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b) elaborar relatório e colocá-lo anualmente a Art. 69. A escritura de emissão poderá ainda
disposição dos debenturistas, dentro de 4 (quatro) atribuir ao agente fiduciário as funções de
meses do encerramento do exercício social da autenticar os certificados de debêntures,
companhia, informando os fatos relevantes administrar o fundo de amortização, manter em
ocorridos durante o exercício, relativos à execução
custódia bens dados em garantia e efetuar os § 2º O certificado da cédula conterá as
pagamentos de juros, amortização e resgate. seguintes declarações:
Substituição de Garantias e Modificação da a) o nome da instituição financeira emitente e
Escritura as assinaturas dos seus representantes;
Art. 70. A substituição de bens dados em b) o número de ordem, o local e a data da
garantia, quando autorizada na escritura de emissão;
emissão, dependerá da concordância do agente
c) a denominação Cédula de
fiduciário.
Debêntures; (Redação dada pela Lei nº 9.457, de
Parágrafo único. O agente fiduciário não tem 1997)
poderes para acordar na modificação das cláusulas
d) o valor nominal e a data do vencimento;
e condições da emissão.
e) os juros, que poderão ser fixos ou variáveis,
SEÇÃO VII
e as épocas do seu pagamento;
Assembléia de Debenturistas
f) o lugar do pagamento do principal e dos
Art. 71. Os titulares de debêntures da mesma juros;
emissão ou série podem, a qualquer tempo, reunir-
g) a identificação das debêntures-lastro, do
se em assembléia a fim de deliberar sobre matéria
seu valor e da garantia constituída; (Redação dada
de interesse da comunhão dos debenturistas.
pela Lei nº 9.457, de 1997)
§ 1º A assembléia de debenturistas pode ser
h) o nome do agente fiduciário dos
convocada pelo agente fiduciário, pela companhia
debenturistas;
emissora, por debenturistas que representem 10%
(dez por cento), no mínimo, dos títulos em i) a cláusula de correção monetária, se
circulação, e pela Comissão de Valores Mobiliários. houver;
§ 2º Aplica-se à assembléia de debenturistas, j) o nome do titular. (Redação dada pela Lei
no que couber, o disposto nesta Lei sobre a nº 9.457, de 1997)
assembléia-geral de acionistas. SEÇÃO IX
§ 3º A assembléia se instalará, em primeira Emissão de Debêntures no Estrangeiro
convocação, com a presença de debenturistas que
representem metade, no mínimo, das debêntures Art. 73. Somente com a prévia aprovação do
em circulação, e, em segunda convocação, com Banco Central do Brasil as companhias brasileiras
qualquer número. poderão emitir debêntures no exterior com garantia
real ou flutuante de bens situados no País.
§ 4º O agente fiduciário deverá comparecer à
assembléia e prestar aos debenturistas as § 1º Os credores por obrigações contraídas no
informações que lhe forem solicitadas. Brasil terão preferência sobre os créditos por
debêntures emitidas no exterior por companhias
§ 5º A escritura de emissão estabelecerá a estrangeiras autorizadas a funcionar no País, salvo
maioria necessária, que não será inferior à metade se a emissão tiver sido previamente autorizada
das debêntures em circulação, para aprovar pelo Banco Central do Brasil e o seu produto
modificação nas condições das debêntures. aplicado em estabelecimento situado no território
§ 6º Nas deliberações da assembléia, a cada nacional.
debênture caberá um voto. § 2º Em qualquer caso, somente poderão ser
Seção VIII remetidos para o exterior o principal e os encargos
de debêntures registradas no Banco Central do
Cédula de debêntures
Brasil.
(Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)
§ 3º A emissão de debêntures no estrangeiro,
Art. 72. As instituições financeiras autorizadas
além de observar os requisitos do artigo 62, requer
pelo Banco Central do Brasil a efetuar esse tipo de
a inscrição, no registro de imóveis, do local da sede
operação poderão emitir cédulas lastreadas em
ou do estabelecimento, dos demais documentos
debêntures, com garantia própria, que conferirão a
exigidos pelas leis do lugar da emissão,
seus titulares direito de crédito contra o emitente,
autenticadas de acordo com a lei aplicável,
pelo valor nominal e os juros nela
legalizadas pelo consulado brasileiro no exterior e
estipulados. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de
acompanhados de tradução em vernáculo, feita por
1997)
tradutor público juramentado; e, no caso de
§ 1º A cédula será nominativa, escritural ou companhia estrangeira, o arquivamento no registro
não. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997) do comércio e publicação do ato que, de acordo
com o estatuto social e a lei do local da sede, tenha Parágrafo único. Aplica-se aos bônus de
autorizado a emissão. subscrição, no que couber, o disposto nas Seções
V a VII do Capítulo III.
§ 4º A negociação, no mercado de capitais do
Brasil, de debêntures emitidas no estrangeiro, Certificados
depende de prévia autorização da Comissão de
Art. 79. O certificado de bônus de subscrição
Valores Mobiliários.
conterá as seguintes declarações:
SEÇÃO X
I - as previstas nos números I a IV do artigo
Extinção 24;
Art. 74. A companhia emissora fará, nos livros II - a denominação "Bônus de Subscrição";
próprios, as anotações referentes à extinção das
III - o número de ordem;
debêntures, e manterá arquivados, pelo prazo de 5
(cinco) anos, juntamente com os documentos IV - o número, a espécie e a classe das ações
relativos à extinção, os certificados cancelados ou que poderão ser subscritas, o preço de emissão ou
os recibos dos titulares das contas das debêntures os critérios para sua determinação;
escriturais. V - a época em que o direito de subscrição
§ 1º Se a emissão tiver agente fiduciário, poderá ser exercido e a data do término do prazo
caberá a este fiscalizar o cancelamento dos para esse exercício;
certificados. VI - o nome do titular; (Redação dada pela Lei
§ 2º Os administradores da companhia nº 9.457, de 1997)
responderão solidariamente pelas perdas e danos VII - a data da emissão do certificado e as
decorrentes da infração do disposto neste artigo. assinaturas de dois diretores. (Redação dada pela
CAPÍTULO VI Lei nº 9.457, de 1997)
Bônus de Subscrição CAPÍTULO VII
Características Constituição da Companhia
Art. 75. A companhia poderá emitir, dentro do SEÇÃO I
limite de aumento de capital autorizado no estatuto Requisitos Preliminares
(artigo 168), títulos negociáveis denominados
"Bônus de Subscrição". Art. 80. A constituição da companhia depende
do cumprimento dos seguintes requisitos
Parágrafo único. Os bônus de subscrição preliminares:
conferirão aos seus titulares, nas condições
constantes do certificado, direito de subscrever I - subscrição, pelo menos por 2 (duas)
ações do capital social, que será exercido mediante pessoas, de todas as ações em que se divide o
apresentação do título à companhia e pagamento capital social fixado no estatuto;
do preço de emissão das ações. II - realização, como entrada, de 10% (dez por
Competência cento), no mínimo, do preço de emissão das ações
subscritas em dinheiro;
Art. 76. A deliberação sobre emissão de bônus
de subscrição compete à assembléia-geral, se o III - depósito, no Banco do Brasil S/A., ou em
estatuto não a atribuir ao conselho de outro estabelecimento bancário autorizado pela
administração. Comissão de Valores Mobiliários, da parte do
capital realizado em dinheiro.
Emissão
Parágrafo único. O disposto no número II não
Art. 77. Os bônus de subscrição serão se aplica às companhias para as quais a lei exige
alienados pela companhia ou por ela atribuídos, realização inicial de parte maior do capital social.
como vantagem adicional, aos subscritos de
emissões de suas ações ou debêntures. Depósito da Entrada
Parágrafo único. Os acionistas da companhia Art. 81. O depósito referido no número III do
gozarão, nos termos dos artigos 171 e 172, de artigo 80 deverá ser feito pelo fundador, no prazo
preferência para subscrever a emissão de bônus. de 5 (cinco) dias contados do recebimento das
quantias, em nome do subscritor e a favor da
Forma, Propriedade e Circulação sociedade em organização, que só poderá levantá-
Art. 78. Os bônus de subscrição terão a forma lo após haver adquirido personalidade jurídica.
nominativa. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de Parágrafo único. Caso a companhia não se
1997) constitua dentro de 6 (seis) meses da data do
depósito, o banco restituirá as quantias VI - as vantagens particulares, a que terão
depositadas diretamente aos subscritores. direito os fundadores ou terceiros, e o dispositivo
do projeto do estatuto que as regula;
SEÇÃO II
VII - a autorização governamental para
Constituição por Subscrição Pública
constituir-se a companhia, se necessária;
Registro da Emissão
VIII - as datas de início e término da
Art. 82. A constituição de companhia por subscrição e as instituições autorizadas a receber
subscrição pública depende do prévio registro da as entradas;
emissão na Comissão de Valores Mobiliários, e a
IX - a solução prevista para o caso de excesso
subscrição somente poderá ser efetuada com a
de subscrição;
intermediação de instituição financeira.
X - o prazo dentro do qual deverá realizar-se
§ 1º O pedido de registro de emissão
a assembléia de constituição da companhia, ou a
obedecerá às normas expedidas pela Comissão de
preliminar para avaliação dos bens, se for o caso;
Valores Mobiliários e será instruído com:
XI - o nome, nacionalidade, estado civil,
a) o estudo de viabilidade econômica e
profissão e residência dos fundadores, ou, se
financeira do empreendimento;
pessoa jurídica, a firma ou denominação,
b) o projeto do estatuto social; nacionalidade e sede, bem como o número e
c) o prospecto, organizado e assinado pelos espécie de ações que cada um houver subscrito,
fundadores e pela instituição financeira XII - a instituição financeira intermediária do
intermediária. lançamento, em cujo poder ficarão depositados os
§ 2º A Comissão de Valores Mobiliários originais do prospecto e do projeto de estatuto, com
poderá condicionar o registro a modificações no os documentos a que fizerem menção, para exame
estatuto ou no prospecto e denegá-lo por de qualquer interessado.
inviabilidade ou temeridade do empreendimento, Lista, Boletim e Entrada
ou inidoneidade dos fundadores.
