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Falar as línguas
da Europa
As línguas na União Europeia
União Europeia
Pode encontrar esta brochura em linha, juntamente com outras informações claras e sucintas sobre a União Europeia, em
ec.europa.eu/publications
Comissão Europeia
Direcção‑Geral da Comunicação
Publicações
B‑1049 Bruxelles
16 p. — 21 x 29,7 cm
ISBN 978-92-79-09171-1
Reprodução autorizada. A autorização de utilização ou reprodução de qualquer das fotografias deve ser solicitada directamente aos
titulares dos direitos de autor.
Printed in Germany
Falar as línguas
da Europa
As línguas na União Europeia
Leonard Orban
Membro da Comissão Europeia
A Europa em movimento
Índice
A importância da língua 03
As línguas da Europa 05
Línguas regionais e minoritárias 07
Línguas e mobilidade 09
Promover a aprendizagem de línguas 10
Os instrumentos do multilinguismo 12
O funcionamento de uma União Europeia multilingue 13
Desafios futuros 15
Informações adicionais 15
03
Línguas oficiais da UE
23 Búlgaro
22 Romeno
21 Gaélico*
20 Maltês
19 Checo
18 Eslovaco
17 Esloveno
16 Polaco
15 Húngaro
14 Estónio
13 Letão
12 Lituano
11 Finlandês
10 Sueco
9 Espanhol
8 Português
7 Grego
6 Inglês
5 Dinamarquês
4 Francês**
3 Alemão**
2 Italiano**
1 Neerlandês**
© EP
As línguas da UE têm raízes variadas. A maior parte delas
pertence à vasta família indo‑europeia, cujas ramificações
principais são as línguas germânicas, românicas, eslavas e célticas. O grego, bem como o lituano e o letão, duas línguas bál‑
ticas, são também línguas indo‑europeias, embora não façam parte das ramificações principais. O húngaro, o finlandês e o
estónio provêm do grupo de línguas ugro‑finesas. O maltês aproxima‑se do árabe, com elementos italianos.
Na sua maior parte, as línguas «regionais» e «minoritárias» da UE pertencem também a um dos grupos acima referidos. A princi‑
pal excepção é o basco, falado em ambos os lados da fronteira franco‑espanhola e cujas raízes estão ainda a ser investigadas.
A noção de língua «minoritária» abrange não só as línguas menos faladas, como a língua sami na Lapónia ou o bretão na Fran‑
ça ocidental, mas também as línguas oficiais da UE que são faladas por uma minoria de cidadãos de um outro Estado‑Membro
(como o alemão no norte de Itália ou o húngaro na Roménia e na Eslováquia). A adesão dos países bálticos com minorias que
falam russo veio fazer aparecer uma nova categoria de língua «minoritária» — uma língua que é língua nacional de um país
que não faz parte da UE.
As 23 línguas oficiais da União Europeia são: alemão, búlgaro, checo, dinamarquês, eslovaco, esloveno, espanhol, estónio, fin‑
landês, francês, gaélico, grego, húngaro, inglês, italiano, letão, lituano, maltês, neerlandês, polaco, português, romeno e sueco.
O catalão, o basco e o galego têm estatuto de língua oficial no interior de Espanha, o que significa que certos textos da UE são
traduzidos de e para estas línguas a expensas do Governo de Espanha.
O número de línguas oficiais da UE é mais reduzido que o número de Estados‑Membros, porque a Alemanha e a Áustria par‑
tilham o alemão, a Grécia e Chipre o grego e a Bélgica e o Luxemburgo têm línguas comuns com os seus vizinhos franceses,
neerlandeses e alemães. Assim, no total, existem 23 línguas para 27 países.
05
Inglês 38
Alemão 14
Francês 14
Espanhol 6
Russo 6
Muita gente
pratica as suas
competências
linguísticas em
férias
07
As línguas de integração
Muitas autoridades locais e governos nacionais proporcionam aos imigrantes cursos
de línguas e cursos de familiarização com a cultura e a sociedade local, ajudando‑os
também a encontrar emprego. Estes últimos cursos são, frequentes vezes, ministra‑
dos na própria língua dos imigrantes.
