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Secondary Oral Syphilis: literary review and case reports

Laryssa Thainá Mello Queiroz Cunha1; João Vítor Goulart1; João César
Guimarães Henriques2; Cizelene do Carmo Faleiros Veloso Guedes3; Marcus
Alves Rocha2; Odorico Coelho da Costa Neto2

1. Universidade Federal de Uberlândia, Faculdade de Odontologia - Uberlândia - Minas Gerais -


Brasil
2. Universidade Federal de Uberlândia, Unidade de Diagnóstico Estomatológico - Uberlândia -
Minas Gerais - Brasil
3. Hospital do Câncer de Uberlândia, Hospital de Odontologia - Uberlândia - Minas Gerais -
Brasil

Artigo recebido em 2 de fevereiro de 2019


Artigo aceito em 14 de fevereiro de 2019

Publicado na revista: JORDI- jornal of oral diagnosis

Resumo:

A sífilis é uma DST Que pode invadir praticamente qualquer órgão do corpo, e é capaz de gerar
diversas consequências a saúde. Ela é causada pela bactéria espiroqueta anaeróbia treponema
pallidum. Existem dois tipos de sífilis: a congênita e adquirida, sendo essa primeira transmitida
por disseminação placentária enquanto a adquirida é transmitida por vias sexuais.

As manifestações clinicas da sífilis adquirida são classificadas em três estágios: primaria,


secundaria e terciaria. A primaria e caracterizada por uma ulceração única no local de
inoculação bacteriana associada a linfadenopatia ipsilateral, os principais locais de inoculação
são os órgãos genitais, também pode afetar a cavidade oral. Já a secundaria geralmente se
apresenta com erupções generalizadas.  Suas principais características orais são placas
mucosas e lesões maculopapulares. E a terciária é caracterizada pela sífilis granulomatosa,
neurosifilis e sífilis cardiovascular.

A literatura mostra um estado latente, caracterizado por reatividade sérica e nenhuma outra
manifestação da doença

O diagnostico da sífilis é realizado com testes laboratoriais. Como por exemplo:


imunofluorescencia indireta e o VDRL.

Seu tratamento é realizado com antibióticos independente do estado da doença.

O estudo apresenta dois relatos casos de manifestações bucais da sífilis diagnosticados pelo
cirurgião dentista, que deve estar atento as manifestações bucais que a doença pode
apresentar para um possível diagnostico precoce.

x Caso 1 Caso 2
Sexo Masculino Masculino
Idade 20 anos 48 anos
Anamnese  Fumante (10 cigarros  Fumante há 20 anos
por dia)  Relações
 Etilista social heterossexuais e
 Usuário de maconha homossexuais sem o
e cocaína uso de preservativos
 Relações sexuais  Diagnosticado com
sem uso de hiv há 2 anos
preservativos, mas  Relatou ulcerações
sem lesão genital na bolsa escrotal que
já haviam
desaparecido
Características clinicas Lesões gengivais Lesões dolorosas
clinicamente compatíveis esbranquiçadas em palato e
com gengivite ulcerativa mucosa labial inferior.
necrosante (GUN), lesões Placas brancas em mucosa,
eritematisas e palato e língua.
esbranquiçadas na língua e Comissuras labiais
lábios superiores e apresentavam ulcerações
inferiores, com compatíveis com quielite
aproximadamente 21 dias de angular e a mucosa labial
inicio. inferior, placas brancas
semelhantes a placa mucosa.
Diagnostico Sífilis segundaria e os Testes Sífilis secundaria associada a
sorológicos solicitados candidíase oral.
foram: anti-HIV I / II, Foram solicitados exames
VDRL, FTA Abs - IgG e laboratoriais: VDRL, FTA
IgM Abs - IgG e IgM para
reagente IgG e VDRL sífilis, Anti HBc, Anti HCM
1/128, confirmando a IgG, Anti HCM IgM, IgM
hipótese de sífilis IgM .toxoplasmose
secundária. Resultado dos testes
apresentando VDRL 1/512
e reagente IgG para sífilis.

Meio de contaminação Provavelmente sexual


Tratamento  O tratamento da  O tratamento foi
GUN: irrigação com Penicilina G
peroxido de Benzatina - 2,4
hidrogênio, milhões de UI, IM,
raspagem dose única e
periodontal, higiene Doxiciclina 100
oral adequada e mg, 2x/dia, por 15
dias.
analgésicos.
 Tratamento para as
erosões orais:
bochecho com elixir
de betametasona
0,5mg/5ml 2x ao dia.
 O tratamento para
a sífilis foi
Penicilina G
Benzatina - 2,4
milhões de UI, IM,
dose única e
Doxiciclina 100
mg, 2x/dia, por 15
dias

Observação Após 2 anos, o paciente Após um ano, o paciente
está livre de lesões e em está em bom estado geral
boa saúde geral. e com remissão completa
das lesões.

Discussão: devido ao aumento da sobrevida de pacientes hiv positivos, as pessoas


tiveram seus medos dst’s diminuído. Os dois casos relatados apresentam sífilis
adquirida, ambos tem suas vidas sexuais ativas e não fazem o uso correto de
preservativo

As manifestações orais ocorrem em aproximadamente 30% dos pacientes com sífilis


secundaria, podendo ser as únicas manifestações da infecção. Os loc ais orais mais
afetados são língua, lábios, mucosas e palato. A sintomatologia pode estar
acompanhada de lesões mucocutâneas, como linfadenopatia, febre, mal-estar,
perda de peso e etc.

A variante terciária da doença sifilítica é felizmente a mais rara de ocorrer, porque


o diagnóstico e o tratamento geralmente ocorrem em estágios anteriores (primário
e secundário), evitando esse agravamento da doença. O papel do cirurgião-
dentista é fundamental como o profissional de saúde que tem mais conhecimento
da cavidade oral e, assim, pode identificar as manifestações orais da doença,
independentemente do estágio, permitindo um diagnóstico adequado. Podendo
solicitar exames laboratoriais básicos para confirmar a hipótese diagnostica, como
VRDL e sorologia especifica para sífilis

Conclusão

O artigo conclui que a sífilis está se tornando um problema de saúde publica no Brasil
hoje em dia e que especialmente no estágio secundário, as manifestações orais da
doença são comuns e devem ser prontamente reconhecidas pelo cirurgião dentista
que devem dominar lesões com manifestações orais. Também é fundamental que o
dentista saiba como solicitar os exames e posteriormente encaminhar o paciente para
um centro de tratamento medico especializado.

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