Art. 85. No ato da subscrição das ações a
Projeto de Estatuto serem realizadas em dinheiro, o subscritor pagará
Art. 83. O projeto de estatuto deverá satisfazer a entrada e assinará a lista ou o boletim individual
a todos os requisitos exigidos para os contratos das autenticados pela instituição autorizada a receber
sociedades mercantis em geral e aos peculiares às as entradas, qualificando-se pelo nome,
companhias, e conterá as normas pelas quais se nacionalidade, residência, estado civil, profissão e
regerá a companhia. documento de identidade, ou, se pessoa jurídica,
pela firma ou denominação, nacionalidade e sede,
Prospecto devendo especificar o número das ações
Art. 84. O prospecto deverá mencionar, com subscritas, a sua espécie e classe, se houver mais
precisão e clareza, as bases da companhia e os de uma, e o total da entrada.
motivos que justifiquem a expectativa de bom êxito § 1º A subscrição poderá ser feita, nas
do empreendimento, e em especial: condições previstas no prospecto, por carta à
I - o valor do capital social a ser subscrito, o instituição, acompanhada das declarações a que
modo de sua realização e a existência ou não de se refere este artigo e do pagamento da
autorização para aumento futuro; entrada. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
II - a parte do capital a ser formada com bens, § 2º Será dispensada a assinatura de lista ou
a discriminação desses bens e o valor a eles de boletim a que se refere o caput deste artigo na
atribuídos pelos fundadores; hipótese de oferta pública cuja liquidação ocorra
por meio de sistema administrado por entidade
III - o número, as espécies e classes de ações administradora de mercados organizados de
em que se dividirá o capital; o valor nominal das valores mobiliários. (Incluído pela Lei nº 13.874,
ações, e o preço da emissão das ações; de 2019)
IV - a importância da entrada a ser realizada Convocação de Assembléia
no ato da subscrição;
Art. 86. Encerrada a subscrição e havendo
V - as obrigações assumidas pelos sido subscrito todo o capital social, os fundadores
fundadores, os contratos assinados no interesse da convocarão a assembléia-geral que deverá:
futura companhia e as quantias já despendidas e
por despender; I - promover a avaliação dos bens, se for o
caso (artigo 8º);
II - deliberar sobre a constituição da d) a transcrição do recibo do depósito referido
companhia. no número III do artigo 80;
Parágrafo único. Os anúncios de convocação e) a transcrição do laudo de avaliação dos
mencionarão hora, dia e local da reunião e serão peritos, caso tenha havido subscrição do capital
inseridos nos jornais em que houver sido feita a social em bens (artigo 8°);
publicidade da oferta de subscrição.
f) a nomeação dos primeiros administradores
Assembléia de Constituição e, quando for o caso, dos fiscais.
Art. 87. A assembléia de constituição instalar- SEÇÃO IV
se-á, em primeira convocação, com a presença de
Disposições Gerais
subscritores que representem, no mínimo, metade
do capital social, e, em segunda convocação, com Art. 89. A incorporação de imóveis para
qualquer número. formação do capital social não exige escritura
pública.
§ 1º Na assembléia, presidida por um dos
fundadores e secretariada por subscritor, será lido Art. 90. O subscritor pode fazer-se representar
o recibo de depósito de que trata o número III do na assembléia-geral ou na escritura pública por
artigo 80, bem como discutido e votado o projeto procurador com poderes especiais.
de estatuto. Art. 91. Nos atos e publicações referentes a
§ 2º Cada ação, independentemente de sua companhia em constituição, sua denominação
espécie ou classe, dá direito a um voto; a maioria deverá ser aditada da cláusula "em organização".
não tem poder para alterar o projeto de estatuto. Art. 92. Os fundadores e as instituições
§ 3º Verificando-se que foram observadas as financeiras que participarem da constituição por
formalidades legais e não havendo oposição de subscrição pública responderão, no âmbito das
subscritores que representem mais da metade do respectivas atribuições, pelos prejuízos resultantes
capital social, o presidente declarará constituída a da inobservância de preceitos legais.
companhia, procedendo-se, a seguir, à eleição dos Parágrafo único. Os fundadores responderão,
administradores e fiscais. solidariamente, pelo prejuízo decorrente de culpa
§ 4º A ata da reunião, lavrada em duplicata, ou dolo em atos ou operações anteriores à
depois de lida e aprovada pela assembléia, será constituição.
assinada por todos os subscritores presentes, ou Art. 93. Os fundadores entregarão aos
por quantos bastem à validade das deliberações; primeiros administradores eleitos todos os
um exemplar ficará em poder da companhia e o documentos, livros ou papéis relativos à
outro será destinado ao registro do comércio. constituição da companhia ou a esta pertencentes.
SEÇÃO III CAPÍTULO VIII
Constituição por Subscrição Particular Formalidades Complementares da
Art. 88. A constituição da companhia por Constituição,
subscrição particular do capital pode fazer-se por Arquivamento e Publicação
deliberação dos subscritores em assembléia-geral
ou por escritura pública, considerando-se Art. 94. Nenhuma companhia poderá
fundadores todos os subscritores. funcionar sem que sejam arquivados e publicados
seus atos constitutivos.
§ 1º Se a forma escolhida for a de assembléia-
geral, observar-se-á o disposto nos artigos 86 e 87, Companhia Constituída por Assembléia
devendo ser entregues à assembléia o projeto do Art. 95. Se a companhia houver sido
estatuto, assinado em duplicata por todos os constituída por deliberação em assembléia-geral,
subscritores do capital, e as listas ou boletins de deverão ser arquivados no registro do comércio do
subscrição de todas as ações. lugar da sede:
§ 2º Preferida a escritura pública, será ela I - um exemplar do estatuto social, assinado
assinada por todos os subscritores, e conterá: por todos os subscritores (artigo 88, § 1º) ou, se a
a) a qualificação dos subscritores, nos termos subscrição houver sido pública, os originais do
do artigo 85; estatuto e do prospecto, assinados pelos
fundadores, bem como do jornal em que tiverem
b) o estatuto da companhia; sido publicados;
c) a relação das ações tomadas pelos II - a relação completa, autenticada pelos
subscritores e a importância das entradas pagas; fundadores ou pelo presidente da assembléia, dos
subscritores do capital social, com a qualificação,
número das ações e o total da entrada de cada a transferência, por transcrição no registro público
subscritor (artigo 85); competente, dos bens com que o subscritor tiver
contribuído para a formação do capital social
III - o recibo do depósito a que se refere o
(artigo 8º, § 2º).
número III do artigo 80;
§ 3º A ata da assembléia-geral que aprovar a
IV - duplicata das atas das assembléias
incorporação deverá identificar o bem com
realizadas para a avaliação de bens quando for o
precisão, mas poderá descrevê-lo sumariamente,
caso (artigo 8º);
desde que seja suplementada por declaração,
V - duplicata da ata da assembléia-geral dos assinada pelo subscritor, contendo todos os
subscritores que houver deliberado a constituição elementos necessários para a transcrição no
da companhia (artigo 87). registro público.
Companhia Constituída por Escritura Pública Responsabilidade dos Primeiros Administradores
Art. 96. Se a companhia tiver sido constituída Art. 99. Os primeiros administradores são
por escritura pública, bastará o arquivamento de solidariamente responsáveis perante acompanhia
certidão do instrumento. pelos prejuízos causados pela demora no
Registro do Comércio cumprimento das formalidades complementares à
sua constituição.
Art. 97. Cumpre ao registro do comércio
examinar se as prescrições legais foram Parágrafo único. A companhia não responde
observadas na constituição da companhia, bem pelos atos ou operações praticados pelos primeiros
como se no estatuto existem cláusulas contrárias à administradores antes de cumpridas as
lei, à ordem pública e aos bons costumes. formalidades de constituição, mas a assembléia-
geral poderá deliberar em contrário.
§ 1º Se o arquivamento for negado, por
inobservância de prescrição ou exigência legal ou CAPÍTULO IX
por irregularidade verificada na constituição da Livros Sociais
companhia, os primeiros administradores deverão
Art. 100. A companhia deve ter, além dos
convocar imediatamente a assembléia-geral para
livros obrigatórios para qualquer comerciante, os
sanar a falta ou irregularidade, ou autorizar as
seguintes, revestidos das mesmas formalidades
providências que se fizerem necessárias. A
legais:
instalação e funcionamento da assembléia
obedecerão ao disposto no artigo 87, devendo a I - o livro de Registro de Ações Nominativas,
deliberação ser tomada por acionistas que para inscrição, anotação ou averbação: (Redação
representem, no mínimo, metade do capital social. dada pela Lei nº 9.457, de 1997)
Se a falta for do estatuto, poderá ser sanada na
a) do nome do acionista e do número das
mesma assembléia, a qual deliberará, ainda, sobre
suas ações;
se a companhia deve promover a responsabilidade
civil dos fundadores (artigo 92). b) das entradas ou prestações de capital
realizado;
§ 2º Com a 2ª via da ata da assembléia e a
prova de ter sido sanada a falta ou irregularidade, c) das conversões de ações, de uma em outra
o registro do comércio procederá ao arquivamento espécie ou classe; (Redação dada pela Lei nº
dos atos constitutivos da companhia. 9.457, de 1997)
§ 3º A criação de sucursais, filiais ou agências, d) do resgate, reembolso e amortização das
observado o disposto no estatuto, será arquivada ações, ou de sua aquisição pela companhia;
no registro do comércio. e) das mutações operadas pela alienação ou
Publicação e Transferência de Bens transferência de ações;
Art. 98. Arquivados os documentos relativos à f) do penhor, usufruto, fideicomisso, da
constituição da companhia, os seus alienação fiduciária em garantia ou de qualquer
administradores providenciarão, nos 30 (trinta) dias ônus que grave as ações ou obste sua negociação.
subseqüentes, a publicação deles, bem como a de II - o livro de "Transferência de Ações
certidão do arquivamento, em órgão oficial do local Nominativas", para lançamento dos termos de
de sua sede. transferência, que deverão ser assinados pelo
§ 1° Um exemplar do órgão oficial deverá ser cedente e pelo cessionário ou seus legítimos
arquivado no registro do comércio. representantes;
§ 2º A certidão dos atos constitutivos da III - o livro de "Registro de Partes
companhia, passada pelo registro do comércio em Beneficiárias Nominativas" e o de "Transferência
que foram arquivados, será o documento hábil para de Partes Beneficiárias Nominativas", se tiverem
sido emitidas, observando-se, em ambos, no que Art. 102. A instituição financeira depositária de
couber, o disposto nos números I e II deste artigo; ações escriturais deverá fornecer à companhia, ao
menos uma vez por ano, cópia dos extratos das
IV - o livro de Atas das Assembléias
contas de depósito das ações e a lista dos
Gerais; (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)
acionistas com a quantidade das respectivas
V - o livro de Presença dos ações, que serão encadernadas em livros
Acionistas; (Redação dada pela Lei nº 9.457, de autenticados no registro do comércio e arquivados
1997) na instituição financeira.
