-se acerca da possibilidade de instauração do incidente a partir de
processos em trâmite na primeira instância. Isto porque, na versão do CPC aprovada
incialmente pela Câmara Revisora39, somente se admitiria a instauração do incidente se
existisse causa pendente de julgamento pelo Tribunal. Contudo, o texto final aprovado pelo
Senado suprimiu tal regra, autorizando o juiz de primeiro grau requerer a instauração do
incidente.

Nesse contexto, aponta-se que caso o incidente seja instaurado sem decisão de primeiro
grau, haverá deslocamento de competência, com o julgamento da causa pelo Tribunal. Ademais,
a formação de IRDR em primeiro grau impediria o amadurecimento do debate sobre a questão
controvertida.40

Sob outra perspectiva, a instauração do incidente a partir do primeiro grau pode ser vista
como uma forma de impedir a multiplicação de processos, gerando maior celeridade na
uniformização do entendimento. Além disso, o inciso I do artigo 977 autoriza a instauração por

37
Enunciados do Fórum Permanente de Processualistas Civis. 2017. Disponível em:
http://civileimobiliario.web971.uni5.net/wp-content/uploads/2017/07/Carta-de-Florian%C3%B3polis.pdf.
Acesso em: 18 set. 2019.
38
Art. 977. O pedido de instauração do incidente será dirigido ao presidente de tribunal:
I - pelo juiz ou relator, por ofício;
II - pelas partes, por petição;
III - pelo Ministério Público ou pela Defensoria Pública, por petição.
39
SCD ao PLS 166/2010: “Art. 988. É admissível o incidente de resolução de demandas repetitivas quando,
estando presente o risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica, houver efetiva repetição de processos que
contenham controvérsia sobre a mesma questão unicamente de direito.
§ 1º O incidente pode ser suscitado perante tribunal de justiça ou tribunal regional federal.
§ 2º O incidente somente pode ser suscitado na pendência de qualquer causa de competência do tribunal. (...)”
40
MENDES, Aluisio Gonçalves de Castro; TEMER, Sofia. Op. cit., p. 292.
24

requerimento do juiz, o que, por consequência, poderá ocorrer a partir de processos em trâmite
no primeiro grau de jurisdição.41

Sobre esta discussão, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) fixou entendimento no


sentido de que o IRDR somente poderá ser admitido se houver pendência de julgamento de
recurso no tribunal, ou em causas originárias, de modo que se já houver julgamento de mérito
não caberá mais a instauração do incidente. No caso, o STJ manteve o acórdão do Tribunal de
Justiça de São Paulo (TJSP) que inadmitiu o IRDR, pois considerou que a questão tratada em
um agravo de instrumento já julgado pelo tribunal não poderia mais justificar a instauração do
incidente. O acórdão foi publicado em 18/10/2019 e restou assim ementado:

EMENTA
PROCESSUAL CIVIL. INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS
REPETITIVAS - IRDR. REQUISITO. EXISTÊNCIA DE PROCESSO EM
TRÂMITE. JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE DO INCIDENTE. INVIABILIDADE.
VIOLAÇÃO DO ART. 1.022 DO CPC/2015. INEXISTÊNCIA.
[...]
VI - O cabimento do IRDR, condiciona-se à pendência de julgamento, no tribunal, de
uma causa recursal ou originária. Se já encerrado o julgamento, não caberá mais a
instauração do IRDR, senão em outra causa pendente; mas não naquela que já foi
julgada. Nesse sentido, o Enunciado n. 344 do Fórum Permanente de Processualistas
Civis.42

Quanto ao cabimento de IRDR no âmbito do Superior Tribunal de Justiça, em


07/08/2019, a Corte Especial do referido Tribunal exarou entendimento segundo o qual a
“instauração de incidente de resolução de demandas repetitivas diretamente no Superior
Tribunal de Justiça é cabível apenas nos casos de competência recursal ordinária e de
competência originária e desde que preenchidos os requisitos do art. 976 do CPC”.43

No referido caso, as partes distribuíram petição no STJ, requerendo a instauração de


incidente de resolução de demandas repetitivas. Em decisão monocrática, a Ministra Laurita
Vaz não conheceu do incidente, consignando que a sistemática adotada pelo CPC/2015
determina que o IRDR somente é cabível no âmbito dos Tribunais de Justiça e Tribunais

41
Ibidem, p. 291.
42
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Agravo em Recurso Especial: AREsp 1470017 SP 2019/0076015-6.
Relator: Ministro Francisco Falcão, Brasília/DF, julgado em 15/10/2019, publicado em DJe: 18/10/2019.
43
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Acórdão julgamento de Agravo Interno em Petição: AgInt na Petição Nº
11.838 - MS (2016/0330305-6). Relator: João Otávio de Noronha, Brasília/DF, julgado em 07/08/2019, publicado
em DJe: 10/09/2019.
25

Regionais Federais.44 Interposto recurso de Agravo Interno, a Corte Especial do STJ decidiu
por negar provimento ao recurso, entendendo pelo cabimento de instauração do incidente de
resolução de demandas repetitivas originariamente no STJ nas hipóteses de competência
originária ou recursal ordinária.

Ademais, o juízo de admissibilidade do IRDR será realizado pelo órgão colegiado


competente para julgar o incidente, que deverá ser o órgão designado pelo regimento interno
do tribunal como responsável pela uniformização de jurisprudência, o qual verificará o
preenchimento dos requisitos estabelecidos pelo CPC/2015.

Se admitido, o processo originário e os processos pendentes que versarem sobre a


mesma questão serão suspensos, e o incidente prosseguirá tramitando no Tribunal. Ainda, nos
termos do artigo 982, incisos II e III, do CPC45, o relator poderá requisitar informações ao juízo
onde tramita processo no qual se discute o objeto do incidente, bem como intimará o Ministério
Público para manifestar-se sobre a questão controvertida.

Observa-se que a suspensão dos processos deverá ocorrer pelo prazo máximo de um
ano, quando o incidente deverá ser julgado pelo tribunal. Ultrapassado este prazo, cessa a
suspensão dos processos, salvo se houver decisão fundamentada do relator em sentido contrário,
conforme dita o artigo 980 do CPC/1546.

Além disso, conforme previsão do § 3º, do artigo 98247, do CPC/15, as partes, a


Defensoria Pública ou o Ministério Público poderão requerer ao tribunal competente para
conhecer do recurso extraordinário ou especial a suspensão nacional de todos os processos que

44
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Decisão monocrática: AgInt na Petição Nº 11.838 - MS (2016/0330305-
6). Relatora: Laurita Vaz, Brasília/DF, julgado em 29/12/2016, disponibilizado no DJe: 01/02/2017.
45
Art. 982. Admitido o incidente, o relator:
I - suspenderá os processos pendentes, individuais ou coletivos, que tramitam no Estado ou na região, conforme o
caso;
II - poderá requisitar informações a órgãos em cujo juízo tramita processo no qual se discute o objeto do incidente,
que as prestarão no prazo de 15 (quinze) dias;
III - intimará o Ministério Público para, querendo, manifestar-se no prazo de 15 (quinze) dias.
46
Art. 980. O incidente será julgado no prazo de 1 (um) ano e terá preferência sobre os demais feitos, ressalvados
os que envolvam réu preso e os pedidos de habeas corpus.
Parágrafo único. Superado o prazo previsto no caput, cessa a suspensão dos processos prevista no art. 982 , salvo
decisão fundamentada do relator em sentido contrário.
47
Art. 982. [...] § 3º Visando à garantia da segurança jurídica, qualquer legitimado mencionado no art. 977, incisos
II e III, poderá requerer, ao tribunal competente para conhecer do recurso extraordinário ou especial, a suspensão
de todos os processos individuais ou coletivos em curso no território nacional que versem sobre a questão objeto
do incidente já instaurado.
26

versarem sobre idêntica questão, para garantir a segurança jurídica, quando se tratar de questão
com relevância nacional.

Ainda, no que diz respeito à suspensão dos processos, aponta-se a possibilidade de a


parte requerer o prosseguimento do feito, quando for verificada a distinção do caso concreto
em face da questão objeto do incidente (distinguishing). Por outro lado, a parte poderá requerer
a suspensão de seu processo, quando verificar que se trata da mesma questão controvertida de
incidente já instaurado48.

Nessas hipóteses, discute-se acerca do cabimento de recurso em face da decisão que


negar a suspensão de processo que verse sobre questão idêntica ao objeto do incidente, ou que
suspender indevidamente um processo que tenha objeto distinto da questão controvertida.

Embora o Código não tenha feito previsão expressa, entende-se que a recorribilidade de
tais decisões deve ser reconhecida, em razão dos prejuízos que a suspensão ou o prosseguimento
indevido do processo pode acarretar às partes. Nesse sentido, mencionam os autores Aluisio
Gonçalves de Castro Mendes e Sofia Temer:

Afinal, e apenas como exemplo, pensemos na situação do processo (homogêneo) que


não é suspenso por força da instauração do incidente e prossegue tramitando
paralelamente: nesta hipótese, caso seja adotada a concepção restrita de que os
“interessados” a que se refere o art. 983 do CPC/2015 são os que tiveram seus
processos sobrestados, esta parte não poderá ser ouvida no incidente e, por
consequência, não poderá influir validamente na definição da tese jurídica.49

Nessa lógica, por uma interpretação extensiva ao que prevê o § 13 do artigo 1.037 do
novo CPC50, em face de tais decisões, entende-se ser cabível agravo de instrumento, se o
processo estiver em primeiro grau, e agravo interno, se a decisão for do relator.51

Por fim, o CPC prevê em seu artigo 979 que “a instauração e o julgamento do incidente
serão sucedidos da mais ampla e específica divulgação e publicidade”, determinando aos

48
MENDES, Aluisio Gonçalves de Castro; TEMER, Sofia. Op. cit., p. 301.
49
Ibidem, p. 301.
50
Art. 1.036. (...) § 13. Da decisão que resolver o requerimento a que se refere o § 9º caberá:
I - agravo de instrumento, se o processo estiver em primeiro grau;
II - agravo interno, se a decisão for de relator.
51
MENDES, Aluisio Gonçalves de Castro; TEMER, Sofia. Op. cit., p. 302.
27

tribunais que mantenham banco eletrônico de dados atualizados com informações específicas
sobre questões de direito submetidas ao incidente.52

Com efeito, o dispositivo acima mencionado é de suma importância ao novo instituto


criado pelo novo CPC, visto que a devida divulgação dos incidentes criados garante maior
efetividade ao microssistema de julgamento de casos repetitivos, pois possibilitará a distinção
ou a aplicação da tese aos demais casos.

