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LEI No 6.

404, DE 15 DE DEZEMBRO § 1o Somente os valores mobiliários de


emissão de companhia registrada na Comissão de
DE 1976. Valores Mobiliários podem ser negociados no
Dispõe sobre as Sociedades mercado de valores mobiliários. (Redação dada
por Ações. pela Lei nº 10.303, de 2001)
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber § 2o Nenhuma distribuição pública de valores
que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a mobiliários será efetivada no mercado sem prévio
seguinte Lei: registro na Comissão de Valores
Mobiliários. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
CAPÍTULO I
§ 3o A Comissão de Valores Mobiliários
Características e Natureza da Companhia ou
poderá classificar as companhias abertas em
Sociedade Anônima
categorias, segundo as espécies e classes dos
Características valores mobiliários por ela emitidos negociados no
mercado, e especificará as normas sobre
Art. 1º A companhia ou sociedade anônima
terá o capital dividido em ações, e a companhias abertas aplicáveis a cada
categoria. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
responsabilidade dos sócios ou acionistas será
limitada ao preço de emissão das ações subscritas § 4o O registro de companhia aberta para
ou adquiridas. negociação de ações no mercado somente poderá
ser cancelado se a companhia emissora de ações,
Objeto Social
o acionista controlador ou a sociedade que a
Art. 2º Pode ser objeto da companhia qualquer controle, direta ou indiretamente, formular oferta
empresa de fim lucrativo, não contrário à lei, à pública para adquirir a totalidade das ações em
ordem pública e aos bons costumes. circulação no mercado, por preço justo, ao menos
§ 1º Qualquer que seja o objeto, a companhia igual ao valor de avaliação da companhia, apurado
é mercantil e se rege pelas leis e usos do comércio. com base nos critérios, adotados de forma isolada
ou combinada, de patrimônio líquido contábil, de
§ 2º O estatuto social definirá o objeto de patrimônio líquido avaliado a preço de mercado, de
modo preciso e completo. fluxo de caixa descontado, de comparação por
§ 3º A companhia pode ter por objeto múltiplos, de cotação das ações no mercado de
participar de outras sociedades; ainda que não valores mobiliários, ou com base em outro critério
prevista no estatuto, a participação é facultada aceito pela Comissão de Valores Mobiliários,
como meio de realizar o objeto social, ou para assegurada a revisão do valor da oferta, em
beneficiar-se de incentivos fiscais. conformidade com o disposto no art. 4o-A. (Incluído
pela Lei nº 10.303, de 2001)
Denominação
§ 5o Terminado o prazo da oferta pública
Art. 3º A sociedade será designada por fixado na regulamentação expedida pela Comissão
denominação acompanhada das expressões de Valores Mobiliários, se remanescerem em
"companhia" ou "sociedade anônima", expressas circulação menos de 5% (cinco por cento) do total
por extenso ou abreviadamente mas vedada a das ações emitidas pela companhia, a assembléia-
utilização da primeira ao final. geral poderá deliberar o resgate dessas ações pelo
§ 1º O nome do fundador, acionista, ou pessoa valor da oferta de que trata o § 4o, desde que
que por qualquer outro modo tenha concorrido para deposite em estabelecimento bancário autorizado
o êxito da empresa, poderá figurar na pela Comissão de Valores Mobiliários, à disposição
denominação. dos seus titulares, o valor de resgate, não se
aplicando, nesse caso, o disposto no § 6o do art.
§ 2º Se a denominação for idêntica ou 44. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
semelhante a de companhia já existente, assistirá
à prejudicada o direito de requerer a modificação, § 6o O acionista controlador ou a sociedade
por via administrativa (artigo 97) ou em juízo, e controladora que adquirir ações da companhia
demandar as perdas e danos resultantes. aberta sob seu controle que elevem sua
participação, direta ou indireta, em determinada
Companhia Aberta e Fechada espécie e classe de ações à porcentagem que,
Art. 4o Para os efeitos desta Lei, a companhia segundo normas gerais expedidas pela Comissão
é aberta ou fechada conforme os valores de Valores Mobiliários, impeça a liquidez de
mobiliários de sua emissão estejam ou não mercado das ações remanescentes, será obrigado
admitidos à negociação no mercado de valores a fazer oferta pública, por preço determinado nos
mobiliários. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de termos do § 4o, para aquisição da totalidade das
2001) ações remanescentes no mercado. (Incluído pela
Lei nº 10.303, de 2001)
Art. 4o-A. Na companhia aberta, os titulares Dinheiro e Bens
de, no mínimo, 10% (dez por cento) das ações em
Art. 7º O capital social poderá ser formado
circulação no mercado poderão requerer aos
com contribuições em dinheiro ou em qualquer
administradores da companhia que convoquem
espécie de bens suscetíveis de avaliação em
assembléia especial dos acionistas titulares de
dinheiro.
ações em circulação no mercado, para deliberar
sobre a realização de nova avaliação pelo mesmo Avaliação
ou por outro critério, para efeito de determinação Art. 8º A avaliação dos bens será feita por 3
do valor de avaliação da companhia, referido no § (três) peritos ou por empresa especializada,
4o do art. 4o. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001) nomeados em assembléia-geral dos subscritores,
§ 1o O requerimento deverá ser apresentado convocada pela imprensa e presidida por um dos
no prazo de 15 (quinze) dias da divulgação do valor fundadores, instalando-se em primeira convocação
da oferta pública, devidamente fundamentado e com a presença desubscritores que representem
acompanhado de elementos de convicção que metade, pelo menos, do capital social, e em
demonstrem a falha ou imprecisão no emprego da segunda convocação com qualquer
metodologia de cálculo ou no critério de avaliação número. (Vide Decreto-lei nº 1.978, de
adotado, podendo os acionistas referidos 1982)
no caput convocar a assembléia quando os § 1º Os peritos ou a empresa avaliadora
administradores não atenderem, no prazo de 8 deverão apresentar laudo fundamentado, com a
(oito) dias, ao pedido de convocação. (Incluído pela indicação dos critérios de avaliação e dos
Lei nº 10.303, de 2001) elementos de comparação adotados e instruído
§ 2o Consideram-se ações em circulação no com os documentos relativos aos bens avaliados,
mercado todas as ações do capital da companhia e estarão presentes à assembléia que conhecer do
aberta menos as de propriedade do acionista laudo, a fim de prestarem as informações que lhes
controlador, de diretores, de conselheiros de forem solicitadas.
administração e as em tesouraria. (Incluído pela § 2º Se o subscritor aceitar o valor aprovado
Lei nº 10.303, de 2001) pela assembléia, os bens incorporar-se-ão ao
§ 3o Os acionistas que requererem a patrimônio da companhia, competindo aos
realização de nova avaliação e aqueles que primeiros diretores cumprir as formalidades
votarem a seu favor deverão ressarcir a companhia necessárias à respectiva transmissão.
pelos custos incorridos, caso o novo valor seja § 3º Se a assembléia não aprovar a avaliação,
inferior ou igual ao valor inicial da oferta ou o subscritor não aceitar a avaliação aprovada,
pública. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001) ficará sem efeito o projeto de constituição da
§ 4o Caberá à Comissão de Valores companhia.
Mobiliários disciplinar o disposto no art. 4o e neste § 4º Os bens não poderão ser incorporados ao
artigo, e fixar prazos para a eficácia desta patrimônio da companhia por valor acima do que
revisão. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001) lhes tiver dado o subscritor.
CAPÍTULO II § 5º Aplica-se à assembléia referida neste
Capital Social artigo o disposto nos §§ 1º e 2º do artigo 115.
SEÇÃO I § 6º Os avaliadores e o subscritor
responderão perante a companhia, os acionistas e
Valor
terceiros, pelos danos que lhes causarem por culpa
Fixação no Estatuto e Moeda ou dolo na avaliação dos bens, sem prejuízo da
responsabilidade penal em que tenham incorrido;
Art. 5º O estatuto da companhia fixará o valor
no caso de bens em condomínio, a
do capital social, expresso em moeda nacional.
responsabilidade dos subscritores é solidária.
Parágrafo único. A expressão monetária do
Transferência dos Bens
valor do capital social realizado será corrigida
anualmente (artigo 167). Art. 9º Na falta de declaração expressa em
contrário, os bens transferem-se à companhia a
Alteração
título de propriedade.
Art. 6º O capital social somente poderá ser
Responsabilidade do Subscritor
modificado com observância dos preceitos desta
Lei e do estatuto social (artigos 166 a 174). Art. 10. A responsabilidade civil dos
subscritores ou acionistas que contribuírem com
SEÇÃO II
bens para a formação do capital social será
Formação idêntica à do vendedor.
Parágrafo único. Quando a entrada consistir SEÇÃO III
em crédito, o subscritor ou acionista responderá
Espécies e Classes
pela solvência do devedor.
Espécies
CAPÍTULO III
Art. 15. As ações, conforme a natureza dos
Ações
direitos ou vantagens que confiram a seus titulares,
SEÇÃO I são ordinárias, preferenciais, ou de fruição.
Número e Valor Nominal § 1º As ações ordinárias da companhia
fechada e as ações preferenciais da companhia
Fixação no Estatuto
aberta e fechada poderão ser de uma ou mais
Art. 11. O estatuto fixará o número das ações classes.
em que se divide o capital social e estabelecerá se
§ 2o O número de ações preferenciais sem
as ações terão, ou não, valor nominal.
direito a voto, ou sujeitas a restrição no exercício
§ 1º Na companhia com ações sem valor desse direito, não pode ultrapassar 50% (cinqüenta
nominal, o estatuto poderá criar uma ou mais por cento) do total das ações emitidas. (Redação
classes de ações preferenciais com valor nominal. dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
§ 2º O valor nominal será o mesmo para todas Ações Ordinárias
as ações da companhia.
Art. 16. As ações ordinárias de companhia
§ 3º O valor nominal das ações de companhia fechada poderão ser de classes diversas, em
aberta não poderá ser inferior ao mínimo fixado função de:
pela Comissão de Valores Mobiliários.
I - conversibilidade em ações
Alteração preferenciais; (Redação dada pela Lei nº 9.457, de
Art. 12. O número e o valor nominal das ações 1997)
somente poderão ser alterados nos casos de II - exigência de nacionalidade brasileira do
modificação do valor do capital social ou da sua acionista; ou (Redação dada pela Lei nº 9.457, de
expressão monetária, de desdobramento ou 1997)
grupamento de ações, ou de cancelamento de
III - direito de voto em separado para o
ações autorizado nesta Lei.
preenchimento de determinados cargos de órgãos
SEÇÃO II administrativos. (Redação dada pela Lei nº 9.457,
Preço de Emissão de 1997)

Ações com Valor Nominal Parágrafo único. A alteração do estatuto na


parte em que regula a diversidade de classes, se
Art. 13. É vedada a emissão de ações por não for expressamente prevista, e regulada,
preço inferior ao seu valor nominal. requererá a concordância de todos os titulares das
§ 1º A infração do disposto neste artigo ações atingidas.
importará nulidade do ato ou operação e Ações Preferenciais
responsabilidade dos infratores, sem prejuízo da
ação penal que no caso couber. Art. 17. As preferências ou vantagens das
ações preferenciais podem consistir: (Redação
§ 2º A contribuição do subscritor que dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
ultrapassar o valor nominal constituirá reserva de
capital (artigo 182, § 1º). I - em prioridade na distribuição de dividendo,
fixo ou mínimo;(Redação dada pela Lei nº 10.303,
Ações sem Valor Nominal de 2001)
Art. 14. O preço de emissão das ações sem II - em prioridade no reembolso do capital,
valor nominal será fixado, na constituição da com prêmio ou sem ele; ou (Redação dada pela
companhia, pelos fundadores, e no aumento de Lei nº 10.303, de 2001)
capital, pela assembléia-geral ou pelo conselho de
administração (artigos 166 e 170, § 2º). III - na acumulação das preferências e
vantagens de que tratam os incisos I e II.(Incluído
Parágrafo único. O preço de emissão pode ser pela Lei nº 10.303, de 2001)
fixado com parte destinada à formação de reserva
de capital; na emissão de ações preferenciais com § 1o Independentemente do direito de receber
prioridade no reembolso do capital, somente a ou não o valor de reembolso do capital com prêmio
parcela que ultrapassar o valor de reembolso ou sem ele, as ações preferenciais sem direito de
poderá ter essa destinação. voto ou com restrição ao exercício deste direito,
somente serão admitidas à negociação no
mercado de valores mobiliários se a elas for § 6o O estatuto pode conferir às ações
atribuída pelo menos uma das seguintes preferenciais com prioridade na distribuição de
preferências ou vantagens:(Redação dada pela Lei dividendo cumulativo, o direito de recebê-lo, no
nº 10.303, de 2001) exercício em que o lucro for insuficiente, à conta
das reservas de capital de que trata o § 1o do art.
I - direito de participar do dividendo a ser
182.(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
distribuído, correspondente a, pelo menos, 25%
(vinte e cinco por cento) do lucro líquido do § 7o Nas companhias objeto de
exercício, calculado na forma do art. 202, de desestatização poderá ser criada ação preferencial
acordo com o seguinte critério:(Incluído dada pela de classe especial, de propriedade exclusiva do
Lei nº 10.303, de 2001) ente desestatizante, à qual o estatuto social poderá
conferir os poderes que especificar, inclusive o
a) prioridade no recebimento dos dividendos
poder de veto às deliberações da assembléia-geral
mencionados neste inciso correspondente a, no
nas matérias que especificar.(Incluído pela Lei nº
mínimo, 3% (três por cento) do valor do patrimônio
10.303, de 2001)
líquido da ação; e (Incluída dada pela Lei nº
10.303, de 2001) Vantagens Políticas
b) direito de participar dos lucros distribuídos Art. 18. O estatuto pode assegurar a uma ou
em igualdade de condições com as ordinárias, mais classes de ações preferenciais o direito de
depois de a estas assegurado dividendo igual ao eleger, em votação em separado, um ou mais
mínimo prioritário estabelecido em conformidade membros dos órgãos de administração.
com a alínea a; ou (Incluída dada pela Lei nº
Parágrafo único. O estatuto pode subordinar
10.303, de 2001)
as alterações estatutárias que especificar à
II - direito ao recebimento de dividendo, por aprovação, em assembléia especial, dos titulares
ação preferencial, pelo menos 10% (dez por cento) de uma ou mais classes de ações preferenciais.
maior do que o atribuído a cada ação ordinária;
Regulação no Estatuto
ou (Incluído dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
Art. 19. O estatuto da companhia com ações
III - direito de serem incluídas na oferta pública
preferenciais declarará as vantagens ou
de alienação de controle, nas condições previstas
preferências atribuídas a cada classe dessas
no art. 254-A, assegurado o dividendo pelo menos
ações e as restrições a que ficarão sujeitas, e
igual ao das ações ordinárias. (Incluído dada pela
poderá prever o resgate ou a amortização, a
Lei nº 10.303, de 2001)
conversão de ações de uma classe em ações de
§ 2o Deverão constar do estatuto, com outra e em ações ordinárias, e destas em
precisão e minúcia, outras preferências ou preferenciais, fixando as respectivas condições.
vantagens que sejam atribuídas aos acionistas
SEÇÃO IV
sem direito a voto, ou com voto restrito, além das
previstas neste artigo.(Redação dada pela Lei nº Forma
10.303, de 2001) Art. 20. As ações devem ser
§ 3o Os dividendos, ainda que fixos ou nominativas. (Redação dada pela Lei nº 8.021, de
cumulativos, não poderão ser distribuídos em 1990)
prejuízo do capital social, salvo quando, em caso Ações Não-Integralizadas
de liquidação da companhia, essa vantagem tiver
sido expressamente assegurada.(Redação dada Art. 21. Além dos casos regulados em lei
pela Lei nº 10.303, de 2001) especial, as ações terão obrigatoriamente forma
nominativa ou endossável até o integral pagamento
§ 4o Salvo disposição em contrário no do preço de emissão.
estatuto, o dividendo prioritário não é cumulativo, a
ação com dividendo fixo não participa dos lucros Determinação no Estatuto
remanescentes e a ação com dividendo mínimo Art. 22. O estatuto determinará a forma das
participa dos lucros distribuídos em igualdade de ações e a conversibilidade de uma em outra forma.
condições com as ordinárias, depois de a estas
assegurado dividendo igual ao mínimo.(Redação Parágrafo único. As ações ordinárias da
dada pela Lei nº 10.303, de 2001) companhia aberta e ao menos uma das classes de
ações ordinárias da companhia fechada, quando
§ 5o Salvo no caso de ações com dividendo tiverem a forma ao portador, serão
fixo, o estatuto não pode excluir ou restringir o obrigatoriamente conversíveis, à vontade do
direito das ações preferenciais de participar dos acionista, em nominativas endossáveis.
aumentos de capital decorrentes da capitalização
de reservas ou lucros (art. 169).(Redação dada SEÇÃO V
pela Lei nº 10.303, de 2001) Certificados
Emissão de certificados (art. 27). (Redação dada pela Lei nº
9.457, de 1997)
Art. 23. A emissão de certificado de ação
somente será permitida depois de cumpridas as § 1º A omissão de qualquer dessas
formalidades necessárias ao funcionamento legal declarações dá ao acionista direito à indenização
da companhia. por perdas e danos contra a companhia e os
diretores na gestão dos quais os certificados
§ 1º A infração do disposto neste artigo
tenham sido emitidos.
importa nulidade do certificado e responsabilidade
dos infratores. § 2o Os certificados de ações emitidas por
companhias abertas podem ser assinados por dois
§ 2º Os certificados das ações, cujas entradas
mandatários com poderes especiais, ou
não consistirem em dinheiro, só poderão ser
autenticados por chancela mecânica, observadas
emitidos depois de cumpridas as formalidades
as normas expedidas pela Comissão de Valores
necessárias à transmissão de bens, ou de
Mobiliários.(Redação dada pela Lei nº 10.303, de
realizados os créditos.
2001)
§ 3º A companhia poderá cobrar o custo da
Títulos Múltiplos e Cautelas
substituição dos certificados, quando pedida pelo
acionista. Art. 25. A companhia poderá, satisfeitos os
requisitos do artigo 24, emitir certificados de
Requisitos
múltiplos de ações e, provisoriamente, cautelas
Art. 24. Os certificados das ações serão que as representam.
escritos em vernáculo e conterão as seguintes
Parágrafo único. Os títulos múltiplos das
declarações:
companhias abertas obedecerão à padronização
I - denominação da companhia, sua sede e de número de ações fixada pela Comissão de
prazo de duração; Valores Mobiliários.
II - o valor do capital social, a data do ato que Cupões
o tiver fixado, o número de ações em que se divide
Art. 26. Aos certificados das ações ao portador
e o valor nominal das ações, ou a declaração de
podem ser anexados cupões relativos a dividendos
que não têm valor nominal;
ou outros direitos.
III - nas companhias com capital autorizado, o
Parágrafo único. Os cupões conterão a
limite da autorização, em número de ações ou valor
denominação da companhia, a indicação do lugar
do capital social;
da sede, o número de ordem do certificado, a
IV - o número de ações ordinárias e classe da ação e o número de ordem do cupão.
preferenciais das diversas classes, se houver, as
Agente Emissor de Certificados
vantagens ou preferências conferidas a cada
classe e as limitações ou restrições a que as ações Art. 27. A companhia pode contratar a
estiverem sujeitas; escrituração e a guarda dos livros de registro e
transferência de ações e a emissão dos
V - o número de ordem do certificado e da
certificados com instituição financeira autorizada
ação, e a espécie e classe a que pertence;
pela Comissão de Valores Mobiliários a manter
VI - os direitos conferidos às partes esse serviço.
beneficiárias, se houver;
§ 1º Contratado o serviço, somente o agente
VII - a época e o lugar da reunião da emissor poderá praticar os atos relativos aos
assembléia-geral ordinária; registros e emitir certificados.
VIII - a data da constituição da companhia e § 2º O nome do agente emissor constará das
do arquivamento e publicação de seus atos publicações e ofertas públicas de valores
constitutivos; mobiliários feitas pela companhia.
IX - o nome do acionista; (Redação dada pela § 3º Os certificados de ações emitidos pelo
Lei nº 9.457, de 1997) agente emissor da companhia deverão ser
X - o débito do acionista e a época e o lugar numerados seguidamente, mas a numeração das
de seu pagamento, se a ação não estiver ações será facultativa.
integralizada; (Redação dada pela Lei nº 9.457, de SEÇÃO VI
1997)
Propriedade e Circulação
XI - a data da emissão do certificado e as
Indivisibilidade
assinaturas de dois diretores, ou do agente emissor
Art. 28. A ação é indivisível em relação à § 1º A transferência das ações nominativas
companhia. opera-se por termo lavrado no livro de
"Transferência de Ações Nominativas", datado e
Parágrafo único. Quando a ação pertencer a
assinado pelo cedente e pelo cessionário, ou seus
mais de uma pessoa, os direitos por ela conferidos
legítimos representantes.
serão exercidos pelo representante do condomínio.
§ 2º A transferência das ações nominativas
Negociabilidade
em virtude de transmissão por sucessão universal
Art. 29. As ações da companhia aberta ou legado, de arrematação, adjudicação ou outro
somente poderão ser negociadas depois de ato judicial, ou por qualquer outro título, somente
realizados 30% (trinta por cento) do preço de se fará mediante averbação no livro de "Registro
emissão. de Ações Nominativas", à vista de documento
Parágrafo único. A infração do disposto neste hábil, que ficará em poder da companhia.
artigo importa na nulidade do ato. § 3º Na transferência das ações nominativas
Negociação com as Próprias Ações adquiridas em bolsa de valores, o cessionário será
representado, independentemente de instrumento
Art. 30. A companhia não poderá negociar de procuração, pela sociedade corretora, ou pela
com as próprias ações. caixa de liquidação da bolsa de valores.
§ 1º Nessa proibição não se compreendem: Ações Escriturais
a) as operações de resgate, reembolso ou Art. 34. O estatuto da companhia pode
amortização previstas em lei; autorizar ou estabelecer que todas as ações da
b) a aquisição, para permanência em companhia, ou uma ou mais classes delas, sejam
tesouraria ou cancelamento, desde que até o valor mantidas em contas de depósito, em nome de seus
do saldo de lucros ou reservas, exceto a legal, e titulares, na instituição que designar, sem emissão
sem diminuição do capital social, ou por doação; de certificados.