VI - os livros de Atas das Reuniões do Fiscalização e Dúvidas no Registro
Conselho de Administração, se houver, e de Atas
Art. 103. Cabe à companhia verificar a
das Reuniões de Diretoria; (Redação dada pela Lei
regularidade das transferências e da constituição
nº 9.457, de 1997)
de direitos ou ônus sobre os valores mobiliários de
VII - o livro de Atas e Pareceres do Conselho sua emissão; nos casos dos artigos 27 e 34, essa
Fiscal. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997) atribuição compete, respectivamente, ao agente
§ 1º A qualquer pessoa, desde que se emissor de certificados e à instituição financeira
destinem a defesa de direitos e esclarecimento de depositária das ações escriturais.
situações de interesse pessoal ou dos acionistas Parágrafo único. As dúvidas suscitadas entre
ou do mercado de valores mobiliários, serão dadas o acionista, ou qualquer interessado, e a
certidões dos assentamentos constantes dos livros companhia, o agente emissor de certificados ou a
mencionados nos incisos I a III, e por elas a instituição financeira depositária das ações
companhia poderá cobrar o custo do serviço, escriturais, a respeito das averbações ordenadas
cabendo, do indeferimento do pedido por parte da por esta Lei, ou sobre anotações, lançamentos ou
companhia, recurso à Comissão de Valores transferências de ações, partes beneficiárias,
Mobiliários. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de debêntures, ou bônus de subscrição, nos livros de
1997) registro ou transferência, serão dirimidas pelo juiz
§ 2o Nas companhias abertas, os livros competente para solucionar as dúvidas levantadas
referidos nos incisos I a V do caput deste artigo pelos oficiais dos registros públicos, excetuadas as
poderão ser substituídos, observadas as normas questões atinentes à substância do direito.
expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, Responsabilidade da Companhia
por registros mecanizados ou
Art. 104.A companhia é responsável pelos
eletrônicos. (Redação dada pela Lei nº 12.431, de
prejuízos que causar aos interessados por vícios
2011).
ou irregularidades verificadas nos livros de que
Escrituração do Agente Emissor tratam os incisos I a III do art. 100. (Redação dada
Art. 101. O agente emissor de certificados (art. pela Lei nº 9.457, de 1997)
27) poderá substituir os livros referidos nos incisos Parágrafo único. A companhia deverá
I a III do art. 100 pela sua escrituração e manter, diligenciar para que os atos de emissão e
mediante sistemas adequados, aprovados pela substituição de certificados, e de transferências e
Comissão de Valores Mobiliários, os registros de averbações nos livros sociais, sejam praticados no
propriedade das ações, partes beneficiárias, menor prazo possível, não excedente do fixado
debêntures e bônus de subscrição, devendo uma pela Comissão de Valores Mobiliários,
vez por ano preparar lista dos seus titulares, com o respondendo perante acionistas e terceiros pelos
número dos títulos de cada um, a qual será prejuízos decorrentes de atrasos culposos.
encadernada, autenticada no registro do comércio
Exibição dos Livros
e arquivada na companhia. (Redação dada pela
Lei nº 9.457, de 1997) Art. 105. A exibição por inteiro dos livros da
companhia pode ser ordenada judicialmente
§ 1° Os termos de transferência de ações
sempre que, a requerimento de acionistas que
nominativas perante o agente emissor poderão ser
representem, pelo menos, 5% (cinco por cento) do
lavrados em folhas soltas, à vista do certificado da
capital social, sejam apontados atos violadores da
ação, no qual serão averbados a transferência e o
lei ou do estatuto, ou haja fundada suspeita de
nome e qualificação do adquirente.
graves irregularidades praticadas por qualquer dos
§ 2º Os termos de transferência em folhas órgãos da companhia.
soltas serão encadernados em ordem cronológica,
CAPÍTULO X
em livros autenticados no registro do comércio e
arquivados no agente emissor. Acionistas
Ações Escriturais SEÇÃO I
Obrigação de Realizar o Capital
Condições e Mora § 4º Se a companhia não conseguir, por
qualquer dos meios previstos neste artigo, a
Art. 106. O acionista é obrigado a realizar, nas
integralização das ações, poderá declará-las
condições previstas no estatuto ou no boletim de
caducas e fazer suas as entradas realizadas,
subscrição, a prestação correspondente às ações
integralizando-as com lucros ou reservas,
subscritas ou adquiridas.
exceto a legal; se não tiver lucros e reservas
§ 1° Se o estatuto e o boletim forem omissos suficientes, terá o prazo de 1 (um) ano para
quanto ao montante da prestação e ao prazo ou colocar as ações caídas em comisso, findo o
data do pagamento, caberá aos órgãos da qual, não tendo sido encontrado comprador, a
administração efetuar chamada, mediante avisos assembléia-geral deliberará sobre a redução do
publicados na imprensa, por 3 (três) vezes, no capital em importância correspondente.
mínimo, fixando prazo, não inferior a 30 (trinta)
Responsabilidade dos Alienantes
dias, para o pagamento.
Art. 108. Ainda quando negociadas as
§ 2° O acionista que não fizer o pagamento
ações, os alienantes continuarão responsáveis,
nas condições previstas no estatuto ou boletim, ou
solidariamente com os adquirentes, pelo
na chamada, ficará de pleno direito constituído em
pagamento das prestações que faltarem para
mora, sujeitando-se ao pagamento dos juros, da
integralizar as ações transferidas.
correção monetária e da multa que o estatuto
determinar, esta não superior a 10% (dez por Parágrafo único. Tal responsabilidade
cento) do valor da prestação. cessará, em relação a cada alienante, no fim de
2 (dois) anos a contar da data da transferência
Acionista Remisso
das ações.
Art. 107. Verificada a mora do acionista, a
SEÇÃO II
companhia pode, à sua escolha:
Direitos Essenciais
I - promover contra o acionista, e os que com
ele forem solidariamente responsáveis (artigo 108), Art. 109. Nem o estatuto social nem a
processo de execução para cobrar as importâncias assembléia-geral poderão privar o acionista
devidas, servindo o boletim de subscrição e o aviso dos direitos de:
de chamada como título extrajudicial nos termos do
I - participar dos lucros sociais;
Código de Processo Civil; ou
II - participar do acervo da companhia, em
II - mandar vender as ações em bolsa de
caso de liquidação;
valores, por conta e risco do acionista.
III - fiscalizar, na forma prevista nesta Lei,
§ 1º Será havida como não escrita,
a gestão dos negócios sociais;
relativamente à companhia, qualquer estipulação
do estatuto ou do boletim de subscrição que exclua IV - preferência para a subscrição de
ou limite o exercício da opção prevista neste artigo, ações, partes beneficiárias conversíveis em
mas o subscritor de boa-fé terá ação, contra os ações, debêntures conversíveis em ações e
responsáveis pela estipulação, para haver perdas bônus de subscrição, observado o disposto
e danos sofridos, sem prejuízo da responsabilidade nos artigos 171 e 172; (Vide Lei nº 12.838, de
penal que no caso couber. 2013)
§ 2º A venda será feita em leilão especial na V - retirar-se da sociedade nos casos
bolsa de valores do lugar da sede social, ou, se não previstos nesta Lei.
houver, na mais próxima, depois de publicado § 1º As ações de cada classe conferirão
aviso, por 3 (três) vezes, com antecedência mínima iguais direitos aos seus titulares.
de 3 (três) dias. Do produto da venda serão
deduzidos as despesas com a operação e, se § 2º Os meios, processos ou ações que a
previstos no estatuto, os juros, correção monetária lei confere ao acionista para assegurar os seus
e multa, ficando o saldo à disposição do ex- direitos não podem ser elididos pelo estatuto
acionista, na sede da sociedade. ou pela assembléia-geral.
§ 3º É facultado à companhia, mesmo após § 3o O estatuto da sociedade pode
iniciada a cobrança judicial, mandar vender a ação estabelecer que as divergências entre os
em bolsa de valores; a companhia poderá também acionistas e a companhia, ou entre os
promover a cobrança judicial se as ações acionistas controladores e os acionistas
oferecidas em bolsa não encontrarem tomador, ou minoritários, poderão ser solucionadas
se o preço apurado não bastar para pagar os mediante arbitragem, nos termos em que
débitos do acionista. especificar.(Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
SEÇÃO III
Direito de Voto Voto das Ações Gravadas com Usufruto
Disposições Gerais Art. 114. O direito de voto da ação gravada
com usufruto, se não for regulado no ato de
Art. 110. A cada ação ordinária corresponde 1
constituição do gravame, somente poderá ser
(um) voto nas deliberações da assembléia-geral.
exercido mediante prévio acordo entre o
§ 1º O estatuto pode estabelecer limitação ao proprietário e o usufrutuário.
número de votos de cada acionista.
Abuso do Direito de Voto e Conflito de Interesses
§ 2º É vedado atribuir voto plural a qualquer
Art. 115. O acionista deve exercer o direito a
classe de ações.
voto no interesse da companhia; considerar-se-á
Ações Preferenciais abusivo o voto exercido com o fim de causar dano
Art. 111. O estatuto poderá deixar de conferir à companhia ou a outros acionistas, ou de obter,
às ações preferenciais algum ou alguns dos para si ou para outrem, vantagem a que não faz jus
direitos reconhecidos às ações ordinárias, inclusive e de que resulte, ou possa resultar, prejuízo para a
o de voto, ou conferi-lo com restrições, observado companhia ou para outros acionistas.(Redação
o disposto no artigo 109. dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
§ 1º As ações preferenciais sem direito de voto § 1º o acionista não poderá votar nas
adquirirão o exercício desse direito se a deliberações da assembléia-geral relativas ao
companhia, pelo prazo previsto no estatuto, não laudo de avaliação de bens com que concorrer
superior a 3 (três) exercícios consecutivos, deixar para a formação do capital social e à aprovação de
de pagar os dividendos fixos ou mínimos a que suas contas como administrador, nem em
fizerem jus, direito que conservarão até o quaisquer outras que puderem beneficiá-lo de
pagamento, se tais dividendos não forem modo particular, ou em que tiver interesse
cumulativos, ou até que sejam pagos os conflitante com o da companhia.
cumulativos em atraso. § 2º Se todos os subscritores forem
§ 2º Na mesma hipótese e sob a mesma condôminos de bem com que concorreram para a
condição do § 1º, as ações preferenciais com formação do capital social, poderão aprovar o
direito de voto restrito terão suspensas as laudo, sem prejuízo da responsabilidade de que
limitações ao exercício desse direito. trata o § 6º do artigo 8º.
I - na companhia fechada, com 8 (oito) dias de II - interromper, por até 15 (quinze) dias, o
antecedência, no mínimo, contado o prazo da curso do prazo de antecedência da convocação de
publicação do primeiro anúncio; não se realizando assembléia-geral extraordinária de companhia
a assembléia, será publicado novo anúncio, de aberta, a fim de conhecer e analisar as propostas a
segunda convocação, com antecedência mínima serem submetidas à assembléia e, se for o caso,
de 5 (cinco) dias; (Incluído pela Lei nº 10.303, de informar à companhia, até o término da
2001) interrupção, as razões pelas quais entende que a
deliberação proposta à assembléia viola
II - na companhia aberta, o prazo de dispositivos legais ou regulamentares.(Incluído
antecedência da primeira convocação será de 15 pela Lei nº 10.303, de 2001)
(quinze) dias e o da segunda convocação de 8
(oito) dias. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001) § 6o As companhias abertas com ações
admitidas à negociação em bolsa de valores
§ 2º A assembleia geral deverá ser realizada, deverão remeter, na data da publicação do anúncio
preferencialmente, no edifício onde a companhia de convocação da assembléia, à bolsa de valores
tiver sede ou, por motivo de força maior, em outro em que suas ações forem mais negociadas, os
lugar, desde que seja no mesmo Município da sede documentos postos à disposição dos acionistas
e seja indicado com clareza nos para deliberação na assembléia-geral.(Incluído
anúncios. (Redação dada pela Lei nº 14.030, pela Lei nº 10.303, de 2001)
de 2020).
"Quorum" de Instalação
Art. 125. Ressalvadas as exceções previstas § 3º É facultado a qualquer acionista, detentor
em lei, a assembléia-geral instalar-se-á, em de ações, com ou sem voto, que represente meio
primeira convocação, com a presença de por cento, no mínimo, do capital social, solicitar
acionistas que representem, no mínimo, 1/4 (um relação de endereços dos acionistas, para os fins
quarto) do capital social com direito de voto; em previstos no § 1º, obedecidos sempre os requisitos
segunda convocação instalar-se-á com qualquer do parágrafo anterior. (Redação dada pela Lei nº
número. 9.457, de 1997)
Parágrafo único. Os acionistas sem direito de § 4º Têm a qualidade para comparecer à
voto podem comparecer à assembléia-geral e assembléia os representantes legais dos
discutir a matéria submetida à deliberação. acionistas.