3.3 Julgamento do incidente de resolução de demandas repetitivas

Admitido o incidente, inicia-se a abertura do contraditório, com a fixação de prazo


comum de 15 dias para que as partes e demais interessados requeiram a juntada de documentos,
bem como as diligências necessárias para a elucidação da questão de direito controvertida. Em
seguida, o Ministério Público poderá se manifestar, no mesmo prazo.

Na sessão de julgamento, o autor e o réu do processo originário, bem como o Ministério


Público, poderão sustentar suas razões, sucessivamente, pelo prazo de 30 minutos. Ainda, os
demais interessados terão o prazo de 30 minutos, divididos entre todos, para realizar a
sustentação oral, cabendo ressaltar que a lei prevê que o prazo poderá ser ampliado,
considerando-se o número de inscritos.

Nesse contexto, Luiz Guilherme Marinoni, ao discorrer sobre o incidente de resolução


de demandas repetitivas, aponta a existência de violação do direito constitucional de participar
em contraditório no julgamento do incidente.53 Para sustentar sua tese, o autor realiza uma
análise do direito estadunidense, especialmente do instituto do collateral estoppel, presente no
sistema do common law, o qual proíbe a rediscussão de matéria já decidida anteriormente. Para
que seja aplicado, tal instituto exige que o litigante a quem se pretende proibir de discutir a

52
Art. 979. A instauração e o julgamento do incidente serão sucedidos da mais ampla e específica divulgação e
publicidade, por meio de registro eletrônico no Conselho Nacional de Justiça.
§ 1º Os tribunais manterão banco eletrônico de dados atualizados com informações específicas sobre questões de
direito submetidas ao incidente, comunicando-o imediatamente ao Conselho Nacional de Justiça para inclusão no
cadastro.
53
MARINONI, Luiz Guilherme. O "problema" do incidente de resolução de demandas repetitivas e dos recursos
extraordinário e especial repetitivos. Revista de Processo, v. 249/2015, p. 407, nov. 2015.
28

questão tenha sido parte na ação anterior, além de ter tido ampla e justa oportunidade de
participar.

Mais adiante, traçando uma comparação entre o direito norte americano e o incidente
de resolução de demandas repetitivas, o autor aduz que:

Ou melhor, a decisão proferida no caso de um, assim como a decisão proferida no


incidente de resolução, não pode retirar o direito de discutir a questão daquele que não
participou. O contrário constituiria grosseira violação do direito fundamental de
participar do processo e de influenciar o juiz.54

Nessa lógica, o autor afirma que a melhor alternativa para evitar esta
inconstitucionalidade é possibilitar o ingresso dos vários legitimados à tutela dos direitos
individuais homogêneos, nos termos da Lei da Ação Civil Pública e do Código de Defesa do
Consumidor. Tal intervenção deve ser amparada no artigo art. 979 do CPC, que prevê que a
“instauração e o julgamento do incidente serão sucedidos da mais ampla e específica divulgação
e publicidade, por meio de registro eletrônico no Conselho Nacional de Justiça”.55

Por outro lado, os autores Aluisio Gonçalves de Castro Mendes e Sofia Temer afirmam
que a preservação do contraditório no IRDR se dá pela junção de três fatores, quais sejam a
escolha mais plural possível dos processos que irão representar a controvérsia, bem como pela
ampla participação dos potencialmente afetados pela decisão a ser proferida no incidente,
prevista no artigo 983, caput, do CPC, e, por fim, pela manifestação de órgãos, entidades e
pessoas na condição de amicus curiae, conforme prevê o CPC/2015.56

Ademais, cumpre ressaltar que conteúdo do acórdão deverá abranger a análise de todos
os fundamentos suscitados concernentes à tese jurídica discutida, sejam favoráveis ou
contrários, tendo em vista que a devida fundamentação da decisão, conforme já abordado
anteriormente, permite identificar precisamente o objeto do incidente, possibilitando sua
aplicação aos casos futuros, bem como viabilizando a revisão da tese jurídica firmada.

Outrossim, em face da decisão que julga o incidente, será cabível recurso especial ou
recurso extraordinário, conforme prevê o artigo 987 do CPC57. Nesse aspecto, o novo Código

54
Ibidem, p. 407.
55
Ibidem, p. 408.
56
MENDES, Aluisio Gonçalves de Castro; TEMER, Sofia. Op. cit., p. 301.
57
Art. 987. Do julgamento do mérito do incidente caberá recurso extraordinário ou especial, conforme o caso.
§ 1º O recurso tem efeito suspensivo, presumindo-se a repercussão geral de questão constitucional eventualmente
discutida.
29

determinou que estes recursos possuirão efeito suspensivo, impedindo a imediata aplicação da
tese fixada pelo Tribunal. Além disso, quando se tratar de questão constitucional, haverá
presunção de repercussão geral da questão discutida no IRDR.

Quanto à legitimidade recursal, a despeito de não haver previsão legal, entende-se pela
ampla legitimidade para interposição de recursos, conforme o Enunciado 94, do Fórum
Permanente de Processualistas Civis: “A parte que tiver o seu processo suspenso nos termos do
inciso I do art. 982 poderá interpor recurso especial ou extraordinário contra o acórdão que
julgar o incidente de resolução de demandas repetitivas”58.

Por fim, julgado o mérito do recurso, a tese jurídica adotada pelo Supremo Tribunal
Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça será aplicada no território nacional a todos os
processos que versarem sobre a mesma questão de direito, de modo que haverá a uniformização
da tese jurídica em âmbito nacional.

3.4 Aplicação e revisão da tese jurídica

Julgado o incidente de resolução de demandas repetitivas, será definida uma tese


jurídica com efeito vinculante, a qual será aplicável a todos os processos, individuais ou
coletivos, que versem sobre idêntica questão de direito e que tramitem na área de jurisdição do
tribunal julgador, incluindo-se os processos que tramitem nos juizados especiais. De outro
modo, caso haja recurso para o STF ou para o STJ, a tese fixada será aplicável em âmbito
nacional.59

Além disso, destaca-se o cabimento de reclamação da parte interessada ou do Ministério


Público para garantir a observância de acórdão proferido em julgamento de incidente de
resolução de demandas repetitivas, prevista no artigo 988, inciso IV, do CPC/201560, como
forma de garantir a uniformidade e estabilidade do incidente.

58
Enunciados do Fórum Permanente de Processualistas Civis. 2017. Disponível em:
http://civileimobiliario.web971.uni5.net/wp-content/uploads/2017/07/Carta-de-Florian%C3%B3polis.pdf.
Acesso em: 18 set. 2019.
59
MENDES, Aluisio Gonçalves de Castro; TEMER, Sofia. Op. cit., p. 312.
60
Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para: [...] IV – garantir a observância
de acórdão proferido em julgamento de incidente de resolução de demandas repetitivas ou de incidente de assunção
de competência;
30

Nesse aspecto, alguns autores sustentam a inconstitucionalidade da atribuição de efeito


vinculante à decisão firmada em IRDR, tendo e vista não haver autorização constitucional.
Além disso, argumenta-se no sentido da inviabilidade de criação de precedentes vinculantes
pelas Cortes de Justiça, como no caso dos Tribunais Regionais Federais ou dos Tribunais de
Justiça Estadual. Nesse sentido se posicionaram os autores Frederico Augusto Gomes e Clayton
Maranhão:

Há, nesse ponto, uma dificuldade prática. O hábito faz o monge e é muito difícil que
os magistrados desses tribunais, ainda que dotados de inquestionável saber jurídico
adquirido nos anos de prática e comprovado pelo preenchimento dos requisitos para
promoção ou pela indicação ao cargo pelo quinto constitucional, abandonem a
racionalidade de suas tarefas habituais para se dedicarem, por um instante, ao
cumprimento de missão bastante diversa.61

Não obstante o referido posicionamento, a obrigatoriedade de observância da tese


jurídica firmada no IRDR foi expressa no CPC/2015, conforme previsto em seu artigo 985:
“julgado o incidente, a tese jurídica será aplicada”, de modo que os demais julgadores estarão
vinculados ao acórdão paradigma.

Por fim, o novo CPC estabeleceu a possibilidade de revisão da tese jurídica, que deverá
ser feita pelo mesmo tribunal julgador, mediante ofício, pelo Ministério Público ou pela
Defensoria Pública, por meio de petição. Não obstante esta previsão legal, há entendimentos no
sentido de ser possível o requerimento da revisão pelas partes de processos em que se discuta a
mesma questão julgada no IRDR, desde que o pedido seja devidamente fundamentado, em
razão da presença de interesse jurídico.62

61
GOMES, Frederico Augusto; MARANHÃO, Clayton. O terceiro afetado e o devido processo legal na resolução
de demandas repetitivas. Revista Iberoamericana de Derecho Procesal, v. 7/2018, p. 196, jun. 2018.
62
MENDES, Aluisio Gonçalves de Castro; TEMER, Sofia. Op. cit., p. 313.
31

4 ANÁLISE DA EFETIVAÇÃO DO INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE


DEMANDAS REPETITIVAS NO SISTEMA JUDICIAL BRASILEIRO

Inicialmente, para a realização do estudo da efetivação do incidente de resolução de


demandas repetitivas no sistema judicial brasileiro, delimitou-se a análise de forma temporal,
de modo que o período estudado compreende a data de 18 de março de 2016, momento em que
o CPC/2015 entrou em vigor63, até 18 de setembro de 2019, contemplando um total de três anos
e seis meses.