c) a alienação das ações adquiridas nos § 1º No caso de alteração estatutária, a


termos da alínea b e mantidas em tesouraria; conversão em ação escritural depende da
apresentação e do cancelamento do respectivo
d) a compra quando, resolvida a redução do certificado em circulação.
capital mediante restituição, em dinheiro, de parte
do valor das ações, o preço destas em bolsa for § 2o Somente as instituições financeiras
inferior ou igual à importância que deve ser autorizadas pela Comissão de Valores Mobiliários
restituída. podem manter serviços de escrituração de ações e
de outros valores mobiliários. (Redação dada pela
§ 2º A aquisição das próprias ações pela Lei nº 12.810, de 2013)
companhia aberta obedecerá, sob pena de
nulidade, às normas expedidas pela Comissão de § 3º A companhia responde pelas perdas e
Valores Mobiliários, que poderá subordiná-la à danos causados aos interessados por erros ou
prévia autorização em cada caso. irregularidades no serviço de ações escriturais,
sem prejuízo do eventual direito de regresso contra
§ 3º A companhia não poderá receber em a instituição depositária.
garantia as próprias ações, salvo para assegurar a
gestão dos seus administradores. Art. 35. A propriedade da ação escritural
presume-se pelo registro na conta de depósito das
§ 4º As ações adquiridas nos termos da alínea ações, aberta em nome do acionista nos livros da
b do § 1º, enquanto mantidas em tesouraria, não instituição depositária.
terão direito a dividendo nem a voto.
§ 1º A transferência da ação escritural opera-
§ 5º No caso da alínea d do § 1º, as ações se pelo lançamento efetuado pela instituição
adquiridas serão retiradas definitivamente de depositária em seus livros, a débito da conta de
circulação. ações do alienante e a crédito da conta de ações
Ações Nominativas do adquirente, à vista de ordem escrita do
alienante, ou de autorização ou ordem judicial, em
Art. 31. A propriedade das ações nominativas documento hábil que ficará em poder da instituição.
presume-se pela inscrição do nome do acionista no
livro de "Registro de Ações Nominativas" ou pelo § 2º A instituição depositária fornecerá ao
extrato que seja fornecido pela instituição acionista extrato da conta de depósito das ações
custodiante, na qualidade de proprietária fiduciária escriturais, sempre que solicitado, ao término de
das ações.(Redação dada pela Lei nº 10.303, de todo mês em que for movimentada e, ainda que
2001) não haja movimentação, ao menos uma vez por
ano.
§ 3º O estatuto pode autorizar a instituição Art. 39. O penhor ou caução de ações se
depositária a cobrar do acionista o custo do serviço constitui pela averbação do respectivo instrumento
de transferência da propriedade das ações no livro de Registro de Ações
escriturais, observados os limites máximos fixados Nominativas. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de
pela Comissão de Valores Mobiliários. 1997)
Limitações à Circulação § 1º O penhor da ação escritural se constitui
pela averbação do respectivo instrumento nos
Art. 36. O estatuto da companhia fechada
livros da instituição financeira, a qual será anotada
pode impor limitações à circulação das ações
no extrato da conta de depósito fornecido ao
nominativas, contanto que regule minuciosamente
acionista.
tais limitações e não impeça a negociação, nem
sujeite o acionista ao arbítrio dos órgãos de § 2º Em qualquer caso, a companhia, ou a
administração da companhia ou da maioria dos instituição financeira, tem o direito de exigir, para
acionistas. seu arquivo, um exemplar do instrumento de
penhor.
Parágrafo único. A limitação à circulação
criada por alteração estatutária somente se Outros Direitos e Ônus
aplicará às ações cujos titulares com ela
Art. 40. O usufruto, o fideicomisso, a alienação
expressamente concordarem, mediante pedido de
fiduciária em garantia e quaisquer cláusulas ou
averbação no livro de "Registro de Ações
ônus que gravarem a ação deverão ser averbados:
Nominativas".
I - se nominativa, no livro de "Registro de
Suspensão dos Serviços de Certificados
Ações Nominativas";
Art. 37. A companhia aberta pode, mediante
II - se escritural, nos livros da instituição
comunicação às bolsas de valores em que suas
financeira, que os anotará no extrato da conta de
ações forem negociadas e publicação de anúncio,
depósito fornecida ao acionista. (Redação dada
suspender, por períodos que não ultrapassem,
pela Lei nº 9.457, de 1997)
cada um, 15 (quinze) dias, nem o total de 90
(noventa) dias durante o ano, os serviços de Parágrafo único. Mediante averbação nos
transferência, conversão e desdobramento de termos deste artigo, a promessa de venda da ação
certificados. e o direito de preferência à sua aquisição são
oponíveis a terceiros.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não
prejudicará o registro da transferência das ações SEÇÃO VIII
negociadas em bolsa anteriormente ao início do Custódia de Ações Fungíveis
período de suspensão.
Art. 41. A instituição autorizada pela Comissão
Perda ou Extravio de Valores Mobiliários a prestar serviços de
Art. 38. O titular de certificado perdido ou custódia de ações fungíveis pode contratar
extraviado de ação ao portador ou endossável custódia em que as ações de cada espécie e
poderá, justificando a propriedade e a perda ou classe da companhia sejam recebidas em depósito
extravio, promover, na forma da lei processual, o como valores fungíveis, adquirindo a instituição
procedimento de anulação e substituição para depositária a propriedade fiduciária das
obter a expedição de novo certificado. ações.(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
§ 1º Somente será admitida a anulação e § 1o A instituição depositária não pode dispor
substituição de certificado ao portador ou das ações e fica obrigada a devolver ao
endossado em branco à vista da prova, produzida depositante a quantidade de ações recebidas, com
pelo titular, da destruição ou inutilização do as modificações resultantes de alterações no
certificado a ser substituído. capital social ou no número de ações da
companhia emissora, independentemente do
§ 2º Até que o certificado seja recuperado ou
número de ordem das ações ou dos certificados
substituído, as transferências poderão ser
recebidos em depósito. (Redação dada pela Lei nº
averbadas sob condição, cabendo à companhia
10.303, de 2001)
exigir do titular, para satisfazer dividendo e demais
direitos, garantia idônea de sua eventual § 2o Aplica-se o disposto neste artigo, no que
restituição. couber, aos demais valores mobiliários.(Incluído
pela Lei nº 10.303, de 2001)
SEÇÃO VII
§ 3o A instituição depositária ficará obrigada a
Constituição de Direitos Reais e Outros Ônus
comunicar à companhia emissora:(Incluído pela
Penhor Lei nº 10.303, de 2001)
I - imediatamente, o nome do proprietário ao titular do certificado de depósito, contra
efetivo quando houver qualquer evento societário apresentação deste;
que exija a sua identificação; e (Incluído pela Lei nº
VI - o nome e a qualificação do depositante;
10.303, de 2001)
VII - o preço do depósito cobrado pelo banco,
II - no prazo de até 10 (dez) dias, a
se devido na entrega das ações depositadas;
contratação da custódia e a criação de ônus ou
gravames sobre as ações.(Incluído pela Lei nº VIII - o lugar da entrega do objeto do depósito.
10.303, de 2001) § 1º A instituição financeira responde pela
§ 4o A propriedade das ações em custódia origem e autenticidade dos certificados das ações
fungível será provada pelo contrato firmado entre o depositadas.
proprietário das ações e a instituição § 2º Emitido o certificado de depósito, as
depositária.(Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001) ações depositadas, seus rendimentos, o valor de
§ 5o A instituição tem as obrigações de resgate ou de amortização não poderão ser objeto
depositária e responde perante o acionista e de penhora, arresto, seqüestro, busca ou
terceiros pelo descumprimento de suas apreensão, ou qualquer outro embaraço que
obrigações.(Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001) impeça sua entrega ao titular do certificado, mas
este poderá ser objeto de penhora ou de qualquer
Representação e Responsabilidade
medida cautelar por obrigação do seu titular.
Art. 42. A instituição financeira representa,
§ 3º Os certificados de depósito de ações
perante a companhia, os titulares das ações
serão nominativos, podendo ser mantidos sob o
recebidas em custódia nos termos do artigo 41,
sistema escritural. (Redação dada pela Lei nº
para receber dividendos e ações bonificadas e
9.457, de 1997)
exercer direito de preferência para subscrição de
ações. § 4º Os certificados de depósito de ações
poderão, a pedido do seu titular, e por sua conta,
§ 1º Sempre que houver distribuição de
ser desdobrados ou grupados.
dividendos ou bonificação de ações e, em qualquer
caso, ao menos uma vez por ano, a instituição § 5º Aplicam-se ao endosso do certificado, no
financeira fornecerá à companhia a lista dos que couber, as normas que regulam o endosso de
depositantes de ações recebidas nos termos deste títulos cambiários.
artigo, assim como a quantidade de ações de cada SEÇÃO X
um. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)
Resgate, Amortização e Reembolso
§ 2º O depositante pode, a qualquer tempo,
extinguir a custódia e pedir a devolução dos Resgate e Amortização
certificados de suas ações. Art. 44. O estatuto ou a assembléia-geral
§ 3º A companhia não responde perante o extraordinária pode autorizar a aplicação de lucros
acionista nem terceiros pelos atos da instituição ou reservas no resgate ou na amortização de
depositária das ações. ações, determinando as condições e o modo de
proceder-se à operação.
SEÇÃO IX
§ 1º O resgate consiste no pagamento do valor
Certificado de Depósito de Ações das ações para retirá-las definitivamente de
Art. 43. A instituição financeira autorizada a circulação, com redução ou não do capital social,
funcionar como agente emissor de certificados (art. mantido o mesmo capital, será atribuído, quando
27) pode emitir título representativo das ações que for o caso, novo valor nominal às ações
receber em depósito, do qual constarão: (Redação remanescentes.
dada pela Lei nº 9.457, de 1997) § 2º A amortização consiste na distribuição
I - o local e a data da emissão; aos acionistas, a título de antecipação e sem
redução do capital social, de quantias que lhes
II - o nome da instituição emitente e as
poderiam tocar em caso de liquidação da
assinaturas de seus representantes;
companhia.
III - a denominação "Certificado de Depósito
§ 3º A amortização pode ser integral ou parcial
de Ações";
e abranger todas as classes de ações ou só uma
IV - a especificação das ações depositadas; delas.
V - a declaração de que as ações depositadas, § 4º O resgate e a amortização que não
seus rendimentos e o valor recebido nos casos de abrangerem a totalidade das ações de uma mesma
resgate ou amortização somente serão entregues classe serão feitos mediante sorteio; sorteadas
ações custodiadas nos termos do artigo 41, a
instituição financeira especificará, mediante rateio, Assembléia-geral em deliberação tomada por
as resgatadas ou amortizadas, se outra forma não maioria absoluta de votos, não se computando os
estiver prevista no contrato de custódia. votos em branco, cabendo a cada ação,
independentemente de sua espécie ou classe, o
§ 5º As ações integralmente amortizadas
direito a um voto. (Redação dada pela Lei nº 9.457,
poderão ser substituídas por ações de fruição, com
de 1997)
as restrições fixadas pelo estatuto ou pela
assembléia-geral que deliberar a amortização; em § 5º O valor de reembolso poderá ser pago à
qualquer caso, ocorrendo liquidação da conta de lucros ou reservas, exceto a legal, e nesse
companhia, as ações amortizadas só concorrerão caso as ações reembolsadas ficarão em
ao acervo líquido depois de assegurado às ações tesouraria. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de
não a amortizadas valor igual ao da amortização, 1997)
corrigido monetariamente.
§ 6º Se, no prazo de cento e vinte dias, a contar
§ 6o Salvo disposição em contrário do estatuto da publicação da ata da assembléia, não forem
social, o resgate de ações de uma ou mais classes substituídos os acionistas cujas ações tenham sido
só será efetuado se, em assembléia especial reembolsadas à conta do capital social, este
convocada para deliberar essa matéria específica, considerar-se-á reduzido no montante
for aprovado por acionistas que representem, no correspondente, cumprindo aos órgãos da
mínimo, a metade das ações da(s) classe(s) administração convocar a assembléia-geral, dentro
atingida(s).(Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001) de cinco dias, para tomar conhecimento daquela
redução. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de
Reembolso
1997)
Art. 45. O reembolso é a operação pela qual,
§ 7º Se sobrevier a falência da sociedade, os
nos casos previstos em lei, a companhia paga aos
acionistas dissidentes, credores pelo reembolso de
acionistas dissidentes de deliberação da
suas ações, serão classificados como
assembléia-geral o valor de suas ações.
quirografários em quadro separado, e os rateios
§ 1º O estatuto pode estabelecer normas para que lhes couberem serão imputados no pagamento
a determinação do valor de reembolso, que, dos créditos constituídos anteriormente à data da
entretanto, somente poderá ser inferior ao valor de publicação da ata da assembléia. As quantias
patrimônio líquido constante do último balanço assim atribuídas aos créditos mais antigos não se
aprovado pela assembléia-geral, observado o deduzirão dos créditos dos ex-acionistas, que
disposto no § 2º, se estipulado com base no valor subsistirão integralmente para serem satisfeitos
econômico da companhia, a ser apurado em pelos bens da massa, depois de pagos os
avaliação (§§ 3º e 4º). (Redação dada pela Lei nº primeiros. (Incluído pela Lei nº 9.457, de 1997)
9.457, de 1997)
§ 8º Se, quando ocorrer a falência, já se
§ 2º Se a deliberação da assembléia-geral houver efetuado, à conta do capital social, o
ocorrer mais de 60 (sessenta) dias depois da data reembolso dos ex-acionistas, estes não tiverem
do último balanço aprovado, será facultado ao sido substituídos, e a massa não bastar para o
acionista dissidente pedir, juntamente com o pagamento dos créditos mais antigos, caberá ação
reembolso, levantamento de balanço especial em revocatória para restituição do reembolso pago
data que atenda àquele prazo. com redução do capital social, até a concorrência
Nesse caso, a companhia pagará do que remanescer dessa parte do passivo. A
imediatamente 80% (oitenta por cento) do valor de restituição será havida, na mesma proporção, de
reembolso calculado com base no último balanço todos os acionistas cujas ações tenham sido
e, levantado o balanço especial, pagará o saldo no reembolsadas. (Incluído pela Lei nº 9.457, de
prazo de 120 (cento e vinte), dias a contar da data 1997)
da deliberação da assembléia-geral. CAPÍTULO IV
§ 3º Se o estatuto determinar a avaliação da Partes Beneficiárias
ação para efeito de reembolso, o valor será o
Características
determinado por três peritos ou empresa
especializada, mediante laudo que satisfaça os Art. 46. A companhia pode criar, a qualquer
requisitos do § 1º do art. 8º e com a tempo, títulos negociáveis, sem valor nominal e
responsabilidade prevista no § 6º do mesmo estranhos ao capital social, denominados "partes
artigo. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997) beneficiárias".
§ 4º Os peritos ou empresa especializada § 1º As partes beneficiárias conferirão aos
serão indicados em lista sêxtupla ou tríplice, seus titulares direito de crédito eventual contra a
respectivamente, pelo Conselho de Administração companhia, consistente na participação nos lucros
ou, se não houver, pela diretoria, e escolhidos pela anuais (artigo 190).
§ 2º A participação atribuída às partes VI - a data da constituição da companhia e do
beneficiárias, inclusive para formação de reserva arquivamento e publicação dos seus atos
para resgate, se houver, não ultrapassará 0,1 (um constitutivos;
décimo) dos lucros.
VII - o nome do beneficiário; (Redação dada
§ 3º É vedado conferir às partes beneficiárias pela Lei nº 9.457, de 1997)
qualquer direito privativo de acionista, salvo o de
VIII - a data da emissão do certificado e as
fiscalizar, nos termos desta Lei, os atos dos
assinaturas de dois diretores. (Redação dada pela
administradores.
Lei nº 9.457, de 1997)
§ 4º É proibida a criação de mais de uma
Forma, Propriedade, Circulação e Ônus
classe ou série de partes beneficiárias.
Art. 50. As partes beneficiárias serão
Emissão
nominativas e a elas se aplica, no que couber, o
Art. 47. As partes beneficiárias poderão ser disposto nas seções V a VII do Capítulo
alienadas pela companhia, nas condições III. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)
determinadas pelo estatuto ou pela assembléia-
§ 1º As partes beneficiárias serão registradas
geral, ou atribuídas a fundadores, acionistas ou
em livros próprios, mantidos pela
terceiros, como remuneração de serviços
companhia. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de
prestados à companhia.
1997)
Parágrafo único. É vedado às companhias
§ 2º As partes beneficiárias podem ser objeto
abertas emitir partes beneficiárias.(Redação dada
de depósito com emissão de certificado, nos
pela Lei nº 10.303, de 2001)
termos do artigo 43.
Resgate e Conversão
Modificação dos Direitos
Art. 48. O estatuto fixará o prazo de duração
Art. 51. A reforma do estatuto que modificar
das partes beneficiárias e, sempre que estipular
ou reduzir as vantagens conferidas às partes
resgate, deverá criar reserva especial para esse
beneficiárias só terá eficácia quando aprovada pela
fim.
metade, no mínimo, dos seus titulares, reunidos em
§ 1º O prazo de duração das partes assembléia-geral especial.
beneficiárias atribuídas gratuitamente, salvo as
§ 1º A assembléia será convocada, através da
destinadas a sociedades ou fundações
imprensa, de acordo com as exigências para
beneficentes dos empregados da companhia, não
convocação das assembléias de acionistas, com 1
poderá ultrapassar 10 (dez) anos.
(um) mês de antecedência, no mínimo. Se, após 2
§ 2º O estatuto poderá prever a conversão das (duas) convocações, deixar de instalar-se por falta
partes beneficiárias em ações, mediante de número, somente 6 (seis) meses depois outra
capitalização de reserva criada para esse fim. poderá ser convocada.
§ 3º No caso de liquidação da companhia, § 2º Cada parte beneficiária dá direito a 1 (um)
solvido o passivo exigível, os titulares das partes voto, não podendo a companhia votar com os
beneficiárias terão direito de preferência sobre o títulos que possuir em tesouraria.
que restar do ativo até a importância da reserva
§ 3º A emissão de partes beneficiárias poderá
para resgate ou conversão.
ser feita com a nomeação de agente fiduciário dos
Certificados seus titulares, observado, no que couber, o
disposto nos artigos 66 a 71.
Art. 49. Os certificados das partes
beneficiárias conterão: CAPÍTULO V
I - a denominação "parte beneficiária"; Debêntures
II - a denominação da companhia, sua sede e Características
prazo de duração;
Art. 52. A companhia poderá emitir debêntures
III - o valor do capital social, a data do ato que que conferirão aos seus titulares direito de crédito
o fixou e o número de ações em que se divide; contra ela, nas condições constantes da escritura
de emissão e, se houver, do certificado.(Redação
IV - o número de partes beneficiárias criadas
dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
pela companhia e o respectivo número de ordem;
SEÇÃO I
V - os direitos que lhes serão atribuídos pelo
estatuto, o prazo de duração e as condições de Direito dos Debenturistas
resgate, se houver;
Emissões e Séries
Art. 53. A companhia poderá efetuar mais de II - por valor superior ao nominal, desde que
uma emissão de debêntures, e cada emissão pode observe as regras expedidas pela Comissão de
ser dividida em séries. Valores Mobiliários. (Incluído pela Lei nº 12.431, de
2011).
Parágrafo único. As debêntures da mesma
série terão igual valor nominal e conferirão a seus § 4o A companhia poderá emitir debêntures
titulares os mesmos direitos. cujo vencimento somente ocorra nos casos de
inadimplência da obrigação de pagar juros e
Valor Nominal
dissolução da companhia, ou de outras condições
Art. 54. A debênture terá valor nominal previstas no título. (Incluído pela Lei nº 12.431, de
expresso em moeda nacional, salvo nos casos de 2011).
obrigação que, nos termos da legislação em vigor,
Juros e Outros Direitos
possa ter o pagamento estipulado em moeda
estrangeira. Art. 56. A debênture poderá assegurar ao seu
titular juros, fixos ou variáveis, participação no lucro
§ 1o A debênture poderá conter cláusula de
da companhia e prêmio de reembolso.
correção monetária, com base nos coeficientes
fixados para correção de títulos da dívida pública, Conversibilidade em Ações
na variação da taxa cambial ou em outros
Art. 57. A debênture poderá ser conversível
referenciais não expressamente vedados em
em ações nas condições constantes da escritura
lei. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
de emissão, que especificará:
§ 2o A escritura de debênture poderá
I - as bases da conversão, seja em número de
assegurar ao debenturista a opção de escolher
ações em que poderá ser convertida cada
receber o pagamento do principal e acessórios,
debênture, seja como relação entre o valor nominal
quando do vencimento, amortização ou resgate,
da debênture e o preço de emissão das ações;
em moeda ou em bens avaliados nos termos do art.
8o. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001) II - a espécie e a classe das ações em que
poderá ser convertida;
Vencimento, Amortização e Resgate
III - o prazo ou época para o exercício do
Art. 55. A época do vencimento da debênture
direito à conversão;
deverá constar da escritura de emissão e do
certificado, podendo a companhia estipular IV - as demais condições a que a conversão
amortizações parciais de cada série, criar fundos acaso fique sujeita.
de amortização e reservar-se o direito de resgate § 1º Os acionistas terão direito de preferência
antecipado, parcial ou total, dos títulos da mesma para subscrever a emissão de debêntures com
série. cláusula de conversibilidade em ações, observado
§ 1o A amortização de debêntures da mesma o disposto nos artigos 171 e 172.
série deve ser feita mediante rateio. (Redação § 2º Enquanto puder ser exercido o direito à
dada pela Lei nº 12.431, de 2011). conversão, dependerá de prévia aprovação dos
§ 2o O resgate parcial de debêntures da debenturistas, em assembléia especial, ou de seu
mesma série deve ser feito: (Redação dada pela agente fiduciário, a alteração do estatuto para:
Lei nº 12.431, de 2011). a) mudar o objeto da companhia;
I - mediante sorteio; ou (Incluído pela Lei nº b) criar ações preferenciais ou modificar as
12.431, de 2011). vantagens das existentes, em prejuízo das ações
II - se as debêntures estiverem cotadas por em que são conversíveis as debêntures.
preço inferior ao valor nominal, por compra no SEÇÃO II
mercado organizado de valores mobiliários,
observadas as regras expedidas pela Comissão de Espécies
Valores Mobiliários. (Incluído pela Lei nº 12.431, de Art. 58. A debênture poderá, conforme
2011). dispuser a escritura de emissão, ter garantia real
§ 3o É facultado à companhia adquirir ou garantia flutuante, não gozar de preferência ou
debêntures de sua emissão: (Redação dada pela ser subordinada aos demais credores da
Lei nº 12.431, de 2011). companhia.
I - por valor igual ou inferior ao nominal, § 1º A garantia flutuante assegura à debênture
devendo o fato constar do relatório da privilégio geral sobre o ativo da companhia, mas
administração e das demonstrações financeiras; não impede a negociação dos bens que compõem
ou (Incluído pela Lei nº 12.431, de 2011). esse ativo.
§ 2º As garantias poderão ser constituídas § 2o O estatuto da companhia aberta poderá
cumulativamente. autorizar o conselho de administração a, dentro
dos limites do capital autorizado, deliberar sobre a
§ 3º As debêntures com garantia flutuante de
emissão de debêntures conversíveis em ações,
nova emissão são preferidas pelas de emissão ou
especificando o limite do aumento de capital
emissões anteriores, e a prioridade se estabelece
decorrente da conversão das debêntures, em valor
pela data da inscrição da escritura de emissão;
do capital social ou em número de ações, e as
mas dentro da mesma emissão, as séries
espécies e classes das ações que poderão ser
concorrem em igualdade.
emitidas. (Redação dada pela Lei nº 12.431, de
§ 4º A debênture que não gozar de garantia 2011).
poderá conter cláusula de subordinação aos
§ 3o A assembleia geral pode deliberar que a
credores quirografários, preferindo apenas aos
emissão terá valor e número de série
acionistas no ativo remanescente, se houver, em
indeterminados, dentro dos limites por ela
caso de liquidação da companhia.
fixados. (Redação dada pela Lei nº 12.431, de
§ 5º A obrigação de não alienar ou onerar bem 2011).
imóvel ou outro bem sujeito a registro de
§ 4o Nos casos não previstos nos §§ 1o e 2o,
propriedade, assumida pela companhia na
a assembleia geral pode delegar ao conselho de
escritura de emissão, é oponível a terceiros, desde
administração a deliberação sobre as condições de
que averbada no competente registro.
que tratam os incisos VI a VIII do caput e sobre a
§ 6º As debêntures emitidas por companhia oportunidade da emissão. (Incluído pela Lei nº
integrante de grupo de sociedades (artigo 265) 12.431, de 2011).
poderão ter garantia flutuante do ativo de 2 (duas)
Escritura de Emissão
ou mais sociedades do grupo.
Art. 61. A companhia fará constar da escritura
SEÇÃO III
de emissão os direitos conferidos pelas
Criação e Emissão debêntures, suas garantias e demais cláusulas ou
Competência condições.

Art. 59. A deliberação sobre emissão de § 1º A escritura de emissão, por instrumento


debêntures é da competência privativa da público ou particular, de debêntures distribuídas ou
assembléia-geral, que deverá fixar, observado o admitidas à negociação no mercado, terá
que a respeito dispuser o estatuto: obrigatoriamente a intervenção de agente fiduciário
dos debenturistas (artigos 66 a 70).
I - o valor da emissão ou os critérios de
determinação do seu limite, e a sua divisão em § 2º Cada nova série da mesma emissão será
séries, se for o caso; objeto de aditamento à respectiva escritura.

II - o número e o valor nominal das § 3º A Comissão de Valores Mobiliários


debêntures; poderá aprovar padrões de cláusulas e condições
que devam ser adotados nas escrituras de emissão
III - as garantias reais ou a garantia flutuante, de debêntures destinadas à negociação em bolsa
se houver; ou no mercado de balcão, e recusar a admissão ao
IV - as condições da correção monetária, se mercado da emissão que não satisfaça a esses
houver; padrões.

V - a conversibilidade ou não em ações e as Registro


condições a serem observadas na conversão; Art. 62. Nenhuma emissão de debêntures será
VI - a época e as condições de vencimento, feita sem que tenham sido satisfeitos os seguintes
amortização ou resgate; requisitos: (Redação dada pela Lei nº 10.303, de
2001)
VII - a época e as condições do pagamento
dos juros, da participação nos lucros e do prêmio I - arquivamento, no registro do comércio, e
de reembolso, se houver; publicação da ata da assembléia-geral, ou do
conselho de administração, que deliberou sobre a
VIII - o modo de subscrição ou colocação, e o emissão; (Redação dada pela Lei nº 10.303, de
tipo das debêntures. 2001)
§ 1o Na companhia aberta, o conselho de II - inscrição da escritura de emissão no
administração pode deliberar sobre a emissão de registro do comércio; (Redação dada pela Lei nº
debêntures não conversíveis em ações, salvo 10.303, de 2001)
disposição estatutária em contrário. (Redação
dada pela Lei nº 12.431, de 2011). III - constituição das garantias reais, se for o
caso.
§ 1º Os administradores da companhia VI - a designação da emissão e da série;
respondem pelas perdas e danos causados à
VII - o número de ordem;
companhia ou a terceiros por infração deste artigo.
VIII - o valor nominal e a cláusula de correção
§ 2º O agente fiduciário e qualquer
monetária, se houver, as condições de vencimento,
debenturista poderão promover os registros
amortização, resgate, juros, participação no lucro
requeridos neste artigo e sanar as lacunas e
ou prêmio de reembolso, e a época em que serão
irregularidades porventura existentes nos registros
devidos;
promovidos pelos administradores da companhia;
neste caso, o oficial do registro notificará a IX - as condições de conversibilidade em
administração da companhia para que lhe forneça ações, se for o caso;
as indicações e documentos necessários. X - o nome do debenturista; (Redação dada
§ 3º Os aditamentos à escritura de emissão pela Lei nº 9.457, de 1997)
serão averbados nos mesmos registros. XI - o nome do agente fiduciário dos
o debenturistas, se houver; (Redação dada pela Lei
§ 4 Os registros do comércio manterão livro
especial para inscrição das emissões de nº 9.457, de 1997)
debêntures, no qual serão anotadas as condições XII - a data da emissão do certificado e a
essenciais de cada emissão.(Redação dada pela assinatura de dois diretores da
Lei nº 10.303, de 2001) companhia; (Redação dada pela Lei nº 9.457, de
SEÇÃO IV 1997)
Forma, Propriedade, Circulação e Ônus XIII - a autenticação do agente fiduciário, se
for o caso. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de
Art. 63. As debêntures serão nominativas,
1997)
aplicando-se, no que couber, o disposto nas
seções V a VII do Capítulo III. (Redação dada pela Títulos Múltiplos e Cautelas
Lei nº 9.457, de 1997) Art. 65. A companhia poderá emitir
§ 1o As debêntures podem ser objeto de certificados de múltiplos de debêntures e,
depósito com emissão de certificado, nos termos provisoriamente, cautelas que as representem,
do art. 43. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de satisfeitos os requisitos do artigo 64.
2001) § 1º Os títulos múltiplos de debêntures das
o companhias abertas obedecerão à padronização
§ 2 A escritura de emissão pode estabelecer
que as debêntures sejam mantidas em contas de de quantidade fixada pela Comissão de Valores
custódia, em nome de seus titulares, na instituição Mobiliários.
que designar, sem emissão de certificados, § 2º Nas condições previstas na escritura de
aplicando-se, no que couber, o disposto no art. emissão com nomeação de agente fiduciário, os
41.(Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001) certificados poderão ser substituídos, desdobrados
SEÇÃO V ou grupados.
Certificados SEÇÃO VI
Requisitos Agente Fiduciário dos Debenturistas
Art. 64. Os certificados das debêntures Requisitos e Incompatibilidades
conterão: Art. 66. O agente fiduciário será nomeado e
I - a denominação, sede, prazo de duração e deverá aceitar a função na escritura de emissão
objeto da companhia; das debêntures.
II - a data da constituição da companhia e do § 1º Somente podem ser nomeados agentes
arquivamento e publicação dos seus atos fiduciários as pessoas naturais que satisfaçam aos
constitutivos; requisitos para o exercício de cargo em órgão de
administração da companhia e as instituições
III - a data da publicação da ata da
financeiras que, especialmente autorizadas pelo
assembléia-geral que deliberou sobre a emissão;
Banco Central do Brasil, tenham por objeto a
IV - a data e ofício do registro de imóveis em administração ou a custódia de bens de terceiros.
que foi inscrita a emissão;
§ 2º A Comissão de Valores Mobiliários
V - a denominação "Debênture" e a indicação poderá estabelecer que nas emissões de
da sua espécie, pelas palavras "com garantia real", debêntures negociadas no mercado o agente
"com garantia flutuante", "sem preferência" ou fiduciário, ou um dos agentes fiduciários, seja
"subordinada"; instituição financeira.
§ 3º Não pode ser agente fiduciário: das obrigações assumidas pela companhia, aos
bens garantidores das debêntures e à constituição
a) pessoa que já exerça a função em outra
e aplicação do fundo de amortização, se houver, do
emissão da mesma companhia, a menos que
relatório constará, ainda, declaração do agente
autorizado, nos termos das normas expedidas pela
sobre sua aptidão para continuar no exercício da
Comissão de Valores Mobiliários; (Redação dada
função;
pela Lei nº 12.431, de 2011).
c) notificar os debenturistas, no prazo máximo
b) instituição financeira coligada à companhia
de 60 (sessenta) dias, de qualquer
emissora ou à entidade que subscreva a emissão
inadimplemento, pela companhia, de obrigações
para distribuí-la no mercado, e qualquer sociedade
assumidas na escritura da emissão.(Redação dada
por elas controlada;
pela Lei nº 10.303, de 2001)
c) credor, por qualquer título, da sociedade
§ 2º A escritura de emissão disporá sobre o
emissora, ou sociedade por ele controlada;
modo de cumprimento dos deveres de que tratam
d) instituição financeira cujos administradores as alíneas b e c do parágrafo anterior.
tenham interesse na companhia emissora;
§ 3º O agente fiduciário pode usar de qualquer
e) pessoa que, de qualquer outro modo, se ação para proteger direitos ou defender interesses
coloque em situação de conflito de interesses pelo dos debenturistas, sendo-lhe especialmente
exercício da função. facultado, no caso de inadimplemento da
§ 4º O agente fiduciário que, por companhia:
circunstâncias posteriores à emissão, ficar a) declarar, observadas as condições da
impedido de continuar a exercer a função deverá escritura de emissão, antecipadamente vencidas
comunicar imediatamente o fato aos debenturistas as debêntures e cobrar o seu principal e
e pedir sua substituição. acessórios;
Substituição, Remuneração e Fiscalização b) executar garantias reais, receber o produto
Art. 67. A escritura de emissão estabelecerá da cobrança e aplicá-lo no pagamento, integral ou
as condições de substituição e remuneração do proporcional, dos debenturistas;
agente fiduciário, observadas as normas c) requerer a falência da companhia emissora,
expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários. se não existirem garantias reais;
Parágrafo único. A Comissão de Valores d) representar os debenturistas em processos
Mobiliários fiscalizará o exercício da função de de falência, concordata, intervenção ou liquidação
agente fiduciário das emissões distribuídas no extrajudicial da companhia emissora, salvo
mercado, ou de debêntures negociadas em bolsa deliberação em contrário da assembléia dos
ou no mercado de balcão, podendo: debenturistas;
a) nomear substituto provisório, nos casos de e) tomar qualquer providência necessária para
vacância; que os debenturistas realizem os seus créditos.
b) suspender o agente fiduciário de suas § 4º O agente fiduciário responde perante os
funções e dar-lhe substituto, se deixar de cumprir debenturistas pelos prejuízos que lhes causar por
os seus deveres. culpa ou dolo no exercício das suas funções.
Deveres e Atribuições § 5º O crédito do agente fiduciário por
Art. 68. O agente fiduciário representa, nos despesas que tenha feito para proteger direitos e
termos desta Lei e da escritura de emissão, a interesses ou realizar créditos dos debenturistas
comunhão dos debenturistas perante a companhia será acrescido à dívida da companhia emissora,
emissora. gozará das mesmas garantias das debêntures e
preferirá a estas na ordem de pagamento.
§ 1º São deveres do agente fiduciário:
§ 6º Serão reputadas não-escritas as
a) proteger os direitos e interesses dos cláusulas da escritura de emissão que restringirem
debenturistas, empregando no exercício da função os deveres, atribuições e responsabilidade do
o cuidado e a diligência que todo homem ativo e agente fiduciário previstos neste artigo.
probo costuma empregar na administração de seus
próprios bens; Outras Funções

b) elaborar relatório e colocá-lo anualmente a Art. 69. A escritura de emissão poderá ainda
disposição dos debenturistas, dentro de 4 (quatro) atribuir ao agente fiduciário as funções de
meses do encerramento do exercício social da autenticar os certificados de debêntures,
companhia, informando os fatos relevantes administrar o fundo de amortização, manter em
ocorridos durante o exercício, relativos à execução
custódia bens dados em garantia e efetuar os § 2º O certificado da cédula conterá as
pagamentos de juros, amortização e resgate. seguintes declarações:
Substituição de Garantias e Modificação da a) o nome da instituição financeira emitente e
Escritura as assinaturas dos seus representantes;
Art. 70. A substituição de bens dados em b) o número de ordem, o local e a data da
garantia, quando autorizada na escritura de emissão;
emissão, dependerá da concordância do agente
c) a denominação Cédula de
fiduciário.
Debêntures; (Redação dada pela Lei nº 9.457, de
Parágrafo único. O agente fiduciário não tem 1997)
poderes para acordar na modificação das cláusulas
d) o valor nominal e a data do vencimento;
e condições da emissão.
e) os juros, que poderão ser fixos ou variáveis,
SEÇÃO VII
e as épocas do seu pagamento;
Assembléia de Debenturistas
f) o lugar do pagamento do principal e dos
Art. 71. Os titulares de debêntures da mesma juros;
emissão ou série podem, a qualquer tempo, reunir-
g) a identificação das debêntures-lastro, do
se em assembléia a fim de deliberar sobre matéria
seu valor e da garantia constituída; (Redação dada
de interesse da comunhão dos debenturistas.
pela Lei nº 9.457, de 1997)
§ 1º A assembléia de debenturistas pode ser
h) o nome do agente fiduciário dos
convocada pelo agente fiduciário, pela companhia
debenturistas;
emissora, por debenturistas que representem 10%
(dez por cento), no mínimo, dos títulos em i) a cláusula de correção monetária, se
circulação, e pela Comissão de Valores Mobiliários. houver;
§ 2º Aplica-se à assembléia de debenturistas, j) o nome do titular. (Redação dada pela Lei
no que couber, o disposto nesta Lei sobre a nº 9.457, de 1997)
assembléia-geral de acionistas. SEÇÃO IX
§ 3º A assembléia se instalará, em primeira Emissão de Debêntures no Estrangeiro
convocação, com a presença de debenturistas que
representem metade, no mínimo, das debêntures Art. 73. Somente com a prévia aprovação do
em circulação, e, em segunda convocação, com Banco Central do Brasil as companhias brasileiras
qualquer número. poderão emitir debêntures no exterior com garantia
real ou flutuante de bens situados no País.
§ 4º O agente fiduciário deverá comparecer à
assembléia e prestar aos debenturistas as § 1º Os credores por obrigações contraídas no
informações que lhe forem solicitadas. Brasil terão preferência sobre os créditos por
debêntures emitidas no exterior por companhias
§ 5º A escritura de emissão estabelecerá a estrangeiras autorizadas a funcionar no País, salvo
maioria necessária, que não será inferior à metade se a emissão tiver sido previamente autorizada
das debêntures em circulação, para aprovar pelo Banco Central do Brasil e o seu produto
modificação nas condições das debêntures. aplicado em estabelecimento situado no território
§ 6º Nas deliberações da assembléia, a cada nacional.
debênture caberá um voto. § 2º Em qualquer caso, somente poderão ser
Seção VIII remetidos para o exterior o principal e os encargos
de debêntures registradas no Banco Central do
Cédula de debêntures
Brasil.
(Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)
§ 3º A emissão de debêntures no estrangeiro,
Art. 72. As instituições financeiras autorizadas
além de observar os requisitos do artigo 62, requer
pelo Banco Central do Brasil a efetuar esse tipo de
a inscrição, no registro de imóveis, do local da sede
operação poderão emitir cédulas lastreadas em
ou do estabelecimento, dos demais documentos
debêntures, com garantia própria, que conferirão a
exigidos pelas leis do lugar da emissão,
seus titulares direito de crédito contra o emitente,
autenticadas de acordo com a lei aplicável,
pelo valor nominal e os juros nela
legalizadas pelo consulado brasileiro no exterior e
estipulados. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de
acompanhados de tradução em vernáculo, feita por
1997)
tradutor público juramentado; e, no caso de
§ 1º A cédula será nominativa, escritural ou companhia estrangeira, o arquivamento no registro
não. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997) do comércio e publicação do ato que, de acordo
com o estatuto social e a lei do local da sede, tenha Parágrafo único. Aplica-se aos bônus de
autorizado a emissão. subscrição, no que couber, o disposto nas Seções
V a VII do Capítulo III.
§ 4º A negociação, no mercado de capitais do
Brasil, de debêntures emitidas no estrangeiro, Certificados
depende de prévia autorização da Comissão de
Art. 79. O certificado de bônus de subscrição
Valores Mobiliários.
conterá as seguintes declarações:
SEÇÃO X
I - as previstas nos números I a IV do artigo
Extinção 24;
Art. 74. A companhia emissora fará, nos livros II - a denominação "Bônus de Subscrição";
próprios, as anotações referentes à extinção das
III - o número de ordem;
debêntures, e manterá arquivados, pelo prazo de 5
(cinco) anos, juntamente com os documentos IV - o número, a espécie e a classe das ações
relativos à extinção, os certificados cancelados ou que poderão ser subscritas, o preço de emissão ou
os recibos dos titulares das contas das debêntures os critérios para sua determinação;
escriturais. V - a época em que o direito de subscrição
§ 1º Se a emissão tiver agente fiduciário, poderá ser exercido e a data do término do prazo
caberá a este fiscalizar o cancelamento dos para esse exercício;
certificados. VI - o nome do titular; (Redação dada pela Lei
§ 2º Os administradores da companhia nº 9.457, de 1997)
responderão solidariamente pelas perdas e danos VII - a data da emissão do certificado e as
decorrentes da infração do disposto neste artigo. assinaturas de dois diretores. (Redação dada pela
CAPÍTULO VI Lei nº 9.457, de 1997)
Bônus de Subscrição CAPÍTULO VII
Características Constituição da Companhia
Art. 75. A companhia poderá emitir, dentro do SEÇÃO I
limite de aumento de capital autorizado no estatuto Requisitos Preliminares
(artigo 168), títulos negociáveis denominados
"Bônus de Subscrição". Art. 80. A constituição da companhia depende
do cumprimento dos seguintes requisitos
Parágrafo único. Os bônus de subscrição preliminares:
conferirão aos seus titulares, nas condições
constantes do certificado, direito de subscrever I - subscrição, pelo menos por 2 (duas)
ações do capital social, que será exercido mediante pessoas, de todas as ações em que se divide o
apresentação do título à companhia e pagamento capital social fixado no estatuto;
do preço de emissão das ações. II - realização, como entrada, de 10% (dez por
Competência cento), no mínimo, do preço de emissão das ações
subscritas em dinheiro;
Art. 76. A deliberação sobre emissão de bônus
de subscrição compete à assembléia-geral, se o III - depósito, no Banco do Brasil S/A., ou em
estatuto não a atribuir ao conselho de outro estabelecimento bancário autorizado pela
administração. Comissão de Valores Mobiliários, da parte do
capital realizado em dinheiro.
Emissão
Parágrafo único. O disposto no número II não
Art. 77. Os bônus de subscrição serão se aplica às companhias para as quais a lei exige
alienados pela companhia ou por ela atribuídos, realização inicial de parte maior do capital social.
como vantagem adicional, aos subscritos de
emissões de suas ações ou debêntures. Depósito da Entrada
Parágrafo único. Os acionistas da companhia Art. 81. O depósito referido no número III do
gozarão, nos termos dos artigos 171 e 172, de artigo 80 deverá ser feito pelo fundador, no prazo
preferência para subscrever a emissão de bônus. de 5 (cinco) dias contados do recebimento das
quantias, em nome do subscritor e a favor da
Forma, Propriedade e Circulação sociedade em organização, que só poderá levantá-
Art. 78. Os bônus de subscrição terão a forma lo após haver adquirido personalidade jurídica.
nominativa. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de Parágrafo único. Caso a companhia não se
1997) constitua dentro de 6 (seis) meses da data do
depósito, o banco restituirá as quantias VI - as vantagens particulares, a que terão
depositadas diretamente aos subscritores. direito os fundadores ou terceiros, e o dispositivo
do projeto do estatuto que as regula;
SEÇÃO II
VII - a autorização governamental para
Constituição por Subscrição Pública
constituir-se a companhia, se necessária;
Registro da Emissão
VIII - as datas de início e término da
Art. 82. A constituição de companhia por subscrição e as instituições autorizadas a receber
subscrição pública depende do prévio registro da as entradas;
emissão na Comissão de Valores Mobiliários, e a
IX - a solução prevista para o caso de excesso
subscrição somente poderá ser efetuada com a
de subscrição;
intermediação de instituição financeira.
X - o prazo dentro do qual deverá realizar-se
§ 1º O pedido de registro de emissão
a assembléia de constituição da companhia, ou a
obedecerá às normas expedidas pela Comissão de
preliminar para avaliação dos bens, se for o caso;
Valores Mobiliários e será instruído com:
XI - o nome, nacionalidade, estado civil,
a) o estudo de viabilidade econômica e
profissão e residência dos fundadores, ou, se
financeira do empreendimento;
pessoa jurídica, a firma ou denominação,
b) o projeto do estatuto social; nacionalidade e sede, bem como o número e
c) o prospecto, organizado e assinado pelos espécie de ações que cada um houver subscrito,
fundadores e pela instituição financeira XII - a instituição financeira intermediária do
intermediária. lançamento, em cujo poder ficarão depositados os
§ 2º A Comissão de Valores Mobiliários originais do prospecto e do projeto de estatuto, com
poderá condicionar o registro a modificações no os documentos a que fizerem menção, para exame
estatuto ou no prospecto e denegá-lo por de qualquer interessado.
inviabilidade ou temeridade do empreendimento, Lista, Boletim e Entrada
ou inidoneidade dos fundadores.
Art. 85. No ato da subscrição das ações a
Projeto de Estatuto serem realizadas em dinheiro, o subscritor pagará
Art. 83. O projeto de estatuto deverá satisfazer a entrada e assinará a lista ou o boletim individual
a todos os requisitos exigidos para os contratos das autenticados pela instituição autorizada a receber
sociedades mercantis em geral e aos peculiares às as entradas, qualificando-se pelo nome,
companhias, e conterá as normas pelas quais se nacionalidade, residência, estado civil, profissão e
regerá a companhia. documento de identidade, ou, se pessoa jurídica,
pela firma ou denominação, nacionalidade e sede,
Prospecto devendo especificar o número das ações
Art. 84. O prospecto deverá mencionar, com subscritas, a sua espécie e classe, se houver mais
precisão e clareza, as bases da companhia e os de uma, e o total da entrada.
motivos que justifiquem a expectativa de bom êxito § 1º A subscrição poderá ser feita, nas
do empreendimento, e em especial: condições previstas no prospecto, por carta à
I - o valor do capital social a ser subscrito, o instituição, acompanhada das declarações a que
modo de sua realização e a existência ou não de se refere este artigo e do pagamento da
autorização para aumento futuro; entrada. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)