Legitimação e Representação Livro de Presença
Art. 126. As pessoas presentes à assembléia Art. 127. Antes de abrir-se a assembléia, os
deverão provar a sua qualidade de acionista, acionistas assinarão o "Livro de Presença",
observadas as seguintes normas: indicando o seu nome, nacionalidade e residência,
bem como a quantidade, espécie e classe das
I - os titulares de ações nominativas exibirão,
ações de que forem titulares.
se exigido, documento hábil de sua identidade;
Parágrafo único. Considera-se presente em
II - os titulares de ações escriturais ou em
assembleia geral, para todos os efeitos desta Lei,
custódia nos termos do art. 41, além do documento
o acionista que registrar a distância sua presença,
de identidade, exibirão, ou depositarão na
na forma prevista em regulamento da Comissão de
companhia, se o estatuto o exigir, comprovante
Valores Mobiliários. (Incluído pela Lei nº 12.431, de
expedido pela instituição financeira
2011).
depositária.(Redação dada pela Lei nº 9.457, de
1997) Mesa
III - os titulares de ações ao portador exibirão Art. 128. Os trabalhos da assembléia serão
os respectivos certificados, ou documento de dirigidos por mesa composta, salvo disposição
depósito nos termos do número II; diversa do estatuto, de presidente e secretário,
escolhidos pelos acionistas presentes.
IV - os titulares de ações escriturais ou em
custódia nos termos do artigo 41, além do "Quorum" das Deliberações
documento de identidade, exibirão, ou depositarão
Art. 129. As deliberações da assembléia-
na companhia, se o estatuto o exigir, comprovante
geral, ressalvadas as exceções previstas em lei,
expedido pela instituição financeira depositária.
serão tomadas por maioria absoluta de votos, não
§ 1º O acionista pode ser representado na se computando os votos em branco.
assembléia-geral por procurador constituído há
§ 1º O estatuto da companhia fechada pode
menos de 1 (um) ano, que seja acionista,
aumentar o quorum exigido para certas
administrador da companhia ou advogado; na
deliberações, desde que especifique as matérias.
companhia aberta, o procurador pode, ainda, ser
instituição financeira, cabendo ao administrador de § 2º No caso de empate, se o estatuto não
fundos de investimento representar os estabelecer procedimento de arbitragem e não
condôminos. contiver norma diversa, a assembléia será
convocada, com intervalo mínimo de 2 (dois)
§ 2º O pedido de procuração, mediante
meses, para votar a deliberação; se permanecer o
correspondência, ou anúncio publicado, sem
empate e os acionistas não concordarem em
prejuízo da regulamentação que, sobre o assunto
cometer a decisão a um terceiro, caberá ao Poder
vier a baixar a Comissão de Valores Mobiliários,
Judiciário decidir, no interesse da companhia.
deverá satisfazer aos seguintes requisitos:
Ata da Assembléia
a) conter todos os elementos informativos
necessários ao exercício do voto pedido; Art. 130. Dos trabalhos e deliberações da
assembléia será lavrada, em livro próprio, ata
b) facultar ao acionista o exercício de voto
assinada pelos membros da mesa e pelos
contrário à decisão com indicação de outro
acionistas presentes. Para validade da ata é
procurador para o exercício desse voto;
suficiente a assinatura de quantos bastem para
c) ser dirigido a todos os titulares de ações constituir a maioria necessária para as
cujos endereços constem da deliberações tomadas na assembléia. Da ata tirar-
companhia. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de se-ão certidões ou cópias autênticas para os fins
1997) legais.
§ 1º A ata poderá ser lavrada na forma de I - o relatório da administração sobre os
sumário dos fatos ocorridos, inclusive dissidências negócios sociais e os principais fatos
e protestos, e conter a transcrição apenas das administrativos do exercício findo;
deliberações tomadas, desde que:
II - a cópia das demonstrações financeiras;
a) os documentos ou propostas submetidos à
III - o parecer dos auditores independentes, se
assembléia, assim como as declarações de voto ou
houver.
dissidência, referidos na ata, sejam numerados
seguidamente, autenticados pela mesa e por IV - o parecer do conselho fiscal, inclusive
qualquer acionista que o solicitar, e arquivados na votos dissidentes, se houver; e (Incluído pela Lei nº
companhia; 10.303, de 2001)
b) a mesa, a pedido de acionista interessado, V - demais documentos pertinentes a
autentique exemplar ou cópia de proposta, assuntos incluídos na ordem do dia. (Incluído pela
declaração de voto ou dissidência, ou protesto Lei nº 10.303, de 2001)
apresentado. § 1º Os anúncios indicarão o local ou locais
§ 2º A assembléia-geral da companhia aberta onde os acionistas poderão obter cópias desses
pode autorizar a publicação de ata com omissão documentos.
das assinaturas dos acionistas. § 2º A companhia remeterá cópia desses
§ 3º Se a ata não for lavrada na forma documentos aos acionistas que o pedirem por
permitida pelo § 1º, poderá ser publicado apenas o escrito, nas condições previstas no § 3º do artigo
seu extrato, com o sumário dos fatos ocorridos e a 124.
transcrição das deliberações tomadas. § 3o Os documentos referidos neste artigo, à
Espécies de Assembléia exceção dos constantes dos incisos IV e V, serão
publicados até 5 (cinco) dias, pelo menos, antes da
Art. 131. A assembléia-geral é ordinária
data marcada para a realização da assembléia-
quando tem por objeto as matérias previstas no
geral. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
artigo 132, e extraordinária nos demais casos.
§ 4º A assembléia-geral que reunir a totalidade
Parágrafo único. A assembléia-geral ordinária
dos acionistas poderá considerar sanada a falta de
e a assembléia-geral extraordinária poderão ser,
publicação dos anúncios ou a inobservância dos
cumulativamente, convocadas e realizadas no
prazos referidos neste artigo; mas é obrigatória a
mesmo local, data e hora, instrumentadas em ata
publicação dos documentos antes da realização da
única.
assembléia.
SEÇÃO II
§ 5º A publicação dos anúncios é dispensada
Assembléia-Geral Ordinária quando os documentos a que se refere este artigo
são publicados até 1 (um) mês antes da data
Objeto
marcada para a realização da assembléia-geral
Art. 132. Anualmente, nos 4 (quatro) primeiros ordinária.
meses seguintes ao término do exercício social,
Procedimento
deverá haver 1 (uma) assembléia-geral para:
Art. 134. Instalada a assembléia-geral,
I - tomar as contas dos administradores,
proceder-se-á, se requerida por qualquer acionista,
examinar, discutir e votar as demonstrações
à leitura dos documentos referidos no artigo 133 e
financeiras;
do parecer do conselho fiscal, se houver, os quais
II - deliberar sobre a destinação do lucro serão submetidos pela mesa à discussão e
líquido do exercício e a distribuição de dividendos; votação.
III - eleger os administradores e os membros § 1° Os administradores da companhia, ou ao
do conselho fiscal, quando for o caso; menos um deles, e o auditor independente, se
IV - aprovar a correção da expressão houver, deverão estar presentes à assembléia para
monetária do capital social (artigo 167). atender a pedidos de esclarecimentos de
acionistas, mas os administradores não poderão
Documentos da Administração votar, como acionistas ou procuradores, os
Art. 133. Os administradores devem documentos referidos neste artigo.
comunicar, até 1 (um) mês antes da data marcada § 2º Se a assembléia tiver necessidade de
para a realização da assembléia-geral ordinária, outros esclarecimentos, poderá adiar a deliberação
por anúncios publicados na forma prevista no artigo e ordenar diligências; também será adiada a
124, que se acham à disposição dos acionistas: deliberação, salvo dispensa dos acionistas
presentes, na hipótese de não comparecimento de
administrador, membro do conselho fiscal ou sobre: (Redação dada pela Lei nº 9.457, de
auditor independente. 1997)
§ 3º A aprovação, sem reserva, das I - criação de ações preferenciais ou aumento
demonstrações financeiras e das contas, exonera de classe de ações preferenciais existentes, sem
de responsabilidade os administradores e fiscais, guardar proporção com as demais classes de
salvo erro, dolo, fraude ou simulação (artigo 286). ações preferenciais, salvo se já previstos ou
autorizados pelo estatuto; (Redação dada
§ 4º Se a assembléia aprovar as
pela Lei nº 10.303, de 2001)
demonstrações financeiras com modificação no
montante do lucro do exercício ou no valor das II - alteração nas preferências, vantagens e
obrigações da companhia, os administradores condições de resgate ou amortização de uma ou
promoverão, dentro de 30 (trinta) dias, a mais classes de ações preferenciais, ou criação de
republicação das demonstrações, com as nova classe mais favorecida; (Redação dada
retificações deliberadas pela assembléia; se a pela Lei nº 9.457, de 1997)
destinação dos lucros proposta pelos órgãos de
III - redução do dividendo
administração não lograr aprovação (artigo 176, §
obrigatório; (Redação dada pela Lei nº 9.457,
3º), as modificações introduzidas constarão da ata
de 1997)
da assembléia.
IV - fusão da companhia, ou sua incorporação
§ 5º A ata da assembléia-geral ordinária será
em outra; (Redação dada pela Lei nº 9.457, de
arquivada no registro do comércio e publicada.
1997)
§ 6º As disposições do § 1º, segunda parte,
V - participação em grupo de sociedades (art.
não se aplicam quando, nas sociedades fechadas,
265); (Redação dada pela Lei nº 9.457, de
os diretores forem os únicos acionistas.
1997)
SEÇÃO III
VI - mudança do objeto da
Assembléia-Geral Extraordinária companhia; (Redação dada pela Lei nº 9.457,
de 1997)
Reforma do Estatuto
VII - cessação do estado de liquidação da
Art. 135. A assembléia-geral extraordinária
companhia; (Redação dada pela Lei nº 9.457,
que tiver por objeto a reforma do estatuto somente
de 1997)
se instalará em primeira convocação com a
presença de acionistas que representem 2/3 (dois VIII - criação de partes
terços), no mínimo, do capital com direito a voto, beneficiárias; (Redação dada pela Lei nº
mas poderá instalar-se em segunda com qualquer 9.457, de 1997)
número.
