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o
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Po u p a n ç a P R O T E S T E
1300
BOLSAS MUNDIAIS
(Índice MSCI WORLD)
Marasmo económico
1200 Após a crise financeira, iniciada em meados de 2007 com os pro-
1100 blemas do mercado de crédito imobiliário americano ("crise do
1000 subprime") deu-se a crise económica, com a generalidade das eco-
900 nomias desenvolvidas em recessão no ano de 2009.
800
700
Uma crise que se chegou a temer ser de maior amplitude do que o
600
famoso crash de 1929, mas que foi prontamente combatida pela
500
acção vigorosa dos governos, com diversos planos de incentivo às
DECO PROTESTE, Editores, Lda. Av. Eng.º Arantes e Oliveira, n.º 13, 1.º B, Olaias – 1900-221 Lisboa – € 6,20
2005 2006 2007 2008 2009 2010 economias. O papel intervencionista do Estado, que uns tanto ad-
A expectativa de uma retoma sólida impulsionou as Bolsas vogam e outros tanto criticam, teve o mérito de limitar a recessão
em 2009. Mas os problemas orçamentais e a incerteza quan- mas trouxe uma factura que, para alguns países, é muito elevada.
to ao vigor das economias penalizam os mercados.
Em especial, em alguns países da zona euro (ver pág. 2), foram im-
plementadas fortes medidas de austeridade para combater os
excessos de endividamento.
Medidas que "roubam" poder de compra aos consumidores e que,
• Em foco p. 2
inclusive, já suscitaram problemas de índole social, como os mo-
Duas zonas euro? tins verificados na Grécia. E, então, podemos perguntar: haverá si-
nais para uma retoma sustentada?
Portugal Japão
Segundo o INE, em Julho, a variação homóloga mensal do O país decaiu no segundo trimestre, cujo crescimento foi de
Índice de Preços no Consumidor (IPC) foi 1,8%, superior 0,4%. Encontra-se numa situação particularmente difícil: se,
em 0,6 pontos percentuais (p.p.) à do mês anterior. Excluindo por um lado, os consumidores continuam cautelosos
a energia e os bens alimentares não transformados, a sua restringindo as despesas, por outro, as exportações
variação homóloga foi de 0,6% (0,2% em Junho). Em Julho, enfrentam um iene mais caro, que penaliza a sua capacidade
os preços das componentes de bens e de serviços concorrencial nos mercados estrangeiros. Recordemos que
apresentaram crescimentos de 2,4% e 1,2% (1,5% e 0,7%, em na ausência de um mercado interno dinâmico, é do lado das
Junho, respectivamente). A variação homóloga do Índice exportações que o país procura, tradicionalmente, escoar a
Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) foi superior sua produção. Porém, as dúvidas sobre a retoma mundial
em Portugal comparativamente com a média da zona euro, acentuaram-se nas últimas semanas, incentivaram os
pela primeira vez desde Agosto de 2007, situando-se o investidores a procurar um refúgio no Japão, o que
diferencial em 0,2 p.p.. provocou uma procura do iene, face ao euro esta apreciação
A taxa de desemprego estimada para o 2º trimestre de 2010 remete para níveis anteriormente ocorridos em 2001, mas
foi de 10,6%, um valor superior ao observado no período face ao dólar americano, o iene temos de recuar um pouco
homólogo de 2009, em 1,5 p.p. e igual ao observado mais, até 1995. Uma moeda forte implica novos desafios de
no trimestre anterior. dimensão para os exportadores nipónicos, que perdem
quota de mercado em proveito de países como a China e a
Europa Alemanha. A aposta dos investidores numa segurança e
Se os rendimentos muito reduzidos sobre as obrigações reserva em ienes, num momento em que a dívida pública
de Estado indicam que os mercados apostam na deflação, a nipónica bate todos os recordes, pode parecer
inflação persiste ainda na Europa. Confirmada nos 1,7% surpreendente, tanto mais que os rendimentos oferecidos
atingidos em Julho, valor que se aproxima dos objectivos do nesta divisa são ínfimos. Porém, os investidores apostam
Banco Central Europeu. No Reino Unido, permanece um numa divisa forte que ajude o Japão a permanecer numa
pouco além de 3% (3,1% em Julho), um nível que obriga o durável deflação. Desta forma, os magros rendimentos
Banco da Inglaterra a explicar-se junto do ministro das nominais oferecidos deverão ser ligeiramente mais elevados
finanças. As autoridades monetárias londrinas que os reais. Uma aposta ousada que desaconselhamos
apresentam-se prontas a injectar nova liquidez no sistema, perante a sobrevalorização do iene face ao euro e a
alargando o recurso à impressão de dinheiro e acreditamos fragilidade das finanças públicas nipónicas. Quanto ao
que os mercados estão prontos para continuar a financiar o mercado bolsista japonês, está caro. Não invista.