Um exemplo é o da cidade flamenga de Gand, na Bélgica, em que os imigrantes e
os refugiados com estatuto reconhecido têm acesso a um programa de introdução
que inclui 1 200 horas de aulas de neerlandês (língua da região flamenga), mais
75 horas de cursos de orientação cívica. Estes últimos são ministrados em albanês,
árabe, espanhol, francês, inglês, persa, russo, somali e turco.
Na cidade alemã de Frankfurt‑am‑Main, existe um curso de língua de 600 horas,
precedido de familiarização com a cidade e apresentação das instituições alemãs e
do sistema jurídico nacional. O curso é ministrado em oito línguas por migrantes já
instalados na localidade.
O sistema educativo finlandês apoia a manutenção e o desenvolvimento das línguas
maternas dos imigrantes, para assegurar aquilo que designa por bilinguismo funcio‑
nal, proporcionando instrução em 52 línguas. O russo, o somali e o albanês têm sido
as línguas mais ensinadas como línguas maternas de imigrantes.
A Hungria concebeu a sua política nacional de integração com base num projec‑
to‑piloto de seis meses chamado Matra, que comporta 1 200 horas de ensino de
línguas a imigrantes e 700 horas de orientação cultural e jurídica, bem como assis‑
tência financeira em matéria de despesas de subsistência.
© DG REGIO
Uma aula de
língua para
imigrantes em
Viena
09
Atenção à língua
Todos os anos se comemora o Dia Europeu das Línguas a 26 de Setembro.
A ideia subjacente a este evento é a de chamar a atenção dos cidadãos para todas
as línguas faladas na Europa e para a importância da aprendizagem de línguas na
propagação da tolerância e da compreensão mútua. O Dia Europeu das Línguas ce‑
lebra a diversidade linguística como um dos pontos fortes da Europa, incentivando a
aprendizagem de línguas ao longo da vida dentro e fora da escola. Um dos cartazes
utilizados para este evento mostra como se diz «Bom dia» em 37 línguas.
Falar as l í nguas da E uropa P r o m o ve r a a p r e n d i z a g e m d e l í n g u a s
10
Promover
a aprendizagem
de línguas
A UE está empenhada em
apoiar os direitos dos cida‑
dãos no que diz respeito à sua mo‑
do ensino e da aprendizagem de
línguas.
Erasmus (cujo nome vem do do hu‑
manista do século XVI, Erasmus de
Roterdão) é um programa especial
bilidade pessoal e profissional e à criado para permitir que estudantes
sua capacidade de comunicarem Fundos da UE destinados e professores de nível universitário
uns com os outros. Esse empenha‑ à aprendizagem possam passar algum tempo numa
mento traduz‑se no financiamento universidade de outro país da UE,
de uma série de programas destina‑ Desde 2007 os principais programas proporcionando aos participantes
dos a promover o ensino e a apren‑ foram inseridos no âmbito geral cursos de língua intensivos antes
dizagem das línguas europeias. São do programa de aprendizagem ao da sua estadia no estrangeiro. O
programas que têm, pelo menos, longo da vida da UE. A promoção programa Leonardo da Vinci (cujo
uma característica comum: abran‑ da aprendizagem de línguas e da nome vem do dessa grande figura
gem projectos transfronteiras que diversidade linguística é, pois, um da Renascença italiana) centra‑se
envolvem parceiros de, no mínimo, dos objectivos deste programa, no ensino e na formação profis‑
dois e, muitas vezes, três ou mais bem como dos seus quatro subpro‑ sionais. O quarto programa, o pro‑
países da UE. gramas específicos. Cada um deles grama Grundtvig, cujo nome vem
é designado pelo nome de um do de N. F. S. Grundtvig, um pio‑
Estes programas destinam‑se a com‑ educador europeu famoso e é res‑ neiro dinamarquês da educação
plementar as políticas nacionais de ponsável por uma área de ensino e de adultos que viveu no século XIX,
educação dos Estados‑Membros, aprendizagem. dedica‑se especialmente ao ensino
sendo cada um dos governos res‑ de adultos.