IX - cisão da companhia; (Incluído pela Lei
§ 1º Os atos relativos a reformas do estatuto, nº 9.457, de 1997)
para valerem contra terceiros, ficam sujeitos às
X - dissolução da companhia. (Incluído
formalidades de arquivamento e publicação, não
pela Lei nº 9.457, de 1997)
podendo, todavia, a falta de cumprimento dessas
formalidades ser oposta, pela companhia ou por § 1º Nos casos dos incisos I e II, a eficácia da
seus acionistas, a terceiros de boa-fé. deliberação depende de prévia aprovação ou da
ratificação, em prazo improrrogável de um ano, por
§ 2º Aplica-se aos atos de reforma do estatuto
titulares de mais da metade de cada classe de
o disposto no artigo 97 e seus §§ 1º e 2° e no artigo
ações preferenciais prejudicadas, reunidos em
98 e seu § 1º.
assembléia especial convocada pelos
§ 3o Os documentos pertinentes à matéria a administradores e instalada com as formalidades
ser debatida na assembléia-geral extraordinária desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de
deverão ser postos à disposição dos acionistas, na 1997)
sede da companhia, por ocasião da publicação do
§ 2º A Comissão de Valores Mobiliários pode
primeiro anúncio de convocação da assembléia-
autorizar a redução do quorum previsto neste artigo
geral. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
no caso de companhia aberta com a propriedade
"Quorum" Qualificado das ações dispersa no mercado, e cujas 3 (três)
últimas assembléias tenham sido realizadas com a
Art. 136. É necessária a aprovação de
presença de acionistas representando menos da
acionistas que representem metade, no mínimo,
metade das ações com direito a voto. Neste caso,
das ações com direito a voto, se maior quorum não
a autorização da Comissão de Valores Mobiliários
for exigido pelo estatuto da companhia cujas ações
será mencionada nos avisos de convocação e a
não estejam admitidas à negociação em bolsa ou
deliberação com quorum reduzido somente poderá
no mercado de balcão, para deliberação
ser adotada em terceira convocação.
§ 3o O disposto no § 2o deste artigo aplica-se II - nos casos dos incisos IV e V do art. 136,
também às assembléias especiais de acionistas não terá direito de retirada o titular de ação de
preferenciais de que trata o § 1o. (Redação espécie ou classe que tenha liquidez e dispersão
dada pela Lei nº 10.303, de 2001) no mercado, considerando-se haver: (Redação
dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
§ 4º Deverá constar da ata da assembléia-
geral que deliberar sobre as matérias dos incisos I a) liquidez, quando a espécie ou classe de
e II, se não houver prévia aprovação, que a ação, ou certificado que a represente, integre
deliberação só terá eficácia após a sua ratificação índice geral representativo de carteira de valores
pela assembléia especial prevista no § mobiliários admitido à negociação no mercado de
1º. (Incluído pela Lei nº 9.457, de 1997) valores mobiliários, no Brasil ou no exterior,
definido pela Comissão de Valores Mobiliários;
Art. 136-A. A aprovação da inserção de
e (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
convenção de arbitragem no estatuto social,
observado o quorum do art. 136, obriga a todos os b) dispersão, quando o acionista controlador,
acionistas, assegurado ao acionista dissidente o a sociedade controladora ou outras sociedades sob
direito de retirar-se da companhia mediante o seu controle detiverem menos da metade da
reembolso do valor de suas ações, nos termos do espécie ou classe de ação; (Redação dada
art. 45. (Incluído pela Lei nº 13.129, de pela Lei nº 10.303, de 2001)
2015) (Vigência)
III - no caso do inciso IX do art. 136, somente
o
§ 1 A convenção somente terá eficácia após haverá direito de retirada se a cisão
o decurso do prazo de 30 (trinta) dias, contado da implicar: (Redação dada pela Lei nº 10.303, de
publicação da ata da assembleia geral que a 2001)
aprovou. (Incluído pela Lei nº 13.129, de
a) mudança do objeto social, salvo quando o
2015) (Vigência)
patrimônio cindido for vertido para sociedade cuja
§ 2o O direito de retirada previsto no caput não atividade preponderante coincida com a decorrente
será aplicável: (Incluído pela Lei nº 13.129, do objeto social da sociedade cindida; (Incluída
de 2015) (Vigência) pela Lei nº 10.303, de 2001)
I - caso a inclusão da convenção de b) redução do dividendo obrigatório;
arbitragem no estatuto social represente condição ou (Incluída pela Lei nº 10.303, de 2001)
para que os valores mobiliários de emissão da
c) participação em grupo de
companhia sejam admitidos à negociação em
sociedades; (Incluída pela Lei nº 10.303, de
segmento de listagem de bolsa de valores ou de
2001)
mercado de balcão organizado que exija dispersão
acionária mínima de 25% (vinte e cinco por cento) IV - o reembolso da ação deve ser reclamado
das ações de cada espécie ou à companhia no prazo de 30 (trinta) dias contado
classe; (Incluído pela Lei nº 13.129, de da publicação da ata da assembléia-
2015) (Vigência) geral; (Redação dada pela Lei nº 10.303, de
2001)
II - caso a inclusão da convenção de
arbitragem seja efetuada no estatuto social de V - o prazo para o dissidente de deliberação
companhia aberta cujas ações sejam dotadas de de assembléia especial (art. 136, § 1o) será
liquidez e dispersão no mercado, nos termos das contado da publicação da respectiva
alíneas “a” e “b” do inciso II do art. 137 desta ata; (Redação dada pela Lei nº 10.303, de
Lei. (Incluído pela Lei nº 13.129, de 2001)
2015) (Vigência) VI - o pagamento do reembolso somente
Direito de Retirada poderá ser exigido após a observância do disposto
no § 3o e, se for o caso, da ratificação da
Art. 137. A aprovação das matérias previstas
deliberação pela assembléia-geral. (Incluído
nos incisos I a VI e IX do art. 136 dá ao acionista
pela Lei nº 10.303, de 2001)
dissidente o direito de retirar-se da companhia,
mediante reembolso do valor das suas ações (art. § 1º O acionista dissidente de deliberação da
45), observadas as seguintes assembléia, inclusive o titular de ações
normas: (Redação dada pela Lei nº 10.303, preferenciais sem direito de voto, poderá exercer o
de 2001) direito de reembolso das ações de que,
comprovadamente, era titular na data da primeira
I - nos casos dos incisos I e II do art. 136,
publicação do edital de convocação da assembléia,
somente terá direito de retirada o titular de ações
ou na data da comunicação do fato relevante objeto
de espécie ou classe prejudicadas; (Incluído
da deliberação, se anterior. (Redação dada
pela Lei nº 9.457, de 1997)
pela Lei nº 9.457, de 1997)
§ 2o O direito de reembolso poderá ser III - o prazo de gestão, que não poderá ser
exercido no prazo previsto nos incisos IV ou V superior a 3 (três) anos, permitida a reeleição;
do caput deste artigo, conforme o caso, ainda que
IV - as normas sobre convocação, instalação
o titular das ações tenha se abstido de votar contra
e funcionamento do conselho, que deliberará por
a deliberação ou não tenha comparecido à
maioria de votos, podendo o estatuto estabelecer
assembléia. (Redação dada pela Lei nº
quorum qualificado para certas deliberações,
10.303, de 2001)
desde que especifique as matérias. (Redação
§ 3o Nos 10 (dez) dias subseqüentes ao dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
término do prazo de que tratam os incisos IV e V
Parágrafo único. O estatuto poderá prever a
do caput deste artigo, conforme o caso, contado da
participação no conselho de representantes dos
publicação da ata da assembléia-geral ou da
empregados, escolhidos pelo voto destes, em
assembléia especial que ratificar a deliberação, é
eleição direta, organizada pela empresa, em
facultado aos órgãos da administração convocar a
conjunto com as entidades sindicais que os
assembléia-geral para ratificar ou reconsiderar a
representem. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
deliberação, se entenderem que o pagamento do
preço do reembolso das ações aos acionistas Voto Múltiplo
dissidentes que exerceram o direito de retirada Art. 141. Na eleição dos conselheiros, é
porá em risco a estabilidade financeira da facultado aos acionistas que representem, no
empresa. (Redação dada pela Lei nº 10.303, mínimo, 0,1 (um décimo) do capital social com
de 2001) direito a voto, esteja ou não previsto no estatuto,
§ 4º Decairá do direito de retirada o acionista requerer a adoção do processo de voto múltiplo,
que não o exercer no prazo fixado. (Incluído atribuindo-se a cada ação tantos votos quantos
pela Lei nº 9.457, de 1997) sejam os membros do conselho, e reconhecido ao
acionista o direito de cumular os votos num só
CAPÍTULO XII
candidato ou distribuí-los entre vários.
Conselho de Administração e Diretoria
§ 1º A faculdade prevista neste artigo deverá
Administração da Companhia ser exercida pelos acionistas até 48 (quarenta e
oito) horas antes da assembléia-geral, cabendo à
Art. 138. A administração da companhia
mesa que dirigir os trabalhos da assembléia
competirá, conforme dispuser o estatuto, ao
informar previamente aos acionistas, à vista do
conselho de administração e à diretoria, ou
"Livro de Presença", o número de votos
somente à diretoria.
necessários para a eleição de cada membro do
§ 1º O conselho de administração é órgão de conselho.
deliberação colegiada, sendo a representação da
§ 2º Os cargos que, em virtude de empate,
companhia privativa dos diretores.
não forem preenchidos, serão objeto de nova
§ 2º As companhias abertas e as de capital votação, pelo mesmo processo, observado o
autorizado terão, obrigatoriamente, conselho de disposto no § 1º, in fine.
administração.
§ 3º Sempre que a eleição tiver sido realizada
Art. 139. As atribuições e poderes conferidos por esse processo, a destituição de qualquer
por lei aos órgãos de administração não podem ser membro do conselho de administração pela
outorgados a outro órgão, criado por lei ou pelo assembléia-geral importará destituição dos demais
estatuto. membros, procedendo-se a nova eleição; nos
SEÇÃO I demais casos de vaga, não havendo suplente, a
primeira assembléia-geral procederá à nova
Conselho de Administração eleição de todo o conselho.
Composição § 4o Terão direito de eleger e destituir um
Art. 140. O conselho de administração será membro e seu suplente do conselho de
composto por, no mínimo, 3 (três) membros, eleitos administração, em votação em separado na
pela assembléia-geral e por ela destituíveis a assembléia-geral, excluído o acionista controlador,
qualquer tempo, devendo o estatuto estabelecer: a maioria dos titulares, respectivamente: (Redação
dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
I - o número de conselheiros, ou o máximo e
mínimo permitidos, e o processo de escolha e I - de ações de emissão de companhia aberta
substituição do presidente do conselho pela com direito a voto, que representem, pelo menos,
assembléia ou pelo próprio conselho; (Redação 15% (quinze por cento) do total das ações com
dada pela Lei nº 10.303, de 2001) direito a voto; e (Incluído pela Lei nº 10.303, de
2001)
II - o modo de substituição dos conselheiros;
II - de ações preferenciais sem direito a voto IV - convocar a assembléia-geral quando
ou com voto restrito de emissão de companhia julgar conveniente, ou no caso do artigo 132;
aberta, que representem, no mínimo, 10% (dez por
V - manifestar-se sobre o relatório da
cento) do capital social, que não houverem
administração e as contas da diretoria;
exercido o direito previsto no estatuto, em
conformidade com o art. 18. (Incluído pela Lei nº VI - manifestar-se previamente sobre atos ou
10.303, de 2001) contratos, quando o estatuto assim o exigir;
§ 5o Verificando-se que nem os titulares de VII - deliberar, quando autorizado pelo
ações com direito a voto e nem os titulares de estatuto, sobre a emissão de ações ou de bônus de
ações preferenciais sem direito a voto ou com voto subscrição; (Vide Lei nº 12.838, de 2013)
restrito perfizeram, respectivamente, o quorum VIII – autorizar, se o estatuto não dispuser em
exigido nos incisos I e II do § 4o, ser-lhes-á contrário, a alienação de bens do ativo não
facultado agregar suas ações para elegerem em circulante, a constituição de ônus reais e a
conjunto um membro e seu suplente para o prestação de garantias a obrigações de
conselho de administração, observando-se, nessa terceiros; (Redação dada pela Lei nº 11.941, de
hipótese, o quorum exigido pelo inciso II do § 2009)
4o. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
IX - escolher e destituir os auditores
§ 6o Somente poderão exercer o direito independentes, se houver.