Tesouro de sua majestade, com taxa de juro muito baixas.
A inflação neste país não desceu abaixo dos 3% em 2010.
As taxas de curto prazo estão a subir e, em Agosto, os Certificados de Aforro sobem a remuneração em 0,1%.
Já a remuneração dos Certificados do Tesouro desceu 0,1% nos prazos superiores a 5 anos. Mantém-se uma
boa aplicação para investir sem risco por períodos de 5 a 10 anos.
TAXAS DE CURTO PRAZO SOBEM Mas, de momento, as taxas dos CA estão muito baixas,
variando entre 0,8 e 2,1%. Assim, apenas vale a pena
• Alguns bancos subiram já a remuneração dos seus
transferir dos CA para os CT, se tiver a certeza de que não
depósitos a prazo, contudo foram subidas muito discretas.
vai movimentar a aplicação durante, pelo menos, 5 anos.
A taxa média de um depósito de 5000 euros a 12 meses é
actualmente de 1%. Poderá consultar as taxas praticadas em
todas as instituições financeiras no nosso portal. CONDIÇÕES MANTÊM-SE EM 10 ANOS
• Em Agosto, a taxa base para as novas subscrições de
Existe ainda cepticismo em relação aos produtos finan-
Certificados de Aforro subiu para 0,8% líquida.
Para quem já tem as séries antigas (A e B), a taxa base subiu ceiros da dívida pública, após o sucedido em Janeiro de
para 0,5%. Assim, quem tenha há mais de quatro anos, está 2008, com os Certificados de Aforro. No entanto, está es-
a usufruir de um rendimento de 2,1%. tabelecido que o Estado não pode alterar as regras dos
Certificados do Tesouro de forma desfavorável para o
CERTIFICADOS DO TESOURO: aforrador, num prazo de 10 anos após a subscrição.
EM AGOSTO RENDEM MENOS 0,1%
• As taxas da emissão de Agosto foram divulgadas no sítio CERTIFICADOS DO TESOURO:
do IGCP (www.igcp.pt) no final de Julho: 1,1% líquida para RENDIMENTO LÍQUIDO DA EMISSÃO DE AGOSTO (em %)
quem investir por prazos até 4 anos, 3,4% para quem investir 5%
entre 5 e 9 anos (em Julho era 3,5%) e 4,2% para o prazo de 4,20%
0%
Vale a pena transferir dos CA para os CT? Até 4 anos Entre 5 e 9 anos 10 anos
Esta é uma das questões que muitos dos nossos leitores. Os subscritores desta nova aplicação de dívida pública do Estado vão receber
1,1% líquido ao ano se investirem por prazos até 4 anos, 3,4% ao ano se investi-
Depende do prazo pelo qual pretende manter a aplicação. rem por prazos entre 5 e 9 anos, e 4,2% líquidos ao ano se investirem pelo prazo
São ambas aplicações com prazo máximo de 10 anos. máximo de 10 anos.
MILLENNIUM RENDIMENTO EXTRA - líquidos ao ano, num período de ano (ver quadro 1).
SETEMBRO 2010/2015 – 1.ª E 2.ª SÉRIE Por outro lado, nestas obrigações do Millennium, o capital
só está garantido se mantiver a aplicação até ao final, pois, se
(5 ANOS) resgatar antes do vencimento, ainda que receba os juros
São duas séries de obrigações com pagamento de juros semestrais, poderá perder parte do montante que investiu se
semestrais durante cinco anos. A primeira rende 2% o preço de compra dos títulos estiver abaixo do valor
líquidos ao ano e a segunda 2,4%. Pouco interessantes. nominal. Tenha atenção a este pormenor.
E, caso as taxas comecem a subir, não poderá transferir para
Montantes mínimos diferentes outra aplicação sem correr o risco de perder parte do
· Obrigação em duas séries emitidas pelo prazo de montante.
cinco anos, com capital garantido no vencimento, mas o Assim, é preferível optar pelos melhores depósitos a prazo
rendimento é pago semestralmente a 21 de Março e e fazer uma gestão activa da poupança, escolhendo sempre
Setembro de cada ano. as melhores taxas. Em alternativa, caso tenha a certeza de
que não vai necessitar do capital nos próximos cinco anos,
• Se necessitar do capital, o banco assegura a compra dos
os Certificados do Tesouro são uma opção mais
títulos a preço de mercado, podendo este situar-se acima ou
interessante (3,5% a cinco anos).
abaixo do valor nominal das obrigações (1000 euros).
