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CURSO DE PRODUÇÃO EDITORIAL

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CURSO DE PRODUÇÃO EDITORIAL
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CURSO DE
CURSO DE PRODUÇÃO EDITORIAL
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PRODUÇÃO
CURSO DE PRODUÇÃO EDITORIAL

CURSO
EDITORIAL
CURSO DE PRODUÇÃO
PRO EDITORIAL
DE PRODUÇÃO EDITORIAL
UMA INTRODUÇÃO
CURSO DE PRODUÇÃO
À EDIÇÃO DE LIRVOS EDITORIAL
CURSO DE PRODUÇÃO EDITORIAL
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AULA 1
CURSO DE PRODUÇÃO EDITORIAL
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CURSO DE
PRODUÇÃO
EDITORIAL
UMA INTRODUÇÃO
À EDIÇÃO DE LIRVOS

AULA 1
Sumário
05 Apresentação do curso

07 O livro e sua materialidade


07 O objeto livro

09 Constituição física do livro


09 A capa
11 O miolo

13 A história do livro
14 O livro na Antiguidade
16 O livro na Idade Média
17 O livro na Idade Moderna
19 O livro na Contemporãneidade
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5

“Vivemos na civilização do livro,


do livro lido, do livro escrito,
da escrita e da leitura.”

Émile Benveniste
APRESENTAÇÃO DO CURSO

No Brasil, a graduação em Produção Editorial ou


Editoração procura formar editores, mas há pou-
quíssimos cursos, e (quase) sempre vinculados à
graduação em Comunicação Social, o que acarre-
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ta na escassez de bibliografias específicas nos cur-


rículos e uma concentração dos estudos no curso
supracitado. Além dessa inacessibilidade de cur-
sos na área e, consequentemente, profissionais, há
ainda a falta de uma regulamentação profissional
específica, permitindo assim que pessoas forma-
das em diversas áreas trabalhem com a edição
05
de livros. Dessa forma, as editoras procuram por
egressos dos mais diversos cursos.

No entanto, o currículo desses cursos nem


sempre se sobeja com disciplinas voltadas à área.
Essa lacuna é preenchida com alguns manuais,
artigos e, recentemente, até mesmo publicações
mais extensas. Porém, estes se configuram como
obras de consulta para a prática cotidiana, sendo
insuficientes, em profundidade de reflexão mas
principalmente em números, para se constituírem
como obras de formação. Desse modo, a forma-
ção dos profissionais que atuam no setor editorial
é, em muito, quase sempre autodidata, decorrente

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do próprio trabalho e na relação com outros pro-
fissionais mais experientes e também autodidatas.

Neste contexto, se insere o curso Produção


Editorial: uma introdução à edição de livros, que
tem por finalidade dar a contribuir para a iniciação
do processo formativo no setor editorial dos alu-
nos de graduação — também graduados, profes- 06
sores e outros. O curso direcionará os participantes
a uma compreensão inicial deste campo de estu-
dos, uma vez que estes potencialmente possuem
habilitação como horizonte para trabalhar em edi-
toras, mas não há disciplinas sobre a temática no
currículo de seus cursos.
1
O LIVRO E SUA MATERIALIDADE

O OBJETO LIVRO

Antes de nos adentrarmos em sua história e/ou


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processos de produção, precisamos conceituar e


discriminar o objeto deste curso: o livro.

Se pensarmos a partir do senso comum, te-


mos o livro como um objeto transportável, com-
posto por páginas encadernadas contendo textos
e imagens, que forma uma publicação unitária de
cunho literário, acadêmico, didático ou outro. Po-
07 rém, o livro é um objeto complexo. Essa primeira
conceituação faz alusão somente a sua função pri-
meira: suporte material de conteúdo. Isso não con-
templa o livro em sua totalidade, cujos limites mais
profusos abrigam outros constituintes que introdu-
zem, sustentam e cercam o texto referido como o
principal. Fala-se aqui de elementos tais como o tí-
tulo, a orelha, o prefácio, a epígrafe, o sumário etc.,
ou seja, do paratexto.

Esses elementos que norteiam o texto dito


principal não são apenas verbais, mas também
gráficos, como é o caso da composição, das ilus-
trações, da capa e da própria materialidade do li-

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vro. Tudo isso somado à distribuição e organização
das palavras e imagens nas páginas (diagrama-
ção), preparam o acesso do leitor ao texto princi-
pal e, nas últimas páginas, indicam-lhe a saída do
“mundo textual”.

Nessa linha, podemos, ainda, conceber o li-


vro como discurso, uma vez que a forma do supor-
te tem efeito sobre seu sentido, já que os elemen- 08
tos verbais e não verbais atuam sobre a leitura e
compreensão. Ou, nas palavras do historiador do
livro francês:

Estes [os leitores], com efeito, não se confrontam


nunca com textos abstratos ideais, separados de
toda materialidade: manejam objetos cujas orga-
nizações comandam sua leitura, sua apreensão e
compreensão partindo do texto lido. Contra uma
definição puramente semântica do texto, é preci-
so considerar que as formas produzem sentido, e
que um texto estável na sua literalidade investe-
-se de uma significação e de um estatuto inéditos
quando mudam os dispositivos do objeto tipo-
gráfico que o propõem à leitura. (chartier, 1991,
p. 178)1
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Sendo assim, o livro é, sobretudo, um pro-


duto intelectual e, por isso, encerra conhecimento
e expressões individuais ou coletivas. Entretanto,
nos dias de hoje, ele também é um produto de
consumo, um bem.