previsto no § 4o os acionistas que comprovarem a
titularidade ininterrupta da participação acionária § 1o Serão arquivadas no registro do comércio
ali exigida durante o período de 3 (três) meses, no e publicadas as atas das reuniões do conselho de
mínimo, imediatamente anterior à realização da administração que contiverem deliberação
assembléia-geral. (Incluído pela Lei nº 10.303, de destinada a produzir efeitos perante
2001) terceiros. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de
2001)
§ 7o Sempre que, cumulativamente, a eleição
do conselho de administração se der pelo sistema § 2o A escolha e a destituição do auditor
do voto múltiplo e os titulares de ações ordinárias independente ficará sujeita a veto, devidamente
ou preferenciais exercerem a prerrogativa de fundamentado, dos conselheiros eleitos na forma
eleger conselheiro, será assegurado a acionista ou do art. 141, § 4o, se houver. (Incluído pela Lei nº
grupo de acionistas vinculados por acordo de votos 10.303, de 2001)
que detenham mais do que 50% (cinqüenta por SEÇÃO II
cento) das ações com direito de voto o direito de
eleger conselheiros em número igual ao dos eleitos Diretoria
pelos demais acionistas, mais um, Composição
independentemente do número de conselheiros
que, segundo o estatuto, componha o Art. 143. A Diretoria será composta por 2
órgão. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001) (dois) ou mais diretores, eleitos e destituíveis a
qualquer tempo pelo conselho de administração,
§ 8o A companhia deverá manter registro com ou, se inexistente, pela assembléia-geral, devendo
a identificação dos acionistas que exercerem a o estatuto estabelecer:
prerrogativa a que se refere o § 4o. (Incluído pela
Lei nº 10.303, de 2001) I - o número de diretores, ou o máximo e o
mínimo permitidos;
§ 9o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.303,
de 2001) II - o modo de sua substituição;
Competência III - o prazo de gestão, que não será superior
a 3 (três) anos, permitida a reeleição;
Art. 142. Compete ao conselho de
administração: IV - as atribuições e poderes de cada diretor.
I - fixar a orientação geral dos negócios da § 1º Os membros do conselho de
companhia; administração, até o máximo de 1/3 (um terço),
poderão ser eleitos para cargos de diretores.
II - eleger e destituir os diretores da
companhia e fixar-lhes as atribuições, observado o § 2º O estatuto pode estabelecer que
que a respeito dispuser o estatuto; determinadas decisões, de competência dos
diretores, sejam tomadas em reunião da diretoria.
III - fiscalizar a gestão dos diretores, examinar,
a qualquer tempo, os livros e papéis da companhia, Representação
solicitar informações sobre contratos celebrados Art. 144. No silêncio do estatuto e inexistindo
ou em via de celebração, e quaisquer outros atos; deliberação do conselho de administração (artigo
142, n. II e parágrafo único), competirão a qualquer § 2º São ainda inelegíveis para os cargos de
diretor a representação da companhia e a prática administração de companhia aberta as pessoas
dos atos necessários ao seu funcionamento declaradas inabilitadas por ato da Comissão de
regular. Valores Mobiliários.
Parágrafo único. Nos limites de suas § 3o O conselheiro deve ter reputação ilibada,
atribuições e poderes, é lícito aos diretores não podendo ser eleito, salvo dispensa da
constituir mandatários da companhia, devendo ser assembléia-geral, aquele que: (Incluído pela Lei nº
especificados no instrumento os atos ou operações 10.303, de 2001)
que poderão praticar e a duração do mandato, que,
I - ocupar cargos em sociedades que possam
no caso de mandatojudicial, poderá ser por prazo
ser consideradas concorrentes no mercado, em
indeterminado.
especial, em conselhos consultivos, de
SEÇÃO III administração ou fiscal; e (Incluído pela Lei nº
10.303, de 2001)
Administradores
II - tiver interesse conflitante com a
Normas Comuns
sociedade. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
Art. 145. As normas relativas a requisitos,
§ 4o A comprovação do cumprimento das
impedimentos, investidura, remuneração, deveres
condições previstas no § 3o será efetuada por meio
e responsabilidade dos administradores aplicam-
de declaração firmada pelo conselheiro eleito nos
se a conselheiros e diretores.
termos definidos pela Comissão de Valores
Requisitos e Impedimentos Mobiliários, com vistas ao disposto nos arts. 145 e
Art. 146. Poderão ser eleitas para membros 159, sob as penas da lei. (Incluído pela Lei nº
dos órgãos de administração pessoas naturais, 10.303, de 2001)
devendo os diretores ser residentes no Garantia da Gestão
País. (Redação dada pela Lei nº 12.431, de 2011).
Art. 148. O estatuto pode estabelecer que o
§ 1o A ata da assembléia-geral ou da reunião exercício do cargo de administrador deva ser
do conselho de administração que eleger assegurado, pelo titular ou por terceiro, mediante
administradores deverá conter a qualificação e o penhor de ações da companhia ou outra garantia.
prazo de gestão de cada um dos eleitos, devendo
Parágrafo único. A garantia só será levantada
ser arquivada no registro do comércio e
após aprovação das últimas contas apresentadas
publicada. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de
pelo administrador que houver deixado o cargo.
2001)
Investidura
§ 2o A posse do conselheiro residente ou
domiciliado no exterior fica condicionada à Art. 149. Os conselheiros e diretores serão
constituição de representante residente no País, investidos nos seus cargos mediante assinatura de
com poderes para receber citação em ações contra termo de posse no livro de atas do conselho de
ele propostas com base na legislação societária, administração ou da diretoria, conforme o caso.
mediante procuração com prazo de validade que
§ 1o Se o termo não for assinado nos 30
deverá estender-se por, no mínimo, 3 (três) anos
(trinta) dias seguintes à nomeação, esta tornar-se-
após o término do prazo de gestão do
á sem efeito, salvo justificação aceita pelo órgão da
conselheiro. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de
administração para o qual tiver sido
2001)
eleito. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
Art. 147. Quando a lei exigir certos requisitos
§ 2o O termo de posse deverá conter, sob
para a investidura em cargo de administração da
pena de nulidade, a indicação de pelo menos um
companhia, a assembléia-geral somente poderá
domicílio no qual o administrador receberá as
eleger quem tenha exibido os necessários
citações e intimações em processos
comprovantes, dos quais se arquivará cópia
administrativos e judiciais relativos a atos de sua
autêntica na sede social.
gestão, as quais reputar-se-ão cumpridas
§ 1º São inelegíveis para os cargos de mediante entrega no domicílio indicado, o qual
administração da companhia as pessoas somente poderá ser alterado mediante
impedidas por lei especial, ou condenadas por comunicação por escrito à companhia. (Incluído
crime falimentar, de prevaricação, peita ou pela Lei nº 10.303, de 2001)
suborno, concussão, peculato, contra a economia
Substituição e Término da Gestão
popular, a fé pública ou a propriedade, ou a pena
criminal que vede, ainda que temporariamente, o Art. 150. No caso de vacância do cargo de
acesso a cargos públicos. conselheiro, salvo disposição em contrário do
estatuto, o substituto será nomeado pelos
conselheiros remanescentes e servirá até a Art. 153. O administrador da companhia deve
primeira assembléia-geral. Se ocorrer vacância da empregar, no exercício de suas funções, o cuidado
maioria dos cargos, a assembléia-geral será e diligência que todo homem ativo e probo costuma
convocada para proceder a nova eleição. empregar na administração dos seus próprios
negócios.
§ 1º No caso de vacância de todos os cargos
do conselho de administração, compete à diretoria Finalidade das Atribuições e Desvio de Poder
convocar a assembléia-geral.
Art. 154. O administrador deve exercer as
§ 2º No caso de vacância de todos os cargos atribuições que a lei e o estatuto lhe conferem para
da diretoria, se a companhia não tiver conselho de lograr os fins e no interesse da companhia,
administração, compete ao conselho fiscal, se em satisfeitas as exigências do bem público e da
funcionamento, ou a qualquer acionista, convocar função social da empresa.
a assembléia-geral, devendo o representante de
§ 1º O administrador eleito por grupo ou classe
maior número de ações praticar, até a realização
de acionistas tem, para com a companhia, os
da assembléia, os atos urgentes de administração
mesmos deveres que os demais, não podendo,
da companhia.
ainda que para defesa do interesse dos que o
§ 3º O substituto eleito para preencher cargo elegeram, faltar a esses deveres.
vago completará o prazo de gestão do substituído.
§ 2° É vedado ao administrador:
§ 4º O prazo de gestão do conselho de
a) praticar ato de liberalidade à custa da
administração ou da diretoria se estende até a
companhia;
investidura dos novos administradores eleitos.
b) sem prévia autorização da assembléia-
Renúncia
geral ou do conselho de administração, tomar por
Art. 151. A renúncia do administrador torna-se empréstimo recursos ou bens da companhia, ou
eficaz, em relação à companhia, desde o momento usar, em proveito próprio, de sociedade em que
em que lhe for entregue a comunicação escrita do tenha interesse, ou de terceiros, os seus bens,
renunciante, e em relação a terceiros de boa-fé, serviços ou crédito;
após arquivamento no registro de comércio e
c) receber de terceiros, sem autorização
publicação, que poderão ser promovidos pelo
estatutária ou da assembléia-geral, qualquer
renunciante.
modalidade de vantagem pessoal, direta ou
Remuneração indireta, em razão do exercício de seu cargo.
Art. 152. A assembléia-geral fixará o montante § 3º As importâncias recebidas com infração
global ou individual da remuneração dos ao disposto na alínea c do § 2º pertencerão à
administradores, inclusive benefícios de qualquer companhia.
natureza e verbas de representação, tendo em
§ 4º O conselho de administração ou a
conta suas responsabilidades, o tempo dedicado
diretoria podem autorizar a prática de atos gratuitos
às suas funções, sua competência e reputação
razoáveis em benefício dos empregados ou da
profissional e o valor dos seus serviços no
comunidade de que participe a empresa, tendo em
mercado. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de
vista suas responsabilidades sociais.
1997)
Dever de Lealdade
§ 1º O estatuto da companhia que fixar o
dividendo obrigatório em 25% (vinte e cinco por Art. 155. O administrador deve servir com
cento) ou mais do lucro líquido, pode atribuir aos lealdade à companhia e manter reserva sobre os
administradores participação no lucro da seus negócios, sendo-lhe vedado:
companhia, desde que o seu total não ultrapasse a I - usar, em benefício próprio ou de outrem,
remuneração anual dos administradores nem 0,1 com ou sem prejuízo para a companhia, as
(um décimo) dos lucros (artigo 190), prevalecendo oportunidades comerciais de que tenha
o limite que for menor. conhecimento em razão do exercício de seu cargo;
§ 2º Os administradores somente farão jus à II - omitir-se no exercício ou proteção de
participação nos lucros do exercício social em direitos da companhia ou, visando à obtenção de
relação ao qual for atribuído aos acionistas o vantagens, para si ou para outrem, deixar de
dividendo obrigatório, de que trata o artigo 202. aproveitar oportunidades de negócio de interesse
SEÇÃO IV da companhia;
Deveres e Responsabilidades III - adquirir, para revender com lucro, bem ou
direito que sabe necessário à companhia, ou que
Dever de Diligência
esta tencione adquirir.