• O montante mínimo exigido para investir é de 2000 euros,
o que equivale a 2 títulos, na 1.ª série e de 25 000 euros se
optar pela 2.ª série. Em ambos os casos, a subscrição decorre EUROVALOR SETEMBRO 2011 (1 ANO)
até 10 de Setembro junto de qualquer balcão do Millennium Depende da depreciação do euro face ao dólar
bcp. australiano. Pouco interessante!
Agosto a marear
O período estival continuou a ser marcado pela incerteza sobre a recuperação económica. Os dados não são
esclarecedores e os investidores continuam a denotar algum nervosismo. Face ao início do mês, o índice
PSI-20 apresenta uma valorização praticamente nula.
COMENTÁRIO BOLSISTA dos custos com pessoal em 4,5%. Assim, o grupo BCP
conseguiu uma melhoria da sua rentabilidade, o que num
Portugal Telecom marca a agenda clima de conjuntura adversa para a economia nacional, e
Na última quinzena, a Bolsa nacional recuou 0,60%, um para a banca em particular, é um óptimo indicador.
valor que ficou abaixo das descidas verificadas nas Por nossa parte, mantivemos praticamente inalteradas as
principais Bolsas: Frankfurt (-4,1%), Nova Iorque (-4,5%), estimativas de lucros. Assim, prevemos 0,05 euros por acção
Paris (-5,1%). No entanto, o mês de Agosto tem sido para 2010 e 0,06 euros para 2011.
marcado pela indefinição de tendência e o PSI-20 ficou À margem dos resultados, o BCP foi um dos bancos
praticamente inalterado. A época de resultados tem nacionais que foi alvo dos testes de resistência financeira
mostrado algumas boas surpresas, mas também outras (test-stress), efectuados no âmbito da banca europeia.
notícias não tão agradáveis. Além disso, os indicadores O rácio de solvabilidade Tier 1 atinge, num cenário adverso,
macroeconómicos não mostram sinais inequívocos de uma os 8,4% e, num cenário de referência, os 9,4%.
retoma. O que gera incerteza e receios.
Em destaque na quinzena, esteve a Portugal Telecom BES: um pouco acima do esperado
(+8,3%) e a Galp Energia (+4,3%). No caso da operadora de
No primeiro semestre, os resultados totais do BES
telecomunicações, foi devido ao culminar do dossiê Vivo.
cresceram 14,6% mas devido ao aumento de capital
Com efeito, a PT vendeu a participação que detinha na
realizado em Abril do ano passado, os lucros vêm diluídos
Vivo, mas irá manter-se no mercado brasileiro, devido à
por um maior número médio de acções. Assim, o lucro por
aquisição de uma participação minoritária na Oi (ver texto
acção recuou 4,5% face ao período homólogo de 2009 para
ao lado). Já a Galp Energia beneficiou de rumores que
os 0,24 euros. Ainda assim, um pouco acima do esperado.
apontam para que possa estar prestes a alienar activos
Já o estreitamento da diferença entre as taxas de juro activas
ligados à área do gás natural, que poderiam vir a gerar um
e passivas provocou uma queda de 16% na margem
encaixe de cerca de 500 milhões de euros. Além disso, foi
financeira. Ao invés, as comissões líquidas cresceram 11,8%
divulgada que a nova fase de privatização da Galp Energia
e os ganhos com operações financeiras mais do que
(restantes 7%) irá ser feita através de obrigações convertíveis
triplicaram (forte ganhos com a negociação de acções).
emitidas pela CGD.
Com isto, o produto bancário recuou 1,5% mas os custos
Pela negativa, destaque para a banca: BES (-8,7%), BCP (-8,6%)
operativos aumentaram 10%, sobretudo devido ao
e BPI (-6,4%). Apesar destes bancos terem passado com
programa de expansão de actividade nos mercados
distinção nos testes à sua resistência financeira, o que provocou
externos. Mas a redução das imparidades para
uma subida das suas cotações no final do mês passado, os
incumprimento de créditos e do nível de impostos
receios sobre a economia nacional continuam presentes. Já os
beneficiou os lucros no semestre. Deste modo, revimos em
resultados semestrais da banca, não desiludiram.
alta as estimativas de lucros por acção para 0,37 euros em
Em baixo, consulte a nossa análise aos principais resultados 2010 (antes, 0,35 euros) e, para 2011, prevemos 0,37 euros.
divulgados pelas empresas nacionais durante o período No entanto, a acção permanece correctamente avaliada.
estival. Pode manter em carteira.