II - a parte do capital a ser formada com bens, § 2º Será dispensada a assinatura de lista ou
a discriminação desses bens e o valor a eles de boletim a que se refere o caput deste artigo na
atribuídos pelos fundadores; hipótese de oferta pública cuja liquidação ocorra
por meio de sistema administrado por entidade
III - o número, as espécies e classes de ações administradora de mercados organizados de
em que se dividirá o capital; o valor nominal das valores mobiliários. (Incluído pela Lei nº 13.874,
ações, e o preço da emissão das ações; de 2019)
IV - a importância da entrada a ser realizada Convocação de Assembléia
no ato da subscrição;
Art. 86. Encerrada a subscrição e havendo
V - as obrigações assumidas pelos sido subscrito todo o capital social, os fundadores
fundadores, os contratos assinados no interesse da convocarão a assembléia-geral que deverá:
futura companhia e as quantias já despendidas e
por despender; I - promover a avaliação dos bens, se for o
caso (artigo 8º);
II - deliberar sobre a constituição da d) a transcrição do recibo do depósito referido
companhia. no número III do artigo 80;
Parágrafo único. Os anúncios de convocação e) a transcrição do laudo de avaliação dos
mencionarão hora, dia e local da reunião e serão peritos, caso tenha havido subscrição do capital
inseridos nos jornais em que houver sido feita a social em bens (artigo 8°);
publicidade da oferta de subscrição.
f) a nomeação dos primeiros administradores
Assembléia de Constituição e, quando for o caso, dos fiscais.
Art. 87. A assembléia de constituição instalar- SEÇÃO IV
se-á, em primeira convocação, com a presença de
Disposições Gerais
subscritores que representem, no mínimo, metade
do capital social, e, em segunda convocação, com Art. 89. A incorporação de imóveis para
qualquer número. formação do capital social não exige escritura
pública.
§ 1º Na assembléia, presidida por um dos
fundadores e secretariada por subscritor, será lido Art. 90. O subscritor pode fazer-se representar
o recibo de depósito de que trata o número III do na assembléia-geral ou na escritura pública por
artigo 80, bem como discutido e votado o projeto procurador com poderes especiais.
de estatuto. Art. 91. Nos atos e publicações referentes a
§ 2º Cada ação, independentemente de sua companhia em constituição, sua denominação
espécie ou classe, dá direito a um voto; a maioria deverá ser aditada da cláusula "em organização".
não tem poder para alterar o projeto de estatuto. Art. 92. Os fundadores e as instituições
§ 3º Verificando-se que foram observadas as financeiras que participarem da constituição por
formalidades legais e não havendo oposição de subscrição pública responderão, no âmbito das
subscritores que representem mais da metade do respectivas atribuições, pelos prejuízos resultantes
capital social, o presidente declarará constituída a da inobservância de preceitos legais.
companhia, procedendo-se, a seguir, à eleição dos Parágrafo único. Os fundadores responderão,
administradores e fiscais. solidariamente, pelo prejuízo decorrente de culpa
§ 4º A ata da reunião, lavrada em duplicata, ou dolo em atos ou operações anteriores à
depois de lida e aprovada pela assembléia, será constituição.
assinada por todos os subscritores presentes, ou Art. 93. Os fundadores entregarão aos
por quantos bastem à validade das deliberações; primeiros administradores eleitos todos os
um exemplar ficará em poder da companhia e o documentos, livros ou papéis relativos à
outro será destinado ao registro do comércio. constituição da companhia ou a esta pertencentes.
SEÇÃO III CAPÍTULO VIII
Constituição por Subscrição Particular Formalidades Complementares da
Art. 88. A constituição da companhia por Constituição,
subscrição particular do capital pode fazer-se por Arquivamento e Publicação
deliberação dos subscritores em assembléia-geral
ou por escritura pública, considerando-se Art. 94. Nenhuma companhia poderá
fundadores todos os subscritores. funcionar sem que sejam arquivados e publicados
seus atos constitutivos.
§ 1º Se a forma escolhida for a de assembléia-
geral, observar-se-á o disposto nos artigos 86 e 87, Companhia Constituída por Assembléia
devendo ser entregues à assembléia o projeto do Art. 95. Se a companhia houver sido
estatuto, assinado em duplicata por todos os constituída por deliberação em assembléia-geral,
subscritores do capital, e as listas ou boletins de deverão ser arquivados no registro do comércio do
subscrição de todas as ações. lugar da sede:
§ 2º Preferida a escritura pública, será ela I - um exemplar do estatuto social, assinado
assinada por todos os subscritores, e conterá: por todos os subscritores (artigo 88, § 1º) ou, se a
a) a qualificação dos subscritores, nos termos subscrição houver sido pública, os originais do
do artigo 85; estatuto e do prospecto, assinados pelos
fundadores, bem como do jornal em que tiverem
b) o estatuto da companhia; sido publicados;
c) a relação das ações tomadas pelos II - a relação completa, autenticada pelos
subscritores e a importância das entradas pagas; fundadores ou pelo presidente da assembléia, dos
subscritores do capital social, com a qualificação,
número das ações e o total da entrada de cada a transferência, por transcrição no registro público
subscritor (artigo 85); competente, dos bens com que o subscritor tiver
contribuído para a formação do capital social
III - o recibo do depósito a que se refere o
(artigo 8º, § 2º).
número III do artigo 80;
§ 3º A ata da assembléia-geral que aprovar a
IV - duplicata das atas das assembléias
incorporação deverá identificar o bem com
realizadas para a avaliação de bens quando for o
precisão, mas poderá descrevê-lo sumariamente,
caso (artigo 8º);
desde que seja suplementada por declaração,
V - duplicata da ata da assembléia-geral dos assinada pelo subscritor, contendo todos os
subscritores que houver deliberado a constituição elementos necessários para a transcrição no
da companhia (artigo 87). registro público.
Companhia Constituída por Escritura Pública Responsabilidade dos Primeiros Administradores
Art. 96. Se a companhia tiver sido constituída Art. 99. Os primeiros administradores são
por escritura pública, bastará o arquivamento de solidariamente responsáveis perante acompanhia
certidão do instrumento. pelos prejuízos causados pela demora no
Registro do Comércio cumprimento das formalidades complementares à
sua constituição.
Art. 97. Cumpre ao registro do comércio
examinar se as prescrições legais foram Parágrafo único. A companhia não responde
observadas na constituição da companhia, bem pelos atos ou operações praticados pelos primeiros
como se no estatuto existem cláusulas contrárias à administradores antes de cumpridas as
lei, à ordem pública e aos bons costumes. formalidades de constituição, mas a assembléia-
geral poderá deliberar em contrário.
§ 1º Se o arquivamento for negado, por
inobservância de prescrição ou exigência legal ou CAPÍTULO IX
por irregularidade verificada na constituição da Livros Sociais
companhia, os primeiros administradores deverão
Art. 100. A companhia deve ter, além dos
convocar imediatamente a assembléia-geral para
livros obrigatórios para qualquer comerciante, os
sanar a falta ou irregularidade, ou autorizar as
seguintes, revestidos das mesmas formalidades
providências que se fizerem necessárias. A
legais:
instalação e funcionamento da assembléia
obedecerão ao disposto no artigo 87, devendo a I - o livro de Registro de Ações Nominativas,
deliberação ser tomada por acionistas que para inscrição, anotação ou averbação: (Redação
representem, no mínimo, metade do capital social. dada pela Lei nº 9.457, de 1997)
Se a falta for do estatuto, poderá ser sanada na
a) do nome do acionista e do número das
mesma assembléia, a qual deliberará, ainda, sobre
suas ações;
se a companhia deve promover a responsabilidade
civil dos fundadores (artigo 92). b) das entradas ou prestações de capital
realizado;
§ 2º Com a 2ª via da ata da assembléia e a
prova de ter sido sanada a falta ou irregularidade, c) das conversões de ações, de uma em outra
o registro do comércio procederá ao arquivamento espécie ou classe; (Redação dada pela Lei nº
dos atos constitutivos da companhia. 9.457, de 1997)
§ 3º A criação de sucursais, filiais ou agências, d) do resgate, reembolso e amortização das
observado o disposto no estatuto, será arquivada ações, ou de sua aquisição pela companhia;
no registro do comércio. e) das mutações operadas pela alienação ou
Publicação e Transferência de Bens transferência de ações;
Art. 98. Arquivados os documentos relativos à f) do penhor, usufruto, fideicomisso, da
constituição da companhia, os seus alienação fiduciária em garantia ou de qualquer
administradores providenciarão, nos 30 (trinta) dias ônus que grave as ações ou obste sua negociação.
subseqüentes, a publicação deles, bem como a de II - o livro de "Transferência de Ações
certidão do arquivamento, em órgão oficial do local Nominativas", para lançamento dos termos de
de sua sede. transferência, que deverão ser assinados pelo
§ 1° Um exemplar do órgão oficial deverá ser cedente e pelo cessionário ou seus legítimos
arquivado no registro do comércio. representantes;
§ 2º A certidão dos atos constitutivos da III - o livro de "Registro de Partes
companhia, passada pelo registro do comércio em Beneficiárias Nominativas" e o de "Transferência
que foram arquivados, será o documento hábil para de Partes Beneficiárias Nominativas", se tiverem
sido emitidas, observando-se, em ambos, no que Art. 102. A instituição financeira depositária de
couber, o disposto nos números I e II deste artigo; ações escriturais deverá fornecer à companhia, ao
menos uma vez por ano, cópia dos extratos das
IV - o livro de Atas das Assembléias
contas de depósito das ações e a lista dos
Gerais; (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)
acionistas com a quantidade das respectivas
V - o livro de Presença dos ações, que serão encadernadas em livros
Acionistas; (Redação dada pela Lei nº 9.457, de autenticados no registro do comércio e arquivados
1997) na instituição financeira.
VI - os livros de Atas das Reuniões do Fiscalização e Dúvidas no Registro
Conselho de Administração, se houver, e de Atas
Art. 103. Cabe à companhia verificar a
das Reuniões de Diretoria; (Redação dada pela Lei
regularidade das transferências e da constituição
nº 9.457, de 1997)
de direitos ou ônus sobre os valores mobiliários de
VII - o livro de Atas e Pareceres do Conselho sua emissão; nos casos dos artigos 27 e 34, essa
Fiscal. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997) atribuição compete, respectivamente, ao agente
§ 1º A qualquer pessoa, desde que se emissor de certificados e à instituição financeira
destinem a defesa de direitos e esclarecimento de depositária das ações escriturais.
situações de interesse pessoal ou dos acionistas Parágrafo único. As dúvidas suscitadas entre
ou do mercado de valores mobiliários, serão dadas o acionista, ou qualquer interessado, e a
certidões dos assentamentos constantes dos livros companhia, o agente emissor de certificados ou a
mencionados nos incisos I a III, e por elas a instituição financeira depositária das ações
companhia poderá cobrar o custo do serviço, escriturais, a respeito das averbações ordenadas
cabendo, do indeferimento do pedido por parte da por esta Lei, ou sobre anotações, lançamentos ou
companhia, recurso à Comissão de Valores transferências de ações, partes beneficiárias,
Mobiliários. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de debêntures, ou bônus de subscrição, nos livros de
1997) registro ou transferência, serão dirimidas pelo juiz
§ 2o Nas companhias abertas, os livros competente para solucionar as dúvidas levantadas
referidos nos incisos I a V do caput deste artigo pelos oficiais dos registros públicos, excetuadas as
poderão ser substituídos, observadas as normas questões atinentes à substância do direito.
expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, Responsabilidade da Companhia
por registros mecanizados ou
Art. 104.A companhia é responsável pelos
eletrônicos. (Redação dada pela Lei nº 12.431, de
prejuízos que causar aos interessados por vícios
2011).
ou irregularidades verificadas nos livros de que
Escrituração do Agente Emissor tratam os incisos I a III do art. 100. (Redação dada
Art. 101. O agente emissor de certificados (art. pela Lei nº 9.457, de 1997)
27) poderá substituir os livros referidos nos incisos Parágrafo único. A companhia deverá
I a III do art. 100 pela sua escrituração e manter, diligenciar para que os atos de emissão e
mediante sistemas adequados, aprovados pela substituição de certificados, e de transferências e
Comissão de Valores Mobiliários, os registros de averbações nos livros sociais, sejam praticados no
propriedade das ações, partes beneficiárias, menor prazo possível, não excedente do fixado
debêntures e bônus de subscrição, devendo uma pela Comissão de Valores Mobiliários,
vez por ano preparar lista dos seus titulares, com o respondendo perante acionistas e terceiros pelos
número dos títulos de cada um, a qual será prejuízos decorrentes de atrasos culposos.
encadernada, autenticada no registro do comércio
Exibição dos Livros
e arquivada na companhia. (Redação dada pela
Lei nº 9.457, de 1997) Art. 105. A exibição por inteiro dos livros da
companhia pode ser ordenada judicialmente
§ 1° Os termos de transferência de ações
sempre que, a requerimento de acionistas que
nominativas perante o agente emissor poderão ser
representem, pelo menos, 5% (cinco por cento) do
lavrados em folhas soltas, à vista do certificado da
capital social, sejam apontados atos violadores da
ação, no qual serão averbados a transferência e o
lei ou do estatuto, ou haja fundada suspeita de
nome e qualificação do adquirente.
graves irregularidades praticadas por qualquer dos
§ 2º Os termos de transferência em folhas órgãos da companhia.
soltas serão encadernados em ordem cronológica,
CAPÍTULO X
em livros autenticados no registro do comércio e
arquivados no agente emissor. Acionistas
Ações Escriturais SEÇÃO I
Obrigação de Realizar o Capital
Condições e Mora § 4º Se a companhia não conseguir, por
qualquer dos meios previstos neste artigo, a
Art. 106. O acionista é obrigado a realizar, nas
integralização das ações, poderá declará-las
condições previstas no estatuto ou no boletim de
caducas e fazer suas as entradas realizadas,
subscrição, a prestação correspondente às ações
integralizando-as com lucros ou reservas,
subscritas ou adquiridas.
exceto a legal; se não tiver lucros e reservas
§ 1° Se o estatuto e o boletim forem omissos suficientes, terá o prazo de 1 (um) ano para
quanto ao montante da prestação e ao prazo ou colocar as ações caídas em comisso, findo o
data do pagamento, caberá aos órgãos da qual, não tendo sido encontrado comprador, a
administração efetuar chamada, mediante avisos assembléia-geral deliberará sobre a redução do
publicados na imprensa, por 3 (três) vezes, no capital em importância correspondente.
mínimo, fixando prazo, não inferior a 30 (trinta)
Responsabilidade dos Alienantes
dias, para o pagamento.
Art. 108. Ainda quando negociadas as
§ 2° O acionista que não fizer o pagamento
ações, os alienantes continuarão responsáveis,
nas condições previstas no estatuto ou boletim, ou
solidariamente com os adquirentes, pelo
na chamada, ficará de pleno direito constituído em
pagamento das prestações que faltarem para
mora, sujeitando-se ao pagamento dos juros, da
integralizar as ações transferidas.
correção monetária e da multa que o estatuto
determinar, esta não superior a 10% (dez por Parágrafo único. Tal responsabilidade
cento) do valor da prestação. cessará, em relação a cada alienante, no fim de
2 (dois) anos a contar da data da transferência
Acionista Remisso
das ações.
Art. 107. Verificada a mora do acionista, a
SEÇÃO II
companhia pode, à sua escolha:
Direitos Essenciais
I - promover contra o acionista, e os que com
ele forem solidariamente responsáveis (artigo 108), Art. 109. Nem o estatuto social nem a
processo de execução para cobrar as importâncias assembléia-geral poderão privar o acionista
devidas, servindo o boletim de subscrição e o aviso dos direitos de:
de chamada como título extrajudicial nos termos do
I - participar dos lucros sociais;
Código de Processo Civil; ou
II - participar do acervo da companhia, em
II - mandar vender as ações em bolsa de
caso de liquidação;
valores, por conta e risco do acionista.
III - fiscalizar, na forma prevista nesta Lei,
§ 1º Será havida como não escrita,
a gestão dos negócios sociais;
relativamente à companhia, qualquer estipulação
do estatuto ou do boletim de subscrição que exclua IV - preferência para a subscrição de
ou limite o exercício da opção prevista neste artigo, ações, partes beneficiárias conversíveis em
mas o subscritor de boa-fé terá ação, contra os ações, debêntures conversíveis em ações e
responsáveis pela estipulação, para haver perdas bônus de subscrição, observado o disposto
e danos sofridos, sem prejuízo da responsabilidade nos artigos 171 e 172; (Vide Lei nº 12.838, de
penal que no caso couber. 2013)
§ 2º A venda será feita em leilão especial na V - retirar-se da sociedade nos casos
bolsa de valores do lugar da sede social, ou, se não previstos nesta Lei.
houver, na mais próxima, depois de publicado § 1º As ações de cada classe conferirão
aviso, por 3 (três) vezes, com antecedência mínima iguais direitos aos seus titulares.
de 3 (três) dias. Do produto da venda serão
deduzidos as despesas com a operação e, se § 2º Os meios, processos ou ações que a
previstos no estatuto, os juros, correção monetária lei confere ao acionista para assegurar os seus
e multa, ficando o saldo à disposição do ex- direitos não podem ser elididos pelo estatuto
acionista, na sede da sociedade. ou pela assembléia-geral.
§ 3º É facultado à companhia, mesmo após § 3o O estatuto da sociedade pode
iniciada a cobrança judicial, mandar vender a ação estabelecer que as divergências entre os
em bolsa de valores; a companhia poderá também acionistas e a companhia, ou entre os
promover a cobrança judicial se as ações acionistas controladores e os acionistas
oferecidas em bolsa não encontrarem tomador, ou minoritários, poderão ser solucionadas
se o preço apurado não bastar para pagar os mediante arbitragem, nos termos em que
débitos do acionista. especificar.(Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
SEÇÃO III
Direito de Voto Voto das Ações Gravadas com Usufruto
Disposições Gerais Art. 114. O direito de voto da ação gravada
com usufruto, se não for regulado no ato de
Art. 110. A cada ação ordinária corresponde 1
constituição do gravame, somente poderá ser
(um) voto nas deliberações da assembléia-geral.
exercido mediante prévio acordo entre o
§ 1º O estatuto pode estabelecer limitação ao proprietário e o usufrutuário.
número de votos de cada acionista.
Abuso do Direito de Voto e Conflito de Interesses
§ 2º É vedado atribuir voto plural a qualquer
Art. 115. O acionista deve exercer o direito a
classe de ações.
voto no interesse da companhia; considerar-se-á
Ações Preferenciais abusivo o voto exercido com o fim de causar dano
Art. 111. O estatuto poderá deixar de conferir à companhia ou a outros acionistas, ou de obter,
às ações preferenciais algum ou alguns dos para si ou para outrem, vantagem a que não faz jus
direitos reconhecidos às ações ordinárias, inclusive e de que resulte, ou possa resultar, prejuízo para a
o de voto, ou conferi-lo com restrições, observado companhia ou para outros acionistas.(Redação
o disposto no artigo 109. dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 1º As ações preferenciais sem direito de voto § 1º o acionista não poderá votar nas
adquirirão o exercício desse direito se a deliberações da assembléia-geral relativas ao
companhia, pelo prazo previsto no estatuto, não laudo de avaliação de bens com que concorrer
superior a 3 (três) exercícios consecutivos, deixar para a formação do capital social e à aprovação de
de pagar os dividendos fixos ou mínimos a que suas contas como administrador, nem em
fizerem jus, direito que conservarão até o quaisquer outras que puderem beneficiá-lo de
pagamento, se tais dividendos não forem modo particular, ou em que tiver interesse
cumulativos, ou até que sejam pagos os conflitante com o da companhia.
cumulativos em atraso. § 2º Se todos os subscritores forem
§ 2º Na mesma hipótese e sob a mesma condôminos de bem com que concorreram para a
condição do § 1º, as ações preferenciais com formação do capital social, poderão aprovar o
direito de voto restrito terão suspensas as laudo, sem prejuízo da responsabilidade de que
limitações ao exercício desse direito. trata o § 6º do artigo 8º.

§ 3º O estatuto poderá estipular que o disposto § 3º o acionista responde pelos danos


nos §§ 1º e 2º vigorará a partir do término da causados pelo exercício abusivo do direito de voto,
implantação do empreendimento inicial da ainda que seu voto não haja prevalecido.
companhia. § 4º A deliberação tomada em decorrência do
Não Exercício de Voto pelas Ações ao Portador voto de acionista que tem interesse conflitante com
o da companhia é anulável; o acionista responderá
Art. 112. Somente os titulares de ações pelos danos causados e será obrigado a transferir
nominativas endossáveis e escriturais poderão para a companhia as vantagens que tiver auferido.
exercer o direito de voto.
SEÇÃO IV
Parágrafo único. Os titulares de ações
preferenciais ao portador que adquirirem direito de Acionista Controlador
voto de acordo com o disposto nos §§ 1º e 2º do Deveres
artigo 111, e enquanto dele gozarem, poderão
Art. 116. Entende-se por acionista controlador
converter as ações em nominativas ou
a pessoa, natural ou jurídica, ou o grupo de
endossáveis, independentemente de autorização
pessoas vinculadas por acordo de voto, ou sob
estatutária.
controle comum, que:
Voto das Ações Empenhadas e Alienadas
a) é titular de direitos de sócio que lhe
Fiduciariamente
assegurem, de modo permanente, a maioria dos
Art. 113. O penhor da ação não impede o votos nas deliberações da assembléia-geral e o
acionista de exercer o direito de voto; será lícito, poder de eleger a maioria dos administradores da
todavia, estabelecer, no contrato, que o acionista companhia; e
não poderá, sem consentimento do credor
b) usa efetivamente seu poder para dirigir as
pignoratício, votar em certas deliberações.
atividades sociais e orientar o funcionamento dos
Parágrafo único. O credor garantido por órgãos da companhia.
alienação fiduciária da ação não poderá exercer o
Parágrafo único. O acionista controlador deve
direito de voto; o devedor somente poderá exercê-
usar o poder com o fim de fazer a companhia
lo nos termos do contrato.
realizar o seu objeto e cumprir sua função social, e
tem deveres e responsabilidades para com os g) aprovar ou fazer aprovar contas irregulares
demais acionistas da empresa, os que nela de administradores, por favorecimento pessoal, ou
trabalham e para com a comunidade em que atua, deixar de apurar denúncia que saiba ou devesse
cujos direitos e interesses deve lealmente respeitar saber procedente, ou que justifique fundada
e atender. suspeita de irregularidade.
Art. 116-A. O acionista controlador da h) subscrever ações, para os fins do disposto
companhia aberta e os acionistas, ou grupo de no art. 170, com a realização em bens estranhos
acionistas, que elegerem membro do conselho de ao objeto social da companhia. (Incluída dada pela
administração ou membro do conselho fiscal, Lei nº 9.457, de 1997)
deverão informar imediatamente as modificações
§ 2º No caso da alínea e do § 1º, o
em sua posição acionária na companhia à
administrador ou fiscal que praticar o ato ilegal
Comissão de Valores Mobiliários e às Bolsas de
responde solidariamente com o acionista
Valores ou entidades do mercado de balcão
controlador.
organizado nas quais os valores mobiliários de
emissão da companhia estejam admitidos à § 3º O acionista controlador que exerce cargo
negociação, nas condições e na forma de administrador ou fiscal tem também os deveres
determinadas pela Comissão de Valores e responsabilidades próprios do cargo.
Mobiliários.(Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001) SEÇÃO V
Responsabilidade Acordo de Acionistas
Art. 117. O acionista controlador responde Art. 118. Os acordos de acionistas, sobre a
pelos danos causados por atos praticados com compra e venda de suas ações, preferência para
abuso de poder. adquiri-las, exercício do direito a voto, ou do poder
§ 1º São modalidades de exercício abusivo de de controle deverão ser observados pela
poder: companhia quando arquivados na sua
sede.(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
a) orientar a companhia para fim estranho ao
objeto social ou lesivo ao interesse nacional, ou § 1º As obrigações ou ônus decorrentes
levá-la a favorecer outra sociedade, brasileira ou desses acordos somente serão oponíveis a
estrangeira, em prejuízo da participação dos terceiros, depois de averbados nos livros de
acionistas minoritários nos lucros ou no acervo da registro e nos certificados das ações, se emitidos.
companhia, ou da economia nacional; § 2° Esses acordos não poderão ser
b) promover a liquidação de companhia invocados para eximir o acionista de
próspera, ou a transformação, incorporação, fusão responsabilidade no exercício do direito de voto
ou cisão da companhia, com o fim de obter, para si (artigo 115) ou do poder de controle (artigos 116 e
ou para outrem, vantagem indevida, em prejuízo 117).
dos demais acionistas, dos que trabalham na § 3º Nas condições previstas no acordo, os
empresa ou dos investidores em valores acionistas podem promover a execução específica
mobiliários emitidos pela companhia; das obrigações assumidas.
c) promover alteração estatutária, emissão de § 4º As ações averbadas nos termos deste
valores mobiliários ou adoção de políticas ou artigo não poderão ser negociadas em bolsa ou no
decisões que não tenham por fim o interesse da mercado de balcão.
companhia e visem a causar prejuízo a acionistas
minoritários, aos que trabalham na empresa ou aos § 5º No relatório anual, os órgãos da
investidores em valores mobiliários emitidos pela administração da companhia aberta informarão à
companhia; assembléia-geral as disposições sobre política
de reinvestimento de lucros e distribuição de
d) eleger administrador ou fiscal que sabe dividendos, constantes de acordos de acionistas
inapto, moral ou tecnicamente; arquivados na companhia.
e) induzir, ou tentar induzir, administrador ou § 6o O acordo de acionistas cujo prazo for
fiscal a praticar ato ilegal, ou, descumprindo seus fixado em função de termo ou condição resolutiva
deveres definidos nesta Lei e no estatuto, somente pode ser denunciado segundo suas
promover, contra o interesse da companhia, sua estipulações. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
ratificação pela assembléia-geral;
§ 7o O mandato outorgado nos termos de
f) contratar com a companhia, diretamente ou acordo de acionistas para proferir, em assembléia-
através de outrem, ou de sociedade na qual tenha geral ou especial, voto contra ou a favor de
interesse, em condições de favorecimento ou não determinada deliberação, poderá prever prazo
equitativas;
superior ao constante do § 1o do art. 126 desta objeto da companhia e tomar as resoluções que
Lei.(Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001) julgar convenientes à sua defesa e
desenvolvimento.
§ 8o O presidente da assembléia ou do órgão
colegiado de deliberação da companhia não Parágrafo único. Nas companhias, abertas e
computará o voto proferido com infração de acordo fechadas, o acionista poderá participar e votar a
de acionistas devidamente arquivado.(Incluído distância em assembleia geral, nos termos do
pela Lei nº 10.303, de 2001) regulamento da Comissão de Valores Mobiliários e
do órgão competente do Poder Executivo federal,
§ 9o O não comparecimento à assembléia ou
respectivamente. (Redação dada pela Lei nº
às reuniões dos órgãos de administração da
14.030, de 2020).
companhia, bem como as abstenções de voto de
qualquer parte de acordo de acionistas ou de Competência Privativa
membros do conselho de administração eleitos nos
Art. 122. Compete privativamente à
termos de acordo de acionistas, assegura à parte
assembleia geral: (Redação dada pela Lei nº
prejudicada o direito de votar com as ações
12.431, de 2011).
pertencentes ao acionista ausente ou omisso e, no
caso de membro do conselho de administração, I - reformar o estatuto social;(Redação dada
pelo conselheiro eleito com os votos da parte pela Lei nº 10.303, de 2001)
prejudicada.(Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001) II - eleger ou destituir, a qualquer tempo, os
§ 10. Os acionistas vinculados a acordo de administradores e fiscais da companhia,
acionistas deverão indicar, no ato de arquivamento, ressalvado o disposto no inciso II do art.
representante para comunicar-se com a 142;(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
companhia, para prestar ou receber informações, III - tomar, anualmente, as contas dos
quando solicitadas.(Incluído pela Lei nº 10.303, de administradores e deliberar sobre as
2001) demonstrações financeiras por eles
§ 11. A companhia poderá solicitar aos apresentadas;(Redação dada pela Lei nº 10.303,
membros do acordo esclarecimento sobre suas de 2001)
cláusulas.(Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001) IV - autorizar a emissão de debêntures,
SEÇÃO VI ressalvado o disposto nos §§ 1o, 2o e 4o do art.
59; (Redação dada pela Lei nº 12.431, de
Representação de Acionista Residente ou
2011). (Vide Lei nº 12.838, de 2013)
Domiciliado no Exterior
V - suspender o exercício dos direitos do
Art. 119. O acionista residente ou domiciliado
acionista (art. 120);(Redação dada pela Lei nº
no exterior deverá manter, no País, representante
10.303, de 2001)
com poderes para receber citação em ações contra
ele, propostas com fundamento nos preceitos VI - deliberar sobre a avaliação de bens com
desta Lei. que o acionista concorrer para a formação do
capital social;(Redação dada pela Lei nº 10.303, de
Parágrafo único. O exercício, no Brasil, de
2001)
qualquer dos direitos de acionista, confere ao
mandatário ou representante legal qualidade para VII - autorizar a emissão de partes
receber citação judicial. beneficiárias;(Redação dada pela Lei nº 10.303, de
2001)
SEÇÃO VII
VIII - deliberar sobre transformação, fusão,
Suspensão do Exercício de Direitos
incorporação e cisão da companhia, sua
Art. 120. A assembléia-geral poderá dissolução e liquidação, eleger e destituir
suspender o exercício dos direitos do acionista que liquidantes e julgar-lhes as contas; e (Redação
deixar de cumprir obrigação imposta pela lei ou dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
pelo estatuto, cessando a suspensão logo que
IX - autorizar os administradores a confessar
cumprida a obrigação.
falência e pedir concordata.(Redação dada pela Lei
CAPÍTULO XI nº 10.303, de 2001)
Assembléia-Geral Parágrafo único. Em caso de urgência, a
confissão de falência ou o pedido de concordata
SEÇÃO I
poderá ser formulado pelos administradores, com
Disposições Gerais a concordância do acionista controlador, se houver,
Art. 121. A assembléia-geral, convocada e convocando-se imediatamente a assembléia-geral,
instalada de acordo com a lei e o estatuto, tem para manifestar-se sobre a matéria.(Redação dada
poderes para decidir todos os negócios relativos ao pela Lei nº 10.303, de 2001)
Competência para Convocação § 2º-A. Sem prejuízo do disposto no § 2º
deste artigo, as companhias, abertas e fechadas,
Art. 123. Compete ao conselho de
poderão realizar assembleia digital, nos termos do
administração, se houver, ou aos diretores,
regulamento da Comissão de Valores Mobiliários e
observado o disposto no estatuto, convocar a
do órgão competente do Poder Executivo federal,
assembléia-geral.
respectivamente. (Incluído pela Lei nº 14.030,
Parágrafo único. A assembléia-geral pode de 2020)
também ser convocada:
§ 3º Nas companhias fechadas, o acionista
a) pelo conselho fiscal, nos casos previstos no que representar 5% (cinco por cento), ou mais, do
número V, do artigo 163; capital social, será convocado por telegrama ou
b) por qualquer acionista, quando os carta registrada, expedidos com a antecedência
administradores retardarem, por mais de 60 prevista no § 1º, desde que o tenha solicitado, por
(sessenta) dias, a convocação nos casos previstos escrito, à companhia, com a indicação do endereço
em lei ou no estatuto; completo e do prazo de vigência do pedido, não
superior a 2 (dois) exercícios sociais, e renovável;
c) por acionistas que representem cinco por essa convocação não dispensa a publicação do
cento, no mínimo, do capital social, quando os aviso previsto no § 1º, e sua inobservância dará ao
administradores não atenderem, no prazo de oito acionista direito de haver, dos administradores da
dias, a pedido de convocação que apresentarem, companhia, indenização pelos prejuízos sofridos.
devidamente fundamentado, com indicação das
matérias a serem tratadas; (Redação dada pela § 4º Independentemente das formalidades
Lei nº 9.457, de 1997) previstas neste artigo, será considerada regular a
assembléia-geral a que comparecerem todos os
d) por acionistas que representem cinco por acionistas.
cento, no mínimo, do capital votante, ou cinco por
cento, no mínimo, dos acionistas sem direito a voto, § 5o A Comissão de Valores Mobiliários
quando os administradores não atenderem, no poderá, a seu exclusivo critério, mediante decisão
prazo de oito dias, a pedido de convocação de fundamentada de seu Colegiado, a pedido de
assembléia para instalação do conselho qualquer acionista, e ouvida a
fiscal. (Incluída pela Lei nº 9.457, de 1997) companhia: (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