Ainda, delimitou-se a análise no âmbito da Justiça Federal, abordando os cinco tribunais


regionais federais brasileiros, bem como no âmbito da Justiça Estadual, de modo mais restrito,
examinando os incidentes criados no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

Para a obtenção das informações, realizou-se a pesquisa exclusivamente nos bancos


eletrônicos de dados disponibilizados pelos tribunais, conforme prevê o artigo 979, § 1º, do
CPC/201564, bem como nos acórdãos e decisões proferidas pelos Tribunais, de modo que não
foram analisados outros meios de informação, como diário oficial de justiça ou sites de busca
de jurisprudência.

Com base nos dados obtidos, foram criadas tabelas sintetizando as informações
relacionadas aos incidentes, as quais compreenderam os incidentes criados, suas matérias ou
temáticas, a situação atual e as datas de distribuição, admissão, julgamento e trânsito em julgado
do acórdão.

Assim, para a realização da análise dos dados, o estudo se baseou em pesquisa


quantitativa, com o objetivo de se obter um panorama numérico da criação e andamento de
incidentes nos tribunais, como forma de se constatar o nível de utilização do novo instituto
pelos órgãos julgadores.

Por fim, realizou-se análise qualitativa dos incidentes criados, para se observar as
matérias predominantes, bem como quais os critérios utilizados pelos julgadores na análise da
admissibilidade do IRDR, além de verificar a média de tempo para que os incidentes sejam

63
Art. 1.045. Este Código entra em vigor após decorrido 1 (um) ano da data de sua publicação oficial.
64
Art. 979. § 1º Os tribunais manterão banco eletrônico de dados atualizados com informações específicas sobre
questões de direito submetidas ao incidente, comunicando-o imediatamente ao Conselho Nacional de Justiça para
inclusão no cadastro.
32

julgados e fixadas as teses, examinando a conformidade da prática dos tribunais em face da


legislação aplicável.

4.1 Análise dos incidentes criados no âmbito da Justiça Federal

4.1.1 Tribunal Regional Federal da 1ª Região

A partir das informações divulgadas pela base de dados eletrônica disponível65, no


período analisado, observou-se que no Tribunal Regional Federal da 1ª Região foram
distribuídos um total de 35 incidentes de resolução de demandas repetitivas. Entre eles, 2
tiveram julgamento de mérito e houve o trânsito em julgado. Ainda, 4 incidentes tiveram sua
distribuição cancelada, em razão de erro na indicação de classe processual ou distribuição em
duplicidade.

Além disso, 24 incidentes aguardam julgamento de admissibilidade, e outros 4, apesar


de já terem sido distribuídos, permanecem sem informação acerca da situação atual. Por fim,
destaca-se que 1 incidente teve sua admissão negada. Veja-se gráfico exemplificativo:

Gráfico 1 - Incidentes de resolução de demandas repetitivas no TRF da 1ª Região

Sem informação

Não admitido
Situação

Julgado

Cancelado

Aguardando admissão

0 5 10 15 20 25 30

Quantidade

Fonte: a autora.

65
NUGEP, Núcleo de Gerenciamento de Precedentes –. IRDR em Tramitação. Disponível em:
https://portal.trf1.jus.br/portaltrf1/jurisprudencia/gestao-de-precedentes/irdr/. Acesso em: 19 out. 2019.
33

Na análise do referido Tribunal, observou-se a predominância de incidentes versando


sobre Direito Administrativo, representando um total aproximado de 46% do total dos
incidentes distribuídos, e os demais divididos igualmente entre Direito Tributário,
Previdenciário e Processual.66

Ademais, quanto aos incidentes já julgados, identificou-se o IRDR nº 0008087-


81.2017.4.01.0000/DF, que foi suscitado pelo juiz federal substituto de uma das varas federais
do Distrito Federal. Quanto à matéria, o referido incidente tratou de impedimento ou suspeição
de auditores fiscais do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), em virtude do
recebimento de bônus de eficiência.

No julgamento da admissibilidade do incidente, observou-se que o preenchimento do


requisito da efetiva repetição de processos com decisões divergentes foi sustentado sobretudo
em razão da existência de mandados de segurança em curso em quase todas as varas federais
cíveis da Seção Judiciária do Distrito Federal, bem como levou-se em consideração o alto valor
passível de gerar prejuízo ao erário, conforme citado nos fundamentos do voto, pelo
Desembargador Federal Relator Novély Vilanova da Silva Reis:

Conforme petição da União de 16.05.2017, estão em curso em quase todas as varas


federais cíveis da SJ/DF (1ª, 2ª, 3ª, 5ª, 6ª, 7ª, 9ª, 13ª, 15ª, 16ª, 20ª e 22ª), vários
mandados de segurança com decisões divergentes acerca da mencionada questão de
direito com valor total de R$ 8.540.427.288,68, cabendo a instauração do incidente
previsto no CPC/2015.67

O risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica foi fundamentado com base na tese
da União Federal, parte impetrada nos mandados de segurança pendentes de julgamento, que
sustentou que a matéria em questão possui o efeito de paralisação de processos ainda na
primeira instância administrativa em todo país.

Com o julgamento final do citado IRDR, o órgão julgador firmou a seguinte tese:

Durante a vigência da Medida Provisória 765 de 29.12.2016, não havia impedimento


nem suspeição de auditores-fiscais participar de julgamentos no Conselho
Administrativo de Recursos Fiscais/CARF, recebendo o bônus de eficiência instituído

66
NUGEP, Núcleo de Gerenciamento de Precedentes –. IRDR em Tramitação. Disponível em:
https://portal.trf1.jus.br/portaltrf1/jurisprudencia/gestao-de-precedentes/irdr/. Acesso em: 19 out. 2019.
67
BRASIL. Tribunal Regional Federal (1. Região). Acórdão Admissibilidade IRDR nº 0008087-
81.2017.4.01.0000. Relator: Novély Vilanova da Silva Reis. Brasília, DF, 31 de maio de 2017. E-DJF1, Brasília,
22/06/2017.
34

por essa medida. Com o advento da Lei 13.464 de 10.07.2017 ficou prejudicada essa
discussão.68

Por fim, ressalta-se que o incidente supramencionado teve seu julgamento em


aproximadamente cinco meses a contar de sua admissão. Ainda, observou-se que entre todos
os incidentes suscitados, 19 foram distribuídos no ano de 2019, 7 no ano de 2018, 8 no ano de
2017 e apenas 1 no ano de 2016, de modo que é possível constatar um crescimento exponencial
na distribuição de incidentes no último ano.

4.1.2 Tribunal Regional Federal da 2ª Região

No Tribunal Regional Federal da 2ª Região foram distribuídos um total de 21 incidentes


de resolução de demandas repetitivas no período estudado. Entre eles, 2 tiveram julgamento de
mérito e 1 foi admitido e aguarda julgamento. Além disso, 11 incidentes aguardam julgamento
de admissibilidade, e outros 7 tiveram sua admissibilidade negada69, conforme demonstrado no
gráfico abaixo:

Gráfico 2 - Incidentes de resolução de demandas repetitivas do TRF da 2ª Região.

Não admitido

Julgado
Situação

Aguardando admissão

Admitido

0 2 4 6 8 10 12

Quantidade

Fonte: a autora.

68
BRASIL. Tribunal Regional Federal (1. Região). Acórdão Julgamento IRDR nº 0008087-81.2017.4.01.0000.
Relator: Novély Vilanova da Silva Reis. Brasília, DF, 18 de outubro de 2017. E-DJF1, Brasília, 24/10/2017.
69
NUGEP, Núcleo de Gerenciamento de Precedentes –. Incidentes de Resolução de Demandas Repetitivas –
Suscitados. Disponível em: https://www10.trf2.jus.br/consultas/gerenciamento-de-precedentes-obrigatorios-
novo-cpc-nugep/irdr-sucitados/. Acesso em: 19 out. 2019.
35

Na análise dos incidentes julgados, identificou-se o IRDR nº 0014410-


75.2017.4.02.0000, que versa sobre matéria de Direito Civil, mais especificamente sobre
propriedade industrial. O referido incidente foi suscitado pela parte ré do processo judicial que
lhe moveu o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Na análise da admissibilidade,
o Desembargador Federal Theophilo Antonio Miguel Filho entendeu estar presente o requisito
da efetiva repetição de processos, pois identificou um total de 31 sentenças no TRF da 2ª Região
sobre a mesma questão de direito, entre as quais 17 sentenças julgaram improcedentes os
pedidos do INPI, enquanto 15 atenderam o pleito da autarquia federal, de modo que essa
evidente divergência justificou o risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica.70

Destaca-se que o primeiro incidente admitido neste Tribunal foi julgado no prazo
aproximado de 13 meses desde a sua admissão, e o segundo em um lapso temporal de 15 meses,
tempo pouco maior que o prazo previsto no CPC/2015. Além disso, observou-se a
predominância de incidentes versando sobre Direito Administrativo, com um total de 11
incidentes suscitados, outros 4 referem-se a matérias de Direito Previdenciário, 3 tratam de
Direito Tributário e outros 3 de Direito Civil.

4.1.3 Tribunal Regional Federal da 3ª Região

De acordo com a base de dados eletrônica disponível71, até o período analisado


identificaram-se 2 incidentes admitidos no Tribunal Regional Federal da 3ª Região, os quais
aguardam julgamento de mérito. Não há informação a respeito de quantos incidentes foram
distribuídos até o momento, ou se houve algum IRDR não admitido.