§ 1º Cumpre, ademais, ao administrador de a) o número dos valores mobiliários de
companhia aberta, guardar sigilo sobre qualquer emissão da companhia ou de sociedades
informação que ainda não tenha sido divulgada controladas, ou do mesmo grupo, que tiver
para conhecimento do mercado, obtida em razão adquirido ou alienado, diretamente ou através de
do cargo e capaz de influir de modo ponderável na outras pessoas, no exercício anterior;
cotação de valores mobiliários, sendo-lhe vedado
b) as opções de compra de ações que tiver
valer-se da informação para obter, para si ou para
contratado ou exercido no exercício anterior;
outrem, vantagem mediante compra ou venda de
valores mobiliários. c) os benefícios ou vantagens, indiretas ou
complementares, que tenha recebido ou esteja
§ 2º O administrador deve zelar para que a
recebendo da companhia e de sociedades
violação do disposto no § 1º não possa ocorrer
coligadas, controladas ou do mesmo grupo;
através de subordinados ou terceiros de sua
confiança. d) as condições dos contratos de trabalho que
tenham sido firmados pela companhia com os
§ 3º A pessoa prejudicada em compra e venda
diretores e empregados de alto nível;
de valores mobiliários, contratada com infração do
disposto nos §§ 1° e 2°, tem direito de haver do e) quaisquer atos ou fatos relevantes nas
infrator indenização por perdas e danos, a menos atividades da companhia.
que ao contratar já conhecesse a informação. § 2º Os esclarecimentos prestados pelo
o administrador poderão, a pedido de qualquer
§ 4 É vedada a utilização de informação
relevante ainda não divulgada, por qualquer acionista, ser reduzidos a escrito, autenticados
pessoa que a ela tenha tido acesso, com a pela mesa da assembléia, e fornecidos por cópia
finalidade de auferir vantagem, para si ou para aos solicitantes.
outrem, no mercado de valores § 3º A revelação dos atos ou fatos de que trata
mobiliários. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001) este artigo só poderá ser utilizada no legítimo
Conflito de Interesses interesse da companhia ou do acionista,
respondendo os solicitantes pelos abusos que
Art. 156. É vedado ao administrador intervir
praticarem.
em qualquer operação social em que tiver interesse
conflitante com o da companhia, bem como na § 4º Os administradores da companhia aberta
deliberação que a respeito tomarem os demais são obrigados a comunicar imediatamente à bolsa
administradores, cumprindo-lhe cientificá-los do de valores e a divulgar pela imprensa qualquer
seu impedimento e fazer consignar, em ata de deliberação da assembléia-geral ou dos órgãos de
reunião do conselho de administração ou da administração da companhia, ou fato relevante
diretoria, a natureza e extensão do seu interesse. ocorrido nos seus negócios, que possa influir, de
modo ponderável, na decisão dos investidores do
§ 1º Ainda que observado o disposto neste
mercado de vender ou comprar valores mobiliários
artigo, o administrador somente pode contratar
emitidos pela companhia.
com a companhia em condições razoáveis ou
eqüitativas, idênticas às que prevalecem no § 5º Os administradores poderão recusar-se a
mercado ou em que a companhia contrataria com prestar a informação (§ 1º, alínea e), ou deixar de
terceiros. divulgá-la (§ 4º), se entenderem que sua revelação
porá em risco interesse legítimo da companhia,
§ 2º O negócio contratado com infração do
cabendo à Comissão de Valores Mobiliários, a
disposto no § 1º é anulável, e o administrador
pedido dos administradores, de qualquer acionista,
interessado será obrigado a transferir para a
ou por iniciativa própria, decidir sobre a prestação
companhia as vantagens que dele tiver auferido.
de informação e responsabilizar os
Dever de Informar administradores, se for o caso.
Art. 157. O administrador de companhia § 6o Os administradores da companhia aberta
aberta deve declarar, ao firmar o termo de posse, o deverão informar imediatamente, nos termos e na
número de ações, bônus de subscrição, opções de forma determinados pela Comissão de Valores
compra de ações e debêntures conversíveis em Mobiliários, a esta e às bolsas de valores ou
ações, de emissão da companhia e de sociedades entidades do mercado de balcão organizado nas
controladas ou do mesmo grupo, de que seja quais os valores mobiliários de emissão da
titular. (Vide Lei nº 12.838, de 2013) companhia estejam admitidos à negociação, as
modificações em suas posições acionárias na
§ 1º O administrador de companhia aberta é
companhia. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
obrigado a revelar à assembléia-geral ordinária, a
pedido de acionistas que representem 5% (cinco Responsabilidade dos Administradores
por cento) ou mais do capital social:
Art. 158. O administrador não é pessoalmente § 3º Qualquer acionista poderá promover a
responsável pelas obrigações que contrair em ação, se não for proposta no prazo de 3 (três)
nome da sociedade e em virtude de ato regular de meses da deliberação da assembléia-geral.
gestão; responde, porém, civilmente, pelos
§ 4º Se a assembléia deliberar não promover
prejuízos que causar, quando proceder:
a ação, poderá ela ser proposta por acionistas que
I - dentro de suas atribuições ou poderes, com representem 5% (cinco por cento), pelo menos, do
culpa ou dolo; capital social.
II - com violação da lei ou do estatuto. § 5° Os resultados da ação promovida por
acionista deferem-se à companhia, mas esta
§ 1º O administrador não é responsável por
deverá indenizá-lo, até o limite daqueles
atos ilícitos de outros administradores, salvo se
resultados, de todas as despesas em que tiver
com eles for conivente, se negligenciar em
incorrido, inclusive correção monetária e juros dos
descobri-los ou se, deles tendo conhecimento,
dispêndios realizados.
deixar de agir para impedir a sua prática. Exime-se
de responsabilidade o administrador dissidente § 6° O juiz poderá reconhecer a exclusão da
que faça consignar sua divergência em ata de responsabilidade do administrador, se convencido
reunião do órgão de administração ou, não sendo de que este agiu de boa-fé e visando ao interesse
possível, dela dê ciência imediata e por escrito ao da companhia.
órgão da administração, no conselho fiscal, se em
§ 7º A ação prevista neste artigo não exclui a
funcionamento, ou à assembléia-geral.
que couber ao acionista ou terceiro diretamente
§ 2º Os administradores são solidariamente prejudicado por ato de administrador.
responsáveis pelos prejuízos causados em virtude
Órgãos Técnicos e Consultivos
do não cumprimento dos deveres impostos por lei
para assegurar o funcionamento normal da Art. 160. As normas desta Seção aplicam-se
companhia, ainda que, pelo estatuto, tais deveres aos membros de quaisquer órgãos, criados pelo
não caibam a todos eles. estatuto, com funções técnicas ou destinados a
aconselhar os administradores.
§ 3º Nas companhias abertas, a
responsabilidade de que trata o § 2º ficará restrita, CAPÍTULO XIII
ressalvado o disposto no § 4º, aos administradores Conselho Fiscal
que, por disposição do estatuto, tenham atribuição
específica de dar cumprimento àqueles deveres. Composição e Funcionamento
§ 4º O administrador que, tendo conhecimento Art. 161. A companhia terá um conselho fiscal
do não cumprimento desses deveres por seu e o estatuto disporá sobre seu funcionamento, de
predecessor, ou pelo administrador competente modo permanente ou nos exercícios sociais em
nos termos do § 3º, deixar de comunicar o fato a que for instalado a pedido de acionistas.
assembléia-geral, tornar-se-á por ele § 1º O conselho fiscal será composto de, no
solidariamente responsável. mínimo, 3 (três) e, no máximo, 5 (cinco) membros,
§ 5º Responderá solidariamente com o e suplentes em igual número, acionistas ou não,
administrador quem, com o fim de obter vantagem eleitos pela assembléia-geral.
para si ou para outrem, concorrer para a prática de § 2º O conselho fiscal, quando o
ato com violação da lei ou do estatuto. funcionamento não for permanente, será instalado
Ação de Responsabilidade pela assembléia-geral a pedido de acionistas que
representem, no mínimo, 0,1 (um décimo) das
Art. 159. Compete à companhia, mediante ações com direito a voto, ou 5% (cinco por cento)
prévia deliberação da assembléia-geral, a ação de das ações sem direito a voto, e cada período de
responsabilidade civil contra o administrador, pelos seu funcionamento terminará na primeira
prejuízos causados ao seu patrimônio. assembléia-geral ordinária após a sua instalação.
§ 1º A deliberação poderá ser tomada em § 3º O pedido de funcionamento do conselho
assembléia-geral ordinária e, se prevista na ordem fiscal, ainda que a matéria não conste do anúncio
do dia, ou for conseqüência direta de assunto nela de convocação, poderá ser formulado em qualquer
incluído, em assembléia-geral extraordinária. assembléia-geral, que elegerá os seus membros.
§ 2º O administrador ou administradores § 4º Na constituição do conselho fiscal serão
contra os quais deva ser proposta ação ficarão observadas as seguintes normas:
impedidos e deverão ser substituídos na mesma
assembléia. a) os titulares de ações preferenciais sem
direito a voto, ou com voto restrito, terão direito de
eleger, em votação em separado, 1 (um) membro
e respectivo suplente; igual direito terão os estatutários; (Redação dada pela Lei nº 10.303, de
acionistas minoritários, desde que representem, 2001)
em conjunto, 10% (dez por cento) ou mais das
II - opinar sobre o relatório anual da
ações com direito a voto;
administração, fazendo constar do seu parecer as
b) ressalvado o disposto na alínea anterior, os informações complementares que julgar
demais acionistas com direito a voto poderão necessárias ou úteis à deliberação da assembléia-
eleger os membros efetivos e suplentes que, em geral;
qualquer caso, serão em número igual ao dos
III - opinar sobre as propostas dos órgãos da
eleitos nos termos da alínea a, mais um.
administração, a serem submetidas à assembléia-
§ 5º Os membros do conselho fiscal e seus geral, relativas a modificação do capital social,
suplentes exercerão seus cargos até a primeira emissão de debêntures ou bônus de subscrição,
assembléia-geral ordinária que se realizar após a planos de investimento ou orçamentos de capital,
sua eleição, e poderão ser reeleitos. distribuição de dividendos, transformação,
incorporação, fusão ou cisão; (Vide Lei nº
§ 6o Os membros do conselho fiscal e seus
12.838, de 2013)
suplentes exercerão seus cargos até a primeira
assembléia-geral ordinária que se realizar após a IV - denunciar, por qualquer de seus
sua eleição, e poderão ser reeleitos. (Incluído pela membros, aos órgãos de administração e, se estes
Lei nº 10.303, de 2001) não tomarem as providências necessárias para a
proteção dos interesses da companhia, à
§ 7o A função de membro do conselho fiscal é
assembléia-geral, os erros, fraudes ou crimes que
indelegável. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
descobrirem, e sugerir providências úteis à
Requisitos, Impedimentos e Remuneração companhia; (Redação dada pela Lei nº 10.303, de
Art. 162. Somente podem ser eleitos para o 2001)
conselho fiscal pessoas naturais, residentes no V - convocar a assembléia-geral ordinária, se
País, diplomadas em curso de nível universitário, os órgãos da administração retardarem por mais de
ou que tenham exercido por prazo mínimo de 3 1 (um) mês essa convocação, e a extraordinária,
(três) anos, cargo de administrador de empresa ou sempre que ocorrerem motivos graves ou
de conselheiro fiscal. urgentes, incluindo na agenda das assembléias as
§ 1º Nas localidades em que não houver matérias que considerarem necessárias;
pessoas habilitadas, em número suficiente, para o VI - analisar, ao menos trimestralmente, o
exercício da função, caberá ao juiz dispensar a balancete e demais demonstrações financeiras
companhia da satisfação dos requisitos elaboradas periodicamente pela companhia;
estabelecidos neste artigo.