Modo de Convocação e Local I - aumentar, para até 30 (trinta) dias, a contar


da data em que os documentos relativos às
Art. 124. A convocação far-se-á mediante matérias a serem deliberadas forem colocados à
anúncio publicado por 3 (três) vezes, no mínimo, disposição dos acionistas, o prazo de
contendo, além do local, data e hora da antecedência de publicação do primeiro anúncio de
assembléia, a ordem do dia, e, no caso de reforma convocação da assembléia-geral de companhia
do estatuto, a indicação da matéria. aberta, quando esta tiver por objeto operações que,
§ 1o A primeira convocação da assembléia- por sua complexidade, exijam maior prazo para
geral deverá ser feita: (Redação da pela Lei que possam ser conhecidas e analisadas pelos
nº10.303, de 2001) acionistas;(Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

I - na companhia fechada, com 8 (oito) dias de II - interromper, por até 15 (quinze) dias, o
antecedência, no mínimo, contado o prazo da curso do prazo de antecedência da convocação de
publicação do primeiro anúncio; não se realizando assembléia-geral extraordinária de companhia
a assembléia, será publicado novo anúncio, de aberta, a fim de conhecer e analisar as propostas a
segunda convocação, com antecedência mínima serem submetidas à assembléia e, se for o caso,
de 5 (cinco) dias; (Incluído pela Lei nº 10.303, de informar à companhia, até o término da
2001) interrupção, as razões pelas quais entende que a
deliberação proposta à assembléia viola
II - na companhia aberta, o prazo de dispositivos legais ou regulamentares.(Incluído
antecedência da primeira convocação será de 15 pela Lei nº 10.303, de 2001)
(quinze) dias e o da segunda convocação de 8
(oito) dias. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001) § 6o As companhias abertas com ações
admitidas à negociação em bolsa de valores
§ 2º A assembleia geral deverá ser realizada, deverão remeter, na data da publicação do anúncio
preferencialmente, no edifício onde a companhia de convocação da assembléia, à bolsa de valores
tiver sede ou, por motivo de força maior, em outro em que suas ações forem mais negociadas, os
lugar, desde que seja no mesmo Município da sede documentos postos à disposição dos acionistas
e seja indicado com clareza nos para deliberação na assembléia-geral.(Incluído
anúncios. (Redação dada pela Lei nº 14.030, pela Lei nº 10.303, de 2001)
de 2020).
"Quorum" de Instalação
Art. 125. Ressalvadas as exceções previstas § 3º É facultado a qualquer acionista, detentor
em lei, a assembléia-geral instalar-se-á, em de ações, com ou sem voto, que represente meio
primeira convocação, com a presença de por cento, no mínimo, do capital social, solicitar
acionistas que representem, no mínimo, 1/4 (um relação de endereços dos acionistas, para os fins
quarto) do capital social com direito de voto; em previstos no § 1º, obedecidos sempre os requisitos
segunda convocação instalar-se-á com qualquer do parágrafo anterior. (Redação dada pela Lei nº
número. 9.457, de 1997)
Parágrafo único. Os acionistas sem direito de § 4º Têm a qualidade para comparecer à
voto podem comparecer à assembléia-geral e assembléia os representantes legais dos
discutir a matéria submetida à deliberação. acionistas.
Legitimação e Representação Livro de Presença
Art. 126. As pessoas presentes à assembléia Art. 127. Antes de abrir-se a assembléia, os
deverão provar a sua qualidade de acionista, acionistas assinarão o "Livro de Presença",
observadas as seguintes normas: indicando o seu nome, nacionalidade e residência,
bem como a quantidade, espécie e classe das
I - os titulares de ações nominativas exibirão,
ações de que forem titulares.
se exigido, documento hábil de sua identidade;
Parágrafo único. Considera-se presente em
II - os titulares de ações escriturais ou em
assembleia geral, para todos os efeitos desta Lei,
custódia nos termos do art. 41, além do documento
o acionista que registrar a distância sua presença,
de identidade, exibirão, ou depositarão na
na forma prevista em regulamento da Comissão de
companhia, se o estatuto o exigir, comprovante
Valores Mobiliários. (Incluído pela Lei nº 12.431, de
expedido pela instituição financeira
2011).
depositária.(Redação dada pela Lei nº 9.457, de
1997) Mesa
III - os titulares de ações ao portador exibirão Art. 128. Os trabalhos da assembléia serão
os respectivos certificados, ou documento de dirigidos por mesa composta, salvo disposição
depósito nos termos do número II; diversa do estatuto, de presidente e secretário,
escolhidos pelos acionistas presentes.
IV - os titulares de ações escriturais ou em
custódia nos termos do artigo 41, além do "Quorum" das Deliberações
documento de identidade, exibirão, ou depositarão
Art. 129. As deliberações da assembléia-
na companhia, se o estatuto o exigir, comprovante
geral, ressalvadas as exceções previstas em lei,
expedido pela instituição financeira depositária.
serão tomadas por maioria absoluta de votos, não
§ 1º O acionista pode ser representado na se computando os votos em branco.
assembléia-geral por procurador constituído há
§ 1º O estatuto da companhia fechada pode
menos de 1 (um) ano, que seja acionista,
aumentar o quorum exigido para certas
administrador da companhia ou advogado; na
deliberações, desde que especifique as matérias.
companhia aberta, o procurador pode, ainda, ser
instituição financeira, cabendo ao administrador de § 2º No caso de empate, se o estatuto não
fundos de investimento representar os estabelecer procedimento de arbitragem e não
condôminos. contiver norma diversa, a assembléia será
convocada, com intervalo mínimo de 2 (dois)
§ 2º O pedido de procuração, mediante
meses, para votar a deliberação; se permanecer o
correspondência, ou anúncio publicado, sem
empate e os acionistas não concordarem em
prejuízo da regulamentação que, sobre o assunto
cometer a decisão a um terceiro, caberá ao Poder
vier a baixar a Comissão de Valores Mobiliários,
Judiciário decidir, no interesse da companhia.
deverá satisfazer aos seguintes requisitos:
Ata da Assembléia
a) conter todos os elementos informativos
necessários ao exercício do voto pedido; Art. 130. Dos trabalhos e deliberações da
assembléia será lavrada, em livro próprio, ata
b) facultar ao acionista o exercício de voto
assinada pelos membros da mesa e pelos
contrário à decisão com indicação de outro
acionistas presentes. Para validade da ata é
procurador para o exercício desse voto;
suficiente a assinatura de quantos bastem para
c) ser dirigido a todos os titulares de ações constituir a maioria necessária para as
cujos endereços constem da deliberações tomadas na assembléia. Da ata tirar-
companhia. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de se-ão certidões ou cópias autênticas para os fins
1997) legais.
§ 1º A ata poderá ser lavrada na forma de I - o relatório da administração sobre os
sumário dos fatos ocorridos, inclusive dissidências negócios sociais e os principais fatos
e protestos, e conter a transcrição apenas das administrativos do exercício findo;
deliberações tomadas, desde que:
II - a cópia das demonstrações financeiras;
a) os documentos ou propostas submetidos à
III - o parecer dos auditores independentes, se
assembléia, assim como as declarações de voto ou
houver.
dissidência, referidos na ata, sejam numerados
seguidamente, autenticados pela mesa e por IV - o parecer do conselho fiscal, inclusive
qualquer acionista que o solicitar, e arquivados na votos dissidentes, se houver; e (Incluído pela Lei nº
companhia; 10.303, de 2001)
b) a mesa, a pedido de acionista interessado, V - demais documentos pertinentes a
autentique exemplar ou cópia de proposta, assuntos incluídos na ordem do dia. (Incluído pela
declaração de voto ou dissidência, ou protesto Lei nº 10.303, de 2001)
apresentado. § 1º Os anúncios indicarão o local ou locais
§ 2º A assembléia-geral da companhia aberta onde os acionistas poderão obter cópias desses
pode autorizar a publicação de ata com omissão documentos.
das assinaturas dos acionistas. § 2º A companhia remeterá cópia desses
§ 3º Se a ata não for lavrada na forma documentos aos acionistas que o pedirem por
permitida pelo § 1º, poderá ser publicado apenas o escrito, nas condições previstas no § 3º do artigo
seu extrato, com o sumário dos fatos ocorridos e a 124.
transcrição das deliberações tomadas. § 3o Os documentos referidos neste artigo, à
Espécies de Assembléia exceção dos constantes dos incisos IV e V, serão
publicados até 5 (cinco) dias, pelo menos, antes da
Art. 131. A assembléia-geral é ordinária
data marcada para a realização da assembléia-
quando tem por objeto as matérias previstas no
geral. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
artigo 132, e extraordinária nos demais casos.
§ 4º A assembléia-geral que reunir a totalidade
Parágrafo único. A assembléia-geral ordinária
dos acionistas poderá considerar sanada a falta de
e a assembléia-geral extraordinária poderão ser,
publicação dos anúncios ou a inobservância dos
cumulativamente, convocadas e realizadas no
prazos referidos neste artigo; mas é obrigatória a
mesmo local, data e hora, instrumentadas em ata
publicação dos documentos antes da realização da
única.
assembléia.
SEÇÃO II
§ 5º A publicação dos anúncios é dispensada
Assembléia-Geral Ordinária quando os documentos a que se refere este artigo
são publicados até 1 (um) mês antes da data
Objeto
marcada para a realização da assembléia-geral
Art. 132. Anualmente, nos 4 (quatro) primeiros ordinária.
meses seguintes ao término do exercício social,
Procedimento
deverá haver 1 (uma) assembléia-geral para:
Art. 134. Instalada a assembléia-geral,
I - tomar as contas dos administradores,
proceder-se-á, se requerida por qualquer acionista,
examinar, discutir e votar as demonstrações
à leitura dos documentos referidos no artigo 133 e
financeiras;
do parecer do conselho fiscal, se houver, os quais
II - deliberar sobre a destinação do lucro serão submetidos pela mesa à discussão e
líquido do exercício e a distribuição de dividendos; votação.
III - eleger os administradores e os membros § 1° Os administradores da companhia, ou ao
do conselho fiscal, quando for o caso; menos um deles, e o auditor independente, se
IV - aprovar a correção da expressão houver, deverão estar presentes à assembléia para
monetária do capital social (artigo 167). atender a pedidos de esclarecimentos de
acionistas, mas os administradores não poderão
Documentos da Administração votar, como acionistas ou procuradores, os
Art. 133. Os administradores devem documentos referidos neste artigo.
comunicar, até 1 (um) mês antes da data marcada § 2º Se a assembléia tiver necessidade de
para a realização da assembléia-geral ordinária, outros esclarecimentos, poderá adiar a deliberação
por anúncios publicados na forma prevista no artigo e ordenar diligências; também será adiada a
124, que se acham à disposição dos acionistas: deliberação, salvo dispensa dos acionistas
presentes, na hipótese de não comparecimento de
administrador, membro do conselho fiscal ou sobre: (Redação dada pela Lei nº 9.457, de
auditor independente. 1997)
§ 3º A aprovação, sem reserva, das I - criação de ações preferenciais ou aumento
demonstrações financeiras e das contas, exonera de classe de ações preferenciais existentes, sem
de responsabilidade os administradores e fiscais, guardar proporção com as demais classes de
salvo erro, dolo, fraude ou simulação (artigo 286). ações preferenciais, salvo se já previstos ou
autorizados pelo estatuto; (Redação dada
§ 4º Se a assembléia aprovar as
pela Lei nº 10.303, de 2001)
demonstrações financeiras com modificação no
montante do lucro do exercício ou no valor das II - alteração nas preferências, vantagens e
obrigações da companhia, os administradores condições de resgate ou amortização de uma ou
promoverão, dentro de 30 (trinta) dias, a mais classes de ações preferenciais, ou criação de
republicação das demonstrações, com as nova classe mais favorecida; (Redação dada
retificações deliberadas pela assembléia; se a pela Lei nº 9.457, de 1997)
destinação dos lucros proposta pelos órgãos de
III - redução do dividendo
administração não lograr aprovação (artigo 176, §
obrigatório; (Redação dada pela Lei nº 9.457,
3º), as modificações introduzidas constarão da ata
de 1997)
da assembléia.
IV - fusão da companhia, ou sua incorporação
§ 5º A ata da assembléia-geral ordinária será
em outra; (Redação dada pela Lei nº 9.457, de
arquivada no registro do comércio e publicada.
1997)
§ 6º As disposições do § 1º, segunda parte,
V - participação em grupo de sociedades (art.
não se aplicam quando, nas sociedades fechadas,
265); (Redação dada pela Lei nº 9.457, de
os diretores forem os únicos acionistas.
1997)
SEÇÃO III
VI - mudança do objeto da
Assembléia-Geral Extraordinária companhia; (Redação dada pela Lei nº 9.457,
de 1997)
Reforma do Estatuto
VII - cessação do estado de liquidação da
Art. 135. A assembléia-geral extraordinária
companhia; (Redação dada pela Lei nº 9.457,
que tiver por objeto a reforma do estatuto somente
de 1997)
se instalará em primeira convocação com a
presença de acionistas que representem 2/3 (dois VIII - criação de partes
terços), no mínimo, do capital com direito a voto, beneficiárias; (Redação dada pela Lei nº
mas poderá instalar-se em segunda com qualquer 9.457, de 1997)
número.
IX - cisão da companhia; (Incluído pela Lei
§ 1º Os atos relativos a reformas do estatuto, nº 9.457, de 1997)
para valerem contra terceiros, ficam sujeitos às
X - dissolução da companhia. (Incluído
formalidades de arquivamento e publicação, não
pela Lei nº 9.457, de 1997)
podendo, todavia, a falta de cumprimento dessas
formalidades ser oposta, pela companhia ou por § 1º Nos casos dos incisos I e II, a eficácia da
seus acionistas, a terceiros de boa-fé. deliberação depende de prévia aprovação ou da
ratificação, em prazo improrrogável de um ano, por
§ 2º Aplica-se aos atos de reforma do estatuto
titulares de mais da metade de cada classe de
o disposto no artigo 97 e seus §§ 1º e 2° e no artigo
ações preferenciais prejudicadas, reunidos em
98 e seu § 1º.
assembléia especial convocada pelos
§ 3o Os documentos pertinentes à matéria a administradores e instalada com as formalidades
ser debatida na assembléia-geral extraordinária desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de
deverão ser postos à disposição dos acionistas, na 1997)
sede da companhia, por ocasião da publicação do
§ 2º A Comissão de Valores Mobiliários pode
primeiro anúncio de convocação da assembléia-
autorizar a redução do quorum previsto neste artigo
geral. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
no caso de companhia aberta com a propriedade
"Quorum" Qualificado das ações dispersa no mercado, e cujas 3 (três)
últimas assembléias tenham sido realizadas com a
Art. 136. É necessária a aprovação de
presença de acionistas representando menos da
acionistas que representem metade, no mínimo,
metade das ações com direito a voto. Neste caso,
das ações com direito a voto, se maior quorum não
a autorização da Comissão de Valores Mobiliários
for exigido pelo estatuto da companhia cujas ações
será mencionada nos avisos de convocação e a
não estejam admitidas à negociação em bolsa ou
deliberação com quorum reduzido somente poderá
no mercado de balcão, para deliberação
ser adotada em terceira convocação.
§ 3o O disposto no § 2o deste artigo aplica-se II - nos casos dos incisos IV e V do art. 136,
também às assembléias especiais de acionistas não terá direito de retirada o titular de ação de
preferenciais de que trata o § 1o. (Redação espécie ou classe que tenha liquidez e dispersão
dada pela Lei nº 10.303, de 2001) no mercado, considerando-se haver: (Redação
dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
§ 4º Deverá constar da ata da assembléia-
geral que deliberar sobre as matérias dos incisos I a) liquidez, quando a espécie ou classe de
e II, se não houver prévia aprovação, que a ação, ou certificado que a represente, integre
deliberação só terá eficácia após a sua ratificação índice geral representativo de carteira de valores
pela assembléia especial prevista no § mobiliários admitido à negociação no mercado de
1º. (Incluído pela Lei nº 9.457, de 1997) valores mobiliários, no Brasil ou no exterior,
definido pela Comissão de Valores Mobiliários;
Art. 136-A. A aprovação da inserção de
e (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
convenção de arbitragem no estatuto social,
observado o quorum do art. 136, obriga a todos os b) dispersão, quando o acionista controlador,
acionistas, assegurado ao acionista dissidente o a sociedade controladora ou outras sociedades sob
direito de retirar-se da companhia mediante o seu controle detiverem menos da metade da
reembolso do valor de suas ações, nos termos do espécie ou classe de ação; (Redação dada
art. 45. (Incluído pela Lei nº 13.129, de pela Lei nº 10.303, de 2001)
2015) (Vigência)
III - no caso do inciso IX do art. 136, somente
o
§ 1 A convenção somente terá eficácia após haverá direito de retirada se a cisão
o decurso do prazo de 30 (trinta) dias, contado da implicar: (Redação dada pela Lei nº 10.303, de
publicação da ata da assembleia geral que a 2001)
aprovou. (Incluído pela Lei nº 13.129, de
a) mudança do objeto social, salvo quando o
2015) (Vigência)
patrimônio cindido for vertido para sociedade cuja
§ 2o O direito de retirada previsto no caput não atividade preponderante coincida com a decorrente
será aplicável: (Incluído pela Lei nº 13.129, do objeto social da sociedade cindida; (Incluída
de 2015) (Vigência) pela Lei nº 10.303, de 2001)
I - caso a inclusão da convenção de b) redução do dividendo obrigatório;
arbitragem no estatuto social represente condição ou (Incluída pela Lei nº 10.303, de 2001)
para que os valores mobiliários de emissão da
c) participação em grupo de
companhia sejam admitidos à negociação em
sociedades; (Incluída pela Lei nº 10.303, de
segmento de listagem de bolsa de valores ou de
2001)
mercado de balcão organizado que exija dispersão
acionária mínima de 25% (vinte e cinco por cento) IV - o reembolso da ação deve ser reclamado
das ações de cada espécie ou à companhia no prazo de 30 (trinta) dias contado
classe; (Incluído pela Lei nº 13.129, de da publicação da ata da assembléia-
2015) (Vigência) geral; (Redação dada pela Lei nº 10.303, de
2001)
II - caso a inclusão da convenção de
arbitragem seja efetuada no estatuto social de V - o prazo para o dissidente de deliberação
companhia aberta cujas ações sejam dotadas de de assembléia especial (art. 136, § 1o) será
liquidez e dispersão no mercado, nos termos das contado da publicação da respectiva
alíneas “a” e “b” do inciso II do art. 137 desta ata; (Redação dada pela Lei nº 10.303, de
Lei. (Incluído pela Lei nº 13.129, de 2001)
2015) (Vigência) VI - o pagamento do reembolso somente
Direito de Retirada poderá ser exigido após a observância do disposto
no § 3o e, se for o caso, da ratificação da
Art. 137. A aprovação das matérias previstas
deliberação pela assembléia-geral. (Incluído
nos incisos I a VI e IX do art. 136 dá ao acionista
pela Lei nº 10.303, de 2001)
dissidente o direito de retirar-se da companhia,
mediante reembolso do valor das suas ações (art. § 1º O acionista dissidente de deliberação da
45), observadas as seguintes assembléia, inclusive o titular de ações
normas: (Redação dada pela Lei nº 10.303, preferenciais sem direito de voto, poderá exercer o
de 2001) direito de reembolso das ações de que,
comprovadamente, era titular na data da primeira
I - nos casos dos incisos I e II do art. 136,
publicação do edital de convocação da assembléia,
somente terá direito de retirada o titular de ações
ou na data da comunicação do fato relevante objeto
de espécie ou classe prejudicadas; (Incluído
da deliberação, se anterior. (Redação dada
pela Lei nº 9.457, de 1997)
pela Lei nº 9.457, de 1997)
§ 2o O direito de reembolso poderá ser III - o prazo de gestão, que não poderá ser
exercido no prazo previsto nos incisos IV ou V superior a 3 (três) anos, permitida a reeleição;
do caput deste artigo, conforme o caso, ainda que
IV - as normas sobre convocação, instalação
o titular das ações tenha se abstido de votar contra
e funcionamento do conselho, que deliberará por
a deliberação ou não tenha comparecido à
maioria de votos, podendo o estatuto estabelecer
assembléia. (Redação dada pela Lei nº
quorum qualificado para certas deliberações,
10.303, de 2001)
desde que especifique as matérias. (Redação
§ 3o Nos 10 (dez) dias subseqüentes ao dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
término do prazo de que tratam os incisos IV e V
Parágrafo único. O estatuto poderá prever a
do caput deste artigo, conforme o caso, contado da
participação no conselho de representantes dos
publicação da ata da assembléia-geral ou da
empregados, escolhidos pelo voto destes, em
assembléia especial que ratificar a deliberação, é
eleição direta, organizada pela empresa, em
facultado aos órgãos da administração convocar a
conjunto com as entidades sindicais que os
assembléia-geral para ratificar ou reconsiderar a
representem. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
deliberação, se entenderem que o pagamento do
preço do reembolso das ações aos acionistas Voto Múltiplo
dissidentes que exerceram o direito de retirada Art. 141. Na eleição dos conselheiros, é
porá em risco a estabilidade financeira da facultado aos acionistas que representem, no
empresa. (Redação dada pela Lei nº 10.303, mínimo, 0,1 (um décimo) do capital social com
de 2001) direito a voto, esteja ou não previsto no estatuto,
§ 4º Decairá do direito de retirada o acionista requerer a adoção do processo de voto múltiplo,
que não o exercer no prazo fixado. (Incluído atribuindo-se a cada ação tantos votos quantos
pela Lei nº 9.457, de 1997) sejam os membros do conselho, e reconhecido ao
acionista o direito de cumular os votos num só
CAPÍTULO XII
candidato ou distribuí-los entre vários.
Conselho de Administração e Diretoria
§ 1º A faculdade prevista neste artigo deverá
Administração da Companhia ser exercida pelos acionistas até 48 (quarenta e
oito) horas antes da assembléia-geral, cabendo à
Art. 138. A administração da companhia
mesa que dirigir os trabalhos da assembléia
competirá, conforme dispuser o estatuto, ao
informar previamente aos acionistas, à vista do
conselho de administração e à diretoria, ou
"Livro de Presença", o número de votos
somente à diretoria.
necessários para a eleição de cada membro do
§ 1º O conselho de administração é órgão de conselho.
deliberação colegiada, sendo a representação da
§ 2º Os cargos que, em virtude de empate,
companhia privativa dos diretores.
não forem preenchidos, serão objeto de nova
§ 2º As companhias abertas e as de capital votação, pelo mesmo processo, observado o
autorizado terão, obrigatoriamente, conselho de disposto no § 1º, in fine.
administração.
§ 3º Sempre que a eleição tiver sido realizada
Art. 139. As atribuições e poderes conferidos por esse processo, a destituição de qualquer
por lei aos órgãos de administração não podem ser membro do conselho de administração pela
outorgados a outro órgão, criado por lei ou pelo assembléia-geral importará destituição dos demais
estatuto. membros, procedendo-se a nova eleição; nos
SEÇÃO I demais casos de vaga, não havendo suplente, a
primeira assembléia-geral procederá à nova
Conselho de Administração eleição de todo o conselho.
Composição § 4o Terão direito de eleger e destituir um
Art. 140. O conselho de administração será membro e seu suplente do conselho de
composto por, no mínimo, 3 (três) membros, eleitos administração, em votação em separado na
pela assembléia-geral e por ela destituíveis a assembléia-geral, excluído o acionista controlador,
qualquer tempo, devendo o estatuto estabelecer: a maioria dos titulares, respectivamente: (Redação
dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
I - o número de conselheiros, ou o máximo e
mínimo permitidos, e o processo de escolha e I - de ações de emissão de companhia aberta
substituição do presidente do conselho pela com direito a voto, que representem, pelo menos,
assembléia ou pelo próprio conselho; (Redação 15% (quinze por cento) do total das ações com
dada pela Lei nº 10.303, de 2001) direito a voto; e (Incluído pela Lei nº 10.303, de
2001)
II - o modo de substituição dos conselheiros;
II - de ações preferenciais sem direito a voto IV - convocar a assembléia-geral quando
ou com voto restrito de emissão de companhia julgar conveniente, ou no caso do artigo 132;
aberta, que representem, no mínimo, 10% (dez por
V - manifestar-se sobre o relatório da
cento) do capital social, que não houverem
administração e as contas da diretoria;
exercido o direito previsto no estatuto, em
conformidade com o art. 18. (Incluído pela Lei nº VI - manifestar-se previamente sobre atos ou
10.303, de 2001) contratos, quando o estatuto assim o exigir;
§ 5o Verificando-se que nem os titulares de VII - deliberar, quando autorizado pelo
ações com direito a voto e nem os titulares de estatuto, sobre a emissão de ações ou de bônus de
ações preferenciais sem direito a voto ou com voto subscrição; (Vide Lei nº 12.838, de 2013)
restrito perfizeram, respectivamente, o quorum VIII – autorizar, se o estatuto não dispuser em
exigido nos incisos I e II do § 4o, ser-lhes-á contrário, a alienação de bens do ativo não
facultado agregar suas ações para elegerem em circulante, a constituição de ônus reais e a
conjunto um membro e seu suplente para o prestação de garantias a obrigações de
conselho de administração, observando-se, nessa terceiros; (Redação dada pela Lei nº 11.941, de
hipótese, o quorum exigido pelo inciso II do § 2009)
4o. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
IX - escolher e destituir os auditores
§ 6o Somente poderão exercer o direito independentes, se houver.
previsto no § 4o os acionistas que comprovarem a
titularidade ininterrupta da participação acionária § 1o Serão arquivadas no registro do comércio
ali exigida durante o período de 3 (três) meses, no e publicadas as atas das reuniões do conselho de
mínimo, imediatamente anterior à realização da administração que contiverem deliberação
assembléia-geral. (Incluído pela Lei nº 10.303, de destinada a produzir efeitos perante
2001) terceiros. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de
2001)
§ 7o Sempre que, cumulativamente, a eleição
do conselho de administração se der pelo sistema § 2o A escolha e a destituição do auditor
do voto múltiplo e os titulares de ações ordinárias independente ficará sujeita a veto, devidamente
ou preferenciais exercerem a prerrogativa de fundamentado, dos conselheiros eleitos na forma
eleger conselheiro, será assegurado a acionista ou do art. 141, § 4o, se houver. (Incluído pela Lei nº
grupo de acionistas vinculados por acordo de votos 10.303, de 2001)
que detenham mais do que 50% (cinqüenta por SEÇÃO II
cento) das ações com direito de voto o direito de
eleger conselheiros em número igual ao dos eleitos Diretoria
pelos demais acionistas, mais um, Composição
independentemente do número de conselheiros
que, segundo o estatuto, componha o Art. 143. A Diretoria será composta por 2
órgão. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001) (dois) ou mais diretores, eleitos e destituíveis a
qualquer tempo pelo conselho de administração,
§ 8o A companhia deverá manter registro com ou, se inexistente, pela assembléia-geral, devendo
a identificação dos acionistas que exercerem a o estatuto estabelecer:
prerrogativa a que se refere o § 4o. (Incluído pela
Lei nº 10.303, de 2001) I - o número de diretores, ou o máximo e o
mínimo permitidos;
§ 9o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.303,
de 2001) II - o modo de sua substituição;
Competência III - o prazo de gestão, que não será superior
a 3 (três) anos, permitida a reeleição;
Art. 142. Compete ao conselho de
administração: IV - as atribuições e poderes de cada diretor.
I - fixar a orientação geral dos negócios da § 1º Os membros do conselho de
companhia; administração, até o máximo de 1/3 (um terço),
poderão ser eleitos para cargos de diretores.
II - eleger e destituir os diretores da
companhia e fixar-lhes as atribuições, observado o § 2º O estatuto pode estabelecer que
que a respeito dispuser o estatuto; determinadas decisões, de competência dos
diretores, sejam tomadas em reunião da diretoria.
III - fiscalizar a gestão dos diretores, examinar,
a qualquer tempo, os livros e papéis da companhia, Representação
solicitar informações sobre contratos celebrados Art. 144. No silêncio do estatuto e inexistindo
ou em via de celebração, e quaisquer outros atos; deliberação do conselho de administração (artigo
142, n. II e parágrafo único), competirão a qualquer § 2º São ainda inelegíveis para os cargos de
diretor a representação da companhia e a prática administração de companhia aberta as pessoas
dos atos necessários ao seu funcionamento declaradas inabilitadas por ato da Comissão de
regular. Valores Mobiliários.
Parágrafo único. Nos limites de suas § 3o O conselheiro deve ter reputação ilibada,
atribuições e poderes, é lícito aos diretores não podendo ser eleito, salvo dispensa da
constituir mandatários da companhia, devendo ser assembléia-geral, aquele que: (Incluído pela Lei nº
especificados no instrumento os atos ou operações 10.303, de 2001)
que poderão praticar e a duração do mandato, que,
I - ocupar cargos em sociedades que possam
no caso de mandatojudicial, poderá ser por prazo
ser consideradas concorrentes no mercado, em
indeterminado.
especial, em conselhos consultivos, de
SEÇÃO III administração ou fiscal; e (Incluído pela Lei nº
10.303, de 2001)
Administradores
II - tiver interesse conflitante com a
Normas Comuns
sociedade. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
Art. 145. As normas relativas a requisitos,