Quanto aos incidentes identificados, o primeiro IRDR admitido, processo nº 0017610-


97.2016.4.03.0000, versa sobre Direito Tributário, e discute se o “redirecionamento de
execução de crédito tributário da pessoa jurídica para os sócios dar-se-ia nos próprios autos da
execução fiscal ou em sede de incidente de desconsideração da personalidade jurídica”.

70
BRASIL. Tribunal Regional Federal (2. Região). Acórdão Admissibilidade IRDR nº 0014410-
75.2017.4.02.0000. Relator: Antonio Ivan Athié. Rio de Janeiro, RJ. 22 de março de 2018. Disponibilizado no e-
DJF2R de 12/04/2018.
71
NUGEP, Núcleo de Gerenciamento de Precedentes –. Incidentes de Resolução de Demandas Repetitivas –
IRDR. Disponível em: http://www.trf3.jus.br/vipr/nugep-nucleo-de-gerenciamento-de-precedentes/. Acesso em:
19 out. 2019.
36

O referido incidente foi requerido pela Fazenda Nacional e teve sua admissão em
fevereiro de 2017. Em seu voto, o Desembargador Federal Relator sustentou a presença de
efetiva repetição de processos citando um total de 11 processos sobre a mesma questão. Ainda,
afirmou que o risco à segurança jurídica se justificou em razão da gravidade dos efeitos do
redirecionamento da execução fiscal aos sócios-gerentes.72

Ressalta-se que o referido incidente ainda não foi julgado, contudo, em fevereiro de
2018, foi proferido despacho deferindo o pedido de prorrogação da decisão concessiva de efeito
suspensivo por 1 ano, com fundamento no parágrafo único do artigo 980 do CPC, tendo em
vista que o incidente ainda não se encontrava em termos para julgamento.

Ademais, o segundo incidente foi suscitado pelo Ministério Público Federal e refere-se
à matéria de Direito Administrativo, especificamente do direito ao levantamento da conta do
FGTS de determinados empregados públicos do Município de São Paulo, tendo sido admitido
em fevereiro de 2019.

No acórdão de admissibilidade do incidente supramencionado, o Desembargador


Federal Relator sustentou o preenchimento dos requisitos do Código de Processo Civil com
bases nas cópias de sentenças proferidas em diversos mandados de segurança juntadas à inicial,
nas quais se observou divergência quanto às linhas de entendimento sobre um mesmo tema
jurídico.73

Desta forma, observa-se que até o momento analisado não houve julgamento de mérito
de incidente de resolução de demandas repetitivas no Tribunal Regional Federal da 3ª Região,
o qual compreende os estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul.74

72
BRASIL. Tribunal Regional Federal (3. Região). Acórdão Admissibilidade IRDR nº 0017610-
97.2016.4.03.0000. Relator: Paulo Octavio Baptista Pereira. São Paulo, SP. 08 de fevereiro de 2017. Publicado no
Diário Eletrônico da Justiça Federal da 3ª região em 14/02/2017.
73
BRASIL. Tribunal Regional Federal (3. Região). Acórdão Admissibilidade IRDR nº 0004127-
63.2017.4.03.0000. Relator: Wilson Zauhy Filho. São Paulo, SP. 07 de fevereiro de 2017. Publicado no Diário
Eletrônico da Justiça Federal da 3ª região em 21/02/2017.
74
REGIÃO, Corregedoria Regional da Justiça Federal da 3ª. Jurisdição. Disponível em:
http://www.trf3.jus.br/core/jurisdicao/. Acesso em: 19 out. 2019.
37

4.1.4 Tribunal Regional Federal da 4ª Região

No Tribunal Regional Federal da 4ª Região foram identificados 22 incidentes de


resolução de demandas repetitivas, dentre os quais 17 foram julgados, 3 foram admitidos e
aguardam julgamento e 2 encontram-se sobrestados para aguardar o julgamento dos Tribunais
Superiores sobre o tema. Entre os incidentes com julgamento de mérito, um total de 4 incidentes
transitaram em julgado. Ainda, destaca-se que a base de dados eletrônica do Tribunal em
questão não disponibiliza informação quanto aos incidentes distribuídos e ainda não
analisados75.

Gráfico 3 - Incidentes de resolução de demandas repetitivas do TRF da 4ª Região.

Sobrestado por Tema STJ/STF


Situação

Julgado

Admitido

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18

Quantidade

Fonte: a autora.

No que tange às matérias submetidas a julgamento, há a predominância de incidentes


versando sobre Direito Administrativo e Previdenciário, perfazendo um total de 16 incidentes,
e outros 6 divididos entre Direito Tributário, Direito Civil, Direito Processual Civil e do
Trabalho e Direito do Consumidor.

75
NUGEP, Núcleo de Gerenciamento de Precedentes –. Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas
Disponível em: https://www.trf4.jus.br/trf4/controlador.php?acao=irdr_listar&seq=194%7C967. Acesso em: 19
out. 2019.
38

Entre os incidentes com julgamento de mérito, identificou-se o IRDR nº 5054321-


86.2016.4.04.0000, suscitado pelo Magistrado de uma das Varas Federais do Município de
Francisco Beltrão/PR, cuja matéria trata de Direito Tributário. Na análise da admissibilidade
do incidente, o Desembargador Federal Relator consignou que o que deve preponderar é o risco
de ofensa à segurança jurídica e não a grande quantidade de demandas, conquanto tenha
consignado a existência de volume considerável de recursos no mesmo Tribunal sobre o tema
em debate, relacionando três processos distribuídos em um curto período de tempo, todos sob
sua relatoria.76

Por fim, aponta-se que entre os incidentes suscitados, apenas 1 foi admitido no ano de
2018, e 1 no ano de 2019, enquanto nos anos de 2016 e 2017 foram admitidos um total de 20
incidentes, restando demonstrada a diminuição de afetação de incidentes para julgamento no
Tribunal em comento.

4.1.5 Tribunal Regional Federal da 5ª Região

No Tribunal Regional Federal da 5ª Região foram suscitados 13 incidentes de resolução


de demandas repetitivas até o período estudado. Entre eles, apenas 1 teve julgamento de mérito
e 1 foi admitido e aguarda julgamento. Além disso, 8 incidentes não foram admitidos, 1
permanece suspenso e outros 2 aguardam decisão de admissibilidade77, conforme demonstrado
no gráfico a seguir.

76
BRASIL. Tribunal Regional Federal (4. Região). Acórdão Admissibilidade IRDR nº 5054321-
86.2016.4.04.0000. Relator: João Batista Lazzari. Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 26 de janeiro de 2017. Partes
intimadas eletronicamente.
77
NUGEP, Núcleo de Gerenciamento de Precedentes –. Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas –
IRDR. Disponível em: https://www4.trf5.jus.br/irdr/paginas/publico.xhtml. Acesso em: 19 out. 2019.
39

Gráfico 4 - Incidentes de resolução de demandas repetitivas do TRF da 5ª Região.

Suspenso

Julgado
Situação

Inadmitido

Aguardando admissão

Admitido

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

Quantidade

Fonte: a autora.

Quanto ao incidente julgado, inicialmente o processo foi remetido ao Tribunal em razão


da interposição de recurso de apelação pelo INSS em face de sentença que julgou procedente o
pedido do autor. Iniciado o julgamento, o Desembargador Federal suscitou questão de ordem,
aduzindo que a hipótese do processo se enquadrava como demanda repetitiva, de modo que
deveria ser instaurado o incidente, a fim de que o Plenário da Corte deliberasse sobre o tema.

Desta forma, o processo foi encaminhado ao Desembargador Presidente, que


determinou a alteração de classe processual para incidente de resolução de demandas repetitivas
e remeteu o processo para julgamento de admissibilidade do incidente pelo Pleno do Tribunal.
No julgamento, o órgão julgador admitiu o IRDR, sustentando a existência de cerca de 90
processos versando sobre a mesma questão, com base em pesquisa jurisprudencial realizada por
ele. Ainda, aduziu que a diversidade de entendimentos dentro do mesmo Tribunal representaria
risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica.

O referido incidente foi julgado pelo Pleno do Tribunal, nos termos do voto do Relator,
que assim decidiu:

Assim, mercê da uniformização jurisprudencial, em atendimento aos princípios da


nova processualística civil, inaugurada pelo CPC/2015, revejo o meu próprio
entendimento sobre a matéria, para, acolhendo este IRDR, firmar a seguinte tese
jurídica: "O fator previdenciário incide na aposentadoria por tempo de contribuição
40

diferenciada do professor, salvo em relação ao beneficiário que tenha adquirido o


direito à jubilação antes da edição da Lei nº 9.876/99".

Por força do parágrafo único, do art. 978, do CPC/2015, passo ao julgamento do caso
concreto, para DAR PROVIMENTO à remessa oficial e à apelação do INSS, julgando
improcedente o pedido revisional do autor, haja vista que o direito à aposentadoria foi
adquirido após a lei que passou a prever o fator previdenciário. 78

Conforme se depreende, o processo supramencionado foi distribuído inicialmente como


ação ordinária pela parte e, tendo sido remetido ao Tribunal em razão da interposição de recurso,
a Turma julgadora entendeu se tratar de hipótese de instauração de incidente de resolução de
demandas repetitivas. Tendo sido admitido pelo órgão julgador, o processo teve sua classe
processual alterada para IRDR e foi redistribuído por sorteio, de modo que não houve a criação
de um incidente apartado. Assim, no julgamento do incidente, houve a fixação de uma tese
jurídica e, também, o julgamento da apelação e da remessa oficial.