ponsável pela sua própria política O primeiro, Comenius (cujo nome
nacional de educação, incluindo o vem do de Jan Amos Comenius Dentro das respectivas áreas de
ensino de línguas. Cabe aos progra‑ ou Komensky, um pedagogo do responsabilidade, cada programa
mas da UE criar vínculos entre pa‑ século XVII, originário da actual Re‑ específico pretende:
íses e regiões, através de projectos pública Checa) abrange o ensino
incentivar a aprendizagem de
comuns que reforcem o impacto primário e secundário. O programa
línguas em todos os níveis de ensi‑
no e em todas as idades ao longo
da vida activa;
melhorar o acesso a recursos
de aprendizagem de línguas na
Europa;
desenvolver e divulgar técnicas
inovadoras de ensino e melhores
práticas;
assegurar um leque suficiente‑
mente amplo de instrumentos de
aprendizagem àqueles que apren‑
dem línguas;
sensibilizar para a importância
do multilinguismo como trunfo
© Shutterstock
Nunca é cedo de
mais para começar a
aprender outra língua
11
O programa Leonardo
ajuda a manter a paz
© Council of the European Union
Os instrumentos
do multilinguismo
A diversidade linguística faz parte
da vida de todos os dias da actual
União Europeia. Com 500 milhões de
Uma segunda língua
é ainda melhor
Será igualmente importante propor‑
cionar aos adultos mais oportunidades
de adquirirem e utilizarem os seus co‑
cidadãos de origens étnicas, culturais O conceito de multilinguismo da UE, a nhecimentos linguísticos. Devem envi‑
e linguísticas diversas, torna‑se mais nível de cada cidadão, é muito ambicio‑ dar‑se esforços para promover todas as
importante do que nunca dotá‑los de so. Se aprender uma língua estrangeira línguas, incluindo as regionais e mino‑
competências para comunicarem entre para além da língua materna é bom, ritárias, criar mais instâncias de ensino
si e para se compreenderem. Simul‑ aprender uma segunda língua adicio‑ de línguas, utilizar mais a Internet na
taneamente, pode fazer‑se mais pelo nal é ainda melhor. Entre o mais recente aprendizagem de línguas e aumentar a
desenvolvimento do multilinguismo inquérito Eurobarómetro realizado pela legendagem na televisão e no cinema.
como instrumento de apoio ao aumen- Comissão em 2006 e o anterior, realizado
to da competitividade das empresas cinco anos antes, o número de inquiri‑ A UE está convicta de que o custo da
da UE e à garantia de novos mercados dos que afirmam conhecer duas línguas promoção da utilização de uma segun‑
de exportação na Europa e no mundo para além da sua língua materna subiu da e de uma terceira línguas pelos seus
em geral. de 26% para 28%. cidadãos é modesto comparado com as
oportunidades pessoais e profissionais
Iniciativas como o programa de apren‑ A UE está ciente de que as competências que se perdem — e com os efeitos ne‑
dizagem ao longo da vida da UE consti‑ linguísticas se distribuem de forma desi‑ gativos destas perdas para a economia
tuem, por conseguinte, complementos gual por países e grupos sociais. O leque da União, em termos de oportunidades
importantes ao que os governos de de línguas estrangeiras faladas pelos comerciais não aproveitadas — devi‑
cada país podem oferecer aos respec‑ cidadãos da UE é limitado; utilizar uma do à inadequação de competências
tivos cidadãos e empresas. O apoio da lingua franca como o inglês, embora seja linguísticas.
UE ao multilinguismo foi reforçado no importante, não basta. A UE sabe que o
actual período (2007‑2013) do progra‑ objectivo «língua materna mais duas»
ma, que identifica a aprendizagem de é ambicioso, mas está convicta de que
Informações claras
línguas e a diversidade linguística como pode ser alcançado. A aprendizagem de
sobre as qualificações
objectivos gerais, tendo o orçamento línguas é uma actividade a desenvolver
que se possuem
Os dicionários e para projectos de cariz linguístico sido ao longo da vida, do nível escolar (ou
as gramáticas, as aumentado. mesmo pré‑escolar) a todos os outros ní‑ Duas contribuições práticas importan‑
ferramentas essenciais
para aprender uma veis de ensino e a todas as fases da vida. tes para a promoção das competências
língua linguísticas são o passaporte linguístico
Europass e o CV Europass. Com ambos
Aprender ao longo da vida estes instrumentos pretende‑se ajudar
dentro e fora da escola o seu detentor a apresentar as respec‑
O ensino deve começar cedo, mas só tivas qualificações, de carácter formal
fará sentido se os professores tiverem ou informal, num formato normalizado
recebido uma formação específica para — contemplando apenas as línguas ou
ensinar línguas a crianças muito jovens. um CV completo. Ambos podem ser
Além disso, as classes deverão ser re‑ preenchidos em linha ou descarrega‑
lativamente pequenas e haverá que dos e preenchidos em papel (europass.
atribuir tempo suficiente no currículo cedefop.europa.eu).
escolar à aprendizagem de línguas.