§ 4o A comprovação do cumprimento das
impedimentos, investidura, remuneração, deveres
condições previstas no § 3o será efetuada por meio
e responsabilidade dos administradores aplicam-
de declaração firmada pelo conselheiro eleito nos
se a conselheiros e diretores.
termos definidos pela Comissão de Valores
Requisitos e Impedimentos Mobiliários, com vistas ao disposto nos arts. 145 e
Art. 146. Poderão ser eleitas para membros 159, sob as penas da lei. (Incluído pela Lei nº
dos órgãos de administração pessoas naturais, 10.303, de 2001)
devendo os diretores ser residentes no Garantia da Gestão
País. (Redação dada pela Lei nº 12.431, de 2011).
Art. 148. O estatuto pode estabelecer que o
§ 1o A ata da assembléia-geral ou da reunião exercício do cargo de administrador deva ser
do conselho de administração que eleger assegurado, pelo titular ou por terceiro, mediante
administradores deverá conter a qualificação e o penhor de ações da companhia ou outra garantia.
prazo de gestão de cada um dos eleitos, devendo
Parágrafo único. A garantia só será levantada
ser arquivada no registro do comércio e
após aprovação das últimas contas apresentadas
publicada. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de
pelo administrador que houver deixado o cargo.
2001)
Investidura
§ 2o A posse do conselheiro residente ou
domiciliado no exterior fica condicionada à Art. 149. Os conselheiros e diretores serão
constituição de representante residente no País, investidos nos seus cargos mediante assinatura de
com poderes para receber citação em ações contra termo de posse no livro de atas do conselho de
ele propostas com base na legislação societária, administração ou da diretoria, conforme o caso.
mediante procuração com prazo de validade que
§ 1o Se o termo não for assinado nos 30
deverá estender-se por, no mínimo, 3 (três) anos
(trinta) dias seguintes à nomeação, esta tornar-se-
após o término do prazo de gestão do
á sem efeito, salvo justificação aceita pelo órgão da
conselheiro. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de
administração para o qual tiver sido
2001)
eleito. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
Art. 147. Quando a lei exigir certos requisitos
§ 2o O termo de posse deverá conter, sob
para a investidura em cargo de administração da
pena de nulidade, a indicação de pelo menos um
companhia, a assembléia-geral somente poderá
domicílio no qual o administrador receberá as
eleger quem tenha exibido os necessários
citações e intimações em processos
comprovantes, dos quais se arquivará cópia
administrativos e judiciais relativos a atos de sua
autêntica na sede social.
gestão, as quais reputar-se-ão cumpridas
§ 1º São inelegíveis para os cargos de mediante entrega no domicílio indicado, o qual
administração da companhia as pessoas somente poderá ser alterado mediante
impedidas por lei especial, ou condenadas por comunicação por escrito à companhia. (Incluído
crime falimentar, de prevaricação, peita ou pela Lei nº 10.303, de 2001)
suborno, concussão, peculato, contra a economia
Substituição e Término da Gestão
popular, a fé pública ou a propriedade, ou a pena
criminal que vede, ainda que temporariamente, o Art. 150. No caso de vacância do cargo de
acesso a cargos públicos. conselheiro, salvo disposição em contrário do
estatuto, o substituto será nomeado pelos
conselheiros remanescentes e servirá até a Art. 153. O administrador da companhia deve
primeira assembléia-geral. Se ocorrer vacância da empregar, no exercício de suas funções, o cuidado
maioria dos cargos, a assembléia-geral será e diligência que todo homem ativo e probo costuma
convocada para proceder a nova eleição. empregar na administração dos seus próprios
negócios.
§ 1º No caso de vacância de todos os cargos
do conselho de administração, compete à diretoria Finalidade das Atribuições e Desvio de Poder
convocar a assembléia-geral.
Art. 154. O administrador deve exercer as
§ 2º No caso de vacância de todos os cargos atribuições que a lei e o estatuto lhe conferem para
da diretoria, se a companhia não tiver conselho de lograr os fins e no interesse da companhia,
administração, compete ao conselho fiscal, se em satisfeitas as exigências do bem público e da
funcionamento, ou a qualquer acionista, convocar função social da empresa.
a assembléia-geral, devendo o representante de
§ 1º O administrador eleito por grupo ou classe
maior número de ações praticar, até a realização
de acionistas tem, para com a companhia, os
da assembléia, os atos urgentes de administração
mesmos deveres que os demais, não podendo,
da companhia.
ainda que para defesa do interesse dos que o
§ 3º O substituto eleito para preencher cargo elegeram, faltar a esses deveres.
vago completará o prazo de gestão do substituído.
§ 2° É vedado ao administrador:
§ 4º O prazo de gestão do conselho de
a) praticar ato de liberalidade à custa da
administração ou da diretoria se estende até a
companhia;
investidura dos novos administradores eleitos.
b) sem prévia autorização da assembléia-
Renúncia
geral ou do conselho de administração, tomar por
Art. 151. A renúncia do administrador torna-se empréstimo recursos ou bens da companhia, ou
eficaz, em relação à companhia, desde o momento usar, em proveito próprio, de sociedade em que
em que lhe for entregue a comunicação escrita do tenha interesse, ou de terceiros, os seus bens,
renunciante, e em relação a terceiros de boa-fé, serviços ou crédito;
após arquivamento no registro de comércio e
c) receber de terceiros, sem autorização
publicação, que poderão ser promovidos pelo
estatutária ou da assembléia-geral, qualquer
renunciante.
modalidade de vantagem pessoal, direta ou
Remuneração indireta, em razão do exercício de seu cargo.
Art. 152. A assembléia-geral fixará o montante § 3º As importâncias recebidas com infração
global ou individual da remuneração dos ao disposto na alínea c do § 2º pertencerão à
administradores, inclusive benefícios de qualquer companhia.
natureza e verbas de representação, tendo em
§ 4º O conselho de administração ou a
conta suas responsabilidades, o tempo dedicado
diretoria podem autorizar a prática de atos gratuitos
às suas funções, sua competência e reputação
razoáveis em benefício dos empregados ou da
profissional e o valor dos seus serviços no
comunidade de que participe a empresa, tendo em
mercado. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de
vista suas responsabilidades sociais.
1997)
Dever de Lealdade
§ 1º O estatuto da companhia que fixar o
dividendo obrigatório em 25% (vinte e cinco por Art. 155. O administrador deve servir com
cento) ou mais do lucro líquido, pode atribuir aos lealdade à companhia e manter reserva sobre os
administradores participação no lucro da seus negócios, sendo-lhe vedado:
companhia, desde que o seu total não ultrapasse a I - usar, em benefício próprio ou de outrem,
remuneração anual dos administradores nem 0,1 com ou sem prejuízo para a companhia, as
(um décimo) dos lucros (artigo 190), prevalecendo oportunidades comerciais de que tenha
o limite que for menor. conhecimento em razão do exercício de seu cargo;
§ 2º Os administradores somente farão jus à II - omitir-se no exercício ou proteção de
participação nos lucros do exercício social em direitos da companhia ou, visando à obtenção de
relação ao qual for atribuído aos acionistas o vantagens, para si ou para outrem, deixar de
dividendo obrigatório, de que trata o artigo 202. aproveitar oportunidades de negócio de interesse
SEÇÃO IV da companhia;
Deveres e Responsabilidades III - adquirir, para revender com lucro, bem ou
direito que sabe necessário à companhia, ou que
Dever de Diligência
esta tencione adquirir.
§ 1º Cumpre, ademais, ao administrador de a) o número dos valores mobiliários de
companhia aberta, guardar sigilo sobre qualquer emissão da companhia ou de sociedades
informação que ainda não tenha sido divulgada controladas, ou do mesmo grupo, que tiver
para conhecimento do mercado, obtida em razão adquirido ou alienado, diretamente ou através de
do cargo e capaz de influir de modo ponderável na outras pessoas, no exercício anterior;
cotação de valores mobiliários, sendo-lhe vedado
b) as opções de compra de ações que tiver
valer-se da informação para obter, para si ou para
contratado ou exercido no exercício anterior;
outrem, vantagem mediante compra ou venda de
valores mobiliários. c) os benefícios ou vantagens, indiretas ou
complementares, que tenha recebido ou esteja
§ 2º O administrador deve zelar para que a
recebendo da companhia e de sociedades
violação do disposto no § 1º não possa ocorrer
coligadas, controladas ou do mesmo grupo;
através de subordinados ou terceiros de sua
confiança. d) as condições dos contratos de trabalho que
tenham sido firmados pela companhia com os
§ 3º A pessoa prejudicada em compra e venda
diretores e empregados de alto nível;
de valores mobiliários, contratada com infração do
disposto nos §§ 1° e 2°, tem direito de haver do e) quaisquer atos ou fatos relevantes nas
infrator indenização por perdas e danos, a menos atividades da companhia.
que ao contratar já conhecesse a informação. § 2º Os esclarecimentos prestados pelo
o administrador poderão, a pedido de qualquer
§ 4 É vedada a utilização de informação
relevante ainda não divulgada, por qualquer acionista, ser reduzidos a escrito, autenticados
pessoa que a ela tenha tido acesso, com a pela mesa da assembléia, e fornecidos por cópia
finalidade de auferir vantagem, para si ou para aos solicitantes.
outrem, no mercado de valores § 3º A revelação dos atos ou fatos de que trata
mobiliários. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001) este artigo só poderá ser utilizada no legítimo
Conflito de Interesses interesse da companhia ou do acionista,
respondendo os solicitantes pelos abusos que
Art. 156. É vedado ao administrador intervir
praticarem.
em qualquer operação social em que tiver interesse
conflitante com o da companhia, bem como na § 4º Os administradores da companhia aberta
deliberação que a respeito tomarem os demais são obrigados a comunicar imediatamente à bolsa
administradores, cumprindo-lhe cientificá-los do de valores e a divulgar pela imprensa qualquer
seu impedimento e fazer consignar, em ata de deliberação da assembléia-geral ou dos órgãos de
reunião do conselho de administração ou da administração da companhia, ou fato relevante
diretoria, a natureza e extensão do seu interesse. ocorrido nos seus negócios, que possa influir, de
modo ponderável, na decisão dos investidores do
§ 1º Ainda que observado o disposto neste
mercado de vender ou comprar valores mobiliários
artigo, o administrador somente pode contratar
emitidos pela companhia.
com a companhia em condições razoáveis ou
eqüitativas, idênticas às que prevalecem no § 5º Os administradores poderão recusar-se a
mercado ou em que a companhia contrataria com prestar a informação (§ 1º, alínea e), ou deixar de
terceiros. divulgá-la (§ 4º), se entenderem que sua revelação
porá em risco interesse legítimo da companhia,
§ 2º O negócio contratado com infração do
cabendo à Comissão de Valores Mobiliários, a
disposto no § 1º é anulável, e o administrador
pedido dos administradores, de qualquer acionista,
interessado será obrigado a transferir para a
ou por iniciativa própria, decidir sobre a prestação
companhia as vantagens que dele tiver auferido.
de informação e responsabilizar os
Dever de Informar administradores, se for o caso.
Art. 157. O administrador de companhia § 6o Os administradores da companhia aberta
aberta deve declarar, ao firmar o termo de posse, o deverão informar imediatamente, nos termos e na
número de ações, bônus de subscrição, opções de forma determinados pela Comissão de Valores
compra de ações e debêntures conversíveis em Mobiliários, a esta e às bolsas de valores ou
ações, de emissão da companhia e de sociedades entidades do mercado de balcão organizado nas
controladas ou do mesmo grupo, de que seja quais os valores mobiliários de emissão da
titular. (Vide Lei nº 12.838, de 2013) companhia estejam admitidos à negociação, as
modificações em suas posições acionárias na
§ 1º O administrador de companhia aberta é
companhia. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
obrigado a revelar à assembléia-geral ordinária, a
pedido de acionistas que representem 5% (cinco Responsabilidade dos Administradores
por cento) ou mais do capital social:
Art. 158. O administrador não é pessoalmente § 3º Qualquer acionista poderá promover a
responsável pelas obrigações que contrair em ação, se não for proposta no prazo de 3 (três)
nome da sociedade e em virtude de ato regular de meses da deliberação da assembléia-geral.
gestão; responde, porém, civilmente, pelos
§ 4º Se a assembléia deliberar não promover
prejuízos que causar, quando proceder:
a ação, poderá ela ser proposta por acionistas que
I - dentro de suas atribuições ou poderes, com representem 5% (cinco por cento), pelo menos, do
culpa ou dolo; capital social.
II - com violação da lei ou do estatuto. § 5° Os resultados da ação promovida por
acionista deferem-se à companhia, mas esta
§ 1º O administrador não é responsável por
deverá indenizá-lo, até o limite daqueles
atos ilícitos de outros administradores, salvo se
resultados, de todas as despesas em que tiver
com eles for conivente, se negligenciar em
incorrido, inclusive correção monetária e juros dos
descobri-los ou se, deles tendo conhecimento,
dispêndios realizados.
deixar de agir para impedir a sua prática. Exime-se
de responsabilidade o administrador dissidente § 6° O juiz poderá reconhecer a exclusão da
que faça consignar sua divergência em ata de responsabilidade do administrador, se convencido
reunião do órgão de administração ou, não sendo de que este agiu de boa-fé e visando ao interesse
possível, dela dê ciência imediata e por escrito ao da companhia.
órgão da administração, no conselho fiscal, se em
§ 7º A ação prevista neste artigo não exclui a
funcionamento, ou à assembléia-geral.
que couber ao acionista ou terceiro diretamente
§ 2º Os administradores são solidariamente prejudicado por ato de administrador.
responsáveis pelos prejuízos causados em virtude
Órgãos Técnicos e Consultivos
do não cumprimento dos deveres impostos por lei
para assegurar o funcionamento normal da Art. 160. As normas desta Seção aplicam-se
companhia, ainda que, pelo estatuto, tais deveres aos membros de quaisquer órgãos, criados pelo
não caibam a todos eles. estatuto, com funções técnicas ou destinados a
aconselhar os administradores.
§ 3º Nas companhias abertas, a
responsabilidade de que trata o § 2º ficará restrita, CAPÍTULO XIII
ressalvado o disposto no § 4º, aos administradores Conselho Fiscal
que, por disposição do estatuto, tenham atribuição
específica de dar cumprimento àqueles deveres. Composição e Funcionamento
§ 4º O administrador que, tendo conhecimento Art. 161. A companhia terá um conselho fiscal
do não cumprimento desses deveres por seu e o estatuto disporá sobre seu funcionamento, de
predecessor, ou pelo administrador competente modo permanente ou nos exercícios sociais em
nos termos do § 3º, deixar de comunicar o fato a que for instalado a pedido de acionistas.
assembléia-geral, tornar-se-á por ele § 1º O conselho fiscal será composto de, no
solidariamente responsável. mínimo, 3 (três) e, no máximo, 5 (cinco) membros,
§ 5º Responderá solidariamente com o e suplentes em igual número, acionistas ou não,
administrador quem, com o fim de obter vantagem eleitos pela assembléia-geral.
para si ou para outrem, concorrer para a prática de § 2º O conselho fiscal, quando o
ato com violação da lei ou do estatuto. funcionamento não for permanente, será instalado
Ação de Responsabilidade pela assembléia-geral a pedido de acionistas que
representem, no mínimo, 0,1 (um décimo) das
Art. 159. Compete à companhia, mediante ações com direito a voto, ou 5% (cinco por cento)
prévia deliberação da assembléia-geral, a ação de das ações sem direito a voto, e cada período de
responsabilidade civil contra o administrador, pelos seu funcionamento terminará na primeira
prejuízos causados ao seu patrimônio. assembléia-geral ordinária após a sua instalação.
§ 1º A deliberação poderá ser tomada em § 3º O pedido de funcionamento do conselho
assembléia-geral ordinária e, se prevista na ordem fiscal, ainda que a matéria não conste do anúncio
do dia, ou for conseqüência direta de assunto nela de convocação, poderá ser formulado em qualquer
incluído, em assembléia-geral extraordinária. assembléia-geral, que elegerá os seus membros.
§ 2º O administrador ou administradores § 4º Na constituição do conselho fiscal serão
contra os quais deva ser proposta ação ficarão observadas as seguintes normas:
impedidos e deverão ser substituídos na mesma
assembléia. a) os titulares de ações preferenciais sem
direito a voto, ou com voto restrito, terão direito de
eleger, em votação em separado, 1 (um) membro
e respectivo suplente; igual direito terão os estatutários; (Redação dada pela Lei nº 10.303, de
acionistas minoritários, desde que representem, 2001)
em conjunto, 10% (dez por cento) ou mais das
II - opinar sobre o relatório anual da
ações com direito a voto;
administração, fazendo constar do seu parecer as
b) ressalvado o disposto na alínea anterior, os informações complementares que julgar
demais acionistas com direito a voto poderão necessárias ou úteis à deliberação da assembléia-
eleger os membros efetivos e suplentes que, em geral;
qualquer caso, serão em número igual ao dos
III - opinar sobre as propostas dos órgãos da
eleitos nos termos da alínea a, mais um.
administração, a serem submetidas à assembléia-
§ 5º Os membros do conselho fiscal e seus geral, relativas a modificação do capital social,
suplentes exercerão seus cargos até a primeira emissão de debêntures ou bônus de subscrição,
assembléia-geral ordinária que se realizar após a planos de investimento ou orçamentos de capital,
sua eleição, e poderão ser reeleitos. distribuição de dividendos, transformação,
incorporação, fusão ou cisão; (Vide Lei nº
§ 6o Os membros do conselho fiscal e seus
12.838, de 2013)
suplentes exercerão seus cargos até a primeira
assembléia-geral ordinária que se realizar após a IV - denunciar, por qualquer de seus
sua eleição, e poderão ser reeleitos. (Incluído pela membros, aos órgãos de administração e, se estes
Lei nº 10.303, de 2001) não tomarem as providências necessárias para a
proteção dos interesses da companhia, à
§ 7o A função de membro do conselho fiscal é
assembléia-geral, os erros, fraudes ou crimes que
indelegável. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
descobrirem, e sugerir providências úteis à
Requisitos, Impedimentos e Remuneração companhia; (Redação dada pela Lei nº 10.303, de
Art. 162. Somente podem ser eleitos para o 2001)
conselho fiscal pessoas naturais, residentes no V - convocar a assembléia-geral ordinária, se
País, diplomadas em curso de nível universitário, os órgãos da administração retardarem por mais de
ou que tenham exercido por prazo mínimo de 3 1 (um) mês essa convocação, e a extraordinária,
(três) anos, cargo de administrador de empresa ou sempre que ocorrerem motivos graves ou
de conselheiro fiscal. urgentes, incluindo na agenda das assembléias as
§ 1º Nas localidades em que não houver matérias que considerarem necessárias;
pessoas habilitadas, em número suficiente, para o VI - analisar, ao menos trimestralmente, o
exercício da função, caberá ao juiz dispensar a balancete e demais demonstrações financeiras
companhia da satisfação dos requisitos elaboradas periodicamente pela companhia;
estabelecidos neste artigo.
VII - examinar as demonstrações financeiras
§ 2º Não podem ser eleitos para o conselho do exercício social e sobre elas opinar;
fiscal, além das pessoas enumeradas nos
VIII - exercer essas atribuições, durante a
parágrafos do artigo 147, membros de órgãos de
liquidação, tendo em vista as disposições especiais
administração e empregados da companhia ou de
que a regulam.
sociedade controlada ou do mesmo grupo, e o
cônjuge ou parente, até terceiro grau, de § 1º Os órgãos de administração são
administrador da companhia. obrigados, através de comunicação por escrito, a
colocar à disposição dos membros em exercício do
§ 3º A remuneração dos membros do conselho
conselho fiscal, dentro de 10 (dez) dias, cópias das
fiscal, além do reembolso, obrigatório, das
atas de suas reuniões e, dentro de 15 (quinze) dias
despesas de locomoção e estada necessárias ao
do seu recebimento, cópias dos balancetes e
desempenho da função, será fixada pela
demais demonstrações financeiras elaboradas
assembléia-geral que os eleger, e não poderá ser
periodicamente e, quando houver, dos relatórios de
inferior, para cada membro em exercício, a dez por
execução de orçamentos.
cento da que, em média, for atribuída a cada
diretor, não computados benefícios, verbas de § 2o O conselho fiscal, a pedido de qualquer
representação e participação nos lucros. (Redação dos seus membros, solicitará aos órgãos de
dada pela Lei nº 9.457, de 1997) administração esclarecimentos ou informações,
desde que relativas à sua função fiscalizadora,
Competência
assim como a elaboração de demonstrações
Art. 163. Compete ao conselho fiscal: financeiras ou contábeis especiais. (Redação dada
I - fiscalizar, por qualquer de seus membros, pela Lei nº 10.303, de 2001)
os atos dos administradores e verificar o § 3° Os membros do conselho fiscal assistirão
cumprimento dos seus deveres legais e às reuniões do conselho de administração, se
houver, ou da diretoria, em que se deliberar sobre § 1o Os membros do conselho fiscal deverão
os assuntos em que devam opinar (ns. II, III e VII). exercer suas funções no exclusivo interesse da
companhia; considerar-se-á abusivo o exercício da
§ 4º Se a companhia tiver auditores
função com o fim de causar dano à companhia, ou
independentes, o conselho fiscal, a pedido de
aos seus acionistas ou administradores, ou de
qualquer de seus membros, poderá solicitar-lhes
obter, para si ou para outrem, vantagem a que não
esclarecimentos ou informações, e a apuração de
faz jus e de que resulte, ou possa resultar, prejuízo
fatos específicos. (Redação dada pela Lei nº
para a companhia, seus acionistas ou
9.457, de 1997)
administradores. (Redação dada pela Lei nº
§ 5º Se a companhia não tiver auditores 10.303, de 2001)
independentes, o conselho fiscal poderá, para
§ 2o O membro do conselho fiscal não é
melhor desempenho das suas funções, escolher
responsável pelos atos ilícitos de outros membros,
contador ou firma de auditoria e fixar-lhes os
salvo se com eles foi conivente, ou se concorrer
honorários, dentro de níveis razoáveis, vigentes na
para a prática do ato. (Redação dada pela Lei nº
praça e compatíveis com a dimensão econômica
10.303, de 31.10.2001)
da companhia, os quais serão pagos por esta.
§ 3o A responsabilidade dos membros do
§ 6º O conselho fiscal deverá fornecer ao
conselho fiscal por omissão no cumprimento de
acionista, ou grupo de acionistas que representem,
seus deveres é solidária, mas dela se exime o
no mínimo 5% (cinco por cento) do capital social,
membro dissidente que fizer consignar sua
sempre que solicitadas, informações sobre
divergência em ata da reunião do órgão e a
matérias de sua competência.
comunicar aos órgãos da administração e à
§ 7º As atribuições e poderes conferidos pela assembléia-geral. (Incluído pela Lei nº 10.303, de
lei ao conselho fiscal não podem ser outorgados a 2001)
outro órgão da companhia.
Art. 165-A. Os membros do conselho fiscal da
§ 8º O conselho fiscal poderá, para apurar fato companhia aberta deverão informar imediatamente
cujo esclarecimento seja necessário ao as modificações em suas posições acionárias na
desempenho de suas funções, formular, com companhia à Comissão de Valores Mobiliários e às
justificativa, questões a serem respondidas por Bolsas de Valores ou entidades do mercado de
perito e solicitar à diretoria que indique, para esse balcão organizado nas quais os valores mobiliários
fim, no prazo máximo de trinta dias, três peritos, de emissão da companhia estejam admitidos à
que podem ser pessoas físicas ou jurídicas, de negociação, nas condições e na forma
notório conhecimento na área em questão, entre os determinadas pela Comissão de Valores
quais o conselho fiscal escolherá um, cujos Mobiliários. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
honorários serão pagos pela companhia. (Incluído
CAPÍTULO XIV
pela Lei nº 9.457, de 1997)
Modificação do Capital Social
Pareceres e Representações
SEÇÃO I
Art. 164. Os membros do conselho fiscal, ou
ao menos um deles, deverão comparecer às Aumento
reuniões da assembléia-geral e responder aos
Competência
pedidos de informações formulados pelos
acionistas. Art. 166. O capital social pode ser aumentado:
Parágrafo único. Os pareceres e I - por deliberação da assembléia-geral
representações do conselho fiscal, ou de qualquer ordinária, para correção da expressão monetária
um de seus membros, poderão ser apresentados e do seu valor (artigo 167);
lidos na assembléia-geral, independentemente de II - por deliberação da assembléia-geral ou do
publicação e ainda que a matéria não conste da conselho de administração, observado o que a
ordem do dia. (Redação dada pela Lei nº 10.303, respeito dispuser o estatuto, nos casos de emissão
de 2001) de ações dentro do limite autorizado no estatuto
Deveres e Responsabilidades (artigo 168);
Art. 165. Os membros do conselho fiscal têm III - por conversão, em ações, de debêntures
os mesmos deveres dos administradores de que ou parte beneficiárias e pelo exercício de direitos
tratam os arts. 153 a 156 e respondem pelos danos conferidos por bônus de subscrição, ou de opção
resultantes de omissão no cumprimento de seus de compra de ações; (Vide Lei nº 12.838, de
deveres e de atos praticados com culpa ou dolo, ou 2013)
com violação da lei ou do estatuto.(Redação dada IV - por deliberação da assembléia-geral
pela Lei nº 10.303, de 2001) extraordinária convocada para decidir sobre
reforma do estatuto social, no caso de inexistir § 2º O limite de autorização, quando fixado em
autorização de aumento, ou de estar a mesma valor do capital social, será anualmente corrigido
esgotada. pela assembléia-geral ordinária, com base nos
mesmos índices adotados na correção do capital
§ 1º Dentro dos 30 (trinta) dias subseqüentes
social.
à efetivação do aumento, a companhia requererá
ao registro do comércio a sua averbação, nos § 3º O estatuto pode prever que a companhia,
casos dos números I a III, ou o arquivamento da ata dentro do limite de capital autorizado, e de acordo
da assembléia de reforma do estatuto, no caso do com plano aprovado pela assembléia-geral,
número IV. (Vide Lei nº 12.838, de 2013) outorgue opção de compra de ações a seus
administradores ou empregados, ou a pessoas
§ 2º O conselho fiscal, se em funcionamento,
naturais que prestem serviços à companhia ou a
deverá, salvo nos casos do número III, ser
sociedade sob seu controle.
obrigatoriamente ouvido antes da deliberação
sobre o aumento de capital. (Vide Lei nº 12.838, Capitalização de Lucros e Reservas
de 2013)
Art. 169. O aumento mediante capitalização
Correção Monetária Anual de lucros ou de reservas importará alteração do
valor nominal das ações ou distribuições das ações
Art. 167. A reserva de capital constituída por
novas, correspondentes ao aumento, entre
ocasião do balanço de encerramento do exercício
acionistas, na proporção do número de ações que
social e resultante da correção monetária do capital
possuírem.
realizado (artigo 182, § 2º) será capitalizada por
deliberação da assembléia-geral ordinária que § 1º Na companhia com ações sem valor
aprovar o balanço. nominal, a capitalização de lucros ou de reservas
poderá ser efetivada sem modificação do número
§ 1º Na companhia aberta, a capitalização
de ações.
prevista neste artigo será feita sem modificação do
número de ações emitidas e com aumento do valor § 2º Às ações distribuídas de acordo com este
nominal das ações, se for o caso. artigo se estenderão, salvo cláusula em contrário
dos instrumentos que os tenham constituído, o
§ 2º A companhia poderá deixar de capitalizar
usufruto, o fideicomisso, a inalienabilidade e a
o saldo da reserva correspondente às frações de
incomunicabilidade que porventura gravarem as
centavo do valor nominal das ações, ou, se não
ações de que elas forem derivadas.
tiverem valor nominal, à fração inferior a 1% (um
por cento) do capital social. § 3º As ações que não puderem ser atribuídas
por inteiro a cada acionista serão vendidas em
§ 3º Se a companhia tiver ações com e sem
bolsa, dividindo-se o produto da venda,
valor nominal, a correção do capital
proporcionalmente, pelos titulares das frações;
correspondente às ações com valor nominal será
antes da venda, a companhia fixará prazo não
feita separadamente, sendo a reserva resultante
inferior a 30 (trinta) dias, durante o qual os
capitalizada em benefício dessas ações.
acionistas poderão transferir as frações de ação.
Capital Autorizado
Aumento Mediante Subscrição de Ações
Art. 168. O estatuto pode conter autorização
Art. 170. Depois de realizados 3/4 (três
para aumento do capital social independentemente
quartos), no mínimo, do capital social, a companhia
de reforma estatutária.
pode aumentá-lo mediante subscrição pública ou
§ 1º A autorização deverá especificar: particular de ações.
a) o limite de aumento, em valor do capital ou § 1º O preço de emissão deverá ser fixado,
em número de ações, e as espécies e classes das sem diluição injustificada da participação dos
ações que poderão ser emitidas; antigos acionistas, ainda que tenham direito de
b) o órgão competente para deliberar sobre as preferência para subscrevê-las, tendo em vista,
emissões, que poderá ser a assembléia-geral ou o alternativa ou conjuntamente: (Redação dada pela
conselho de administração; Lei nº 9.457, de 1997)