CONSTITUIÇÃO FÍSICA DO LIVRO


09
A CAPA

O revestimento divide-se em dois aspectos: a capa


mole e a capa dura. Tratando-se da capa mole, tam-
bém conhecida como brochura, tem-se a capa, a
lombada ou dorso, as contracapas e as orelhas. Por
1 Chartier, Roger. O mundo como representação. Estudos Avança-
dos, v. 11 n. 5, 1991, p 173-191.
outro lado, os elementos da capa dura, ou enca-
dernado, são o revestimento da encadernação e a
sobrecapa.

A capa mole, ou brochura, possui a função de


informar o nome do autor, título da obra, a editora e
seu logotipo, e, caso haja, a nomenclatura da coleção

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ao qual a obra pertence. Sua parte interna, também
chamada de segunda capa, encontra-se, na maioria
das vezes, em branco.

A lombada, ou dorso, desempenha, geralmen-


te, o mesmo papel que a capa, pois traz em si o nome
do autor da obra e título, podendo ou não conter lo-
gotipo da editora. Trata-se da parte lateral esquerda
dos livros ocidentais2, e a importância de haver infor- 10
mações impressas em sua superfície dá-se pelo fato
de facilitar a identificação do livro quando o mesmo
estiver organizado em uma prateleira.

Por sua vez, a contracapa, habitualmente de-


nominada como quarta capa, consiste basicamen-
te na extensão da capa e da lombada. Serve para
2 No oriente as lombadas ficam na lateral direita.
alocar a sinopse do livro ou as opiniões de outros
autores ou críticos literários que aprovam a obra.
Assim como a capa, ela possui uma parte interna,
chamada de terceira capa.

As orelhas são as partes adicionais da capa e


da quarta capa que ficam dobradas na área interna
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das mesmas. Servem como um suporte de equi-


líbrio para o livro quando este está erguido, mas
também para adicionar informações sobre a histó-
ria ou biografia do autor.

Já o encadernado, vulgarmente denomina-


do capa dura, possui um revestimento simples. As
informações apresentadas são apenas título e au-
11 tor, e aparecem, na maioria das vezes, somente na
lombada.

O MIOLO

Em síntese, o miolo é tudo aquilo que compõe o


texto e que não faz parte do revestimento. Ele di-
vide-se em três momentos essenciais: pré-texto,
texto e pós-texto.
O momento do pré-texto é constituído por:
guarda, falsa folha de rosto, folha de rosto, dedi-
catória, epígrafe, agradecimento, prefácio, abre-
viaturas e siglas, lista de figuras e o sumário. Estes
elementos irão variar, de editora para editora, e de
trabalho para trabalho, havendo possibilidade de
deixar alguns de fora.

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Quanto ao momento do texto, pode-se di-
zer que atualmente fica cada vez mais arbitrário o
uso desses elementos. Estes são: página capitular,
mancha, cabeços, fólio e tipo.

O pós-texto contém geralmente adendos,


como apêndices, posfácio, notas, glossário, índice
e colofão. O colofão é aquela última página que 12
esclarece o nome e endereço do profissional que
o imprimiu, além do material utilizado na impres-
são e outras informações do tipo.
2
A HISTÓRIA DO LIVRO

Nas palavras de Alfonso di Nola, no verbete “Livro”


da célebre Enciclopédia Einaudi, “Não é possível
fazer uma história do livro como objecto, mas seria
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conveniente fazer uma história das formas que o


livro assume em relação com os âmbitos culturais,
com as situações ambientais e ergológicas” (1987,
p. 217)3. Ou seja: não sendo possível fazer uma his-
tória do livro como objeto, só é possível historici-
zá-lo pensando-o como um objeto simbólico em
interação com a ordem das atividades humanas —
13
na cultura, no meio, no trabalho.

Dessa forma, a história do livro é uma história


de inovações técnicas que permitiram a melhora
da conservação dos volumes e do acesso à infor-
mação, da facilidade em manuseá-lo e produzi-lo.
3 DI NOLA, Alfonso. “Livro”. In: ENCICLOPÉDIA EINAUDI, v. 12: Mythos/
Logos. Sagrado/Profano. Lisboa: Imprensa Nacional/Casa da Moeda,
1987.
No entanto, esta história está intimamente ligada
às contingências político-econômicas e à história
de ideias e religiões.

O LIVRO NA ANTIGUIDADE

Na Antiguidade, o surgimento da escrita antece-

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de o texto e/ou o livro. Nada mais natural já que
o meio condiciona o signo. Ou seja, a escrita, em
certa medida, foi orientada pelo suporte, visto que
não se escreve em mármore ou se esculpe em
o papel.