continuidade no Brasil, que é um mercado com elevado 8,6%. Um valor um pouco acima do esperado, graças ao bom
potencial de crescimento. Por fim, esta "troca" permite à PT desempenho operacional. O crescimento da base de activos
ficar ainda com 3,8 mil ME, que poderá utilizar para reduzir regulados, em especial no segmento da electricidade e a
a dívida, remunerar os accionistas, investir nos negócios redução dos custos com pessoal e serviços externos permitiu
e/ou reduzir o défice do fundo de pensões. uma melhoria da rentabilidade. Para o futuro, a ligação à rede
das novas barragens e centrais de produção de energia e o
O grupo Oi
aumento da interligação com Espanha nos mercados do gás
A Oi é uma operadora integrada de telecomunicações,
natural e electricidade deverão ser factores de estímulo para o
sendo líder no fixo e quarta empresa no segmento móvel (a
crescimento da REN. Além disso, o risco desta empresa é
Vivo está apenas presente na rede móvel, onde é líder).
mais baixo devido a ser uma actividade regulada. Mas, o
Fornece ainda serviços de TV por subscrição e Internet de
aumento da dívida do grupo e do risco de crédito de Portugal
banda larga (onde é líder). Tem cerca de 62 milhões de
deverão penalizar os custos financeiros. Revimos em ligeira
clientes (contra os 55 milhões da Vivo) e é uma empresa que
alta os lucros por acção para 2010 de 0,23 para 0,24 euros mas
já gera lucros. A operação, efectuada através de diversos
uma estimativa de 0,25 euros para 2011.
aumentos de capital, permitirá a entrada de dinheiro no
Por fim, a nova fase de privatização (detida em 51% pelo
grupo, o que permitirá reforçar a sua estrutura financeira e
Estado) da empresa já está prevista mas não tem ainda data
promover a internacionalização na América latina.
marcada nem sequer a forma como será efectuada. Mas é
Preço pago não é barato um factor que poderá dar cor à cotação. Além disso, com o
O preço que a PT pagou por uma posição minoritária de menor risco da actividade e a actual valorização da REN em
22,4% na Oi não foi barato, até porque este grupo é detido Bolsa, avaliamos a acção como barata. Pode comprar.
por accionistas brasileiros e não é previsível que a PT
consiga controlar a empresa, a curto ou médio prazo. Já na REN (a carregado) vs.
PSI-20 (base 100)
Vivo, a PT detinha o controlo, embora repartido. A PT irá
150
ser o maior accionista da Oi, mas o controlo da gestão do
grupo, factor muito importante para a administração da PT, 140
é algo incerta, dada a variedade de accionistas. 130
Conselho para manter 120
Em termos gerais, esta é uma solução positiva para a PT, que
110
vendeu a Vivo por um preço elevado e não sai do mercado
brasileiro, muito importante para a administração da 100
empresa de telecomunicações nacional. O título está
90
correcto, pode manter em carteira.
80
PORTUGAL TELECOM (a carregado) vs. J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A
WORLD DS TELECOM (base 100) Em Bolsa, a REN demonstra o seu cariz defensivo. Em 2010, a acção recua
160 12,3%, um valor similar ao PSI-20 (-12,9%), mas em 2009 subiu menos.
150
ACÇÕES PORTUGUESAS
140 Nome Cot. Máx. Mín. Risco Conselho
(1) (2) (2) (3)
130
BCP 0.62 1.07 0.60 x manter
120
BES 3.40 5.30 3.01 x manter
110 BPI 1.62 2.54 1.46 x comprar
100 Brisa 4.93 7.56 4.51 v comprar
90 Cimpor 4.71 6.50 4.01 w vender
80
EDP 2.40 3.20 2.40 v comprar
J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A EDP Renováveis 4.53 7.75 4.36 w comprar
O preço pelo qual a PT alienou a participação detida na Vivo supera a capita-
lização bolsista na véspera da primeira oferta da Telefónica. Com isto, a cota-
Galp Energia 12.92 13.66 9.86 w manter
ção da PT disparou e supera claramente o índice mundial do sector. Jerónimo Martins 8.81 9.00 5.32 w vender
Portucel 2.20 2.24 1.82 w vender
Libor e Euribor impulsionadas • Estes aspectos também afectaram a Euribor que, para o
mesmo prazo, atingiu 0,7%, nível máximo desde o fim de
por receios nos mercados 2009. O facto de políticos húngaros terem revelado receios do
seu país estar no mesmo caminho da Grécia veio avivar os
Nas últimas semanas, os receios regressaram aos
receios. No entanto, a Euribor continua abaixo da taxa
mercados. Ao mesmo tempo, as taxas Libor e Euribor directora do Banco Central Europeu (BCE), que se encontra
voltaram a subir, após um longo período de nos 1 por cento.