c) as condições a que estiverem sujeitas as I - a perspectiva de rentabilidade da


emissões; companhia; (Incluído pela Lei nº 9.457, de 1997)

d) os casos ou as condições em que os II - o valor do patrimônio líquido da


acionistas terão direito de preferência para ação; (Incluído pela Lei nº 9.457, de 1997)
subscrição, ou de inexistência desse direito (artigo III - a cotação de suas ações em Bolsa de
172). Valores ou no mercado de balcão organizado,
admitido ágio ou deságio em função das condições
do mercado. (Incluído pela Lei nº 9.457, de 1997)
§ 2º A assembléia-geral, quando for de sua ações que possuir, sobre ações de todas as
competência deliberar sobre o aumento, poderá espécies e classes do aumento.
delegar ao conselho de administração a fixação do
§ 2º No aumento mediante capitalização de
preço de emissão de ações a serem distribuídas no
créditos ou subscrição em bens, será sempre
mercado.
assegurado aos acionistas o direito de preferência
§ 3º A subscrição de ações para realização e, se for o caso, as importâncias por eles pagas
em bens será sempre procedida com observância serão entregues ao titular do crédito a ser
do disposto no artigo 8º, e a ela se aplicará o capitalizado ou do bem a ser incorporado.
disposto nos §§ 2º e 3º do artigo 98.
§ 3º Os acionistas terão direito de preferência
§ 4º As entradas e as prestações da para subscrição das emissões de debêntures
realização das ações poderão ser recebidas pela conversíveis em ações, bônus de subscrição e
companhia independentemente de depósito partes beneficiárias conversíveis em ações
bancário. emitidas para alienação onerosa; mas na
conversão desses títulos em ações, ou na outorga
§ 5º No aumento de capital observar-se-á, se
e no exercício de opção de compra de ações, não
mediante subscrição pública, o disposto no artigo
haverá direito de preferência.
82, e se mediante subscrição particular, o que a
respeito for deliberado pela assembléia-geral ou § 4º O estatuto ou a assembléia-geral fixará
pelo conselho de administração, conforme prazo de decadência, não inferior a 30 (trinta) dias,
dispuser o estatuto. para o exercício do direito de preferência.
§ 6º Ao aumento de capital aplica-se, no que § 5º No usufruto e no fideicomisso, o direito de
couber, o disposto sobre a constituição da preferência, quando não exercido pelo acionista
companhia, exceto na parte final do § 2º do artigo até 10 (dez) dias antes do vencimento do prazo,
82. poderá sê-lo pelo usufrutuário ou fideicomissário.
§ 7º A proposta de aumento do capital deverá § 6º O acionista poderá ceder seu direito de
esclarecer qual o critério adotado, nos termos do § preferência.
1º deste artigo, justificando pormenorizadamente
§ 7º Na companhia aberta, o órgão que
os aspectos econômicos que determinaram a sua
deliberar sobre a emissão mediante subscrição
escolha. (Incluído pela Lei nº 9.457, de 1997)
particular deverá dispor sobre as sobras de valores
Direito de Preferência mobiliários não subscritos, podendo:
Art. 171. Na proporção do número de ações a) mandar vendê-las em bolsa, em benefício
que possuírem, os acionistas terão preferência da companhia; ou
para a subscrição do aumento de capital. (Vide
b) rateá-las, na proporção dos valores
Lei nº 12.838, de 2013)
subscritos, entre os acionistas que tiverem pedido,
§ 1º Se o capital for dividido em ações de no boletim ou lista de subscrição, reserva de
diversas espécies ou classes e o aumento for feito sobras; nesse caso, a condição constará dos
por emissão de mais de uma espécie ou classe, boletins e listas de subscrição e o saldo não
observar-se-ão as seguintes normas: rateado será vendido em bolsa, nos termos da
alínea anterior.
a) no caso de aumento, na mesma proporção,
do número de ações de todas as espécies e § 8° Na companhia fechada, será obrigatório
classes existentes, cada acionista exercerá o o rateio previsto na alínea b do § 7º, podendo o
direito de preferência sobre ações idênticas às de saldo, se houver, ser subscrito por terceiros, de
que for possuidor; acordo com os critérios estabelecidos pela
assembléia-geral ou pelos órgãos da
b) se as ações emitidas forem de espécies e
administração.
classes existentes, mas importarem alteração das
respectivas proporções no capital social, a Exclusão do Direito de Preferência
preferência será exercida sobre ações de espécies
Art. 172. O estatuto da companhia aberta que
e classes idênticas às de que forem possuidores os
contiver autorização para o aumento do capital
acionistas, somente se estendendo às demais se
pode prever a emissão, sem direito de preferência
aquelas forem insuficientes para lhes assegurar, no
para os antigos acionistas, ou com redução do
capital aumentado, a mesma proporção que tinham
prazo de que trata o § 4o do art. 171, de ações e
no capital antes do aumento;
debêntures conversíveis em ações, ou bônus de
c) se houver emissão de ações de espécie ou subscrição, cuja colocação seja feita
classe diversa das existentes, cada acionista mediante: (Redação dada pela Lei nº 10.303, de
exercerá a preferência, na proporção do número de 2001) (Vide Lei nº 12.838, de 2013)
I - venda em bolsa de valores ou subscrição SEÇÃO I
pública; ou
Exercício Social
II - permuta por ações, em oferta pública de
Art. 175. O exercício social terá duração de 1
aquisição de controle, nos termos dos arts. 257 e
(um) ano e a data do término será fixada no
263. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
estatuto.
Parágrafo único. O estatuto da companhia,
Parágrafo único. Na constituição da
ainda que fechada, pode excluir o direito de
companhia e nos casos de alteração estatutária o
preferência para subscrição de ações nos termos
exercício social poderá ter duração diversa.
de lei especial sobre incentivos fiscais.
SEÇÃO II
SEÇÃO II
Demonstrações Financeiras
Redução
Disposições Gerais
Art. 173. A assembléia-geral poderá deliberar
a redução do capital social se houver perda, até o Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a
montante dos prejuízos acumulados, ou se julgá-lo diretoria fará elaborar, com base na escrituração
excessivo. mercantil da companhia, as seguintes
demonstrações financeiras, que deverão exprimir
§ 1º A proposta de redução do capital social,
com clareza a situação do patrimônio da
quando de iniciativa dos administradores, não
companhia e as mutações ocorridas no exercício:
poderá ser submetida à deliberação da
assembléia-geral sem o parecer do conselho fiscal, I - balanço patrimonial;
se em funcionamento. II - demonstração dos lucros ou prejuízos
§ 2º A partir da deliberação de redução ficarão acumulados;
suspensos os direitos correspondentes às ações III - demonstração do resultado do exercício;
cujos certificados tenham sido emitidos, até que e
sejam apresentados à companhia para
substituição. IV – demonstração dos fluxos de caixa;
e (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)
Oposição dos Credores
V – se companhia aberta, demonstração
Art. 174. Ressalvado o disposto nos artigos 45 do valor adicionado. (Incluído pela Lei nº
e 107, a redução do capital social com restituição 11.638,de 2007)
aos acionistas de parte do valor das ações, ou pela
diminuição do valor destas, quando não § 1º As demonstrações de cada exercício
integralizadas, à importância das entradas, só se serão publicadas com a indicação dos valores
tornará efetiva 60 (sessenta) dias após a correspondentes das demonstrações do exercício
publicação da ata da assembléia-geral que a tiver anterior.
deliberado. § 2º Nas demonstrações, as contas
§ 1º Durante o prazo previsto neste artigo, os semelhantes poderão ser agrupadas; os pequenos
credores quirografários por títulos anteriores à data saldos poderão ser agregados, desde que indicada
da publicação da ata poderão, mediante a sua natureza e não ultrapassem 0,1 (um décimo)
notificação, de que se dará ciência ao registro do do valor do respectivo grupo de contas; mas é
comércio da sede da companhia, opor-se à vedada a utilização de designações genéricas,
redução do capital; decairão desse direito os como "diversas contas" ou "contas-correntes".
credores que o não exercerem dentro do prazo. § 3º As demonstrações financeiras registrarão
§ 2º Findo o prazo, a ata da assembléia-geral a destinação dos lucros segundo a proposta dos
que houver deliberado à redução poderá ser órgãos da administração, no pressuposto de sua
arquivada se não tiver havido oposição ou, se tiver aprovação pela assembléia-geral.
havido oposição de algum credor, desde que feita § 4º As demonstrações serão
a prova do pagamento do seu crédito ou do complementadas por notas explicativas e outros
depósito judicial da importância respectiva. quadros analíticos ou demonstrações contábeis
§ 3º Se houver em circulação debêntures necessários para esclarecimento da situação
emitidas pela companhia, a redução do capital, nos patrimonial e dos resultados do exercício.
casos previstos neste artigo, não poderá ser § 5o As notas explicativas devem: (Redação
efetivada sem prévia aprovação pela maioria dos dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
debenturistas, reunidos em assembléia especial.
I – apresentar informações sobre a base de
CAPÍTULO XV preparação das demonstrações financeiras e das
Exercício Social e Demonstrações Financeiras práticas contábeis específicas selecionadas e
aplicadas para negócios e eventos o registro de que trata o § 3o deste artigo. (Incluído
significativos; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) pela Lei nº 11.941, de 2009)
II – divulgar as informações exigidas pelas Escrituração
práticas contábeis adotadas no Brasil que não
Art. 177. A escrituração da companhia será
estejam apresentadas em nenhuma outra parte
mantida em registros permanentes, com
das demonstrações financeiras; (Incluído pela Lei
obediência aos preceitos da legislação comercial e
nº 11.941, de 2009)
desta Lei e aos princípios de contabilidade
III – fornecer informações adicionais não geralmente aceitos, devendo observar métodos ou
indicadas nas próprias demonstrações financeiras critérios contábeis uniformes no tempo e registrar
e consideradas necessárias para uma as mutações patrimoniais segundo o regime de
apresentação adequada; e (Incluído pela Lei nº competência.
11.941, de 2009)
§ 1º As demonstrações financeiras do
IV – indicar: (Incluído pela Lei nº 11.941, de exercício em que houver modificação de métodos
2009) ou critérios contábeis, de efeitos relevantes,
deverão indicá-la em nota e ressaltar esses efeitos.
a) os principais critérios de avaliação dos
elementos patrimoniais, especialmente estoques, § 2o A companhia observará exclusivamente
dos cálculos de depreciação, amortização e em livros ou registros auxiliares, sem qualquer
exaustão, de constituição de provisões para modificação da escrituração mercantil e das
encargos ou riscos, e dos ajustes para atender a demonstrações reguladas nesta Lei, as
perdas prováveis na realização de elementos do disposições da lei tributária, ou de legislação
ativo; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) especial sobre a atividade que constitui seu objeto,
que prescrevam, conduzam ou incentivem a
b) os investimentos em outras sociedades,
utilização de métodos ou critérios contábeis
quando relevantes (art. 247, parágrafo
diferentes ou determinem registros, lançamentos
único); (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
ou ajustes ou a elaboração de outras
c) o aumento de valor de elementos do ativo demonstrações financeiras. (Redação dada pela
resultante de novas avaliações (art. 182, § Lei nº 11.941, de 2009)
3o ); (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
I – (revogado); (Redação dada pela Lei nº
d) os ônus reais constituídos sobre 11.941, de 2009)
elementos do ativo, as garantias prestadas a
II – (revogado). (Redação dada pela Lei nº
terceiros e outras responsabilidades eventuais ou
11.941, de 2009)
contingentes; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
§ 3o As demonstrações financeiras das
e) a taxa de juros, as datas de vencimento e
companhias abertas observarão, ainda, as normas
as garantias das obrigações a longo
expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários e
prazo; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
serão obrigatoriamente submetidas a auditoria por
f) o número, espécies e classes das ações do auditores independentes nela
capital social; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) registrados. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de
g) as opções de compra de ações outorgadas 2009)
e exercidas no exercício; (Incluído pela Lei nº § 4º As demonstrações financeiras serão
11.941, de 2009) assinadas pelos administradores e por
h) os ajustes de exercícios anteriores (art. contabilistas legalmente habilitados.
186, § 1o); e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) § 5o As normas expedidas pela
i) os eventos subsequentes à data de Comissão de Valores Mobiliários a que se
encerramento do exercício que tenham, ou possam refere o § 3o deste artigo deverão ser
vir a ter, efeito relevante sobre a situação financeira elaboradas em consonância com os padrões
e os resultados futuros da companhia. (Incluído internacionais de contabilidade adotados nos
pela Lei nº 11.941, de 2009) principais mercados de valores
mobiliários. (Incluído pela Lei nº 11.638,de
§ 6o A companhia fechada com patrimônio 2007)
líquido, na data do balanço, inferior a R$
2.000.000,00 (dois milhões de reais) não será § 6o As companhias fechadas poderão
obrigada à elaboração e publicação da optar por observar as normas sobre
demonstração dos fluxos de caixa. (Redação dada demonstrações financeiras expedidas pela
pela Lei nº 11.638,de 2007) Comissão de Valores Mobiliários para as
companhias abertas. (Incluído pela Lei nº
§ 7o A Comissão de Valores Mobiliários 11.638,de 2007)
poderá, a seu critério, disciplinar de forma diversa
§ 7o (Revogado). (Redação dada pela circulante, e que não se destinem à manutenção da
Lei nº 11.941, de 2009) atividade da companhia ou da empresa;
SEÇÃO III IV – no ativo imobilizado: os direitos que
tenham por objeto bens corpóreos destinados à
Balanço Patrimonial
manutenção das atividades da companhia ou da
Grupo de Contas empresa ou exercidos com essa finalidade,
Art. 178. No balanço, as contas serão inclusive os decorrentes de operações que
classificadas segundo os elementos do patrimônio transfiram à companhia os benefícios, riscos e
que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o controle desses bens; (Redação dada pela Lei nº
conhecimento e a análise da situação financeira da 11.638,de 2007)
companhia. V – (Revogado pela Lei nº 11.941, de
§ 1º No ativo, as contas serão dispostas em 2009)
ordem decrescente de grau de liquidez dos VI – no intangível: os direitos que
elementos nelas registrados, nos seguintes tenham por objeto bens incorpóreos
grupos: destinados à manutenção da companhia ou
I – ativo circulante; e (Incluído pela Lei nº exercidos com essa finalidade, inclusive o
11.941, de 2009) fundo de comércio adquirido. (Incluído pela
Lei nº 11.638,de 2007)
II – ativo não circulante, composto por ativo
realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado Parágrafo único. Na companhia em que o ciclo
e intangível. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) operacional da empresa tiver duração maior que o
exercício social, a classificação no circulante ou
§ 2º No passivo, as contas serão classificadas longo prazo terá por base o prazo desse ciclo.
nos seguintes grupos:
Passivo Exigível
I – passivo circulante; (Incluído pela Lei nº
11.941, de 2009) Art. 180. As obrigações da companhia,
inclusive financiamentos para aquisição de direitos
II – passivo não circulante; e (Incluído pela do ativo não circulante, serão classificadas no
Lei nº 11.941, de 2009) passivo circulante, quando se vencerem no
III – patrimônio líquido, dividido em capital exercício seguinte, e no passivo não circulante, se
social, reservas de capital, ajustes de avaliação tiverem vencimento em prazo maior, observado o
patrimonial, reservas de lucros, ações em disposto no parágrafo único do art. 179 desta
tesouraria e prejuízos acumulados. (Incluído pela Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
Lei nº 11.941, de 2009) Resultados de Exercícios Futuros
§ 3º Os saldos devedores e credores que a Art. 181. (Revogado pela Lei nº 11.941, de
companhia não tiver direito de compensar serão 2009)
classificados separadamente.
Patrimônio Líquido
Ativo
Art. 182. A conta do capital social discriminará
Art. 179. As contas serão classificadas do o montante subscrito e, por dedução, a parcela
seguinte modo: ainda não realizada.
I - no ativo circulante: as disponibilidades, os § 1º Serão classificadas como reservas de
direitos realizáveis no curso do exercício social capital as contas que registrarem:
subseqüente e as aplicações de recursos em
despesas do exercício seguinte; a) a contribuição do subscritor de ações que
ultrapassar o valor nominal e a parte do preço de
II - no ativo realizável a longo prazo: os direitos emissão das ações sem valor nominal que
realizáveis após o término do exercício seguinte, ultrapassar a importância destinada à formação do
assim como os derivados de vendas, capital social, inclusive nos casos de conversão em
adiantamentos ou empréstimos a sociedades ações de debêntures ou partes beneficiárias;
coligadas ou controladas (artigo 243), diretores,
acionistas ou participantes no lucro da companhia, b) o produto da alienação de partes
que não constituírem negócios usuais na beneficiárias e bônus de subscrição;
exploração do objeto da companhia; c) (revogada); (Redação dada pela Lei nº
III - em investimentos: as participações 11.638,de 2007) (Revogado pela Lei nº 11.638,de
permanentes em outras sociedades e os direitos de 2007)
qualquer natureza, não classificáveis no ativo
d) (revogada). (Redação dada pela Lei perda estiver comprovada como permanente, e
nº 11.638,de 2007) (Revogado pela Lei nº que não será modificado em razão do recebimento,
11.638,de 2007) sem custo para a companhia, de ações ou quotas
bonificadas;
§ 2° Será ainda registrado como reserva de
capital o resultado da correção monetária do capital IV - os demais investimentos, pelo custo de
realizado, enquanto não-capitalizado. aquisição, deduzido de provisão para atender às
perdas prováveis na realização do seu valor, ou
§ 3o Serão classificadas como ajustes de
para redução do custo de aquisição ao valor de
avaliação patrimonial, enquanto não computadas
mercado, quando este for inferior;
no resultado do exercício em obediência ao regime
de competência, as contrapartidas de aumentos ou V - os direitos classificados no imobilizado,
diminuições de valor atribuídos a elementos do pelo custo de aquisição, deduzido do saldo da
ativo e do passivo, em decorrência da sua respectiva conta de depreciação, amortização ou
avaliação a valor justo, nos casos previstos nesta exaustão;
Lei ou, em normas expedidas pela Comissão de
VI – (revogado); (Redação dada pela Lei nº
Valores Mobiliários, com base na competência
11.941, de 2009)
conferida pelo § 3o do art. 177 desta Lei. (Redação
dada pela Lei nº 11.941, de 2009) VII – os direitos classificados no
intangível, pelo custo incorrido na aquisição
§ 4º Serão classificados como reservas de
deduzido do saldo da respectiva conta de
lucros as contas constituídas pela apropriação de
amortização; (Incluído pela Lei nº 11.638,de
lucros da companhia.
2007)
§ 5º As ações em tesouraria deverão ser
VIII – os elementos do ativo decorrentes
destacadas no balanço como dedução da conta do
de operações de longo prazo serão ajustados
patrimônio líquido que registrar a origem dos
a valor presente, sendo os demais ajustados
recursos aplicados na sua aquisição.
quando houver efeito relevante. (Incluído
Critérios de Avaliação do Ativo pela Lei nº 11.638,de 2007)
Art. 183. No balanço, os elementos do ativo § 1o Para efeitos do disposto neste artigo,
serão avaliados segundo os seguintes critérios: considera-se valor justo: (Redação dada pela Lei
nº 11.941, de 2009)
I - as aplicações em instrumentos financeiros,
inclusive derivativos, e em direitos e títulos de a) das matérias-primas e dos bens em
créditos, classificados no ativo circulante ou no almoxarifado, o preço pelo qual possam ser
realizável a longo prazo: (Redação dada pela Lei nº repostos, mediante compra no mercado;
11.638,de 2007)
b) dos bens ou direitos destinados à venda, o
a) pelo seu valor justo, quando se tratar preço líquido de realização mediante venda no
de aplicações destinadas à negociação ou mercado, deduzidos os impostos e demais
disponíveis para venda; e (Redação dada despesas necessárias para a venda, e a margem
pela Lei nº 11.941, de 2009) de lucro;
b) pelo valor de custo de aquisição ou c) dos investimentos, o valor líquido pelo qual
valor de emissão, atualizado conforme possam ser alienados a terceiros.
disposições legais ou contratuais, ajustado
d) dos instrumentos financeiros, o valor
ao valor provável de realização, quando este
que pode se obter em um mercado ativo,
for inferior, no caso das demais aplicações e
decorrente de transação não compulsória
os direitos e títulos de crédito; (Incluída pela
realizada entre partes independentes; e, na
Lei nº 11.638,de 2007)
ausência de um mercado ativo para um
II - os direitos que tiverem por objeto determinado instrumento
mercadorias e produtos do comércio da financeiro: (Incluída pela Lei nº 11.638,de
companhia, assim como matérias-primas, produtos 2007)
em fabricação e bens em almoxarifado, pelo custo
1) o valor que se pode obter em um
de aquisição ou produção, deduzido de provisão
mercado ativo com a negociação de outro
para ajustá-lo ao valor de mercado, quando este for
instrumento financeiro de natureza, prazo e
inferior;
risco similares; (Incluído pela Lei nº
III - os investimentos em participação no 11.638,de 2007)
capital social de outras sociedades, ressalvado o
2) o valor presente líquido dos fluxos de
disposto nos artigos 248 a 250, pelo custo de
caixa futuros para instrumentos financeiros
aquisição, deduzido de provisão para perdas
de natureza, prazo e risco similares;
prováveis na realização do seu valor, quando essa
ou (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)
3) o valor obtido por meio de modelos II - as obrigações em moeda estrangeira, com
matemático-estatísticos de precificação de cláusula de paridade cambial, serão convertidas
instrumentos financeiros. (Incluído pela Lei em moeda nacional à taxa de câmbio em vigor na
nº 11.638,de 2007) data do balanço;
§ 2o A diminuição do valor dos elementos dos III – as obrigações, os encargos e os riscos
ativos imobilizado e intangível será registrada classificados no passivo não circulante serão
periodicamente nas contas de: (Redação dada ajustados ao seu valor presente, sendo os demais
pela Lei nº 11.941, de 2009) ajustados quando houver efeito
relevante. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de
a) depreciação, quando corresponder à perda
2009)
do valor dos direitos que têm por objeto bens
físicos sujeitos a desgaste ou perda de utilidade por Critérios de Avaliação em Operações Societárias
uso, ação da natureza ou obsolescência; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
b) amortização, quando corresponder à perda Art. 184-A. A Comissão de Valores
do valor do capital aplicado na aquisição de direitos Mobiliários estabelecerá, com base na
da propriedade industrial ou comercial e quaisquer competência conferida pelo § 3o do art. 177 desta
outros com existência ou exercício de duração Lei, normas especiais de avaliação e
limitada, ou cujo objeto sejam bens de utilização contabilização aplicáveis à aquisição de controle,
por prazo legal ou contratualmente limitado; participações societárias ou negócios. (Incluído
pela Lei nº 11.941, de 2009)
c) exaustão, quando corresponder à perda do
valor, decorrente da sua exploração, de direitos Correção Monetária
cujo objeto sejam recursos minerais ou florestais,
Art. 185. (Revogado pela Lei nº 7.730, de
ou bens aplicados nessa exploração.
1989)
§ 3o A companhia deverá efetuar,
SEÇÃO IV
periodicamente, análise sobre a recuperação
dos valores registrados no imobilizado e no Demonstração de Lucros ou Prejuízos
intangível, a fim de que sejam: (Redação Acumulados
dada pela Lei nº 11.941, de 2009) Art. 186. A demonstração de lucros ou
I – registradas as perdas de valor do prejuízos acumulados discriminará:
capital aplicado quando houver decisão de I - o saldo do início do período, os ajustes de
interromper os empreendimentos ou exercícios anteriores e a correção monetária do
atividades a que se destinavam ou quando saldo inicial;
comprovado que não poderão produzir
resultados suficientes para recuperação II - as reversões de reservas e o lucro líquido
desse valor; ou (Incluído pela Lei nº do exercício;
11.638,de 2007) III - as transferências para reservas, os
II – revisados e ajustados os critérios dividendos, a parcela dos lucros incorporada ao
utilizados para determinação da vida útil capital e o saldo ao fim do período.
econômica estimada e para cálculo da § 1º Como ajustes de exercícios anteriores
depreciação, exaustão e serão considerados apenas os decorrentes de
amortização. (Incluído pela Lei nº 11.638,de efeitos da mudança de critério contábil, ou da
2007) retificação de erro imputável a determinado
§ 4° Os estoques de mercadorias fungíveis exercício anterior, e que não possam ser atribuídos
destinadas à venda poderão ser avaliados pelo a fatos subseqüentes.
valor de mercado, quando esse for o costume § 2º A demonstração de lucros ou prejuízos
mercantil aceito pela técnica contábil. acumulados deverá indicar o montante do
Critérios de Avaliação do Passivo dividendo por ação do capital social e poderá ser
incluída na demonstração das mutações do
Art. 184. No balanço, os elementos do passivo patrimônio líquido, se elaborada e publicada pela
serão avaliados de acordo com os seguintes companhia.
critérios:
SEÇÃO V
I - as obrigações, encargos e riscos,
conhecidos ou calculáveis, inclusive Imposto sobre Demonstração do Resultado do Exercício
a Renda a pagar com base no resultado do Art. 187. A demonstração do resultado do
exercício, serão computados pelo valor atualizado exercício discriminará:
até a data do balanço;
I - a receita bruta das vendas e serviços, as c) dos investimentos; (Redação dada
deduções das vendas, os abatimentos e os pela Lei nº 11.638,de 2007)
impostos;
II – demonstração do valor adicionado –
II - a receita líquida das vendas e serviços, o o valor da riqueza gerada pela companhia, a
custo das mercadorias e serviços vendidos e o sua distribuição entre os elementos que
lucro bruto; contribuíram para a geração dessa riqueza,
tais como empregados, financiadores,
III - as despesas com as vendas, as despesas
acionistas, governo e outros, bem como a
financeiras, deduzidas das receitas, as despesas
parcela da riqueza não distribuída. (Redação
gerais e administrativas, e outras despesas
dada pela Lei nº 11.638,de 2007)
operacionais;
III - (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009)
IV – o lucro ou prejuízo operacional, as outras
receitas e as outras despesas; (Redação dada pela IV - (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009)
Lei nº 11.941, de 2009)
CAPÍTULO XVI
V - o resultado do exercício antes do Imposto
Lucro, Reservas e Dividendos
sobre a Renda e a provisão para o imposto;
SEÇÃO I
VI – as participações de debêntures,
empregados, administradores e partes Lucro
beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos Dedução de Prejuízos e Imposto sobre a
financeiros, e de instituições ou fundos de Renda
assistência ou previdência de empregados, que
não se caracterizem como despesa; (Redação Art. 189. Do resultado do exercício serão
dada pela Lei nº 11.941, de 2009) deduzidos, antes de qualquer participação, os
prejuízos acumulados e a provisão para o Imposto
VII - o lucro ou prejuízo líquido do exercício e sobre a Renda.
o seu montante por ação do capital social.
Parágrafo único. o prejuízo do exercício será
§ 1º Na determinação do resultado do obrigatoriamente absorvido pelos lucros
exercício serão computados: acumulados, pelas reservas de lucros e pela
a) as receitas e os rendimentos ganhos no reserva legal, nessa ordem.
período, independentemente da sua realização em Participações
moeda; e
Art. 190. As participações estatutárias de
b) os custos, despesas, encargos e perdas, empregados, administradores e partes
pagos ou incorridos, correspondentes a essas beneficiárias serão determinadas, sucessivamente
receitas e rendimentos. e nessa ordem, com base nos lucros que
§ 2o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº remanescerem depois de deduzida a participação
11.638,de 2007) (Revogado pela Lei nº 11.638,de anteriormente calculada.
2007) Parágrafo único. Aplica-se ao pagamento das
SEÇÃO VI participações dos administradores e das partes
beneficiárias o disposto nos parágrafos do artigo
Demonstrações dos Fluxos de Caixa e do
201.
Valor Adicionado
(Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) Lucro Líquido
Art. 188. As demonstrações referidas nos Art. 191. Lucro líquido do exercício é o
incisos IV e V do caput do art. 176 desta Lei resultado do exercício que remanescer depois de
indicarão, no mínimo: (Redação dada pela Lei nº deduzidas as participações de que trata o artigo
11.638,de 2007) 190.
I – demonstração dos fluxos de caixa – Proposta de Destinação do Lucro
as alterações ocorridas, durante o exercício, Art. 192. Juntamente com as demonstrações
no saldo de caixa e equivalentes de caixa, financeiras do exercício, os órgãos da
segregando-se essas alterações em, no administração da companhia apresentarão à
mínimo, 3 (três) fluxos: (Redação dada pela assembléia-geral ordinária, observado o disposto
Lei nº 11.638,de 2007) nos artigos 193 a 203 e no estatuto, proposta sobre
a) das operações; (Redação dada pela a destinação a ser dada ao lucro líquido do
Lei nº 11.638,de 2007) exercício.
b) dos financiamentos; e (Redação dada SEÇÃO II
pela Lei nº 11.638,de 2007)
Reservas e Retenção de Lucros reter parcela do lucro líquido do exercício prevista
em orçamento de capital por ela previamente
Reserva Legal
aprovado.
Art. 193. Do lucro líquido do exercício, 5%
§ 1º O orçamento, submetido pelos órgãos da
(cinco por cento) serão aplicados, antes de
administração com a justificação da retenção de
qualquer outra destinação, na constituição da
lucros proposta, deverá compreender todas as
reserva legal, que não excederá de 20% (vinte por
fontes de recursos e aplicações de capital, fixo ou
cento) do capital social.
circulante, e poderá ter a duração de até 5 (cinco)
§ 1º A companhia poderá deixar de constituir exercícios, salvo no caso de execução, por prazo
a reserva legal no exercício em que o saldo dessa maior, de projeto de investimento.
reserva, acrescido do montante das reservas de
§ 2o O orçamento poderá ser aprovado pela
capital de que trata o § 1º do artigo 182, exceder
assembléia-geral ordinária que deliberar sobre o
de 30% (trinta por cento) do capital social.
balanço do exercício e revisado anualmente,
§ 2º A reserva legal tem por fim assegurar a quando tiver duração superior a um exercício
integridade do capital social e somente poderá ser social. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
utilizada para compensar prejuízos ou aumentar o
Reserva de Lucros a Realizar
capital.
Art. 197. No exercício em que o montante do
Reservas Estatutárias
dividendo obrigatório, calculado nos termos do
Art. 194. O estatuto poderá criar reservas estatuto ou do art. 202, ultrapassar a parcela
desde que, para cada uma: realizada do lucro líquido do exercício, a
I - indique, de modo preciso e completo, a sua assembléia-geral poderá, por proposta dos órgãos
finalidade; de administração, destinar o excesso à constituição
de reserva de lucros a realizar. (Redação dada
II - fixe os critérios para determinar a parcela pela Lei nº 10.303, de 2001)
anual dos lucros líquidos que serão destinados à
sua constituição; e § 1o Para os efeitos deste artigo, considera-se
realizada a parcela do lucro líquido do exercício
III - estabeleça o limite máximo da reserva. que exceder da soma dos seguintes
Reservas para Contingências valores: (Redação dada pela Lei nº 10.303, de
2001)
Art. 195. A assembléia-geral poderá, por
proposta dos órgãos da administração, destinar I - o resultado líquido positivo da equivalência
parte do lucro líquido à formação de reserva com a patrimonial (art. 248); e (Incluído pela Lei nº
finalidade de compensar, em exercício futuro, a 10.303, de 2001)
diminuição do lucro decorrente de perda julgada II – o lucro, rendimento ou ganho líquidos em
provável, cujo valor possa ser estimado. operações ou contabilização de ativo e passivo
§ 1º A proposta dos órgãos da administração pelo valor de mercado, cujo prazo de realização
deverá indicar a causa da perda prevista e financeira ocorra após o término do exercício social
justificar, com as razões de prudência que a seguinte. (Redação dada pela Lei nº 11.638,de
recomendem, a constituição da reserva. 2007)

§ 2º A reserva será revertida no exercício em § 2o A reserva de lucros a realizar somente


que deixarem de existir as razões que justificaram poderá ser utilizada para pagamento do dividendo
a sua constituição ou em que ocorrer a perda. obrigatório e, para efeito do inciso III do art. 202,
serão considerados como integrantes da reserva
Reserva de Incentivos Fiscais os lucros a realizar de cada exercício que forem os
(Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007) primeiros a serem realizados em dinheiro. (Incluído
Art. 195-A. A assembléia geral poderá, por pela Lei nº 10.303, de 2001)
proposta dos órgãos de administração, destinar Limite da Constituição de Reservas e Retenção de
para a reserva de incentivos fiscais a parcela do Lucros
lucro líquido decorrente de doações ou subvenções
governamentais para investimentos, que poderá Art. 198. A destinação dos lucros para
ser excluída da base de cálculo do dividendo constituição das reservas de que trata o artigo 194
obrigatório (inciso I do caput do art. 202 desta e a retenção nos termos do artigo 196 não poderão
Lei). (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007) ser aprovadas, em cada exercício, em prejuízo da
distribuição do dividendo obrigatório (artigo 202).
Retenção de Lucros
Limite do Saldo das Reservas de Lucro
Art. 196. A assembléia-geral poderá, por (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)
proposta dos órgãos da administração, deliberar
Art. 199. O saldo das reservas de lucros, I - metade do lucro líquido do exercício
exceto as para contingências, de incentivos fiscais diminuído ou acrescido dos seguintes
e de lucros a realizar, não poderá ultrapassar o valores: (Redação dada pela Lei nº 10.303, de
capital social. Atingindo esse limite, a assembléia 2001)
deliberará sobre aplicação do excesso na
a) importância destinada à constituição da
integralização ou no aumento do capital social ou
reserva legal (art. 193); e (Incluída pela Lei nº
na distribuição de dividendos. (Redação dada pela
10.303, de 2001)
Lei nº 11.638,de 2007)
b) importância destinada à formação da
Reserva de Capital
reserva para contingências (art. 195) e reversão da
Art. 200. As reservas de capital somente mesma reserva formada em exercícios
poderão ser utilizadas para: anteriores; (Incluída pela Lei nº 10.303, de 2001)
I - absorção de prejuízos que ultrapassarem II - o pagamento do dividendo determinado
os lucros acumulados e as reservas de lucros nos termos do inciso I poderá ser limitado ao
(artigo 189, parágrafo único); montante do lucro líquido do exercício que tiver
sido realizado, desde que a diferença seja
II - resgate, reembolso ou compra de ações;
registrada como reserva de lucros a realizar (art.
III - resgate de partes beneficiárias; 197); (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
IV - incorporação ao capital social; III - os lucros registrados na reserva de lucros
V - pagamento de dividendo a ações a realizar, quando realizados e se não tiverem sido
preferenciais, quando essa vantagem lhes for absorvidos por prejuízos em exercícios
assegurada (artigo 17, § 5º). subseqüentes, deverão ser acrescidos ao primeiro
dividendo declarado após a realização. (Redação
Parágrafo único. A reserva constituída com o dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
produto da venda de partes beneficiárias poderá
ser destinada ao resgate desses títulos. § 1º O estatuto poderá estabelecer o
dividendo como porcentagem do lucro ou do capital
SEÇÃO III social, ou fixar outros critérios para determiná-lo,
Dividendos desde que sejam regulados com precisão e
minúcia e não sujeitem os acionistas minoritários
Origem ao arbítrio dos órgãos de administração ou da
Art. 201. A companhia somente pode pagar maioria.
dividendos à conta de lucro líquido do exercício, de § 2o Quando o estatuto for omisso e a
lucros acumulados e de reserva de lucros; e à assembléia-geral deliberar alterá-lo para introduzir
conta de reserva de capital, no caso das ações norma sobre a matéria, o dividendo obrigatório não
preferenciais de que trata o § 5º do artigo 17. poderá ser inferior a 25% (vinte e cinco por cento)
§ 1º A distribuição de dividendos com do lucro líquido ajustado nos termos do inciso I
inobservância do disposto neste artigo implica deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de
responsabilidade solidária dos administradores e 2001)
fiscais, que deverão repor à caixa social a § 3o A assembléia-geral pode, desde que não
importância distribuída, sem prejuízo da ação penal haja oposição de qualquer acionista presente,
que no caso couber. deliberar a distribuição de dividendo inferior ao
§ 2º Os acionistas não são obrigados a obrigatório, nos termos deste artigo, ou a retenção
restituir os dividendos que em boa-fé tenham de todo o lucro líquido, nas seguintes
recebido. Presume-se a má-fé quando os sociedades: (Redação dada pela Lei nº 10.303, de
dividendos forem distribuídos sem o levantamento 2001)
do balanço ou em desacordo com os resultados I - companhias abertas exclusivamente para a
deste. captação de recursos por debêntures não
Dividendo Obrigatório conversíveis em ações; (Incluído pela Lei nº
10.303, de 2001)
Art. 202. Os acionistas têm direito de receber
como dividendo obrigatório, em cada exercício, a II - companhias fechadas, exceto nas
parcela dos lucros estabelecida no estatuto ou, se controladas por companhias abertas que não se
este for omisso, a importância determinada de enquadrem na condição prevista no inciso
acordo com as seguintes normas: (Redação dada I. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
pela Lei nº 10.303, de 2001) (Vide Lei nº 12.838, § 4º O dividendo previsto neste artigo não será
de 2013) obrigatório no exercício social em que os órgãos da
administração informarem à assembléia-geral
ordinária ser ele incompatível com a situação
financeira da companhia. O conselho fiscal, se em e 43 serão pagos pela companhia à instituição
funcionamento, deverá dar parecer sobre essa financeira depositária, que será responsável pela
informação e, na companhia aberta, seus sua entrega aos titulares das ações depositadas.
administradores encaminharão à Comissão de
§ 3º O dividendo deverá ser pago, salvo
Valores Mobiliários, dentro de 5 (cinco) dias da
deliberação em contrário da assembléia-geral, no
realização da assembléia-geral, exposição
prazo de 60 (sessenta) dias da data em que for
justificativa da informação transmitida à
declarado e, em qualquer caso, dentro do exercício
assembléia.
social.
§ 5º Os lucros que deixarem de ser
CAPÍTULO XVII
distribuídos nos termos do § 4º serão registrados
como reserva especial e, se não absorvidos por Dissolução, Liquidação e Extinção
prejuízos em exercícios subseqüentes, deverão SEÇÃO I
ser pagos como dividendo assim que o permitir a
situação financeira da companhia. Dissolução
§ 6o Os lucros não destinados nos termos dos Art. 206. Dissolve-se a companhia:
arts. 193 a 197 deverão ser distribuídos como I - de pleno direito:
dividendos. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
a) pelo término do prazo de duração;
Dividendos de Ações Preferenciais
b) nos casos previstos no estatuto;
Art. 203. O disposto nos artigos 194 a 197, e
202, não prejudicará o direito dos acionistas c) por deliberação da assembléia-geral (art.
preferenciais de receber os dividendos fixos ou 136, X); (Redação dada pela Lei nº 9.457, de
mínimos a que tenham prioridade, inclusive os 1997)
atrasados, se cumulativos. (Vide Lei nº 12.838, d) pela existência de 1 (um) único acionista,
de 2013) verificada em assembléia-geral ordinária, se o
Dividendos Intermediários mínimo de 2 (dois) não for reconstituído até à do
ano seguinte, ressalvado o disposto no artigo 251;
Art. 204. A companhia que, por força de lei ou
de disposição estatutária, levantar balanço e) pela extinção, na forma da lei, da
semestral, poderá declarar, por deliberação dos autorização para funcionar.
órgãos de administração, se autorizados pelo II - por decisão judicial:
estatuto, dividendo à conta do lucro apurado nesse
balanço. a) quando anulada a sua constituição, em
ação proposta por qualquer acionista;
§ 1º A companhia poderá, nos termos de
disposição estatutária, levantar balanço e distribuir b) quando provado que não pode preencher o
dividendos em períodos menores, desde que o seu fim, em ação proposta por acionistas que
total dos dividendos pagos em cada semestre do representem 5% (cinco por cento) ou mais do
exercício social não exceda o montante das capital social;
reservas de capital de que trata o § 1º do artigo c) em caso de falência, na forma prevista na
182. respectiva lei;
§ 2º O estatuto poderá autorizar os órgãos de III - por decisão de autoridade administrativa
administração a declarar dividendos competente, nos casos e na forma previstos em lei
intermediários, à conta de lucros acumulados ou de especial.
reservas de lucros existentes no último balanço
anual ou semestral. Efeitos
Pagamento de Dividendos Art. 207. A companhia dissolvida conserva a
personalidade jurídica, até a extinção, com o fim de
Art. 205. A companhia pagará o dividendo de proceder à liquidação.
ações nominativas à pessoa que, na data do ato de
declaração do dividendo, estiver inscrita como SEÇÃO II
proprietária ou usufrutuária da ação. Liquidação
§ 1º Os dividendos poderão ser pagos por Liquidação pelos Órgãos da Companhia
cheque nominativo remetido por via postal para o
endereço comunicado pelo acionista à companhia, Art. 208. Silenciando o estatuto, compete à
ou mediante crédito em conta-corrente bancária assembléia-geral, nos casos do número I do artigo
aberta em nome do acionista. 206, determinar o modo de liquidação e nomear o
liquidante e o conselho fiscal que devam funcionar
§ 2º Os dividendos das ações em custódia durante o período de liquidação.
bancária ou em depósito nos termos dos artigos 41
§ 1º A companhia que tiver conselho de Art. 211. Compete ao liquidante representar a
administração poderá mantê-lo, competindo-lhe companhia e praticar todos os atos necessários à
nomear o liquidante; o funcionamento do conselho liquidação, inclusive alienar bens móveis ou
fiscal será permanente ou a pedido de acionistas, imóveis, transigir, receber e dar quitação.
conforme dispuser o estatuto.
Parágrafo único. Sem expressa autorização
§ 2º O liquidante poderá ser destituído, a da assembléia-geral o liquidante não poderá gravar
qualquer tempo, pelo órgão que o tiver nomeado. bens e contrair empréstimos, salvo quando
indispensáveis ao pagamento de obrigações
Liquidação Judicial
inadiáveis, nem prosseguir, ainda que para facilitar
Art. 209. Além dos casos previstos no número a liquidação, na atividade social.
II do artigo 206, a liquidação será processada
Denominação da Companhia
judicialmente:
Art. 212. Em todos os atos ou operações, o
I - a pedido de qualquer acionista, se os
liquidante deverá usar a denominação social
administradores ou a maioria de acionistas
seguida das palavras "em liquidação".
deixarem de promover a liquidação, ou a ela se
opuserem, nos casos do número I do artigo 206; Assembléia-Geral
II - a requerimento do Ministério Público, à Art. 213. O liquidante convocará a
vista de comunicação da autoridade competente, assembléia-geral cada 6 (seis) meses, para
se a companhia, nos 30 (trinta) dias subseqüentes prestar-lhe contas dos atos e operações praticados
à dissolução, não iniciar a liquidação ou, se após no semestre e apresentar-lhe o relatório e o
iniciá-la, a interromper por mais de 15 (quinze) balanço do estado da liquidação; a assembléia-
dias, no caso da alínea e do número I do artigo 301. geral pode fixar, para essas prestações de contas,
períodos menores ou maiores que, em qualquer
Parágrafo único. Na liquidação judicial será
caso, não serão inferiores a 3 (três) nem superiores
observado o disposto na lei processual, devendo o
a 12 (doze) meses.
liquidante ser nomeado pelo Juiz.
§ 1º Nas assembléias-gerais da companhia
Deveres do Liquidante
em liquidação todas as ações gozam de igual
Art. 210. São deveres do liquidante: direito de voto, tornando-se ineficazes as restrições
I - arquivar e publicar a ata da assembléia- ou limitações porventura existentes em relação às
geral, ou certidão de sentença, que tiver deliberado ações ordinárias ou preferenciais; cessando o
ou decidido a liquidação; estado de liquidação, restaura-se a eficácia das
restrições ou limitações relativas ao direito de voto.
II - arrecadar os bens, livros e documentos da
companhia, onde quer que estejam; § 2º No curso da liquidação judicial, as
assembléias-gerais necessárias para deliberar
III - fazer levantar de imediato, em prazo não sobre os interesses da liquidação serão
superior ao fixado pela assembléia-geral ou pelo convocadas por ordem do juiz, a quem compete
juiz, o balanço patrimonial da companhia; presidi-las e resolver, sumariamente, as dúvidas e
IV - ultimar os negócios da companhia, litígios que forem suscitados. As atas das
realizar o ativo, pagar o passivo, e partilhar o assembléias-gerais serão, por cópias autênticas,
remanescente entre os acionistas; apensadas ao processo judicial.