Por fim, foram interpostos recursos especial e extraordinário pela parte, sendo que
atualmente o processo se encontra no Superior Tribunal de Justiça aguardando o julgamento do
recurso. Outrossim, destaca-se que o Ministro Presidente da Comissão Gestora de Precedentes,
em decisão monocrática, determinou que o IRDR tramitasse conforme o procedimento
estabelecido para o recurso indicado pelo tribunal de origem como representativo da
controvérsia, nos termos do art. 256-H do Regimento Interno do STJ79, aduzindo que:

Louvável a iniciativa do Plenário do Superior Tribunal de Justiça ao estabelecer, por


norma regimental (art. 256-H), tramitação diferenciada para o recurso especial
interposto contra o julgamento de mérito do incidente de resolução de demandas
repetitivas, haja vista a abrangência dos efeitos da decisão a ser proferida pelo
Superior Tribunal de Justiça cuja tese será "aplicada no território nacional a todos os
processos individuais ou coletivos que versem sobre idêntica questão de direito"
(CPC, § 2º do art. 987).80

Desta forma, observa-se que o CPC/2015, em seu artigo 987, § 2º, determina que a tese
jurídica adotada pelo STJ em julgamento de recurso especial interposto contra decisão de IRDR
terá aplicação em todo o território nacional, de modo que o acórdão possuirá os mesmos efeitos

78
BRASIL. Tribunal Regional Federal (5. Região). Acórdão julgamento IRDR nº 0804985-07.2015.4.05.8300.
Relator: Élio Wanderley de Siqueira Filho. Recife, Pernambuco, 07 de julho de 2017. Partes intimadas
eletronicamente.
79
Art. 256-H. Os recursos especiais interpostos em julgamento de mérito do incidente de resolução de demandas
repetitivas serão processados nos termos desta Seção, não se aplicando a presunção prevista no art. 256-G deste
Regimento. (Incluído pela Emenda Regimental n. 24, de 2016)
80
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Decisão monocrática. REsp 1799305 (2018/0254355-4) Relator:
Ministro Paulo de Tarso Sanseverino, Brasília/DF, 03 de abril de 2019, publicado em DJe: 09/04/2019.
41

do acórdão proferido em julgamento de recurso especial repetitivo. Ainda, como forma de


complementar a legislação aplicável, a norma regimental do STJ estabeleceu tramitação
diferenciada ao IRDR na Corte Superior, determinando o processamento do incidente nos
termos da seção referente ao Recurso Especial Representativo da Controvérsia.

4.2 Análise dos incidentes criados no âmbito do Tribunal de Justiça do Estado de São
Paulo

No Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo foram distribuídos 436 incidentes no


período analisado, 20 foram julgados e entre eles 5 transitaram julgado. Além disso, 9
incidentes foram admitidos e aguardam julgamento de mérito, 46 aguardam julgamento de
admissibilidade e 15 incidentes encontram-se sobrestados para aguardar o julgamento de
recursos nos Tribunais Superiores. Ainda, destaca-se que 352 incidentes não foram admitidos
ou foram julgados prejudicados.81

Gráfico 5 – Incidentes de resolução de demandas repetitivas do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo

Suspenso
Sem informação
Não admitido/Prejudicado
Julgado
Situação

Inicial Indeferida
Homologada desistência
Aguardando admissão
Admitido
Acórdão de admissibilidade anulado

0 50 100 150 200 250 300 350 400

Quantidade

Fonte: a autora.

81
NUGEP, Núcleo de Gerenciamento de Precedentes –. Incidentes de Resolução de Demandas Repetitivas –
IRDR. Disponível em: https://www.tjsp.jus.br/Nugep/Irdr. Acesso em: 19 out. 2019.
42

Quanto às matérias constantes dos incidentes admitidos, há um total de 18 incidentes


tratando de Direito Administrativo, 6 acerca de Direito Tributário, 4 de Direito Civil, 3 de
Direito do Consumidor e 1 versando sobre Direito Processual Penal.

Entre os incidentes supramencionados, observou-se o IRDR nº 2103746-


20.2018.8.26.0000, suscitado pela parte ré em processo criminal, tendo originado o incidente a
partir de recurso de Agravo em Execução Penal, para que se fixe entendimento acerca da
“natureza da decisão que defere a progressão do regime de cumprimento de pena, para se definir
o marco inicial a ser considerado como do implemento dos requisitos do artigo 112 da Lei de
Execução Penal”. Assim, na análise dos pressupostos de admissibilidade, o Desembargador
Relator consignou:

Inicialmente, como bem ressaltou o Presidente da seção de direito criminal deste


Tribunal de Justiça (cf. fls. 154/159), ausente norma no Código de Processo Penal
acerca da uniformização da interpretação de jurisprudência, plenamente possível a
aplicação analógica do Código de Processo Civil. 82

Ademais, quanto aos outros requisitos, o julgador entendeu pela admissão do incidente,
pois considerou que a matéria em discussão apresentava intensa divergência jurisprudencial no
mesmo Tribunal, colacionando três julgados reconhecendo a natureza constitutiva da decisão
de progressão, e outros três reconhecendo sua natureza declaratória.

Por fim, com base na análise deste Tribunal, foi possível constatar a existência de um
alto número de incidentes não admitidos ou julgados prejudicados, entre os quais identificou-
se o IRDR nº 0054174-66.2017.8.26.0000, que tratou de Direito do Consumidor, tendo sido
inicialmente admitido pelo Tribunal e, após, julgado prejudicado, em razão da afetação do
mesmo tema pelo Superior Tribunal de Justiça para julgamento sob a sistemática dos recursos
repetitivos, constituindo óbice processual superveniente ao julgamento do IRDR.83

82
BRASIL. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Acórdão admissibilidade IRDR nº 2103746-
20.2018.8.26.0000. Relator: Péricles Piza. São Paulo, 28 de março de 2019. Disponibilizado no Diário Eletrônico
em 11/04/2019.
83
BRASIL. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Acórdão admissibilidade IRDR nº 0054174-
66.2017.8.26.0000. Relator: Grava Brasil. São Paulo, 03 de maio de 2019. Disponibilizado no Diário Eletrônico
em 14/05/2019.
43

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Código de Processo Civil brasileiro de 2015 trouxe, como um de seus principais


pilares, a criação de um sistema de precedentes judiciais vinculantes, representado por institutos
e técnicas, com o objetivo de trazer maior unidade ao entendimento jurisprudencial, assegurar
os princípios da isonomia e da segurança jurídica, além da concretização da duração razoável
do processo.

Para atender seus objetivos, o novo Código criou o instituto do incidente de resolução
de demandas repetitivas, inspirado no direito alemão e sem correspondente na lei revogada, o
qual corresponde a um procedimento incidental autônomo, que visa formar uma tese jurídica a
ser aplicada aos casos homogêneos no âmbito dos Tribunais.

Após mais de três anos da vigência do novo CPC, o presente estudo buscou analisar a
efetivação e o desenvolvimento do IRDR no âmbito dos Tribunais Regionais Federais e do
Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, a fim de se obter um panorama numérico a respeito
da utilização do incidente, bem como observar em que sentido tem caminhado o entendimento
dos julgadores, no que diz respeito à admissibilidade e instauração do incidente.

Com base nos dados obtidos, observou-se que no âmbito da justiça federal há um índice
semelhante de distribuição de incidentes entre quatro tribunais, constatando-se uma média de
22 incidentes distribuídos para cada tribunal, com exceção do TRF da 3ª Região, no qual foram
admitidos apenas 2 incidentes, não tendo havido julgamento de mérito até o período estudado.

Além disso, observou-se um baixo índice de julgamentos de mérito nos cinco tribunais,
com alto número de processos pendentes de julgamento de admissibilidade, à exceção do TRF
da 4ª Região, tribunal com maior número de incidentes julgados até o momento.

Quanto ao período de tempo para que os incidentes sejam julgados, entre a data de
admissão e a data do julgamento, com exceção do TRF da 1ª Região, observou-se que a maioria
dos incidentes foram julgados em prazo maior de 12 meses.

Ainda, aponta-se que, em quatro tribunais, houve uma diminuição na distribuição de


incidentes no ano de 2019, enquanto no TRF da 1ª Região, verificou-se um aumento no número
de incidentes protocolados.

Outrossim, no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, verificou-se um alto número


de incidentes distribuídos, somando-se 436 incidentes, quando comparado aos tribunais
44

federais, que somaram um total de 93 incidentes distribuídos. Contudo, quando levado em


consideração o número de incidentes julgados, observou-se um baixo índice no TJSP, com
apenas 20 julgamentos, enquanto nos tribunais regionais federais 22 incidentes foram julgados.

No que tange às matérias objetos dos incidentes, de modo geral, observou-se uma
predominância de IRDR versando sobre temas de direito público, como Direito Administrativo,
Tributário e Previdenciário, havendo poucos registros de matérias atinentes ao direito privado,
como Direito Civil, Direito do Consumidor ou Processual Civil.

No que diz respeito aos julgamentos de admissibilidade dos incidentes, observou-se


diferentes parâmetros utilizados pelos julgadores quanto ao requisito da “efetiva repetição de
processos”. Em alguns casos, não houve menção à quantidade de processos versando sobre a
mesma questão, em outros, verificou-se menção a cerca de 10, 30 e até 90 processos tratando
da temática.

De outro modo, verificou-se que na maioria dos julgamentos de admissibilidade, o


requisito do “risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica” foi sustentado em razão da
observância de julgamentos divergentes no mesmo tribunal.

Assim sendo, a partir do presente estudo, foi possível obter um panorama geral acerca
da utilização do novo instituto trazido pelo Código de Processo Civil de 2015, constatando-se
que, neste período de tempo, houve um índice baixo de julgamentos de mérito de incidentes de
resolução de demandas repetitivas, em comparação à quantidade de incidentes distribuídos,
tanto nos Tribunais Regionais Federais, quanto no Tribunal de Justiça de São Paulo.