estabilidade. Porque é que estas taxas estão
associadas a momentos críticos? Subida das taxas não é grave
Retorno das incertezas • Alguns especialistas defendem que estas taxas
interbancárias não são muito importantes, devido ao papel
Recentemente, vários indicadores económicos ficaram no
desempenhado pelos bancos centrais, principais responsáveis
vermelho. O mais notado em situações de incerteza e
pelos empréstimos. Além disso, nas últimas semanas, os
tradicionalmente apelidado de índice de aversão ao risco, o
bancos europeus colocaram montantes recorde junto do BCE.
Vix (com V de volatilidade) saiu do estado de hibernação.
Mas o facto do volume de empréstimos interbancários ter
Por outro lado, a diferença de taxas entre as obrigações recuado continua a ser um sinal de que os bancos estão de
do Estado alemão e as dos outros países da zona euro novo mais avessos ao risco.
atingiu níveis recorde. Face à crise da dívida pública, são
muitos os investidores que procuram refúgio nas obrigações • De qualquer forma, a situação não é tão dramática como a
crise que se fez sentir após a falência do Lehman Brothers.
alemãs, consideradas seguras, o que reduz as respectivas
A confiança era quase nula. Os bancos não queriam
taxas.
emprestar aos colegas e a Libor atingiu os 4 por cento.
Mas existem outras duas subidas particularmente evidentes:
a da Libor e a da Euribor, tanto na Europa como nos • Assim que a confiança se restabeleça, a Libor e a Euribor
Estados Unidos. deverão regressar a níveis mais calmos. Será uma boa notícia
para o universo do crédito, porque ambas servem de
referência para milhões de créditos em todo o mundo.
Definições
• Libor é o acrónimo de London Interbank Offered Rate.
Trata-se de uma taxa média praticada pelos bancos quando
emprestam dinheiro entre si. A Libor é estabelecida PORTAL FINANCEIRO
diariamente às 11 horas pela British Bankers Association
(BBA), que se baseia na média das taxas praticadas por um
determinado número de bancos presentes em Londres.
Testes de resistência
A Libor é calculada para diversas divisas e períodos de Depois dos resultados dos 'stress tests 'aos
tempo (um dia, uma semana, duas semanas, um mês, bancos europeus terem revelado um elevado grau
dois meses, etc., até 12 meses). A mais utilizada é em dólares de resistência dos principais grupos nacionais,
a três meses. Assim, a Libor serve como referência para quisemos saber qual o grau de confiança dos
determinar as taxas praticadas nos créditos a vários níveis. visitantes do portal PROTESTE POUPANÇA.
• A Euribor é uma taxa interbancária aplicada em toda a
zona euro. Fixada diariamente para períodos entre uma Bancos portugueses sólidos
semana e um ano, determina a que taxa se praticam os Quatro grupos financeiros nacionais foram alvo de um
empréstimos em euros entre bancos comerciais. estudo do Comité das Autoridades Europeias de
Supervisão Bancária (CEBS): BPI, BCP, CGD e Grupo
Subida súbita Espírito Santo. Estes bancos representam cerca de 2/3 do
Recentemente, a Libor a três meses em dólares atingiu os total dos activos do sistema bancário nacional e todos
0,538%, nível mais alto desde 6 de Julho de 2009. No início superaram o teste. O Banco Totta, que pesa 8,8% no nosso
do ano, a taxa rondava os 0,25% em linha com as taxas mercado, não foi incluído, pois este estudo recaiu sobre os
directoras da Fed. Em causa está a crise da dívida pública e grupos consolidados. Assim, influenciou parte dos
o seu impacto no sector financeiro. resultados do espanhol Santander, que também registou
uma boa resistência perante cenários adversos.
Confiança abalada
Estudo tranquiliza clientes bancários
• A subida da Libor é, neste caso, sinal de que a confiança
entre os bancos se deteriorou. Os bancos continuam a A maioria dos cibernautas (48%) afirma estar mais
emprestar dinheiro a outros bancos, mas exigem uma confiante nos bancos portugueses após a divulgação dos
remuneração mais elevada, porque o risco é maior. Os bancos resultados dos testes de resistência. Só 12% revela estar
estão assim menos dispostos a emprestar dinheiro para menos confiante do que antes.
Telefone: 808 200 147 (rede fixa) e 218 418 789 (para telemóveis).
2000
¢ Fiscalidade 1000
Telefone: 808 200 148 (rede fixa) e 218 418 783 (para telemóveis).
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