V - exigir dos acionistas, quando o ativo não Pagamento do Passivo


bastar para a solução do passivo, a integralização Art. 214. Respeitados os direitos dos credores
de suas ações; preferenciais, o liquidante pagará as dívidas sociais
VI - convocar a assembléia-geral, nos casos proporcionalmente e sem distinção entre vencidas
previstos em lei ou quando julgar necessário; e vincendas, mas, em relação a estas, com
desconto às taxas bancárias.
VII - confessar a falência da companhia e
pedir concordata, nos casos previstos em lei; Parágrafo único. Se o ativo for superior ao
passivo, o liquidante poderá, sob sua
VIII - finda a liquidação, submeter à responsabilidade pessoal, pagar integralmente as
assembléia-geral relatório dos atos e operações da dívidas vencidas.
liquidação e suas contas finais;
Partilha do Ativo
IX - arquivar e publicar a ata da assembléia-
geral que houver encerrado a liquidação. Art. 215. A assembléia-geral pode deliberar
que antes de ultimada a liquidação, e depois de
Poderes do Liquidante pagos todos os credores, se façam rateios entre os
acionistas, à proporção que se forem apurando os
haveres sociais.
§ 1º É facultado à assembléia-geral aprovar, Art. 220. A transformação é a operação pela
pelo voto de acionistas que representem 90% qual a sociedade passa, independentemente de
(noventa por cento), no mínimo, das ações, depois dissolução e liquidação, de um tipo para outro.
de pagos ou garantidos os credores, condições
Parágrafo único. A transformação obedecerá
especiais para a partilha do ativo remanescente,
aos preceitos que regulam a constituição e o
com a atribuição de bens aos sócios, pelo valor
registro do tipo a ser adotado pela sociedade.
contábil ou outro por ela fixado.
Deliberação
§ 2º Provado pelo acionista dissidente (artigo
216, § 2º) que as condições especiais de partilha Art. 221. A transformação exige o
visaram a favorecer a maioria, em detrimento da consentimento unânime dos sócios ou acionistas,
parcela que lhe tocaria, se inexistissem tais salvo se prevista no estatuto ou no contrato social,
condições, será a partilha suspensa, se não caso em que o sócio dissidente terá o direito de
consumada, ou, se já consumada, os acionistas retirar-se da sociedade.
majoritários indenizarão os minoritários pelos Parágrafo único. Os sócios podem renunciar,
prejuízos apurados. no contrato social, ao direito de retirada no caso de
Prestação de Contas transformação em companhia.
Art. 216. Pago o passivo e rateado o ativo Direito dos Credores
remanescente, o liquidante convocará a Art. 222. A transformação não prejudicará, em
assembléia-geral para a prestação final das contas. caso algum, os direitos dos credores, que
§ 1º Aprovadas as contas, encerra-se a continuarão, até o pagamento integral dos seus
liquidação e a companhia se extingue. créditos, com as mesmas garantias que o tipo
anterior de sociedade lhes oferecia.
§ 2º O acionista dissidente terá o prazo de 30
(trinta) dias, a contar da publicação da ata, para Parágrafo único. A falência da sociedade
promover a ação que lhe couber. transformada somente produzirá efeitos em
relação aos sócios que, no tipo anterior, a eles
Responsabilidade na Liquidação
estariam sujeitos, se o pedirem os titulares de
Art. 217. O liquidante terá as mesmas créditos anteriores à transformação, e somente a
responsabilidades do administrador, e os deveres estes beneficiará.
e responsabilidades dos administradores, fiscais e
SEÇÃO II
acionistas subsistirão até a extinção da companhia.
Incorporação, Fusão e Cisão
Direito de Credor Não-Satisfeito
Competência e Processo
Art. 218. Encerrada a liquidação, o credor não-
satisfeito só terá direito de exigir dos acionistas, Art. 223. A incorporação, fusão ou cisão
individualmente, o pagamento de seu crédito, até o podem ser operadas entre sociedades de tipos
limite da soma, por eles recebida, e de propor iguais ou diferentes e deverão ser deliberadas na
contra o liquidante, se for o caso, ação de perdas e forma prevista para a alteração dos respectivos
danos. O acionista executado terá direito de haver estatutos ou contratos sociais.
dos demais a parcela que lhes couber no crédito § 1º Nas operações em que houver criação de
pago. sociedade serão observadas as normas
SEÇÃO III reguladoras da constituição das sociedades do seu
tipo.
Extinção
§ 2º Os sócios ou acionistas das sociedades
Art. 219. Extingue-se a companhia:
incorporadas, fundidas ou cindidas receberão,
I - pelo encerramento da liquidação; diretamente da companhia emissora, as ações que
lhes couberem.
II - pela incorporação ou fusão, e pela cisão
com versão de todo o patrimônio em outras § 3º Se a incorporação, fusão ou cisão
sociedades. envolverem companhia aberta, as sociedades que
a sucederem serão também abertas, devendo
CAPÍTULO XVIII
obter o respectivo registro e, se for o caso,
Transformação, Incorporação, Fusão e Cisão promover a admissão de negociação das novas
SEÇÃO I ações no mercado secundário, no prazo máximo
de cento e vinte dias, contados da data da
Transformação assembléia-geral que aprovou a operação,
Conceito e Forma observando as normas pertinentes baixadas pela
Comissão de Valores Mobiliários. (Incluído pela Lei
nº 9.457, de 1997)
§ 4º O descumprimento do previsto no Transformação, Incorporação, Fusão e Cisão
parágrafo anterior dará ao acionista direito de (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)
retirar-se da companhia, mediante reembolso do
Art. 226. As operações de incorporação, fusão
valor das suas ações (art. 45), nos trinta dias
e cisão somente poderão ser efetivadas nas
seguintes ao término do prazo nele referido,
condições aprovadas se os peritos nomeados
observado o disposto nos §§ 1º e 4º do art.
determinarem que o valor do patrimônio ou
137. (Incluído pela Lei nº 9.457, de 1997)
patrimônios líquidos a serem vertidos para a
Protocolo formação de capital social é, ao menos, igual ao
montante do capital a realizar.
Art. 224. As condições da incorporação, fusão
ou cisão com incorporação em sociedade existente § 1º As ações ou quotas do capital da
constarão de protocolo firmado pelos órgãos de sociedade a ser incorporada que forem de
administração ou sócios das sociedades propriedade da companhia incorporadora poderão,
interessadas, que incluirá: conforme dispuser o protocolo de incorporação, ser
extintas, ou substituídas por ações em tesouraria
I - o número, espécie e classe das ações que
da incorporadora, até o limite dos lucros
serão atribuídas em substituição dos direitos de
acumulados e reservas, exceto a legal.
sócios que se extinguirão e os critérios utilizados
para determinar as relações de substituição; § 2º O disposto no § 1º aplicar-se-á aos casos
de fusão, quando uma das sociedades fundidas for
II - os elementos ativos e passivos que
proprietária de ações ou quotas de outra, e de
formarão cada parcela do patrimônio, no caso de
cisão com incorporação, quando a companhia que
cisão;
incorporar parcela do patrimônio da cindida for
III - os critérios de avaliação do patrimônio proprietária de ações ou quotas do capital desta.
líquido, a data a que será referida a avaliação, e o
§ 3o A Comissão de Valores Mobiliários
tratamento das variações patrimoniais posteriores;
estabelecerá normas especiais de avaliação e
IV - a solução a ser adotada quanto às ações contabilização aplicáveis às operações de fusão,
ou quotas do capital de uma das sociedades incorporação e cisão que envolvam companhia
possuídas por outra; aberta. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de
V - o valor do capital das sociedades a serem 2009)
criadas ou do aumento ou redução do capital das Incorporação
sociedades que forem parte na operação;
Art. 227. A incorporação é a operação pela
VI - o projeto ou projetos de estatuto, ou de qual uma ou mais sociedades são absorvidas por
alterações estatutárias, que deverão ser aprovados outra, que lhes sucede em todos os direitos e
para efetivar a operação; obrigações.
VII - todas as demais condições a que estiver § 1º A assembléia-geral da companhia
sujeita a operação. incorporadora, se aprovar o protocolo da operação,
Parágrafo único. Os valores sujeitos a deverá autorizar o aumento de capital a ser
determinação serão indicados por estimativa. subscrito e realizado pela incorporada mediante
versão do seu patrimônio líquido, e nomear os
Justificação peritos que o avaliarão.
Art. 225. As operações de incorporação, fusão § 2º A sociedade que houver de ser
e cisão serão submetidas à deliberação da incorporada, se aprovar o protocolo da operação,
assembléia-geral das companhias interessadas autorizará seus administradores a praticarem os
mediante justificação, na qual serão expostos: atos necessários à incorporação, inclusive a
I - os motivos ou fins da operação, e o subscrição do aumento de capital da
interesse da companhia na sua realização; incorporadora.

II - as ações que os acionistas preferenciais § 3º Aprovados pela assembléia-geral da


receberão e as razões para a modificação dos seus incorporadora o laudo de avaliação e a
direitos, se prevista; incorporação, extingue-se a incorporada,
competindo à primeira promover o arquivamento e
III - a composição, após a operação, segundo a publicação dos atos da incorporação.
espécies e classes das ações, do capital das
companhias que deverão emitir ações em Fusão
substituição às que se deverão extinguir; Art. 228. A fusão é a operação pela qual se
IV - o valor de reembolso das ações a que unem duas ou mais sociedades para formar
terão direito os acionistas dissidentes. sociedade nova, que lhes sucederá em todos os
direitos e obrigações.
§ 1º A assembléia-geral de cada companhia, proporção diferente requer aprovação de todos os
se aprovar o protocolo de fusão, deverá nomear os titulares, inclusive das ações sem direito a
peritos que avaliarão os patrimônios líquidos das voto. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)
demais sociedades.
Direito de Retirada
§ 2º Apresentados os laudos, os
Art. 230. Nos casos de incorporação ou fusão,
administradores convocarão os sócios ou
o prazo para exercício do direito de retirada,
acionistas das sociedades para uma assembléia-
previsto no art. 137, inciso II, será contado a partir
geral, que deles tomará conhecimento e resolverá
da publicação da ata que aprovar o protocolo ou
sobre a constituição definitiva da nova sociedade,
justificação, mas o pagamento do preço de
vedado aos sócios ou acionistas votar o laudo de
reembolso somente será devido se a operação vier
avaliação do patrimônio líquido da sociedade de
a efetivar-se. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de
que fazem parte.
1997)
§ 3º Constituída a nova companhia, incumbirá
Direitos dos Debenturistas
aos primeiros administradores promover o
arquivamento e a publicação dos atos da fusão. Art. 231. A incorporação, fusão ou cisão da
companhia emissora de debêntures em circulação
Cisão
dependerá da prévia aprovação dos debenturistas,
Art. 229. A cisão é a operação pela qual a reunidos em assembléia especialmente convocada
companhia transfere parcelas do seu patrimônio com esse fim.
para uma ou mais sociedades, constituídas para
§ 1º Será dispensada a aprovação pela
esse fim ou já existentes, extinguindo-se a
assembléia se for assegurado aos debenturistas
companhia cindida, se houver versão de todo o seu
que o desejarem, durante o prazo mínimo de 6
patrimônio, ou dividindo-se o seu capital, se parcial
(seis) meses a contar da data da publicação das
a versão.
atas das assembléias relativas à operação, o
§ 1º Sem prejuízo do disposto no artigo 233, a resgate das debêntures de que forem titulares.
sociedade que absorver parcela do patrimônio da
§ 2º No caso do § 1º, a sociedade cindida e as
companhia cindida sucede a esta nos direitos e
sociedades que absorverem parcelas do seu
obrigações relacionados no ato da cisão; no caso
patrimônio responderão solidariamente pelo
de cisão com extinção, as sociedades que
resgate das debêntures.
absorverem parcelas do patrimônio da companhia
cindida sucederão a esta, na proporção dos Direitos dos Credores na Incorporação ou Fusão
patrimônios líquidos transferidos, nos direitos e Art. 232. Até 60 (sessenta) dias depois de
obrigações não relacionados. publicados os atos relativos à incorporação ou à
§ 2º Na cisão com versão de parcela do fusão, o credor anterior por ela prejudicado poderá
patrimônio em sociedade nova, a operação será pleitear judicialmente a anulação da operação;
deliberada pela assembléia-geral da companhia à findo o prazo, decairá do direito o credor que não o
vista de justificação que incluirá as informações de tiver exercido.
que tratam os números do artigo 224; a § 1º A consignação da importância em
assembléia, se a aprovar, nomeará os peritos que pagamento prejudicará a anulação pleiteada.
avaliarão a parcela do patrimônio a ser transferida,
e funcionará como assembléia de constituição da § 2º Sendo ilíquida a dívida, a sociedade
nova companhia. poderá garantir-lhe a execução, suspendendo-se o
processo de anulação.
§ 3º A cisão com versão de parcela de
patrimônio em sociedade já existente obedecerá às § 3º Ocorrendo, no prazo deste artigo, a
disposições sobre incorporação (artigo 227). falência da sociedade incorporadora ou da
sociedade nova, qualquer credor anterior terá o
§ 4º Efetivada a cisão com extinção da direito de pedir a separação dos patrimônios, para
companhia cindida, caberá aos administradores o fim de serem os créditos pagos pelos bens das
das sociedades que tiverem absorvido parcelas do respectivas massas.
seu patrimônio promover o arquivamento e
publicação dos atos da operação; na cisão com Direitos dos Credores na Cisão
versão parcial do patrimônio, esse dever caberá Art. 233. Na cisão com extinção da companhia
aos administradores da companhia cindida e da cindida, as sociedades que absorverem parcelas
que absorver parcela do seu patrimônio. do seu patrimônio responderão solidariamente
§ 5º As ações integralizadas com parcelas de pelas obrigações da companhia extinta. A
patrimônio da companhia cindida serão atribuídas companhia cindida que subsistir e as que
a seus titulares, em substituição às extintas, na absorverem parcelas do seu patrimônio
proporção das que possuíam; a atribuição em
responderão solidariamente pelas obrigações da aplicar Imposto sobre a Renda ou investimentos
primeira anteriores à cisão. para o desenvolvimento regional ou setorial.
Parágrafo único. O ato de cisão parcial poderá § 2º As instituições financeiras de economia
estipular que as sociedades que absorverem mista poderão participar de outras sociedades,
parcelas do patrimônio da companhia cindida serão observadas as normas estabelecidas pelo Banco
responsáveis apenas pelas obrigações que lhes Central do Brasil.
forem transferidas, sem solidariedade entre si ou
Acionista Controlador
com a companhia cindida, mas, nesse caso,
qualquer credor anterior poderá se opor à Art. 238. A pessoa jurídica que controla a
estipulação, em relação ao seu crédito, desde que companhia de economia mista tem os deveres e
notifique a sociedade no prazo de 90 (noventa) dias responsabilidades do acionista controlador (artigos
a contar da data da publicação dos atos da cisão. 116 e 117), mas poderá orientar as atividades da
companhia de modo a atender ao interesse público
Averbação da Sucessão
que justificou a sua criação.
Art. 234. A certidão, passada pelo registro do
Administração
comércio, da incorporação, fusão ou cisão, é
documento hábil para a averbação, nos registros Art. 239. As companhias de economia mista
públicos competentes, da sucessão, decorrente da terão obrigatoriamente Conselho de
operação, em bens, direitos e obrigações. Administração, assegurado à minoria o direito de
eleger um dos conselheiros, se maior número não
CAPÍTULO XIX
lhes couber pelo processo de voto múltiplo.
Sociedades de Economia Mista
Parágrafo único. Os deveres e
Legislação Aplicável responsabilidades dos administradores das
companhias de economia mista são os mesmos
Art. 235. As sociedades anônimas de
dos administradores das companhias abertas.
economia mista estão sujeitas a esta Lei, sem
prejuízo das disposições especiais de lei federal. Conselho Fiscal
§ 1º As companhias abertas de economia Art. 240. O funcionamento do conselho fiscal
mista estão também sujeitas às normas expedidas será permanente nas companhias de economia
pela Comissão de Valores Mobiliários. mista; um dos seus membros, e respectivo
suplente, será eleito pelas ações ordinárias
§ 2º As companhias de que participarem,
minoritárias e outro pelas ações preferenciais, se
majoritária ou minoritariamente, as sociedades de
houver.
economia mista, estão sujeitas ao disposto nesta
Lei, sem as exceções previstas neste Capítulo. CAPÍTULO XX
Constituição e Aquisição de Controle Sociedades Coligadas, Controladoras e
Controladas
Art. 236. A constituição de companhia de
economia mista depende de prévia autorização SEÇÃO I
legislativa.
Informações no Relatório da Administração
Parágrafo único. Sempre que pessoa jurídica
Art. 243. O relatório anual da administração
de direito público adquirir, por desapropriação, o
deve relacionar os investimentos da companhia em
controle de companhia em funcionamento, os
sociedades coligadas e controladas e mencionar
acionistas terão direito de pedir, dentro de 60
as modificações ocorridas durante o exercício.
(sessenta) dias da publicação da primeira ata da
assembléia-geral realizada após a aquisição do § 1o São coligadas as sociedades nas quais
controle, o reembolso das suas ações; salvo se a a investidora tenha influência
companhia já se achava sob o controle, direto ou significativa. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de
indireto, de outra pessoa jurídica de direito público, 2009)
ou no caso de concessionária de serviço público. § 2º Considera-se controlada a sociedade na
Objeto qual a controladora, diretamente ou através de
outras controladas, é titular de direitos de sócio que
Art. 237. A companhia de economia mista
lhe assegurem, de modo permanente,
somente poderá explorar os empreendimentos ou
preponderância nas deliberações sociais e o poder
exercer as atividades previstas na lei que autorizou
de eleger a maioria dos administradores.
a sua constituição.
§ 3º A companhia aberta divulgará as
§ 1º A companhia de economia mista somente
informações adicionais, sobre coligadas e
poderá participar de outras sociedades quando
controladas, que forem exigidas pela Comissão de
autorizada por lei no exercício de opção legal para
Valores Mobiliários.
§ 4º Considera-se que há influência sociedades, se houver, observem condições
significativa quando a investidora detém ou exerce estritamente comutativas, ou com pagamento
o poder de participar nas decisões das políticas compensatório adequado; e respondem perante a
financeira ou operacional da investida, sem companhia pelas perdas e danos resultantes de
controlá-la. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) atos praticados com infração ao disposto neste
artigo.
§ 5o É presumida influência significativa
quando a investidora for titular de 20% (vinte por Sociedade Controladora
cento) ou mais do capital votante da investida, sem
Art. 246. A sociedade controladora será
controlá-la. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
obrigada a reparar os danos que causar à
SEÇÃO II companhia por atos praticados com infração ao
disposto nos artigos 116 e 117.
Participação Recíproca
§ 1º A ação para haver reparação cabe:
Art. 244. É vedada a participação recíproca
entre a companhia e suas coligadas ou a) a acionistas que representem 5% (cinco por
controladas. cento) ou mais do capital social;
§ 1º O disposto neste artigo não se aplica ao b) a qualquer acionista, desde que preste
caso em que ao menos uma das sociedades caução pelas custas e honorários de advogado
participa de outra com observância das condições devidos no caso de vir a ação ser julgada
em que a lei autoriza a aquisição das próprias improcedente.
ações (artigo 30, § 1º, alínea b).
§ 2º A sociedade controladora, se condenada,
§ 2º As ações do capital da controladora, de além de reparar o dano e arcar com as custas,
propriedade da controlada, terão suspenso o direito pagará honorários de advogado de 20% (vinte por
de voto. cento) e prêmio de 5% (cinco por cento) ao autor
da ação, calculados sobre o valor da indenização.
§ 3º O disposto no § 2º do artigo 30, aplica-se
à aquisição de ações da companhia aberta por SEÇÃO IV
suas coligadas e controladas.
Demonstrações Financeiras
§ 4º No caso do § 1º, a sociedade deverá
Notas Explicativas
alienar, dentro de 6 (seis) meses, as ações ou
quotas que excederem do valor dos lucros ou Art. 247. As notas explicativas dos
reservas, sempre que esses sofrerem redução. investimentos a que se refere o art. 248 desta Lei
devem conter informações precisas sobre as
§ 5º A participação recíproca, quando ocorrer
sociedades coligadas e controladas e suas
em virtude de incorporação, fusão ou cisão, ou da
relações com a companhia, indicando: (Redação
aquisição, pela companhia, do controle de
dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
sociedade, deverá ser mencionada nos relatórios e
demonstrações financeiras de ambas as I - a denominação da sociedade, seu capital
sociedades, e será eliminada no prazo máximo de social e patrimônio líquido;
1 (um) ano; no caso de coligadas, salvo acordo em II - o número, espécies e classes das ações
contrário, deverão ser alienadas as ações ou ou quotas de propriedade da companhia, e o preço
quotas de aquisição mais recente ou, se da mesma de mercado das ações, se houver;
data, que representem menor porcentagem do
capital social. III - o lucro líquido do exercício;
§ 6º A aquisição de ações ou quotas de que IV - os créditos e obrigações entre a
resulte participação recíproca com violação ao companhia e as sociedades coligadas e
disposto neste artigo importa responsabilidade civil controladas;
solidária dos administradores da sociedade, V - o montante das receitas e despesas em
equiparando-se, para efeitos penais, à compra operações entre a companhia e as sociedades
ilegal das próprias ações. coligadas e controladas.
SEÇÃO III Parágrafo único. Considera-se relevante o
Responsabilidade dos Administradores e das investimento:
Sociedades Controladoras a) em cada sociedade coligada ou controlada,
Administradores se o valor contábil é igual ou superior a 10% (dez
por cento) do valor do patrimônio líquido da
Art. 245. Os administradores não podem, em companhia;
prejuízo da companhia, favorecer sociedade
coligada, controladora ou controlada, cumprindo- b) no conjunto das sociedades coligadas e
lhes zelar para que as operações entre as controladas, se o valor contábil é igual ou superior
a 15% (quinze por cento) do valor do patrimônio demonstrações consolidadas nos termos do artigo
líquido da companhia. 250.
Avaliação do Investimento em Coligadas e Parágrafo único. A Comissão de Valores
Controladas Mobiliários poderá expedir normas sobre as
sociedades cujas demonstrações devam ser
Art. 248. No balanço patrimonial da
abrangidas na consolidação, e:
companhia, os investimentos em coligadas ou em
controladas e em outras sociedades que façam a) determinar a inclusão de sociedades que,
parte de um mesmo grupo ou estejam sob controle embora não controladas, sejam financeira ou
comum serão avaliados pelo método da administrativamente dependentes da companhia;
equivalência patrimonial, de acordo com as
b) autorizar, em casos especiais, a exclusão
seguintes normas: (Redação dada pela Lei nº
de uma ou mais sociedades controladas.
11.941, de 2009)
Normas sobre Consolidação
I - o valor do patrimônio líquido da coligada ou
da controlada será determinado com base em Art. 250. Das demonstrações financeiras
balanço patrimonial ou balancete de verificação consolidadas serão excluídas:
levantado, com observância das normas desta Lei, I - as participações de uma sociedade em
na mesma data, ou até 60 (sessenta) dias, no outra;
máximo, antes da data do balanço da companhia;
no valor de patrimônio líquido não serão II - os saldos de quaisquer contas entre as
computados os resultados não realizados sociedades;
decorrentes de negócios com a companhia, ou com III – as parcelas dos resultados do exercício,
outras sociedades coligadas à companhia, ou por dos lucros ou prejuízos acumulados e do custo de
ela controladas; estoques ou do ativo não circulante que
II - o valor do investimento será determinado corresponderem a resultados, ainda não
mediante a aplicação, sobre o valor de patrimônio realizados, de negócios entre as
líquido referido no número anterior, da sociedades. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de
porcentagem de participação no capital da coligada 2009)
ou controlada; § 1º A participação dos acionistas não
III - a diferença entre o valor do investimento, controladores no patrimônio líquido e no lucro do
de acordo com o número II, e o custo de aquisição exercício será destacada, respectivamente, no
corrigido monetariamente; somente será registrada balanço patrimonial e na demonstração do
como resultado do exercício: resultado do exercício. (Redação dada pela Lei nº
9.457, de 1997)
a) se decorrer de lucro ou prejuízo apurado na
coligada ou controlada; § 2o A parcela do custo de aquisição do
investimento em controlada, que não for absorvida
b) se corresponder, comprovadamente, a na consolidação, deverá ser mantida no ativo não
ganhos ou perdas efetivos; circulante, com dedução da provisão adequada
c) no caso de companhia aberta, com para perdas já comprovadas, e será objeto de nota
observância das normas expedidas pela Comissão explicativa. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de
de Valores Mobiliários. 2009)
§ 1º Para efeito de determinar a relevância do § 3º O valor da participação que exceder do
investimento, nos casos deste artigo, serão custo de aquisição constituirá parcela destacada
computados como parte do custo de aquisição os dos resultados de exercícios futuros até que fique
saldos de créditos da companhia contra as comprovada a existência de ganho efetivo.
coligadas e controladas. § 4º Para fins deste artigo, as sociedades
§ 2º A sociedade coligada, sempre que controladas, cujo exercício social termine mais de
solicitada pela companhia, deverá elaborar e 60 (sessenta) dias antes da data do encerramento
fornecer o balanço ou balancete de verificação do exercício da companhia, elaborarão, com
previsto no número I. observância das normas desta Lei, demonstrações
financeiras extraordinárias em data compreendida
Demonstrações Consolidadas
nesse prazo.
Art. 249. A companhia aberta que tiver mais
SEÇÃO V
de 30% (trinta por cento) do valor do seu patrimônio
líquido representado por investimentos em Subsidiária Integral
sociedades controladas deverá elaborar e divulgar,
juntamente com suas demonstrações financeiras,
Art. 251. A companhia pode ser constituída, I - adquirir ações do capital da subsidiária
mediante escritura pública, tendo como único integral, se a companhia decidir aliená-las no todo
acionista sociedade brasileira. ou em parte; e
§ lº A sociedade que subscrever em bens o II - subscrever aumento de capital da
capital de subsidiária integral deverá aprovar o subsidiária integral, se a companhia decidir admitir
laudo de avaliação de que trata o artigo 8º, outros acionistas.
respondendo nos termos do § 6º do artigo 8º e do
Parágrafo único. As ações ou o aumento de
artigo 10 e seu parágrafo único.
capital de subsidiária integral serão oferecidos aos
§ 2º A companhia pode ser convertida em acionistas da companhia em assembléia-geral
subsidiária integral mediante aquisição, por convocada para esse fim, aplicando-se à hipótese,
sociedade brasileira, de todas as suas ações, ou no que couber, o disposto no artigo 171.
nos termos do artigo 252.
SEÇÃO VI
Incorporação de Ações
Alienação de Controle
Art. 252. A incorporação de todas as ações do
Divulgação
capital social ao patrimônio de outra companhia
brasileira, para convertê-la em subsidiária integral, Art. 254-A. A alienação, direta ou indireta, do
será submetida à deliberação da assembléia-geral controle de companhia aberta somente poderá ser
das duas companhias mediante protocolo e contratada sob a condição, suspensiva ou
justificação, nos termos dos artigos 224 e 225. resolutiva, de que o adquirente se obrigue a fazer
oferta pública de aquisição das ações com direito a
§ 1º A assembléia-geral da companhia
voto de propriedade dos demais acionistas da
incorporadora, se aprovar a operação, deverá
companhia, de modo a lhes assegurar o preço no
autorizar o aumento do capital, a ser realizado com
mínimo igual a 80% (oitenta por cento) do valor
as ações a serem incorporadas e nomear os
pago por ação com direito a voto, integrante do
peritos que as avaliarão; os acionistas não terão
bloco de controle. (Incluído pela Lei nº 10.303, de
direito de preferência para subscrever o aumento
2001)
de capital, mas os dissidentes poderão retirar-se da
companhia, observado o disposto no art. 137, II, § 1o Entende-se como alienação de controle a
mediante o reembolso do valor de suas ações, nos transferência, de forma direta ou indireta, de ações
termos do art. 230. (Redação dada pela Lei nº integrantes do bloco de controle, de ações
9.457, de 1997) vinculadas a acordos de acionistas e de valores
mobiliários conversíveis em ações com direito a
§ 2º A assembléia-geral da companhia cujas
voto, cessão de direitos de subscrição de ações e
ações houverem de ser incorporadas somente
de outros títulos ou direitos relativos a valores
poderá aprovar a operação pelo voto de metade,
mobiliários conversíveis em ações que venham a
no mínimo, das ações com direito a voto, e se a
resultar na alienação de controle acionário da
aprovar, autorizará a diretoria a subscrever o
sociedade. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
aumento do capital da incorporadora, por conta dos
seus acionistas; os dissidentes da deliberação § 2o A Comissão de Valores Mobiliários
terão direito de retirar-se da companhia, observado autorizará a alienação de controle de que trata
o disposto no art. 137, II, mediante o reembolso do o caput, desde que verificado que as condições da
valor de suas ações, nos termos do art. oferta pública atendem aos requisitos
230. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997) legais. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
§ 3º Aprovado o laudo de avaliação pela § 3o Compete à Comissão de Valores
assembléia-geral da incorporadora, efetivar-se-á a Mobiliários estabelecer normas a serem
incorporação e os titulares das ações incorporadas observadas na oferta pública de que trata
receberão diretamente da incorporadora as ações o caput. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
que lhes couberem. § 4o O adquirente do controle acionário de
§ 4o A Comissão de Valores Mobiliários companhia aberta poderá oferecer aos acionistas
estabelecerá normas especiais de avaliação e minoritários a opção de permanecer na companhia,
contabilização aplicáveis às operações de mediante o pagamento de um prêmio equivalente
incorporação de ações que envolvam companhia à diferença entre o valor de mercado das ações e
aberta. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de o valor pago por ação integrante do bloco de
2009) controle. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
Admissão de Acionistas em Subsidiária Integral § 5o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.303,
de 2001)
Art. 253. Na proporção das ações que
possuírem no capital da companhia, os acionistas Companhia Aberta Sujeita a Autorização
terão direito de preferência para:
Art. 255. A alienação do controle de que garanta o cumprimento das obrigações
companhia aberta que dependa de autorização do assumidas pelo ofertante.
governo para funcionar está sujeita à prévia
§ 1º Se a oferta contiver permuta, total ou
autorização do órgão competente para aprovar a
parcial, dos valores mobiliários, somente poderá
alteração do seu estatuto.(Redação dada pela Lei
ser efetuada após prévio registro na Comissão de
nº 9.457, de 1997)
Valores Mobiliários.
§§ 1º e 2º (Revogados pela Lei nº 9.457, de
§ 2º A oferta deverá ter por objeto ações com
1997)
direito a voto em número suficiente para assegurar
Aprovação pela Assembléia-Geral da Compradora o controle da companhia e será irrevogável.
Art. 256. A compra, por companhia aberta, do § 3º Se o ofertante já for titular de ações
controle de qualquer sociedade mercantil, votantes do capital da companhia, a oferta poderá
dependerá de deliberação da assembléia-geral da ter por objeto o número de ações necessário para
compradora, especialmente convocada para completar o controle, mas o ofertante deverá fazer
conhecer da operação, sempre que: prova, perante a Comissão de Valores Mobiliários,
das ações de sua propriedade.
I - O preço de compra constituir, para a
compradora, investimento relevante (artigo 247, § 4º A Comissão de Valores Mobiliários
parágrafo único); ou poderá expedir normas sobre oferta pública de
aquisição de controle.
II - o preço médio de cada ação ou quota
ultrapassar uma vez e meia o maior dos 3 (três) Instrumento da Oferta de Compra
valores a seguir indicados:
Art. 258. O instrumento de oferta de compra,
a) cotação média das ações em bolsa ou no firmado pelo ofertante e pela instituição financeira
mercado de balcão organizado, durante os noventa que garante o pagamento, será publicado na
dias anteriores à data da contratação; (Redação imprensa e deverá indicar:
dada pela Lei nº 9.457, de 1997)
I - o número mínimo de ações que o ofertante
b) valor de patrimônio líquido (artigo 248) da se propõe a adquirir e, se for o caso, o número
ação ou quota, avaliado o patrimônio a preços de máximo;
mercado (artigo 183, § 1º);
II - o preço e as condições de pagamento;
c) valor do lucro líquido da ação ou quota, que
III - a subordinação da oferta ao número
não poderá ser superior a 15 (quinze) vezes o lucro
mínimo de aceitantes e a forma de rateio entre os
líquido anual por ação (artigo 187 n. VII) nos 2
aceitantes, se o número deles ultrapassar o
(dois) últimos exercícios sociais, atualizado
máximo fixado;
monetariamente.
IV - o procedimento que deverá ser adotado
§ 1º A proposta ou o contrato de compra,
pelos acionistas aceitantes para manifestar a sua
acompanhado de laudo de avaliação, observado o
aceitação e efetivar a transferência das ações;
disposto no art. 8º, §§ 1º e 6º, será submetido à
prévia autorização da assembléia-geral, ou à sua V - o prazo de validade da oferta, que não
ratificação, sob pena de responsabilidade dos poderá ser inferior a 20 (vinte) dias;
administradores, instruído com todos os elementos VI - informações sobre o ofertante.
necessários à deliberação. (Redação dada pela Lei
nº 9.457, de 1997) Parágrafo único. A oferta será comunicada à
Comissão de Valores Mobiliários dentro de 24
§ 2º Se o preço da aquisição ultrapassar uma (vinte e quatro) horas da primeira publicação.
vez e meia o maior dos três valores de que trata o
inciso II do caput, o acionista dissidente da Instrumento de Oferta de Permuta
deliberação da assembléia que a aprovar terá o Art. 259. O projeto de instrumento de oferta de
direito de retirar-se da companhia mediante permuta será submetido à Comissão de Valores
reembolso do valor de suas ações, nos termos do Mobiliários com o pedido de registro prévio da
art. 137, observado o disposto em seu inciso oferta e deverá conter, além das referidas no artigo
II. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997) 258, informações sobre os valores mobiliários
SEÇÃO VII oferecidos em permuta e as companhias emissoras
desses valores.
Aquisição de Controle Mediante Oferta Pública
Parágrafo único. A Comissão de Valores
Requisitos Mobiliários poderá fixar normas sobre o
Art. 257. A oferta pública para aquisição de instrumento de oferta de permuta e o seu registro
controle de companhia aberta somente poderá ser prévio.
feita com a participação de instituição financeira
Sigilo controlada, avaliados os dois patrimônios segundo
os mesmos critérios e na mesma data, a preços de
Art. 260. Até a publicação da oferta, o
mercado, ou com base em outro critério aceito pela
ofertante, a instituição financeira intermediária e a
Comissão de Valores Mobiliários, no caso de
Comissão de Valores Mobiliários devem manter
companhias abertas. (Redação dada pela Lei
sigilo sobre a oferta projetada, respondendo o
nº 10.303, de 2001)
infrator pelos danos que causar.
§ 1o A avaliação dos dois patrimônios será
Processamento da Oferta
feita por 3 (três) peritos ou empresa especializada
Art. 261. A aceitação da oferta deverá ser feita e, no caso de companhias abertas, por empresa
nas instituições financeiras ou do mercado de especializada. (Redação dada pela Lei nº
valores mobiliários indicadas no instrumento de 10.303, de 2001)
oferta e os aceitantes deverão firmar ordens
§ 2o Para efeito da comparação referida neste
irrevogáveis de venda ou permuta, nas condições
artigo, as ações do capital da controlada de
ofertadas, ressalvado o disposto no § 1º do artigo
propriedade da controladora serão avaliadas, no
262.
patrimônio desta, em conformidade com o disposto
§ 1º É facultado ao ofertante melhorar, uma no caput. (Redação dada pela Lei nº 10.303,
vez, as condições de preço ou forma de de 2001)
pagamento, desde que em porcentagem igual ou
§ 3o Se as relações de substituição das ações
superior a 5% (cinco por cento) e até 10 (dez) dias
dos acionistas não controladores, previstas no
antes do término do prazo da oferta; as novas
protocolo da incorporação, forem menos
condições se estenderão aos acionistas que já
vantajosas que as resultantes da comparação
tiverem aceito a oferta.
prevista neste artigo, os acionistas dissidentes da
§ 2º Findo o prazo da oferta, a instituição deliberação da assembléia-geral da controlada que
financeira intermediária comunicará o resultado à aprovar a operação, poderão optar, no prazo
Comissão de Valores Mobiliários e, mediante previsto no art. 230, entre o valor de reembolso
publicação pela imprensa, aos aceitantes. fixado nos termos do art. 45 e o valor apurado em
§ 3º Se o número de aceitantes ultrapassar o conformidade com o disposto no caput, observado
máximo, será obrigatório o rateio, na forma prevista o disposto no art. 137, inciso II. (Redação
no instrumento da oferta. dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