Por fim, destaca-se a possibilidade de realização de novos estudos a respeito do tema,


buscando analisar, para além da efetivação do IRDR, a eficiência do instituto na busca da
uniformização dos entendimentos, da garantia do tratamento isonômico aos jurisdicionados e
da entrega da prestação jurisdicional em tempo razoável. Para tal estudo, sugere-se a análise
quantitativa e qualitativa dos processos sobrestados em razão do incidente criado, e os
desdobramentos da fixação das teses jurídicas e aplicação aos casos concretos.
45

REFERÊNCIAS

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11.838 - MS (2016/0330305-6). Relator: João Otávio de Noronha, Brasília/DF, julgado em
07/08/2019, publicado em DJe: 10/09/2019.

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Disponibilizado no Diário Eletrônico em 11/04/2019.

BRASIL. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Acórdão admissibilidade IRDR nº


0054174-66.2017.8.26.0000. Relator: Grava Brasil. São Paulo, 03 de maio de 2019.
Disponibilizado no Diário Eletrônico em 14/05/2019.

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0008087-81.2017.4.01.0000. Relator: Novély Vilanova da Silva Reis. Brasília, DF, 31 de
maio de 2017. E-DJF1, Brasília, 22/06/2017.

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81.2017.4.01.0000. Relator: Novély Vilanova da Silva Reis. Brasília, DF, 18 de outubro de
2017. E-DJF1, Brasília, 24/10/2017.

BRASIL. Tribunal Regional Federal (2. Região). Acórdão Admissibilidade IRDR nº


0014410-75.2017.4.02.0000. Relator: Antonio Ivan Athié. Rio de Janeiro, RJ. 22 de março de
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46

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fevereiro de 2017. Publicado no Diário Eletrônico da Justiça Federal da 3ª região em
14/02/2017.

BRASIL. Tribunal Regional Federal (3. Região). Acórdão Admissibilidade IRDR nº


0004127-63.2017.4.03.0000. Relator: Wilson Zauhy Filho. São Paulo, SP. 07 de fevereiro de
2017. Publicado no Diário Eletrônico da Justiça Federal da 3ª região em 21/02/2017.

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49

APÊNDICE A – Tabela de Incidentes de Resolução de Demandas repetitivas no TRF da 1ª


Região

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1ª REGIÃO - PERÍODO 18/03/2016 A 18/09/2019

Trânsito
Incidentes Matéria Situação Distribuição Admissão Julgamento em
julgado
0008087- Direito
1 Julgado 21/02/2017 31/05/2017 18/10/2017 05/02/2018
81.2017.4.01.0000 Administrativo
0045947- Direito
2 Julgado 18/09/2017 27/02/2018 19/02/2019 05/08/2019
19.2017.4.01.0000 Administrativo
1027078-
3 Sem informação Sem informação 29/08/2019
20.2019.4.01.0000
1024597-
4 Sem informação Sem informação 29/08/2019
84.2019.4.01.0000
1023148-
5 Sem informação Sem informação 29/08/2019
91.2019.4.01.0000
1029293-
6 Sem informação Sem informação 26/08/2019
66.2019.4.01.0000
1016458- Aguardando
7 Direito Processual 25/06/2019
46.2019.4.01.0000 admissão
1015183- Direito Aguardando
8 30/05/2019
62.2019.4.01.0000 Administrativo admissão
1011879- Aguardando
9 Direito Processual 13/05/2019
55.2019.4.01.0000 admissão
1010851- Aguardando
10 Direito Tributário 13/05/2019
52.2019.4.01.0000 admissão
1013395- Direito Aguardando
11 13/05/2019
13.2019.4.01.0000 Previdenciário admissão
1009173- Direito Aguardando
12 16/04/2019
02.2019.4.01.0000 Administrativo admissão
1008148- Direito Aguardando
13 22/03/2019
51.2019.4.01.0000 Administrativo admissão
1028192- Aguardando
14 Direito Tributário 28/02/2019
28.2018.4.01.0000 admissão
1036114- Aguardando
15 Direito Tributário 28/02/2019
23.2018.4.01.0000 admissão
0042579- Direito Aguardando
16 19/02/2019
36.2016.4.01.0000 Administrativo admissão
0031460- Direito Aguardando
17 19/02/2019
78.2016.4.01.0000 Administrativo admissão
1025311- Direito Aguardando
18 18/02/2019
78.2018.4.01.0000 Administrativo admissão
1021579- Aguardando
19 Direito Tributário 18/02/2019
89.2018.4.01.0000 admissão
1002041- Direito
20 Cancelado 30/01/2019
88.2019.4.01.0000 Administrativo
0046264- Direito Aguardando
21 10/01/2019
17.2017.4.01.0000 Administrativo admissão
1017111- Direito Aguardando
22 07/11/2018
82.2018.4.01.0000 Previdenciário admissão
1029335-
23 Direito Processual Cancelado 05/10/2018
52.2018.4.01.0000
1011962- Direito
24 Cancelado 02/05/2018 23/07/2018
08.2018.4.01.0000 Administrativo
0015676- Direito Aguardando
25 17/04/2018
61.2016.4.01.0000 Administrativo admissão
50

1009313- Direito Aguardando


26 10/04/2018
70.2018.4.01.0000 Administrativo admissão
1007391- Direito Aguardando
27 26/03/2018
91.2018.4.01.0000 Administrativo admissão
1005357- Direito Aguardando
28 26/03/2018
46.2018.4.01.0000 Previdenciário admissão
1010365- Aguardando
29 Direito Processual 30/11/2017
38.2017.4.01.0000 admissão
1010732- Direito Aguardando
30 24/11/2017
62.2017.4.01.0000 Administrativo admissão
1009996- Direito
31 Cancelado 07/11/2017
44.2017.4.01.0000 Previdenciário
0049231- Direito Aguardando
32 03/10/2017
35.2017.4.01.0000 Previdenciário admissão
0025042- Aguardando
33 Direito Tributário 27/06/2017
27.2016.4.01.0000 admissão
0005144- Direito Aguardando
34 09/02/2017
91.2017.4.01.0000 Administrativo admissão
0025323-
35 Direito Processual Não admitido 12/05/2016 12/05/2016 29/08/2018 08/11/2018
80.2016.4.01.0000
51

APÊNDICE B – Tabela de Incidentes de Resolução de Demandas repetitivas no TRF da 2ª


Região

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2ª REGIÃO - PERÍODO 18/03/2016 A 18/09/2019

Trânsito
Incidentes Matéria Situação Distribuição Admissão Julgamento em
julgado
0004491-
1 Direito Tributário Julgado 08/05/2016 24/10/2016 10/11/2017 25/07/2018
96.2016.4.02.0000
0008799- Direito
2 Não admitido 31/08/2016
78.2016.4.02.0000 Previdenciário
0003127- Direito Aguardando
3 16/04/2017
21.2018.4.02.0000 Administrativo admissão
0005215- Direito
4 Não admitido 24/05/2017
66.2017.4.02.0000 Previdenciário
0100542- Aguardando
5 Direito Tributário 21/11/2017
38.2017.4.02.0000 admissão
0014410-
6 Direito Civil Julgado 07/12/2017 22/03/2018 27/06/2019
75.2017.4.02.0000
0009030- Direito Aguardando
7 18/12/2017
71.2017.4.02.0000 Administrativo admissão
0002742- Direito
8 Não admitido 09/05/2018
73.2018.4.02.0000 Administrativo
0002738- Direito
9 Não admitido 25/05/2018
36.2018.4.02.0000 Administrativo
0004744- Direito
10 Não admitido 13/07/2018
16.2018.4.02.0000 Administrativo
0006929- Direito Aguardando
11 27/07/2018
27.2018.4.02.0000 Administrativo admissão
0005490- Direito
12 Não admitido 30/07/2018
78.2018.4.02.0000 Previdenciário
0100759- Direito Aguardando
13 28/09/2018
47.2018.4.02.0000 Administrativo admissão
0010407- Direito
14 Não admitido 11/10/2018
43.2018.4.02.0000 Administrativo
0100862- Direito Aguardando
15 07/11/2018
54.2018.4.02.0000 Previdenciário admissão
0000936- Aguardando
16 Direito Tributário 08/03/2019
66.2019.4.02.0000 admissão
0100069- Direito Aguardando
17 18/03/2019
81.2019.4.02.0000 Administrativo admissão
0100092- Direito Aguardando
18 08/04/2019
27.2019.4.02.0000 Administrativo admissão
0002098- Aguardando
19 Direito Civil 27/05/2019
96.2019.4.02.0000 admissão
0100171-
20 Direito Civil Admitido 11/06/2019 04/07/2019
06.2019.4.02.0000
0002396- Direito Aguardando
21 13/06/2019
88.2019.4.02.0000 Administrativo admissão
52

APÊNDICE C – Tabela de Incidentes de Resolução de Demandas repetitivas no TRF da 3ª


Região

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO - PERÍODO 18/03/2016 A 18/09/2019

Trânsito
INCIDENTES Matéria Situação Distribuição Admissão Julgamento
em julgado
0017610- Sem
1 Direito Tributário Admitido 08/02/2017
97.2016.4.03.0000 informação
0004127- Direito Sem
2 Admitido 07/02/2019
63.2017.4.03.0000 Administrativo informação
53

APÊNDICE D – Tabela de Incidentes de Resolução de Demandas repetitivas no TRF da 4ª


Região

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO - PERÍODO 18/03/2016 A 18/09/2019