Os primeiros suportes utilizados para escre-


ver foram tabuas de argila e de pedra. Em seguida,
14
veio o khartés (ou volumen, como os romanos cha-
mavam), um cilindro de papiro de fácil transporte.
Ele era desenrolado à medida em que era lido.

O texto do volumen era escrito em colunas,


contrárias ao eixo cilíndrico. Algumas poucas ve-
zes um mesmo cilindro possuía mais de uma obra,
sendo chamado então de “tomo”. Seu comprimen-
to era de 6 a 7 metros, mas quando enrolado seu
diâmetro era apenas de 6 centímetros.

Como dito antes, o volumen era feito de pa-


piro, uma erva aquática típica do Rio Nilo, que era
umedecida, batida e polida após a secagem. Os
fragmentos de papiros menos antigos datam do
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século II ao I a. C..

Após isso, o papiro foi substituído pelo per-


gaminho e o volumen pelo códex (ou códice), for-
mando uma compilação de páginas. A vantagem
dessa mudança era simples: o pergaminho permi-
tia que os escritos fossem conservados por mais
tempo. Ambos (o pergaminho e o códex) eram
15 complementares, pois era bem mais fácil costurar
o códex de pergaminho do que o de papiro.

O códex surgiu entre os gregos e foi aperfei-


çoado pelos romanos em meio a Era Cristã. Seu
surgimento teve uma consequência fundamental,
pois a partir dele começa-se a pensar o livro como
objeto, definindo a obra como livro.
A partir daqui surge a leitura por lazer e as
primeiras livrarias, onde os livros passam a ser co-
mercializados. Além disso, acredita-se que após
a ascensão do cristianismo, seu sucesso se deve,
em grande parte, ao surgimento do códex, já que
ele permitiu que as informações fossem circuladas
com maior facilidade.

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O LIVRO NA IDADE MÉDIA

Na Idade Média, o livro sofre enorme influência do


demasiado fervor religioso, passando a ser consi-
derado um objeto de/para salvação.

Uma das características mais marcantes des-


16
se período para a História do Livro é o surgimento
dos monges copistas: homens dedicados em
período integral a reproduzir as obras. Outra ca-
racterística fundamental é a aparição dos textos
didáticos, voltados para a formação dos religiosos.
Além disso, surgem as margens e as páginas em
branco (guarda). Também surge o uso de letras
maiúsculas, os índices e sumários. Na categoria de
gêneros, surgem os florilégios (mais conhecidos
como coletâneas).

Progressivamente, surgem também os li-


vros em língua vernácula, rompendo com o mo-
nopólio do latim na literatura. No entanto, a inven-
ção mais importante, no auge da Idade Média, foi
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a impressão.

Longe do que entendemos por impressão


nos dias atuais, a criação da prensa de tipos mo-
veis por Pi Sheng, na China (1405), consistia na
gravação das páginas em blocos de madeira que
eram mergulhados em tinta e prensado no papel,
produzindo cópias. Apesar de ser uma criação útil,
17 a tecnologia que provocaria uma revolução cultu-
ral moderna seria desenvolvida por Johannes Gu-
tenberg mais tarde.

O LIVRO NA IDADE MODERNA

Em 1455, Johannes Gutenberg inventa a imprensa


com tipos móveis reutilizáveis. Na época, houve
resistência por parte dos copistas, pois, de certo
modo, a impressora colocava sua ocupação em
“xeque”. No entanto, o surgimento dessa invenção
permitiu a popularização do livro, visto que ele se
tornou mais acessível pela diminuição de custos
de produção.

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O surgimento da imprensa, por consequên-
cia, propiciou o surgimento das técnicas tipográ-
ficas. Assim, novos “desenhos de letras” aparecem
e começam a receber nomenclaturas. Nesse con-
texto, vale dar destaque ao italiano Aldus Manu-
tius, uma das figuras mais relevante na prática ti-
pográfica, que contribuiu para o amadurecimento
18
dessa técnica.

Na Idade Moderna, os livros se tornam cada


vez mais portáteis, aproximando-se assim da con-
cepção atual que a sociedade contemporânea
tem do livro.
O LIVRO NA CONTEMPORANEIDADE

Após a evolução dos livros, sobretudo na Idade


Média e Moderna, o mundo passa a ser outro. A
partir do século XIX, aumenta a oferta de papel
para impressão de livros e jornais, além das ino-
vações tecnológicas no processo de fabricação. O
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papel passa a ser feito de uma pasta de madei-


ra, em 1845. Aliado à produção industrial de pasta
mecânica e química de madeira — celulose —, o
papel deixa de ser artigo de luxo e torna-se mais
barato. Além disso, entre o final do século XX e o
século XXI, surgem os e-books e audiolivros.

As histórias, poesias, contos, cálculos mate-


19 máticos e ideias poderiam, a partir de então, per-
correr mares e terras, chegando às mãos de povos
que seus autores jamais imaginariam.

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