Oferta Concorrente § 4o Aplicam-se as normas previstas neste


artigo à incorporação de controladora por sua
Art. 262. A existência de oferta pública em controlada, à fusão de companhia controladora
curso não impede oferta concorrente, desde que com a controlada, à incorporação de ações de
observadas as normas desta Seção. companhia controlada ou controladora, à
§ 1º A publicação de oferta concorrente torna incorporação, fusão e incorporação de ações de
nulas as ordens de venda que já tenham sido sociedades sob controle comum. (Redação
firmadas em aceitação de oferta anterior. dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 2º É facultado ao primeiro ofertante § 5º O disposto neste artigo não se aplica no


prorrogar o prazo de sua oferta até fazê-lo coincidir caso de as ações do capital da controlada terem
com o da oferta concorrente. sido adquiridas no pregão da bolsa de valores ou
mediante oferta pública nos termos dos artigos 257
Negociação Durante a Oferta a 263.
Art. 263. A Comissão de Valores Mobiliários CAPÍTULO XXI
poderá expedir normas que disciplinem a
negociação das ações objeto da oferta durante o Grupo de Sociedades
seu prazo. SEÇÃO I
SEÇÃO VIII Características e Natureza
Incorporação de Companhia Controlada Características
Art. 264. Na incorporação, pela controladora, Art. 265. A sociedade controladora e suas
de companhia controlada, a justificação, controladas podem constituir, nos termos deste
apresentada à assembléia-geral da controlada, Capítulo, grupo de sociedades, mediante
deverá conter, além das informações previstas nos convenção pela qual se obriguem a combinar
arts. 224 e 225, o cálculo das relações de recursos ou esforços para a realização dos
substituição das ações dos acionistas não respectivos objetos, ou a participar de atividades
controladores da controlada com base no valor do ou empreendimentos comuns.
patrimônio líquido das ações da controladora e da
§ 1º A sociedade controladora, ou de comando VII - a declaração da nacionalidade do
do grupo, deve ser brasileira, e exercer, direta ou controle do grupo;
indiretamente, e de modo permanente, o controle
VIII - as condições para alteração da
das sociedades filiadas, como titular de direitos de
convenção.
sócio ou acionista, ou mediante acordo com outros
sócios ou acionistas. Parágrafo único. Para os efeitos do número
VII, o grupo de sociedades considera-se sob
§ 2º A participação recíproca das sociedades
controle brasileiro se a sua sociedade de comando
do grupo obedecerá ao disposto no artigo 244.
está sob o controle de:
Natureza
a) pessoas naturais residentes ou
Art. 266. As relações entre as sociedades, a domiciliadas no Brasil;
estrutura administrativa do grupo e a coordenação
b) pessoas jurídicas de direito público interno;
ou subordinação dos administradores das
ou
sociedades filiadas serão estabelecidas na
convenção do grupo, mas cada sociedade c) sociedade ou sociedades brasileiras que,
conservará personalidade e patrimônios distintos. direta ou indiretamente, estejam sob o controle das
pessoas referidas nas alíneas a e b.
Designação
Aprovação pelos Sócios das Sociedades
Art. 267. O grupo de sociedades terá
designação de que constarão as palavras "grupo Art. 270. A convenção de grupo deve ser
de sociedades" ou "grupo". aprovada com observância das normas para
alteração do contrato social ou do estatuto (art.
Parágrafo único. Somente os grupos
136, V). (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)
organizados de acordo com este Capítulo poderão
usar designação com as palavras "grupo" ou Parágrafo único. Os sócios ou acionistas
"grupo de sociedade". dissidentes da deliberação de se associar a grupo
têm direito, nos termos do artigo 137, ao reembolso
Companhias Sujeitas a Autorização para
de suas ações ou quotas.
Funcionar
Registro e Publicidade
Art. 268. A companhia que, por seu objeto,
depende de autorização para funcionar, somente Art. 271. Considera-se constituído o grupo a
poderá participar de grupo de sociedades após a partir da data do arquivamento, no registro do
aprovação da convenção do grupo pela autoridade comércio da sede da sociedade de comando, dos
competente para aprovar suas alterações seguintes documentos:
estatutárias. I - convenção de constituição do grupo;
SEÇÃO II II - atas das assembléias-gerais, ou
Constituição, Registro e Publicidade instrumentos de alteração contratual, de todas as
sociedades que tiverem aprovado a constituição do
Art. 269. O grupo de sociedades será
grupo;
constituído por convenção aprovada pelas
sociedades que o componham, a qual deverá III - declaração autenticada do número das
conter: ações ou quotas de que a sociedade de comando
e as demais sociedades integrantes do grupo são
I - a designação do grupo;
titulares em cada sociedade filiada, ou exemplar de
II - a indicação da sociedade de comando e acordo de acionistas que assegura o controle de
das filiadas; sociedade filiada.
III - as condições de participação das diversas § 1º Quando as sociedades filiadas tiverem
sociedades; sede em locais diferentes, deverão ser arquivadas
no registro do comércio das respectivas sedes as
IV - o prazo de duração, se houver, e as
atas de assembléia ou alterações contratuais que
condições de extinção;
tiverem aprovado a convenção, sem prejuízo do
V - as condições para admissão de outras registro na sede da sociedade de comando.
sociedades e para a retirada das que o
§ 2º As certidões de arquivamento no registro
componham;
do comércio serão publicadas.
VI - os órgãos e cargos da administração do
§ 3º A partir da data do arquivamento, a
grupo, suas atribuições e as relações entre a
sociedade de comando e as filiadas passarão a
estrutura administrativa do grupo e as das
usar as respectivas denominações acrescidas da
sociedades que o componham;
designação do grupo.
§ 4º As alterações da convenção do grupo órgão que publicou a última demonstração
serão arquivadas e publicadas nos termos deste consolidada do grupo a que pertencer.
artigo, observando-se o disposto no § 1º do artigo
§ 4º As demonstrações consolidadas de grupo
135.
de sociedades que inclua companhia aberta serão
SEÇÃO III obrigatoriamente auditadas por auditores
independentes registrados na Comissão de
Administração
Valores Mobiliários, e observarão as normas
Administradores do Grupo expedidas por essa comissão.
Art. 272. A convenção deve definir a estrutura SEÇÃO V
administrativa do grupo de sociedades, podendo
Prejuízos Resultantes de Atos Contrários à
criar órgãos de deliberação colegiada e cargos de
Convenção
direção-geral.
Art. 276. A combinação de recursos e
Parágrafo único. A representação das
esforços, a subordinação dos interesses de uma
sociedades perante terceiros, salvo disposição
sociedade aos de outra, ou do grupo, e a
expressa na convenção do grupo, arquivada no
participação em custos, receitas ou resultados de
registro do comércio e publicada, caberá
atividades ou empreendimentos somente poderão
exclusivamente aos administradores de cada
ser opostos aos sócios minoritários das sociedades
sociedade, de acordo com os respectivos estatutos
filiadas nos termos da convenção do grupo.
ou contratos sociais.
§ 1º Consideram-se minoritários, para os
Administradores das Sociedades Filiadas
efeitos deste artigo, todos os sócios da filiada, com
Art. 273. Aos administradores das sociedades exceção da sociedade de comando e das demais
filiadas, sem prejuízo de suas atribuições, poderes filiadas do grupo.
e responsabilidades, de acordo com os respectivos
§ 2º A distribuição de custos, receitas e
estatutos ou contratos sociais, compete observar a
resultados e as compensações entre sociedades,
orientação geral estabelecida e as instruções
previstas na convenção do grupo, deverão ser
expedidas pelos administradores do grupo que não
determinadas e registradas no balanço de cada
importem violação da lei ou da convenção do
exercício social das sociedades interessadas.
grupo.
§ 3º Os sócios minoritários da filiada terão
Remuneração
ação contra os seus administradores e contra a
Art. 274. Os administradores do grupo e os sociedade de comando do grupo para haver
investidos em cargos de mais de uma sociedade reparação de prejuízos resultantes de atos
poderão ter a sua remuneração rateada entre as praticados com infração das normas deste artigo,
diversas sociedades, e a gratificação dos observado o disposto nos parágrafos do artigo 246.
administradores, se houver, poderá ser fixada,
Conselho Fiscal das Filiadas
dentro dos limites do § 1º do artigo 152 com base
nos resultados apurados nas demonstrações Art. 277. O funcionamento do Conselho Fiscal
financeiras consolidadas do grupo. da companhia filiada a grupo, quando não for
permanente, poderá ser pedido por acionistas não
SEÇÃO IV
controladores que representem, no mínimo, 5%
Demonstrações Financeiras (cinco por cento) das ações ordinárias, ou das
Art. 275. O grupo de sociedades publicará, ações preferenciais sem direito de voto.
além das demonstrações financeiras referentes a § 1º Na constituição do Conselho Fiscal da
cada uma das companhias que o compõem, filiada serão observadas as seguintes normas:
demonstrações consolidadas, compreendendo
a) os acionistas não controladores votarão em
todas as sociedades do grupo, elaboradas com
separado, cabendo às ações com direito a voto o
observância do disposto no artigo 250.
direito de eleger 1 (um) membro e respectivo
§ 1º As demonstrações consolidadas do grupo suplente e às ações sem direito a voto, ou com voto
serão publicadas juntamente com as da sociedade restrito, o de eleger outro;
de comando.
b) a sociedade de comando e as filiadas
§ 2º A sociedade de comando deverá publicar poderão eleger número de membros, e respectivos
demonstrações financeiras nos termos desta Lei, suplentes, igual ao dos eleitos nos termos da alínea
ainda que não tenha a forma de companhia. a, mais um.
§ 3º As companhias filiadas indicarão, em nota § 2º O Conselho Fiscal da sociedade filiada
às suas demonstrações financeiras publicadas, o poderá solicitar aos órgãos de administração da
sociedade de comando, ou de outras filiadas, os
esclarecimentos ou informações que julgar anônimas, sem prejuízo das modificações
necessários para fiscalizar a observância da constantes deste Capítulo.
convenção do grupo.
Art. 281. A sociedade poderá comerciar sob
CAPÍTULO XXII firma ou razão social, da qual só farão parte os
nomes dos sócios-diretores ou gerentes. Ficam
Consórcio
ilimitada e solidariamente responsáveis, nos
Art. 278. As companhias e quaisquer outras termos desta Lei, pelas obrigações sociais, os que,
sociedades, sob o mesmo controle ou não, podem por seus nomes, figurarem na firma ou razão
constituir consórcio para executar determinado social.
empreendimento, observado o disposto neste
Parágrafo único. A denominação ou a firma
Capítulo.
deve ser seguida das palavras "Comandita por
§ 1º O consórcio não tem personalidade Ações", por extenso ou abreviadamente.
jurídica e as consorciadas somente se obrigam nas
Art. 282. Apenas o sócio ou acionista tem
condições previstas no respectivo contrato,
qualidade para administrar ou gerir a sociedade, e,
respondendo cada uma por suas obrigações, sem
como diretor ou gerente, responde, subsidiária mas
presunção de solidariedade.
ilimitada e solidariamente, pelas obrigações da
§ 2º A falência de uma consorciada não se sociedade.
estende às demais, subsistindo o consórcio com as
§ 1º Os diretores ou gerentes serão
outras contratantes; os créditos que porventura
nomeados, sem limitação de tempo, no estatuto da
tiver a falida serão apurados e pagos na forma
sociedade, e somente poderão ser destituídos por
prevista no contrato de consórcio.
deliberação de acionistas que representem 2/3
Art. 279. O consórcio será constituído (dois terços), no mínimo, do capital social.
mediante contrato aprovado pelo órgão da
§ 2º O diretor ou gerente que for destituído ou
sociedade competente para autorizar a alienação
se exonerar continuará responsável pelas
de bens do ativo não circulante, do qual
obrigações sociais contraídas sob sua
constarão: (Redação dada pela Lei nº 11.941, de
administração.
2009)
Art. 283. A assembléia-geral não pode, sem o
I - a designação do consórcio se houver;
consentimento dos diretores ou gerentes, mudar o
II - o empreendimento que constitua o objeto objeto essencial da sociedade, prorrogar-lhe o
do consórcio; prazo de duração, aumentar ou diminuir o capital
III - a duração, endereço e foro; social, emitir debêntures ou criar partes
beneficiárias nem aprovar a participação em grupo
IV - a definição das obrigações e de sociedade. (Redação dada pela Lei nº 9.457,
responsabilidade de cada sociedade consorciada, de 1997)
e das prestações específicas;
Art. 284. Não se aplica à sociedade em
V - normas sobre recebimento de receitas e comandita por ações o disposto nesta Lei sobre
partilha de resultados; conselho de administração, autorização estatutária
VI - normas sobre administração do consórcio, de aumento de capital e emissão de bônus de
contabilização, representação das sociedades subscrição.
consorciadas e taxa de administração, se houver; CAPÍTULO XXIV
VII - forma de deliberação sobre assuntos de Prazos de Prescrição
interesse comum, com o número de votos que cabe
a cada consorciado; Art. 285. A ação para anular a constituição da
companhia, por vício ou defeito, prescreve em 1
VIII - contribuição de cada consorciado para (um) ano, contado da publicação dos atos
as despesas comuns, se houver. constitutivos.
Parágrafo único. O contrato de consórcio e Parágrafo único. Ainda depois de proposta a
suas alterações serão arquivados no registro do ação, é lícito à companhia, por deliberação da
comércio do lugar da sua sede, devendo a certidão assembléia-geral, providenciar para que seja
do arquivamento ser publicada. sanado o vício ou defeito.
CAPÍTULO XXIII Art. 286. A ação para anular as deliberações
Sociedades em Comandita por Ações tomadas em assembléia-geral ou especial,
irregularmente convocada ou instalada, violadoras
Art. 280. A sociedade em comandita por ações da lei ou do estatuto, ou eivadas de erro, dolo,
terá o capital dividido em ações e reger-se-á pelas fraude ou simulação, prescreve em 2 (dois) anos,
normas relativas às companhias ou sociedades contados da deliberação.
Art. 287. Prescreve: Art. 288. Quando a ação se originar de fato
que deva ser apurado no juízo criminal, não
I - em, 1 (um) ano:
ocorrerá a prescrição antes da respectiva sentença
a) a ação contra peritos e subscritores do definitiva, ou da prescrição da ação penal.
capital, para deles haver reparação civil pela
CAPÍTULO XXV
avaliação de bens, contado o prazo da publicação
da ata da assembléia-geral que aprovar o laudo; Disposições Gerais
b) a ação dos credores não pagos contra os Art. 289. As publicações ordenadas pela
acionistas e os liquidantes, contado o prazo da presente Lei serão feitas no órgão oficial da União
publicação da ata de encerramento da liquidação ou do Estado ou do Distrito Federal, conforme o
da companhia. lugar em que esteja situada a sede da companhia,
e em outro jornal de grande circulação editado na
II - em 3 (três) anos:
localidade em que está situada a sede da
a) a ação para haver dividendos, contado o companhia. (Redação dada pela Lei nº
prazo da data em que tenham sido postos à 9.457, de 1997) (Vide Lei nº 13.818, de
disposição do acionista; 2019) (Vigência)
b) a ação contra os fundadores, acionistas, § 1º A Comissão de Valores Mobiliários
administradores, liquidantes, fiscais ou sociedade poderá determinar que as publicações ordenadas
de comando, para deles haver reparação civil por por esta Lei sejam feitas, também, em jornal de
atos culposos ou dolosos, no caso de violação da grande circulação nas localidades em que os
lei, do estatuto ou da convenção de grupo, contado valores mobiliários da companhia sejam
o prazo: negociados em bolsa ou em mercado de balcão, ou
1 - para os fundadores, da data da publicação disseminadas por algum outro meio que assegure
dos atos constitutivos da companhia; sua ampla divulgação e imediato acesso às
informações. (Redação dada pela Lei nº
2 - para os acionistas, administradores, fiscais 9.457, de 1997)
e sociedades de comando, da data da publicação
da ata que aprovar o balanço referente ao § 2º Se no lugar em que estiver situada a sede
exercício em que a violação tenha ocorrido; da companhia não for editado jornal, a publicação
se fará em órgão de grande circulação local.
3 - para os liquidantes, da data da publicação
da ata da primeira assembléia-geral posterior à § 3º A companhia deve fazer as publicações
violação. previstas nesta Lei sempre no mesmo jornal, e
qualquer mudança deverá ser precedida de aviso
c) a ação contra acionistas para restituição de aos acionistas no extrato da ata da assembléia-
dividendos recebidos de má-fé, contado o prazo da geral ordinária.
data da publicação da ata da assembléia-geral
ordinária do exercício em que os dividendos § 4º O disposto no final do § 3º não se aplica
tenham sido declarados; à eventual publicação de atas ou balanços em
outros jornais.
d) a ação contra os administradores ou
titulares de partes beneficiárias para restituição das § 5º Todas as publicações ordenadas nesta
participações no lucro recebidas de má-fé, contado Lei deverão ser arquivadas no registro do
o prazo da data da publicação da ata da comércio.
assembléia-geral ordinária do exercício em que as § 6º As publicações do balanço e da
participações tenham sido pagas; demonstração de lucros e perdas poderão ser
e) a ação contra o agente fiduciário de feitas adotando-se como expressão monetária o
debenturistas ou titulares de partes beneficiárias milhar de reais. (Redação dada pela Lei nº
para dele haver reparação civil por atos culposos 9.457, de 1997)
ou dolosos, no caso de violação da lei ou da § 7o Sem prejuízo do disposto no caput deste
escritura de emissão, a contar da publicação da ata artigo, as companhias abertas poderão, ainda,
da assembléia-geral que tiver tomado disponibilizar as referidas publicações pela rede
conhecimento da violação; mundial de computadores. (Incluído pela
f) a ação contra o violador do dever de sigilo Lei nº 10.303, de 2001)
de que trata o artigo 260 para dele haver reparação Art. 290. A indenização por perdas e danos
civil, a contar da data da publicação da oferta. em ações com fundamento nesta Lei será corrigida
g) a ação movida pelo acionista contra a monetariamente até o trimestre civil em que for
companhia, qualquer que seja o seu efetivamente liquidada.
fundamento. (Incluída pela Lei nº 10.303, de 2001) Art. 291. A Comissão de Valores Mobiliários
poderá reduzir, mediante fixação de escala em
função do valor do capital social, a porcentagem a) elaboração das demonstrações financeiras,
mínima aplicável às companhias abertas, que serão observadas pelas companhias
estabelecida no art. 105; na alínea c do parágrafo existentes a partir do exercício social que se iniciar
único do art. 123; no caput do art. 141; no § 1o do após 1º de janeiro de 1978;
art. 157; no § 4o do art. 159; no § 2o do art. 161; no
b) a apresentação, nas demonstrações
§ 6o do art. 163; na alínea a do § 1o do art. 246; e
financeiras, de valores do exercício anterior (artigo
no art. 277. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de
176, § 1º), que será obrigatória a partir do balanço
2001)
do exercício social subseqüente ao referido na
Parágrafo único. A Comissão de Valores alíne a anterior;
Mobiliários poderá reduzir a porcentagem de que
c) elaboração e publicação de demonstrações
trata o artigo 249.
financeiras consolidadas, que somente serão
Art. 292. As sociedades de que trata o artigo obrigatórias para os exercícios iniciados a partir de
62 da Lei n. 4.728, de 14 de julho de 1965, podem 1º de janeiro de 1978.
ter suas ações ao portador.
§ 2º A participação dos administradores nos
Art. 293. A Comissão de Valores Mobiliários lucros sociais continuará a regular-se pelas
autorizará as bolsas de valores a prestar os disposições legais e estatutárias em vigor,
serviços previstos nos artigos 27; 34, § 2º; 39, § 1°; aplicando-se o disposto nos §§ 1º e 2º do artigo 152
40; 41; 42; 43; 44; 72; 102 e 103. a partir do exercício social que se iniciar no curso
do ano de 1977.
Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº
12.810, de 2013) § 3º A restrição ao direito de voto das ações
ao portador (artigo 112) só vigorará a partir de 1
Art. 294. A companhia fechada que tiver
(um) ano a contar da data em que esta Lei entrar
menos de 20 (vinte) acionistas, com patrimônio
em vigor.
líquido de até R$ 10.000.000,00 (dez milhões de
reais), poderá: (Redação dada pela Lei nº 13.818, Art. 296. As companhias existentes deverão
de 2019) proceder à adaptação do seu estatuto aos
preceitos desta Lei no prazo de 1 (um) ano a contar
I - convocar assembléia-geral por anúncio
da data em que ela entrar em vigor, devendo para
entregue a todos os acionistas, contra-recibo, com
esse fim ser convocada assembléia-geral dos
a antecedência prevista no artigo 124; e
acionistas.
II - deixar de publicar os documentos de que
§ 1º Os administradores e membros do
trata o artigo 133, desde que sejam, por cópias
Conselho Fiscal respondem pelos prejuízos que
autenticadas, arquivados no registro de comércio
causarem pela inobservância do disposto neste
juntamente com a ata da assembléia que sobre
artigo.
eles deliberar.
§ 2º O disposto neste artigo não prejudicará
§ 1º A companhia deverá guardar os recibos
os direitos pecuniários conferidos por partes
de entrega dos anúncios de convocação e arquivar
beneficiárias e debêntures em circulação na data
no registro de comércio, juntamente com a ata da
da publicação desta Lei, que somente poderão ser
assembléia, cópia autenticada dos mesmos.
modificados ou reduzidos com observância do
§ 2º Nas companhias de que trata este artigo, disposto no artigo 51 e no § 5º do artigo 71.
o pagamento da participação dos administradores
§ 3º As companhias existentes deverão
poderá ser feito sem observância do disposto no §
eliminar, no prazo de 5 (cinco) anos a contar da
2º do artigo 152, desde que aprovada pela
data de entrada em vigor desta Lei, as
unanimidade dos acionistas.
participações recíprocas vedadas pelo artigo 244 e
§ 3º O disposto neste artigo não se aplica à seus parágrafos.
companhia controladora de grupo de sociedade, ou
§ 4º As companhias existentes, cujo estatuto
a ela filiadas.
for omisso quanto à fixação do dividendo, ou que o
CAPÍTULO XXVI estabelecer em condições que não satisfaçam aos
Disposições Transitórias requisitos do § 1º do artigo 202 poderão, dentro do
prazo previsto neste artigo, fixá-lo em porcentagem
Art. 295. A presente Lei entrará em vigor 60 inferior à prevista no § 2º do artigo 202, mas os
(sessenta) dias após a sua publicação, aplicando- acionistas dissidentes dessa deliberação terão
se, todavia, a partir da data da publicação, às direito de retirar-se da companhia, mediante
companhias que se constituírem. reembolso do valor de suas ações, com
§ 1º O disposto neste artigo não se aplica às observância do disposto nos artigos 45 e 137.
disposições sobre: § 5º O disposto no artigo 199 não se aplica às
reservas constituídas e aos lucros acumulados em
balanços levantados antes de 1º de janeiro de Art. 299. Ficam mantidas as disposições sobre
1977. sociedades por ações, constantes de legislação
especial sobre a aplicação de incentivos fiscais nas
§ 6º O disposto nos §§ 1º e 2º do artigo 237
áreas da SUDENE, SUDAM, SUDEPE,
não se aplica às participações existentes na data
EMBRATUR e Reflorestamento, bem como todos
da publicação desta Lei.
os dispositivos das Leis nºs. 4.131, de 3 de
Art. 297. As companhias existentes que dezembro de 1962, e 4.390, de 29 de agosto de
tiverem ações preferenciais com prioridade na 1964.
distribuição de dividendo fixo ou mínimo ficarão
Art. 299-A. O saldo existente em 31 de
dispensadas do disposto no artigo 167 e seu § 1º,
dezembro de 2008 no ativo diferido que, pela sua
desde que no prazo de que trata o artigo 296
natureza, não puder ser alocado a outro grupo de
regulem no estatuto a participação das ações
contas, poderá permanecer no ativo sob essa
preferenciais na correção anual do capital social,
classificação até sua completa amortização, sujeito
com observância das seguintes normas:
à análise sobre a recuperação de que trata o §
I - o aumento de capital poderá ficar na 3o do art. 183 desta Lei. (Incluído pela Lei nº
dependência de deliberação da assembléia-geral, 11.941, de 2009)
mas será obrigatório quando o saldo da conta de
Art. 299-B. O saldo existente no resultado de
que trata o § 3º do artigo 182 ultrapassar 50%
exercício futuro em 31 de dezembro de 2008
(cinqüenta por cento) do capital social;
deverá ser reclassificado para o passivo não
II - a capitalização da reserva poderá ser circulante em conta representativa de receita
procedida mediante aumento do valor nominal das diferida. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
ações ou emissões de novas ações bonificadas,
Parágrafo único. O registro do saldo de que
cabendo à assembléia-geral escolher, em cada
trata o caput deste artigo deverá evidenciar a
aumento de capital, o modo a ser adotado;
receita diferida e o respectivo custo
III - em qualquer caso, será observado o diferido. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
disposto no § 4º do artigo 17;
Art. 300. Ficam revogados o Decreto-Lei n.
IV - as condições estatutárias de participação 2.627, de 26 de setembro de 1940, com exceção
serão transcritas nos certificados das ações da dos artigos 59 a 73, e demais disposições em
companhia. contrário.
Art. 298. As companhias existentes, com Brasília, 15 de dezembro de 1976; 155º da
capital inferior a Cr$ 5.000.000,00 (cinco milhões Independência e 88º da República.
de cruzeiros), poderão, no prazo de que trata o
ERNESTO GEISEL
artigo 296 deliberar, pelo voto de acionistas que
Mário Henrique Simonsen
representem 2/3 (dois terços) do capital social, a
sua transformação em sociedade por quotas, de
responsabilidade limitada, observadas as
seguintes normas:
I - na deliberação da assembléia a cada ação
caberá 1 (um) voto, independentemente de espécie
ou classe;
II - a sociedade por quotas resultante da
transformação deverá ter o seu capital
integralizado e o seu contrato social assegurará
aos sócios a livre transferência das quotas, entre si
ou para terceiros;
III - o acionista dissidente da deliberação da
assembléia poderá pedir o reembolso das ações
pelo valor de patrimônio líquido a preços de
mercado, observado o disposto nos artigos 45 e
137;
IV - o prazo para o pedido de reembolso será
de 90 (noventa) dias a partir da data da publicação
da ata da assembléia, salvo para os titulares de
ações nominativas, que será contado da data do
recebimento de aviso por escrito da companhia.

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