Trânsito em
INCIDENTE Matéria Situação Distribuição Admissão Julgamento
julgado
5024326- Direito Sem
1 Julgado 08/09/2016 16/10/2017
28.2016.4.04.0000 Administrativo informação
5033207- Direito Processual Sem
2 Julgado 22/09/2016 27/04/2017
91.2016.4.04.0000 Civil e do Trabalho informação
5041015- Direito Sem
3 Julgado 01/12/2016 09/08/2018
50.2016.4.04.0000 Administrativo informação
5052713- Direito Sem
4 Julgado 15/12/2016 26/09/2018
53.2016.4.04.0000 Previdenciário informação
5026813- Direito Sem
5 Julgado 15/12/2016 21/11/2018 22/02/2019
68.2016.4.04.0000 Previdenciário informação
5016985- Direito Sem
6 Julgado 01/12/2016 14/03/2019 26/04/2019
48.2016.4.04.0000 Administrativo informação
5054321- Sem
7 Direito Tributário Julgado 26/01/2017 08/06/2017 02/08/2017
86.2016.4.04.0000 informação
5017896- Direito Sem
8 Julgado 20/10/2016 25/10/2017
60.2016.4.04.0000 Previdenciário informação
5008835- Sem
9 Direito Tributário Julgado 16/03/2017 25/10/2018
44.2017.4.04.0000 informação
5052192- Sobrestado por Sem
10 Direito Civil 30/03/2017
11.2016.4.04.0000 Tema STJ/STF informação
5032523- Direito Sem
11 Julgado 12/06/2017 21/08/2019
69.2016.4.04.0000 Previdenciário informação
5013036- Direito Sem
12 Julgado 06/07/2017 21/02/2018
79.2017.4.04.0000 Previdenciário informação
5011693- Direito Sem
13 Julgado 03/08/2017 11/10/2018
48.2017.4.04.0000 Administrativo informação
5023872- Direito Sem
14 Julgado 23/08/2017 23/05/2018
14.2017.4.04.0000 Administrativo informação
5054341- Direito Sem
15 Julgado 23/08/2017 22/11/2017
77.2016.4.04.0000 Previdenciário informação
5049073- Direito Sem
16 Julgado 16/10/2017 09/08/2018 03/10/2018
08.2017.4.04.0000 Administrativo informação
5045418- Direito Sem
17 Julgado 25/10/2017 12/12/2018
62.2016.4.04.0000 Previdenciário informação
5048697- Direito Sem
18 Admitido 23/11/2017
22.2017.4.04.0000 Administrativo informação
5045252- Direito Sobrestado por Sem
19 14/12/2017 11/10/2018
93.2017.4.04.0000 Administrativo Tema STJ/STF informação
5065659- Direito do Sem
20 Admitido 14/12/2017
23.2017.4.04.0000 consumidor informação
5032883- Direito Sem
21 Julgado 24/10/2018 21/08/2019
33.2018.4.04.0000 Previdenciário informação
5026831- Sem
22 Direito Tributário Admitido 05/09/2019
84.2019.4.04.0000 informação
54

APÊNDICE E – Tabela de Incidentes de Resolução de Demandas repetitivas no TRF da 5ª


Região

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO - PERÍODO 18/03/2016 A 18/09/2019

Trânsito em
Incidentes Matéria Situação Distribuição Admissão Julgamento
julgado
0804985- Direito Sem Sem
1 Julgado 03/05/2016
07.2015.4.05.8300 Previdenciário informação informação
0001978- Sem
2 Direito Tributário Admitido 23/05/2018
74.2016.4.05.0000 informação
0804575- Direito Processual Sem
3 Suspenso 29/09/2016
80.2016.4.05.0000 Civil informação
0801209- Direito
4 Inadmitido 03/08/2016
33.2016.4.05.0000 Administrativo
0804108- Direito Aguardando
5 29/09/2016
04.2016.4.05.0000 Administrativo admissão
0802886- Direito
6 Inadmitido 15/06/2016
98.2016.4.05.0000 Previdenciário
0803341- Direito Processual
7 Inadmitido 16/01/2018
63.2016.4.05.0000 Civil e do Trabalho
0808695- Direito
8 Inadmitido 16/01/2018
69.2016.4.05.0000 Administrativo
0808091- Direito
9 Inadmitido 20/03/2018
74.2017.4.05.0000 Administrativo
0801882-
10 Direito Civil Inadmitido 05/05/2016
26.2016.4.05.0000
0800603- Direito
11 Inadmitido 30/10/2018
34.2018.4.05.0000 Previdenciário
0815079- Direito Processual
12 Inadmitido 30/10/2018
77.2018.4.05.0000 Civil e do Trabalho
0802173- Direito Aguardando
13 03/12/2018
55.2018.4.05.0000 Administrativo admissão
55

APÊNDICE F – Tabela Incidentes de Resolução de Demandas repetitivas no TJ-SP

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO - PERÍODO 18/03/2016 A 18/09/2019


Trânsito Quantidade de
Matéria Situação Distribuição Admissão Julgamento em feitos
julgado sobrestados
Direito do Sem
1 Julgado 08/06/2016 28/03/2017 25
Consumidor informação
Direito Sem
2 Julgado 26/08/2016 30/06/2017 21/02/2018
Administrativo informação
Sem
3 Direito Civil Julgado 09/08/2016 28/03/2017 27/06/2017
informação
Sem
4 Direito Civil Julgado 18/08/2016 31/08/2017
informação
Direito Sem
5 Julgado 11/11/2016 30/06/2017 04/09/2017
Administrativo informação
Direito Sem
6 Julgado 02/12/2016 13/04/2018 22/08/2018
Administrativo informação
Direito Sem
7 Julgado 10/02/2017 10/11/2017 28/06/2018
Administrativo informação
Direito Sem
8 Julgado 30/06/2017 29/11/2018 422
Tributário informação
Direito Sem
9 Suspenso 04/08/2017 60.485
Tributário informação
Direito Sem
10 Julgado 04/08/2017 10/08/2018 635
Administrativo informação
Direito do Sem
11 Julgado 26/10/2017 08/11/2018 293
Consumidor informação
Direito Sem
12 Julgado 15/09/2017 10/08/2018 141
Administrativo informação
Direito Sem
13 Julgado 10/11/2017 10/08/2018 218
Administrativo informação
Direito do Não Sem
14 07/12/2017 06/06/2019
Consumidor admitido/Prejudicado informação
Direito Sem
15 Julgado 15/12/2017 19/10/2018 63
Administrativo informação
Direito Sem
16 Julgado 15/12/2017 19/10/2018 29
Administrativo informação
Direito Sem
17 Julgado 15/12/2017 26/04/2019
Administrativo informação
Direito Sem
18 Julgado 11/05/2018 30/11/2018 369
Administrativo informação
Direito Sem
19 Julgado 13/04/2018 23/05/2019
Tributário informação
Sem
20 Direito Civil Julgado 25/06/2018 15/10/2018 17
informação
Direito Sem
21 Julgado 29/06/2018 25/10/2019 825
Administrativo informação
Direito Sem
22 Julgado 10/08/2018 22/02/2019 82
Administrativo informação
Direito Sem
23 Admitido 14/09/2018 88
Administrativo informação
Direito Acórdão de Sem
24 27/09/2018
Tributário admissibilidade anulado informação
Direito Sem
25 Admitido 19/10/2018 41
Administrativo informação
Sem
26 Direito Civil Admitido 10/12/2018 11
informação
56

Direito Sem
27 Admitido 21/02/2019 1
Tributário informação
Direito
Sem
28 Processual Admitido 28/03/2019
informação
Penal
Direito Sem
29 Admitido 26/04/2019
Administrativo informação
Direito Sem
30 Admitido 31/05/2019
Tributário informação
Direito Sem
31 Admitido 27/09/2019
Administrativo informação
Direito Sem
32 Admitido 27/09/2019
Administrativo informação
Não
33
admitido/Prejudicado
Não
34
admitido/Prejudicado
Não
35
admitido/Prejudicado
Não
36
admitido/Prejudicado
Não
37
admitido/Prejudicado
Não
38
admitido/Prejudicado
Não
39
admitido/Prejudicado
Não
40
admitido/Prejudicado
Não
41
admitido/Prejudicado
Não
42
admitido/Prejudicado
Não
43
admitido/Prejudicado
Não
44
admitido/Prejudicado
Não
45
admitido/Prejudicado
Não
46
admitido/Prejudicado
Não
47
admitido/Prejudicado
Não
48
admitido/Prejudicado
Não
49
admitido/Prejudicado
Não
50
admitido/Prejudicado
Não
51
admitido/Prejudicado
Não
52
admitido/Prejudicado
Não
53
admitido/Prejudicado
Não
54
admitido/Prejudicado
Não
55
admitido/Prejudicado
Não
56
admitido/Prejudicado
Não
57
admitido/Prejudicado
Não
58
admitido/Prejudicado
57

Não
59
admitido/Prejudicado
Não
60
admitido/Prejudicado
Não
61
admitido/Prejudicado
Não
62
admitido/Prejudicado
Não
63
admitido/Prejudicado
Não
64
admitido/Prejudicado
Não
65
admitido/Prejudicado
Não
66
admitido/Prejudicado
Não
67
admitido/Prejudicado
Não
68
admitido/Prejudicado
Não
69
admitido/Prejudicado
Não
70
admitido/Prejudicado
Não
71
admitido/Prejudicado
Não
72
admitido/Prejudicado
Não
73
admitido/Prejudicado
Não
74
admitido/Prejudicado
Não
75
admitido/Prejudicado
Não
76
admitido/Prejudicado
Não
77
admitido/Prejudicado
Não
78
admitido/Prejudicado
Não
79
admitido/Prejudicado
Não
80
admitido/Prejudicado
Não
81
admitido/Prejudicado
Não
82
admitido/Prejudicado
Não
83
admitido/Prejudicado
Não
84
admitido/Prejudicado
Não
85
admitido/Prejudicado
Não
86
admitido/Prejudicado
Não
87
admitido/Prejudicado
Não
88
admitido/Prejudicado
Não
89
admitido/Prejudicado
Não
90
admitido/Prejudicado
58