VII - examinar as demonstrações financeiras
§ 2º Não podem ser eleitos para o conselho do exercício social e sobre elas opinar;
fiscal, além das pessoas enumeradas nos
VIII - exercer essas atribuições, durante a
parágrafos do artigo 147, membros de órgãos de
liquidação, tendo em vista as disposições especiais
administração e empregados da companhia ou de
que a regulam.
sociedade controlada ou do mesmo grupo, e o
cônjuge ou parente, até terceiro grau, de § 1º Os órgãos de administração são
administrador da companhia. obrigados, através de comunicação por escrito, a
colocar à disposição dos membros em exercício do
§ 3º A remuneração dos membros do conselho
conselho fiscal, dentro de 10 (dez) dias, cópias das
fiscal, além do reembolso, obrigatório, das
atas de suas reuniões e, dentro de 15 (quinze) dias
despesas de locomoção e estada necessárias ao
do seu recebimento, cópias dos balancetes e
desempenho da função, será fixada pela
demais demonstrações financeiras elaboradas
assembléia-geral que os eleger, e não poderá ser
periodicamente e, quando houver, dos relatórios de
inferior, para cada membro em exercício, a dez por
execução de orçamentos.
cento da que, em média, for atribuída a cada
diretor, não computados benefícios, verbas de § 2o O conselho fiscal, a pedido de qualquer
representação e participação nos lucros. (Redação dos seus membros, solicitará aos órgãos de
dada pela Lei nº 9.457, de 1997) administração esclarecimentos ou informações,
desde que relativas à sua função fiscalizadora,
Competência
assim como a elaboração de demonstrações
Art. 163. Compete ao conselho fiscal: financeiras ou contábeis especiais. (Redação dada
I - fiscalizar, por qualquer de seus membros, pela Lei nº 10.303, de 2001)
os atos dos administradores e verificar o § 3° Os membros do conselho fiscal assistirão
cumprimento dos seus deveres legais e às reuniões do conselho de administração, se
houver, ou da diretoria, em que se deliberar sobre § 1o Os membros do conselho fiscal deverão
os assuntos em que devam opinar (ns. II, III e VII). exercer suas funções no exclusivo interesse da
companhia; considerar-se-á abusivo o exercício da
§ 4º Se a companhia tiver auditores
função com o fim de causar dano à companhia, ou
independentes, o conselho fiscal, a pedido de
aos seus acionistas ou administradores, ou de
qualquer de seus membros, poderá solicitar-lhes
obter, para si ou para outrem, vantagem a que não
esclarecimentos ou informações, e a apuração de
faz jus e de que resulte, ou possa resultar, prejuízo
fatos específicos. (Redação dada pela Lei nº
para a companhia, seus acionistas ou
9.457, de 1997)
administradores. (Redação dada pela Lei nº
§ 5º Se a companhia não tiver auditores 10.303, de 2001)
independentes, o conselho fiscal poderá, para
§ 2o O membro do conselho fiscal não é
melhor desempenho das suas funções, escolher
responsável pelos atos ilícitos de outros membros,
contador ou firma de auditoria e fixar-lhes os
salvo se com eles foi conivente, ou se concorrer
honorários, dentro de níveis razoáveis, vigentes na
para a prática do ato. (Redação dada pela Lei nº
praça e compatíveis com a dimensão econômica
10.303, de 31.10.2001)
da companhia, os quais serão pagos por esta.
§ 3o A responsabilidade dos membros do
§ 6º O conselho fiscal deverá fornecer ao
conselho fiscal por omissão no cumprimento de
acionista, ou grupo de acionistas que representem,
seus deveres é solidária, mas dela se exime o
no mínimo 5% (cinco por cento) do capital social,
membro dissidente que fizer consignar sua
sempre que solicitadas, informações sobre
divergência em ata da reunião do órgão e a
matérias de sua competência.
comunicar aos órgãos da administração e à
§ 7º As atribuições e poderes conferidos pela assembléia-geral. (Incluído pela Lei nº 10.303, de
lei ao conselho fiscal não podem ser outorgados a 2001)
outro órgão da companhia.
Art. 165-A. Os membros do conselho fiscal da
§ 8º O conselho fiscal poderá, para apurar fato companhia aberta deverão informar imediatamente
cujo esclarecimento seja necessário ao as modificações em suas posições acionárias na
desempenho de suas funções, formular, com companhia à Comissão de Valores Mobiliários e às
justificativa, questões a serem respondidas por Bolsas de Valores ou entidades do mercado de
perito e solicitar à diretoria que indique, para esse balcão organizado nas quais os valores mobiliários
fim, no prazo máximo de trinta dias, três peritos, de emissão da companhia estejam admitidos à
que podem ser pessoas físicas ou jurídicas, de negociação, nas condições e na forma
notório conhecimento na área em questão, entre os determinadas pela Comissão de Valores
quais o conselho fiscal escolherá um, cujos Mobiliários. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
honorários serão pagos pela companhia. (Incluído
CAPÍTULO XIV
pela Lei nº 9.457, de 1997)
Modificação do Capital Social
Pareceres e Representações
SEÇÃO I
Art. 164. Os membros do conselho fiscal, ou
ao menos um deles, deverão comparecer às Aumento
reuniões da assembléia-geral e responder aos
Competência
pedidos de informações formulados pelos
acionistas. Art. 166. O capital social pode ser aumentado:
Parágrafo único. Os pareceres e I - por deliberação da assembléia-geral
representações do conselho fiscal, ou de qualquer ordinária, para correção da expressão monetária
um de seus membros, poderão ser apresentados e do seu valor (artigo 167);
lidos na assembléia-geral, independentemente de II - por deliberação da assembléia-geral ou do
publicação e ainda que a matéria não conste da conselho de administração, observado o que a
ordem do dia. (Redação dada pela Lei nº 10.303, respeito dispuser o estatuto, nos casos de emissão
de 2001) de ações dentro do limite autorizado no estatuto
Deveres e Responsabilidades (artigo 168);
Art. 165. Os membros do conselho fiscal têm III - por conversão, em ações, de debêntures
os mesmos deveres dos administradores de que ou parte beneficiárias e pelo exercício de direitos
tratam os arts. 153 a 156 e respondem pelos danos conferidos por bônus de subscrição, ou de opção
resultantes de omissão no cumprimento de seus de compra de ações; (Vide Lei nº 12.838, de
deveres e de atos praticados com culpa ou dolo, ou 2013)
com violação da lei ou do estatuto.(Redação dada IV - por deliberação da assembléia-geral
pela Lei nº 10.303, de 2001) extraordinária convocada para decidir sobre
reforma do estatuto social, no caso de inexistir § 2º O limite de autorização, quando fixado em
autorização de aumento, ou de estar a mesma valor do capital social, será anualmente corrigido
esgotada. pela assembléia-geral ordinária, com base nos
mesmos índices adotados na correção do capital
§ 1º Dentro dos 30 (trinta) dias subseqüentes
social.
à efetivação do aumento, a companhia requererá
ao registro do comércio a sua averbação, nos § 3º O estatuto pode prever que a companhia,
casos dos números I a III, ou o arquivamento da ata dentro do limite de capital autorizado, e de acordo
da assembléia de reforma do estatuto, no caso do com plano aprovado pela assembléia-geral,
número IV. (Vide Lei nº 12.838, de 2013) outorgue opção de compra de ações a seus
administradores ou empregados, ou a pessoas
§ 2º O conselho fiscal, se em funcionamento,
naturais que prestem serviços à companhia ou a
deverá, salvo nos casos do número III, ser
sociedade sob seu controle.
obrigatoriamente ouvido antes da deliberação
sobre o aumento de capital. (Vide Lei nº 12.838, Capitalização de Lucros e Reservas
de 2013)
Art. 169. O aumento mediante capitalização
Correção Monetária Anual de lucros ou de reservas importará alteração do
valor nominal das ações ou distribuições das ações
Art. 167. A reserva de capital constituída por
novas, correspondentes ao aumento, entre
ocasião do balanço de encerramento do exercício
acionistas, na proporção do número de ações que
social e resultante da correção monetária do capital
possuírem.
realizado (artigo 182, § 2º) será capitalizada por
deliberação da assembléia-geral ordinária que § 1º Na companhia com ações sem valor
aprovar o balanço. nominal, a capitalização de lucros ou de reservas
poderá ser efetivada sem modificação do número
§ 1º Na companhia aberta, a capitalização
de ações.
prevista neste artigo será feita sem modificação do
número de ações emitidas e com aumento do valor § 2º Às ações distribuídas de acordo com este
nominal das ações, se for o caso. artigo se estenderão, salvo cláusula em contrário
dos instrumentos que os tenham constituído, o
§ 2º A companhia poderá deixar de capitalizar
usufruto, o fideicomisso, a inalienabilidade e a
o saldo da reserva correspondente às frações de
incomunicabilidade que porventura gravarem as
centavo do valor nominal das ações, ou, se não
ações de que elas forem derivadas.
tiverem valor nominal, à fração inferior a 1% (um
por cento) do capital social. § 3º As ações que não puderem ser atribuídas
por inteiro a cada acionista serão vendidas em
§ 3º Se a companhia tiver ações com e sem
bolsa, dividindo-se o produto da venda,
valor nominal, a correção do capital
proporcionalmente, pelos titulares das frações;
correspondente às ações com valor nominal será
antes da venda, a companhia fixará prazo não
feita separadamente, sendo a reserva resultante
inferior a 30 (trinta) dias, durante o qual os
capitalizada em benefício dessas ações.
acionistas poderão transferir as frações de ação.
Capital Autorizado
Aumento Mediante Subscrição de Ações
Art. 168. O estatuto pode conter autorização
Art. 170. Depois de realizados 3/4 (três
para aumento do capital social independentemente
quartos), no mínimo, do capital social, a companhia
de reforma estatutária.
pode aumentá-lo mediante subscrição pública ou
§ 1º A autorização deverá especificar: particular de ações.
a) o limite de aumento, em valor do capital ou § 1º O preço de emissão deverá ser fixado,
em número de ações, e as espécies e classes das sem diluição injustificada da participação dos
ações que poderão ser emitidas; antigos acionistas, ainda que tenham direito de
b) o órgão competente para deliberar sobre as preferência para subscrevê-las, tendo em vista,
emissões, que poderá ser a assembléia-geral ou o alternativa ou conjuntamente: (Redação dada pela
conselho de administração; Lei nº 9.457, de 1997)