Esta forma comum de descrever os
As escolas devem dar resposta ao desa‑ conhecimentos linguísticos que se
fio, oferecendo um leque de línguas tão possuem veio reduzir a confusão que
© stock.xchng
Este procedimento limita a necessi‑ interpretação como a nível da tra‑ para e a partir das 23 línguas ofi‑
dade de tradutores aptos a trabalhar dução escrita constitui, por conse‑ ciais da UE. Qualquer reunião
directamente, por exemplo, de mal‑ guinte, um desafio fundamental. deste tipo implica uma equipa de
tês para dinamarquês ou de estónio 69 intérpretes.
para português. Os intérpretes fornecem também
serviços mais restritos para reu‑
niões de trabalho e reuniões in‑ Novas tecnologias
Passar a palavra formais. Em alguns casos, apenas
são utilizadas as línguas mais co‑ Dada a dimensão e a natureza es‑
Os intérpretes da União Europeia nhecidas da UE. Noutros, os parti‑ pecíficas dos seus serviços linguísti‑
utilizam um sistema semelhante cipantes podem saber falar muitas cos, as instituições da UE apoiam‑se
quando prestam serviços de in‑ línguas mas estas só são interpre‑ em grande medida na ajuda que as
terpretação para e a partir das 23 tadas em duas ou três das línguas novas tecnologias proporcionam.
línguas oficiais. Por exemplo, as mais utilizadas. Assim, os oradores Os exemplos mais óbvios são a in‑
palavras de um orador finlandês podem exprimir‑se na sua própria terpretação à distância, a gestão de
serão interpretadas num núme- língua, ou numa língua em que sítios multilingues na Internet e a
ro limitado de línguas «relais». Um se sintam à vontade, mas presu‑ tradução assistida por computador.
intérprete eslovaco utilizará uma me‑se que têm conhecimentos
dessas línguas como língua de passivos suficientes de uma das Explorando as aplicações existentes
partida, o que torna desnecessário línguas principais da União Euro‑ no mercado e concebendo as suas
dispor de intérpretes que possam peia para acompanhar a reunião próprias soluções, os serviços lin‑
interpretar directamente do fin‑ nessa língua. guísticos europeus tornaram‑se um
landês para o eslovaco. laboratório ideal e um instrumento
O serviço de interpretação da Co‑ de referência à escala mundial. Os
A utilização de «atalhos» linguís‑ missão Europeia e do Conselho de resultados dos esforços envidados
ticos deste tipo é útil, tanto em Ministros tem de cobrir diariamen‑ por estes serviços são disponibili‑
termos práticos como económi‑ te cerca de 60 reuniões diferentes zados para o público e frequente‑
cos, desde que se mantenham em Bruxelas ou noutros locais da mente utilizados por investigadores
os níveis de qualidade. O contro‑ UE, as quais incluem reuniões for‑ e empresas privadas.
lo da qualidade tanto a nível da mais com interpretação completa
© DG COMM
Escolha a língua:
o portal do sítio
web da UE
Informações adicionais
Pode encontrar informações sobre a utilização das línguas na União Europeia no portal da UE
europa.eu/languages/pt/home
A Direcção‑Geral da Tradução da Comissão Europeia produziu as suas próprias brochuras de informação, disponíveis em
ec.europa.eu/dgs/translation/index_en.htm
Sobre interpretação e intérpretes da UE, pode consultar
ec.europa.eu/dgs/scic/index.htm
Quanto ao programa de aprendizagem ao longo da vida da UE e aos seus subprogramas, pode encontrar informações em
ec.europa.eu/ploteus
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Para obter informações e publicações em português sobre a União Europeia, pode contactar:
REPRESENTAÇÃO DA COMISSÃO EUROPEIA GABINETE DO PARLAMENTO EUROPEU CENTRO DE INFORMAÇÃO EUROPEIA JACQUES DELORS
Países candidatos
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As línguas na União Europeia
ISSN 1022-8306
ISBN 978-92-79-09171-1