Não
91
admitido/Prejudicado
Não
92
admitido/Prejudicado
Não
93
admitido/Prejudicado
Não
94
admitido/Prejudicado
Não
95
admitido/Prejudicado
Não
96
admitido/Prejudicado
Não
97
admitido/Prejudicado
Não
98
admitido/Prejudicado
Não
99
admitido/Prejudicado
Não
100
admitido/Prejudicado
Não
101
admitido/Prejudicado
Não
102
admitido/Prejudicado
Não
103
admitido/Prejudicado
Não
104
admitido/Prejudicado
Não
105
admitido/Prejudicado
Não
106
admitido/Prejudicado
Não
107
admitido/Prejudicado
Não
108
admitido/Prejudicado
Não
109
admitido/Prejudicado
Não
110
admitido/Prejudicado
Não
111
admitido/Prejudicado
Não
112
admitido/Prejudicado
Não
113
admitido/Prejudicado
Não
114
admitido/Prejudicado
Não
115
admitido/Prejudicado
Não
116
admitido/Prejudicado
Não
117
admitido/Prejudicado
Não
118
admitido/Prejudicado
Não
119
admitido/Prejudicado
Não
120
admitido/Prejudicado
Não
121
admitido/Prejudicado
Não
122
admitido/Prejudicado
59

Não
123
admitido/Prejudicado
Não
124
admitido/Prejudicado
Não
125
admitido/Prejudicado
Não
126
admitido/Prejudicado
Não
127
admitido/Prejudicado
Não
128
admitido/Prejudicado
Não
129
admitido/Prejudicado
Não
130
admitido/Prejudicado
Não
131
admitido/Prejudicado
Não
132
admitido/Prejudicado
Não
133
admitido/Prejudicado
Não
134
admitido/Prejudicado
Não
135
admitido/Prejudicado
Não
136
admitido/Prejudicado
Não
137
admitido/Prejudicado
Não
138
admitido/Prejudicado
Não
139
admitido/Prejudicado
Não
140
admitido/Prejudicado
Não
141
admitido/Prejudicado
Não
142
admitido/Prejudicado
Não
143
admitido/Prejudicado
Não
144
admitido/Prejudicado
Não
145
admitido/Prejudicado
Não
146
admitido/Prejudicado
Não
147
admitido/Prejudicado
Não
148
admitido/Prejudicado
Não
149
admitido/Prejudicado
Não
150
admitido/Prejudicado
Não
151
admitido/Prejudicado
Não
152
admitido/Prejudicado
Não
153
admitido/Prejudicado
Não
154
admitido/Prejudicado
60

Não
155
admitido/Prejudicado
Não
156
admitido/Prejudicado
Não
157
admitido/Prejudicado
Não
158
admitido/Prejudicado
Não
159
admitido/Prejudicado
Não
160
admitido/Prejudicado
Não
161
admitido/Prejudicado
Não
162
admitido/Prejudicado
Não
163
admitido/Prejudicado
Não
164
admitido/Prejudicado
Não
165
admitido/Prejudicado
Não
166
admitido/Prejudicado
Não
167
admitido/Prejudicado
Não
168
admitido/Prejudicado
Não
169
admitido/Prejudicado
Não
170
admitido/Prejudicado
Não
171
admitido/Prejudicado
Não
172
admitido/Prejudicado
Não
173
admitido/Prejudicado
Não
174
admitido/Prejudicado
Não
175
admitido/Prejudicado
Não
176
admitido/Prejudicado
Não
177
admitido/Prejudicado
Não
178
admitido/Prejudicado
Não
179
admitido/Prejudicado
Não
180
admitido/Prejudicado
Não
181
admitido/Prejudicado
Não
182
admitido/Prejudicado
Não
183
admitido/Prejudicado
Não
184
admitido/Prejudicado
Não
185
admitido/Prejudicado
Não
186
admitido/Prejudicado
61

Não
187
admitido/Prejudicado
Não
188
admitido/Prejudicado
Não
189
admitido/Prejudicado
Não
190
admitido/Prejudicado
Não
191
admitido/Prejudicado
Não
192
admitido/Prejudicado
Não
193
admitido/Prejudicado
Não
194
admitido/Prejudicado
Não
195
admitido/Prejudicado
Não
196
admitido/Prejudicado
Não
197
admitido/Prejudicado
Não
198
admitido/Prejudicado
Não
199
admitido/Prejudicado
Não
200
admitido/Prejudicado
Não
201
admitido/Prejudicado
Não
202
admitido/Prejudicado
Não
203
admitido/Prejudicado
Não
204
admitido/Prejudicado
Não
205
admitido/Prejudicado
Não
206
admitido/Prejudicado
Não
207
admitido/Prejudicado
Não
208
admitido/Prejudicado
Não
209
admitido/Prejudicado
Não
210
admitido/Prejudicado
Não
211
admitido/Prejudicado
Não
212
admitido/Prejudicado
Não
213
admitido/Prejudicado
Não
214
admitido/Prejudicado
Não
215
admitido/Prejudicado
Não
216
admitido/Prejudicado
Não
217
admitido/Prejudicado
Não
218
admitido/Prejudicado
62

Não
219
admitido/Prejudicado
Não
220
admitido/Prejudicado
Não
221
admitido/Prejudicado
Não
222
admitido/Prejudicado
Não
223
admitido/Prejudicado
Não
224
admitido/Prejudicado
Não
225
admitido/Prejudicado
Não
226
admitido/Prejudicado
Não
227
admitido/Prejudicado
Não
228
admitido/Prejudicado
Não
229
admitido/Prejudicado
Não
230
admitido/Prejudicado
Não
231
admitido/Prejudicado
Não
232
admitido/Prejudicado
Não
233
admitido/Prejudicado
Não
234
admitido/Prejudicado
Não
235
admitido/Prejudicado
Não
236
admitido/Prejudicado
Não
237
admitido/Prejudicado
Não
238
admitido/Prejudicado
Não
239
admitido/Prejudicado
Não
240
admitido/Prejudicado
Não
241
admitido/Prejudicado
Não
242
admitido/Prejudicado
Não
243
admitido/Prejudicado
Não
244
admitido/Prejudicado
Não
245
admitido/Prejudicado
Não
246
admitido/Prejudicado
Não
247
admitido/Prejudicado
Não
248
admitido/Prejudicado
Não
249
admitido/Prejudicado
Não
250
admitido/Prejudicado
63

Não
251
admitido/Prejudicado
Não
252
admitido/Prejudicado
Não
253
admitido/Prejudicado
Não
254
admitido/Prejudicado
Não
255
admitido/Prejudicado
Não
256
admitido/Prejudicado
Não
257
admitido/Prejudicado
Não
258
admitido/Prejudicado
Não
259
admitido/Prejudicado
Não
260
admitido/Prejudicado
Não
261
admitido/Prejudicado
Não
262
admitido/Prejudicado
Não
263
admitido/Prejudicado
Não
264
admitido/Prejudicado
Não
265
admitido/Prejudicado
Não
266
admitido/Prejudicado
Não
267
admitido/Prejudicado
Não
268
admitido/Prejudicado
Não
269
admitido/Prejudicado
Não
270
admitido/Prejudicado
Não
271
admitido/Prejudicado
Não
272
admitido/Prejudicado
Não
273
admitido/Prejudicado
Não
274
admitido/Prejudicado
Não
275
admitido/Prejudicado
Não
276
admitido/Prejudicado
Não
277
admitido/Prejudicado
Não
278
admitido/Prejudicado
Não
279
admitido/Prejudicado
Não
280
admitido/Prejudicado
Não
281
admitido/Prejudicado
Não
282
admitido/Prejudicado
64

Não
283
admitido/Prejudicado
Não
284
admitido/Prejudicado
Não
285
admitido/Prejudicado
Não
286
admitido/Prejudicado
Não
287
admitido/Prejudicado
Não
288
admitido/Prejudicado
Não
289
admitido/Prejudicado
Não
290
admitido/Prejudicado
Não
291
admitido/Prejudicado
Não
292
admitido/Prejudicado
Não
293
admitido/Prejudicado
Não
294
admitido/Prejudicado
Não
295
admitido/Prejudicado
Não
296
admitido/Prejudicado
Não
297
admitido/Prejudicado
Não
298
admitido/Prejudicado
Não
299
admitido/Prejudicado
Não
300
admitido/Prejudicado
Não
301
admitido/Prejudicado
Não
302
admitido/Prejudicado
Não
303
admitido/Prejudicado
Não
304
admitido/Prejudicado
Não
305
admitido/Prejudicado
Não
306
admitido/Prejudicado
Não
307
admitido/Prejudicado
Não
308
admitido/Prejudicado
Não
309
admitido/Prejudicado
Não
310
admitido/Prejudicado
Não
311
admitido/Prejudicado
Não
312
admitido/Prejudicado
Não
313
admitido/Prejudicado
Não
314
admitido/Prejudicado
65

Não
315
admitido/Prejudicado
Não
316
admitido/Prejudicado
Não
317
admitido/Prejudicado
Não
318
admitido/Prejudicado
Não
319
admitido/Prejudicado
Não
320
admitido/Prejudicado
Não
321
admitido/Prejudicado
Não
322
admitido/Prejudicado
Não
323
admitido/Prejudicado
Não
324
admitido/Prejudicado
Não
325
admitido/Prejudicado
Não
326
admitido/Prejudicado
Não
327
admitido/Prejudicado
Não
328
admitido/Prejudicado
Não
329
admitido/Prejudicado
Não
330
admitido/Prejudicado
Não
331
admitido/Prejudicado
Não
332
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Não
333
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Não
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Não
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Não
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Não
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Não
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Não
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Não
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Não
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67

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Não
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admitido/Prejudicado
384 Aguardando admissão
385 Aguardando admissão
386 Aguardando admissão
387 Aguardando admissão
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423 Aguardando admissão


424 Aguardando admissão
425 Aguardando admissão
426 Aguardando admissão
427 Aguardando admissão
428 Aguardando admissão
429 Aguardando admissão
430 Suspenso
431 Homologada desistência
432 Inicial Indeferida
433 Inicial Indeferida
434 Inicial Indeferida
435 Sem informação
436 Inicial Indeferida

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